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Blog - Página 26 de 94 - IberCultura Viva

18

Maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Encontros de Resistências e Mural da Cultura Viva Comunitária: os projetos do México selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 18, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

A Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala, formada por organizações e coletivos do México e da Colômbia, e o Tejido Ser Comunitarios são as duas articulações que apresentaram as propostas selecionadas pelo México no Edital  IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022. 

Os dois projetos serão realizados no país a partir de junho. Os Encontros de Resistência Cultural e Territorial de Abya Yala serão realizados na Cidade do México e nos estados de Chiapas e Oaxaca, entre 6 e 30 de junho. O segundo projeto, o Mural da Cultura Viva Comunitária de Cuautepec, será realizado entre junho e agosto no Centro Cultural El Arbolillo (Cuautepec, Cidade do México).


(Foto: Cooperativa Tierra Negra)

 

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* Nome da rede ou articulação: Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala

* Nome do projeto: Encontros de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala

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Os Encontros de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala, previstos para junho na Cidade do México e nos estados de Chiapas e Oaxaca, têm como eixo central o intercâmbio de saberes e experiências entre as diferentes organizações que compõem esta rede em torno do papel da comunicação alternativa nas lutas pela defesa dos territórios. 

Esse compartilhamento de experiências se dará em espaços de encontro como oficinas, fóruns de vídeo, espaços de diálogo e socialização de projetos, que ocorrerão durante a circulação de várias coletividades pelo percurso da Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala, como tem sido chamado o tecido de territórios que será a base de acolhimento para as atividades realizadas no âmbito desta proposta. 

Tecendo comunicação, tecendo territórios (Foto: Sandía Digital)

O projeto tem como objetivo a realização de três fóruns de vídeo sobre defesa territorial, a partir de narrativas e estratégias de comunicação comunitária; dois encontros entre as coletividades da rede que fortalecem trocas de experiências, metodologias e articulações futuras, além de um ciclo de oficinas para a construção de uma estratégia de comunicação autônoma e comunitária por meio de fanzine, rádio, vídeo e segurança digital.

De acordo com a proposta apresentada ao IberCultura Viva, em Chilón (Chiapas), o ciclo de oficinas visa fortalecer o tecido comunitário através da capacitação em diferentes estratégias de comunicação com as culturas camponesas e nativas. A mostra audiovisual em San Cristóbal de las Casas permitirá a memória do que foi caminhado a partir dos meios de comunicação e da defesa territorial, e o encontro em Oaxaca permitirá ampliar e tecer redes para a emergência e a solidariedade entre coletivos de mídia livre e dos bairros. O vídeo-fórum na Cidade do México, por sua vez, gerará um espaço de reflexão de vizinhos e vizinhas em torno da construção de territórios autônomos.

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Rede proponente

O trabalho da Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala tem quatro vertentes: autonomia, comunicação comunitária, feminismo e defesa do corpo-território. A iniciativa busca reunir e aproximar em solidariedade as resistências territoriais da América Latina a partir do trabalho presencial -ou seja, nos próprios territórios-, apoiado pelas ferramentas da mídia livre e da era da informação. 

Ao se reunir no México, seus membros pretendem compartilhar suas experiências de vida/trabalho em diferentes momentos, sistematizar suas metodologias, formar mais e novos jovens em seus próprios territórios, bem como fortalecer os diálogos intergeracionais, interculturais e transnacionais.

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Organizações participantes

(Foto; Sandía Digital)

La Sandía Digital, criada na Cidade do México em 2011, é uma organização feminista de produção audiovisual colaborativa, formação e comunicação estratégica. Trabalha com movimentos de base, organizações da sociedade civil e comunidades, em prol da justiça socioambiental e de gênero e dos direitos humanos, para transformar narrativas e fortalecer seu impacto político e público, por meio de três linhas de ação: produção audiovisual, processos de formação e comunicação estratégica. Desde 2013 constitui-se como associação civil, mas continua a apostar num modo de governança horizontal, em que orientações e decisões estratégicas são tomadas em assembleia.

O Festival Nacional de Cinema e Vídeo Comunitário do Distrito de Aguablanca (FESDA) é um grupo de mulheres comprometidas com a comunicação comunitária para contar, resistir e sonhar desde as periferias. Além de fazer e exibir filmes nas ruas, nos bairros, com as comunidades, com a resistência, promovem processos de formação audiovisual para fortalecer o tecido comunitário em nível nacional e latino-americano. FESDA nasceu em 2009 no distrito de Aguablanca, território a leste da cidade de Cali (Colômbia) que se configurou a partir de processos de desalojamento causados ​​pela violência estrutural sofrida pelo Pacífico rural colombiano, que fez com que as comunidades — principalmente afrodescendentes — se mudassem para as cidades, neste caso Cali, e construíssem bairros no que chamam de Pacífico Urbano. 

(Foto: Festival de Cine y Video Comunitario del Distrito de Aguablanca)

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Também da cidade de Cali vem a Cooperativa Tierra Negra, uma comunidade que desde 2019 se dedica ao campo da comunicação, publicação, gráfica, filme e vídeo comunitário, comunicação direta e própria com perspectiva autônoma, coletiva, autogerida, feminista e da defesa de territórios e povos. Como definem na inscrição ao edital: “Nos inspiramos nas mãos que movem a terra, plantam e cuidam dela. A luta que a liberta, o fogo que lhe dá vida e a organização que lhe dá esperança. Somos coletivos que acreditam na fertilidade do encontro para a difusão, no poder da comunicação e no poder das vozes que cuidam e tornam a vida possível”.

O Projeto Videastas Indígenas da Fronteira Sul (PVIFS), criado em 2000 em San Cristóbal de las Casas, Chiapas (México), tem trabalhado para ajudar os povos, organizações e comunidades indígenas de Chiapas e do sul do México a alcançar os objetivos de suas agendas sociais e promover a criação de multiplicadores ou “cinegrafistas populares” capazes de promover novas políticas culturais. O trabalho de formação dos indígenas tem consistido em cursos e seminários que partem de necessidades específicas para explorar questões técnicas, artísticas e humanísticas de forma colaborativa. A maioria dos alunos são jovens e mulheres indígenas, membros de organizações sociais e culturais de Los Altos, La Selva e dos Vales Comitecos de Chiapas.

O Grupo de Trabalho Corpos, Territórios e Resistência (GT-CUTER), por sua vez, é um grupo de pesquisadores e ativistas de 14 países, criado em 2016. Sua caminhada entre academia, ativismo, comunicação e acompanhamento de indígenas, afrodescendentes e populares movimentos sociais em seus territórios explora, reflete e debate sobre a articulação que existe entre as diversas formas de resistência, corpos e territórios. Para o grupo, o reconhecimento das práticas e narrativas de resistência, autonomia e defesa da vida “é um horizonte que põe em movimento um tipo de trabalho investigativo e de ciências sociais públicas, preocupado com a vida comunitária e a compreensão das dinâmicas locais, regionais e globais que se articulam em um sul global que resiste criativamente”.

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* Nome da rede ou articulação: Tejido Ser Comunitarios

* Nome do projeto: Mural da Cultura Viva Comunitária Cuautepec

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O Mural da Cultura Comunitária Viva Cuautepec, proposto pela articulação Tejido Ser Comunitarios no Edital IberCultura Viva para Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, será realizado entre junho e agosto no Centro Cultural El Arbolillo, Cuautepec, Cidade do México. De acordo com a organização responsável pelo projeto, os murais realizados na Colônia Vista Hermosa geraram transformações no campo cultural e levaram à reflexão sobre memória, identidade e patrimônio.

(Foto: Cooperativa Cultura El Arbolillo)

“Esta proposta busca projetar a memória dos grupos e organizações que contribuíram para a cultura de nossa cidade muito antes de nós, honrando sua influência e esforço, além de moldar sua própria identidade como organizações culturais”, explica o artista comunitário Aldo Adrián Nuño López, que inscreveu o projeto no edital em nome da rede.

Para a execução deste mural comunitário de grande formato, serão desenvolvidas três sessões de círculos da palavra, onde será configurado um esboço em conjunto. A ideia é que seja um mural interativo, no qual a realidade aumentada será aplicada para que a interação seja gerada por meio de dispositivos móveis. O tema “arte e cibercultura” será abordado em uma das três rodas de conversa que serão realizadas no âmbito do projeto.

Também está previsto um festival cultural de apresentação do mural, onde serão ministradas quatro oficinas para a autonomia financeira, por mulheres do grupo Artesãos de Cuautepec. Estas oficinas serão de bordados, pulseiras de miçangas, pulseiras tecidas e bolsas.

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Rede proponente

As entidades que apresentam o projeto nesta convocatória mantêm uma estreita colaboração desde 2016, tendo realizado de 2016 a 2019 a feira de migrantes na localidade de Gustavo A. Madero (GAM), bem como murais no Centro Cultural Vista Hermosa. Em Vista Hermosa, a área na entrada da Serra de Guadalupe, onde antes era um depósito de lixo, foi resgatada para fazer um parque recreativo ambiental.

 “Essas atividades dos murais foram um divisor de águas na visibilidade de nossa rede na localidade”, comemora Aldro Adrián. Além da atenção da Secretaria do Meio Ambiente, este ano a rede recebeu o apoio da área de Cultura da prefeitura para realizar oficinas semanais para que os moradores da comunidade continuem frequentando. 

 

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Organizações participantes

A Cooperativa Cultural El Arbolillo Cuautepec, responsável pelo projeto, começou em 2015 como um coletivo na Cidade do México, com o objetivo de criar espaços próprios e comunitários para transmitir arte e promover a cultura através da criação de murais e da realização de oficinas. Vinculados a artistas e organizações comunitárias locais, participam e compartilham seminários, conferências e apresentações de livros, além de colaborarem com diversas atividades culturais. Em 2018 constituem-se como cooperativa, tendo a possibilidade de oferecer suas práticas como um serviço de apoio à educação artística a diferentes organizações, instituições, etc., na perspetiva da economia social e solidária.

(Foto: Cooperativa Cultural El Arbolillo)

O Coletivo Cultural Vista Hermosa, criado em 2018 na Cidade do México, luta para mudar as condições de vida de sua comunidade desde a década de 1990. Seus membros são migrantes de Chilacachapa (Guerrero), e em 2005 passaram a administrar o Centro Cultural Vista Hermosa, com a convicção de que arte e cultura são poderosas ferramentas de transformação. Com a formação como coletivo em 2018, continuaram a promover atividades não só no centro cultural, mas também na área que resgatam como vizinhos, com o apoio dos jovens do Arbolillo em ações como a criação de murais comunitários e a programação cultural da colônia.

Artesanos de Cuautepec é uma organização formada por famílias migrantes que existe desde 2015 na Cidade do México. O grupo realiza a feira dos migrantes na Prefeitura de Gustavo A. Madero desde 2016, com o apoio de diversos elencos e grupos locais e de toda a zona norte do GAM. A organização é composta majoritariamente por mulheres, que realizam oficinas para a autonomia financeira.

(Foto: Colonia Villa Hermosa)

17

Maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Chacchando Sueños e o V Congresso Latino-Americano de CVC: os projetos do Peru selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 17, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

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Os dois projetos de redes peruanas selecionados no Edital IberCultura Viva  de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 são o IX Encontro Internacional de Cinema Comunitário Chacchando Sueños, uma iniciativa da Rede Nacional de Microcines Chaski, e o V Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, promovido por uma rede de diversas organizações de todo o Peru e integrante do Movimento Latino-Americano CVC. Ambos os eventos ocorrerão em outubro.

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(Foto: Grupo Chaski)

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* Nome da rede ou articulação: Red Nacional de Microcines Chaski

*Nome do projeto: IX Encontro Internacional de Cinema Comunitário Chacchando Sueños 

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O IX Encontro Internacional de Cinema Comunitário Chacchando Sueños será realizado de 27 a 29 de outubro de 2022, em 32 distritos de 10 regiões do Peru: Puno, Cusco, Ayacucho, Apurimac, Ica, Lima, Ancash, La Libertad, Piura e Loreto. O evento, uma iniciativa do Grupo Chaski que ocorre há oito anos consecutivos, será realizado em edição presencial na cidade de Ayaviri (Puno), tendo como parceiras duas associações da Rede de Microcine desta região: a Associação de Microcines Chaski Macarí – Chaskimac e o Microcine Musuq Khawariy Hatun Illariypi – Mukhi Microcine.

As atividades são gratuitas, dirigidas ao público em geral (homens e mulheres, de diversas faixas etárias e populações vulneráveis), e têm como finalidade o intercâmbio de saberes e metodologias de trabalho comunitário entre diversos coletivos, redes de educação popular, gestores culturais e público em geral. 

A ideia é realizar seis oficinas de produção audiovisual comunitária voltadas para a população das cidades de Ayaviri (Puno) e Lima, além de 32 exibições com cine-fórum em 32 bairros de 10 regiões do país e duas oficinas sobre o uso de plataformas de comunicação digital. Pretende-se também promover uma reunião de planejamento com os participantes da Rede de Microcines para reativar o trabalho presencial na rede.

(Foto: Grupo Chaski)

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Com as ações propostas, os/as integrantes das organizações comunitárias poderão: a) Aprender o uso do audiovisual como ferramenta de coleta de informações, visibilização e registro da memória do lugar e da organização comunitária. b) Conhecer novas metodologias comunicativas para a abordagem e desenvolvimento do trabalho comunitário; c) Fortalecer seu trabalho de gestão e articulação com outros grupos, organizações e instituições da região; d) Incorporar as dinâmicas de cinema e vídeo fórum no trabalho de comunicação e reflexão das suas organizações; e) Aprender a gestão de redes sociais para troca de bens culturais; f) Conhecer os benefícios do trabalho colaborativo e em rede, para descentralizar as atividades, na atenção às populações que não podem exercer seu direito à educação e à cultura.

Rede de Microcinemas

A Rede Nacional de Microcines Chaski, que apresentou o projeto ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, é uma iniciativa da Chaski Comunicação Audiovisual, uma organização que tem realizado suas atividades através da produção cinematográfica e de projetos sociais, utilizando o potencial comunicativo do cinema como ferramenta promotora de educação, cultura e desenvolvimento. 

Em 2004, o Grupo Chaski promoveu a criação de um grupo de pequenos cinemas comunitários em 32 bairros localizados em 10 regiões do Peru (Puno, Cusco, Ayacucho, Apurímac, Ica, Lima, Ancash, La Libertad, Piura e Loretto). Aproveitando a nova tecnologia digital, foram realizadas oficinas para jovens líderes comunitários, que passariam a administrar os teatros como seus próprios empreendimentos culturais, transformando a rede em espaços alternativos para a exibição de filmes nacionais, latino-americanos e independentes de todo o mundo. 

(Foto: Grupo Chaski)

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Além da Chaski Comunicación Audiovisual, o projeto foi apresentado ao edital do IberCultura Viva pela Associação Microcine Chaski MacaríChaskimac, que desde 2015 desenvolve suas atividades nos distritos de Macarí e Ayaviri, província de Melgar, departamento de Puno. Esta organização tem oficinas voltadas para a comunidade e ações no campo da exibição cinematográfica alternativa. Sua atividade de projeção, com cine-fórum e produção audiovisual comunitária, está descentralizada para os bairros de Macusani, Azángaro e Pucará.

O Microcine Musuq Khawariy Hatun Illariypi – Mukhi Microcinema, outro que participa da proposta, também realiza fóruns de cinema e oficinas de produção comunitária e seus membros produzem seus próprios materiais audiovisuais. O parceiro estratégico deste microcinema é a Prefeitura de Ñuñoa, que cede o auditório municipal para que eles realizem suas atividades, alcançando também os distritos de Ayaviri, Umachiri e Santa Rosa. A candidatura submetida à convocatória do IberCultura Viva menciona ainda outros 29 microcinemas de diferentes distritos envolvidos no evento.

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 Saiba mais sobre o Grupo Chaski:

http://www.grupochaski.org/ https://www.facebook.com/www.grupochaski.org 

https://www.instagram.com/grupo.chaski/


*Nome da rede ou articulação: Grupo Impulsor do V Congresso Latino-Americano de CVC

*Nome do projeto: V Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitaria

O V Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, que se realizará no Peru de 8 a 15 de outubro, é resultado do trabalho e do compromisso articulado de várias organizações culturais comunitárias (OCCs) do Peru e da América Latina. Seu propósito é gerar um processo pertinente, orgânico e descentralizado que garanta espaços representativos da diversidade e que estimule reflexões e ações em torno do bem viver, fundamental em um contexto de crise civilizatória e ecológica. 

São contemplados espaços de diálogo e intercâmbio de saberes, elaboração de planos de trabalho, apresentações artísticas e ações públicas de incidência, integradas com transversalizadas com enfoque de gênero e interculturalidade. A programação inclui assembleias, 10 círculos da palavra (espaço de diálogo e discussão de uma agenda conjunta), caravanas culturais, oficinas e treinamentos para fortalecer as OCCs sobre arquivos comunitários, espaços descentralizados e exclusão digital.

As atividades serão realizadas em três locais: San Juan de Lurigancho, Ate e Huancayo. San Juan de Lurigancho, localizado a nordeste da região metropolitana de Lima, é um distrito de imigrantes, o mais populoso do país (1 milhão e 100 mil habitantes), que foi criado há 53 anos e tem articulação de redes de organizações culturais. Ate, localizado a leste da região metropolitana de Lima, é um bairro residencial-industrial de 165 anos com ligação ao centro do país; seu governo local promulgou recentemente a ordenança distrital de CVC. Huancayo, capital da província de mesmo nome e da região de Junín, é um distrito de 450 anos localizado no planalto andino central do país, recentemente reconhecido como “Cidade Criativa” pela UNESCO por sua história e diversidade cultural .

As ações descentralizadas em Lima e Junín envolvem espaços de convivência e intercâmbio com os territórios, por meio de roteiros culturais para visitar organizações que desenvolvem ações comunitárias vinculadas aos temas dos círculos da palavra. Além disso, as apresentações artísticas serão abertas para permitir a fruição e o aprendizado das comunidades do entorno. Por outro lado, contribuirá para a economia local através da gestão das necessidades logísticas com empresas do bairro e organizações sociais.

Parte do Grupo Impulsor do Congresso Latino-americano de CVC (Foto: CVC Peru)

Rede proponente

O Grupo Impulsor (GI) do Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária (*) é uma rede de diversas organizações de todo o Peru, membro do Movimento Latino-Americano de CVC, cujo objetivo é realizar este congresso. O acordo para o Peru sediar o V Congresso Latino-Americano de CVC foi feito durante o congresso anterior, realizado na Argentina, em maio de 2019. Esta quinta edição estava prevista para acontecer em 2021, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19. 

Em outubro de 2021, o GI organizou o I Congresso Nacional de CVC em parceria com o município de Chanchamayo, o Ministério da Cultura do Peru e organizações locais. Também realizou projetos de gestão compartilhada, como as Paradas Rumo ao Congresso, os pré-congressos e o Encontro de Comunicação, realizados entre maio e julho de 2021. O V Congresso Latino-Americano de CVC é uma iniciativa que se realiza em coordenação com a Equipe de Apoio da América Latina, instituições públicas e organizações de base nacionais e locais.

Congresso Nacional de CVC, outubro de 2021

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Entidades participantes

A organização responsável pelo projeto é a Associação Cultural Artística e Educacional Haciendo Pueblo, fundada em 1988 por jovens e adolescentes do bairro de Comas. A preocupação dos integrantes em querer expressar suas ideias por meio da arte fez com que se realizassem oficinas de música, dança e teatro. Nos seus mais de 30 anos de existência, Haciendo Pueblo realizou atividades artísticas (espetáculos, festivais) e educativas (oficinas de formação teatral para jovens e crianças, oficinas de formação para professores).

Outro proponente é a Rede Cultural de San Juan de Lurigancho, que existe desde 2011 e lidera a organização de atividades socioculturais para o aniversário da criação política do distrito de mesmo nome. Os serviços logísticos são fornecidos pela rede para as organizações culturais do distrito, que se conectam para o intercâmbio de recursos artísticos. Após apresentar uma proposta de Ordenança Municipal de CVC para San Juan de Lurigancho, a rede se mobilizou para ser uma das três sedes do V Congresso Latino-Americano de CVC.

A Plataforma CVC do Ate (Lima), por sua vez, tem realizado reuniões e acompanhamento para a aprovação da Portaria 566, que regulamenta as políticas públicas de promoção e fortalecimento da Cultura Comunitária Viva no distrito. O projeto de lei foi aprovado por unanimidade em novembro de 2021 pelo Conselho Municipal do Distrito de Ate. A plataforma criada em 2017 também participou da organização de festivais como o Candelaria AteFlock, em fevereiro de 2022.

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(*) O Grupo Impulsor inclui a Associação Cultural Haciendo Pueblo, a Rede CVC Junín, a Rede Cultural de San Juan de Lurigancho, a Plataforma ATE CVC e 29 organizações que se dividem em 4 comissões de trabalho: 1) Comissão de Comunicação – Jakon Nete, Urpicha Perú “Construyendo Esperanza”, La Clínica de los Sueños. Zoe Mukicha,. Capaz, Barrio Digno; 2) Comissão de Incidência: Caro Oviedo, Diversidad Wanka-LGTBIQ, Luna Sol, La Nave de cartón; 3) Comissão de Gestão e Logística – La Mancha, Kimiri bonito, Tránsito Vías de comunicación, Kactus Teatro Circo, Arenas y Esteras, El molinete, Verde compás, Idenlectores, Jampita Suyunchi, Escuela de huaylash HYO, Cultivarte, San Pedro de Saño, Asociación Cultural Raíces Huaraz; 4) Comissão de Conteúdo e Metodologia – Más Cultura Más Perú, A todo Arte, Kerigma, Sapichay, Wayta e Portavoz Perú.

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16

Maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Ponte entre Culturas e Festival de Cultura Miskita: os projetos da Costa Rica selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 16, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

*Nome da articulação e do projeto: Ponte entre Culturas: Festival Cultural e Troca de Experiências

Diferentes nacionalidades e etnias latino-americanas se reunirão em “Ponte entre Culturas: Festival Cultural e Intercâmbio de Experiências”, um dos projetos costarriquenhos selecionados no Edital  IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, que se realizará entre maio e outubro. Este encontro acontecerá em torno da dança, uma atividade que une, forma e salvaguarda elementos culturais, identidades, lutas e desfrute dos diferentes povos. 

 O projeto foi concebido como um espaço de oficina/conversa e festival, onde os grupos participantes e a comunidade viverão e aprenderão mais sobre as danças dos povos afrodescendentes, indígenas e mestiços, reforçando o caráter multicultural da Costa Rica e outros povos latino-americanos. A intenção é promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências positivas de gestão cultural pelos representantes de organizações que utilizam algum tipo de dança como fator de representação cultural, resistência e/ou elemento narrativo dentro de cada cultura.

Foto: Kabrú Rójc Brunkajc Boruca

A identidade cultural é o centro do que se pretende fazer, estando exposta em todas as suas expressões, mantendo a dança como núcleo, mas arrastando consigo a música, os ritmos, as histórias, as tradições, as crenças, o legado, a gastronomia, entre outros. Pretende-se mostrar como tem sido o caminho de resistência e luta entre essas culturas que foram submetidas a pressões e que conseguiram sair adiante na defesa e salvaguarda dw suas tradições e costumes. 

A proposta busca expor traços histórico-culturais do folclore boruca, afro-limonense e latino-americano; realizar pelo menos um workshop sobre cada cultura e organização participante; estabelecer canais de comunicação entre organizações culturais que tenham a dança como elemento comum, e dar continuidade ao espaço do Festival Ponte Entre Culturas como canal de aprendizagem, fruição, solidariedade e comunicação entre diferentes culturas e comunidades. 

O Festival Ponte Entre Culturas está programado para os dias 16 a 19 de setembro de 2022, em Puerto Viejo de Talamanca, na província de Limón. Esta será a primeira vez na Costa Rica que será realizado um festival entre uma organização afrodescendente, um grupo indígena e um grupo artístico da Zona Norte, tendo como núcleo a identidade cultural através da dança, das tradições e do patrimônio imaterial que representa. 

As três organizações proponentes darão oficinas sobre sua cultura e as expressões que estão ligadas às danças e tradições. Haverá também representantes de coletivos do México, Colômbia, Equador, Peru, Brasil e Nicarágua, que viajarão por conta própria para participar do festival e dar oficinas de dança. A Direção de Gestão Sociocultural do Ministério da Cultura e Juventude de Costa Rica dará apoio logístico.

Integrantes da Asociación de Mujeres Afrodescendientes del Caribe

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A articulação

Essa articulação surgiu em 2017 na Zona Norte, onde o nome Puente Entre Culturas foi utilizado para intercâmbio de conhecimentos, oficinas de danças e danças tradicionais de diferentes culturas e um festival cultural realizado em La Fortuna de San Carlos. Optou-se por utilizar a mesma articulação este ano, concentrando-se nas culturas locais da Costa Rica, com a participação de outros países latino-americanos que compartilham a mesma realidade. 

A aproximação se deve a interesses mútuos no trabalho cultural pós-pandemia, onde a dança foi afetada, além do desejo de conhecer e ampliar o conhecimento sobre a pluralidade da cultura costarriquenha. Para essas organizações, as contribuições dos diferentes grupos afros, indígenas e mestiços fazem a Costa Rica hoje e são um importante campo de aprendizado e labor para apoiar desde o trabalho comunitário.

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Organizações participantes

A Associação de Mulheres Afrodescendentes do Caribe Costa Rica (AMACC), responsável pelo projeto, foi criada em 2016 na cidade de Limón, como uma organização formada por mulheres afrodescendentes que lutam para melhorar a qualidade da vida das mulheres em todas as áreas de desenvolvimento, garantindo que conheçam e exerçam seus direitos humanos. Seu trabalho está focado no estudo, na investigação da cultura em suas nuances, como gastronomia, dança, linguagem, direitos humanos e culturais das populações afrodescendentes, especialmente com uma abordagem de gênero. 

A Agrupação Artística Pasión Cultural , fundada em 2014 na cidade de La Fortuna, é um grupo dedicado à investigação e projeção da cultura costarriquenha através do estudo de danças populares e folclóricas, que são encenadas para recreação e representação da variada cultura do país. Além de divulgar as danças, o grupo procura inspirar e motivar pessoas de todas as idades a criar laços de amizade entre diferentes grupos, povos e nações, fortalecendo a partilha, o respeito e a aprendizagem que cada um tem para dar.

Agrupación Artística Pasión Cultural (Foto: Rosbing Corrales)

A Comissão Cabru^Rojc Bruncaj, que existe desde 2017 na cidade de Boruca, une todos os membros da comunidade indígena Brunca – desde crianças, jovens, homens e mulheres – para manter viva sua cultura. A manifestação denominada Jogo ou Festa dos Diabinhos (Cabru^rojc, na língua Brunca) foi declarada em 14 de dezembro de 2017 como patrimônio cultural imaterial para as comunidades de Boruca e Rey Curré, por meio do Decreto nº 40.766-C.

O Cabru^rojc é uma expressão cultural tradicional que representa o drama histórico da conquista: a luta dos Borucas, personificada pelos cabrû (diabinhos) contra os espanhóis, simbolizada na figura do touro, enfatizando a resistência indígena à colonização. Esta atividade tem uma série de regras, elementos de tradição e um significado relevante para ambas as comunidades. 

Embora não haja uma data definida de quando exatamente a tradição foi fundada, Boruca tem conseguido fortalecê-la ano após ano, de tal forma que sua realização nunca foi truncada, e esse planejamento é o que compete a esta comissão. O Jogo ou Fiesta de los Diablitos acontece na cidade de Boruca entre 30 de dezembro e 2 de janeiro. Na comunidade Rey Curré, desde 1979, é realizado no último fim de semana de janeiro ou no primeiro fim de semana de fevereiro.


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* Nome da rede ou articulação: Rede Comunitária para o Festival de Cultura Miskita

* Nome do projeto: Festival de Cultura Miskita

 O Festival de Cultura Miskita é uma atividade que visa mostrar as diversas manifestações culturais da comunidade indígena e migrante misquita, com a participação de grupos, associações e redes dedicadas ao trabalho de gestão social na comunidade de Pavas (São José). A proposta soma os esforços de gestores, artistas locais e lideranças comunitárias em busca de um objetivo comum: dar visibilidade à cultura misquita, apresentando suas danças, músicas, tradições, artistas, gastronomia e saberes.

O projeto pretende realizar pelo menos seis sessões (virtuais ou presenciais) para a coordenação dos aspectos logísticos do festival; criar um espaço cultural para dar visibilidade à cultura misquita na comunidade de Pavas, além de criar um espaço que proporcione à população misquita informações atualizadas sobre seus direitos e os serviços que podem acessar.

Coletivos, redes e associações de migrantes e indígenas misquitas participam do festival com várias relações colaborativas de incidência em questões que afetam a população migrante e indígena, como saúde, cultura, migração e educação. Ao propor a realização do Festival de Cultura Miskita, além de apresentar as manifestações culturais misquitas, essa articulação pretende mostrar a diversidade de outras comunidades indígenas pertencentes à província de San José, como Zapatón e Quitirrisi, áreas ricas em saberes e tradições.

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Organizações participantes

A Associação de Desenvolvimento Específico para Melhoramentos Comunitários de Bribri Pavas, fundada em 1980 na cidade de San José, é uma comunidade de migrantes e misquitas de Pavas-San José que promove ações para o bem-estar da população menor de idade, comemorações do dia dos direitos das crianças, atividades culturais e esportivas, oficinas, cinema e teatro. Na sala comunitária, que funciona como espaço de lazer, encontro e cultura, já foram ministradas oficinas de capacitação sobre diversos temas, como violência doméstica, reciclagem, direitos humanos e gestão de dependências, entre outros.

A Multiétnica Moskitia na Costa Rica, fundada na comunidade de Pavas em 2012, ajuda os imigrantes a obter autorizações de trabalho, redigindo cartas de recomendação e servindo como intermediário de serviços estatais, para que a população migrante possa ter acesso e informação sobre direitos e serviços. Além disso, eles participam de atividades culturais, palestras, feiras, encontros que lhes permitem dar a conhecer a cultura misquita a outras pessoas e comunidades.

O Conselho Local de Saúde dos Povos Indígenas (COLOSPI), que funciona em Pavas desde 2014, é composto por diferentes instituições, como a Fundação Nacional da Criança (PANI), a Força Pública, o Ministério da Educação Pública (MEP), Ministério da Saúde, Coopesalud RL e Associação Miskita. A entidade busca se aproximar das comunidades indígenas para entender melhor suas necessidades e exigências. É um espaço interinstitucional formado por uma equipe interdisciplinar que promove, orienta, facilita e coordena com os povos e comunidades indígenas os processos de interculturalidade em saúde e desenvolvimento social junto às instituições. 

16

Maio
2022

Em Destaque
Notícias

Por IberCultura

Inicia-se o ciclo de seminários sobre cultura comunitária proposto pelo GT de Sistematização 

Em 16, Maio 2022 | Em Destaque, Notícias | Por IberCultura

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“Culturas e Diversidades Comunitárias” foi o tema do primeiro seminário do Grupo de Trabalho de Sistematização e Difusão de Práticas e Metodologias de Políticas Culturais de Base Comunitária (GT de Sistematização), que foi realizada por videoconferência no dia 14 de maio. Marcelo Vitarelli (Argentina), Daniel Zas (Argentina) e Andrea Mata (Costa Rica) foram os palestrantes desta apresentação inaugural. A sistematização ficou a cargo de Paula Simonetti, Clarisa Fernández, Bárbara Vega e Rocío Orozco. 

Na abertura, Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, cumprimentou os participantes em nome do programa e comentou a importância deste ciclo de seminários que o GT de Sistematização propôs para este ano. “Estas instâncias constituem um conjunto de reflexões, elaborações, produções coletivas, a partir das quais pensamos também os objetivos estratégicos e as políticas futuras, a partir dos diagnósticos e caracterizações que os companheiros e as companheiras deste Grupo de Trabalho de Sistematização realizam”, ele destacou.

Marcelo Vitarelli, que coordenou esta primeira palestra, explicou que a proposta partiu do desafio de sistematizar uma produção específica de conhecimento em torno da cultura comunitária, e que este seminário buscou discorrer sobre culturas comunitárias e diversidades, entendendo esta apresentação nos termos da estreita relação entre comunidade, diversidade e cultura. 

“Hoje estamos conversando com vocês não para apresentar definições, não para falar de conceitos absolutos, muito pelo contrário. (A ideia é a) de abordar essa jornada em torno de culturas e diversidades e começar a contribuir com o diálogo para pensar em conjunto essa questão em nossa região. Este é o espírito”, destacou Vitarelli antes de sua apresentação “Culturas e diversidades comunitárias, itinerários para caminhar”.

Marcelo Vitarelli é professor, pesquisador e extensionista social na Universidade Nacional de San Luis e na Universidade Nacional de Villa Mercedes. Membro ativo da Rede de Culturas Comunitárias da Universidade, ele fez uma apresentação mais conceitual na abertura deste primeiro seminário do GT, deixando que os outros dois palestrantes  trabalhassem os conceitos à luz da experiência territorial.

Daniel Zas, responsável pela segunda apresentação da tarde, falou sobre “A experiência da Orquesta Estable da Rádio Reconquista e a Articulação com a Rede Arte, Memória e Territórios”. Gestor cultural, músico, comunicador e educador popular, Daniel fez um relato sobre o trabalho que desenvolve em Villa Hidalgo, bairro popular de José León Suárez, na região metropolitana de Buenos Aires (Argentina). 

Além de fazer parte da equipe de coordenação do grupo juvenil da Rádio Comunitária FM Reconquista – Associação Civil de Mulheres La Colmena, ele é um dos coordenadores do projeto Orquesta Estable da Rádio Reconquista e professor do curso de Técnica de Música Popular da Escola Popular de Música das Mães da Plaza de Mayo – Linha Fundadora. 

A terceira exposição deste sábado foi “Culturas Comunitárias e Diversidades: Experiências do Movimento Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária nos casos de suas redes na Costa Rica e Argentina”, de Andrea Mata Benavides, que além de professora e pesquisadora da Universidade da Costa Rica, é antropóloga social, artista de teatro e artesã. A reflexão que ela apresentou neste seminário foi parte de sua tese para o Programa de Doutorado em Ciências Sociais da FLACSO-Argentina. 

Outros cinco seminários do GT Sistematização estão programados para este ano, com intervalos não superiores a seis semanas. A próxima, prevista para junho, terá como tema “Políticas públicas de base comunitária”. As seguintes serão sobre “Gestão cultural comunitária”, “Patrimônio cultural e comunitário”, “Boa vida e saúde comunitária”, “Memórias e museus comunitários”. O ciclo deve continuar em 2023, com os seminários “Governança Cultural Comunitária”, “Economia Social”, “Gênero, Diversidade e Cultura Comunitária” e “Educação e Cultura Comunitária” e “Infância e Juventudes”.

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Proposta do GT

O GT de Sistematização conta atualmente com 57 membros de 10 países. Essas pessoas foram selecionadas em uma convocatória lançada pelo IberCultura Viva em 2021, destinada a pessoas vinculadas a instituições de ensino dos países membros (universidades, centros de pesquisa ou formação, institutos ou similares) e dedicadas à pesquisa de políticas culturais de base comunitária ou projetos de extensão voltados para a comunidade

A realização de seminários foi uma proposta das pessoas convocadas neste GT, com a intenção de que todas pudessem participar dessas instâncias de reflexão conceitual para começar a construir a partir do que já está feito e dos processos de cada um (seja pesquisa acadêmica, experiências em organizações, gestão, etc.). A ideia é que a construção do conhecimento seja concebida como algo coletivo e não exclusivamente do campo acadêmico, tornando esses seminários espaços de intercâmbio, discussão e produção atravessados ​​por diálogos contínuos. 

Os seminários foram concebidos inicialmente como atividades fechadas, para discussões internas dos membros do grupo de trabalho, com a possibilidade de alguns dos materiais serem compartilhados com os interessados ​​nesses debates.

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14

Maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Participantes da Escola de Gestão Cultural Comunitária da Região Metropolitana de Santiago recebem certificados

Em 14, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Vinte e cinco representantes de organizações culturais comunitárias da Região Metropolitana de Santiago, no Chile, receberam seus diplomas após cumprirem os requisitos de frequência e participação na Escola de Gestão Cultural Comunitária, que se realizou de forma híbrida (presencial/virtual) de janeiro a março de 2022. A cerimônia de certificação decorreu no Palácio dos Álamos, em Santiago, no dia 14 de maio.

A iniciativa foi possível graças ao trabalho colaborativo entre a Mesa das Organizações Culturais Comunitárias da Região Metropolitana (Mesa OCCRM), a Escola de Gestores e Animadores Culturais (Egac) e o Programa Red Cultura do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, que realizaram este processo de formação em parceria com a Universidade de Guadalajara (México).

“Celebramos e parabenizamos esses espaços colaborativos que vêm para transformar a visão de culturas e artes, de organizações, cidadãos e territórios. Esse tipo de processo de formação em gestão cultural comunitária é importante porque os territórios são foco prioritário de desenvolvimento do país”, disse Alejandra Jiménez, secretária regional ministerial (seremi) de Culturas, Artes e Patrimônio da Região Metropolitana.

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Roberto Guerra, fundador e presidente da Egac, corporação que realiza esta formação, lembra que se trata de um esforço permanente para melhorar as capacidades dos atores culturais comunitários, e que desta vez se materializa com uma escola de prestígio na área, como a Universidade de Guadalajara . “Estamos muito satisfeitos com este processo de elevada exigência técnica e profissional, que contribui para a melhoria das competências dos agentes culturais”, afirmou.

Foram três meses de aulas virtuais e presenciais, num total de 60 horas, abordando as questões de gestão cultural, gestão cultural comunitária, elaboração de projetos, registro e sistematização de experiências. Durante este período, os alunos visitaram experiências no campo, como o Museu a Céu Aberto de San Miguel, a Escola de Música Enrique Soro de Quilicura e o Teatro do Grande Circo da comuna de Santiago.

Segundo a professora Joliette Otárolaigo, os professores eram constantemente testados e desafiados pelos alunos, mas isso também foi muito satisfatório. “Percebemos que somos muitas e muitos que seguimos trabalhando pelas culturas comunitárias e que acreditamos na democratização de espaços para todos”, disse ela.

Jorge Molina, um dos participantes do treinamento, destacou que além de aprender os conceitos, foi possível aplicá-los diretamente em seu trabalho diário. “Esta escola contribuiu muito porque deu conceitos e palavras a coisas que antes não identificávamos. Na verdade, mudamos vários processos a partir do que foi discutido em aula”, disse o aluno, que há 12 anos é integrante do Teatro Bus, organização comunitária que trabalha através do teatro com crianças e jovens na Quinta Bella de Recoleta.

Para Nibaldo Flores, que integra a Mesa de Organizações Culturais Comunitárias da Região Metropolitana, a Escola de Gestão Cultural Comunitária foi “um processo renovador” para essa articulação e um valioso espaço de encontro. “Foi importante não só para a formação, mas também para nos reencontrarmos e reconhecermos uns aos outros e os territórios”, disse, apelando à adesão de mais organizações culturais a esta instância.

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Não foi um processo fácil, como destaca Vania Fernández, responsável pelo Componente Fortalecimento de Organizações Culturais Comunitárias do Programa Red Cultura da Seremi de Culturas da Região Metropolitana, promotor e articulador desta iniciativa. Foram muitos os entraves, inclusive a pandemia, o distanciamento social e a burocracia, mas era um anseio e uma demanda relevante do setor.

“Estávamos dispostos e certos de que tinha que ser feito e conseguimos realizar esta Escola de Gestão Cultural Comunitária. É por isso que destaco especialmente as organizações que participaram e concluíram o seu processo de formação. Os conteúdos adquiridos serão muito úteis ao disponibilizá-los em suas tarefas de trabalho territorial comunitário”, disse Fernández.

Cinquenta organizações de 23 comunas da Região Metropolitana foram selecionadas para fazer parte da Escola de Gestão Cultural Comunitária. Entre eles estavam centros culturais, grupos de promoção e desenvolvimento artístico, rádios e museus comunitários, grupos de defesa do patrimônio, trabalho com crianças, fantoches, entre outros.

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.(Fonte: Ministério da Cultura, Artes e Patrimônio)

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14

Maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária: o projeto paraguaio selecionado no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 14, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

* Nome da rede ou articulação: Red de Puntos de Cultura

* Nome do projeto: Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária do Paraguai

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O Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária, proposto pela Rede de Pontos de Cultura do Paraguai no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, será uma atividade híbrida (presencial/virtual) que acontecerá na cidade de Yaguaron, entre os meses de agosto e outubro de 2022. Além de estabelecer alianças entre os diversos espaços e centros culturais do país, o evento visa promover o diálogo intercultural e multicultural por meio do intercâmbio de boas práticas comunitárias, e instalar competências em gestão cultural, com ênfase nos aspectos conceituais da cultura viva. 

O projeto também tem entre seus objetivos a sistematização do debate acerca do processo de construção de redes de cultura viva comunitária no Paraguai em um documento base de consulta para o desenvolvimento de políticas públicas no setor. Também busca ativar processos culturais promovendo o desenvolvimento sustentável, a cultura da paz, a valorização da diversidade cultural, o equilíbrio e a proteção ambiental.

A Secretaria Nacional de Cultura (SNC) dará suporte técnico, moderando o espaço de diálogo e intercâmbio de experiências e resultados 2021/2022, para a elaboração de um plano de ação que dê visibilidade às prioridades e estratégias a serem implementadas no ano de 2023 com redes conectadas e fortalecidas. 

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Rede de Pontos de Cultura

A Rede de Pontos de Cultura do Paraguai foi criada após o lançamento da convocatória da Secretaria Nacional de Cultura em 2021. É composta por 27 organizações/coletivos que se unem com o objetivo de fortalecer e garantir a sustentabilidade de espaços e centros culturais comunitários, que são ativados localmente e se distribuem em nível nacional como agentes que promovem o desenvolvimento sociocultural em seus territórios. 

Dessa forma, além de contribuir com o setor de cultura viva comunitária por meio da articulação colaborativa entre a rede e o Estado, busca promover a coesão e o protagonismo social como ferramenta de promoção da diversidade de expressões culturais no país, fomentando o pleno exercício da direitos culturais e o reconhecimento das minorias étnicas, dando visibilidade a mulheres e crianças, e para a construção de um papel mais participativo, intergeracional e intercultural.

Encontro dos Pontos de Cultura do Paraguai, dezembro de 2021 (Fotos: SNC)

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Organizações participantes

A Red de Espacios y Centros Culturales del Paraguay, responsável pelo projeto selecionado no edital, é uma organização sem fins lucrativos criada em 2018, como resultado de oficinas de formação em planejamento e gestão cultural e encontros participativos dentro do projeto “Espacios Culturales, dinamizadores del cambio en una comunidad“, desenvolvido com o apoio da Secretaria Nacional de Cultura e do Fundo Nacional da Cultura e das Artes (FONDEC). 

A rede reúne diversos espaços e centros culturais públicos, privados e comunitários, estabelecidos em todo o território nacional. Busca fortalecer a institucionalidade dos centros culturais com projetos formais e de qualidade, pautados no respeito à diversidade, e inclusivos, no seu papel de agentes multiplicadores que possibilitam a descentralização da gestão cultural pública. Também procura promover os centros culturais como catalisadores de mudança através da cultura viva, com a proteção do patrimônio cultural e sua valorização.

Outra organização participante é a Federação de Entidades Culturais do Departamento de Paraguarí, fundada em 2020 como uma associação voluntária sem fins lucrativos, aberta para a gestão, o apoio e a cooperação no fortalecimento e promoção das atividades de seus associados. Suas principais atividades incluem: desenvolvimento do Acampamento Cultural, seminários sobre educação e cultura, oficinas de revitalização de patrimônios, cursos e oficinas de fortalecimento de centros culturais e bibliotecas comunitárias. 

O Centro Cultural Melodia, criado em 2001 em Villa Hayes, no Chaco paraguaio, é um dos mais de 20 espaços mencionados como participantes do Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária. Entidade civil sem fins lucrativos para o bem comum, funciona como uma associação cuja missão é “enriquecer a vida e o potencial humano de crianças e jovens com contribuições culturais e tecnológicas”. Antes de o Centro Cultural Melodia abrir suas portas em Villa Hayes, não havia acesso à internet em locais públicos. Tampouco havia uma biblioteca que atendesse à comunidade. 

Também estão envolvidos no projeto: o Conservatório Departamental de Música Dr. Pablo Contessi Pérez, o Centro Cultural Carlos Colombino, o Espaço Cultural Mburukuja, o Centro Cultural Pumbasy, o Centro Cultural Emiliano R. Fernandez, a Fundação Sagrada Família, o Coletivo Cultural e As Missões Turísticas, o Centro Cultural Divino Niño, a Associação dos Corredores Unidos del Paraguai, o Centro Cultural Mercedita, o Centro Cultural Guavira Poty, o Centro Cultural Maria Auxiliadora, a Casa da Cultura Pilar-Ñeembucu, o Ministério do Turismo e Cultura São Pedro, Espaço Cultural Ka’avo, Centro Cultural Assombrado Cántaro, Centro Cultural Comunitário Estação Iturbe, Centro Histórico Cultural Sapucaí, Somos Patrimônio, Teatro Aéreo Nhi Mu, Centro Cultural Superarte, Centro Experimental de Recursos Medicinais, Centro Cultural El Políglota, Biblioteca Municipal Prof. Marciana Insfrán de Díaz, Espaço Cultural Fundación Arandu Rekávo e Fundação Tío Kilo/ Elenco Folclórico Minguero Jeroky.

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13

Maio
2022

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

Conheça os projetos da Colômbia selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 13, Maio 2022 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

O programa IberCultura Viva anunciou nesta sexta-feira, 13 de maio, os dois projetos da Colômbia selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022. Estas propostas de eventos foram as que obtiveram a maior pontuação entre as 113 inscrições enviadas por redes colombianas nesta edição da convocatória. As duas receberão um apoio de 5 mil dólares cada.

O primeiro colocado por Colômbia foi a 1ª Convenção de Mulheres Negras da Amazônía Colombiana: “Território, saberes e cuidado coletivo”, proposta pela Red de Organizaciones de Base Afrocolombianas del Municipio de Florencia (Frema, Afrocaq, Fumanú). O segundo lugar ficou com “Juntanza Intercultural de Saberes Musicales Propios”, apresentada pela rede Ty Kuvx Juinjaye.

Os dois projetos se somam aos outros 22 que haviam sido publicados na última segunda-feira, 9 de maio, provenientes de Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Paraguai (país convidado), Peru e Uruguai. As 24 redes selecionadas neste edital serão contactadas pela Unidade Técnica de IberCultura Viva para realizar os trâmites que permitam o pagamento dos recursos financeiros às organizações responsáveis.

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Convocatória

O Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 teve inscrições abertas no Mapa IberCultura Viva entre o dia 14 de janeiro e 14 de março. Nesse período foram enviadas à plataforma 251 postulações dos 12 países participantes. 

Podiam se candidatar redes ou articulações que contassem com ao menos três organizações culturais comunitárias interessadas em realizar um evento de maneira conjunta, entre maio e outubro de 2022. Os eventos apresentados podiam ser assembleias, encontros, congressos, seminários, festivais, feiras, colóquios e simpósios, com alcance municipal, provincial, nacional ou internacional, desde que com entrada livre e gratuita.

Na seleção dos projetos foram levados em conta critérios como a adequação aos objetivos estratégicos do programa IberCultura Viva, os impactos artístico-culturais, econômicos e/ou sociais da proposta, a experiência da rede ou articulação proponente, a avaliação da proposta técnica, e a coerência e adequação do orçamento e do plano de trabalho aos objetivos e estratégias propostos.

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Confira a ata de seleção:

Informação às Pessoas Interessadas IV – Etapa de Seleção – Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 – Especial Colombia

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Leia também:

22 projetos foram selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2022

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12

Maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Artivismo, identidades e patrimônio: os projetos do Chile selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 12, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

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Os dois eventos do Chile selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 são o “Festival de Artivismos de Disidencia Isleña (FADI)”, proposto pela Red Sudaka Artivista, e a iniciativa “Cantar e contar: Pela salvaguarda das tradições, identidades e culturas locais”, organizada pela rede Poner en Valor Arica y Parinacota. O primeiro projeto, que envolve grupos do Chile, da Colômbia e da Argentina, tem realização prevista para outubro, na Ilha de Chiloé, em Ancud. A segunda ocorrerá em julho na cidade de Arica. 


* Nome da rede ou articulação: Red Sudaka Artivista

* Nome do projeto: Festival de Artivismos de Disidencia Isleña – FADI

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O Festival de Artivismos de Disidencia Isleña (FADI), proposto pela Red Sudaka Artivista, será realizado na Ilha de Chiloé, na localidade de Ancud (Chile), de 13 a 16 de outubro de 2022. A programação deve incluir seis oficinas de diversas disciplinas artístico-culturais, três palestras, um microfone aberto, uma gala artística, uma feira livre e um diálogo de encerramento. Todas as atividades são pensadas, articuladas e trabalhadas a partir, por e para as mulheres e a comunidade LGBTQIA+.

A intenção é gerar e fortalecer uma rede de artistas e ativistas da dissidência sexual e afetiva na Ilha de Chiloé, além de visibilizar e difundir questões dissidentes, especialmente no meio rural. As atividades serão realizadas na comuna de Ancud, nas localidades rurais de Chacao, Pilluco, Coipomo e Puntra, na Casa da Cultura de Ancud, no Teatro Municipal, na Escola San Juan e em vários espaços públicos.

A proposta selecionada no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 prevê reuniões de planejamento, coordenação e fortalecimento para organizações culturais comunitárias (OCC) que compõem a Rede Sudaka Artivista e colaboradores locais da comunidade de Chiloé. Também estão previstas a criação colaborativa da identidade do festival e a publicação de material audiovisual com as gravações feitas durante as atividades.

(Foto: Mujeres al Borde)

O projeto propõe ações para reconhecer e fortalecer a identidade cultural existente na ilha e seu diálogo com outras culturas, a partir da temática das dissidências territoriais e afetivo-sexuais. As ações de compartilhamento de saberes e expressões artísticas, segundo a rede proponente, abrem as portas para a comunidade de Chiloé reconhecer e fortalecer sua própria identidade cultural, organização em rede e criação de espaços seguros para elas.

A rede considera o tema inovador e relevante para a comunidade ao romper com o contexto heteronormativo existente na comuna, pois, apesar de haver artistas e ativistas que trabalham e constroem a partir da dissidência sexual-afetiva, não há espaços ou visibilidade para suas plataformas. 

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Organizações participantes

A Rede Sudaka Artivista é o elo entre três organizações culturais comunitárias: Movimento Mogaleth, de Puerto Montt (Chile); Corporación Mujeres Al Borde, de Bogotá (Colômbia), e Bloque Antirracista, de Rosário (Argentina). Todas trabalham com temáticas territoriais dissidentes e sexo-afetivas, utilizando expressões artísticas como forma de ativismo. 

(Foto: Kenny Muller. Mogaleth)

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Chile – O Movimento Mogaleth, de Puerto Montt-Ancud, desde 2011 realiza acompanhamento entre pares, reuniões de acompanhamento, oficinas de autocuidado e bem-estar para pessoas LGBTIQA+, palestras, sessões de treinamento para funcionários públicos para reduzir a discriminação, capacitações e conferências com entidades de saúde pública. Entre algumas das atividades realizadas por esse movimento organizado de gays, lésbicas, trans e heterossexuais que atuam na defesa e promoção dos direitos da diversidade sexual estão a publicação da revista Educa tu sexualidad, entre 2015 e 2017, junto com o Instituto Nacional da Juventude (INJUV); capacitações sobre direitos humanos com perspectiva de gênero (2017) e sobre a participação de gaykeepers – agentes comunitários na prevenção do suicídio (2021).

(Foto: Mujeres al Borde).

Colômbia – A Corporación Mujeres Al Borde, criada em 2001 na cidade de Bogotá, tem um longo histórico de trabalho direto com comunidades trans e dissidentes sexuais em vários países da região. Nos primeiros 8 anos, Mujeres al Borde esteve focada na articulação com o movimento em nível local e nacional, defendendo uma política pública LGBT em Bogotá e participando do Projeto Planeta Paz para construir propostas de paz para a Colômbia. Por mais de uma década elas participaram ativamente de processos colaborativos com organizações feministas, transfeministas, de mulheres e do movimento LGBTQIA+ em nível regional e internacional. Na América Latina são reconhecidas como pioneiras na prática artivista sexual-dissidente, por desenvolver e consolidar propostas permanentes de artivismo e pedagogia transfeminista, inovando nas formas de compreender a ação político-comunitária. 

Argentina – O Bloque Antirracista Rosario é um coletivo autoconvocado com ativismo/artivismo antirracista, migrante, em defesa de direitos como a reparação histórica da afro-argentinidade e políticas públicas como a incorporação de uma perspectiva étnico-racial na cultura deste território e a união de todas as identidades de gênero. Criado em 2019 na cidade de Rosário (Argentina), o grupo tem entre suas atividades a construção de espaços autogestionários que habitam desde suas raízes e miscigenação, fechamento de ruas por situações de racismo em diversas instituições, ajuda a pessoas em situação de vulnerabilidade e festivais como o Festival do Dia da Consciência Negra (novembro de 2020) e o Festi Quilombo (setembro de 2021).

(Foto: Bloque Antirracista)


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* Nome da rede ou articulação: Poner en Valor Arica y Parinacota

Nome do projeto: “Cantar y contar: Por la salvaguarda de las tradiciones, identidades y culturas locales”

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O projeto “Cantar e narrar: Pela salvaguarda das tradições, identidades e culturas” propõe a articulação de artesãos/ãs, artistas performáticos/as, gestores/as e agentes culturais, patrimoniais e comunitários que garantem a salvaguarda do patrimônio natural da região de Arica e Parinacota, uma das 16 regiões do Chile.

Na programação que se realizará na cidade de Arica, de 8 a 29 de julho de 2022, estão apresentações artísticas, oficinas e palestras sobre temas relacionados ao patrimônio cultural e natural, identidades locais e artes cênicas. A ideia é realizar oficinas de artesanato típico da região, uma mostra de artes cênicas que abordem temas ligados à identidade local e às tradições do povo tribal afrodescendente chileno, que na região tem a maior população em nível nacional.

Ao final de cada jornada se realizará a cozinha Chocolate Quente Afro-Ariqueño, tradicional atividade de Páscoa de Negros, quando equipe técnica, artistas e animadores se reunirão com os participantes para colher suas impressões e gerar um diálogo em torno das atividades realizadas. E após cada contação de histórias, será realizada uma conversa com o público em torno dos temas propostos pela obra e seu contexto de produção. 

Como resultado das atividades, espera-se criar e fortalecer uma rede que assegure a salvaguarda do patrimônio cultural e natural da região e a valorização das identidades locais, e que ao mesmo tempo promova o desenvolvimento de novos e melhores políticas públicas para a sua valorização. Por outro lado, espera-se gerar um diálogo com a população, fortalecendo o vínculo entre as organizações integrantes da rede e as comunidades. Este projeto tem uma versão anterior intitulada “Muestra Ariqueña de Narración Oral y Ópera”, que reuniu narradores orais locais e cantores líricos.

(Foto: Centro MB2)

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Organizações participantes

A rede Poner en Valor Arica y Parinacota reúne cinco organizações com destacada experiência na região e com trabalho colaborativo prévio entre elas, como oficinas de dança para crianças e apresentações de artes cênicas, além de dias de comemoração pela declaração da cultura chinchorro como Patrimônio da Humanidade.

A Agrupación Social y Cultural MB2, criada em 2011 em Arica, possui uma infraestrutura que começa como um laboratório criativo para a produção e exibição de obras de artes cênicas e depois atua como um centro cultural aberto à comunidade. A organização desenvolve uma escola de formação de longa duração, conta com profissionais capacitados que atuam no campo artístico regional e possui um elenco estável que gera conteúdo original e vinculado à identidade cultural local. Além disso, organiza um festival de artes cênicas de abrangência regional (Escena Movida), e o encontro de teatro jovem que inclui comunidades com deficiência e escolares. Também mantém processos de mediação cultural com estabelecimentos e organizações educacionais do território. (Saiba mais)

Manos con Memoria

O Círculo Ancestral, outra organização de Arica que participa do projeto, é uma associação cultural multidisciplinar que desde 2009 tem focado seu trabalho na articulação entre arte, memória e aprendizagem. Esse trabalho tem sido desenvolvido através da criação e apresentação de obras cénicas, participação em programas educativos e organização e produção de feiras e oficinas. Desde 2019, a organização conta com a Escola Oficina de Artes e Ofícios Manos con Memoria, que trata dos ofícios de cestaria de junco, tecidos aimarás, argila e técnicas de tingimento pré-colombianas baseadas na produção de corantes naturais. 

Desde 2016, o grupo Observadores de Aves de Arica y Parinacota realiza atividades educativas com alunos, idosos e comunidade em geral, utilizando expressões artístico-culturais. A intenção, segundo eles, é estimular a capacidade de admiração, criatividade e pensamento crítico, promover a reflexão diante da urgência de educar e gerar ações inovadoras para buscar soluções para os problemas ambientais, articulando arte e ciência para resgatar seu patrimônio natural.

Mixtura Afroazapeña

Também participa do projeto a agrupação infantil e juvenil Mixtura Afroazapeña, uma organização ancorada em Paco de Gómez com integrantes de 4 a 22 anos. A organização é responsável por manter vivas as tradições e costumes dos povos tribais afro-chilenos na zona rural da região de Arica e Parinacota, apostando em um trabalho territorial que estimule a participação de diferentes gerações. As oficinas artísticas que realiza estão relacionadas com a  cultura afro-americana, como a Páscoa dos Negros, e particularmente com a identidade das mulheres afro-rurais da região.

A Associação de Embaixadores e Amigos da Cultura Chinchorro, por sua vez, é uma organização sem fins lucrativos que foi formada em 2021 com o objetivo de divulgar informações relacionadas à cultura chinchorro em reuniões de bairro, clubes de terceira idade, fundações e organizações territoriais. Um dos eventos realizados pelo grupo foi a celebração da Declaração da Cultura Chinchorro como Patrimônio da Humanidade, na qual participaram artistas locais de dança, teatro, música e gestores culturais. Outra ação foi o “Chinchorro para crianças”, que buscou divulgar esse patrimônio cultural por meio de espetáculo de teatro, narração oral e oficinas de arte e artesanato para crianças e jovens.

11

Maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Dois festivais e um encontro de mulheres indígenas: os projetos de El Salvador selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 11, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

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* Nome da rede ou articulação: Red de Asociaciones Comunitarias de Oriente

* Nome do projeto: VII Festival de Arte para el Desarrollo Creativo de la Identidad Cultural (“La Perla del Arte”)

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O VII Festival de Arte para o Desenvolvimento Criativo da Identidade Cultural (“A Pérola da Arte”), proposto pela Rede de Associações Comunitárias do Oriente, será realizada em três municípios salvadorenhos: San Miguel, San Francisco Gotera e Anamorós. Nessas três cidades haverá peñas culturales (saraus) nos meses de agosto e setembro de 2022.

As atividades buscam promover o desenvolvimento criativo das identidades e o intercâmbio cultural, artístico e econômico da região, fortalecendo a capacidade de gestão das organizações comunitárias envolvidas. Com este festival pretende-se reforçar nas organizações participantes a articulação com instituições estatais e privadas, a abordagem de género (espera-se a participação de pelo menos 50% das mulheres nos sectores artístico, económico e de gestão), a visibilidade do povos originários e a revitalização das economias comunitárias (através da participação e comercialização de seus produtos).

De acordo com a rede organizadora do festival, a programação procurará incluir expressões artísticas alternativas, urbanas, contemporâneas e de povos indígenas, com o objetivo de criar uma plataforma de intercâmbio cultural e reconhecimento da alteridade na comunidade no meio cultural comunitário. 

Previamente ao festival, está prevista a interlocução com as Associações de Desenvolvimento Comunitário (Adescos), organizações de base e lideranças comunitárias, inclusive para garantir que 80% dos frequentadores de cada clube cultural sejam moradores dos municípios que farão parte deste festival. A ideia é que as peñas culturales sejam pontos de encontro que vão gerar novas articulações, reflexões e processos comunitários.

VI Festival La Perla del Arte, 2021 (Fotos: Asartes)

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Organizações participantes

A Rede de Associações Comunitárias do Oriente é composta por três organizações comunitárias dos departamentos de La Unión, San Miguel e Morazán. Essa aliança nasce da necessidade de articular e descentralizar os festivais de arte e fortalecer os diálogos culturais, sendo esta a primeira e única rede cultural da região Oriente de El Salvador.

A Asociación de Artistas del Oriente de El Salvador (Asartes), responsável pelo projeto, foi fundada em 2017 no município de San Miguel (departamento de San Miguel), como um esforço coletivo para criar e desenvolver espaços artísticos na região. Entre seus objetivos estão a formação de artistas em seus diversos ramos de expressão; o desenvolvimento e produção de espaços artísticos e a produção de eventos artísticos. Atualmente, a associação pertence à Coordenação Departamental de Organizações e à Rede Salvadorenha de Cultura Viva Comunitária.

O Colectivo de Voluntariado Uno Más (CV1+), de San Francisco Gotera (departamento de Morazán), nasceu em 2018 com o propósito de contribuir para a redução de problemas estruturais, como pobreza, desigualdade e exclusão de gênero e a defesa dos direitos da juventude. O grupo trabalha com a visão de formar comunidades autogestionárias, sem nenhum tipo de dependência ou vivendo em condições de vulnerabilidade.

O Colectivo Juvenil de Anamoros, por sua vez, existe desde 2019 no município de Anamoros, onde administra espaços para a apresentação de artistas emergentes na zona norte do departamento de La Unión. O coletivo é gestor do festival anual “Lugar de Maizales”.


 

* Nome da rede ou articulação: Consejo de Comunidades Originarias de Panchimalco 

* Nome do projeto: Tejemet yultuk, estamos vivos


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Tejemet yultuk, estamos vivos” é uma iniciativa colaborativa das comunidades indígenas do município de Panchimalco, em El Salvador, que busca dar visibilidade à herança cultural de seu povo e fortalecer sua identidade e organização comunitária por meio de duas atividades: o Festival das Tardes das Flores e o Encontro de Mulheres Indígenas de Panchimalco. 

O  Festival das Tardes de Flores, que se realizará durante o mês de maio, será um espaço onde crianças, jovens, adultos e idosos estarão reunidos em torno de uma das práticas culturais mais importantes para o povo nahua de Panchimalco. Nas Tardes das Flores, celebradas em homenagem à Virgem Maria, as comunidades vão às casas dos responsáveis ​​e às capelas para fazer arranjos florais à base de palma de coco e flores do campo. Nesta festa comunitária, onde a identidade indígena se fortalece e os avós transmitem sua cultura e cosmovisão às novas gerações, preparam-se comidas e apresentações de grupos de música e dança tradicionais.

O 1º Encontro de Mulheres Indígenas de Panchimalco, por sua vez, está previsto para agosto, como um evento onde as mulheres indígenas da zona sul do município, organizadas e não organizadas, vão poder compartilhar suas experiências e suas problemáticas e construir coletivamente um percurso para a transformação de suas condições de vida. O encontro, além de ser um espaço de empoderamento e reconhecimento das mulheres indígenas, tem o propósito de gerar intercâmbios artísticos e de saberes que permitam fortalecer sua cultura e visão de mundo.

As atividades serão realizadas em dois locais: o centro da cidade de Panchimalco e o cantão de San Isidro. Se espera a participação de cerca de 150 crianças, jovens, adultos e idosos das comunidades indígenas na Festa das Tardes das Flores, e cerca de 150 mulheres no Encontro de Mulheres Indígenas de Panchimalco.

Fotos: Consejo de Comunidades Originarias de Panchimalco

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A rede

O Consejo de Comunidades Originarias de Panchimalco (COCOPAN) é uma rede colaborativa das comunidades indígenas do município de Panchimalco, fundada em março de 2021 e que atualmente reúne cinco organizações nos cantões de San Isidro, Troncones, Azacualpa e Los Pajales. Seu principal objetivo é fortalecer a identidade cultural dos povos indígenas do município de Panchimalco, por meio da preservação, promoção e divulgação das manifestações culturais de suas comunidades.

Em 2021 foram realizados dois projetos de caráter coletivo. No primeiro, com o apoio do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC), mais de 100 mulheres indígenas de suas comunidades foram beneficiadas com o fortalecimento de suas capacidades produtivas. No segundo, apoiado pelo Ministério da Cultura de El Salvador, foram realizados festivais comunitários com o objetivo de divulgar a cultura indígena de Panchimalco. 

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 Organizações participantes

 Tejemet yultuk, estamos vivos foi apresentado ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2022 pelas Associações de Desenvolvimento Comunitário Indígena dos cantões de Azacualpa (Adescoinaz, responsável pelo projeto), San Isidro (Adescoinsa) e Los Troncones (Adescointro).

As três associações foram criadas em 2021 e participaram da organização, execução e avaliação dos três festivais comunitários promovidos no município, além da formação de jovens como guias turísticos comunitários e da geração de um espaço para o aprendizado de artesanato típico da comunidade indígena de Panchimalco.

Entre as atividades realizadas por essas associações também estão a celebração de idosos e crianças indígenas de suas comunidades, bem como o acompanhamento e monitoramento de granjas comunitárias; a montagem e o funcionamento de uma padaria comunitária e a manutenção e proteção de nascentes naturais.

10

Maio
2022

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

Conectando culturas, arte e criatividade: o projeto da Espanha selecionado no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 10, Maio 2022 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

Nome da rede ou articulação: Comunidad VEDI

Nome do projeto: Encuentro Internacional Biocreativa>Plasticópolis

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O Encontro Internacional Biocriativa>Plasticópolis, proposto pela Comunidade VEDI no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, será um evento itinerante pela costa norte da Península Ibérica, com início em Compostela e final em Donostia (San Sebastián). A atividade está prevista para realizar-se entre maio e julho deste ano.

“Plasticópolis” é uma web série distópica co-criada por jovens de diversas culturas, como estratégia de sensibilização sobre os riscos da crise climática em nível local e sua interdependência global. Idealizada durante o 1º Encontro Internacional VEDI, evento que foi selecionado no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016, conseguiu reunir jovens de coletivos indígenas, rurais, ecofeministas, LGBTQIA+ e artivistas, entre outros. Seis curtas-metragens experimentais e três documentários servem como ponto de partida narrativo, crítico e de estilo para este novo projeto. 

Seu antecedente é a oficina “Monstruópolis”, realizada no Peru, no Brasil, no Chile, na Guatemala, no México e na Espanha. A partir de “Monstruópolis”, no Peru (fevereiro de 2022), se deu forma à nova série, que decidiram chamar de “Plasticópolis”. O encontro proposto para este ano tem como propósito terminar a primeira temporada da web série de ficção científica e desenhar a segunda de maneira conjunta. “Filmaremos sequências com participantes reunidos e celebraremos um evento de estreia da primeira temporada”, conta Guillermo Maceiras, cofundador e coordenador da Associação Ventana a la Diversidad (VEDI), responsável pelo projeto. 

O objetivo geral do Encontro Internacional Biocriativa>Plasticópolis, segundo ele, é “promover uma rede juvenil ibero-americana onde analisar, debater, idealizar e colocar em marcha iniciativas que contribuam para melhorar as problemáticas sociais e meio ambientais, identificadas através de um enfoque de inovação intercultural de cocriatividade para a transformação social”. 

As organizações comunitárias e coletivos participantes do projeto são parte integrante de sua estratégia de sensibilização comunitária, tanto local como on-line. Todo  fluxo de trabalho se baseia nos chamados “processos de cocriação intercultural e transcultural”. Por um lado estão as oficinas com a juventude, lideradas pelos pontos focais do projeto em cada comunidade e avaliados por uma organização comunitária. Por outro, a colaboração entre jovens de diferentes nacionalidades busca promover uma cultura de paz e a convivência na diversidade em nível internacional. 

Além da estreia dos nove capítulos da primeira temporada da série, será editado um curta-metragem documentário da experiência, três cápsulas audiovisuais para redes sociais e conteúdos multimídia de sistematização para replicar a metodologia de oficinas cocriativas comunitárias da segunda temporada. Também estão previstas estreias presenciais em cada uma das comunidades participantes.

Rede proponente

A Comunidade VEDI é uma plataforma que conecta jovens diversos através da arte, da criatividade e da tecnologia. Defendendo que toda solução para o futuro do planeta deve ser criativa e estar baseada na colaboração, a plataforma nasceu em 2013, graças ao apoio do Fundo Internacional para a Promoção da Cultura (FIPC) da UNESCO, que financiou o projeto “Ventana à Diversidade”, inicialmente centrado em quatro países: Guatemala, Peru, Espanha e Indonésia. 

Esta proposta correu 2014 e 2015, e acabou derivando na formação de uma associação em Gipuzkoa (País Vasco) em 2016 e na realização de iniciativas que receberam o apoio do Fundo Internacional para a Diversidade Cultural da UNESCO (FIDC 2017/18) e o Prêmio à Inovação Intercultural das Nações Unidas (UNAOC, 2019/20). A associação desenvolveu projetos e iniciativas colaborativas com jovens e formações técnicas para profissionais de cultura comunitária em 12 países da Ibero-América.

 

Organizações participantes

As três organizações que apresentaram esta proposta são Ventana a la Diversidad (Espanha), Cultura Savia (México) e OpenLab Equador. Além dessas três, o projeto selecionado no Edital de Apoio a Redes 2022 conta com a participação de Autoridades Ancestrales Kaqchikeles y Kiches, do município de San Andrés Semetabaj, Sololá, Guatemala.

EspanhaVentana a Diversidad, organização responsável pelo projeto, nasceu no País Vasco, mas os ventaneros e ventaneras estão em várias partes do mundo, conectados através da arte e da criatividade. A associação, que tem sede em Donostia (San Sebastián), aposta na educação para a transformação social, a favor da convivência intercultural e o meio ambiente.

Desde sua fundação, Ventana a Diversidad tem colocado em marcha dois programas temático-sistêmicos e um pedagógico-experimental. Este último se trata de Emprende por Diversidad (ExD), que promove a diversidade e a cultura de paz, estimulando o empreendimento jovem em indústrias criativas, desde uma perspectiva de economia solidária e regenerativa, que serve de marco metodológico para os outros dois programas. Um deles, Fronteiras Imaginárias, está centrado na resolução de conflitos baseados na intolerância ao diferente e a favor da convivência na diversidade. O outro programa, Biocriativa, fortalece o vínculo entre a cultura de raiz e a defesa do meio ambiente através da criatividade. 

MéxicoCultura Savia, criada em Mérida (México) em março de 2014, é outra organização que aposta na construção colaborativa, promovendo ações socioculturais e buscando co-crear experiências para a abordagem de problemáticas que afetam o bem comum. Para seus integrantes, as pessoas e organizações estão interconectadas e alcançam seu máximo potencial quando caminham juntas e em coletivo. 

A Escola de Paz, uma das iniciativas de Cultura Savia, é uma experiência de acompanhamento formativo desenvolvida por meio de atividades acadêmicas, encontros entre jovens, grupos de atividade infantil, assessoria e oficinas de paz. A organização também oferece oficinas e cursos a organizações interessadas em fortalecer enfoques colaborativos e disponibilizar ferramentas para construir uma cultura de paz em seus grupos ou comunidades ou aprofundar em metodologias que complementam suas ações.

Equador – Criado em Quito em maio de 2021, OpenLab Ecuador é um laboratório cidadão que busca gerar diálogos e experiências relacionadas à cultura digital, à participação cidadã e ao conhecimento aberto. Seus integrantes são ativistas pelo movimento de software livre, da educação popular e crítica, da ciência cidadã, da privacidade, da inovação aberta, do desenvolvimento do pensamento computacional e do intercâmbio de saberes em horizontalidade. 

Esta organização sem fins lucrativos, “redistributiva e autogestiva”, busca apoiar as comunidades de cultura livre e digital do Equador. Entre as atividades que realizam se encontram debates, cursos, laboratórios, projetos sociais, mentorias, exposições de arte, mapeamentos, conferências e hackatones (encontros de programadores para desenvolver ou melhorar um software), desde uma perspectiva aberta e colaborativa. 

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(Fotos: capturas de tela da série “Plasticópolis”)

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