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24

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Um encontro de mulheres rurais e dois eventos nacionais de CVC: os projetos mexicanos selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023

Em 24, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Delegação mexicana no 5º Congresso Latino-americano de CVC, no Peru)

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Um encontro de mulheres rurais para promover o diálogo, o intercâmbio e a criação coletiva a partir da comunicação popular e dos feminismos. Esse é o objetivo do 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina, que se realizará em novembro com mulheres indígenas e camponesas do território de Oaxaca (México) e da região de Sumapaz (Colômbia). O evento foi um dos três selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos Colaborativos 2023. Os outros dois, além de fortalecer o Movimento de Cultura Viva Comunitária do México, servirão como eventos preparatórios para o 6º Congresso Latino-Americano de CVC, que acontecerá no México em 2024. Um deles é o 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz). O outro é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).

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* Nome da rede: RED COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina

* Nome do projeto: 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina

O 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina reunirá mulheres rurais, indígenas e camponesas, dos territórios de Oaxaca (México) e Sumapaz (Colômbia). A partir de círculos da palavra, intercâmbio de saberes e criação coletiva, serão compartilhadas experiências e estratégias da comunicação popular e dos feminismos, com o intuito de cuidar e defender seus corpos-territórios e tecer um terreno comum para fortalecer e articular uma rede de mulheres rurais comunicadoras populares.

A reunião será realizada na Casa da Mulher das Organizações Indígenas de Direitos Humanos de Oaxaca (OIDHO), localizada em Santa María Atzompa, de 5 a 11 de novembro. A ideia é convocar três mulheres de cada uma das três escolas das Doñas Paramunas em Sumapaz (Cidade 20, Veneza e Pandi), além de nove mulheres do Istmo, da Mixteca, da Costa e dos Vales Centrais. Serão cerca de 35 mulheres no total, incluindo a equipe executora.

O projeto parte da necessidade de reconhecer e fortalecer a identidade cultural das mulheres do campo como sujeito importante dentro de seus processos organizacionais, territoriais e pessoais, que são -ou podem ser- fortalecidos e sustentados a partir dos exercícios de comunicação popular e das reflexões a partir do gênero e dos feminismos.

O evento foi pensado como um encontro entre mulheres de diferentes nacionalidades, territórios e idades, com potencial curativo, já que é possível que as participantes ressignifiquem suas vidas narrando a partir de sua própria voz e de suas formas de comunicação, e também podem se reconhecer em suas diferenças.

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A rede

A Rede COMAL é uma rede de mulheres, comadres, comunicadoras comunitárias e populares da América Latina que defendem o “comadreo” como um encontro com o outro em lugares comuns, para entender os processos cotidianos onde os sentires das mulheres são gestados. A rede foi criada para que comadres mexicanas e colombianas se reúnam em torno do comal (A palavra “comal” vem do nahuatl “comalli”, utensílio em forma de disco onde a comida é tostada.). As comadres se reúnem ao redor de fogo, milho, lama, tortilhas, feijão, arepas e café.

(Foto: Ojo de Comunicación)

As quatro organizações/coletivos que apresentaram esta proposta ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 são a mexicana Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) e as colombianas Las Doñas Paramunas, Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)) e La Partida Feminista.

Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) nasceu em 1998 em Oaxaca de Juárez com o objetivo de transformar os meios de comunicação em ferramentas úteis para os povos indígenas e cidadãos. Por meio de acompanhamento, informação, conscientização, produções próprias, incidência política e divulgação de materiais, a organização criou e acompanhou conteúdos de rádio e vídeo que dão visibilidade aos povos e mulheres indígenas, valorizam a vida comunitária, defendem direitos e promovem a justiça com dignidade. Na última década, Ojo tem investido no empoderamento das mulheres e, em 2023, a terceira geração de rádios comunitárias segue capacitando-se sobre violência de gênero, masculinidades não hegemônicas e vida livre de violência.

Las Doñas Paramunas é uma escola de comunicação popular com mulheres camponesas da ecorregião de Sumapaz que desenvolve laboratórios de vídeo e rádio para fomentar o diálogo e a criação coletiva, promovendo narrativas próprias de mulheres em torno da defesa do corpo-território. Em 2020, a primeira versão da escola foi realizada em conjunto com o Conselho Local de Mulheres da Localidade 20, onde foram produzidos dois curtas-metragens: Historias del campo e El legado de las doñas. Em 2021, uma segunda versão ocorreu em Venecia, Cundinamarca, com outros dois curtas: Mercedes e Respirando felicidad en los campos de Colombia. Para encerrar 2021, foi promovido um evento no Centro de Memória, Paz e Reconciliação como uma socialização aberta do processo. Em 2022, houve um segundo módulo na Localidade 20, focado na produção de rádio. Em 2023 decidiu-se fazer uma terceira versão da escola em Pandi, Cundinamarca.

(Foto: Las Doñas Paramunas)

A Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)), criada em Bogotá (Colômbia) em 2012, estrutura seu trabalho em áreas de pesquisa e abordagens transversais com o objetivo de gerar uma incidência integral nos territórios. A organização atua na coordenação, formulação, execução e acompanhamento de projetos e relatórios de pesquisa; promove espaços educativos e de acompanhamento às comunidades e processos sociais e implementa uma estratégia de comunicação que contribui para a visibilidade dos processos territoriais.https://www.facebook.com/ECICP

La Partida Feminista foi criada em 2019, em Bogotá, a partir do Laboratório Comunitário de Cinema e Audiovisual Ojo Semilla, organizado por El Churo Comunicación no Equador (2018). Entre as atividades realizadas a partir de metodologias de pedagogia popular, cinema comunitário e feminismos, estão Minga Audiovisual: mulheres criando e narrando a partir de seus territórios em Praia Renaciente, Cali (2021), Começando pelas Raízes em Ciudad Bolívar, Bogotá (2021), o 1º Encontro Latino-americano As que gravam: mulheres, cinema e audiovisual comunitário entre Ciudad Bolívar e a Cinemateca de Bogotá (2022), e Potoescuela: Laboratório de artes visuais para meninas e mulheres em Ciudad Bolívar (2023).

Laboratorio de artes visuales para niñas (Foto: La Partida Feminista)

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* Nome da rede: Cultura Viva Comunitaria México – Plataforma Puente

* Nome do projeto: 3º Encuentro Nacional Cultura Viva Comunitária México

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O 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz), pretende unir esforços para a produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em México em 2024.

A proposta apresentada ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 prevê uma etapa de “Pré-Encontro” a partir de agosto, com o desenvolvimento de atividades virtuais, como o “Diálogo Meso-americano e Caribenho para a Cultura Viva Comunitária”; sessões com o círculo da palavra “Gênero e Diversidades” para revisar e adaptar o protocolo de prevenção da violência de gênero e diversidade para congressos, bem como sessões informativas sobre a história e os princípios do movimento CVC no México e na América Latina.

O projeto prevê ainda a criação de um “rali fotográfico” sobre as intervenções e/ou experiências culturais comunitárias que cada grupo tem vivido nos seus territórios. Também haverá apresentações artísticas de cada coletivo participante com a finalidade de compartilhar suas experiências no palco, seus processos, e abrir um diálogo que permita conhecer outros contextos a partir dessas manifestações, as formas com que essa intervenção tem permitido impactar nos territórios, somar propostas, entre outras.

Seguindo uma metodologia participativa, durante o encontro presencial serão realizadas duas rodas temáticas ou laboratórios. A primeira terá como foco o desenho da produção do 6º Congresso Latino-americano de CVC; o segundo servirá para a orgânica da rede CVC México. Além disso, serão integrados espaços de convivência comunitária para as organizações participantes e a comunidade habitante de Tatahuicapan. A programação artística e cultural será moldada pelas ações das organizações participantes ou coletivos ligados ao movimento.

A soma desses esforços, propostas e conclusões será apresentada na assembleia geral do encontro nacional e ao Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México, grupo impulsor encarregado da produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

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A rede

A rede Cultura Viva Comunitaria México começou a ser tecida em 2009 com a troca de experiências com organizações da Guatemala (Caja Lúdica) e do México (Coletivo Altepee). Em 2011 Habitajes A.C. participa do encontro Juventude e Arte Comunitária, onde foram instaladas a Plataforma Ponte CVC e as diretrizes da rede latino-americana em Medellín, Colômbia. A partir de 2014, foram realizadas reuniões nacionais, regionais e metropolitanas com organizações culturais de base comunitária de diferentes latitudes do México. Além disso, foram promovidas assembleias, colóquios, ciclos de diálogo em parceria com a Comissão de Direitos Humanos do Distrito Federal (CDDHF) e a Prefeitura de Tlalpan. A rede esteve presente nos últimos três Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária no Equador (2017), Argentina (2019) e Peru (2022).

O projeto apresentado pela rede tem Habitajes – Centro de Estudos e Ações do Espaço Público como organização responsável pela gestão de recursos. Também participam da proposta os coletivos Altepee, Rses Crew e Kejtsitani.

2º Encontro Nacional de CVC em Cherán Keri (Foto: Habitajes)

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Organizações participantes

(Foto: Fogata Kejtsitani)

A Fogata Kejtsitani Mujeres por la Memoria de Cherán foi criada em 2015, ano em que seus membros consolidaram um projeto de história oral na comunidade de Cherán K’eri. Através do Coletivo Kéjtsitani, eles pretendem investigar, documentar, salvaguardar e divulgar seus valores, usos e costumes, bem como lutas passadas e presentes. Com a coleta de testemunhos orais, espera-se produzir uma narrativa própria que capte a natureza complexa do esforço de Cherán K’eri para desenvolver instituições políticas, educacionais e culturais autônomas. A narrativa da comunidade é recriada nas mídias digitais, buscando criar uma linguagem mais acessível para jovens.

O projeto também foi apresentado pelo Colectivo Altepee, fundado em 2013 em Acayucan por jovens interessados ​​na música de cordas do sul de Veracruz. O coletivo foi criado por um grupo de amigos que se reuniam em torno de suas jaranas pelo prazer de tocar, e que perceberam que a tradição do fandango (festa que congrega músicos e sapateadores em torno do palco) era uma forma natural de a comunidade se organizar e de se aproximar dos conhecimentos dos avós. Além de fazer um programa de rádio todas as quartas-feiras, os integrantes do Altepee produzem podcasts e vídeo-aulas sobre diversos temas, como saúde, culinária tradicional e promoção de sistemas alimentares locais.

Rses Crew é outro participante da rede. Criado em 2014, na Cidade do México, o coletivo se encarrega de propor e trabalhar expressões visuais e artísticas ligadas às comunidades, tendo como principal ferramenta a técnica do graffiti. Neste processo de reconstrução simbólica do espaço social, a reflexão transferiu-se para os desafios que se colocam às pessoas da terceira idade na apropriação do espaço público e privado. Em 2019, foi realizado um projeto de caravana cultural com um grupo de mulheres bordadeiras que criaram, compartilharam saberes e experiências de vida na oficina “Bordado da Memória”.

Uma noite de fandango (Foto: Colectivo Altepee)


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* Nome da rede ou articulação: Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México

* Nome do projeto: Congresso Nacional de Culturas Comunitárias Vivas do México

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Em outubro de 2022, diversas organizações e redes culturais mexicanas se reuniram no 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, no Peru, e chegaram a um importante acordo para reafirmar o México como sede do próximo Congresso Latino-Americano de CVC. Após o congresso no Peru, formou-se o Grupo Impulsor, que desde fevereiro se chama “Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México” e que vem se dedicando a uma agenda comum, com reuniões regulares de trabalho colaborativo.

O evento que este tecido propôs ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).

Com o objetivo de fortalecer o movimento Cultura Viva Comunitária no México, o congresso incluirá atividades como a apresentação de um fanzine histórico educativo sobre o movimento na América Latina e no México, além de círculos da palavra e uma assembleia nacional que reunirá organizações, coletivos culturais e atores sociais com sólida atuação comunitária. A intenção é reunir pelo menos 150 pessoas de organizações culturais de base.

Também estão previstas apresentações artísticas e uma feira de saberes/mercado cultural. As atividades serão compostas por diversas expressões culturais, com a intenção de gerar um círculo de economia solidária,  promover as identidades culturais e suas relações interculturais e, sobretudo, o fortalecimento da organização comunitária por meio do conhecimento do trabalho realizado nos territórios e da aprendizagem coletiva resultante dos intercâmbios.

Delegação mexicana no 5º Congresso Latino-americano de CVC, no Peru

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Organizações participantes

A Cooperativa Cultural El Arbolillo Cuautepec iniciou seu trabalho em 2015, na Cidade do México, como um coletivo de jovens artistas urbanos que buscavam criar espaços e promover a cultura pintando murais e dando oficinas. Em 2018 constituíram-se como cooperativa, tendo a possibilidade de oferecer as suas práticas como serviço cultural de apoio à educação artística a diferentes ONGs, instituições e empresas a partir da perspetiva da economia social e solidária.

No estado de Jalisco, a ONG Mais Música, Menos Balas há mais de uma década desenvolve projetos culturais e comunitários que promovem a comunidade, a solidariedade, o voluntariado e a transformação social por meios pacíficos, intermediando a arte, a cultura, a educação e o esporte. Alguns de seus projetos são o Ciclo Itinerante de Música e Arte Mais Música, Menos Balas, realizado desde 2012, e o SaludArte, programa de saúde mental com arteterapia, para atender mulheres vítimas de violência e seus filhos.

O coletivo CulturAula, criado em 2013 na cidade de Guadalajara, é uma organização transdisciplinar dedicada à pesquisa, formação e defesa da gestão e desenvolvimento sociocultural a partir de vários enfoques. Seu trabalho é direcionado a agentes, movimentos e organizações de base comunitária, artistas, educadores e instituições.

Quem também participa como integrante do projeto é a rede de Cultura Viva Comunitária de Jalisco, uma rede colaborativa nascida em 2014 em Guadalajara, formada por organizações culturais de base comunitária e pessoas aliadas que se unem no fortalecimento da cultura comunitária e seus processos derivados.

1º Encuentro de Cultura Viva Comunitaria, en 2014 (Foto: CulturAula)

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21

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério da Cultura do Brasil lança edital de Pontos de Leitura, que premiará 300 bibliotecas comunitárias

Em 21, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Filipe Araújo/MinC)

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O Ministério da Cultura (MinC) lançou na última quinta-feira, 17 de agosto, o Prêmio Pontos de Leitura 2023, dirigido a bibliotecas comunitárias que desenvolvem ações para a promoção da leitura nas cinco regiões do Brasil. Serão distribuídos 300 prêmios de 30 mil reais, totalizando 9 milhões de reais. As inscrições devem ser feitas até o dia 18 de setembro pela plataforma Mapa da Cultura

Lançado pela Secretaria de Formação, Livro e Leitura, em parceria com a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural, o prêmio tem como objetivo fomentar as bibliotecas que são iniciativas coletivas, criadas e mantidas por uma comunidade, sem intervenção do poder público, e que possuem um acervo bibliográfico multidisciplinar, visando ampliar o acesso da comunidade à informação, à leitura e ao livro de forma colaborativa, horizontal e distribuída. 

“O edital visa reconhecer e premiar iniciativas e experiências comunitárias com boas práticas de promoção de leitura em contextos sociais distintos, sejam urbanos, rurais, indígenas, quilombolas, dentre outros territórios e expressões da diversidade cultural brasileira”, ressaltou o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, durante o lançamento do prêmio.

Piúba destacou a integração dos Pontos de Leitura com a Política Nacional de Cultura Viva, a primeira política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura. “Gosto de pensar a cultura como solidariedade, como um saber fazer comum, em seus aspectos  de compartilhamento e de potência para a transformação de vidas e realidades”, afirmou o secretário, ao citar o poeta espanhol António Machado, que dizia ter aprendido com um camponês analfabeto da Andaluzia que “tudo o que sabemos, sabemos entre todos, sabemos para todos e todas”.

“É de suma importância rememorar essa prática porque os Pontos de Cultura não podem perder essa dimensão de desenvolvimento comunitário. Um Ponto de Cultura não é um mero endereço em uma determinada rua, um lugar com ações ensimesmadas e desarticuladas dos processos sociais e políticos da comunidade. O Ponto de Cultura é a encarnação da rua, o lugar de sua gente. (…) Uma biblioteca comunitária é um Ponto de Leitura, portanto ela se insere no programa Cultura Viva como um espaço orgânico e social de relevo”, disse Piúba.

“Onde há uma biblioteca comunitária, a vida e o convívio social pulsam. Onde há uma biblioteca comunitária, o espírito solidário resiste. Onde há uma biblioteca comunitária, o pensamento crítico e criativo transborda. Onde há uma biblioteca comunitária, a democracia é exercitada. Onde há uma biblioteca comunitária, existe a promoção da cidadania e da diversidade cultural. Portanto, a biblioteca comunitária é um território de liberdade e de cidadania. Ela é Ponto de Leitura. E sendo Ponto de Leitura, é também um ponto vital do corpo cultural brasileiro”, destacou Piúba.

O secretário de Formação, Livro e Leitura também adiantou que em breve serão lançados editais de Cultura Viva, para Pontos e Pontões de Cultura, incluindo o estabelecimento do Pontão do Livro e da Leitura. “Isso será vital para mobilizar e articular a Rede Nacional dos Pontos de Leitura, que estamos reativando com este edital”, comentou. 

“São políticas que nascem e se retroalimentam e se sintonizam”, disse a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, sobre a integração com a Política Nacional de Cultura Viva e as ações intrasetoriais propostas. Segundo ela, dos 4.300 Pontos de Cultura que existem atualmente no país, cerca de 550 se autodenominam Pontos de Leitura. “É importante fortalecer essa rede no conjunto da Rede Nacional dos Pontos de Cultura. As bibliotecas comunitárias ganham um novo patamar de apoio, na sustentação dos seus trabalhos, com essa ativação direta que o Ministério da Cultura está fazendo”. 

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Edital

Podem participar do Prêmio Pontos de Leitura 2023 pessoas físicas, jurídicas e coletivos culturais. No caso de pessoa física, é preciso ter mais de 18 anos, residir no Brasil e possuir, no mínimo, dois anos de atividades culturais ligadas à gestão de bibliotecas comunitárias, comprovadas, em território nacional. O mesmo tempo de atividade é exigido das pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, de natureza cultural, e dos coletivos culturais (sem constituição jurídica).

Para a seleção das bibliotecas, serão observados os benefícios culturais, sociais e econômicos oferecidos às comunidades, como a pertinência da ação, a criatividade e o dinamismo, a qualidade e abrangência dos resultados alcançados e o potencial de replicabilidade. Receberão mais pontos os projetos provenientes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Também terão pontuação extra as ações que contribuam para combater as discriminações étnicas, raciais, religiosas, etc; que apresentem medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência, e que  fortaleçam atividades relacionadas às tecnologias de informação e comunicação (TICs).

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Inscrições: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2065/

Veja como foi o lançamento:

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17

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Oriana Seccia ministrará a segunda aula aberta do Curso de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária 2023

Em 17, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

“Contra a comunidade – Por uma política cultural desde a estrutura” será a segunda aula aberta da edição 2023 do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, que a FLACSO Argentina desenvolve em conjunto com o IberCultura Viva. O encontro com Oriana Seccia está marcado para esta sexta-feira, 18 de agosto, às 12h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo canal do IberCultura Viva no YouTube.

Oriana Seccia leciona na Universidade de Buenos Aires (UBA) desde 2010, na Faculdade de Ciências Sociais, graduação e pós-graduação, e no Ciclo Básico Comum. É graduada em Sociologia (UBA), mestre em Sociologia da Cultura e Análise Cultural (UNSAM), doutora em Ciências Sociais (UBA) e graduada em Psicologia (UCES). Suas áreas de pesquisa incluem sociologia da cultura, sociologia política, estética e epistemologia das ciências sociais.

Ela também é membro da editora de ensaios contemporâneos Ubu Ediciones (www.ubuediciones.com.ar) e autora de vários livros e artigos em revistas científicas. Suas publicações incluem ¿Clase media? Ensayos de literatura y sociedad desde Gino Germani a la Nueva narrativa argentina (ensaio), La manifestación comunista (novela), e Gladis Cáceres. Esbozo de una vida viva (história de vida).

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Encontros anteriores

A primeira aula de 2023 transmitida ao vivo foi “Cultura e Decolonialidade”, da colombiana Andrea Neira, no dia 24 de maio. Assistente social pela Universidade Colegio Mayor de Cundinamarca, com mestrado em Estudos de Gênero (Universidade Nacional da Colômbia), Andrea Neira é professora pesquisadora do Instituto de Estudos Sociais Contemporâneos da Universidade Central, onde atua como coordenadora acadêmica do Mestrado em Pesquisa em Problemas Sociais Contemporâneos. Ela tem pesquisado temas como pós-desenvolvimento, alternativas ao desenvolvimento, subjetividades juvenis, masculinidades e feminilidades no hip hop, masculinidades e ex-combatentes, e economias feministas e comunitárias.

Esses encontros virtuais (pelo Zoom) contam com a participação de alunas e alunos matriculados no curso (que podem tirar dúvidas durante a videoconferência) e estão disponíveis no canal do IberCultura Viva no YouTube para quem quiser assistir depois. Estão lá todas as aulas abertas que se realizaram nas turmas de 2021 e 2022, ministradas por Andrea Neira, Omar Rincón, Paula Mascias, Laura Taube e Lucía Ixchiu.

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📌Quando:

Sexta-feira, 18 de agosto

9:00 (CRI-MEX-SLV), 10:00 (COL-ECU-PER), 11:00 (CHL-BOL-VEN-PRY), 12:00 (ARG-BRA-URY), 17:00 ( ESP)

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📌 Acompanhe a transmissão

11

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais se reúne para discutir propostas de encontros e dar as boas-vindas aos novos membros

Em 11, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

A Rede IberCultura de Cidades e Governos Locais se reuniu nesta terça-feira, 8 de agosto, para dar as boas-vindas aos municípios que aderiram recentemente e falar sobre uma proposta apresentada por Elisabeth Casanova, representante do estado de Tabasco: a participação da rede no 1º Encontro de Patrimônio Cultural Imaterial da Região Sul-Sudeste do México, que acontecerá em Villahermosa, Tabasco, nos dias 28 e 29 de setembro.

Dezenove pessoas participaram deste encontro por videoconferência, cinco delas reunidas de maneira presencial em Guadalajara (México), onde está sendo realizado esta semana um dos seminários da iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã”, no âmbito da Ventana Adelante 2023 de Cooperação Triangular União Europeia-América Latina e Caribe. A atividade conta com o apoio do IberCultura Viva e reúne organizações culturais e representantes governamentais da Argentina, Costa Rica, Bolívia, Colômbia e México (Puerto Vallarta, Tamaulipas, Cidade do México e Guadalajara).

Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, abriu o encontro explicando que a ideia era falar sobre o projeto de PCI, além do encontro que está ocorrendo em Guadalajara e a possibilidade de promover um encontro da Rede de Cidades e Governos Locais junto com a 13ª Reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, que será realizada no Chile em dezembro.

“Primeiramente, gostaria de dar as boas-vindas a todas e todos os representantes dos governos locais que se incorporaram recentemente. Essa rede é relativamente jovem e estamos em um momento em que estamos trabalhando para receber suas propostas, para consolidar uma dinâmica em que vocês, como governos locais, também possam contribuir e propor as instâncias que a rede ainda requer, para continuar expandindo suas formas e seus canais de realização”, afirmou Minici.

Em seguida, a secretária comentou que o programa, ao longo deste ano, aprovou propostas de capacitação, como a atividade que está sendo realizada em Guadalajara, e apoio a eventos como o 3º Congresso de Culturas Vivas Comunitárias da Mesoamérica e do Caribe, realizado em Cuba de 28 de junho a 3 de julho. Duas representantes da Rede de Cidades e Governos Locais (Luisa Velásquez, de Guadalajara, e Tania Alvarez, de Alajuelita), além da secretária técnica e do vice-presidente de IberCultura Viva, Federico Prieto, que é secretário de Gestão Cultural do Ministério da Cultura da Argentina, viajaram a Cuba com o apoio do IberCultura Viva. Tanto a atividade em Guadalajara quanto a presença do programa no 3º Congresso Mesoamericano foram propostas pela Comissão de Formação da rede.

“Uma grande diversidade esteve presente no congresso, uma grande riqueza de organizações culturais da Mesoamérica e do Caribe, além de algumas organizações que vieram do Uruguai, Argentina e Chile. Essa atividade foi proposta aqui no âmbito da Rede de Cidades; depois o Conselho Intergovernamental decidiu aprová-la e as companheiras estiveram lá se apresentando, intercambiando experiências em relação às políticas culturais de suas localidades”, explicou.

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Seminário em Guadalajara

Luisa Velásquez, representante do Governo Municipal de Guadalajara na rede, lembrou que desde o final do ano passado ela vinha apresentando esta proposta de “um programa de formação baseado no autodiagnóstico de organizações culturais comunitárias, em um processo de reflexão crítica, a partir da educação popular, que lhes permitisse ter uma maior postura política a respeito do seu trabalho cultural, vinculado a processos de defesa do território, segurança, paz, educação e meio ambiente”.

Segundo ela, essa atividade já estava planejada desde 2022 no âmbito do programa Pontos de Cultura de Guadalajara, e o que a princípio era apenas para o município, conseguiu dar um salto de escala e se apresentar para um cenário mais amplo . “Ficamos felizes em poder fazer essas articulações de questões muito locais, da nossa rede de Pontos de Cultura, e vinculá-la a um âmbito ibero-americano. Agradecemos o apoio do programa, porque sem os fundos e o acompanhamento isso não seria possível”, destacou.

A aliança que se fez na Ventana Adelante 2023 da Cooperação Triangular tem como entidades beneficiárias duas integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: a Direção de Cultura de Guadalajara e a Secretaria de Cultura, Lazer e Esporte de Bogotá (Colômbia). As instituições ofertantes são o Ministério da Cultura da Argentina (através da Secretaria de Gestão Cultural) e a Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil. A Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) aparece no projeto como a segunda entidade ofertante.

A atividade que se realiza esta semana na Casa de Encontro e Diálogo do Saber “Carlos Núñez Hurtado”, do Instituto Mexicano para o Desenvolvimento Comunitário (Cede Imdec ), em Guadalajara, é a segunda das sete que estão programadas para acontecer até março de 2024, virtualmente e presencialmente, no México, na Colômbia, na Espanha e na Argentina. “Acreditamos que está sendo um espaço muito rico de aprendizado das práticas das organizações, de reflexão crítica”, comentou Velásquez.

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Trabalho conjunto

Depois de manifestar seu contentamento com o desenvolvimento da atividade em Guadalajara, Manuel Trujillo, responsável técnico da presidência do IberCultura Viva, partilhou uma apresentação sobre a Rede de Cidades e Governos Locais, que atualmente conta com a adesão de 36 membros de 7 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru e México). A intenção foi a de convidar os novos governos que aderiram a esta instância, e os que passaram por transições, para que se integrem à rede e suas comissões.

“Essa rede é do IberCultura Viva, mas tem uma horizontalidade de decisões. A Comissão de Formação, por exemplo, é uma comissão muito ativa que está sempre propondo atividades vinculadas a organizações de base comunitária, como a que está acontecendo em Guadalajara ou a que aconteceu em Cuba”, explicou, destacando também o interesse que os governos locais têm demonstrado em organizar-se em rede e realizar projetos que tenham uma sinergia entre as cidades.

“A grande maioria das 12 cidades do Chile não conseguiu entrar no encontro porque o Encontro Nacional de Governos Locais está ocorrendo nos dias 8 e 9 de agosto. Estas cidades estão se organizando e esperam poder sediar um encontro ibero-americano de governos locais, organizado pelo Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, o programa Red Cultura e o programa IberCultura Viva, para que possamos nos reunir e gerar uma sinergia entre a rede de governos locais do programa”, acrescentou.

Trujillo também mencionou que a Unidade Técnica vem conversando com os REPPIs (representantes) dos países que compõem o programa para que aproximem esta iniciativa dos governos locais de seus países, para que mais cidades, estados ou províncias possam se incorporar. “No caso do México, esta é uma das coisas que a nossa presidente, a diretora geral de Vinculação Cultural, Esther Hernández, tem como uma de suas prioridades: a incorporação dos governos mexicanos à rede”, enfatizou, antes de passar a palavra a Elisabeth Casanova, representante do estado de Tabasco, que apresentou a proposta do encontro regional de PCI aos companheiros e companheiras da rede.

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Encontro de patrimônio

O 1º Encontro do Patrimônio Cultural Imaterial da região Sul-Sudeste do México, que a Secretaria de Cultura de Tabasco se propõe a realizar nos dias 28 e 29 de setembro, abordará diversos temas associados ao PCI, como sua salvaguarda, metodologias de planos de salvaguarda e políticas relacionadas com o PCI nos estados da região sul-sudeste do México (Tabasco, Oaxaca,Guerrero, Campeche, Quintana Roo, Yucatán, Chiapas) e na região ibero-americana, bem como experiências de gestão comunitária. Além disso, inclui um encontro entre organizações culturais comunitárias, com o objetivo de criar um espaço de troca de experiências, no qual as pessoas se reconheçam como portadoras e gestoras do patrimônio a partir de seu trabalho cultural.

Elisabeth Casanova disse que esta iniciativa vem ao encontro do caminho que tem sido traçado em Tabasco sobre a identificação e o registro de manifestações do património cultural imaterial. “Nesse caminho, trabalhando junto com as comunidades e portadores/as desse patrimônio, percebemos que tínhamos algumas necessidades, como compartilhar o que fizemos e o que deu resultado, e aprender com o que outras cidades, outras organizações, outros governos, têm feito em torno desse tema”, afirmou a diretora de Culturas Populares e Indígenas da Secretaria de Cultura do Governo de Tabasco.

A intenção é discutir também entre outras áreas, como o meio acadêmico, e a população em geral: O que é patrimônio? Porque é importante? Qual a importância do património no nosso cotidiano? “Com este encontro pretendemos alcançar estes objetivos, aproveitar a experiência de outros países e sobretudo fortalecer-nos com outras instâncias. A Rede de Cidades e Governos Locais é o espaço perfeito para fortalecer essa iniciativa. Estamos abertos à participação de todas as pessoas da rede e muito gratos pelas interações que tivemos e pelo apoio que tivemos de Esther Hernández”, comentou.

O Governo do México acompanhará este encontro regional por meio do programa Cultura Comunitária da Direção Geral de Vínculação Cultural e da Direção Geral de Culturas Populares. O evento contará ainda com especialistas do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), que poderão fazer algumas palestras ou oficinas. “Além disso, uma das iniciativas do México será utilizar os recursos de formação (disponíveis no Fundo IberCultura Viva) para apoiar as organizações de base desses estados mexicanos a realizar as atividades de capacitação que serão realizadas nestes dois dias”, adiantou Manuel Trujillo.

A proposta apresentada pelo Governo de Tabasco à Rede de Cidades e Governos Locais prevê o apoio do IberCultura Viva para a realização de uma oficina com um/a especialista na temática patrimonial, além de custear os gastos com transporte e diárias e uma pausa para o café. Ao colocar este projeto à consideração da rede, “um espaço de formação onde a própria rede pode ser protagonista”, Trujillo destacou o convite feito aos/às REPPIs dos países que compõem o programa, para propor algum/a especialista para dar uma conferência sobre patrimônio em nível ibero-americano, e também um convite à rede para realizar uma oficina de patrimônio voltada para organizações de base comunitária.

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Modelo participativo

Diego Benhabib, representante da Argentina no IberCultura Viva, foi uma das cinco pessoas que se conectaram de Guadalajara, onde participam do seminário da iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã”. Além de dar as boas-vindas aos novos governos locais que estão se juntando à Rede de Cidades e Governos Locais, Benhabib comemorou esta instância que se formou como um grupo de trabalho (em 2017) e que em 2019 se formalizou como uma rede para trabalhar basicamente no fortalecimento das políticas culturais de base comunitária, “e por meio desse trabalho articulado, poder melhorar as condições de vida das comunidades, tendo a cultura como ferramenta de transformação social”.

 “Esta é uma rede muito interessante, na qual temos apostado fortemente no seu fortalecimento, tanto que este ano estamos destinando um orçamento maior em nosso Plano Operativo Anual. Além de agradecer a proposta enviada de Tabasco, quero destacar que o modelo de trabalho que temos é muito participativo. A ideia é que a Rede de Governos Locais possa ter propostas, possa trabalhar nelas, articulá-las entre todos e todas e depois apresentá-las ao Conselho Intergovernamental, e esta instância definirá se apoia ou não. Esse passo que estão dando é importante para poder ampliar o número de governos locais que aderem e dar visibilidade a todo o trabalho que está sendo feito”, afirmou.

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Novos membros

Silvia Pereira, gestora sociocultural da Municipalidade de Curridabat (Costa Rica), uma das cidades que aderiram recentemente à rede, aproveitou o encontro para se apresentar e manifestar sua satisfação em integrar este espaço, ao lado de outro cantão costarriquenho, o cantão de Alajuelita. “Espero que pouco a pouco mais cantões sejam adicionados. Estou muito feliz, esperando que esse espaço seja de muito aprendizado e intercâmbio. No que pudermos colaborar desde Curridabat, conte conosco”, reforçou.

Viviana Ramirez, representante da Secretaria de Cultura, Recreação e Esporte de Bogotá, também disse estar feliz com a integração do município à rede e comemorou a iniciativa proposta pelo Governo de Tabasco. “Bogotá vem gerando um processo de trabalho em torno do patrimônio há muito tempo, a abordagem de patrimônios integrados já está bem consolidada. Um dos nossos aliados é o Instituto Distrital do Património, e na Secretaria de Cultura temos uma área específica para o património. Estamos à disposição para tudo o que pudermos contribuir e apoiar”, disse.

Carola González, da Municipalidade de Marcos Juárez (Argentina), tomou a palavra para dar as boas-vindas aos novos companheiros e companheiras e contar que estão em um importante processo no município, defendendo os direitos culturais de todos, em discussões e acordos com o governo. “Hoje estamos em bons acordos, influenciando o conselho deliberativo, certificando saberes com a Universidade Popular, que depende da Universidade de Córdoba. Hoje falamos aqui na nossa cidade de cultura viva comunitária, o que antes não acontecia, então estamos muito felizes com isso”, ressaltou.

De Guadalajara, José Quinche, que também trabalha na Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá, chamou a atenção para um ponto importante nos processos que as organizações vêm observando e ouvindo: a necessidade de abordagens às populações vulneráveis. “Falamos de mulher, juventude, infância, grupos étnicos, e acho que seria interessante poder integrar esta questão no património, entendendo que o património também tem um significado importante nos territórios”, sublinhou.

Exercício de aprendizagem

Em seguida, Luisa Velásquez pediu a palavra para propor algo que, segundo ela, tem faltado: avaliação. “Acho que viria bem, por exemplo, uma avaliação desta atividade que estamos realizando agora, já que se utilizou um orçamento da rede… Um informe do que foi bem ou não, algo para estar numa revisão contínua, para ter como aprendizados orientadores, que podemos ir incorporando como nossas práticas quando se apoiam projetos que vêm desde fora da Rede de Cidades, quando são projetos que surgem dentro da rede, de um governo como responsável ou uma entidade que lhe dá a cara. Coloco na mesa, porque também estivemos no Peru, em Cuba, e nos parece que precisávamos poder ter um exercício de aprendizado”, sugeriu.

Sobre o que disse a representante de Guadalajara, Flor Minici comentou sobre a presença do programa no 3º Congresso Mesoamericano, em Matanzas (Cuba). “Tivemos a oportunidade de apresentar as diretrizes do programa, as políticas concretas e específicas que o IberCultura Viva realiza em conjunto com diversas organizações e também com os agentes governamentais que ali estiveram presentes. As inquietações a respeito das atividades do programa foram muitas, e nesse sentido foi muito proveitoso porque nos permitiu divulgar nosso programa e articular propostas que começaram nesse encontro”, disse a secretária técnica.

Depois de explicar um pouco sobre o funcionamento do programa e suas diferentes instâncias, entre elas o Grupo de Trabalho de Sistematização, Flor Minici mencionou a possibilidade de realizar uma sessão da Rede de Cidades e Governos Locais com diferentes expressões e narrativas em relação às experiências vividas no congresso em Matanzas e no seminário em Guadalajara. “O que propomos a vocês, dado que alguns companheiros e companheiras estão se reunindo agora em Guadalajara, é que em cerca de duas semanas possamos falar sobre os dois últimos encontros, e também sobre o encontro da rede que se pretende realizar no Chile em dezembro”, disse.

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Patrimônio e problemáticas

Carlos Portilla, representante da Tempoal de Sánchez (México), que se juntou à rede em julho, sugeriu que em um próximo encontro pudessem debater sobre o tema do patrimônio cultural imaterial e problemas como migração ou deslocamento. “É um tema muito recorrente no trabalho que temos feito em Tempoal, somos um grupo de cidadãos que se congregam em diferentes grupos comunitários, e posso partilhar esta experiência no encontro em Tabasco, já que visitei 33 municípios do sul do estado de Veracruz”, ofereceu.

No final da reunião, Manuel Trujillo retomou algumas das contribuições e disse concordar com a ideia do enfoque nas populações vulneráveis, como mencionado pelo companheiro de Bogotá. “Uma das ideias que existem na nossa região é que os enfoques das organizações culturais comunitárias têm a ver precisamente com esse trabalho para as populações prioritárias; elas são a ponte, digamos, entre as comunidades e os Estados, as organizações culturais. (…). Fala-se de uma rede de cidades, mas o território além das cidades, como o rural, é muito importante, principalmente nesses estados mexicanos. A região sudeste do México pode ser considerada a região mais pobre do país, e é a região onde está a grande maioria dos povos originários do México”, comentou.

Flor Minici encerrou o encontro dizendo que seguiria adiante com a proposta de Tabasco, e com a ideia de realizar um encontro presencial da rede em dezembro, no Chile. A intenção é promover uma nova sessão da Rede de Cidades e Governos Locais dentro de duas ou três semanas, já com esquema definido de dias específicos de atividades para o encontro do final do ano.

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Participaram da reunião: Carola Gonzalez (Marcos Juárez), Silvia Pereira (Curridabat), Viviana Ramirez (Bogotá), Carlos Portilla (Tempoal de Sanchez), Elisabeth Casanova (Tabasco), Elena Chaves (Jujuy), Macarena Vargas (San Felipe) , Gaby Yauza (Santiago del Estero), Claudio Vasquez (Lonquimay), Libera Pereira (Almirante Brown), Muriel Del Valle (Comodoro Rivadavia). De Guadalajara: Luisa Velasquez (Guadalajara), Diego Benhabib (Argentina), Jose Quinche (Bogotá), Tania Alvarez (Alajuelita), Alan Diosdado (Guadalajara). Pela Unidade Técnica: Flor Minici, Manuel Trujillo, Teresa Albuquerque.

03

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Um festival da palavra e um encontro da rede de teatro comunitário: os projetos espanhóis selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023

Em 03, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Asociación Conciencia Afro)

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* Nome da rede ou articulação: SOMOS

* Nome do projeto: SOMOS. Festival de la palabra

SOMOS é um festival artístico, literário e cultural, antirracista, dissidente e inclusivo que se realizará de forma intensiva durante dois dias em Madri (Espanha), na sede das associações Espacio Afro e La Parcería. O objetivo é gerar um espaço de conhecimento e promoção da criação em torno da palavra, em toda a sua dimensão poética, de migrantes, racializados e dissidentes sexuais.

O festival tem um programa de atividades variadas (formação, intercâmbio cultural e criativo, debate e geração de conhecimento) e apresenta-se como uma oportunidade de contribuir para o diálogo intercultural por meio das artes, e valorizar práticas artísticas e culturais de pessoas marginalizadas ou excluídas de uma narrativa dominante.

A rede SOMOS é baseada em uma concepção não hegemônica, mas híbrida, de identidade cultural. A ideia de reunir comunidades migrantes, racializadas e dissidentes sexuais em uma única iniciativa veio da constatação de que essas comunidades se juntam em seus trabalhos para que reconheçam sua sobrevivência e pela necessidade de outras epistemologias para que o mundo seja inclusivo e justo. A divulgação de suas criações seria uma forma de fortalecer o processo de escrita de suas próprias histórias e narrativas.

Desse modo, foram propostas atividades de oficinas, leituras coletivas e diálogos interculturais com a participação de artistas e criadores/as, editoras, instituições públicas com responsabilidades pelas políticas culturais, livrarias, entre outras, e o público em geral.

Com estas atividades espera-se estreitar os laços das pessoas que compõem a rede SOMOS, bem como a participação de novos agentes culturais de comunidades migrantes, racializadas e dissidentes sexuais que tenham interesse em contribuir para que a rede e o festival continuem e tenham impacto social, artístico e cultural em Madri, com o objetivo de se estender para o resto da Espanha.

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A rede

SOMOS é uma rede formada por migrantes e pessoas racializadas, organizada nas associações La Parcería e Espacio Afro e Plataforma Cero, que trabalham pelo reconhecimento de suas práticas culturais na Espanha.

La Parcería e Espacio Afro realizaram a pesquisa “Intersticios”, sobre artistas migrantes e racializados em Madri, e têm programado eventos culturais conjuntos. Com a Plataforma Cero, eles trabalham para abrir espaços para escritores migrantes e racializados na cena editorial e literária da Espanha. As três entidades concordam com os princípios do pensamento crítico que se situa no campo do discurso decolonial e da ação antirracista, feminismos e questões de gênero, ambientalismo e economia social e solidária.

Interstícios é um projeto conjunto de La Parceria e Espacio Afro

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Fundada em 2014 em Madri, a Asociación Cultural La Parcería se tornou um centro cultural independente a partir do qual articula seu trabalho e o das comunidades que o compõem. O Centro Cultural de Experimentación y Documentación Artística de La Parcería, que abriu suas portas em 2021, é um local que pode ser ocupado por residências artísticas, oficinas, exposições, edição, leitura e apresentação de livros, música e dança, entre outras expressões; onde a infância tem lugar de destaque, e onde se apagam as fronteiras de idades, géneros ou geografias.

A Asociación Afroconciencia (Espacio Afro) está em Madri há mais de seis anos trabalhando no campo da criação artística, na concepção de projetos culturais e na promoção de processos comunitários. No Centro Cultural Espacio Afro são realizadas conferências afro, aulas de dança e música, apresentação de livros, exposições, monólogos, exibição de filmes, um espaço que tem artistas residentes, onde se aprende, se diverte e se debate.

Plataforma Cero, por sua vez, é uma iniciativa que surge 2019 na cidade de Barcelona, ​​​​com o objetivo de criar uma intermediação entre autores e editores com serviço de impressão próprio, para a realização de projetos coletivos e individuais.

Foto: Conciencia Afro


* Nome da rede ou articulação: Red Estatal de Teatro Comunitario de Vecinos/as

* Nome do projeto: Encuentro de la Red Estatal de Teatro Comunitario de Vecinos/as

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O principal objetivo do Encontro da Rede Estadual de Teatro Comunitário de Vizinhos/as, que acontecerá de 26 a 28 de outubro na sede do Teatro del Barrio de Madri, é compartilhar metodologias e experiências, além de planejar ações de promoção da rede e suas atividades no território espanhol. Estão previstas duas mesas de trabalho e uma oficina em que se incorpora a metodologia corporal e vivencial.

O primeiro dia de atividades será voltado para a autoformação em metodologias e ferramentas de criação artística comunitária. O segundo dia, destinado apenas a coordenadores dos grupos que compõem a rede, será dedicado à elaboração de um plano estratégico para o ano de 2024. Serão discutidos temas como a incorporação de novos grupos parceiros e a preparação do próximo encontro da rede. A intenção é ampliar em 20% a participação das entidades da rede no próximo ano e estabelecer pelo menos três novos projetos conjuntos entre as entidades da rede em 2024 e 2025.

Mosaicos Teatro Comunitário

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A rede

A Rede Estatal de Teatro Comunitário é uma iniciativa espanhola focada na promoção e divulgação do teatro comunitário como meio de promover a coesão social e a convivência intercultural. Essa rede busca conectar e apoiar grupos comunitários de teatro em todo o país, produzindo festivais, oficinas e capacitações para desenvolver habilidades e recursos.

Nascida em 2020, a rede reúne 10 grupos de teatro comunitário nas cidades de Madri, Bilbao e Zaragoza. Desde sua implementação, foram realizados dois encontros presenciais: em 2021, na cidade de Zaragoza, um encontro de coordenadores/as, e em 2022 um encontro de grupos e espetáculos em Bilbao.

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Organizações participantes

Mosaicos Teatro Comunitário é uma iniciativa que desde 2017 reúne diferentes grupos e profissionais de teatro social de Madri para promover a divulgação do teatro comunitário nos bairros da cidade como ferramenta de relacionamento, escuta e diálogo entre vizinhos e vizinhas. O projeto trabalha em cinco comunidades em diferentes bairros de Madri: San Pascual-La Concepción (Ciudad Lineal), Ventilla-Almenara (Tetuán), Poblado San Cristóbal (Chamberí), Lavapiés (Distrito Central) e Comillas (Carabanchel). Mosaicos tem promovido a criação coletiva de peças teatrais, envolvendo vizinhos/as, pesquisando a história de suas ruas, enriquecendo a vida cultural da comunidade e fortalecendo a identidade coletiva. Desde 2017 foram criados 11 espetáculos originais.

(Foto: Teatro Comunitario del Gancho)

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Teatro Comunitário de Zaragoza é um projeto que engloba as atividades de três grupos de teatro comunitário de bairro da província de Zaragoza: os grupos dos bairros de El Gancho e San José, da cidade de Zaragoza, e o grupo de Teatro Comunitário El Frago, de uma pequena cidade do interior. Desde 2015 os três grupos se reúnem semanalmente para formação e criação de espetáculos, desfiles, etc. São grupos grandes (entre 28 e 53 participantes, cerca de 140 no total) e diversos (em capacidades, idades e origens). Os grupos atuam como agentes do território e se envolvem com outros agentes sociais e educacionais para o desenvolvimento de projetos e eventos que melhorem a vida social e cultural da comunidade.

Criado em 2012 em Bilbao, Aullidos de Otxar tem o compromisso de ministrar aulas de teatro e produzir peças de teatro de vizinhos/as para vizinhos/as, além de ações teatrais que o bairro necessita em seu cotidiano para seu aprimoramento. Dois grupos se reúnem semanalmente: o grupo adulto tem 27 moradores/as de 13 a 70 anos; o infanto-juvenil, criado há dois anos, é formado por oito meninos e meninas. Os espetáculos que produzem falam do bairro, procurando captar as preocupações e necessidades dos vizinhos e vizinhas. Este ano trabalham em torno do tema da velhice com o espetáculo “Ser mais velho num mundo milenar”.

De Madri também participa o Teatro Comunitário de Tetuán, nascido em 2012 como um projeto da Associação de Bairros Cuatro Caminos-Tetuán para a convivência e integração de vizinhos/as de diferentes origens. Seu âmbito de ação é o distrito de Tetuán: centros para idosos/as, centros culturais, salas de aula para adultos/as, residências, parques. Além de encontros semanais para práticas como relaxamento dinâmico, respiração e trabalho de voz, ginástica expressiva e técnicas de improvisação, são oferecidos espetáculos, leituras dramatizadas, caminhadas teatrais e intervenções em outras áreas.

(Foto: Aullidos de Otxar)

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03

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Uma série de festivais para celebrar a cultura comunitária: os projetos de El Salvador selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023

Em 03, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: TNT. 26º Festival Artístico Chalateco e 16º Festival del Maíz, Chalatenango, 2022)

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Os projetos salvadorenhos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 preveem a realização de uma série de festivais até novembro de 2023. No departamento de Chalatenango serão realizados 27º Festival Artístico Chalateco e 17º Festival do Milho, e o Encontro Regional de Cultura Viva Comunitária e Festival Artístico “Tierra Viva”. Para o município de Panchimalco, estão programados quatro festivais no âmbito do projeto “Panchimalco, Tutechan, tuyulu”: o 1º Festival Gastronômico “Ichan Takwal: a comida dos antigos”; o 2º Festival Anona, San Isidro 2023; o 2º Feira de Milpa, Azacualpa 2023, e o 1º Festival de Artesanato “María Cleofes Rivera”.

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* Nome da rede ou articulação e do projeto: 27º Festival Artístico Chalateco e 17º Festival del Maíz

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O 27º Festival Artístico Chalateco e 17º Festival del Maíz, que ocupará o Anfiteatro San Antonio Los Ranchos de 24 a 26 de novembro, é um encontro que tem a arte comunitária como meio fundamental para traçar o vínculo entre as comunidades. Neste espaço é reforçada a ação social comunitária, onde crianças, jovens e adultos se tornam promotores da arte e da educação sociocultural.

O Festival Artístico Chalateco é realizado desde 1996 (suas três primeiras edições foram realizadas com o nome “Festival de Teatro Popular Chalateco”). O evento surgiu da necessidade de criar espaços que apresentassem as produções dos grupos comunitários de teatro. Com o tempo, evoluiu para se tornar uma referência nas artes cênicas, com vários grupos profissionais emergentes no país.

Em 2007, a Asociación Tiempos Nuevos Teatro (TNT), juntamente com outras entidades do município de San Antonio Los Ranchos, decidiu lançar o Festival del Maíz (Festival do Milho) como um esforço para resgatar uma das tradições perdidas no município durante o conflito armado interno salvadorenho. A partir dessas duas iniciativas juntaram-se esforços para criar espaços de encontro comunitário, de fruição das artes e de degustação de pratos da gastronomia local à base de milho.

O programa do festival inclui espetáculos multidisciplinares (teatro, dança, contação de histórias, música, palhaços, magia, etc.) e mostras de oficinas artísticas e psicossociais desenvolvidas pela Associação TNT. Através da estratégia “O festival em sua comunidade”, são realizadas apresentações artísticas em diferentes pontos do departamento de Chalatenango (comunidades e cidades em desenvolvimento), como forma de facilitar o acesso à arte e à cultura para as pessoas da região.

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A rede

A Associação de Teatro Novos Tempos, que apresentou este projeto ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023, existe desde 2004 no departamento de Chalatenango. É uma associação de gestão cultural voltada para crianças, adolescentes, jovens, mulheres e idosos, criadora de espaços artísticos e socioculturais, inclusão, participação, organização, atendimento psicossocial e educação popular, permitindo melhorar a qualidade de vida da população por meio da arte transformadora.

A TNT realiza este festival artístico em conjunto com a Associação de Desenvolvimento Comunitário San Antonio Los Ranchos desde 2008, e a proposta deste ano também integra a Universidade Doutor Andrés Bello. As outras duas entidades participantes deste projeto são o coletivo La Voz de Romero e o Centro Cultural e Artístico Monseñor Romero.

Fundada em 2009, A Voz de Romero (La-VoR) é um coletivo de artistas de palco que promove a cultura e a dança contemporânea, a palhaçaria e o teatro no município de El Paraíso.O Centro Cultural e Artístico Monseñor Romero (Clamor), por sua vez, conta com escolas de artes voltadas para crianças e jovens, com teatro, violão, pintura, dança folclórica e oficinas psicossociais, serviços de biblioteca e espaços de encontro comunitário em Nueva Concepción.

(Fotos: TNT. 26º Festival Artístico Chalateco e 16º Festival del Maíz, Chalatenango, 2022)

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* Nome da rede ou articulação: Coletivos e Organizações CVC em El Salvador

* Nome do projeto: Encuentro Regional de Cultura Viva Comunitaria y Festival Artístico “Tierra Viva”

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Em 2022, Irreal Teatro, Agrupación Folclórica Maquilishuat e Asociación de Desarrollo Comunal María Asunción (Adescoma) de Izalco foram selecionados para participar do 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitaria no Peru. O evento, que passou por Lima e Huancayo de 8 a 15 de outubro, permitiu a estas três organizações articular trabalhos e trocar experiências sobre as atividades que desenvolvem nos seus territórios, em suas diferentes áreas, desde as artes cénicas até a conservação das tradições e culturas indígenas de El Salvador.

O Encontro Regional de Cultura Viva Comunitária e Festival Artístico “Tierra Viva”, que os três apresentaram no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalhos Colaborativos 2023, também é resultado dessa articulação iniciada no Peru. Além de fortalecer a rede, este evento no município de Chalatenango tem como objetivo dar visibilidade à celebração da Cultura Viva Comunitária no mês de outubro, quando completam oito anos do 2º Congresso Latino-americano de CVC em El Salvador e um ano do 5º Congresso no Peru.

A intenção das organizações, coletivos e participantes salvadorenhos que estiveram no 5º Congresso de CVC é reacender e fortalecer os vínculos de trabalho colaborativo e articulado das diferentes expressões da Cultura Viva Comunitária na zona central de El Salvador e, assim, proporcionar um espaço de reflexão e análise dos pontos que os unem para continuar contribuindo para os processos de transformação social da comunidade por uma cultura de convivência cívica, de paz da e para a comunidade.

A iniciativa busca contribuir para o fortalecimento dos processos de cultura comunitária em El Salvador, tanto pela possibilidade de compartilhar experiências e aprendizados, quanto na perspectiva de lançar estratégias coletivas, no campo social e institucional, e promover a campanha continental por 0,1% dos orçamentos nacionais para a Cultura Viva Comunitária.

Rodas de conversa, uma programação artística e cultural e uma feira gastronômica e artesanal estão previstas para o evento no município de Chalatenango. O Teatro Cayaguanca, uma das sedes do festival, é um espaço pertencente ao Ministério da Cultura onde se realizam diversas atividades para a população de Chalatenango e comunidades e cantões vizinhos.

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Organizações participantes

A Associação Cultural Teatro Irreal, responsável pela administração do projeto, é uma entidade colombiano-salvadorense que tem quatro linhas de trabalho: cênica, negócios, educação e responsabilidade social. Nascida em Cartagena (Colômbia) em 2009, estabeleceu-se em El Salvador em 2011 com o objetivo de usar a arte como ferramenta de prevenção da violência, cultura de paz, reinserção social, educação, saúde mental e promoção dos direitos humanos. Desde 2015, a entidade atua junto à população privada de liberdade, gerando segundas chances a partir da arte.

O projeto também conta com a participação da Comunidade Indígena das Mesas Altares Maiores Nossa Senhora Maria Assunção e Pai Eterno, pertencente ao município de Izalco (departamento de Sonsonate), e a Agrupação Folclórico Maquilishhuat, criado em 2011 no município de Nueva Concepción (Chalatenango). Dedicada ao desenvolvimento de oficinas de danças folclóricas em centros educativos e à organização (desde 2018) do Festival Internacional Dançando en Pareja, Maquilishuat tem como principal objetivo tornar visíveis as raízes e os costumes dos povos por meio da dança, gerando espaços de participação que conduzam a uma cultura de paz.

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* Nome da rede ou articulação: Conselho das Comunidades para a Transformação de Panchimalco

* Nome do projeto: Panchimalco, Tutechan, Tuyulu!

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“Panchimalco, ¡Tutechan, tuyulu” (“nossa cidade, nosso coração”), proposta apresentada pelo Conselho de Comunidades para a Transformação de Panchimalco (COCOPAN), é uma iniciativa colaborativa das comunidades indígenas e não indígenas do município de Panchimalco, de El Salvador, que busca tornar visível o patrimônio cultural indígena de seu povo, fortalecer sua identidade e organização comunitária e posicionar a produção agrícola e artesanal local.

Para isso, quatro atividades serão realizadas neste segundo semestre de 2023: o 1º Festival Gastronômico “Ichan Takwal: a comida dos antigos”; o 2º Festival Anona, San Isidro 2023; a 2ª Feira de Milpa, Azacualpa 2023, e o 1º Festival de Artesanato “María Cleofes Rivera”.

Programado para o mês de junho, o 1º Festival Gastronômico “Ichan Takwal: a comida dos antigos” foi criado com a intenção de promover a revitalização de práticas gastronômicas ancestrais baseadas na recuperação de técnicas culinárias pré-hispânicas, pratos com valor ritual de comunidades indígenas, dentro de uma estratégia de fortalecimento organizacional.

(Foto: Cocopan)

A 2ª Festa da Anona, San Isidro 2023, a realizar-se em agosto, apresenta-se como um espaço de promoção da produção agrícola da zona sul do município e, especificamente, da produção de anona (anona diversifólia), da qual Panchimalco é o principal produtor do departamento.

A 2ª Feira Milpa, Azacualpa 2023, prevista para outubro, procura visibilizar e revalorizar a importância da cultura rural, da agricultura e dos saberes ancestrais das comunidades indígenas, como pilares da cultura indígena contemporânea.

Por fim, o 1º Festival de Artesanato “María Cleofes Rivera”, programado para  novembro, será uma homenagem aos artesãos indígenas de Panchimalco, cujo legado ainda vive no município, com demonstrações de processos artesanais e comercialização de produtos.

Com estes quatro festivais culturais, a rede espera reunir 400 crianças, jovens, pessoas adultas e idosas das comunidades de Panchimalco, participando ativamente, partilhando experiências, fortalecendo suas identidades e espaços organizacionais através do diálogo.

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A rede

O Conselho das Comunidades para a Transformação de Panchimalco (COCOPAN) é uma rede colaborativa das comunidades indígenas e não indígenas do município de Panchimalco, fundada em março de 2021, e que atualmente reúne nove organizações. Seu principal objetivo é fortalecer a identidade cultural do município de Panchimalco, por meio da preservação, promoção e divulgação das manifestações culturais de suas comunidades.

Em 2021, foram realizados dois projetos coletivos. O primeiro, destinado às mulheres indígenas de suas comunidades, beneficiou mais de 100 mulheres, fortalecendo suas capacidades produtivas. No segundo, foram realizadas três festas comunitárias com o objetivo de divulgar a cultura indígena de Panchimalco. Em 2022, foram realizados a 1ª Tarde de Flores e o 1º Encontro de Mulheres Indígenas de Panchimalco.

(Fotos: Cocopan. 1ª Tarde de Flores, maio de 2022)

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Participam do COCOPAN: Associação de Desenvolvimento Comunitário Indígena do Cantão San Isidro (ADESCOINSA); Associação de Desenvolvimento Comunitário Indígena do Cantão Azacualpa (ADESCOINAZ); Associação de Desenvolvimento Comunitário Indígena do Cantão Los Troncones (ADESCOINTRO); Associação de Mulheres Indígenas de Panchimalco (ASMUIPAN); Comissão de Artesãos e Empresários de Panchimalco; Comitê Indígena do Cantão Los Pajales; Comitê Indígena do cantão El Divisadero; Comitê Indígena do cantão Las Crucitas; Associação de Desenvolvimento Comunitário Prados de Amayón (ADESCO Amayón); Associação Cooperativa de Produção Industrial, Comercialização e Fornecimento de Bordados de Panchimalco Responsabilidade Limitada (Acopanchi de R.L.)

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28

jul
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Bogotá e Guadalajara realizam novo intercâmbio no projeto Ventana Adelante 2023

Em 28, jul 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: «Estrategias culturales comunitarias para los territorios», 2022 (Fuente: Adelante 2)

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Neste sábado, 29 de julho, será promovida a primeira atividade da iniciativa “Estratégias Culturais para a Participação Cidadã”, que se realizará nos próximos meses no âmbito da Ventana Adelante 2023 de Cooperação Triangular União Europeia-América Latina e Caribe. As entidades beneficiárias da aliança são a Direção de Cultura de Guadalajara (México) e a Secretaria de Cultura, Lazer e Esporte de Bogotá (Colômbia), duas das integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.

Ventana Adelante de Cooperação Triangular União Europeia-América Latina e Caribe 2021-2024 é um instrumento de cofinanciamento que visa mobilizar e canalizar recursos para associações ou alianças entre entidades da Europa e da América Latina e do Caribe que respondam à modalidade de Cooperação Triangular (*) e cujo objetivo final seja a consecução da Agenda 2030 e um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.

No ano passado, na Ventana Adelante 2022, foi desenvolvida a primeira experiência de colaboração entre a Direção de Cultura de Guadalajara, a Secretaria de Cultura, Lazer e Esporte de Bogotá e o Instituto de Cooperação Internacional e Desenvolvimento Municipal (Incidem), que está em Madri e se dedica à cooperação internacional vinculando municípios.

Guadalajara foi a cidade beneficiária das “Estratégias Culturais Comunitárias para os Territórios”, recebendo apoio e capacitação em metodologias para a criação de políticas de base. A iniciativa de 2022 incluiu oficinas virtuais, seminários e uma visita a Espanha para estudo, beneficiando 170 profissionais das entidades e organizações sociais participantes.

Este ano, a iniciativa de cooperação que será desenvolvida no âmbito da Ventana Adelante 2023 tem como instituições ofertantes o Ministério da Cultura da Argentina(através da Secretaria de Gestão Cultural) e a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil. A Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) aparece como segunda entidade ofertante do projeto.

As sete atividades que estão programadas para acontecer até março de 2024, virtualmente e presencialmente na Espanha, na Argentina, na Colômbia e no México, também contam com a colaboração do Mestrado e Doutorado em Gestão da Cultura da UDGVirtual (Universidade de Guadalajara).

Esta aliança tem como objetivo a construção de um modelo conjunto de concepção e aplicação de uma ação cultural com foco no desenvolvimento sustentável, nos direitos humanos e na participação social ativa a partir do conhecimento e das experiências das entidades ofertantes, da formação de agentes e agentes culturais e da sistematização de suas experiências de trabalho cultural.

O modelo será utilizado pelas entidades beneficiárias em duas esferas: governamental e comunitária. No âmbito governamental, será aplicado como um direcionamento de políticas culturais nos cenários de transição de governo, como propostas a serem implementadas nos planos de cultura e plano de desenvolvimento de Guadalajara e Bogotá em 2024. Isso possibilitará a criação de uma política pública de cultura que contribua intersetorialmente para os desafios de sustentabilidade e governança compartilhados pelas duas cidades.

No âmbito comunitário, ajudará as organizações comunitárias a se reafirmarem como agentes de transformação, diversificar e aprimorar suas estratégias de trabalho e fortalecer suas capacidades de incidência e inter-relação com o governo local para o estabelecimento de agendas públicas compartilhadas no setor cultural.

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Atividades agendadas

As “Estratégias Culturais para a Participação Cidadã” que serão realizadas no âmbito da Ventana Adelante 2023 incluem sete atividades, entre seminários, congressos e visitas de estudo. A atividade inaugural, neste 29 de julho, girará em torno do tema “Marco contextual da iniciativa e ferramentas para sistematizar conhecimentos e experiências”, e será em formato híbrido, com toda a delegação de Guadalajara reunida presencialmente.

Este primeiro encontro pretende ser uma forma de identificar as pessoas que vão participar nas atividades, bem como os desafios, objetivos, metodologia, plano de trabalho e produtos resultantes da iniciativa. Em formato de oficina, será apresentado o instrumento de caracterização e coleta de conhecimento e aprendizagem com o qual trabalharão os participantes do processo, sua sistematização e organização da informação em diferentes momentos, e os produtos que serão criados com os conhecimentos gerados em cada atividade.

A segunda atividade será um seminário presencial no México, de 6 a 10 de agosto, um processo intensivo para 47 agentes socioculturais que serão capacitados como atores sociopolíticos de ação, defesa e incidência, principalmente no campo cultural para o desenvolvimento sustentável. O encontro será facilitado pelo Instituto Mexicano para o Desenvolvimento Comunitário (IMDEC), organização especializada em educação popular, defesa dos direitos humanos e fortalecimento de organizações e movimentos sociais. Esta formação será complementada por conferências com pessoas que são referências em cultura comunitária e incidência política em Bogotá, Costa Rica e Equador.

O Congresso Internacional de Cultura e Participação Cidadã, que será realizado no México de 31 de agosto a 2 de setembro, será a terceira atividade desta iniciativa de cooperação. Destinado principalmente a funcionários das entidades beneficiárias, o evento terá palestras e painéis focados em apresentar experiências comunitárias e institucionais de projetos e políticas participativas que tenham contribuído para o desenvolvimento sustentável. Também contará com mesas de trabalho intersetoriais que permitirão conhecer e analisar os problemas e necessidades da ação cultural para a identificação de propostas de solução por meio de políticas públicas e transformações institucionais para viabilizá-las.

A quarta atividade será uma visita de estudo a Barcelona (Espanha), de 15 a 22 de setembro, para conhecer as experiências de agentes culturais espanhóis em projetos relacionados aos eixos e áreas de conhecimento da iniciativa, e conhecer os componentes e recomendações da Estratégia Ibero-americana de Cultura e Desenvolvimento Sustentável da SEGIB e sua aplicação na política cultural local das entidades beneficiárias.

A quinta atividade consistirá em uma visita de estudo à Argentina, de 1 a 6 de novembro. Haverá sessões de oficinas e conversas no Ministério da Cultura da Nação, dirigidas principalmente a funcionários/as, sem excluir agentes comunitários/as. Também estão previstas visitas a três organizações culturais comunitárias como estudos de caso de seus modelos de gestão e incidência.

A sexta atividade será um seminário na Colômbia em fevereiro de 2024, realizado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, em colaboração com universidades colombianas e a UDG Virtual. A partir dos aprendizados, insumos e sistematizações geradas ao longo da iniciativa, serão convocados espaços de trabalho intersetoriais para a análise e construção conjunta da proposta de “Modelo de orientação para o desenho e implementação de políticas culturais locais participativas com foco no desenvolvimento sustentável e direitos humanos”. As oficinas são para turmas acadêmicas e técnicas, abertas à participação cidadã.

A sétima atividade, prevista para março de 2024, será uma oficina virtual de encerramento, com retorno aos participantes e socialização do modelo orientador da cocriação. Também serão compartilhados os roteiros de aplicabilidade de cada entidade, bem como os posicionamentos e recomendações dos membros da aliança.

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⇒Saiba mais sobre a iniciativa de Cooperação Triangular “Estratégias culturais comunitárias para os territórios”, de 2022https://www.adelante2.eu/es/iniciativas/itc-331-22/58

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(*) Cooperação Triangular é uma modalidade horizontal focada em alianças, em que os conhecimentos e experiências complementares dos parceiros são utilizados para criar conjuntamente soluções para responder aos desafios do desenvolvimento. 

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26

jul
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Bogotá, Quilmes e Tempoal de Sánchez se somam à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

Em 26, jul 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

Um mês após a incorporação de Alto Biobío, Cauquenes e Curridabat, três novos municípios aderiram à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: Bogotá (Colômbia), Quilmes (Argentina) e Tempoal de Sánchez (México). Com o ingresso dessas três cidades, chega a 36 o total de municípios, províncias e estados que formalizaram sua participação desde maio de 2019, quando esta rede foi lançada oficialmente na cidade de Buenos Aires (Argentina), durante o 3º Encontro de Redes IberCultura Viva .

As cartas de aceitação foram enviadas esta semana aos municípios por Esther Hernández Torres, diretora geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do Governo do México e presidente do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva.

Conforme indicado pelas autoridades que enviaram seu pedido de adesão ao IberCultura Viva, esses três governos locais serão representados na rede por Fernando Martíns Collizzolli (Direção Geral de Relações Institucionais do Município de Quilmes), Catalina Valencia Tobón (Secretaria de Cultura, Recreação e Esporte de Bogotá) e Carlos Portilla Reyes (Diretoria de Educação, Cultura e Turismo de Tempoal de Sánchez).

Em seu pedido de incorporação, Néstor Rodolfo Rivera Pérez, prefeito de Tempoal de Sánchez (Veracruz, México), além de citar o órgão e a pessoa responsável por fazer as contribuições necessárias à rede, mencionou a intenção do município de realizar algumas ações em coordenação com o programa. Entre eles, o intercâmbio para o fortalecimento de políticas entre funcionários e técnicos, a realização de encontros em rede, a elaboração do inventário do patrimônio cultural imaterial para fins de salvaguarda, a geração de políticas públicas locais em benefício das organizações culturais comunitárias e a coordenação da rede de 18 organizações culturais comunitárias presentes no município.

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Transformações para a paz

Na carta de adesão de Bogotá D.C., a prefeita Claudia Nayibe López Hernández destacou o Plano de Desenvolvimento Distrital “Um novo contrato social e ambiental para Bogotá 2020-2024” e os projetos de investimento destinados a fortalecer as capacidades dos/as agentes para a transformação dos ambientes, territórios e cidadania numa perspectiva territorial e assistencial, por meio da Secretaria da Cultura, Recreação e Desporto (SCRD). Entre esses projetos está o “Transformações Culturais para a Paz”, que visa transformar espaços identificados como ambientes conflituosos do ponto de vista social e cultural.

A prefeita também ressaltou o processo de intercâmbio de conhecimento com organizações comunitárias que vem sendo desenvolvido com a cidade de Guadalajara (Jalisco, México) por meio da iniciativa de Cooperação Triangular da União Europeia, na Ventana Adelante 2022. Guadalajara é membro da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais desde 2022 e sua participação também motivou a entrada de Bogotá nesta instância.

18

jul
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro Latino-americano de Comunicação da Cultura Viva Comunitária, em Niterói, espera receber pessoas de 20 países

Em 18, jul 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

A Comissão de Comunicações do Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária (MLCVC) e o Governo Municipal de Niterói convocam pessoas comunicadoras comunitárias de 20 países do continente a participar do 1º Encontro Latino-americano de Comunicação da Cultura Viva Comunitária, que se realizará em Niterói (Rio de Janeiro, Brasil) de 6 a 8 de outubro.

Esta convocatória se dirige a pessoas comunicadoras comunitárias e a representantes de organizações de base territorial do MLCVC que se dediquem ao exercício e/ou desenvolvimento das comunicações comunitárias e redes de divulgação de conteúdos comunicacionais em suas comunidades. 

Podem participar pessoas dos seguintes países: Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, México, Cuba, Haiti, República Dominicana e Porto Rico. Para o território brasileiro haverá uma convocatória específica, que será publicada no dia 1º de agosto.

Incentiva-se a participação de jovens, povos originários e afrodescendentes, pessoas com deficiência e diversidades de gênero que sejam parte do MLCVC. Pessoas servidoras públicas ou que cumprem funções no Estado e que desejam postular devem comprovar o trabalho em comunicação comunitária realizado em uma organização de base territorial. 

Os critérios de seleção serão considerados com base na paridade, selecionando duas pessoas por país postulante, que receberão como apoio passagens aéreas de ida e volta desde o aeroporto de cada cidade capital até a cidade de Río de Janeiro. Os gastos de alojamento e alimentação serão cobertos pela Prefeitura de Niterói.

Com esta iniciativa se busca o fortalecimento das redes, dos canais de difusão e da comunicação comunitária do MLCVC, rumo ao 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias, que se levará a cabo no México em 2024.

As pessoas beneficiadas terão um prazo de 10 dias seguidos, a partir da publicação dos resultados, para confirmar sua participação. caso não seja recebida a confirmação, o apoio será concedido à postulação seguinte, que obteve maior pontuação.

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(*) A Prefeitura de Niterói é uma das integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

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Saiba mais: https://culturavivacomunitaria.net/encuentro-de-comunicacion-2023/

Consultas: encuentrocomunicacionescvc@gmail.com

10

jul
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Criando pontes, reivindicando a memória: os projetos equatorianos selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023

Em 10, jul 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Archivas & Documentas)

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Um espaço artístico-cultural-literário para valorizar e promover a produção da literatura indígena contemporânea. Um festival intercultural com manifestações artísticas dos povos afro-equatorianos Chachi e Épera, uma feira de artesanato e uma feira gastronômica e de soberania alimentar. Um espaço de pesquisa, produção, circulação e reflexão sobre as práticas da arte e dos direitos humanos para visibilizar e fortalecer a luta de familiares de pessoas desaparecidas. Conheça os três projetos de redes equatorianas selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023.

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* Nome da rede ou articulação: Red de Creación Intercultural Mingas de la Imagen

* Nome do projeto: II Encontro Internacional Corazonando: curando a palavra e a memória

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O II Encontro Internacional “Corazonando: Sanar la palabra y la memoria” será realizado nas cidades de Quito e Otavalo (província de Imbabura, Equador), nos dias 6, 7 e 8 de setembro. Neste espaço artístico-cultural-literário comunitário e global, artistas, coletivos e grupos culturais se reunirão para trocar experiências e espalhar sementes que multipliquem o trabalho de animação cultural em diferentes campos. A iniciativa nasce da necessidade de valorizar, divulgar e promover a produção da literatura indígena contemporânea, a reivindicação da memória, da oralidade e de outras formas de escrita e texto desconhecidas e desvalorizadas.

(Foto: Mingas de la Imagen)

O projeto contempla a concepção e implantação do site da Biblioraloteca Cultural MUYU, onde serão exibidas produções literárias em línguas nativas, além de um repositório acadêmico, livros comunitários e uma galeria de vídeo-poemas indígenas. Ali também estará abrigada a produção de memórias em vídeo e fotografias resultantes desse encontro internacional, com depoimentos, entrevistas e materiais públicos.

Esta proposta de articulação também visa apoiar os trabalhos de produção do encontro, em oficinas de formação comunitária em auto-edição de livros, ilustração infantil indígena, têxteis de simbologia Embera em chaquira e recitais de poesias-contos. As atividades atenderão comunidades dos povos indígenas Embera, Wayuu, Yanakuna e Camentsa, na Colômbia; o povo Tsotsil Maya, do México, e os povos Kitu Kara e Otavalo, de nacionalidade Kichwa, do Equador.

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Organizações participantes

A Red de Creación Intercultural Mingas de la Imagen, que apresentou esta proposta ao IberCultura Viva, é um processo que acontece desde 2016 em Mocoa-Bogotá, e já envolveu comunidades indígenas e colaboradores da Colômbia, Panamá, Equador, Estados Unidos, Uruguai, México e Itália. Seus integrantes realizam encontros, conversas, trabalhos colaborativos e oficinas de criação intercultural, em diálogos comunitários que buscam efetivar seu potencial artístico por meio da cooperação e construção coletiva entre diferentes linguagens, artes, espiritualidades e saberes.

Este projeto é uma articulação da Rede de Criação Intercultural Mingas de la Imagem com a Fundação Biblioraloteca Cultural Literária MUYU (Equador); o Coletivo de Comunicações Wainpirai (Guajira, Colômbia), formado por jovens e mulheres Wayuu, e o Coletivo Snichimal Vayuchil (Chiapas, México), que reúne tradutores maias e produtores independentes de materiais literários.

(Foto: Mingas de la Imagen)

O Coletivo Snichimal Vayuchil nasceu em 2016 como uma oficina de criação literária. Em coordenação com casas de cultura e escolas de comunidades rurais, o coletivo promove oficinas, recitais de poemas e poesias e realiza concurso de oralidade-poesia e pintura, entre outras atividades. Em 2022, em colaboração com a Red de Creación Intercultural Mingas de la Imagen, participou da produção de um livro coletivo indígena, “Ritual de Palabras”, com poesias e histórias em dez línguas.

O Coletivo Wainpirai começou a se organizar em Guajira em 2013, a partir de uma escola de formação política e cultural. Formada por jovens e mulheres do povo Wayuu dos municípios de Hato Nuevo e Barrancas, no sul da Guajira, expandiu seu trabalho para a média e alta Guajira (Manaure, Uribia, Riohacha e áreas rurais de Maicao) e trabalha em comunicação em suas diferentes formas e linguagens: desenho, tecido, teatro, audiovisual.

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* Nome da rede ou articulação: Coalición Intercultural do Río Cayapas

* Nome do projeto: Esmeraldas viva, Viva Esmeraldas! V Festival Intercultural del Río Cayapas

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O V Festival Intercultural del Río Cayapas, que acontecerá na comunidade intercultural de Santa Maria del Cayapas, reunirá de forma inédita as manifestações artísticas dos povos afro-equatorianos Chachi e Épera em um diálogo de cosmovisões tecidas em torno da vida em a selva ocidental equatoriana. Também será dado espaço à poética da vida através da arte culinária local e da feira de artesanato intercultural, marca identitária do festival.

A intenção é realizar três apresentações artísticas no festival, além da feira de soberania alimentar e gastronômica e da feira de artesanato das comunidades do Rio Cayapas. Está prevista a participação de 60 jovens de diferentes culturas nas manifestações artísticas de música e dança, e um total de 600 pessoas nas atividades. Esta edição contará com o apoio da equipe de documentação audiovisual da Fundação Ochún, que acompanhará todos os eventos para a realização de um minidocumentário.

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Organizações participantes

A Coalición Intercultural del Río Cayapas é uma organização que trabalha desde 2018 articulando de forma coordenada entidades que prestam apoio estratégico em diferentes áreas relacionadas com a interculturalidade, educação, manifestações artísticas e soberania alimentar. O objetivo da coalizão é criar pontes de fortalecimento, conhecimento e distribuição de conhecimentos entre os afrodescendentes do Equador e as nacionalidades indígenas Chachi e Épera que habitam a Selva Ocidental do país.

Em 2018, em aliança com o Festival del Sur e o Movimento de Cultura Viva Comunitária, a organização promoveu o I Festival Intercultural do Rio Cayapas. Em 2019, a segunda edição do festival contou com a participação de indígenas Chachi e brasileiros da comunidade Ilê Baru (Grupo Senzala Foz), que viajaram ao Equador com o apoio do IberCultura Viva, em um dos intercâmbios realizados no âmbito do edital IberEntralaçando Experiências.

Segunda edição do Festival Intercultural do Rio Cayapas, em 2019 (Foto: Cayapas Intercultural)

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Para promover esta quinta edição do festival, a coalizão se articulou com CVC Equador e a Fundação Cultural e Artesanato Afro-Equatoriana Ochun Funcuao. A Rede Equatoriana de Cultura Viva Comunitária, formada em 2013, reúne artistas, gestores, lideranças comunitárias, redes colaborativas e processos culturais de base comunitária que trabalham para fortalecer a memória, a história e a identidade por meio de expressões criativas e organização social.

A Fundação Cultural e Artesanal Afro-Equatoriana Ochun Funcuao, criada em Quito em 2007, tem como principal missão gerar fortalecimento identitário em crianças, jovens e mulheres afros e refugiadas, em setores periféricos da cidade. A fundação articula projetos relacionados à arte e cultura afro, escolas de música e dança, oficinas: têxtil, turismo, gastronomia e realiza capacitações em ofícios e direitos com abordagem de gênero e intergeracional.

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 * Nome da rede ou articulação: Situar: Arte, Activismos y Derechos Humanos

* Nome do projeto: I Encuentro Situar: Arte y Derechos Humanos

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O Encontro Situar: Arte e Direitos Humanos, a ser realizado na cidade de Quito, gira em torno da ativação da memória crítica ligada ao fenômeno dos desaparecimentos no Equador. Para isso, propõe-se o desenvolvimento de uma série de atividades culturais dentro de um espaço multiplicador de reflexões, questionamentos, solidariedade e afeto, e apoio à luta por melhores políticas públicas para erradicar esse problema. O processo deverá culminar em agosto, Mês das Vítimas de Desaparecimentos Forçados.

O evento inclui uma chamada pública, um laboratório, uma intervenção pública e algumas palestras/conversatórios. O laboratório teórico-prático de ativismo foi pensado como um espaço de reflexão coletiva sobre a memória do corpo ausente e a luta por dignidade e justiça. Foram propostas duas oficinas, a primeira de escrita experimental para a elaboração de um manifesto de slogans e biografias de mulheres desaparecidas; a segunda, de memória-bordado para a elaboração de um manifesto-bandeira em grande formato. As duas oficinas serão destinadas a familiares e amigos dos desaparecidos.

A ideia é realizar uma intervenção pública da bandeira a partir do manifesto coletivo e da leitura em voz alta de biografias de mulheres desaparecidas. Além disso, várias palestras serão realizadas durante as oficinas, permitindo uma aproximação com o tema, as experiências e as ações, e será elaborado um mapa de memória do desaparecimento no país. Especialistas e ativistas, artistas e familiares serão convidados para esses diálogos.

O projeto “Desaparecendo” foi levado adiante por Situar e Asfadec de 2016 a 2019

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Articulação

As organizações que se articulam para realizar este projeto possuem um histórico de colaborações em torno do tema. São elas: Situar: Arte, Activismos y Derechos Humanos; Asociación de Familiares y Amigos de Desaparecidos en Ecuador (Asfadec) e Archivas y  Documentas.

Coletivo formado em 2009 e formalizado como organização em julho de 2022, Situar tem concentrado sua atuação em programas e atividades de ação social e desenvolvimento, bem como na criação, acompanhamento e produção de espaços de pesquisa e educação não formal vinculados a processos comunitários. Também tem se dedicado ao acompanhamento de organizações para o apoio e desenvolvimento de propostas ligadas ao resgate da memória social e patrimonial a partir da participação cidadã e dos direitos humanos.

(Fotos: Asfadec)

Em 2015, Situar e Asfadec iniciaram o projeto “Desaparecendo”, que buscava dar visibilidade ao fenômeno dos desaparecimentos no Equador por meio de encontros, oficinas e uma exposição artística itinerante, que percorreu vários espaços culturais durante quatro anos. Organização sem fins lucrativos nascida em 2012, a Asfadec assessora e acompanha familiares de desaparecidos em buscas e ações de demanda em instituições do Estado. Além disso, trabalha em conjunto com organizações de direitos humanos para criar políticas públicas que atendam casos de pessoas desaparecidas e realiza campanhas de conscientização sobre o tema, entre outras atividades.

O outro proponente do projeto é Archivas y Documentas, uma organização feminista que pesquisa e publica o trabalho de mulheres artistas equatorianas, e que desde 2016 desenvolve projetos e ações com foco na visibilidade da mulher e na dissidência na arte. As ações que realiza (inclusive em colaboração com a Situar) buscam questionar as relações de poder no sistema artístico e reivindicar espaços mais justos e uma vida digna para os trabalhadores da cultura.

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