Puntos de Cultura
Ministério das Culturas do Chile abre convocatórias de apoio aos Pontos de Cultura para a recuperação de espaços públicos e bairros afetados
Em 12, jun 2024 | Em Notícias | Por IberCultura
O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, por meio do programa Pontos de Cultura Comunitária do Departamento de Cidadania Cultural, anunciou nesta segunda-feira, 10 de junho, a abertura de duas Convocatórias de Apoio a Pontos de Cultura para o ano de 2024.
As chamadas procuram fortalecer o trabalho e a gestão de redes entre diferentes Pontos de Cultura e apoiar comunidades afetadas por diversas adversidades. Por meio desses processos, todas as organizações validadas como Pontos de Cultura Comunitária no país são convidadas a participar em ambas as linhas de financiamento.
“Para o nosso ministério, é muito relevante lançar as Convocatórias de Apoio aos Pontos de Cultura Comunitária porque são chamamentos que, além de promover a integração e a convivência social, contribuem para a revitalização das comunidades e apoiam a recuperação dos espaços públicos, o que é essencial para fortalecer o tecido social e incentivar a participação cidadã”, afirma a ministra das Culturas, das Artes e do Patrimônio, Carolina Arredondo Marzán.
“Esta iniciativa demonstra o nosso compromisso com a segurança e reconhece a importância de prestar apoio em tempos de crise e vulnerabilidade. Além da promoção da cultura e da arte como ferramentas para a reconstrução e fortalecimento comunitário em contextos difíceis, é uma abordagem necessária para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, acrescenta a ministra.
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Apoio aos Planos de Articulação
A primeira é uma convocatória de Apoio aos Planos de Articulação que visa apoiar a gestão de redes entre Pontos de Cultura. As organizações reconhecidas podem ter acesso a financiamentos entre 15 e 50 milhões de pesos chilenos, dependendo do tempo de execução e do número de Pontos de Cultura envolvidos.
Neste caso, serão financiados Planos de Articulação desenvolvidos por um conjunto de pelo menos três Pontos de Cultura Comunitária, que respondam às necessidades de uma comunidade ou bairro, que contribuam para a recuperação de espaços públicos, estratégias de convivência e integração social ou segurança pública, para o reconhecimento e a coesão social, a partir de ações artísticas, culturais e/ou patrimoniais. Esta chamada estará aberta até o dia 30 de julho.
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Apoio às comunidades ou bairros afetados
A segunda é uma convocatória dirigida a Pontos de Cultura Comunitária cujas propostas visam apoiar comunidades ou bairros afetados por ações adversas, como incêndios, inundações, terremotos e tempestades, bem como por ações de violência que afetam a segurança pública.
A chamada financiará projetos socioculturais, com valores entre 5 e 30 milhões de pesos chilenos, dependendo do tempo de execução e do número de bairros ou setores beneficiados.
Esta chamada é feita através da modalidade “janela aberta”, até que os recursos se esgotem. São consideradas as seguintes datas limite para recebimento de projetos: até às 17h dos dias 20 de junho, 24 de julho, 23 de agosto, 23 de setembro e 23 de outubro de 2024.
Para se inscrever em ambas as convocatórias e obter mais informações, acesse o site puntos.cultura.gob.cl
Pontos de Cultura na América Latina: versão em espanhol do livro de Célio Turino sai em formato digital
(Fotos: Mario Miranda Filho)
Célio Turino dedicou sua vida a pensar e executar políticas públicas em larga escala, atraído pelas ideias da cultura do encontro. Escritor, historiador e gestor cultural, foi secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura do Brasil e um dos idealizadores e do programa Cultura Viva, implantado no país em 2004 e transformado em política de Estado em 2014 com a sanção da Lei 13.018. Suas andanças pelo continente para falar sobre esse modelo de política pública “de baixo para cima” resultaram no livro Por todos los caminos: Puntos de Cultura en América Latina, que foi lançado em português em 2020 e agora ganha tradução para o espanhol com o apoio do IberCultura Viva.
A publicação será apresentada no Peru, na quarta-feira, 12 de outubro, na Feira de Saberes do 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. O lançamento será às 11:00, no Parque Cívico Santa Clara, no distrito de Ate (Lima), aberto a todas as pessoas interessadas.
A edição que sai em espanhol – em formato digital, com acesso aberto – é a tradução da edição revisada e ampliada que saiu em 2020 no Brasil, por Edições Sesc São Paulo. (Antes, em 2017, ele havia publicado uma edição mais visual, pelo Instituto Olga Kos, como um livro de arte, com o título Cultura para unir os povos: a arte do encontro). O livro agora publicado pela RGC Ediciones tem mais de 550 páginas e dois capítulos extras dedicados ao Chile e ao Paraguai.
Os capítulos que encerram a publicação foram escritos no segundo semestre de 2022, após as viagens do autor ao Chile e ao Paraguai para conhecer o trabalho e as histórias de diferentes organizações culturais comunitárias nos dois países. O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, que convidou Turino para esta visita, implementará um programa de Pontos de Cultura em 2023. No Paraguai, o convite partiu de uma organização reconhecida como Ponto de Cultura, El Cántaro Bioescuela Popular, para que ele participasse da segunda edição dos Intercâmbios de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária, realizada com o apoio da Secretaria Nacional de Cultura.
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Andanças
Desde que deixou o Ministério da Cultura do Brasil, em 2010, Célio Turino tem sido convidado a viajar para diferentes países da América Latina, para falar sobre este modelo de política pública que ajudou a criar e que estabeleceu novos parâmetros de gestão e democracia, aplicando conceitos como “Estado-rede” (Manuel Castells) e “Estado ampliado” (Antonio Gramsci). Tendo como base de apoio os Pontos de Cultura – ou seja, as entidades ou coletivos culturais certificados pelo Ministério da Cultura –, o programa apostou num processo vindo de baixo para cima, dando força e reconhecimento institucional a organizações da sociedade civil que já desenvolviam atividades culturais em suas comunidades.
Nos últimos 12 anos, foram mais de 50 viagens a países da América Latina para falar sobre Pontos de Cultura e compartilhar suas ideias sobre cultura viva comunitária, bem viver e cultura do encontro. Convidado para conferências, palestras e encontros com representantes de governos, instituições e organizações culturais comunitárias, Turino se acostumou a falar. Para este livro, no entanto, quis ouvir e observar.
Para recolher as experiências apresentadas em Por todos os caminhos, o historiador passou quatro meses de 2017 viajando, visitando comunidades, reencontrando amigos, conhecendo pessoas, ouvindo histórias, observando, anotando. Em suas andanças, do México ao Chile, do Atlântico ao Pacífico, “atravessando a América Central, com seus vulcões e memórias, passando da selva ao deserto, das planícies às montanhas, das metrópoles às cidades e vilas”, pôde observar laboratórios originais para a reinvenção da vida social, da política, da economia e da relação entre o ser humano e a natureza. Era isso o que ele queria compartilhar com este livro.
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“Livro carta”
Por todos os caminhos: Pontos de Cultura na América Latina é um “livro carta”, segundo o autor, com histórias que viu, viveu e sentiu. Uma carta com histórias de práticas ancestrais e comunitárias que nos cercam, com narrativas de personagens vivos, atuantes em seus territórios, que lhe chamaram a atenção pelo que tinham de excepcional e também pelo que tinham em comum. Uma carta ao passado, “em busca de luz e força para a reinvenção do futuro”. Uma carta ao presente, para aquelas pessoas que, diariamente, mudam o mundo a partir de suas comunidades.
“Para esse livro mudei o meu papel, fui um escutador e na escuta me esforcei em transmitir as histórias como um narrador, oferecendo elementos para que as pessoas pudessem penetrar nessas histórias, conhecendo as pessoas e suas formas de pensar e agir. Nos tempos atuais fala-se muito de identidades, mas identidade sem alteridade não gera solidariedade e emancipação coletiva. Com o livro procurei demonstrar que é possível fazer com que alteridade e identidade caminhem lado a lado”, comentou o autor em entrevista ao IberCultura Viva.
A publicação está dividida em duas partes. Na primeira, mais teórica, o autor explica os conceitos fundamentais e tenta demonstrar como a cultura viva é realizada a partir de equações matemáticas. Na segunda parte, dedicada a histórias de vida e processos culturais promovidos por organizações em seus territórios, ele muda sua forma de escrever, posicionando-se como um narrador que vai alinhavando pontos de identidade ancestral e contemporânea dos diversos países por onde passou, falando de “pessoas comuns” e sua capacidade de mudar suas realidades. “Comum talvez não seja a palavra mais adequada, embora esse seja o conceito historiográfico, porque são pessoas e histórias extraordinárias”, diz.
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Compromisso
A decisão de financiar a tradução do livro para o espanhol foi acordada* na 12ª Reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, realizada no México nos dias 24 e 25 de março de 2022. Para os e as representantes dos países membros do IberCultura Viva, este apoio reforça o compromisso dos governos com as organizações culturais comunitárias, sujeitos principais com os que se trabalha no programa, e em particular com os Pontos de Cultura, que são a principal referência de política cultural de base comunitária no Espaço Ibero-americano.
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. Onde baixar a versão em espanhol: https://bit.ly/PorTodosLosCaminos
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(*) Considerada uma importante contribuição para a constituição do sistema de informação cultural que promove o programa, a tradução para o espanhol deste livro faz parte da atividade “Promoção para a realização de estudos e pesquisas sobre políticas culturais de base comunitária”, prevista no Plano Operativo Anual (POA 2022).
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Confira o vídeo editorial do SESC-SP em que Célio Turino fala sobre o livro
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Leia também:
Scholas Occurrentes e Cultura Viva: el arte do encontro em um projeto do Papa Francisco
Pontos de Cultura: Cultura Viva em Movimento (RGC Ediciones, 2013)
Cultura Federal: encontro reúne representantes de 25 Pontos de Cultura da província de San Juan, na Argentina
Em 01, jun 2022 | Em Notícias | Por IberCultura
Representantes de cerca de 25 organizações comunitárias da província de San Juan, na Argentina, participaram do Encontro de Puntos de Cultura que se realizou na sexta-feira, 27 de maio, no âmbito de Cultura Federal, uma iniciativa do Ministério de Cultura para reforçar a federalização, a diversidade e a inclusão em todo o território argentino.
A jornada de trabalho e intercâmbio de experiências contou com uma roda de conversa sobre a VIII Convocatória de Pontos de Cultura – que sairá em breve -, um painel com clubes de bairro e bibliotecas populares, uma oficina e uma mesa de reflexão sobre prevenção das violências de gênero em projetos e espaços culturais, a cargo do Ministério das Mulheres, Gêneros e Diversidade, entre outras atividades.
Participaram do encontro Federico Prieto, secretário de Gestão Cultural do Ministério de Cultura da Nação; Laura Bianchi, diretora nacional de Diversidade e Cultura Comunitária, e Diego Benhabib, coordenador de Pontos de Cultura, além de responsáveis regionais do programa.
“Foi um encontro muito produtivo para o programa Pontos de Cultura, que está trabalhando na articulação em rede e na potência que gera a cultura comunitária para a vida das comunidades”, destacou Benhabib ao encerrar a jornada.
(Fonte: Puntos de Cultura de Argentina)
Programa Pontos de Cultura da Argentina completa 10 anos
Em 22, jun 2021 | Em Notícias | Por IberCultura
Em 22 de junho de 2011 foi criado o Programa Pontos de Cultura na Argentina. São 10 anos apoiando a cultura comunitária, construindo no território, acompanhando projetos coletivos e fortalecendo a cultura solidária em todo o país.
Para celebrar esses 10 anos de atividades, em breve se realizará o Encontro Nacional de Pontos de Cultura 2021. A programação contará com conversatórios, grupos de trabalho, encontros regionais e de articulação em rede, fóruns e oficinas.
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O programa Pontos de Cultura surgiu no âmbito de um projeto nacional e popular, com o objetivo de acompanhar coletivos e organizações sociais que desenvolvem projetos comunitários, apoiando o trabalho de base, a participação, a formação e o fortalecimento das redes locais, regionais e nacionais que sustentam o tecido social.
Baseado no programa Cultura Viva, surgido no Brasil no ano de 2004, Pontos de Cultura veio para reestruturar e aprofundar as experiências de apoio a organizações sociais e comunidades indígenas desenvolvidas até o momento, sistematizando uma política cultural e gerando um contato perdurável e planejado com elas, para que suas iniciativas sejam sustentáveis no tempo.
Nesta década de trabalho, foram realizadas seis convocatórias públicas – com um investimento de mais de 260 milhões de pesos argentinos. Atualmente, a Rede Nacional de Pontos de Cultura conta com organizações de todo o país.
O programa não apenas oferece subsídios para levar adiante projetos, mas também assessoramento para sua apresentação e execução; ferramentas de capacitação; encontros regionais e nacionais com a possibilidade de trabalhar em rede junto aos Pontos de todo o país, para fortalecer e multiplicar seu impacto transformador. Todas as novas organizações que se integram ao programa formam parte da Rede Nacional de Pontos de Cultura. Porque cada trabalho se potencializa estando em contato com outros, compartilhando seus relatos e suas experiências.
Leia a notícia publicada no site Identidades, do Ministério de Cultura
Consultas: puntos@cultura.gob.ar
Encontros de alegrias: Pontos de Cultura da Costa Rica e Brasil se reúnem em festival comunitário
Em 10, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura
(Fotos: 2º FIC: Festival Internacional Comunitario)
A Asociación Masaya (Teatro Más Convivencia) foi uma das organizações selecionadas na convocatória de Pontos de Cultura 2021, lançada pelo Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica. O projeto apresentado foi “Conexões Empáticas”, uma série de oficinas prévias ao 3º Festival Internacional Comunitário (FIC): Cultura Periférica, que este ano será realizado de maneira virtual, de 6 a 19 de setembro. Tanto as atividades do 3º FIC quanto as atividades “pré-FIC” contam com a participação de grupos brasileiros.
O 3º FIC é uma produção conjunta da Associação Masaya e de dois grupos da cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil): o Grupo Levante de Teatro del Oprimido e o grupo de teatro feminino negro Morro Encena. A primeira edição do festival, em 2016, ocorreu na comunidade La Carpio, na Costa Rica. A segunda, em 2019, foi realizada na sede do Grupo Iuna de Capoeira Angola, na periferia de Belo Horizonte. O Grupo Iuna criou um dos primeiros Pontos Culturais da cidade, o Dim dim dom … Berimbau chamou, eu vou, e também vai participar do 3º FIC, virtualmente.
Quem conta como se deu essa ligação entre os dois países (na verdade três, porque o intercâmbio inclui a Venezuela) é Cori Salas Correa, venezuelana que mora em Belo Horizonte (Brasil) e faz parte dos conselhos de administração da Associação Masaya e do Grupo Iuna da Capoeira Angola. “A Asociación Masaya nasceu na Venezuela em 2007, de onde eu sou; meu irmão é o cofundador desta associação e desde o início tenho apoiado o trabalho que se desenvolve a partir de Masaya. Meu irmão se mudou para a Costa Rica em 2011 e registrou a associação lá. Me mudei para Belo Horizonte, e desde 2015 venho treinando capoeira com Mestre Primo, no Grupo Iuna de Capoeira Angola”, detalha.
Convivendo sem fronteiras
Uma masaya é uma rede, uma rede individual. E foi entre 2009 e 2010, ao entrar em contato com outras comunidades da América Latina (Argentina e Brasil), que os masayeros/as perceberam que seu trabalho fazia sentido não só na Venezuela. Ricardo Salas Correa, irmão de Cori, está na Costa Rica com a Associação Masaya desde 2012, apostando no poder das ferramentas teatrais e metodologias participativas para melhorar a convivência na comunidade.
No Brasil, o Grupo Iuna, fundado em 1983, tem como objetivo promover e valorizar a capoeira angola como bem cultural. O Ponto de Cultura oferece, entre outras atividades, oficinas de capoeira gratuitas em sua sede para crianças, adolescentes e jovens do bairro da Saudade, em Belo Horizonte. “O trabalho desenvolvido pelo Grupo Iuna de Capoeira Angola está em total sintonia com a Associação Masaya e a FIC”, afirma Cori.
Em 2016, quando a primeira edição do FIC (“Convivendo sem fronteiras?!”) foi realizada na comunidade La Carpio, Cori e seu companheiro, o capoeirista brasileiro André Luiz, chegaram à Costa Rica um mês antes do festival, e ele ficou ensinando capoeira angola gratuitamente, como parte das atividades pré-FIC. Este ano, o pré-FIC contará com três oficinas voltadas para a capacitação de pessoas de organizações que são ou foram Pontos de Cultura da Costa Rica. No workshop do projeto “Conexões Empáticas” que será realizado em português, alguns dos membros do Grupo Iuna serão oficineiros.
Três perguntas para Cori Salas
1. A terceira edição do Festival Internacional Comunitário será realizada de modo virtual este ano. Que atividades estão previstas?
Sim, este ano teremos o 3º Festival Internacional Comunitário: Cultura Periférica. Damos a cada edição do festival um subtítulo que fala sobre o que queremos destacar. O primeiro FIC, que foi em La Carpio em 2016, foi “Convivendo sem fronteiras?!”. O segundo, que foi no Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, “Convivendo em liberdade?!”. O terceiro, “Cultura Periférica”, será realizado em modo virtual, de 6 a 19 de setembro de 2021.
Pela primeira vez será online e, além disso, num formato diferente. Os dois primeiros festivais duraram uma semana, com oficinas de segunda a sexta-feira, e no final de semana, apresentações culturais abertas a todos os públicos. Para este, propusemos a realização de quatro encontros entre grupos da Costa Rica, Venezuela e Belo Horizonte, Brasil. Queremos reunir grupos de artes culturais periféricas desses três países, para que eles se conectem e possamos aprender uns com os outros.
Nestes encontros, que terão tradução simultânea, queremos abordar temas de interesse comum: sustentabilidade, como trabalhar os conflitos em grupo, como a arte e a cultura nos alimentam e nos trazem esperança nestes tempos de pandemia. Fecharemos o festival com uma peña cultural (“sarau”), onde os grupos poderão compartilhar um pouco da arte e da cultura que desenvolvem.
Todos os FICs são gratuitos e abertos a todos os públicos, e buscamos que eles mesmos sejam uma experiência comunitária, a partir de sua produção. Nós que os produzimos buscamos cuidar de nossas relações, saber como somos, do que precisamos, como podemos nos apoiar, e durante o festival, por meio de gestos simples, como almoços coletivos para todas as pessoas participantes, momentos de conversa, dançando, cantando, vivenciando uma “comum-unidade”. Queremos gerar a mesma experiência, inclusive online, e esse será o nosso desafio neste terceiro festival.
2. Como surge o projeto “Conexões empáticas”?
Para contextualizar, desde o 1º FIC temos realizado atividades “Pré-FIC”, que têm sido espaços de encontro e formação no âmbito do festival, com os quais “aquecemos os motores” para o FIC. No primeiro FIC, o Pré-FIC foi apenas na Costa Rica, e no segundo FIC, embora o festival fosse no Brasil, realizamos atividades do Pré-FIC nos dois países. Este ano as atividades do Pré-FIC na Costa Rica serão aquelas que estão dentro do projeto “Conexões Empáticas”, realizado pela Asociación Masaya, e também teremos outras atividades em Belo Horizonte, Brasil, chamadas “Encontro de alegrias”.
O projeto “Conexões Empáticas”, selecionado na convocatória 2021 de Pontos de Cultura do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica, busca promover um espaço dinâmico e humano, que possibilite aprender e compartilhar ferramentas pedagógicas para sermos melhores pessoas facilitadoras, adequadas a contextos desafiadores, com o apoio das tecnologias de informação e comunicação (TICs), num ambiente de atenção constante e motivação.
São três oficinas, uma focada em como facilitar processos de grupo em vários contextos e modalidades, outra em como promover o trabalho comunitário, e a terceira, em como alimentar a empatia em nossas equipes de trabalho. Essas oficinas têm como objetivo capacitar pessoas de organizações que são ou foram Pontos de Cultura da Costa Rica. Até o momento, entre as pessoas inscritas, temos um total de 30 Pontos de Cultura. Uma dessas oficinas será ministrada em português, aberta a todos os públicos, e teremos como participantes pessoas do Grupo Iuna de Capoeira Angola, Ponto de Cultura do Brasil.
Além das formações, realizaremos entrevistas com alguns Pontos de Cultura da Costa Rica, Venezuela e Brasil. Queremos mostrar como as organizações promovem conexões empáticas através do desenvolvimento cultural.
3. Como começou a colaboração entre a Associação Masaya e o Grupo Iuna de Capoeira Angola?
Em 2016, com o Grupo Levante de Teatro del Oprimido, Asociación Masaya, Maraña (grupo de facilitadores de teatro de Espanha e Suíça) e Las Voces del Viento (grupo de teatro juvenil de La Carpio que foi fundado com o apoio de Masaya), realizamos o primeiro FIC em La Carpio, Costa Rica.
Queríamos fazer o segundo festival em Belo Horizonte, onde moro, e de onde é o Grupo Levante de Teatro del Oprimido, e a partir da minha admiração, vínculo, com o Grupo Iuna de Capoeira Angola, propusemos a Mestre Primo e Cássia, presidente do Grupo Iuna, a realização do festival na sede deste grupo. Eles nos receberam de braços abertos!
O trabalho desenvolvido pelo Grupo Iuna de Capoeira Angola está em total sintonia com a Associação Masaya e a FIC. O Grupo Iuna entende-se como um quilombo, onde todos podem fazer parte, tem como foco a preservação da capoeira angola, e oferece apoio escolar, aulas de inglês, violão, flauta e treino de capoeira angola gratuitos no seu espaço. Por meio de gestos cotidianos, como o lanche, a roda de capoeira, os espaços educativos, promove-se a experiência comunitária. Assim, realizamos o segundo festival na sua sede, onde também houve uma prática de capoeira angola e uma roda de capoeira com Mestre Primo.
É importante dizer que o FIC tem sido possível em todas as suas edições graças ao apoio de organizações comunitárias, culturais e artísticas, como o Grupo Iuna de Capoeira Angola, (na Costa Rica, com o apoio também do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica), pessoas, artistas, amigos e amigas, que doam seus trabalhos na cozinha, na produção, em oficina ou dinheiro. O FIC é produzido de forma autogerida e comunitária.
Saiba mais sobre o FIC: https://www.facebook.com/FICFestivalInternacionalComunitario
Ministro da Cultura da Argentina reúne-se com representantes dos Pontos de Cultura de diferentes províncias
Em 30, mar 2021 | Em Notícias | Por IberCultura
Para conhecer de perto a situação do trabalho cultural comunitário, o ministro da Cultura da Argentina, Tristán Bauer, está mantendo reuniões com representantes dos Pontos de Cultura em diferentes partes do país. Em uma de suas viagens em março, em Ushuaia, esteve na Biblioteca Popular Sarmiento, onde se reuniu com beneficiários/as de alguns programas como Manta, Fondo Desarrollar e Pontos de Cultura, e conheceu a experiência de artesãos, artistas de teatro, realizadores e bibliotecários que receberam apoio financeiro no último ano para dar continuidade às suas atividades.
Na província de Neuquén, o ministro se reuniu com o artesão Walter Cardozo e a artesã Daniela Rodríguez, da comunidade mapuche Lof Newen Mapu, beneficiários do programa Manta. Em seguida, realizou um encontro, na Biblioteca Popular Eliel Aragón, com beneficiários dos programas Fondo Desarrollar e Pontos de Cultura, para conhecer seus projetos e trocar experiências.
“Estamos fazendo essas viagens pelo país com a ideia de trabalharmos juntos em uma agenda comum. A pandemia tem sido muito dura para as indústrias culturais e hoje estamos reabrindo os espaços, com muito cuidado, cumprindo os protocolos. Foram tempos de investimento para sustentar espaços culturais e apoiar os trabalhadores e trabalhadoras da cultura”, disse Tristán Bauer durante a viagem a Neuquén.
Em fevereiro, o ministro já havia visitado as províncias de Salta, Tucumán e Jujuy. Em sua viagem pela província de Tucumán, Tristán Bauer se reuniu com participantes de Pontos de Cultura para trocar experiências e conhecer o trabalho que cada organização realiza em busca do desenvolvimento cultural. Em março, esteve também em Quilmes, na província de Buenos Aires, onde se reuniu com pessoas do município que foram beneficiadas com recursos dos programas Fondo Desarrollar e Pontos de Cultura.
Encontro de Pontos
Bauer também participou do encontro de Pontos de Cultura: “Cultura Comunitária na Perspectiva de Gênero”, organizado pelo Ministério da Cultura da Nação em conjunto com o Ministério da Mulher, Gênero e Diversidade. “Cada uma dessas lutas que vocês levam adiante é um aprendizado para todos nós. Não cessem essa luta nem um instante”, disse o ministro aos participantes do evento, realizado nos dias 6 e 7 de março no Parque Tecnópolis, em Buenos Aires, também com a presença da ministra da Mulher, Gênero e Diversidade, Elízabeth Gómez Alcorta. O encontro ocorreu durante a segunda edição do “Nós Movemos o Mundo”, semana de atividades no âmbito do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.
Estão abertos os Concursos de Projetos para Pontos de Cultura 2020 no Peru
Em 21, ago 2020 | Em Notícias | Por IberCultura
Nesta quinta-feira 20 de agosto, no Peru, começou o período de apresentação de postulações aos Concursos de Projetos para Pontos de Cultura 2020. Serão destinados 362.000 soles (cerca de 100 mil dólares), através de dois concursos, para o financiamento de projetos que impactem positivamente no cotidiano a partir da arte e a cultura, e que contribuam para a reativação das organizações reconhecidas como Pontos de Cultura e incentivem suas iniciativas para promover ações comunitárias.
Esta é a segunda convocatória lançada no Peru com apoio financeiro a Pontos de Cultura. O programa, impulsionado no país desde 2011, entregou pela primeira vez em 2019 prêmios em dinheiro às organizações culturais comunitárias reconhecidas como Pontos de Cultura. Inicialmente, destinou-se um total de 172 mil soles (cerca de 51 mil dólares) a dois concursos, “Ações Públicas” e “Equipamento”.
Os concursos
Na edição de 2020, os concursos são para projetos de “Ações Comunitárias” e “Equipamento”. O primeiro tem como objetivo promover o exercício dos direitos culturais para o desenvolvimento local através de ações artísticas e culturais que tenham como finalidade ampliar a participação e o acesso de um amplo número de cidadãs e cidadãos à vida cultural de suas comunidades. Para este concurso serão concedidos 30 financiamentos de 6 mil soles (cerca de 1,6 mil dólares) para cada Ponto de Cultura beneficiário.
O concurso de Projetos de Equipamento, por sua vez, busca fortalecer as condições logísticas dos Pontos de Cultura para a sustentabilidade de suas iniciativas culturais e comunitárias. Os recursos devem ser investidos na aquisição de equipamentos (de iluminação, de som, para registro audiovisual e/ou fotográfico, instrumentos musicais, vestuário, mobiliário, entre outros), e materiais (madeira, tela, papelaria, entre outros). Também pode-se incluir a aquisição de equipamentos e/ou materiais relacionados a medidas de proteção sanitária. Serão financiados 20 proyectos com um total de 9.100 soles (cerca de 2,5 mil dólares) por cada Ponto de Cultura beneficiário.
As postulações se realizam pela Plataforma Virtual de Trâmites do Ministério de Cultura (https://plataformamincu.cultura.gob.pe/administrados). O prazo se encerra no dia 21 de setembro. As consultas devem ser enviadas até 28 de agosto ao correio eletrônico concursosartes@cultura.gob.pe.
Confira o regulamento: https://bit.ly/31h5Qnm
Programa Pontos de Cultura da Argentina anuncia primeiros projetos selecionados na Convocatória 2020
Em 23, jun 2020 | Em Notícias | Por IberCultura
Foi divulgado o resultado da primeira instância da Convocatória 2020 de Pontos de Cultura da Argentina. Do total de projetos apresentados, 213 foram selecionados pelo júri para serem beneficiados nas distintas linhas de apoio oferecidas pelo Programa Pontos de Cultura: 117 propostas pertencem a organizações com personalidade jurídica, 88 a organizações sem personalidade jurídica e oito a redes que agregam organizações. A segunda instância foi encerrada em 19 de junho, com um total de 1.936 propostas recebidas.
Esta iniciativa é realizada como uma das ações implementadas pelo Ministério de Cultura da Nação, através da Secretaria de Gestão Cultural, para acompanhar os trabalhadores e as trabalhadoras da cultura nesta conjuntura de emergência sanitária pela pandemia da COVID-19.
A convocatória conta com um orçamento de 100 milhões de pesos (50 milhões para cada instância), que representam uma ampliação histórica tanto para o Programa Pontos de Cultura como para o setor das organizações comunitárias. As organizações selecionadas serão incorporadas ao programa e passarão a fazer parte da Rede Federal de Pontos de Cultura.
Para a avaliação foram levados em conta os seguintes critérios: impacto sociocultural, consistência e factibilidade; valor do projeto como ferramenta de inclusão social; demanda cultural do território de inserção do projeto; fomento das identidades locais e regionais; entre outros. Também contou pontos a adaptação das propostas ao contexto de isolamento social preventivo e obrigatório, e a adequação das mesmas aos objetivos estratégicos do programa.
⇒Confira a lista de projetos selecionados
Consultas: puntos@cultura.gob.ar
Pontos de Cultura da Argentina: edital tem prazo prorrogado e orçamento duplicado
Em 04, jun 2020 | Em Notícias | Por IberCultura
Devido à quantidade de inscritos e ao momento que atravessa o setor da cultura e seus trabalhadores, o Ministério de Cultura da Argentina se dispôs, por meio da Secretaria de Gestão Cultural, a duplicar o orçamento inicial do programa Pontos de Cultura e estender o prazo de inscrição até 19 de junho.
Em sua primeira etapa, a convocatória contou com um orçamento de 50 milhões de pesos argentinos. Foram apresentados mais de mil projetos de todo o país. Para a segunda instância, iniciada em 9 de maio, somam-se outros 50 milhões de pesos argentinos com o objetivo de ampliar as linhas de apoio e agregar novos Pontos de Cultura à rede nacional.
Este aumento no orçamento representa uma ampliação histórica, tanto para o programa como para o setor das organizações comunitárias, e se insere no contexto das políticas que o Ministério de Cultura vem desenvolvendo para dar resposta aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura nesta situação de emergência pela pandemia da COVID-19.
Aporte financeiro
Os projetos selecionados nesta convocatória receberão o aporte financeiro solicitado, além de integrar-se às distintas redes e espaços de cultura comunitária. O montante que se pode solicitar por projeto é de 300 mil pesos argentinos para organizações com personalidade jurídica; 125 mil para organizações sem personalidade jurídica, e 700 mil para redes que congregam organizações.
Consultas: puntos@cultura.gob.ar
Fonte: Ministerio de Cultura de la Nación
Leia também:
Maior orçamento para Pontos de Cultura na Argentina é uma das medidas para o setor ante a COVID-19
Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica abre a convocatória de Pontos de Cultura 2020-2021
Em 01, jun 2020 | Em Notícias | Por IberCultura
A Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica abriu nesta segunda-feira 1º de junho a convocatória de Pontos de Cultura 2020-2021. A iniciativa tem o objetivo de apoiar o trabalho das organizações socioculturais e das comunidades em que atuam, e também gerar intercâmbios e espaços de formação conjunta que fortaleçam as capacidades de gestão das organizações socioculturais do país.
O período de recebimento de projetos se estenderá até 31 de agosto. Poderão participar organizações sem fins lucrativos legalmente constituídas no Registro Público Nacional, associações, fundações, sociedades civis sem fins lucrativos, associações de desenvolvimento, cooperativas autogeridas vinculadas com temáticas culturais, e Juntas de Educação e Saúde, entre outras. Essas organizações devem ter ao menos três anos de experiência no desenvolvimento contínuo de projetos e iniciativas socioculturais que mantenham coerência com os fins e objetivos do Programa Pontos de Cultura.
Agrupações, coletivos e organizações de índole sociocultural que não possuam personalidade jurídica também poderão participar, desde que demonstrem pelo menos três anos de experiência no desenvolvimento de projetos projetos e iniciativas socioculturais coerentes com os fins e objetivos do programa. Para esses casos, a agrupação ou coletivo designará uma pessoa responsável, que assumirá o papel de representante legal ante o Ministério de Cultura e Juventude.
Este é o sexto edital de Pontos de Cultura que se abre na Costa Rica desde 2015. As categorias nas quais se pode inscrever são cinco: a) Arte para a transformação social; b) Meios e propostas de comunicação comunitária; c) Fortalecimento organizacional; d) Espaços para uma cultura do bem viver; e) Economia social e pequenos empreendimentos. O ciclo máximo de duração dos projetos será de 10 meses, de fevereiro a novembro de 2021, e o ciclo mínimo será de seis meses, de fevereiro a julho de 2021.
➡️ Saiba mais: dircultura.go.cr/programas/punto-cultura
➡️ Consultas: puntos@dircultura.go.cr