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GT de Sistematização lança livro “Desafios, debates e experiências sobre culturas comunitárias”
Entre maio e novembro de 2022, o Grupo de Trabalho de Sistematização do IberCultura Viva realizou um ciclo de seminários virtuais, com o objetivo de contribuir para a construção de um referencial teórico e o debate de categorias vinculadas às políticas culturais de base comunitária. Sem a intenção de apresentar definições ou conceitos absolutos, as pessoas integrantes do GT se propuseram a dialogar e repensar coletivamente essas ideias, em reuniões por videoconferência com três ou quatro palestrantes. As produções preparadas para estes seminários deram origem a um livro, com 203 páginas, já disponível para download no site www.iberculturaviva.org.
Coordenado por Clarisa Fernández, Paula Simonetti, Camila Mercado, Robert Urgoite e Vânia Brayner, o livro “Desafios, debates e experiências sobre culturas comunitárias na Ibero-América: reflexões a partir do Grupo de Trabalho de Sistematização do Programa IberCultura Viva” está dividido em sete capítulos (reformulados pelos/as autores/as para esta edição) correspondentes aos quatro seminários realizados em 2022. A publicação procura recuperar as análises realizadas em algumas das apresentações, esperando ser ao mesmo tempo uma contribuição teórica significativa e um insumo para o desenho de políticas culturais de base comunitária.
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Os capítulos
Os capítulos 1 e 2 correspondem ao seminário “Culturas Comunitárias e Diversidades”, realizado em 14 de maio de 2022. No primeiro capítulo, “Culturas e diversidades comunitárias, itinerários para caminhar”, Marcelo Fabián Vitarelli (Argentina) traça um percurso por conceitos e práticas-chave para culturas vivas comunitárias, em caminhos que relacionam culturas, diversidades, territorialidades, direitos humanos, sujeitos coletivos e intervenções inclusivas dialógicas. Numa segunda parte do texto, Vitarelli se concentra na experiência da Universidade Nacional de San Luis, membro fundador da Rede de Culturas Comunitárias, na Argentina.
No capítulo 2, Andrea Mata Benavides (Costa Rica) reflete sobre o Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, tomando especialmente os casos da Costa Rica e da Argentina. Além de caracterizar o movimento, reconstrói alguns marcos, eventos e ações significativas que fazem parte dessa história iniciada em 2010, em Medellín (Colômbia), após o Encontro Latino-americano Plataforma Puente Cultura Viva Comunitária. Entre os eixos problemáticos que a autora aborda estão as desigualdades e divergências a respeito de como o movimento se desenvolveu em diferentes países e as modalidades de participação e construção que vem sendo adotadas durante os congressos (como os círculos da palavra) e em outras instâncias de encontro.
Os capítulos 3 e 4 são do seminário “Políticas Públicas de Base Comunitária”, que ocorreu em 18 de junho de 2022. No primeiro deles, Clarisa Fernández (Argentina) reconstrói histórica e conceitualmente a categoria de políticas culturais comunitárias, buscando articular as experiências coletivas e as iniciativas governamentais que moldaram esse conceito. Ela também propõe diretrizes para a reflexão sobre seu alcance e incorporação tanto nos espaços de gestão como no campo acadêmico.
No capítulo 4, “Cultura de barra. O caso da Trincheira Celestial: modelo de gestão cultural baseado na realidade de La Banda del Capo”, Francisca Jara (Chile) apresenta um projeto de pesquisa que investiga as características fundamentais e a dinâmica da torcida do Clube Deportivo O’Higgins, na cidade de Rancagua, no Chile. O capítulo procura, a partir desta análise do trabalho territorial da organização, contribuir para o desenvolvimento de um plano cultural para a organização.
O capítulo 5 (“Saúde comunitária e cultura de vivência comunitária, modos de viver e produção de territórios”), de Robert Urgoite (Uruguai), vem do terceiro seminário do ciclo, sobre “Gestão Cultural Comunitária”, realizado em 13 de agosto de 2022. O autor propõe pensar de forma articulada a saúde e a vivência das culturas comunitárias, colocando a saúde como uma questão territorial, indissociável dos contextos. Para aprofundar sua proposta, Urgoite conta com a experiência do Coletivo Paranáuticxs, da cidade de Fray Bentos, no litoral uruguaio.
No capítulo 6, um dos dois correspondentes ao quarto seminário, “Património Cultural, Memórias e Museus Comunitários”, de 2 de novembro de 2022, Martina Inés Pérez (Argentina) aborda a gestão do patrimônio arqueológico desde uma perspectiva comunitária, aproveitando a experiência de uma equipe de pesquisa multidisciplinar em Antofagasta de la Sierra, Catamarca. O caso permite refletir sobre um fenómeno de maior escala que implica mudanças profundas na dinâmica de vida das comunidades rurais afetadas pelo crescimento exponencial da atividade turística.
Por fim, o capítulo 7, de Vânia Brayner (Brasil), propõe repensar o conceito antropológico de cultura nas políticas públicas, especificamente no campo da memória e do patrimônio cultural. A autora analisa o impacto dessas políticas no campo da memória, dos museus e da museologia, em particular, da chamada museologia social brasileira.
Como destacam os autores na publicação, “este percurso permite-nos dar conta de uma articulação de temas, abordagens disciplinares e perspetivas teóricas que abordam uma mesma preocupação: a necessidade de repensar as experiências, os atores, as políticas e as instituições do mundo cultural comunitário. Nesse sentido, este livro apresenta-se como uma contribuição para o mapa das discussões que ocorrem tanto nas áreas da gestão pública, como no campo acadêmico e dentro das organizações, na busca por uma cultura mais igualitária e democrática para toda a Ibero-América”.
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Sobre o GT
O Grupo de Trabalho de Sistematização e Difusão de Práticas e Metodologias de Políticas Culturais de Base Comunitária (GT de Sistematização) foi formado há dois anos, por meio de uma convocatória lançada pelo IberCultura Viva em junho de 2021. Das 87 inscrições recebidas nesta chamada pública, foram selecionadas 59 pessoas de 10 países: 17 do Brasil, 14 da Argentina, 7 do México, 6 do Equador, 4 da Colômbia, 4 do Peru, 3 do Uruguai, 2 do Chile, 1 da Costa Rica e 1 da Espanha.
As candidaturas aceitas foram aquelas de pessoas que exerciam atividades de pesquisa, ensino e/ou vinculadas a projetos de extensão cultural em instituições de ensino (universidades, centros de pesquisa ou formação, institutos ou similares). A primeira reunião do grupo se deu no dia 30 de setembro de 2021, de forma virtual, para que as pessoas participantes pudessem se encontrar e discutir uma forma de organizar este espaço de trabalho.
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Na reunião seguinte, no dia 9 de dezembro de 2021, foram debatidas algumas propostas que haviam sido apresentadas antes do encontro, como a criação de um seminário permanente e de um repositório ou revista digital. Também foram propostas mais algumas reflexões e redefinidas as equipes de trabalho para 2022, ano em que realizaram este ciclo de seminários e também acompanharam o 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que ocorreu no Peru de 8 a 15 de outubro. Com o apoio do IberCultura Viva, seis integrantes do GT viajaram ao Peru para realizar entrevistas e participar de algumas atividades do congresso, como os círculos da palavra “Legislação e políticas públicas” e “Educação popular e criativa”.
Congresso de Cultura e Participação Comunitária: 3 dias de intercâmbios, reflexões e debates em Guadalajara
Em 06, set 2023 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
(Fotos: Cultura Guadalajara)
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De 31 de agosto a 2 de setembro, a cidade de Guadalajara (Jalisco, México) acolheu o Congresso de Cultura e Participação Comunitária, no âmbito da Iniciativa de Cooperação Triangular “Estratégias culturais para a participação cidadã”.
Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, participou de algumas atividades realizadas no Edifício Arroniz: esteve na abertura, no encerramento e no conversatório “Cooperação cultural internacional para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, ao lado de Enrique Vargas, coordenador do Espaço Cultural Ibero-americano (SEGIB), que participou por videoconferência, e José Luis Coronado, diretor de Cultura de Guadalajara.
Outros conversatórios realizados durante os três dias do evento foram “Legislação e políticas culturais de base comunitária” e “Projetos culturais a partir do desenvolvimento sustentável” (este com a presença do argentino Eduardo Balán, de El Culebrón Timbal). Realizaram-se também sessões dos grupos de trabalho “Políticas e participação cidadã”, “Cultura e ambiente”, “Cultura e inclusão social” e “Sustentabilidade económica das organizações culturais comunitárias”.
Além disso, foram apresentados três painéis: “Ninguém fica para trás: Experiências de inclusão”, “O trabalho cultural não vive de aplausos: Experiências de sustentabilidade econômica” e “Somos cultura e somos natureza: Experiências de cultura ambiental e saberes agroecológicos”.
Nestes painéis foram partilhadas diversas experiências de inclusão cultural, desde abordagens éticas, de gênero, deficiência e diversidade, e modelos de gestão e processos de sustentabilidade económica de organizações culturais comunitárias, bem como iniciativas cidadãs e comunitárias ligadas à cultura ambiental desde a agroecologia como política e compromisso cultural.
No último dia, no sábado, foi realizada a conferência “Políticas Culturais para o Bem Viver”, ministrada pelo historiador e escritor Célio Turino, ex-secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura do Brasil e um dos idealizadores e principais promotores do programa Cultura Viva, que foi implementado no país em 2004 e tornou-se política de Estado em 2014, baseado nos Pontos de Cultura.
Também participaram do congresso Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (uma das entidades ofertantes da iniciativa), e Viviana Ramírez, representando a Secretaria de Cultura, Recreação e Esporte de Bogotá (Colômbia), que é uma das entidades beneficiárias deste projeto, juntamente com a Diretoria de Cultura de Guadalajara. Tanto Bogotá como Guadalajara são municípios membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.
Este congresso é uma das sete atividades programadas até março de 2024 no âmbito da iniciativa “Estratégias Culturais para a Participação Cidadã”, da Ventana 2023 de Cooperação Triangular União Europeia- América Latina e Caribe. Outras reuniões serão realizadas (virtualmente e/ou presencialmente) na Espanha, na Argentina, na Colômbia e no México.
A aliança tem como objetivo a construção de um modelo conjunto de desenho e aplicação de ação cultural com foco no desenvolvimento sustentável, nos direitos humanos e na participação social ativa, baseado nos conhecimentos e experiências das entidades ofertantes, na formação de agentes culturais e na sistematização de suas experiências culturais de trabalho.
As entidades ofertantes são o Ministério da Cultura da Argentina (através da Secretaria de Gestão Cultural), a Fundação Casa de Rui Barbosa (vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil) e a Secretaria Geral Ibero-americana/ Programa IberCultura Viva. A iniciativa conta também com a colaboração do Mestrado e Doutorado em Gestão Cultural da UDGVirtual (Universidade de Guadalajara).
Leia também:
Bogotá e Guadalajara iniciam um novo intercâmbio no âmbito da Ventana Adelante 2023
Um novo tempo: MinC reativa a Política Nacional de Cultura Viva com o lançamento de dois editais
Em 01, set 2023 | Em Cultura Viva, Editais, Notícias | Por IberCultura
(Fotos: Filipe Araújo/MinC)
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“Brasil, teu nome é bordado por incontáveis valores, costura de muitos fios, desenho de muitas cores. Cada esquina, uma ribalta, e até onde muito falta, teu povo insiste em cantar, jogando na voz do vento a alma e o sentimento da cultura popular. (…) Sob o azul do teu céu, tudo se transforma em festa na calçada, no terreiro, no altar, no tabuleiro, na cidade ou na floresta. Depois de anos vazios, outra vez a alegria da vida, verde esperança da nossa democracia (…).”
Foi em forma de verso, lembrando que “o Brasil voltou”, que o poeta pernambucano Antônio Marinho deu início à cerimônia de lançamento de dois editais de Cultura Viva, na manhã desta sexta-feira, 1º de setembro, na Concha Acústica Paulo Freire, em Recife. Juntos, o Edital Cultura Viva – Fomento a Pontões de Cultura e o Edital de Premiação Cultura Viva – Sérgio Mamberti somam R$ 61 milhões. É o maior investimento já feito pela Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC).
“Em seus 19 anos de existência, a Política Nacional de Cultura Viva é uma das principais expressões da ruptura e do avanço institucional no campo das políticas culturais no Brasil, e também com representação em outros países. É uma iniciativa que busca valorizar e fortalecer a diversidade cultural, reconhecendo o papel fundamental dos artistas, artesãos, músicos, dançarinos e de todos aqueles que dedicam suas vidas à criação da expressão artística e à memória da cultura”, ressaltou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante o lançamento.
A cerimônia durou três horas e contou com a participação do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida; da secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg; do prefeito de Recife, João Campos; do secretário municipal de Cultura, Ricardo Mello; da secretária de Cultura do Estado de Pernambuco, Cacau de Paula; do reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Macedo Gomes; da presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, entre outras autoridades.
Mais de mil pessoas participaram do lançamento, muitas delas representantes de movimentos sociais e culturais, trabalhadores/as e fazedores/as da cultura. No palco, Lydia Lúcia Nunes representou a Comissão Nacional de Pontos de Cultura; Mãe Beth de Oxum, a Rede Nacional de Pontos de Cultura; Joana Corrêa, a Rede Nacional de Culturas Populares e Tradicionais.
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Cultura pernambucana
O evento foi entrecortado por apresentações artísticas de grupos locais, como o cortejo do Afoxé Omo Inã, o Maracatu Almirante do Forte, a Escola Pernambucana de Circo, o grupo de frevo Guerreiros do Passo, a Orquestra Só Mulheres, Lucas & Conceição dos Prazeres, e o trio formado por Aglaia Costa (rabeca), Val Janie (violoncelo) e a cantora Gabi do Carmo. No final, a ministra cantou Leão do Norte, do pernambucano Lenine.
Segundo Margareth Menezes, a escolha de Recife para o lançamento dos editais, nesta retomada das ações da Política Nacional de Cultura Viva, deve-se à “capacidade de agregar inovação e tradição, com um modo muito próprio de renovar narrativas e repertórios culturais a partir dos seus territórios, da cidadania, da educação popular”. “A cultura pernambucana é extremamente rica, diversa, vibrante, referindo a história, os costumes e as tradições dos povos do estado localizado na região Nordeste do Brasil. O povo pernambucano tem orgulho das suas manifestações culturais, das suas tradições, das suas modernidades”, agregou.
Ao saudar Mãe Beth de Oxum, ialorixá, percussionista, juremeira, comunicadora popular, ativista cultural e realizadora do Coco de Umbigada no bairro do Guadalupe, a ministra destacou a “capacidade revolucionária” dos Pontos de Cultura. “Eles pautam novas linguagens, desestabilizando padrões culturais impostos. Conseguem ser inovadores, justamente por estarem plugados em suas raízes ancestrais. É isso o que queremos para o Brasil: que essa força transformadora das comunidades resgate valores humanitários, ambientais, civilizatórios; resgatem o Brasil em sua vocação mais profunda”, afirmou.
Ela também destacou que o lançamento desses dois editais celebra o início de um novo tempo para a Política Nacional da Cultura Viva. “Hoje, no Brasil, há cerca de 5 mil grupos culturais reconhecidos e potencializados como Pontos de Cultura. Com o desmonte dos últimos anos, a maior parte desses pontos não conta atualmente com fontes de financiamento. Nesse processo de retomada, temos dois grandes desafios: garantir escala necessária para que a Cultura Viva possa se afirmar como política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura e aperfeiçoar a gestão do Estado para chegar a uma estrutura institucional preparada para lidar com a diversidade cultural brasileira. Teremos o maior investimento que a Cultura Viva já teve em toda a sua história”, garantiu.
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Primeiros anos
Um pouco antes, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, lembrou o início desse movimento, quando o então ministro Gilberto Gil ampliou o campo de ação da política pública e o conceito de cultura, trazendo o Brasil de raiz originária, de matriz africana, inter-geracional e plural. “Ele trouxe a política macro do patrimônio imaterial, o campo simbólico. Ele atiçou a cidadania cultural e destacou a potência econômica da cultura. Hoje tentamos consolidar todos esses conceitos, esses princípios, nesse grande momento do Sistema Nacional de Cultura. O programa Cultura Viva vai fazer 20 anos no ano que vem, e a sua história mostra impactos significativos, não só nas comunidades, mas nos processos de gestão pública, de agregação das redes da sociedade civil, no Brasil e no mundo”, observou.
O modelo brasileiro dos Pontos de Cultura há mais de uma década vem inspirando a criação de políticas públicas de base comunitária em vários países, como Peru, Argentina, Uruguai, Costa Rica e Chile. “A força do movimento no Brasil e na América Latina nos dá ânimo e esperança para a retomada dessas políticas em nível nacional e regional”, comentou Márcia Rollemberg, que também esteve à frente da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC entre 2011 e 2014, período em que participou da criação do programa IberCultura Viva. Em 2014, na cidade de Natal, a secretária presidiu a primeira reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, durante a Teia de Pontos de Cultura.
Nesse mesmo período, ela participou da articulação, criação e aprovação da Lei Cultura Viva (Lei 13.018/2014), que transformou o programa Cultura Viva em política de Estado. A Lei Cultura Viva foi sancionada em 22 de julho de 2014, nove dias antes do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Mirosc). Ambas as leis estabeleceram novos parâmetros da gestão e da democracia, ampliando conceitos como “Estado-rede” (Manuel Castells) e “Estado ampliado” (Antonio Gramsci). “A Política Nacional de Cultura Viva nasce como fruto de um processo dialógico, de encontro de saberes, que reconhece a autonomia, o protagonismo e o empoderamento da sociedade civil”, afirmou.
Segundo ela, os Pontos de Cultura hoje são a estrutura mais ativa e mobilizadora das culturas nas comunidades. “Há municípios que não tem uma Secretaria de Cultura, mas certamente tem um Ponto de Cultura. Por isso, estamos trabalhando para que esse processo de retomada evolua para novos meios e instrumentos, para além de ferramentas como estas dos editais”, destacou a secretária, ressaltando que a Política Nacional de Cultura Viva é uma política interfederativa, intrafederativa e de gestão compartilhada.
“Precisamos de fôlego para dar o salto necessário, aprofundando e retomando os conceitos originais dessa política, fortalecendo a pactuação com gestores e sociedade civil, modelando a política com investimentos e construindo uma escala institucional com marcos programáticos que busquem dar conta deste imenso país. Queremos avançar, pensando junto com essa poderosa rede de Cultura Viva, num processo amplo de diálogo, a fim de aperfeiçoarmos a gestão do Estado para chegar a uma estrutura mais preparada para lidar com a diversidade cultural brasileira, evitando perseguições jurídicas aos Pontos de Cultura, conhecendo mais de perto essa diversidade e suas especificidades”, complementou.
Nesses processos que marcam a quinta geração desta política, têm prioridade a inclusão da diversidade cultural, a pluralidade de identidades, a ampliação da acessibilidade e a valorização de mestres e mestras da cultura popular e tradicional. Os dois editais que foram lançados nesta sexta-feira, e que ficam abertos até o dia 16 de outubro* na plataforma Mapa da Cultura, preveem bonificações no processo de seleção para iniciativas que tenham como proponente e/ou público beneficiário: mulheres, pessoas com deficiência, afrodescendentes, indígenas e população LGBTQIA+.
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Premiação Sérgio Mamberti
Um dos editais lançados nesta sexta-feira, a Premiação Cultura Viva Sérgio Mamberti, destinará R$ 33 milhões para contemplar 1.117 iniciativas culturais em quatro categorias, com prêmios individuais de R$ 30 mil. O edital presta homenagem ao legado do ator, gestor cultural e defensor dos direitos culturais Sérgio Mamberti (1939-2021). A Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural foi idealizada e liderada por ele, em 2004 (inicialmente com o nome de Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural).
Carlos Mamberti, filho do ator, compareceu à cerimônia e se emocionou com a homenagem. “Meu pai sempre foi um ator engajado, com um trabalho muito forte, e no primeiro mandato do presidente Lula (2003-2006), ele resolveu assumir uma função importante, de brigar pela cultura. E ele passou quase 12 anos no Ministério da Cultura. Foi presidente da Funarte, passou por várias áreas, mas a parte de que ele mais se orgulhava era a criação desta secretaria, porque ele sabia a importância da diversidade. Ele tinha um olhar muito próprio para quem estava mais excluído; olhou para os quilombolas, para os indígenas, para os ciganos, para o pessoal LGBTQIA+. Este prêmio representa todo esse esforço, essa semente que ele plantou”, comentou.
Uma das quatro categorias deste edital é o Prêmio Culturas Populares e Tradicionais – Mestre Lucindo, que reconhecerá a atuação de mestres e mestras dos saberes e fazeres, grupos, coletivos e instituições culturais que promovem as culturas populares e tradicionais brasileiras. O prêmio homenageia Luiz Rebelo da Costa (1908-1988), conhecido como Mestre Lucindo, figura icônica da cultura musical paraense que se destacou como pescador, compositor e rezador de ladainha em latim. Ele se tornou uma voz proeminente do carimbó, tendo sido o primeiro a gravar um disco de vinil como líder do grupo Os Canarinhos. Suas composições registraram a vida cotidiana da população da região, capturando o conhecimento das comunidades. Renilson Bentes, filho do mestre, estava presente no lançamento.
Outra categoria, o Prêmio Culturas Indígenas – Vovó Bernaldina, presta homenagem a Bernaldina José Pedro, líder do povo Macuxi. Originária da comunidade Maturuca, da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, ela era detentora de conhecimentos ancestrais preciosos, incluindo cantos, danças, artesanato, medicina tradicional e rezas do povo indígena. Foi também uma defensora incansável na luta pela homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e pela denúncia da violência contra os povos indígenas. Morreu aos 75 anos, em junho de 2020, devido à Covid-19. A artista Daiara Tukano e a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, foram convidadas para falar sobre a importância de Vovó Bernardina durante a cerimônia.
Também faz parte deste edital o Prêmio Diversidade Cultural, que reconhecerá e valorizará as iniciativas e produções culturais de pessoas idosas, com deficiência, LGBTQIA+ e em sofrimento psíquico. Já a categoria Prêmio Cultura Viva reconhecerá e incentivará atividades culturais desenvolvidas por Pontos de Cultura e por grupos, coletivos e instituições privadas sem fins lucrativos que querem ser reconhecidas e certificadas com o Selo Cultura Viva, para fazer parte da Rede Cultura Viva e dar destaque às suas atividades culturais e às comunidades onde atuam.
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Fomento a Pontões
O Edital Cultura Viva: Fomento a Pontões de Cultura, por sua vez, vai investir cerca de R$ 28 milhões em 46 projetos propostos por Pontões de Cultura, para que desenvolvam, articulem e deem continuidade a ações culturais das redes de Pontos de Cultura que sejam relevantes para a diversidade cultural brasileira e para o fortalecimento da Política Nacional de Cultura Viva.
Este edital promoverá a atuação de Pontões de Cultura junto às redes estaduais, distrital, temáticas, setoriais e identitárias de interesse comum, com a participação de Agentes Cultura Viva e de um Comitê Gestor. Cerca de 600 jovens entre 18 e 24 anos serão selecionados como Agentes Cultura Viva para apoiar as ações de diagnóstico, mapeamento, mobilização, articulação de redes e formação. Cada agente receberá uma bolsa de R$ 900 por mês.
O Comitê Gestor será formado para a realização das ações do projeto de forma compartilhada com os Pontos de Cultura de sua rede de atuação, com o objetivo de desenvolver ações conjuntas de mobilização, articulação, formação, mapeamento, registro e ampliação da Rede Cultura Viva, destinadas a difundir e acompanhar atividades das redes estaduais, distrital, temáticas, setoriais e identitárias.
Serão selecionados 31 projetos de redes territoriais e 15 de redes temáticas, setoriais e identitárias de Pontos de Cultura. Esperam-se projetos nas seguintes áreas: Culturas Indígenas e Mãe Terra; Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana; Culturas Populares e Tradicionais; Cultura Digital, Comunicação e Mídia Livre; Patrimônio e Memória; Linguagens Artísticas; Livro, Leitura e Literatura; Gênero, Diversidade e Direitos Humanos; Acessibilidade Cultural e Equidade; Economia da Cultura, Solidária e Criativa; Cultura e Infância; Formação e Educação Cultural; Territórios Rurais e Cultura Alimentar; Cultura Urbana, Direito à Cidade e Juventudes; e Cultura, Territórios de Fronteira e Integração Latino-americana.
Os projetos contemplados vão celebrar um Termo de Compromisso Cultural (TCC) e receber entre R$ 400 mil e 800 mil, considerando o critério populacional e o tamanho das redes estaduais de Pontos de Cultura. Os Pontões de Cultura situados na Amazônia Legal receberão um acréscimo de R$ 50 mil.
Qual é a diferença entre um Ponto de Cultura e um Pontão de Cultura?
Pontos de Cultura são entidades sem fins lucrativos, grupos ou coletivos com ou sem constituição jurídica, de natureza ou finalidade cultural, que desenvolvam e articulem atividades culturais continuadas em suas comunidades ou territórios.
Já um Pontão de Cultura é uma entidade cultural ou instituição pública de ensino que articula um conjunto de outros pontos ou iniciativas culturais, desenvolvendo ações de mobilização, formação, mediação e articulação de uma determinada rede de Pontos de Cultura e demais iniciativas culturais, seja em âmbito territorial ou em um recorte temático e identitário.
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(*) Texto atualizado em 29 de setembro de 2023, após o anúncio da ampliação do prazo de inscrições
(**) A cerimônia foi transmitida pelo canal de YouTube da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e está disponível para quem quiser assistir: https://www.youtube.com/live/ZERe6yH-HSc?si=bV_BpHIA7v-XUa5H
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Inscrições abertas até 02/10/2023:
. Edital Cultura Viva: Fomento a Pontões de Cultura: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2086/
. Edital de Premiação Cultura Viva – Sérgio Mamberti
Prêmio Culturas Populares e Tradicionais – Mestre Lucindo: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2089/
Prêmio Culturas Indígenas – Vovó Bernardina:
https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2083/
Prêmio Diversidade Cultural:
https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2084/
Prêmio Pontos de Cultura Viva:
Municípios chilenos que participam da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais realizam primeiras reuniões
Em 25, ago 2023 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
As comunas chilenas que participam da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais começam a realizar suas primeiras reuniões de trabalho, com o apoio do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio através do Departamento de Cidadania Cultural.
Três reuniões foram realizadas nos últimos dias pelos municípios chilenos que compõem a rede. As reuniões — duas virtuais e uma presencial, realizada em Valdivia, no Encontro de Governos Locais — permitiram organizar comissões com o objetivo de desenvolver um plano de trabalho colaborativo e coordenar a participação da rede no próximo encontro do Conselho Intergovernamental, que será realizado no Chile em dezembro.
As conversas têm delineado os propósitos da rede no Chile, como a visibilidade do trabalho em cultura a partir de pequenos territórios, a troca de experiências, a construção de redes e a articulação de práticas de ação com outros municípios.
Outros objetivos que surgiram nesses diálogos foram a projeção da rede do local para o ibero-americano, buscando mostrar ao mundo o patrimônio e a identidade cultural, bem como incorporar a perspectiva dos povos originários na construção de políticas culturais de base comunitária. Será uma tarefa colaborativa que busca visibilizar, promover e fortalecer a implementação de políticas culturais de base comunitária entre os municípios do Chile.
De acordo com os compromissos com a Rede de Cidades e Governos Locais do programa IberCultura Viva, as comissões foram constituídas da seguinte forma:
- Secretário de Sistematização e Registro: Mauricio Castro (Concepción);
- Articulação: Paula Aguirre (Valparaíso), Juan Manuel Pizarro (Hualaihué) e Genoveva Reuca (Puerto Saavedra);
- Comunicações: Bárbara Venegas (Puqueldón);
- Formação: Pablo Heads (Quilaco), Antonieta Utreras (Lonquimay), Jovita Uribe e Alejandra Urra (The Union).
- Metodologias: Rotativo entre os municípios conveniados.
O Ministério das Culturas será a plataforma de apoio, embora a partir de agora os que compõem este conjunto de municípios sejam agentes ativos da rede. A proposta apresentada será apoiada financeiramente através de um plano de trabalho elaborado e co- projetado pela mesma rede.
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Políticas culturais de base comunitária
O objetivo da rede é promover a implementação de políticas culturais de base comunitária nos governos locais do Espaço Ibero-americano, numa perspectiva de trabalho intersetorial e de promoção do diálogo intercultural para a plena vigência da democracia cultural e dos direitos culturais.
A Rede de Cidades e Governos Locais vem se formando desde 2019 no âmbito do programa IberCultura Viva. No Chile, implementa-se com o apoio do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio, através do Departamento de Cidadania Cultural. Atualmente, é composta por 38 cidades e governos locais da América Latina.
As doze comunas chilenas que participam da rede são: Hualaihué, Lonquimay, Puqueldón, Quilaco, San Felipe, Valparaíso, Concepción, La Unión, Saavedra, Alto Biobío, Cauquenes e San Pedro de la Paz.
(*) Na foto estão Andrea Castellon (Rede Cultura), Pablo Cabezas (Quilaco), Juan Manuel Pizarro (Hualaihué), Catherine Nunez (Cauquenes), Jovita Uribe (A União), Ana Elosua (Rede Cultura), Alejandra Urra (A União) e Marianela Riquelme, chefe do Departamento de Cidadania Cultural do MINCAP
Um encontro de mulheres rurais e dois eventos nacionais de CVC: os projetos mexicanos selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023
Em 24, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
(Foto: Delegação mexicana no 5º Congresso Latino-americano de CVC, no Peru)
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Um encontro de mulheres rurais para promover o diálogo, o intercâmbio e a criação coletiva a partir da comunicação popular e dos feminismos. Esse é o objetivo do 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina, que se realizará em novembro com mulheres indígenas e camponesas do território de Oaxaca (México) e da região de Sumapaz (Colômbia). O evento foi um dos três selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos Colaborativos 2023. Os outros dois, além de fortalecer o Movimento de Cultura Viva Comunitária do México, servirão como eventos preparatórios para o 6º Congresso Latino-Americano de CVC, que acontecerá no México em 2024. Um deles é o 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz). O outro é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).
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* Nome da rede: RED COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina
* Nome do projeto: 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina
O 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina reunirá mulheres rurais, indígenas e camponesas, dos territórios de Oaxaca (México) e Sumapaz (Colômbia). A partir de círculos da palavra, intercâmbio de saberes e criação coletiva, serão compartilhadas experiências e estratégias da comunicação popular e dos feminismos, com o intuito de cuidar e defender seus corpos-territórios e tecer um terreno comum para fortalecer e articular uma rede de mulheres rurais comunicadoras populares.
A reunião será realizada na Casa da Mulher das Organizações Indígenas de Direitos Humanos de Oaxaca (OIDHO), localizada em Santa María Atzompa, de 5 a 11 de novembro. A ideia é convocar três mulheres de cada uma das três escolas das Doñas Paramunas em Sumapaz (Cidade 20, Veneza e Pandi), além de nove mulheres do Istmo, da Mixteca, da Costa e dos Vales Centrais. Serão cerca de 35 mulheres no total, incluindo a equipe executora.
O projeto parte da necessidade de reconhecer e fortalecer a identidade cultural das mulheres do campo como sujeito importante dentro de seus processos organizacionais, territoriais e pessoais, que são -ou podem ser- fortalecidos e sustentados a partir dos exercícios de comunicação popular e das reflexões a partir do gênero e dos feminismos.
O evento foi pensado como um encontro entre mulheres de diferentes nacionalidades, territórios e idades, com potencial curativo, já que é possível que as participantes ressignifiquem suas vidas narrando a partir de sua própria voz e de suas formas de comunicação, e também podem se reconhecer em suas diferenças.
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A rede
A Rede COMAL é uma rede de mulheres, comadres, comunicadoras comunitárias e populares da América Latina que defendem o “comadreo” como um encontro com o outro em lugares comuns, para entender os processos cotidianos onde os sentires das mulheres são gestados. A rede foi criada para que comadres mexicanas e colombianas se reúnam em torno do comal (A palavra “comal” vem do nahuatl “comalli”, utensílio em forma de disco onde a comida é tostada.). As comadres se reúnem ao redor de fogo, milho, lama, tortilhas, feijão, arepas e café.
As quatro organizações/coletivos que apresentaram esta proposta ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 são a mexicana Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) e as colombianas Las Doñas Paramunas, Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)) e La Partida Feminista.
Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) nasceu em 1998 em Oaxaca de Juárez com o objetivo de transformar os meios de comunicação em ferramentas úteis para os povos indígenas e cidadãos. Por meio de acompanhamento, informação, conscientização, produções próprias, incidência política e divulgação de materiais, a organização criou e acompanhou conteúdos de rádio e vídeo que dão visibilidade aos povos e mulheres indígenas, valorizam a vida comunitária, defendem direitos e promovem a justiça com dignidade. Na última década, Ojo tem investido no empoderamento das mulheres e, em 2023, a terceira geração de rádios comunitárias segue capacitando-se sobre violência de gênero, masculinidades não hegemônicas e vida livre de violência.
Las Doñas Paramunas é uma escola de comunicação popular com mulheres camponesas da ecorregião de Sumapaz que desenvolve laboratórios de vídeo e rádio para fomentar o diálogo e a criação coletiva, promovendo narrativas próprias de mulheres em torno da defesa do corpo-território. Em 2020, a primeira versão da escola foi realizada em conjunto com o Conselho Local de Mulheres da Localidade 20, onde foram produzidos dois curtas-metragens: Historias del campo e El legado de las doñas. Em 2021, uma segunda versão ocorreu em Venecia, Cundinamarca, com outros dois curtas: Mercedes e Respirando felicidad en los campos de Colombia. Para encerrar 2021, foi promovido um evento no Centro de Memória, Paz e Reconciliação como uma socialização aberta do processo. Em 2022, houve um segundo módulo na Localidade 20, focado na produção de rádio. Em 2023 decidiu-se fazer uma terceira versão da escola em Pandi, Cundinamarca.
A Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)), criada em Bogotá (Colômbia) em 2012, estrutura seu trabalho em áreas de pesquisa e abordagens transversais com o objetivo de gerar uma incidência integral nos territórios. A organização atua na coordenação, formulação, execução e acompanhamento de projetos e relatórios de pesquisa; promove espaços educativos e de acompanhamento às comunidades e processos sociais e implementa uma estratégia de comunicação que contribui para a visibilidade dos processos territoriais.https://www.facebook.com/ECICP
La Partida Feminista foi criada em 2019, em Bogotá, a partir do Laboratório Comunitário de Cinema e Audiovisual Ojo Semilla, organizado por El Churo Comunicación no Equador (2018). Entre as atividades realizadas a partir de metodologias de pedagogia popular, cinema comunitário e feminismos, estão Minga Audiovisual: mulheres criando e narrando a partir de seus territórios em Praia Renaciente, Cali (2021), Começando pelas Raízes em Ciudad Bolívar, Bogotá (2021), o 1º Encontro Latino-americano As que gravam: mulheres, cinema e audiovisual comunitário entre Ciudad Bolívar e a Cinemateca de Bogotá (2022), e Potoescuela: Laboratório de artes visuais para meninas e mulheres em Ciudad Bolívar (2023).
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* Nome da rede: Cultura Viva Comunitaria México – Plataforma Puente
* Nome do projeto: 3º Encuentro Nacional Cultura Viva Comunitária México
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O 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz), pretende unir esforços para a produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em México em 2024.
A proposta apresentada ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 prevê uma etapa de “Pré-Encontro” a partir de agosto, com o desenvolvimento de atividades virtuais, como o “Diálogo Meso-americano e Caribenho para a Cultura Viva Comunitária”; sessões com o círculo da palavra “Gênero e Diversidades” para revisar e adaptar o protocolo de prevenção da violência de gênero e diversidade para congressos, bem como sessões informativas sobre a história e os princípios do movimento CVC no México e na América Latina.
O projeto prevê ainda a criação de um “rali fotográfico” sobre as intervenções e/ou experiências culturais comunitárias que cada grupo tem vivido nos seus territórios. Também haverá apresentações artísticas de cada coletivo participante com a finalidade de compartilhar suas experiências no palco, seus processos, e abrir um diálogo que permita conhecer outros contextos a partir dessas manifestações, as formas com que essa intervenção tem permitido impactar nos territórios, somar propostas, entre outras.
Seguindo uma metodologia participativa, durante o encontro presencial serão realizadas duas rodas temáticas ou laboratórios. A primeira terá como foco o desenho da produção do 6º Congresso Latino-americano de CVC; o segundo servirá para a orgânica da rede CVC México. Além disso, serão integrados espaços de convivência comunitária para as organizações participantes e a comunidade habitante de Tatahuicapan. A programação artística e cultural será moldada pelas ações das organizações participantes ou coletivos ligados ao movimento.
A soma desses esforços, propostas e conclusões será apresentada na assembleia geral do encontro nacional e ao Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México, grupo impulsor encarregado da produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
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A rede
A rede Cultura Viva Comunitaria México começou a ser tecida em 2009 com a troca de experiências com organizações da Guatemala (Caja Lúdica) e do México (Coletivo Altepee). Em 2011 Habitajes A.C. participa do encontro Juventude e Arte Comunitária, onde foram instaladas a Plataforma Ponte CVC e as diretrizes da rede latino-americana em Medellín, Colômbia. A partir de 2014, foram realizadas reuniões nacionais, regionais e metropolitanas com organizações culturais de base comunitária de diferentes latitudes do México. Além disso, foram promovidas assembleias, colóquios, ciclos de diálogo em parceria com a Comissão de Direitos Humanos do Distrito Federal (CDDHF) e a Prefeitura de Tlalpan. A rede esteve presente nos últimos três Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária no Equador (2017), Argentina (2019) e Peru (2022).
O projeto apresentado pela rede tem Habitajes – Centro de Estudos e Ações do Espaço Público como organização responsável pela gestão de recursos. Também participam da proposta os coletivos Altepee, Rses Crew e Kejtsitani.
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Organizações participantes
A Fogata Kejtsitani Mujeres por la Memoria de Cherán foi criada em 2015, ano em que seus membros consolidaram um projeto de história oral na comunidade de Cherán K’eri. Através do Coletivo Kéjtsitani, eles pretendem investigar, documentar, salvaguardar e divulgar seus valores, usos e costumes, bem como lutas passadas e presentes. Com a coleta de testemunhos orais, espera-se produzir uma narrativa própria que capte a natureza complexa do esforço de Cherán K’eri para desenvolver instituições políticas, educacionais e culturais autônomas. A narrativa da comunidade é recriada nas mídias digitais, buscando criar uma linguagem mais acessível para jovens.
O projeto também foi apresentado pelo Colectivo Altepee, fundado em 2013 em Acayucan por jovens interessados na música de cordas do sul de Veracruz. O coletivo foi criado por um grupo de amigos que se reuniam em torno de suas jaranas pelo prazer de tocar, e que perceberam que a tradição do fandango (festa que congrega músicos e sapateadores em torno do palco) era uma forma natural de a comunidade se organizar e de se aproximar dos conhecimentos dos avós. Além de fazer um programa de rádio todas as quartas-feiras, os integrantes do Altepee produzem podcasts e vídeo-aulas sobre diversos temas, como saúde, culinária tradicional e promoção de sistemas alimentares locais.
Rses Crew é outro participante da rede. Criado em 2014, na Cidade do México, o coletivo se encarrega de propor e trabalhar expressões visuais e artísticas ligadas às comunidades, tendo como principal ferramenta a técnica do graffiti. Neste processo de reconstrução simbólica do espaço social, a reflexão transferiu-se para os desafios que se colocam às pessoas da terceira idade na apropriação do espaço público e privado. Em 2019, foi realizado um projeto de caravana cultural com um grupo de mulheres bordadeiras que criaram, compartilharam saberes e experiências de vida na oficina “Bordado da Memória”.
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* Nome da rede ou articulação: Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México
* Nome do projeto: Congresso Nacional de Culturas Comunitárias Vivas do México
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Em outubro de 2022, diversas organizações e redes culturais mexicanas se reuniram no 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, no Peru, e chegaram a um importante acordo para reafirmar o México como sede do próximo Congresso Latino-Americano de CVC. Após o congresso no Peru, formou-se o Grupo Impulsor, que desde fevereiro se chama “Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México” e que vem se dedicando a uma agenda comum, com reuniões regulares de trabalho colaborativo.
O evento que este tecido propôs ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).
Com o objetivo de fortalecer o movimento Cultura Viva Comunitária no México, o congresso incluirá atividades como a apresentação de um fanzine histórico educativo sobre o movimento na América Latina e no México, além de círculos da palavra e uma assembleia nacional que reunirá organizações, coletivos culturais e atores sociais com sólida atuação comunitária. A intenção é reunir pelo menos 150 pessoas de organizações culturais de base.
Também estão previstas apresentações artísticas e uma feira de saberes/mercado cultural. As atividades serão compostas por diversas expressões culturais, com a intenção de gerar um círculo de economia solidária, promover as identidades culturais e suas relações interculturais e, sobretudo, o fortalecimento da organização comunitária por meio do conhecimento do trabalho realizado nos territórios e da aprendizagem coletiva resultante dos intercâmbios.
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Organizações participantes
A Cooperativa Cultural El Arbolillo Cuautepec iniciou seu trabalho em 2015, na Cidade do México, como um coletivo de jovens artistas urbanos que buscavam criar espaços e promover a cultura pintando murais e dando oficinas. Em 2018 constituíram-se como cooperativa, tendo a possibilidade de oferecer as suas práticas como serviço cultural de apoio à educação artística a diferentes ONGs, instituições e empresas a partir da perspetiva da economia social e solidária.
No estado de Jalisco, a ONG Mais Música, Menos Balas há mais de uma década desenvolve projetos culturais e comunitários que promovem a comunidade, a solidariedade, o voluntariado e a transformação social por meios pacíficos, intermediando a arte, a cultura, a educação e o esporte. Alguns de seus projetos são o Ciclo Itinerante de Música e Arte Mais Música, Menos Balas, realizado desde 2012, e o SaludArte, programa de saúde mental com arteterapia, para atender mulheres vítimas de violência e seus filhos.
O coletivo CulturAula, criado em 2013 na cidade de Guadalajara, é uma organização transdisciplinar dedicada à pesquisa, formação e defesa da gestão e desenvolvimento sociocultural a partir de vários enfoques. Seu trabalho é direcionado a agentes, movimentos e organizações de base comunitária, artistas, educadores e instituições.
Quem também participa como integrante do projeto é a rede de Cultura Viva Comunitária de Jalisco, uma rede colaborativa nascida em 2014 em Guadalajara, formada por organizações culturais de base comunitária e pessoas aliadas que se unem no fortalecimento da cultura comunitária e seus processos derivados.
Ministério da Cultura do Brasil lança edital de Pontos de Leitura, que premiará 300 bibliotecas comunitárias
Em 21, ago 2023 | Em Bibliotecas comunitárias, Notícias | Por IberCultura
(Foto: Filipe Araújo/MinC)
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O Ministério da Cultura (MinC) lançou na última quinta-feira, 17 de agosto, o Prêmio Pontos de Leitura 2023, dirigido a bibliotecas comunitárias que desenvolvem ações para a promoção da leitura nas cinco regiões do Brasil. Serão distribuídos 300 prêmios de 30 mil reais, totalizando 9 milhões de reais. As inscrições devem ser feitas até o dia 18 de setembro pela plataforma Mapa da Cultura.
Lançado pela Secretaria de Formação, Livro e Leitura, em parceria com a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural, o prêmio tem como objetivo fomentar as bibliotecas que são iniciativas coletivas, criadas e mantidas por uma comunidade, sem intervenção do poder público, e que possuem um acervo bibliográfico multidisciplinar, visando ampliar o acesso da comunidade à informação, à leitura e ao livro de forma colaborativa, horizontal e distribuída.
“O edital visa reconhecer e premiar iniciativas e experiências comunitárias com boas práticas de promoção de leitura em contextos sociais distintos, sejam urbanos, rurais, indígenas, quilombolas, dentre outros territórios e expressões da diversidade cultural brasileira”, ressaltou o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, durante o lançamento do prêmio.
Piúba destacou a integração dos Pontos de Leitura com a Política Nacional de Cultura Viva, a primeira política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura. “Gosto de pensar a cultura como solidariedade, como um saber fazer comum, em seus aspectos de compartilhamento e de potência para a transformação de vidas e realidades”, afirmou o secretário, ao citar o poeta espanhol António Machado, que dizia ter aprendido com um camponês analfabeto da Andaluzia que “tudo o que sabemos, sabemos entre todos, sabemos para todos e todas”.
“É de suma importância rememorar essa prática porque os Pontos de Cultura não podem perder essa dimensão de desenvolvimento comunitário. Um Ponto de Cultura não é um mero endereço em uma determinada rua, um lugar com ações ensimesmadas e desarticuladas dos processos sociais e políticos da comunidade. O Ponto de Cultura é a encarnação da rua, o lugar de sua gente. (…) Uma biblioteca comunitária é um Ponto de Leitura, portanto ela se insere no programa Cultura Viva como um espaço orgânico e social de relevo”, disse Piúba.
“Onde há uma biblioteca comunitária, a vida e o convívio social pulsam. Onde há uma biblioteca comunitária, o espírito solidário resiste. Onde há uma biblioteca comunitária, o pensamento crítico e criativo transborda. Onde há uma biblioteca comunitária, a democracia é exercitada. Onde há uma biblioteca comunitária, existe a promoção da cidadania e da diversidade cultural. Portanto, a biblioteca comunitária é um território de liberdade e de cidadania. Ela é Ponto de Leitura. E sendo Ponto de Leitura, é também um ponto vital do corpo cultural brasileiro”, destacou Piúba.
O secretário de Formação, Livro e Leitura também adiantou que em breve serão lançados editais de Cultura Viva, para Pontos e Pontões de Cultura, incluindo o estabelecimento do Pontão do Livro e da Leitura. “Isso será vital para mobilizar e articular a Rede Nacional dos Pontos de Leitura, que estamos reativando com este edital”, comentou.
“São políticas que nascem e se retroalimentam e se sintonizam”, disse a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, sobre a integração com a Política Nacional de Cultura Viva e as ações intrasetoriais propostas. Segundo ela, dos 4.300 Pontos de Cultura que existem atualmente no país, cerca de 550 se autodenominam Pontos de Leitura. “É importante fortalecer essa rede no conjunto da Rede Nacional dos Pontos de Cultura. As bibliotecas comunitárias ganham um novo patamar de apoio, na sustentação dos seus trabalhos, com essa ativação direta que o Ministério da Cultura está fazendo”.
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Edital
Podem participar do Prêmio Pontos de Leitura 2023 pessoas físicas, jurídicas e coletivos culturais. No caso de pessoa física, é preciso ter mais de 18 anos, residir no Brasil e possuir, no mínimo, dois anos de atividades culturais ligadas à gestão de bibliotecas comunitárias, comprovadas, em território nacional. O mesmo tempo de atividade é exigido das pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, de natureza cultural, e dos coletivos culturais (sem constituição jurídica).
Para a seleção das bibliotecas, serão observados os benefícios culturais, sociais e econômicos oferecidos às comunidades, como a pertinência da ação, a criatividade e o dinamismo, a qualidade e abrangência dos resultados alcançados e o potencial de replicabilidade. Receberão mais pontos os projetos provenientes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Também terão pontuação extra as ações que contribuam para combater as discriminações étnicas, raciais, religiosas, etc; que apresentem medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência, e que fortaleçam atividades relacionadas às tecnologias de informação e comunicação (TICs).
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Inscrições: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2065/
Veja como foi o lançamento:
Oriana Seccia ministrará a segunda aula aberta do Curso de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária 2023
Em 17, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
“Contra a comunidade – Por uma política cultural desde a estrutura” será a segunda aula aberta da edição 2023 do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, que a FLACSO Argentina desenvolve em conjunto com o IberCultura Viva. O encontro com Oriana Seccia está marcado para esta sexta-feira, 18 de agosto, às 12h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo canal do IberCultura Viva no YouTube.
Oriana Seccia leciona na Universidade de Buenos Aires (UBA) desde 2010, na Faculdade de Ciências Sociais, graduação e pós-graduação, e no Ciclo Básico Comum. É graduada em Sociologia (UBA), mestre em Sociologia da Cultura e Análise Cultural (UNSAM), doutora em Ciências Sociais (UBA) e graduada em Psicologia (UCES). Suas áreas de pesquisa incluem sociologia da cultura, sociologia política, estética e epistemologia das ciências sociais.
Ela também é membro da editora de ensaios contemporâneos Ubu Ediciones (www.ubuediciones.com.ar) e autora de vários livros e artigos em revistas científicas. Suas publicações incluem ¿Clase media? Ensayos de literatura y sociedad desde Gino Germani a la Nueva narrativa argentina (ensaio), La manifestación comunista (novela), e Gladis Cáceres. Esbozo de una vida viva (história de vida).
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Encontros anteriores
A primeira aula de 2023 transmitida ao vivo foi “Cultura e Decolonialidade”, da colombiana Andrea Neira, no dia 24 de maio. Assistente social pela Universidade Colegio Mayor de Cundinamarca, com mestrado em Estudos de Gênero (Universidade Nacional da Colômbia), Andrea Neira é professora pesquisadora do Instituto de Estudos Sociais Contemporâneos da Universidade Central, onde atua como coordenadora acadêmica do Mestrado em Pesquisa em Problemas Sociais Contemporâneos. Ela tem pesquisado temas como pós-desenvolvimento, alternativas ao desenvolvimento, subjetividades juvenis, masculinidades e feminilidades no hip hop, masculinidades e ex-combatentes, e economias feministas e comunitárias.
Esses encontros virtuais (pelo Zoom) contam com a participação de alunas e alunos matriculados no curso (que podem tirar dúvidas durante a videoconferência) e estão disponíveis no canal do IberCultura Viva no YouTube para quem quiser assistir depois. Estão lá todas as aulas abertas que se realizaram nas turmas de 2021 e 2022, ministradas por Andrea Neira, Omar Rincón, Paula Mascias, Laura Taube e Lucía Ixchiu.
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📌Quando:
Sexta-feira, 18 de agosto
9:00 (CRI-MEX-SLV), 10:00 (COL-ECU-PER), 11:00 (CHL-BOL-VEN-PRY), 12:00 (ARG-BRA-URY), 17:00 ( ESP)
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📌 Acompanhe a transmissão:
Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais se reúne para discutir propostas de encontros e dar as boas-vindas aos novos membros
Em 11, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
A Rede IberCultura de Cidades e Governos Locais se reuniu nesta terça-feira, 8 de agosto, para dar as boas-vindas aos municípios que aderiram recentemente e falar sobre uma proposta apresentada por Elisabeth Casanova, representante do estado de Tabasco: a participação da rede no 1º Encontro de Patrimônio Cultural Imaterial da Região Sul-Sudeste do México, que acontecerá em Villahermosa, Tabasco, nos dias 28 e 29 de setembro.
Dezenove pessoas participaram deste encontro por videoconferência, cinco delas reunidas de maneira presencial em Guadalajara (México), onde está sendo realizado esta semana um dos seminários da iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã”, no âmbito da Ventana Adelante 2023 de Cooperação Triangular União Europeia-América Latina e Caribe. A atividade conta com o apoio do IberCultura Viva e reúne organizações culturais e representantes governamentais da Argentina, Costa Rica, Bolívia, Colômbia e México (Puerto Vallarta, Tamaulipas, Cidade do México e Guadalajara).
Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, abriu o encontro explicando que a ideia era falar sobre o projeto de PCI, além do encontro que está ocorrendo em Guadalajara e a possibilidade de promover um encontro da Rede de Cidades e Governos Locais junto com a 13ª Reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, que será realizada no Chile em dezembro.
“Primeiramente, gostaria de dar as boas-vindas a todas e todos os representantes dos governos locais que se incorporaram recentemente. Essa rede é relativamente jovem e estamos em um momento em que estamos trabalhando para receber suas propostas, para consolidar uma dinâmica em que vocês, como governos locais, também possam contribuir e propor as instâncias que a rede ainda requer, para continuar expandindo suas formas e seus canais de realização”, afirmou Minici.
Em seguida, a secretária comentou que o programa, ao longo deste ano, aprovou propostas de capacitação, como a atividade que está sendo realizada em Guadalajara, e apoio a eventos como o 3º Congresso de Culturas Vivas Comunitárias da Mesoamérica e do Caribe, realizado em Cuba de 28 de junho a 3 de julho. Duas representantes da Rede de Cidades e Governos Locais (Luisa Velásquez, de Guadalajara, e Tania Alvarez, de Alajuelita), além da secretária técnica e do vice-presidente de IberCultura Viva, Federico Prieto, que é secretário de Gestão Cultural do Ministério da Cultura da Argentina, viajaram a Cuba com o apoio do IberCultura Viva. Tanto a atividade em Guadalajara quanto a presença do programa no 3º Congresso Mesoamericano foram propostas pela Comissão de Formação da rede.
“Uma grande diversidade esteve presente no congresso, uma grande riqueza de organizações culturais da Mesoamérica e do Caribe, além de algumas organizações que vieram do Uruguai, Argentina e Chile. Essa atividade foi proposta aqui no âmbito da Rede de Cidades; depois o Conselho Intergovernamental decidiu aprová-la e as companheiras estiveram lá se apresentando, intercambiando experiências em relação às políticas culturais de suas localidades”, explicou.
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Seminário em Guadalajara
Luisa Velásquez, representante do Governo Municipal de Guadalajara na rede, lembrou que desde o final do ano passado ela vinha apresentando esta proposta de “um programa de formação baseado no autodiagnóstico de organizações culturais comunitárias, em um processo de reflexão crítica, a partir da educação popular, que lhes permitisse ter uma maior postura política a respeito do seu trabalho cultural, vinculado a processos de defesa do território, segurança, paz, educação e meio ambiente”.
Segundo ela, essa atividade já estava planejada desde 2022 no âmbito do programa Pontos de Cultura de Guadalajara, e o que a princípio era apenas para o município, conseguiu dar um salto de escala e se apresentar para um cenário mais amplo . “Ficamos felizes em poder fazer essas articulações de questões muito locais, da nossa rede de Pontos de Cultura, e vinculá-la a um âmbito ibero-americano. Agradecemos o apoio do programa, porque sem os fundos e o acompanhamento isso não seria possível”, destacou.
A aliança que se fez na Ventana Adelante 2023 da Cooperação Triangular tem como entidades beneficiárias duas integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: a Direção de Cultura de Guadalajara e a Secretaria de Cultura, Lazer e Esporte de Bogotá (Colômbia). As instituições ofertantes são o Ministério da Cultura da Argentina (através da Secretaria de Gestão Cultural) e a Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil. A Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) aparece no projeto como a segunda entidade ofertante.
A atividade que se realiza esta semana na Casa de Encontro e Diálogo do Saber “Carlos Núñez Hurtado”, do Instituto Mexicano para o Desenvolvimento Comunitário (Cede Imdec ), em Guadalajara, é a segunda das sete que estão programadas para acontecer até março de 2024, virtualmente e presencialmente, no México, na Colômbia, na Espanha e na Argentina. “Acreditamos que está sendo um espaço muito rico de aprendizado das práticas das organizações, de reflexão crítica”, comentou Velásquez.
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Trabalho conjunto
Depois de manifestar seu contentamento com o desenvolvimento da atividade em Guadalajara, Manuel Trujillo, responsável técnico da presidência do IberCultura Viva, partilhou uma apresentação sobre a Rede de Cidades e Governos Locais, que atualmente conta com a adesão de 36 membros de 7 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru e México). A intenção foi a de convidar os novos governos que aderiram a esta instância, e os que passaram por transições, para que se integrem à rede e suas comissões.
“Essa rede é do IberCultura Viva, mas tem uma horizontalidade de decisões. A Comissão de Formação, por exemplo, é uma comissão muito ativa que está sempre propondo atividades vinculadas a organizações de base comunitária, como a que está acontecendo em Guadalajara ou a que aconteceu em Cuba”, explicou, destacando também o interesse que os governos locais têm demonstrado em organizar-se em rede e realizar projetos que tenham uma sinergia entre as cidades.
“A grande maioria das 12 cidades do Chile não conseguiu entrar no encontro porque o Encontro Nacional de Governos Locais está ocorrendo nos dias 8 e 9 de agosto. Estas cidades estão se organizando e esperam poder sediar um encontro ibero-americano de governos locais, organizado pelo Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, o programa Red Cultura e o programa IberCultura Viva, para que possamos nos reunir e gerar uma sinergia entre a rede de governos locais do programa”, acrescentou.
Trujillo também mencionou que a Unidade Técnica vem conversando com os REPPIs (representantes) dos países que compõem o programa para que aproximem esta iniciativa dos governos locais de seus países, para que mais cidades, estados ou províncias possam se incorporar. “No caso do México, esta é uma das coisas que a nossa presidente, a diretora geral de Vinculação Cultural, Esther Hernández, tem como uma de suas prioridades: a incorporação dos governos mexicanos à rede”, enfatizou, antes de passar a palavra a Elisabeth Casanova, representante do estado de Tabasco, que apresentou a proposta do encontro regional de PCI aos companheiros e companheiras da rede.
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Encontro de patrimônio
O 1º Encontro do Patrimônio Cultural Imaterial da região Sul-Sudeste do México, que a Secretaria de Cultura de Tabasco se propõe a realizar nos dias 28 e 29 de setembro, abordará diversos temas associados ao PCI, como sua salvaguarda, metodologias de planos de salvaguarda e políticas relacionadas com o PCI nos estados da região sul-sudeste do México (Tabasco, Oaxaca,Guerrero, Campeche, Quintana Roo, Yucatán, Chiapas) e na região ibero-americana, bem como experiências de gestão comunitária. Além disso, inclui um encontro entre organizações culturais comunitárias, com o objetivo de criar um espaço de troca de experiências, no qual as pessoas se reconheçam como portadoras e gestoras do patrimônio a partir de seu trabalho cultural.
Elisabeth Casanova disse que esta iniciativa vem ao encontro do caminho que tem sido traçado em Tabasco sobre a identificação e o registro de manifestações do património cultural imaterial. “Nesse caminho, trabalhando junto com as comunidades e portadores/as desse patrimônio, percebemos que tínhamos algumas necessidades, como compartilhar o que fizemos e o que deu resultado, e aprender com o que outras cidades, outras organizações, outros governos, têm feito em torno desse tema”, afirmou a diretora de Culturas Populares e Indígenas da Secretaria de Cultura do Governo de Tabasco.
A intenção é discutir também entre outras áreas, como o meio acadêmico, e a população em geral: O que é patrimônio? Porque é importante? Qual a importância do património no nosso cotidiano? “Com este encontro pretendemos alcançar estes objetivos, aproveitar a experiência de outros países e sobretudo fortalecer-nos com outras instâncias. A Rede de Cidades e Governos Locais é o espaço perfeito para fortalecer essa iniciativa. Estamos abertos à participação de todas as pessoas da rede e muito gratos pelas interações que tivemos e pelo apoio que tivemos de Esther Hernández”, comentou.
O Governo do México acompanhará este encontro regional por meio do programa Cultura Comunitária da Direção Geral de Vínculação Cultural e da Direção Geral de Culturas Populares. O evento contará ainda com especialistas do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), que poderão fazer algumas palestras ou oficinas. “Além disso, uma das iniciativas do México será utilizar os recursos de formação (disponíveis no Fundo IberCultura Viva) para apoiar as organizações de base desses estados mexicanos a realizar as atividades de capacitação que serão realizadas nestes dois dias”, adiantou Manuel Trujillo.
A proposta apresentada pelo Governo de Tabasco à Rede de Cidades e Governos Locais prevê o apoio do IberCultura Viva para a realização de uma oficina com um/a especialista na temática patrimonial, além de custear os gastos com transporte e diárias e uma pausa para o café. Ao colocar este projeto à consideração da rede, “um espaço de formação onde a própria rede pode ser protagonista”, Trujillo destacou o convite feito aos/às REPPIs dos países que compõem o programa, para propor algum/a especialista para dar uma conferência sobre patrimônio em nível ibero-americano, e também um convite à rede para realizar uma oficina de patrimônio voltada para organizações de base comunitária.
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Modelo participativo
Diego Benhabib, representante da Argentina no IberCultura Viva, foi uma das cinco pessoas que se conectaram de Guadalajara, onde participam do seminário da iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã”. Além de dar as boas-vindas aos novos governos locais que estão se juntando à Rede de Cidades e Governos Locais, Benhabib comemorou esta instância que se formou como um grupo de trabalho (em 2017) e que em 2019 se formalizou como uma rede para trabalhar basicamente no fortalecimento das políticas culturais de base comunitária, “e por meio desse trabalho articulado, poder melhorar as condições de vida das comunidades, tendo a cultura como ferramenta de transformação social”.
“Esta é uma rede muito interessante, na qual temos apostado fortemente no seu fortalecimento, tanto que este ano estamos destinando um orçamento maior em nosso Plano Operativo Anual. Além de agradecer a proposta enviada de Tabasco, quero destacar que o modelo de trabalho que temos é muito participativo. A ideia é que a Rede de Governos Locais possa ter propostas, possa trabalhar nelas, articulá-las entre todos e todas e depois apresentá-las ao Conselho Intergovernamental, e esta instância definirá se apoia ou não. Esse passo que estão dando é importante para poder ampliar o número de governos locais que aderem e dar visibilidade a todo o trabalho que está sendo feito”, afirmou.
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Novos membros
Silvia Pereira, gestora sociocultural da Municipalidade de Curridabat (Costa Rica), uma das cidades que aderiram recentemente à rede, aproveitou o encontro para se apresentar e manifestar sua satisfação em integrar este espaço, ao lado de outro cantão costarriquenho, o cantão de Alajuelita. “Espero que pouco a pouco mais cantões sejam adicionados. Estou muito feliz, esperando que esse espaço seja de muito aprendizado e intercâmbio. No que pudermos colaborar desde Curridabat, conte conosco”, reforçou.
Viviana Ramirez, representante da Secretaria de Cultura, Recreação e Esporte de Bogotá, também disse estar feliz com a integração do município à rede e comemorou a iniciativa proposta pelo Governo de Tabasco. “Bogotá vem gerando um processo de trabalho em torno do patrimônio há muito tempo, a abordagem de patrimônios integrados já está bem consolidada. Um dos nossos aliados é o Instituto Distrital do Património, e na Secretaria de Cultura temos uma área específica para o património. Estamos à disposição para tudo o que pudermos contribuir e apoiar”, disse.
Carola González, da Municipalidade de Marcos Juárez (Argentina), tomou a palavra para dar as boas-vindas aos novos companheiros e companheiras e contar que estão em um importante processo no município, defendendo os direitos culturais de todos, em discussões e acordos com o governo. “Hoje estamos em bons acordos, influenciando o conselho deliberativo, certificando saberes com a Universidade Popular, que depende da Universidade de Córdoba. Hoje falamos aqui na nossa cidade de cultura viva comunitária, o que antes não acontecia, então estamos muito felizes com isso”, ressaltou.
De Guadalajara, José Quinche, que também trabalha na Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá, chamou a atenção para um ponto importante nos processos que as organizações vêm observando e ouvindo: a necessidade de abordagens às populações vulneráveis. “Falamos de mulher, juventude, infância, grupos étnicos, e acho que seria interessante poder integrar esta questão no património, entendendo que o património também tem um significado importante nos territórios”, sublinhou.
Exercício de aprendizagem
Em seguida, Luisa Velásquez pediu a palavra para propor algo que, segundo ela, tem faltado: avaliação. “Acho que viria bem, por exemplo, uma avaliação desta atividade que estamos realizando agora, já que se utilizou um orçamento da rede… Um informe do que foi bem ou não, algo para estar numa revisão contínua, para ter como aprendizados orientadores, que podemos ir incorporando como nossas práticas quando se apoiam projetos que vêm desde fora da Rede de Cidades, quando são projetos que surgem dentro da rede, de um governo como responsável ou uma entidade que lhe dá a cara. Coloco na mesa, porque também estivemos no Peru, em Cuba, e nos parece que precisávamos poder ter um exercício de aprendizado”, sugeriu.
Sobre o que disse a representante de Guadalajara, Flor Minici comentou sobre a presença do programa no 3º Congresso Mesoamericano, em Matanzas (Cuba). “Tivemos a oportunidade de apresentar as diretrizes do programa, as políticas concretas e específicas que o IberCultura Viva realiza em conjunto com diversas organizações e também com os agentes governamentais que ali estiveram presentes. As inquietações a respeito das atividades do programa foram muitas, e nesse sentido foi muito proveitoso porque nos permitiu divulgar nosso programa e articular propostas que começaram nesse encontro”, disse a secretária técnica.
Depois de explicar um pouco sobre o funcionamento do programa e suas diferentes instâncias, entre elas o Grupo de Trabalho de Sistematização, Flor Minici mencionou a possibilidade de realizar uma sessão da Rede de Cidades e Governos Locais com diferentes expressões e narrativas em relação às experiências vividas no congresso em Matanzas e no seminário em Guadalajara. “O que propomos a vocês, dado que alguns companheiros e companheiras estão se reunindo agora em Guadalajara, é que em cerca de duas semanas possamos falar sobre os dois últimos encontros, e também sobre o encontro da rede que se pretende realizar no Chile em dezembro”, disse.
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Patrimônio e problemáticas
Carlos Portilla, representante da Tempoal de Sánchez (México), que se juntou à rede em julho, sugeriu que em um próximo encontro pudessem debater sobre o tema do patrimônio cultural imaterial e problemas como migração ou deslocamento. “É um tema muito recorrente no trabalho que temos feito em Tempoal, somos um grupo de cidadãos que se congregam em diferentes grupos comunitários, e posso partilhar esta experiência no encontro em Tabasco, já que visitei 33 municípios do sul do estado de Veracruz”, ofereceu.
No final da reunião, Manuel Trujillo retomou algumas das contribuições e disse concordar com a ideia do enfoque nas populações vulneráveis, como mencionado pelo companheiro de Bogotá. “Uma das ideias que existem na nossa região é que os enfoques das organizações culturais comunitárias têm a ver precisamente com esse trabalho para as populações prioritárias; elas são a ponte, digamos, entre as comunidades e os Estados, as organizações culturais. (…). Fala-se de uma rede de cidades, mas o território além das cidades, como o rural, é muito importante, principalmente nesses estados mexicanos. A região sudeste do México pode ser considerada a região mais pobre do país, e é a região onde está a grande maioria dos povos originários do México”, comentou.
Flor Minici encerrou o encontro dizendo que seguiria adiante com a proposta de Tabasco, e com a ideia de realizar um encontro presencial da rede em dezembro, no Chile. A intenção é promover uma nova sessão da Rede de Cidades e Governos Locais dentro de duas ou três semanas, já com esquema definido de dias específicos de atividades para o encontro do final do ano.
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Participaram da reunião: Carola Gonzalez (Marcos Juárez), Silvia Pereira (Curridabat), Viviana Ramirez (Bogotá), Carlos Portilla (Tempoal de Sanchez), Elisabeth Casanova (Tabasco), Elena Chaves (Jujuy), Macarena Vargas (San Felipe) , Gaby Yauza (Santiago del Estero), Claudio Vasquez (Lonquimay), Libera Pereira (Almirante Brown), Muriel Del Valle (Comodoro Rivadavia). De Guadalajara: Luisa Velasquez (Guadalajara), Diego Benhabib (Argentina), Jose Quinche (Bogotá), Tania Alvarez (Alajuelita), Alan Diosdado (Guadalajara). Pela Unidade Técnica: Flor Minici, Manuel Trujillo, Teresa Albuquerque.
Um festival da palavra e um encontro da rede de teatro comunitário: os projetos espanhóis selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023
Em 03, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
(Foto: Asociación Conciencia Afro)
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* Nome da rede ou articulação: SOMOS
* Nome do projeto: SOMOS. Festival de la palabra
SOMOS é um festival artístico, literário e cultural, antirracista, dissidente e inclusivo que se realizará de forma intensiva durante dois dias em Madri (Espanha), na sede das associações Espacio Afro e La Parcería. O objetivo é gerar um espaço de conhecimento e promoção da criação em torno da palavra, em toda a sua dimensão poética, de migrantes, racializados e dissidentes sexuais.
O festival tem um programa de atividades variadas (formação, intercâmbio cultural e criativo, debate e geração de conhecimento) e apresenta-se como uma oportunidade de contribuir para o diálogo intercultural por meio das artes, e valorizar práticas artísticas e culturais de pessoas marginalizadas ou excluídas de uma narrativa dominante.
A rede SOMOS é baseada em uma concepção não hegemônica, mas híbrida, de identidade cultural. A ideia de reunir comunidades migrantes, racializadas e dissidentes sexuais em uma única iniciativa veio da constatação de que essas comunidades se juntam em seus trabalhos para que reconheçam sua sobrevivência e pela necessidade de outras epistemologias para que o mundo seja inclusivo e justo. A divulgação de suas criações seria uma forma de fortalecer o processo de escrita de suas próprias histórias e narrativas.
Desse modo, foram propostas atividades de oficinas, leituras coletivas e diálogos interculturais com a participação de artistas e criadores/as, editoras, instituições públicas com responsabilidades pelas políticas culturais, livrarias, entre outras, e o público em geral.
Com estas atividades espera-se estreitar os laços das pessoas que compõem a rede SOMOS, bem como a participação de novos agentes culturais de comunidades migrantes, racializadas e dissidentes sexuais que tenham interesse em contribuir para que a rede e o festival continuem e tenham impacto social, artístico e cultural em Madri, com o objetivo de se estender para o resto da Espanha.
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A rede
SOMOS é uma rede formada por migrantes e pessoas racializadas, organizada nas associações La Parcería e Espacio Afro e Plataforma Cero, que trabalham pelo reconhecimento de suas práticas culturais na Espanha.
La Parcería e Espacio Afro realizaram a pesquisa “Intersticios”, sobre artistas migrantes e racializados em Madri, e têm programado eventos culturais conjuntos. Com a Plataforma Cero, eles trabalham para abrir espaços para escritores migrantes e racializados na cena editorial e literária da Espanha. As três entidades concordam com os princípios do pensamento crítico que se situa no campo do discurso decolonial e da ação antirracista, feminismos e questões de gênero, ambientalismo e economia social e solidária.
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Fundada em 2014 em Madri, a Asociación Cultural La Parcería se tornou um centro cultural independente a partir do qual articula seu trabalho e o das comunidades que o compõem. O Centro Cultural de Experimentación y Documentación Artística de La Parcería, que abriu suas portas em 2021, é um local que pode ser ocupado por residências artísticas, oficinas, exposições, edição, leitura e apresentação de livros, música e dança, entre outras expressões; onde a infância tem lugar de destaque, e onde se apagam as fronteiras de idades, géneros ou geografias.
A Asociación Afroconciencia (Espacio Afro) está em Madri há mais de seis anos trabalhando no campo da criação artística, na concepção de projetos culturais e na promoção de processos comunitários. No Centro Cultural Espacio Afro são realizadas conferências afro, aulas de dança e música, apresentação de livros, exposições, monólogos, exibição de filmes, um espaço que tem artistas residentes, onde se aprende, se diverte e se debate.
Plataforma Cero, por sua vez, é uma iniciativa que surge 2019 na cidade de Barcelona, com o objetivo de criar uma intermediação entre autores e editores com serviço de impressão próprio, para a realização de projetos coletivos e individuais.
* Nome da rede ou articulação: Red Estatal de Teatro Comunitario de Vecinos/as
* Nome do projeto: Encuentro de la Red Estatal de Teatro Comunitario de Vecinos/as
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O principal objetivo do Encontro da Rede Estadual de Teatro Comunitário de Vizinhos/as, que acontecerá de 26 a 28 de outubro na sede do Teatro del Barrio de Madri, é compartilhar metodologias e experiências, além de planejar ações de promoção da rede e suas atividades no território espanhol. Estão previstas duas mesas de trabalho e uma oficina em que se incorpora a metodologia corporal e vivencial.
O primeiro dia de atividades será voltado para a autoformação em metodologias e ferramentas de criação artística comunitária. O segundo dia, destinado apenas a coordenadores dos grupos que compõem a rede, será dedicado à elaboração de um plano estratégico para o ano de 2024. Serão discutidos temas como a incorporação de novos grupos parceiros e a preparação do próximo encontro da rede. A intenção é ampliar em 20% a participação das entidades da rede no próximo ano e estabelecer pelo menos três novos projetos conjuntos entre as entidades da rede em 2024 e 2025.
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A rede
A Rede Estatal de Teatro Comunitário é uma iniciativa espanhola focada na promoção e divulgação do teatro comunitário como meio de promover a coesão social e a convivência intercultural. Essa rede busca conectar e apoiar grupos comunitários de teatro em todo o país, produzindo festivais, oficinas e capacitações para desenvolver habilidades e recursos.
Nascida em 2020, a rede reúne 10 grupos de teatro comunitário nas cidades de Madri, Bilbao e Zaragoza. Desde sua implementação, foram realizados dois encontros presenciais: em 2021, na cidade de Zaragoza, um encontro de coordenadores/as, e em 2022 um encontro de grupos e espetáculos em Bilbao.
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Organizações participantes
Mosaicos Teatro Comunitário é uma iniciativa que desde 2017 reúne diferentes grupos e profissionais de teatro social de Madri para promover a divulgação do teatro comunitário nos bairros da cidade como ferramenta de relacionamento, escuta e diálogo entre vizinhos e vizinhas. O projeto trabalha em cinco comunidades em diferentes bairros de Madri: San Pascual-La Concepción (Ciudad Lineal), Ventilla-Almenara (Tetuán), Poblado San Cristóbal (Chamberí), Lavapiés (Distrito Central) e Comillas (Carabanchel). Mosaicos tem promovido a criação coletiva de peças teatrais, envolvendo vizinhos/as, pesquisando a história de suas ruas, enriquecendo a vida cultural da comunidade e fortalecendo a identidade coletiva. Desde 2017 foram criados 11 espetáculos originais.
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Teatro Comunitário de Zaragoza é um projeto que engloba as atividades de três grupos de teatro comunitário de bairro da província de Zaragoza: os grupos dos bairros de El Gancho e San José, da cidade de Zaragoza, e o grupo de Teatro Comunitário El Frago, de uma pequena cidade do interior. Desde 2015 os três grupos se reúnem semanalmente para formação e criação de espetáculos, desfiles, etc. São grupos grandes (entre 28 e 53 participantes, cerca de 140 no total) e diversos (em capacidades, idades e origens). Os grupos atuam como agentes do território e se envolvem com outros agentes sociais e educacionais para o desenvolvimento de projetos e eventos que melhorem a vida social e cultural da comunidade.
Criado em 2012 em Bilbao, Aullidos de Otxar tem o compromisso de ministrar aulas de teatro e produzir peças de teatro de vizinhos/as para vizinhos/as, além de ações teatrais que o bairro necessita em seu cotidiano para seu aprimoramento. Dois grupos se reúnem semanalmente: o grupo adulto tem 27 moradores/as de 13 a 70 anos; o infanto-juvenil, criado há dois anos, é formado por oito meninos e meninas. Os espetáculos que produzem falam do bairro, procurando captar as preocupações e necessidades dos vizinhos e vizinhas. Este ano trabalham em torno do tema da velhice com o espetáculo “Ser mais velho num mundo milenar”.
De Madri também participa o Teatro Comunitário de Tetuán, nascido em 2012 como um projeto da Associação de Bairros Cuatro Caminos-Tetuán para a convivência e integração de vizinhos/as de diferentes origens. Seu âmbito de ação é o distrito de Tetuán: centros para idosos/as, centros culturais, salas de aula para adultos/as, residências, parques. Além de encontros semanais para práticas como relaxamento dinâmico, respiração e trabalho de voz, ginástica expressiva e técnicas de improvisação, são oferecidos espetáculos, leituras dramatizadas, caminhadas teatrais e intervenções em outras áreas.
Uma série de festivais para celebrar a cultura comunitária: os projetos de El Salvador selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023
Em 03, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
(Foto: TNT. 26º Festival Artístico Chalateco e 16º Festival del Maíz, Chalatenango, 2022)
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Os projetos salvadorenhos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 preveem a realização de uma série de festivais até novembro de 2023. No departamento de Chalatenango serão realizados 27º Festival Artístico Chalateco e 17º Festival do Milho, e o Encontro Regional de Cultura Viva Comunitária e Festival Artístico “Tierra Viva”. Para o município de Panchimalco, estão programados quatro festivais no âmbito do projeto “Panchimalco, Tutechan, tuyulu”: o 1º Festival Gastronômico “Ichan Takwal: a comida dos antigos”; o 2º Festival Anona, San Isidro 2023; o 2º Feira de Milpa, Azacualpa 2023, e o 1º Festival de Artesanato “María Cleofes Rivera”.
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* Nome da rede ou articulação e do projeto: 27º Festival Artístico Chalateco e 17º Festival del Maíz
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O 27º Festival Artístico Chalateco e 17º Festival del Maíz, que ocupará o Anfiteatro San Antonio Los Ranchos de 24 a 26 de novembro, é um encontro que tem a arte comunitária como meio fundamental para traçar o vínculo entre as comunidades. Neste espaço é reforçada a ação social comunitária, onde crianças, jovens e adultos se tornam promotores da arte e da educação sociocultural.
O Festival Artístico Chalateco é realizado desde 1996 (suas três primeiras edições foram realizadas com o nome “Festival de Teatro Popular Chalateco”). O evento surgiu da necessidade de criar espaços que apresentassem as produções dos grupos comunitários de teatro. Com o tempo, evoluiu para se tornar uma referência nas artes cênicas, com vários grupos profissionais emergentes no país.
Em 2007, a Asociación Tiempos Nuevos Teatro (TNT), juntamente com outras entidades do município de San Antonio Los Ranchos, decidiu lançar o Festival del Maíz (Festival do Milho) como um esforço para resgatar uma das tradições perdidas no município durante o conflito armado interno salvadorenho. A partir dessas duas iniciativas juntaram-se esforços para criar espaços de encontro comunitário, de fruição das artes e de degustação de pratos da gastronomia local à base de milho.
O programa do festival inclui espetáculos multidisciplinares (teatro, dança, contação de histórias, música, palhaços, magia, etc.) e mostras de oficinas artísticas e psicossociais desenvolvidas pela Associação TNT. Através da estratégia “O festival em sua comunidade”, são realizadas apresentações artísticas em diferentes pontos do departamento de Chalatenango (comunidades e cidades em desenvolvimento), como forma de facilitar o acesso à arte e à cultura para as pessoas da região.
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A rede
A Associação de Teatro Novos Tempos, que apresentou este projeto ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023, existe desde 2004 no departamento de Chalatenango. É uma associação de gestão cultural voltada para crianças, adolescentes, jovens, mulheres e idosos, criadora de espaços artísticos e socioculturais, inclusão, participação, organização, atendimento psicossocial e educação popular, permitindo melhorar a qualidade de vida da população por meio da arte transformadora.
A TNT realiza este festival artístico em conjunto com a Associação de Desenvolvimento Comunitário San Antonio Los Ranchos desde 2008, e a proposta deste ano também integra a Universidade Doutor Andrés Bello. As outras duas entidades participantes deste projeto são o coletivo La Voz de Romero e o Centro Cultural e Artístico Monseñor Romero.
Fundada em 2009, A Voz de Romero (La-VoR) é um coletivo de artistas de palco que promove a cultura e a dança contemporânea, a palhaçaria e o teatro no município de El Paraíso.O Centro Cultural e Artístico Monseñor Romero (Clamor), por sua vez, conta com escolas de artes voltadas para crianças e jovens, com teatro, violão, pintura, dança folclórica e oficinas psicossociais, serviços de biblioteca e espaços de encontro comunitário em Nueva Concepción.
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* Nome da rede ou articulação: Coletivos e Organizações CVC em El Salvador
* Nome do projeto: Encuentro Regional de Cultura Viva Comunitaria y Festival Artístico “Tierra Viva”
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Em 2022, Irreal Teatro, Agrupación Folclórica Maquilishuat e Asociación de Desarrollo Comunal María Asunción (Adescoma) de Izalco foram selecionados para participar do 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitaria no Peru. O evento, que passou por Lima e Huancayo de 8 a 15 de outubro, permitiu a estas três organizações articular trabalhos e trocar experiências sobre as atividades que desenvolvem nos seus territórios, em suas diferentes áreas, desde as artes cénicas até a conservação das tradições e culturas indígenas de El Salvador.
O Encontro Regional de Cultura Viva Comunitária e Festival Artístico “Tierra Viva”, que os três apresentaram no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalhos Colaborativos 2023, também é resultado dessa articulação iniciada no Peru. Além de fortalecer a rede, este evento no município de Chalatenango tem como objetivo dar visibilidade à celebração da Cultura Viva Comunitária no mês de outubro, quando completam oito anos do 2º Congresso Latino-americano de CVC em El Salvador e um ano do 5º Congresso no Peru.
A intenção das organizações, coletivos e participantes salvadorenhos que estiveram no 5º Congresso de CVC é reacender e fortalecer os vínculos de trabalho colaborativo e articulado das diferentes expressões da Cultura Viva Comunitária na zona central de El Salvador e, assim, proporcionar um espaço de reflexão e análise dos pontos que os unem para continuar contribuindo para os processos de transformação social da comunidade por uma cultura de convivência cívica, de paz da e para a comunidade.
A iniciativa busca contribuir para o fortalecimento dos processos de cultura comunitária em El Salvador, tanto pela possibilidade de compartilhar experiências e aprendizados, quanto na perspectiva de lançar estratégias coletivas, no campo social e institucional, e promover a campanha continental por 0,1% dos orçamentos nacionais para a Cultura Viva Comunitária.
Rodas de conversa, uma programação artística e cultural e uma feira gastronômica e artesanal estão previstas para o evento no município de Chalatenango. O Teatro Cayaguanca, uma das sedes do festival, é um espaço pertencente ao Ministério da Cultura onde se realizam diversas atividades para a população de Chalatenango e comunidades e cantões vizinhos.
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Organizações participantes
A Associação Cultural Teatro Irreal, responsável pela administração do projeto, é uma entidade colombiano-salvadorense que tem quatro linhas de trabalho: cênica, negócios, educação e responsabilidade social. Nascida em Cartagena (Colômbia) em 2009, estabeleceu-se em El Salvador em 2011 com o objetivo de usar a arte como ferramenta de prevenção da violência, cultura de paz, reinserção social, educação, saúde mental e promoção dos direitos humanos. Desde 2015, a entidade atua junto à população privada de liberdade, gerando segundas chances a partir da arte.
O projeto também conta com a participação da Comunidade Indígena das Mesas Altares Maiores Nossa Senhora Maria Assunção e Pai Eterno, pertencente ao município de Izalco (departamento de Sonsonate), e a Agrupação Folclórico Maquilishhuat, criado em 2011 no município de Nueva Concepción (Chalatenango). Dedicada ao desenvolvimento de oficinas de danças folclóricas em centros educativos e à organização (desde 2018) do Festival Internacional Dançando en Pareja, Maquilishuat tem como principal objetivo tornar visíveis as raízes e os costumes dos povos por meio da dança, gerando espaços de participação que conduzam a uma cultura de paz.
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* Nome da rede ou articulação: Conselho das Comunidades para a Transformação de Panchimalco
* Nome do projeto: Panchimalco, Tutechan, Tuyulu!
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“Panchimalco, ¡Tutechan, tuyulu” (“nossa cidade, nosso coração”), proposta apresentada pelo Conselho de Comunidades para a Transformação de Panchimalco (COCOPAN), é uma iniciativa colaborativa das comunidades indígenas e não indígenas do município de Panchimalco, de El Salvador, que busca tornar visível o patrimônio cultural indígena de seu povo, fortalecer sua identidade e organização comunitária e posicionar a produção agrícola e artesanal local.
Para isso, quatro atividades serão realizadas neste segundo semestre de 2023: o 1º Festival Gastronômico “Ichan Takwal: a comida dos antigos”; o 2º Festival Anona, San Isidro 2023; a 2ª Feira de Milpa, Azacualpa 2023, e o 1º Festival de Artesanato “María Cleofes Rivera”.
Programado para o mês de junho, o 1º Festival Gastronômico “Ichan Takwal: a comida dos antigos” foi criado com a intenção de promover a revitalização de práticas gastronômicas ancestrais baseadas na recuperação de técnicas culinárias pré-hispânicas, pratos com valor ritual de comunidades indígenas, dentro de uma estratégia de fortalecimento organizacional.
A 2ª Festa da Anona, San Isidro 2023, a realizar-se em agosto, apresenta-se como um espaço de promoção da produção agrícola da zona sul do município e, especificamente, da produção de anona (anona diversifólia), da qual Panchimalco é o principal produtor do departamento.
A 2ª Feira Milpa, Azacualpa 2023, prevista para outubro, procura visibilizar e revalorizar a importância da cultura rural, da agricultura e dos saberes ancestrais das comunidades indígenas, como pilares da cultura indígena contemporânea.
Por fim, o 1º Festival de Artesanato “María Cleofes Rivera”, programado para novembro, será uma homenagem aos artesãos indígenas de Panchimalco, cujo legado ainda vive no município, com demonstrações de processos artesanais e comercialização de produtos.
Com estes quatro festivais culturais, a rede espera reunir 400 crianças, jovens, pessoas adultas e idosas das comunidades de Panchimalco, participando ativamente, partilhando experiências, fortalecendo suas identidades e espaços organizacionais através do diálogo.
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A rede
O Conselho das Comunidades para a Transformação de Panchimalco (COCOPAN) é uma rede colaborativa das comunidades indígenas e não indígenas do município de Panchimalco, fundada em março de 2021, e que atualmente reúne nove organizações. Seu principal objetivo é fortalecer a identidade cultural do município de Panchimalco, por meio da preservação, promoção e divulgação das manifestações culturais de suas comunidades.
Em 2021, foram realizados dois projetos coletivos. O primeiro, destinado às mulheres indígenas de suas comunidades, beneficiou mais de 100 mulheres, fortalecendo suas capacidades produtivas. No segundo, foram realizadas três festas comunitárias com o objetivo de divulgar a cultura indígena de Panchimalco. Em 2022, foram realizados a 1ª Tarde de Flores e o 1º Encontro de Mulheres Indígenas de Panchimalco.
(Fotos: Cocopan. 1ª Tarde de Flores, maio de 2022)
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