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IberCultura Viva lança seus três editais de 2016
O programa IberCultura Viva abre nesta segunda-feira (19/09) as inscrições para três editais voltados a experiências culturais de base comunitária: um para apoio a redes, outro para a seleção de textos a serem publicados em um livro, e um concurso de videominuto chamado “Mulheres: Culturas e Comunidades”. Serão distribuídos US$ 100 mil para o Edital de Apoio a Redes e US$ 5 mil para o concurso de vídeos. O edital de artigos não terá prêmios em dinheiro.
As inscrições estarão abertas até 1º de dezembro. Para obter mais informações e baixar regulamentos e formulários:
Edital para a seleção de textos sobre políticas culturais de base comunitária
Edital de apoio a redes de cultura de base comunitária
Concurso de videominuto “Mulheres: culturas e comunidades”
Reunião de gestores de Cultura Viva encerra o seminário comemorativo dos 10 anos do IberCultura Viva em Brasília
Em 29, nov 2024 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
(Fotos: Ascom MinC)
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Cerca de 50 gestoras e gestores de Cultura Viva de diferentes partes do Brasil participaram na manhã desta sexta-feira (29/11), no Ministério da Cultura, em Brasília, da reunião que encerrou o seminário comemorativo dos 10 anos do programa IberCultura Viva e que foi liderada por João Pontes, diretor da Política Nacional Cultura Viva.
Segundo ele, a iniciativa é um esforço conjunto para valorizar as trajetórias culturais locais e construir um modelo participativo, considerando as especificidades de cada território. “A troca de ideias e ações é fundamental para garantir o fortalecimento das políticas culturais”, explicou o diretor do MinC e representante do Brasil no programa IberCultura Viva.
O encontro, em formato híbrido, contou com 38 participantes por videoconferência e 20 de modo presencial. Entre as pessoas presentes estavam dois representantes de países membros do IberCultura Viva (Walter Romero, de El Salvador, e Henry Mercedes Vales, da República Dominicana) e a Unidade Técnica do programa. Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, e Diego Benhabib, consultor de redes e formação, apresentaram durante a reunião a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.
Outras três pessoas que haviam participado, no dia anterior (28/11), de uma das mesas do seminário, dedicada ao tema “Integração cultural ibero-americana”, também estavam nesta reunião com gestores brasileiros: o argentino Eduardo Balán, representando o Instituto Latino-americano de Cultura Viva Comunitária; a mexicana Rut Mendoza García, representante do Grupo Impulsor do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias (que se realizará em abril de 2025 na comunidade indígena de Cherán, Michoacán), e Marcos Rocha, representante da Comissão Nacional de Pontos de Cultura, da Equipe de Acompanhamento Continental de Cultura Viva Comunitária e do Pontão de Cultura Pátria Grande para a Integração Latino-americana e Territórios Fronteiriços.
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A jornada começou com uma apresentação do plano de implementação da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) na Política Nacional Cultura Viva (PNCV). A desburocratização de instrumentos normativos e a facilitação do acesso às orientações da PNCV foram alguns dos temas abordados, assim como a possibilidade de oferecimento de bolsas aos mestres e mestras da cultura popular. Segundo João Pontes, este compartilhamento de saberes – junto às escolas e aos espaços informais – permitirá “que as tradições, as memórias, especialmente as de tradição oral, sejam valorizadas, reconhecidas, como grandes detentores e detentoras de saberes”.
A apresentação da Rede de Cidades e Governos Locais começou com uma introdução por parte da secretária técnica do IberCultura Viva, Flor Minici, que contou um pouco da experiência desta instância, que nasceu como grupo de trabalho em 2017 (em Quito, Equador), se formalizou como rede em 2019 (em Buenos Aires, Argentina) e desde então recebeu a adesão de 37 municípios, estados e províncias de sete países ibero-americanos. Do Brasil fazem parte as cidades de Niterói (Rio de Janeiro) e São Leopoldo (Rio Grande do Sul).
Essa iniciativa de articulação com governos locais surgiu como uma linha de ação do IberCultura Viva, entendendo que estas são as instâncias do poder público que mais se aproximam das organizações culturais comunitárias e dos povos originários, os principais sujeitos com que o programa trabalha. Com esta rede, busca-se criar espaços de reflexão, para gerar consensos e relatos comuns sobre o que são as políticas culturais de base comunitária e como se pode melhorar a implementação e o impacto destas políticas nos territórios.
“Para nós, esta é uma experiência a destacar, e muito, não somente pela possibilidade de articulação e de intercâmbio de experiências entre os governos, e de apoio do programa para a realização das atividades propostas pelos governos locais, mas também porque a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais funciona como um laboratório de políticas públicas que permite alojar debates e experiências, e realizar processos de participação democrática”, afirmou Minici.
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Durante a reunião, o argentino Diego Benhabib explicou que para formar parte desta rede é necessário enviar ao programa uma carta de intenção de adesão, assinada pela máxima autoridade do governo local. Também é preciso assumir o compromisso de realizar, em articulação com o programa, pelo menos duas atividades vinculadas à cultura comunitária em seus territórios.
“Um dos principais benefícios (de participar da rede) é o intercâmbio de experiências sobre as políticas culturais de base comunitária que se implementam em suas localidades e que aportam matizes, metodologias, diferentes formas de fomento em seus territórios, e a criação de espaços de participação social para a construção ou a reafirmação dos direitos culturais”, destacou Benhabib.
Como exemplo, Minici e Benhabib citaram o processo de construção coletiva da Carta de Direitos Culturais da Cidade de San Luis Potosí (México). Por conta dessa experiência, realizada entre outubro de 2018 e maio de 2021, a cidade de Niterói também promoveu uma série de rodas de conversa com a população local para debater e formatar propostas para sua Carta de Direitos Culturais. O documento final da cidade fluminense foi apresentado em 5 de novembro de 2021, no Encontro “Cultura é um Direito”, promovido pela Secretaria Municipal das Culturas de Niterói.
Essa foi uma das ações de cooperação que surgiram no âmbito da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, e que depois também inspiraram as cidades de Concepción (Chile), que lançou sua Carta de Direitos Culturais em 26 de agosto, depois de um ano e meio de construção participativa, e de Quilmes (Argentina), que deu início a esse processo há duas semanas.
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Fortalecendo a rede
Walter Romero, diretor nacional de Espaços Culturais do Ministério de Cultura de El Salvador, mencionou a 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental, que se realizou em Brasília nos dias 26 e 27 de novembro, e destacou que parte do trabalho havia sido dedicada a pensar no fortalecimento da Rede de Cidades e Governos Locais.
“Algumas iniciativas vêm caminhando e a ideia é que essa rede possa seguir se fortalecendo. O programa tem claro que não estamos inventando a cultura, e sim estamos aprendendo com a base, com essa cultura que leva anos, que é milenar, e que também somos agentes que formamos parte desse tecido. Nos sentimos muito esperançosos com os desafios que vêm do plano que aprovamos para o próximo ano e também esperamos que muito mais gente se contagie com essa esperança, essa alegria, esse diálogo que podemos ir construindo todos: organizações culturais de base, governos locais, governos estaduais, governos federais”, afirmou Romero.
Henry Mercedes Vales, diretor geral de Mecenato do Ministério de Cultura da República Dominicana, disse que o que mais o entusiasma, na experiência do Brasil com Cultura Viva, é ver como articular, desde as instituições públicas, redes que sejam vivas e que sejam redes a partir de políticas públicas.
“É ver como estabelecer políticas públicas que possam garantir a sustentabilidade dessas estratégias, e que estejam acima da ação do governo da vez. Como fazer que essas estratégias sejam das organizações de base comunitária, para que se estruturem e se fortaleçam. E que nós, como servidores públicos, possamos acompanhar isso, fortalecer para que aconteça, mas desde a estrutura comunitária. Isso levamos como lição e devemos de alguma forma promover em nosso país”, comentou.
Terminada a apresentação, dois gestores presentes manifestaram interesse em aderir à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: o secretário de Cultura de Alto Paraíso de Goiás, Raphael Veiga, e o diretor do Departamento de Cultura do Município de Matão/SP, Juliano Ricci Jacopini.
> Saiba mais sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: https://iberculturaviva.org/rede-de-cidades/
IberCultura Viva abre seminário que comemora os 10 anos do programa: mirando no horizonte para mais uma década de travessia
Em 28, nov 2024 | Em Notícias | Por IberCultura
(Fotos: Filipe Araújo/MinC e LR Fernandes)
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Depois dos dois dias de debates e acordos na 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental, teve início na noite desta quarta-feira (27/11), em Brasília, o seminário comemorativo dos 10 anos do programa IberCultura Viva. O encontro, pensado como um espaço para refletir sobre os resultados alcançados nesta primeira década de cooperação e os desafios que se encontram nesta travessia, contou com a presença da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, na cerimônia de abertura, na sede do Banco do Brasil.
Margareth Menezes fez uma saudação carinhosa, especial pelos 10 anos do IberCultura Viva, “programa que nos conta uma história, uma história que a gente acredita, porque nós que trabalhamos com arte e cultura sabemos que nesse âmbito não existe fronteira”. Falou da “costura” que faz a política de Cultura Viva, “esse enlace para chegar a quem está lá na ponta, dignificando e contando com o reconhecimento da comunidade”, numa união de forças, numa rede que se alastra a todo momento.
Ao lembrar que os 10 anos do IberCultura Viva coincidem com os 20 anos de Cultura Viva no Brasil, a ministra afirmou que, para além da celebração, a ideia é fortalecer o compromisso com as culturas vivas comunitárias, que refletem a riqueza e a diversidade ibero-americana. Ao celebrar a incorporação da República Dominicana, anunciada no dia anterior, ela disse que a cooperação Internacional vem mostrando que pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social e cultural na busca por um mundo mais justo e um planeta sustentável.
“Idealizado há uma década como espaço de integração e valorização das expressões culturais locais, o IberCultura Viva tem se tornado uma força transformadora para as políticas culturais de base comunitária dos países que integram este programa de cooperação. Desde sua criação, tem garantido o protagonismo das mais diversas organizações culturais comunitárias, dos povos e comunidades indígenas, afrodescendentes, camponeses, grupos urbanos, periféricos e de cultura digital, promovendo a criação de redes culturais que ultrapassam nossas fronteiras geográficas, reforçando a cultura como promotora de desenvolvimento, emancipação e justiça social”, destacou.
Segundo ela, o programa materializa a conexão entre cultura, educação, desenvolvimento, inclusão social e cidadania com uma prática de política abrangente, descentralizada, em rede e em diálogo e escuta com as comunidades, com os territórios. “O IberCultura Viva nos ensina que a cultura é o coração pulsante das nossas sociedades. É a alma, a identidade do nosso povo, e pode ser a força de transformação na paz. Que este seminário seja um espaço de inspiração, mobilização e diálogo. E que possamos continuar tecendo essas redes que conectam nossas comunidades, nossos territórios, nossos sonhos e corações”, complementou.
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Reatando laços
Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC) e presidenta do IberCultura Viva, lembrou que voltou ao cargo neste 2024, depois de 10 anos (ela estava no MinC entre 2011 e 2014 e foi a primeira presidente do programa), e que considera “uma honra” fazer parte dessa história. “São momentos de reatar laços. Se o ministro Gilberto Gil tocou o corpo com a sua poética, eu digo que com a sua estética, que a gente redesenhou, a ministra veio dar a sua métrica, que é trazer a cultura viva para o tamanho do Brasil, e o seu reforço ético, de ter uma cultura efetiva, que fale com os seus propósitos maiores, que seja inclusiva”, afirmou.
Como diz o Manifesto IberCultura Viva +10 Anos, o momento é de tecer memórias, celebrar a diversidade, ampliar as redes e construir o futuro. É de resgatar a história para pensar o futuro, “assim como uma flecha que quanto mais a puxarmos para trás, mais a projetamos para frente”. “Vamos seguir lado a lado, trabalhando irmanados. Mirando no horizonte, lançamos uma flecha adiante para conquistar mais uma década de travessia. Com cooperação, com política cultural de base comunitária e com participação social, vamos seguir tecendo esse futuro linha a linha, ponto a ponto, numa grande teia para enfrentar os desafios da emergência climática, para habitarmos um mundo cada vez mais sustentável, igualitário, sem preconceitos e guiados por valores democráticos e de justiça social”, finalizou a presidenta.
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Construindo juntos
Sara Díez Ortiz de Uriarte, que participou do seminário como representante da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), explicou que o IberCultura Viva é um dos 14 programas de cooperação cultural adscritos ao Espaço Cultural Ibero-americano e que, portanto, é um instrumento de cooperação bi-regional e horizontal adscrito às Cúpulas Ibero-Americanas. Ao agradecer o convite para comemorar a história “dessa política de aprofundamento democrático”, ela destacou que um dos maiores logros do programa é a gradual construção e implementação dessa política nos países da América Latina.
“Queremos continuar construindo futuros, ampliando redes, pensando em memórias e celebrando a diversidade. São valores muito importantes neste momento, num contexto mundial de questionamento do multilateralismo, dos fundamentos da democracia”, observou. “Comemoramos 10 anos de uma política que fomenta autonomia em termos de desenvolvimento cultural. Dos 14 programas culturais que temos, acho que o IberCultura Viva é o mais solidário e o mais imaginativo. É o mais solidário porque adota a agenda da justiça social e climática. E o mais imaginativo por sua articulação com sociedade civil, academia, governos locais. Sigamos juntos construindo este instrumento de cooperação que teve tantos desafios, alegrias e logros nesta primeira década”.
O embaixador Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores, destacou a celebração dos 10 anos do programa como “um ato importante que comprova o fortalecimento de um ideal que une os países ibero-americanos em torno de uma causa comum, a promoção da cultura como ferramenta de transformação, inclusão e integração”. “Nesses 10 anos, o IberCultura Viva consolidou-se como essa ponte que conecta histórias, línguas, identidades, reafirmando a centralidade da cultura de base comunitária como mediadora intercultural e construtora de consensos”.
Segundo o embaixador, o IberCultura Viva celebra e difunde as expressões culturais de nossas comunidades, reconhecendo nelas a base para uma sociedade mais justa, solidária e democrática. “Ao celebrarmos esta primeira década, vamos olhar para o futuro com a flecha que foi dita e que os próximos anos sejam de ainda mais colaboração, criatividade e inclusão. (…) Que o programa siga sendo um exemplo de como a cultura pode e deve atuar como mediadora em tempos de crise, em tempos de oposições e como força motriz em momentos de esperança”, completou.
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Na abertura da cerimônia, o vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, ressaltou a relevância do seminário e a importância da integração entre os povos, entre a cultura dos povos latinos, americanos e ibéricos, e os brasileiros. “Vocês que trabalham com cultura têm um papel muito importante que é conservar a memória do povo de cada país e trocar experiências”, disse o anfitrião.
Júlia Pacheco, secretária das Culturas de Niterói (Rio de Janeiro), compareceu como representante da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais e também destacou a importância do intercâmbio de experiências entre municípios. “É no território das cidades que a cultura acontece”, ressaltou. “Cada gestor, cada Ponto de Cultura, cada um que está aqui quer transformar o mundo para fazer com que a gente viva num lugar melhor. A cultura tem esse potencial, é esse espaço.”
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Com os esforços das organizações
A mexicana Rut Mendoza García, por sua vez, falou em nome do Grupo Impulsor do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias (que se realizará em Cherán, Michoacán, em abril de 2025) e da Equipe de Acompanhamento Continental do Movimento de Cultura Viva Comunitária. Em sua intervenção na abertura, ela mencionou alguns dos esforços que foram feitos pela sociedade civil e que acabaram contribuindo para a criação do programa, em outubro de 2013, na 23ª Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, no Panamá (o lançamento formal se deu em abril de 2014, no 6º Congresso Ibero-americano de Cultura, na Costa Rica).
“Em 2010 começaram a buscar fundos para que as organizações de base pudessemos nos reunir, falar, saber que acontece nos nossos territórios e para onde vamos. Em 2011, as redes foram convocadas através da Plataforma Puente, para promover e difundir a cultura viva comunitária. Em 2013, celebramos nosso primeiro Congresso Latino-americano de CVC na Bolívia, com cerca de 1.200 pessoas participantes. E agora, passados 10 anos, estamos aqui, onde também há um esforço das coletividades, das organizações, para saber o que se passou nesses 10 anos e para onde vamos. Felicitamos esta celebração, e que estes 10, 20, 30 anos mais sejam acompanhados, sim, dos governos, mas que também sejam consideradas as organizações de base, porque estamos fazendo esforços muito grandes em nossos territórios”, observou a mexicana.
O argentino Eduardo Balán, líder do grupo El Culebrón Timbal que veio representando o Instituto Latino-americano de Promoção da Cultura Viva Comunitária, disse ser um motivo de muita alegria poder estar em Brasília para celebrar os 10 anos do IberCultura Viva e falar da integração ibero-americana, de seu valor para a construção da democracia e do desenvolvimento dos povos. Ao questionar como essa integração se posiciona diante dos desafios que a região terá nos próximos 10 ou 20 anos, Balán busca trazer a perspectiva das organizações culturais comunitárias da “Abya Yala” (América), que, segundo ele, está numa encruzilhada.
“Há dois futuros possíveis para nosso continente: ser uma zona liberada para o extrativismo, a violência, a desigualdade e a pobreza; ou ser uma região com a rede de economias colaborativas e comunitárias mais poderosas do planeta. É uma possibilidade, uma potencialidade. Nosso destino como continente está ligado à luta pela vida e isso implica uma relação distinta com a mãe natureza, com a produção de alimentos, com outros tipos de tratamentos de saúde e de educação”, explicou. “Outro desafio que temos é o de ser protagonistas de um modelo de desenvolvimento baseado na democracia participativa. Em uma economia social, na cultura viva comunitária, num modo de abordar a vida que seja mais colaborativo que competitivo.”
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⇒ Confira o vídeo da transmissão no canal do IberCultura Viva no YouTube
14ª Reunião do Conselho Intergovernamental termina com acordos e o anúncio da adesão da República Dominicana
Em 28, nov 2024 | Em Conselho Intergovernamental, Destaque, Notícias | Por IberCultura
A 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental da IberCultura Viva terminou nesta quarta-feira, 27 de novembro, em Brasília, com importantes avanços para fortalecer a cultura comunitária na Ibero-América. Entre os acordos firmados, foram aprovadas estratégias e recursos para ampliar o impacto do programa em 2025, como a ampliação de alianças, a promoção de pesquisas acadêmicas ligadas ao conhecimento popular, o fortalecimento de temas como a cultura infância e a implementação de iniciativas culturais ações alinhadas com os desafios da emergência climática.
Também foi definida a realização do 5º Encontro de Redes IberCultura Viva no âmbito da TEIA, o encontro nacional de Pontos e Pontões de Cultura, que se realizará em Vitória (Espírito Santo) entre setembro e outubro de 2025. A ideia é que participem deste encontro representantes de redes culturais comunitárias selecionadas nos Editais IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo.
Um dos destaques desta 14ª Reunião do CI foi o anúncio da adesão formal da República Dominicana ao Conselho Intergovernamental, após um ano de participação como país convidado, somando um total de 13 países membros. Henry Mercedes Vales, diretor geral de Mecenato do Ministério da Cultura da República Dominicana, anunciou a decisão do país de se incorporar ao programa, na abertura deste encontro presencial, na terça-feira (26/11).
O primeiro dia foi dedicado à apresentação de relatórios: o informe financeiro, por Marcos Acle, gerente de Cooperação do Escritório Sub-regional da Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB) para o Cone Sul; e o de gestão, por Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva. As pessoas participantes também traçaram um panorama das políticas culturais de base comunitária que se desenvolvem nos seus territórios. Ao longo da tarde foram apresentados os avanços e desafios de iniciativas como os programas Pontos de Cultura (no caso do Chile, Pontos de Cultura Comunitária), os Semilleros Creativos (no México), as Becas Taller (na Costa Rica) e as Usinas Culturales (do Uruguai).
O segundo dia começou com o convite de Giselle Dupin, coordenadora de Promoção da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil (MinC) e representante técnica da presidência do programa, para que as/os representantes dos países membros inscrevam propostas e eventos para comemorar os 20 anos da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO. Entre outros objetivos, esta convenção procura promover o diálogo entre culturas, a fim de garantir intercâmbios culturais mais amplos e equilibrados em favor do respeito intercultural e de uma cultura de paz, bem como promover a interculturalidade, com o espírito de construir pontes entre os povos.
Em seguida, Sara Díez Ortiz de Uriarte, técnica do Espaço Cultural Ibero-Americano, comentou alguns marcos da Cooperação Ibero-Americana. Destacou, por exemplo, a 29ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Cuenca (Equador) nos dias 12 e 15 de novembro, com o lema “Inovação, Inclusão e Sustentabilidade”. Esta edição resultou num robusto programa de ação e a Espanha assumiu a secretaria pro tempore da Conferência Ibero-Americana.
A representante da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) também falou sobre a Mondiacult 2025, a Conferência Mundial da UNESCO sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável, que se realizará em Barcelona no final de setembro; o 9º Congresso Ibero-Americano de Cultura, que acontecerá no Chile em abril de 2025, tendo como tema a inteligência artificial, e a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que será em Sevilha (Espanha) nos dias 30 de junho e 1º de julho.
Norma Cruz, representante técnica da Secretaria de Cultura do Governo do México no programa, apresentou a proposta do Grupo Impulsor para o 6º Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias, que será realizado de 11 a 16 de abril de 2025 em Cherán, Michoacán. Segundo ela, Cherán foi o local escolhido para esta edição porque, histórica e politicamente, esta comunidade camponesa é um exemplo de autogoverno e de luta para defender territórios. “Pela sua autonomia e, sobretudo, por ser um exemplo de organização”, ressaltou.
João Pontes, diretor da Política Nacional de Cultura Viva e representante do Brasil no IberCultura Viva, apresentou um relatório sobre a TEIA 2025, as edições anteriores e os temas propostos. Ele comentou que nesta edição a intenção é abordar temas como justiça climática e bem viver, integração de Pontos de Cultura, economia solidária e cultura alimentar, entre outros. A ideia é que este evento seja preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Diego Benhabib, consultor de redes e formação da Unidade Técnica, comentou a participação da presidenta do IberCultura Viva, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil, Márcia Rollemberg, no 1º Encontro Internacional de Cultura Infância, realizado em outubro em Córdoba (Argentina). Nesta ocasião, ela assinou uma carta de compromisso para formar um grupo de trabalho para promover o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para as crianças.
Tendo em conta a relevância de iniciativas como os Semilleros Creativos, promovidos no México por meio do programa Cultura Comunitária, a presidência propôs a criação de um grupo de trabalho (GT) para dar continuidade e viabilizar este compromisso que foi assinado com a Agência Cultura Córdoba e o programa Ibercena. A secretária técnica do IberCultura Viva, Flor Minici, destacou que serão criados dois GTs de Participação Social: o GT Cultura Infância e o GT Tesouros Vivos, também citados no dia anterior. Em seguida, Minici apresentou a proposta do Plano Operacional Anual (POA 2025).
No POA 2025 está prevista a sétima edição do concurso de curtas audiovisuais do programa (o último foi lançado em 2021, com o tema “Juventude e cultura comunitária”). O CI aprovou que esta edição seja realizada sob o tema “Tesouros Vivos, Saberes e Tradições”, com ênfase nos povos originários, indígenas e de matriz africana.
Além disso, o plano foi aprovado com a indicação de que o Edital de Mobilidade 2025 apoie a realização do 6º Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias, com a opção de as organizações participarem também do Seminário Internacional de Experiências de Gestão em Políticas Culturais de Base Comunitárias na América Latina e Ibero-América, proposta pelo Instituto Latino-Americano para a Promoção da Cultura Viva Comunitária.
Os participantes do CI também aprovaram a criação da Rede Educativa IberCultura Viva, a ser integrada por qualquer instituição de ensino com constituição jurídica formal, de gestão pública, privada ou comunitária, do Espaço Ibero-Americano.
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Leia a ata da 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental
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Começa a 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva em Brasília
Em 26, nov 2024 | Em Conselho Intergovernamental, Destaque, Notícias | Por IberCultura
(Fotos: LR Fernandes)
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A 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, que antecede o seminário comemorativo dos 10 anos do programa, começou nesta terça-feira, 26 de novembro, na sede do Banco do Brasil, em Brasília. Estão presentes representantes dos governos de 9 dos 12 países membros, além da República Dominicana, que participou das atividades do IberCultura Viva durante um ano como país convidado, e que esta manhã anunciou sua incorporação ao Conselho Intergovernamental de forma plena.
Participam deste encontro 25 pessoas, entre elas representantes da Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB) e da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID). A programação, que continua nesta quarta-feira (27/11), inclui a revisão dos resultados obtidos em 2024; apresentações de experiências nacionais em políticas culturais de base comunitária e debates sobre os desafios e oportunidades para fortalecer o programa nos próximos anos.
A reunião teve início com a projeção de um vídeo comemorativo dos 10 anos do IberCultura Viva, com depoimentos de pessoas de diversos países que participaram desta trajetória. Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil e presidenta do IberCultura Viva, abriu o encontro emocionada, lembrando que estava no início do programa (foi a primeira presidenta, em 2014) que hoje se destaca “pelo seu propósito, sua missão, por nos unir culturalmente como região”.
Ao dar as boas-vindas às pessoas participantes, a presidenta destacou que a ideia desta programação comemorativa, que inclui o lançamento de uma publicação que detalha os resultados desta primeira década de atividades, foi de “tecer memórias, celebrar o programa e ampliar a cooperação na expectativa de mais 10 anos de boas travessias, para que possamos somar mais países, aperfeiçoar os mecanismos de cooperação e avaliar seu impacto”.
Esteban Campero, diretor do Escritório Sub-regional da SEGIB para o Cone Sul, comentou os 10 anos de história e desafios desta “iniciativa muito viva, desta comunidade que se desenvolveu como um modelo positivo, um modelo do que significa cooperação entre países, trabalhar em conjunto”. “Estamos muito orgulhosos de acompanhar este caminho”, afirmou o diretor, destacando ainda “que não há desenvolvimento sustentável se não o fizermos com enfoque na cultura”.
Sara Díez Ortiz de Uriarte, técnica do Espaço Cultural Ibero-Americano (SEGIB), destacou a comemoração dos 10 anos do IberCultura Viva e também dos 20 anos da Cultura Viva no Brasil. Mencionou a importância de continuar fortalecendo os instrumentos de cooperação “que tantas alegrias trouxeram nestes 10 anos, como uma construção política, técnica e de muitos afetos”. “IberCultura Viva é um programa de defesa do bem comum, de aprofundamento democrático. Num panorama mundial de questionamento dos Estados democráticos, dos direitos humanos, é fundamental continuarmos nesta tarefa”, observou.
Marianela Riquelme Aguilar, chefa do Departamento de Cidadania Cultural do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile e vice-presidenta do IberCultura Viva, destacou o fato de que o seu país tem percorrido desde o início este caminho longo e muito satisfatório. “IberCultura Viva permitiu-nos ter um apoio programático político regional que dá substância às políticas culturais de base comunitária em muitos países. Foi um espaço de resistência também quando os vaivéns políticos não eram favoráveis, e nos permitiu fortalecer um programa no Chile que hoje conta com cerca de 500 Pontos de Cultura Comunitária em todo o território nacional”, afirmou.
Além de parabenizar os 20 anos da Política Nacional de Cultura Viva no Brasil, a representante do Chile expressou sua alegria em reencontrar as e os companheiros para “podermos juntos traçar uma nova década de desafios e apoios”. Disse também que recentemente o Senado da República do Chile aprovou um orçamento histórico para a cultura. “Poderíamos dizer para o Ministério das Culturas, mas no final das contas é para as comunidades, para os diferentes setores artísticos e culturais do nosso país e, certamente, para toda a sociedade”, acrescentou.
Norma Cruz, representante técnica do governo do México, mencionou as recentes mudanças de governo em seu país e expressou seu contentamento por estar no “segundo andar de um projeto político”, o que implicaria a continuidade dos projetos de Cultura Comunitária. Também destacou que “embora estejamos comemorando 10 anos, a cultura viva comunitária existe há milênios, as práticas culturais fazem e fazem parte da vida há milênios”.
Ao falar do poder “impressionante” da cultura, chamou a atenção para o que foi criado em conjunto no IberCultura Viva e referiu-se às plataformas de cooperação como importantes espaços de troca de experiências, de oportunidades, para saber quais projetos ter em conta. “A experiência brasileira tem sido a ponta de lança do movimento de Cultura Viva Comunitária e isso é algo que celebramos e valorizamos porque tem sido um impulso para o programa Cultura Comunitária no México”, afirmou.
João Pontes, diretor da Política Nacional de Cultura Viva no Brasil, recordou emocionado que vem participando desse processo desde o seu início, primeiro acompanhando como representante de um Ponto de Cultura, depois como representante de governo local (estado do Rio Grande do Sul) e hoje como representante do país no programa. “O fato de o Brasil ter retomado a política de Cultura Viva é motivo de muito orgulho para nós. É uma emoção estar de volta”, disse ele.
Segundo ele, por tudo que o Brasil passou em um período recente, de retrocesso em relação às políticas culturais, o IberCultura Viva pode ser visto como “uma importante esfera de resistência e articulação, não só de políticas públicas, mas de organizações de base comunitária, “que são as principais forças que garantem a promoção da democracia, da liberdade e da diversidade”. “Mesmo nas situações mais adversas, o programa desempenha um papel importante no apoio e na articulação de redes”, observou.
Pontes destacou ainda que os 20 anos da Cultura Viva no Brasil estão sendo completados no melhor momento desta política, uma vez que as estratégias de fomento têm permitido uma capacidade de investimento nunca vista antes no país. “Especialmente por conta da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que foi aprovada no Congresso Nacional e tem duração de cinco anos, esperamos fomentar pelo menos 12 mil Pontos de Cultura, com cerca de 78 milhões de dólares. Este é um momento importante e estratégico. Que não tenhamos apenas experiências pontuais, mas que possamos afirmar políticas culturais de base comunitária com uma escala de impacto nas políticas como um todo, nas políticas de saúde, nas políticas de educação”, afirmou.
Esta primeira manhã de trabalho foi também dedicada à apresentação de relatórios. Marcos Acle, gerente de Cooperação do Escritório Sub-regional da SEGIB para o Cone Sul, apresentou o relatório financeiro 2023-2024; Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, a gestão correspondente ao ano de 2024, com destaque para as atividades e produtos que foram realizados para comemorar os 10 anos do IberCultura Viva.
A programação da tarde buscou traçar um panorama desses 10 anos de políticas de base comunitária. Neste momento da reunião, destinado ao intercâmbio de informação e experiências, todos os representantes dos países membros falaram sobre o estado atual das políticas que se desenvolvem em seus territórios, os avanços e desafios de iniciativas como os programas Pontos de Cultura (no caso de Chile, Puntos de Cultura Comunitaria), os Semilleros Creativos (no México), fundos como Becas Taller (de Costa Rica) e as Usinas Culturales (no Uruguai).
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Manifesto: IberCultura Viva + 10 anos
Em 26, nov 2024 | Em Destaque | Por IberCultura
[Tecer Memórias, Celebrar a Diversidade, ampliar redes e construir o futuro]
O IberCultura Viva completou uma década em 2024! Mais do que celebrar o êxito do programa de cooperação entre países, os 10 anos do IberCultura Viva são um convite para cada nação integrante puxar o fio e tecer a memória de suas experiências com a Cultura Viva e refletir sobre esse movimento de entrelaçar as políticas culturais de base comunitária na Ibero-América. Mas, o fio desta história é ancestral; começa com os modos de vida, tradições, saberes e fazeres dos povos originários e de matriz africana. Como o próprio nome desta política sugere: a cultura é viva, pulsante e está em constante transformação nas comunidades, seja nos centros urbanos, nas áreas rurais, em todos os biomas, nas periferias. Portanto, celebrá-la é um exercício de reflexão dos países sobre suas identidades e diversidade cultural.
É também um chamado para a reafirmação da autonomia e do protagonismo dos grupos culturais, que tanto contribuem para o bem-viver, a transformação social e a conexão entre as pessoas nos locais onde atuam. Essas iniciativas culturais são a representação das raízes culturais mais profundas da sociedade, mas também da inovação, da força da criatividade, com suas múltiplas manifestações e linguagens.
Isso é a Cultura Viva Comunitária, hoje presente com políticas ativas em 13 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, México, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. Embora esses territórios sejam tão diversos e até mesmo separados pela geografia, eles se unem em suas histórias e perspectivas e pelo entendimento comum sobre a importância das culturas existentes nas comunidades. Essa conexão ultrapassa o campo das ideias e se materializa em encontros presenciais, diálogos, ações conjuntas e o intercâmbio cultural entre os agentes e as redes de organizações comunitárias, de Pontos de Cultura.
Quando se fala em IberCultura Viva, é preciso pensar além das representações governamentais dos Estados membros. Assim como na natureza, onde cada árvore, rio e ser vivo desempenha um papel essencial no equilíbrio do ecossistema, todos os grupos culturais fortalecidos, fazedores e fazedoras de cultura, pessoas impactadas por essas ações e suas experiências compõem essa grande teia Cultura Viva que se formou na região ibero-americana.
O momento de resgatar a história tecida com a Cultura Viva inevitavelmente nos leva a pensar no futuro, assim como uma flecha, que quanto mais a puxamos para trás, mais a projetamos para a frente. Dessa analogia indígena, surge a pergunta: qual o mundo que almejamos alcançar?
Embora a cultura não seja um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, ela dá significado a todos eles, pois a cultura é a forma de compreender o mundo e a própria existência, de respeitar as diferenças e ampliar o olhar sobre a humanidade. Além disso, a Cultura Viva tem em seu DNA o compromisso de preservar e promover o acesso aos saberes e práticas advindas especialmente dos povos indígenas e de matriz africana, que se veem como parte da natureza, possuem cosmovisão diferenciada e há séculos dominam essa relação mais harmônica na qual os seres humanos são parte da natureza.
Vamos seguir lado a lado, trabalhando irmanados, construindo o Ibercultura Viva que traz resultados muito positivos nessa trajetória. Agora miramos no horizonte e lançamos com força a flecha adiante, para conquistar mais uma década de travessia, com cooperação, política cultural de base comunitária e participação social.
Vamos seguir tecendo esse futuro, linha a linha, ponto a ponto, numa grande teia para enfrentar os desafios da emergência climática, para habitarmos um mundo cada vez mais sustentável, igualitário, sem preconceitos e guiado por valores democráticos e de justiça social.
Viva a Cultura Viva!
Viva as comunidades!
Viva os pontos de Cultura!
Viva os países do IberCultura!
Viva a Cooperação Ibero-Americana!
IberCultura Viva celebra 10 anos com seminário
Em 24, nov 2024 | Em Destaque, Notícias, Seminários | Por IberCultura
O seminário comemorativo do Programa IberCultura Viva, que ocorrerá de 27 a 28 de novembro em Brasília, marcará uma década de transformação cultural, integração e colaboração entre os países ibero-americanos. Com o objetivo de refletir sobre os resultados alcançados e os desafios, o evento reunirá gestores culturais, representantes da sociedade civil, artistas e pensadores para dialogar sobre o futuro da cooperação. A cerimônia de abertura, na quarta-feira (27/11), às 19h, contará com a participação da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes.
Durante três dias de atividades, o seminário destacará os avanços e impactos do programa, que, ao longo de 10 anos, tem promovido o fortalecimento das políticas culturais de base comunitária, valorizando as manifestações culturais locais e ampliando redes de cooperação entre os países. O programa é presidido atualmente pela secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Márcia Rollemberg. Para ela, além de reconhecer e fomentar o protagonismo dos grupos culturais, o IberCultura Viva tem sido um motor para políticas públicas que promovem direitos culturais e estimulam a participação social.
Márcia acredita que o movimento de cultura viva oferece soluções essenciais para desafios contemporâneos. “No âmbito da Cooperação Ibero-americana, lidamos com uma grande diversidade de modos de vida e visões de mundo. Aprendemos imensamente com essas comunidades, que são guardiãs de saberes ancestrais e têm valores gregários, comunitários e solidários muito fortes. Esses ensinamentos nos fornecem ferramentas para enfrentar questões globais como a emergência climática. De fato, esse será um dos principais focos do IberCultura Viva para os próximos anos.”
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Manifesto do IberCultura Viva
O manifesto do IberCultura Viva, que será compartilhado durante o seminário, reafirma os princípios de diversidade, inclusão e colaboração, destacando a importância de tecer redes de solidariedade capazes de expandir os horizontes culturais da Ibero-América. “O IberCultura Viva é, acima de tudo, um convite à união das culturas e à construção de um futuro coletivo, onde a participação ativa de todas as comunidades e indivíduos é essencial para a criação de um mundo mais justo e plural”, destaca o texto.
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Gestão brasileira
De 2024 a 2027, o Brasil lidera mais uma vez a presidência do Programa IberCultura Viva, que já havia coordenado de 2014 a 2017, conduzindo ações que marcam uma década de conquistas e cooperação entre os países membros e apontam para o futuro. Como parte das celebrações, será realizada em Brasília a 14ª reunião ordinária do Conselho Intergovernamental, que antecederá o Seminário comemorativo.
O encontro reunirá delegados dos 12 países participantes e da República Dominicana, que atua como país convidado e deverá oficializar sua adesão à iniciativa. A programação inclui a revisão dos resultados obtidos em 2024, apresentações de experiências nacionais em políticas culturais de base comunitária e debates sobre os desafios e oportunidades para o fortalecimento do programa nos próximos anos.
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Para participar presencialmente, faça sua inscrição no link:
https://bit.ly/10anosIberCulturaViva
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⇒ Confira a programação
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Representantes de organizações e governos locais apresentam o Manual de Boas Práticas Territoriais
Em 17, nov 2024 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
Nesta sexta-feira, 15 de novembro, será apresentado o Manual de Boas Práticas Territoriais, uma iniciativa do Município de Alajuelita (Costa Rica) que foi construída coletivamente por representantes de governos locais e organizações culturais comunitárias da Costa Rica, Equador, México, Argentina e Chile.
Este é um dos projetos que se realizaram em 2024 com o apoio da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. A proposta buscou desenvolver de forma colaborativa um manual baseado em experiências e conhecimentos gerados por meio de ações interculturais e visões de mundo pactuadas pelos governos locais que fazem parte da rede.
Para isso, nos meses de setembro e outubro foram realizadas discussões e mesas de trabalho, com o intuito de documentar práticas que pudessem ser replicadas e adaptadas a diferentes realidades territoriais. Algumas das pessoas que acompanharam estas atividades participarão da apresentação que será feita amanhã na Câmara Municipal de Alajuelita.
📌 Acompanhe a transmissão pelo Facebook da Municipalidade de Alajuelita a partir das 19h (Costa Rica/México; 20h no Equador/Colômbia; 22h na Argentina/Brasil/Chile).
https://www.facebook.com/municipalidadalajuelita/videos/8630301170398136
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IberCultura Viva, Iber-Rutas e Ibercocinas anunciam as receitas ganhadoras de Sabores Migrantes Comunitários
Os programas IberCultura Viva, Iber-Rutas e Ibercocinas divulgaram nesta quarta-feira, 13 de novembro, a lista com as 13 receitas e práticas culinárias ganhadoras do concurso Sabores Migrantes Comunitários 2024. As propostas selecionadas receberão um reconhecimento como ‘Boa prática de cozinha migrante comunitária ibero-americana’ e um apoio de 600 dólares cada.
Esta convocatória é uma iniciativa conjunta de Ibercocinas, Iber-Rutas e IberCultura Viva, três programas de cooperação vinculados à Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), que com esta proposta buscam promover a reflexão e expressão da migração e sua relação com os alimentos, a cozinha tradicional e a comunidade. Ao dar visibilidade aos modos de ver, fazer, sentir e pensar das comunidades migrantes, também se espera contribuir para a diminuição dos níveis de preconceito e discriminação.
As inscrições para esta sexta edição do concurso estiveram abertas na plataforma Mapa IberCultura Viva entre os dias 13 de setembro e 18 de outubro. Para participar era necessário ser maior de 18 anos, ter origem ibero-americana e viver em algum país diferente do país de origem, ou ser descendente de pessoas migrantes até segundo grau de parentesco (pai/mãe, avô/avó). As pessoas interessadas tinham que enviar uma receita de sua comunidade de procedência, a história por trás dela, e a forma como essa prática culinária se insere na comunidade de acolhida. Este ano, as receitas deveriam ser enviadas em um vídeo de até 2 minutos de duração.
Vinte e três pessoas enviaram suas inscrições e passaram para a etapa de avaliação do concurso. A seleção seguiu os critérios estabelecidos no regulamento, como a representatividade da preparação para a comunidade de origem e a experiência de inserção na comunidade receptora. As apresentações realizadas por mulheres, jovens de 18 a 35 anos, assim como pessoas indígenas, afrodescendentes e/ou campesinas, foram consideradas com maior pontuação. Assim como aquelas realizadas por pessoas de comunidades que se encontram em movimento, ou que estão transitando pelo processo de migração em um refúgio.
As pessoas que tiveram suas postulações selecionadas nasceram nos seguintes países: Bolívia (1), Colômbia (4), Equador (1), El Salvador (1), México (1), Peru (1) e Venezuela (4). Os países de residência que constam na lista de postulantes selecionados são: Argentina (1), Brasil (5), Colômbia (2), Costa Rica (2), Espanha (2) e Peru (1).
As pessoas responsáveis pelas propostas selecionadas serão contatadas pela Unidade Técnica de IberCocinas, IberCultura Viva ou Iber-Rutas para dar seguimento à tramitação para a concessão dos reconhecimentos e do pagamento do apoio financeiro. Todas as pessoas que tiveram suas práticas culinárias selecionadas deverão prepará-las em sua comunidade e enviar um depoimento aos programas organizadores, dentro dos 30 dias posteriores ao recebimento do prêmio.
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Confira a lista de propostas selecionadas
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Leia também:
Programa Pontos de Cultura do Chile anuncia três novas sessões de capacitação destinadas a organizações comunitárias e agentes culturais
Em 31, out 2024 | Em Formação, Governos Locais, Notícias, Países membros | Por IberCultura
Com o objetivo de proporcionar conhecimento sobre direitos humanos e fortalecer o vínculo social de organizações e agentes culturais locais, o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio e a Rede de Cidades e Governos Locais do Chile abriram inscrições para três novas sessões de capacitação, em formato virtual, no âmbito do Ciclo de Diálogos e Oficinas para os Pontos de Cultura Comunitária.
Na quinta-feira, 7 de novembro, das 17h às 18h30, será ministrada a palestra “Enfoque de Direitos Humanos na Cultura Comunitária”, por Francia Jamett, da Unidade de Cultura, Memória e Direitos Humanos da Subsecretaria das Culturas e das Artes. Esta formação procura fornecer conhecimentos e ferramentas para incorporar a abordagem e os princípios das políticas públicas de direitos humanos na ação cultural comunitária e em iniciativas que promovam estes valores. (As inscrições podem ser feitas neste link)
A seguir, a Rede de Cidades e Governos Locais preparou duas sessões de capacitação que pretendem contribuir para o fortalecimento da gestão e vinculação social das organizações comunitárias culturais locais:
- Quinta-feira, 14 de novembro, das 17h às 18h30: “Metodologias participativas para o trabalho territorial comunitário no campo cultural”, do psicólogo Marcelo Rodríguez, especialista em psicologia socioambiental-comunitária. (Inscrições neste link)
- Quinta-feira, 21 de novembro, das 17h00 às 18h30: “Estratégias territoriais de comunicação e difusão do trabalho cultural comunitário”, da jornalista Alejandra Villarroel, especializada em Cultura e Direitos Humanos. (Inscrições neste link )
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Anti-racismo e igualdade de gênero
O ciclo é composto por quatro módulos com temas que abordam inclusão, igualdade de gênero, respeito pelos direitos humanos e a cultura viva comunitária.
O primeiro módulo, “Anti-racismo na gestão comunitária”, foi realizado no dia 26 de setembro com uma discussão virtual facilitada por Julieth Micolta, ativista afro-colombiana e educadora popular. A atividade foi organizada com o apoio do programa Interculturalidade e Inclusão de Migrantes, do Departamento de Cidadania Cultural. Este espaço procurou sensibilizar e formar as pessoas participantes sobre a importância de incorporar uma perspetiva antirracista na gestão cultural, promovendo um ambiente inclusivo e equitativo.
“Viver a cultura comunitária e os desafios para a igualdade de género” foi o segundo módulo, desenvolvido entre 3 e 24 de outubro, quando foram exploradas questões pendentes que hoje se enfrentam na luta pela igualdade de gênero, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. A iniciativa foi realizada em conjunto com a Seção de Participação, Gênero e Inclusão do MinCAP e ONU Mulheres Chile. Por meio de oito oficinas virtuais, foram compartilhadas ferramentas práticas para criar ambientes de trabalho livres de violência de gênero e integrar a perspectiva de gênero e diversidade em projetos culturais.
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(Texto e foto: Ministério das Culturas, Artes e Patrimônio)
Conversas latino-americanas: O que as universidades podem fazer pela cultura comunitária?
Em 30, out 2024 | Em Notícias, Universidades | Por IberCultura
A Universidade Nacional de La Pampa (Argentina), em conjunto com a rede do Encontro de Universidades para a Cultura Comunitária (EUCC), organiza uma série virtual chamada “Conversas Latino-Americanas: O que podem fazer as universidades pela cultura comunitária?”.
A iniciativa, que conta com o apoio do programa IberCultura Viva, surge na área de trabalho compartilhado entre as universidades nacionais da Argentina que fazem parte da rede EUCC. A intenção é possibilitar um espaço de troca, comunicação, construção de visões compartilhadas dos países da região e o desafio de abordar a questão que une essa rede nos espaços de ensino, pesquisa e extensão.
Nesta primeira edição do ciclo serão realizados três encontros virtuais de acesso gratuito e público com participantes da Argentina, Equador, Peru e México. Entre essas pessoas estão membros do Grupo de Trabalho sobre Sistematização e Divulgação de Práticas e Metodologias de Políticas Culturais de Base Comunitária (GT de Sistematização) do IberCultura Viva.
O primeiro encontro está marcado para sexta-feira, 8 de novembro, às 16h na Argentina e no Brasil (14h do Equador e Peru, 13h do México), com a participação de Lucía Colombato, secretária de Cultura e Extensão Universitária da UNLPam (Argentina), e Paola de la Vega Velastegui (Pontifícia Universidade Católica do Equador, PUCE), e moderação de Aldana Ostolaza (Universidade Nacional do Noroeste do Província de Buenos Aires, Argentina).
Na sexta-feira, dia 22, às 16h na Argentina e no Brasil (14h no Equador e Peru, 13h no México), com moderação de Isabel Ampuero (Universidade Nacional da Patagônia Meridional – U.A. Río Gallegos, Argentina), a conversa será com Diego Pigini (Universidade Nacional de Córdoba, Argentina), Rocío Orozco Sánchez (ITESO, México) e Guillermo Valdizán Guerrero (Más Cultura Más Perú) discutirá, Peru).
No terceiro encontro, moderado pelo coordenador da Reitoria Geral do Pico (Universidade Nacional de La Pampa, Argentina), Lisandro Hormaeche, participam Estefanía Schneider (Universidade Nacional do Litoral, Argentina), Elena Román (Universidade Autônoma do Cidade do México) e Daniel Zas (Escola Popular de Música, Argentina). Esta conversa será na sexta-feira, 29 de novembro, a partir das 16h da Argentina e do Brasil.
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Consultas: coordinadorgp@unlpam.edu.ar
Formulário de inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd_uddrtM606K246zo0zImeNgI7i6NrufKCMureIZo2K8pCmA/viewform