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Para o Topo.

Blog - Página 4 de 95 - IberCultura Viva

03

out
2024

Em Congressos
Cultura Infância
Notícias

Por IberCultura

Começa o 1º Encontro Internacional de Cultura Infância, em Córdoba (Argentina)

Em 03, out 2024 | Em Congressos, Cultura Infância, Notícias | Por IberCultura

O 1º Encontro Internacional de Cultura Infância será realizado nos dias 3 e 4 de outubro, na cidade de Córdoba (Argentina), no âmbito do 12º Festival Internacional de Teatro Córdoba para a Infância e a Juventude.

Ao longo desses dois dias, serão realizadas apresentações e mesas temáticas com a participação de representantes de diversas áreas, que farão uma apresentação inicial sobre os eixos propostos e convidarão à construção de um documento fundador que será a referência conceitual para o desenvolvimento de acordos internacionais sobre Cultura Infância.

Participarão autoridades do Brasil e da Argentina, que assinarão um acordo de compromisso de trabalho em relação à Cultura Infância em seus próprios territórios e de colaboração internacional.

Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) do Brasil e presidenta do IberCultura Viva, fará a primeira conferência plenária (“Políticas de infância em desenvolvimento. Políticas públicas governamentais em relação à infância no Brasil”), nesta quinta-feira, dia 3, às 19h (horário de Brasília), na Biblioteca de Córdoba.

O encontro é uma iniciativa conjunta da Agência Córdoba de Cultura e do Festival Internacional de Intercâmbio de Línguas (FIL), festival multidisciplinar pioneiro para novos públicos, organizado no Rio de Janeiro (Brasil) desde 2003.

As conferências serão abertas ao público. Todos podem participar gratuitamente e por ordem de chegada, até que a capacidade da sala se esgote.

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Confira a programação completa

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28

set
2024

Em Congressos
Cultura Viva
Notícias
Países membros

Por IberCultura

IberCultura Viva participa do 10º Encontro Cultura e Cidadania, na Espanha: olhar o passado para imaginar futuros

Em 28, set 2024 | Em Congressos, Cultura Viva, Notícias, Países membros | Por IberCultura

(Foto: Casteleiro)

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Em Santiago de Compostela (Galícia), de 24 a 26 de setembro, realizou-se a décima edição do Encontro Cultura e Cidadania, promovido pelo Ministério da Cultura de Espanha. Foram três dias de debates, apresentações de projetos, visitas e atividades culturais em que as pessoas participantes (cerca de 600) puderam olhar para trás e refletir sobre as aprendizagens e os desafios que enfrentaram nesta década. 

Neste décimo aniversário que permitiu olhar para o passado e imaginar futuros atravessados ​​pela cultura, Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC) e presidenta do IberCultura Viva, também lembrou os 10 anos deste programa de cooperação e os 20 anos do Cultura Viva no Brasil, usando a metáfora do arco que os povos indígenas nos ensinam. “Esse momento de resgate da história nos leva a pensar que o futuro é igual a uma flecha. Quanto mais puxamos para trás, mais longe podemos nos projetar para frente”, disse ela ao final de sua apresentação.

A presidenta do IberCultura Viva participou de uma das mesas do primeiro dia do encontro, “Abrir e ampliar o marco institucional: Políticas culturais para fortalecer as democracias vivas”, na terça-feira, 24 de setembro. Ela abriu sua intervenção explicando que apresentaria a experiência de Cultura Viva no Brasil, iniciada em 2004 com o então ministro Gilberto Gil, que propôs “um novo paradigma ao trazer pessoas das periferias, das culturas indígenas, da cultura de base africana como pessoas importantes para a cultura nacional”. 

O DNA dessa política desde o início é o de reconhecer que quem faz a cultura é a sociedade e que é preciso a participação social para que tenhamos uma política verdadeiramente pública. Agora, com o presidente Lula, a participação social e a diversidade são uma matriz em todos os ministérios. Todos têm uma assessoria que prima pela estruturação da participação social e pela diversidade nas políticas públicas”, destacou.

Além de ações afirmativas que incluem pessoas negras, indígenas, com deficiência e toda a diversidade, com bonificações e convocatórias específicas, Márcia Rollemberg explicou que a estratégia de gestão do Ministério da Cultura conta hoje com um novo marco regulatório, a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que descentraliza os recursos da União para que os estados, o Distrito Federal e os municípios promovam projetos culturais em seus territórios. 

A Política Nacional Cultura Viva (PNCV), estabelecida como a política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura, também está sendo implementada com financiamento da PNAB. “Hoje há mais de 6.000 Pontos e Pontões de Cultura, em cerca de 1.600 municípios brasileiros. Estamos ampliando (o alcance para os territórios) em parceria com estados e municípios que recebem recursos para financiar essa política, que promove a diversidade, a democracia, reconhecendo o poder das atividades culturais de grupos, coletivos, comunidades, instituições, com ou sem pessoa jurídica, e também os mestres e mestras, guardiões do património imaterial”, destacou.

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Rollemberg lembrou que os Pontos de Cultura são grupos culturais da sociedade, grupos tradicionais que já existem, como pequenas orquestras, grupos de teatro, de capoeira, de diversas expressões do Brasil. E que, como disse Gilberto Gil, “são ativos; não são carentes, são potentes; não são vulneráveis, são vulnerabilizados”. “Esta mudança de paradigma é muito importante”, afirmou, destacando também a relevância das medidas tomadas “para a reparação e superação das desigualdades historicamente acumuladas que estruturam a sociedade.”

“Cultura Viva é uma política de reparação, de resistência, que reconhece toda uma matriz que compõe o Brasil e que sempre foi muito invisibilizada, embora muito presente na cultura brasileira. É uma política que procura reconhecer as nossas origens, reconhecer que somos formados por povos originários que já estavam lá no território quando vieram os portugueses, com pessoas escravizadas e depois também vários grupos de migrantes. O Brasil tem o maior grupo de diásporas do mundo. Tem uma grande população árabe, japonesa, italiana e europeia. É um país muito mesclado, muito mestiço, então há que se reparar”, defendeu.

Além do trabalho para reduzir as desigualdades (econômicas, de gênero, raciais, sexuais, entre outras opressões) e combater a violência, ela mencionou algumas das ações de formação cultural, de promoção de acessibilidade, e o trabalho com Pontões da Cultura sobre temas como culturas indígenas, comunidades tradicionais de origem africana, culturas populares, patrimônio e memória, entre outros. 

“Há uma tentativa de criar um amálgama, porque patrimônio e memória, audiovisual, livro e leitura, tudo se integra a partir da Cultura Viva. Cultura digital, territórios rurais e cultura alimentar, territórios fronteiriços, integração latino-americana… O programa Cultura Viva inspirou outros países e hoje não é apenas uma política de Estado. Há um movimento latino-americano da sociedade que dele fazem redes, trabalhos, e ocupam os espaços de democracia”, complementou. 

A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC também destacou algumas estratégias de participação que são desenvolvidas no Brasil, como a Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC), com quem o Ministério da Cultura discute, dialoga e propõe ações conjuntas. Uma das mais importantes que está por vir será a Teia, a conferência nacional de Pontos e Pontões de Cultura que se realizará em 2025, 11 anos depois da última edição. Foi durante a Teia Nacional de Diversidade, realizada em 2014, em Natal (Rio Grande do Norte), que aconteceu a primeira reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva. (Márcia Rollemberg foi eleita presidenta naquela reunião e retornou ao cargo em março deste ano de 2024.)  

Ao apresentar este programa de cooperação que é realizado com 12 países membros, ela destacou algumas ações desenvolvidas nestes 10 anos, como as convocatórias de Apoio a Redes, IberEntrelaçando Experiências, Mobilidade e Sabores Migrantes Comunitários, e o Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, uma construção conjunta do IberCultura Viva e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina) que já formou mais de 600 pessoas desde 2018.

A participação da presidenta do IberCultura Viva no 10º Encontro Cultura e Cidadania se deu na mesa sobre “Políticas culturais para fortalecer as democracias vivas”, que também contou com a presença de Isabel Ojeda, diretora da Área de Ação Cultural da Universidade Internacional da Andaluzia (UNIA); Jazmín Beirak Ulanosky, diretor de Direitos Culturais do Ministério da Cultura espanhol, e Ricardo Antón, da organização ColaboraBora.

Nesta décima edição do encontro, propôs-se fazer um balanço, atualização e projeção dos 10 anos do programa Cultura e Cidadania, recolhendo, testando a evolução e problematizando os temas, tendências, debates, projetos mais relevantes, experiências e aprendizagens do percurso traçado nestes anos, e apontando outros para os anos presentes e futuros.

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  • Os debates e apresentações no auditório do Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC) estão disponíveis em streaming: https://bit.ly/streaming_cyc

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27

set
2024

Em Cultura Viva
Notícias

Por IberCultura

MinC lança série de episódios em podcast para contribuir com a formação dos Agentes Cultura Viva  

Em 27, set 2024 | Em Cultura Viva, Notícias | Por IberCultura

O Ministério da Cultura (MinC) e o Consórcio Universitário Cultura Viva, formado pelas universidades federais da Bahia, Fluminense e do Paraná (UFBA-UFF-UFPR), realizarão na próxima segunda-feira (30/09), a live de lançamento do podcast “Cultura é Viva!”. A série, composta por 10 episódios, abordará temas ligados à diversidade cultural brasileira e à Política Nacional Cultura Viva (PNCV). 

O principal objetivo é contribuir com a formação dos Agentes Cultura Viva, jovens selecionados pelos Pontões de Cultura que formalizaram parceria com o MinC para atuar no mapeamento, diagnóstico, formação, articulação e mobilização da rede de Pontos de Cultura no país.

“O fomento aos pontões territoriais e temáticos de cultura faz parte da reativação da Política Cultura Viva neste momento em que celebramos seus 20 anos de existência. Essa estratégia envolverá, no mínimo, 570 Agentes Cultura Viva, entre 18 e 24 anos, que precisam de uma formação sobre temas essenciais para o projeto cultural que vão desenvolver em suas comunidades”, explicou Márcia Rollemberg, secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, convidada especial deste primeiro episódio do podcast.

O evento contará com a participação das locutoras Luma Wyzykowska, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Larissa Herédia, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), jovens pesquisadoras vinculadas ao Consórcio Universitário Cultura Viva.

Deborah Rebello Lima, representante do consórcio pela Universidade Federal do Paraná, destaca: “A série Cultura é Viva é uma ação formativa que se apresenta como contribuição para o fortalecimento dos Agentes Cultura Viva em atuação nos Pontões de Cultura. Trata-se de um passeio para rememorar e/ou conhecer conceitos essenciais da PNCV e sua operação, mas sempre de uma forma leve, descontraída e ofertando uma paisagem sonora que dialogue com esse público.”

Já Luiz Augusto Rodrigues, representante da Universidade Federal Fluminense reforça que “os Agentes Cultura Viva são essenciais na retomada da PNCV, em especial como uma ação estruturante mobilizadora nos territórios e também por incluir os próprios conceitos da política de Cultura Viva junto à juventude”.

O podcast também será uma oportunidade para gestores e integrantes da Rede Cultura Viva ampliarem seus conhecimentos e compartilharem experiências. Luana Vilutis, pesquisadora do consórcio pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), sinaliza como esta ação formativa se insere no escopo das várias frentes de pesquisa e formação que o trabalho colaborativo das três universidades federais vem desenvolvendo nesta retomada da PNCV.

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Live de Lançamento: Podcast “Cultura é Viva!”
Quando: Segunda-feira, 30 de setembro, às 15h (de Brasília)
Onde: Canal do YouTube do Ministério da Cultura

Canal do YouTube do Consórcio Universitário Cultura Viva

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27

set
2024

Em Cultura Viva
Notícias
Países membros

Por IberCultura

MinC lança Editais Cultura Viva no Espírito Santo com R$ 3,7 milhões em investimentos

Em 27, set 2024 | Em Cultura Viva, Notícias, Países membros | Por IberCultura

(Foto: William Caldeira Hub/ES – Texto: MinC)

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O Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult/ES), lançou nesta quinta-feira, 26 de setembro, em Vitória, três Editais Cultura Viva, que vão apoiar 103 Pontos de Cultura no estado. Com investimento de R$ 3,7 milhões, provenientes da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), a iniciativa visa fortalecer a identidade cultural e a cidadania de base comunitária, com foco em projetos de relevância local.

Os recursos serão direcionados à Política Nacional de Cultura Viva (PNCV). Além de fortalecer a atuação de agentes culturais, os editais buscam valorizar a diversidade cultural e destacar projetos de relevância no estado, como a Instituição de Tradições e Cultura Afro-Brasileira São Judas Tadeu, que receberá R$ 400 mil.

“Desde que o presidente Lula decidiu recriar o Ministério da Cultura, sob a liderança da ministra Margareth Menezes, sabíamos que teríamos uma tarefa gigantesca pela frente: reconstruir o conjunto de políticas que haviam sido descontinuadas. Temos orgulho de fazer parte de um legado que remonta aos anos de 2003 a 2015, quando consolidamos políticas fundamentais para a cultura no Brasil”, afirmou Márcio Tavares, secretário-Executivo do MinC.

“Esse edital que lançamos hoje é o resultado dessa parceria entre o Governo Federal, estados e municípios, capitalizando e territorializando iniciativas culturais em todo o território nacional. A cultura é uma ferramenta poderosa para a promoção da identidade, da democracia e da superação das desigualdades. Este edital representa mais um passo nesse caminho, envolvendo todos os agentes que fazem da cultura um motor de transformação social”, complementou.

A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, reforçou a importância da participação social e da gestão compartilhada. “A Política Cultura Viva ganha adesão cada vez mais forte de estados e municípios e o Espírito Santo dá o exemplo de como fazer a política crescer”, afirmou.

Segundo Fabrício Noronha, secretário de Estado da Cultura (Secult/ES), o impacto internacional da política dos Pontos de Cultura ganhou força além das fronteiras brasileiras. “Temos poucas políticas públicas que foram incorporadas em outros países, mas a dos Pontos de Cultura é uma delas. É uma grande alegria ver uma política dessa envergadura, agora, após 20 anos, sendo retomada com tanta força por meio da Política Nacional de Cultura Viva”, lembrou.

Thais Souto, gerente do setor de Territórios e Diversidade (GETD) da Secult/ES, o momento atual do fomento vai além dos editais. “É fundamental refletirmos sobre a importância do território e de uma política que seja verdadeiramente territorializada. Esse é o marco mais importante que temos discutido e aprendido, especialmente com aqueles que já estão à frente dos Pontos de Cultura. Não somos apenas fazedores de cultura; nós somos a cultura. E essa cultura se manifesta em suas diversidades, territorialidades e pluralidades, desde o funk até os terreiros. Precisamos reconhecer a ancestralidade e a mobilização comunitária que impulsionam essa força cultural”, declarou.

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Editais

Os editais serão divididos por três temáticas: Premiação por Trajetória, Fomento a Projetos Continuados de Pontos de Cultura e Fomento a Projetos Continuados de Pontões de Cultura. Ao todo, serão premiados e financiados mais de 50  projetos que têm impacto direto nas comunidades, em um esforço contínuo para descentralizar e democratizar o acesso à cultura. As inscrições começam no dia 1º de outubro e vão até o dia 30 do mesmo mês. 

  • Edital de Premiação por Trajetória –  Dividido em duas categorias: Pontos de Cultura sem constituição jurídica e Pontos de Cultura com constituição jurídica, os prêmios visam reconhecer a trajetória de coletivos e entidades que, há anos, promovem o desenvolvimento cultural de suas comunidades, mesmo sem estrutura formalizada. O intuito é fomentar a continuidade de suas atividades, fortalecendo suas raízes locais. Para ambas as modalidades, é necessário comprovar, no mínimo, dois anos de atuação cultural na comunidade local, por meio de fotos, materiais gráficos, publicações impressas ou eletrônicas, entre outros documentos comprobatórios.
Pontos de Cultura sem constituição jurídica: Serão concedidos 30 prêmios no valor de R$ 30 mil cada.
Pontos de Cultura com constituição jurídica: Serão distribuídos 20 prêmios no valor de R$ 60 mil cada.
  • Edital de Fomento a Projetos Continuados de Pontos de Cultura O edital vai selecionar quatro entidades que receberão o valor de R$ 120 mil cada para a execução de projetos continuados que promovam o acesso aos bens e serviços culturais em seus territórios de atuação. O objetivo é fortalecer iniciativas culturais que já estão em andamento, garantindo que a população local continue a ter acesso a atividades artísticas e educativas, nos termos da Política Nacional de Cultura Viva.
  • Edital de Fomento a Projetos Continuados de Pontões de Cultura – Voltado para projetos de maior envergadura, esse edital selecionará quatro entidades, que receberão R$ 30 mil cada. Os Pontões de Cultura têm como foco a articulação e mobilização de redes culturais regionais e temáticas. O objetivo é promover o desenvolvimento de atividades em parceria com redes de Pontos de Cultura, bem como a mobilização e articulação com governos locais. Esses projetos buscam capacitar, mapear e executar ações conjuntas em nível estadual, regional ou temático, sempre visando o fortalecimento da cultura local.

Consultas: culturaviva@secult.es.gov.br e culturaviva.secult@gmail.com

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(*Texto publicado originalmente no site do MinC)

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Festival Reconstruindo o Quilombo ganha segunda edição em novembro: um espaço de resistência e diálogo intercultural 

Em 26, set 2024 | Em Comunidades afrodescendentes, Edital de Apoio a Redes, Notícias | Por IberCultura

A Comunidade Quilombola de Santa Cruz, em Pimenteiras do Oeste (Rondônia, Brasil), se prepara para sediar a segunda edição do Festival Cultural Reconstruindo o Quilombo, em novembro deste ano. O evento, um dos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024, tem como objetivo fortalecer a identidade quilombola e promover a igualdade racial e o respeito mútuo entre diferentes etnias.

Organizado pela Rede Diversidade Amazônica, o festival pretende ser uma celebração vibrante e plural da cultura afro-brasileira, com uma programação que inclui oficinas e apresentações artísticas, palestras e rodas de conversa. Estão previstas oficinas gratuitas de fotografia e artesanato, com 50 vagas cada, além de uma exposição de fotos e literatura quilombola, apresentações musicais, danças tradicionais, leituras de poemas, exibição de documentários, desfile de moda afro-brasileira e produção de cartazes contra o racismo. 

Pioneiros da Comunidade Quilombola de Santa Cruz também serão homenageados no evento, como um reconhecimento à sua contribuição para a preservação das tradições e valores da comunidade. “O festival tem um papel crucial no protagonismo da comunidade quilombola, reforçando o orgulho de suas tradições e promovendo o diálogo entre diferentes culturas”, afirma Andréia Machado, uma das produtoras envolvidas na organização.

A estimativa é que participem cerca de 500 pessoas, tanto da comunidade local quanto de regiões vizinhas. Uma das metas é fomentar o turismo cultural na região, atraindo visitantes interessados em conhecer e valorizar as tradições quilombolas. Com isso, espera-se fortalecer as parcerias regionais e ampliar a rede de apoio à comunidade, promovendo a cidadania e o desenvolvimento sustentável. 

A Rede Diversidade Amazônica, que apresentou essa proposta ao edital do IberCultura Viva, é composta por três organizações de Rondônia: a Associação Cultural, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Diversidade Amazônica (ACEMDA), a Associação de Remanescentes Quilombolas de Pimenteiras do Oeste (ARQOS) e o Ponto de Cultura e Mídia Livre Serpentário Produções. 

Desde 2015, essa rede tem trabalhado ativamente na promoção da cultura e do desenvolvimento sustentável na Amazônia, com foco na valorização das comunidades quilombolas, indígenas e afro-brasileiras. Este ano, o evento conta com o apoio do Pontão de Cultura Raízes Amazônicas: Celebrando a Diversidade Cultural, que é coordenado pela ACEMDA.

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No ano passado, o  Festival Cultural “Reconstruindo o Quilombo” se realizou de 23 a 27 de outubro, também com o apoio do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo. Duas das principais atividades foram a oficina de dança afro-brasileira, com destaque para a capoeira, e a oficina de artesanato com palha de buriti, que é usada há gerações para criar peças artísticas e funcionais que refletem a identidade quilombola. 

Estas oficinas foram oferecidas a 50 alunos da Escola Pública Estadual de Ensino Fundamental e Médio Inácio de Castro, localizada na Comunidade Quilombola de Santa Cruz. Além de ensinar habilidades práticas, essas duas atividades ajudaram a fortalecer a conexão com a herança cultural da região. As pessoas participantes receberam certificados, destacando seu compromisso em preservar e valorizar essas tradições.

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Memórias Vivas: um projeto para proteger o patrimônio natural e ancestral de Calderón, no Equador

Em 25, set 2024 | Em Edital de Apoio a Redes, Notícias, Redes e organizações | Por IberCultura

Entre os meses de junho e agosto de 2024, foi realizado no Equador o projeto “Memórias Vivas”, criado com o objetivo de proteger, preservar e cuidar a memória patrimonial da paróquia de Calderón, especificamente do morro sagrado de Jalunguilla, da comuna de La Capilla. A proposta foi uma das selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024. 

O Cerro Jalunguilla, historicamente um território de ritualidades, saberes, cultura e ancestralidade, se tornou uma floresta seca que se regenerou naturalmente, com flora e fauna diversificadas. “Memórias Vivas” procurou produzir um documentário sobre o morro que recuperasse a sua importância como território ancestral, social e comunitário da paróquia de Calderón, para revitalizar a sua identidade e apropriação territorial.

A proposta foi apresentada à convocatória do IberCultura Viva pela Corporação Cultural Inti Pak Churi, nascida em 2008 em Calderón, norte de Quito, com o propósito de criar e dançar, reafirmando a sua herança cultural, “para manter e dar vida à memória de um povo cheio de contrastes e cores únicas”.

Além de apresentar a flora e a fauna de Jalunguilla, o projeto destacou a importância de protegê-las e, sobretudo, de proteger as memórias, histórias, ancestralidades, tradições, jogos e lendas da comuna, e daqueles que são os guardiões desta floresta seca, colina sagrada e lar de animais e plantas que o habitam.

Na compilação das memórias vivas das e dos avós da comuna, foram entrevistadas antigas moradoras, como María Yajamin, Josefina Collaguazo e María Muzo, que relembraram seus tempos de infância, quando desciam e subiam o morro de Jalunguilla com suas avós, para trazer água e lenha.

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Oferendas à virgem

María Mercedes Yajamin, 78 anos, membro da organização Papatíos y Mamatías da comuna La Capilla, falou sobre as Festas da Virgem Imaculada, das quais começou a participar aos 16 anos, em 1962. “Foi quando a minha fé aumentou, pois tive um problema de saúde que quase me cortou a perna, mas graças à bênção da Virgem consegui manter minha perna”, justificou.

Na entrevista que deu para o projeto, ela lembrou os tempos em que ia ao barranco trazer água e lenha para a Festa da Virgem Imaculada, e mais tarde, aos 23 anos, quando começou a dançar nessas festas, sempre falando kichwa. “Dancei yumbo, loas e os capariches vieram de Llano Grande para dançar”, disse María, que também costumava preparar comida tradicional para essas celebrações. 

“Antigamente, todos nos reuníamos para fazer oferendas à virgem. O padre me ouviu falar kichwa e a partir daí me deixaram como líder de Mamatías e Papatíos, dizendo que deveríamos ensinar o kichwa às crianças, mas muitos não quiseram. De lá ele nos levou ao Quinche para dançar aos pés da virgenzinha, e já se passaram mais de 30 anos de todas essas lembranças”, afirmou.

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Entre o trabalho e as travessuras 

Para a agricultora María Muzo Andrango, 83 anos, as lembranças são “de trabalho duro, de alegria, de convivência, de experiência e de vida, bem como de enamoramento ou travessuras”. Na entrevista para o documentário, ela contou que em Jalunguilla desciam para trazer água para lavar a roupa da casa, os menores com baldes pequenos, os mais velhos com baldes maiores. “Quando não havia água suficiente, tínhamos que descer com toda a roupa para lavar na seca. Dali saíamos à procura de lenha para cozinhar, já não levávamos água porque tínhamos que carregar lenha, e também descíamos para colher amendoins”, comentou. 

“Quando eu era pequena, subia carregando amendoim, lenha, e conduzia o gado para que chegasse ao topo. Meu pai era bem bravo, me mandava para Jalunguilla para que eu não fosse à escola, porque antes não nos deixavam estudar, e pior se tivéssemos namorado. Lembro também que fazíamos cestos para lavar roupa e que sempre fui companheira da minha avó. O que eu mais gostava era que em Jalunguilla havia muitas guabas (frutas), são lembranças que nunca desaparecem da minha cabeça”.

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Uma vida difícil, mas feliz

Josefina Collaguazo, 79 anos, lembrou que madrugava para trazer água de Jalunguilla. Levantava cedo, às 5h da manhã, porque mais tarde já estava sujo. “Trabalhei na agricultura plantando batata, milho, sambos para sobreviver, sempre trazia lenha e água de Jalunguilla. Desde muito jovem trabalhei muito, sabia descer e lavar roupa na seca”, comentou. 

“Minha vida foi difícil, mas também foi feliz, pois gostava muito de descer até Jalunguilla para correr pelos chaquiñanes, subir nas árvores, comer guabas, ficar com as vacas, ou com as cabras, e olhar os passarinhos. Gostava muito de passar um tempo em Jalunguilla, para mim era o melhor. Vi muitas mudanças, principalmente entre os jovens, que já não se interessam pela natureza, e outras mudanças que ocorreram na comuna. Espero que os jovens de hoje possam estar interessados ​​em manter as nossas memórias, a nossa história e, acima de tudo, a nossa identidade.”

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Fortalecendo as memórias dos avós

Leslie Sanguña, 24 anos, é uma jovem nativa da comuna que está interessada em fortalecer e revitalizar as memórias dos seus avós para transmiti-las às gerações futuras. “Para mim, isso é importante, principalmente aquelas experiências que minha avó teve na infância. É importante ver que antes de descerem para pegar água no poço, eles iam lavar a roupa lá embaixo… Minha avó me dizia que quando desciam para Jalunguilla encontravam seus tios ou primos, eu me emociono quando me contam que lá se encontravam com outras pessoas. Para mim tem sido bonito como me têm dito, e nas caminhadas que a gente tem feito Jalunguilla para poder recriar aquelas partes, como era antes, como eles fizeram.”

 Para Leslie, há partes lindas nas histórias contadas, como aquelas em que elas se sentavam para comer, para compartilhar.  “Agora você vai ao cinema e compartilha com outras pessoas, mas não é a mesma coisa. Quando eles desciam para Jalunguilla, estavam em uma área natural e compartilhavam com outras pessoas, compartilhavam comidas tradicionais daqui, por exemplo, doces de sambo, abóbora, torradas. São poucas as pessoas que comem isso hoje em dia, tem gente que vem de fora e valoriza muito mais a comunidade do que as pessoas que estão aqui”, destacou.

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Cuidando da natureza

Gonzalo Guañuna Andrango, protetor ambiental, 56 anos, disse que desde os 6 anos gosta de estar em equilíbrio com a natureza e cuidar dela. Nascido nesta comuna, viveu toda a sua vida neste lugar que considera sagrado e pelo qual lutou durante décadas. 

“Quando os espanhóis chegaram, demoliram os nossos templos, nossas apachitas e colocaram as igrejas no topo. Por isso mantivemos o nome La Capilla. Deveríamos ter ficado com o nome kichwa, mas assim permanecemos porque tivemos a primeira igreja dentro da paróquia”, explicou.

“Por ter sido presidente da comuna em 96, 97 e 98, tentei preservar a autenticidade desta comunidade. Lutamos contra a invasão, contra o lixão, e hoje lutamos pela declaração de uma área protegida de 186 hectares, a Jalunguilla, que em kichwa é ‘meia lua’ (jalun=metade; killa=lua). Este espaço é bastante antigo e queremos que seja preservado em estado natural, como uma floresta seca para toda a freguesia de Calderón”, ressaltou.

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Uma avaliação do projeto

Segundo os responsáveis ​​pelas “Memorias Vivas” que avaliaram o projeto (Gonzalo Guañuna, Carmen Simbaña e Wilson González), durante sua realização houve uma boa ligação com outros atores da cidade e foi possível ampliar o trabalho com outros apoios. No documento que entregaram ao programa após sua execução, eles destacaram que os objetivos foram cumpridos e que houve dedicação e comprometimento com o que faziam: “O trabalho coletivo traz esperança à gestão que está sendo realizada. Foi todo feito coletivamente, trabalhado como um processo comunitário, fazendo ‘mingas’ (reunião de amigos e vizinhos para fazer algum trabalho gratuito em comum). Agradecemos a maneira de trabalhar de todos porque aprendemos com isso todos os dias.”

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Ibercocinas, Iber-Rutas e IberCultura Viva lançam a sexta edição do concurso Sabores Migrantes Comunitários

Em 13, set 2024 | Em Cooperação Ibero-americana, Destaque, Editais, Notícias | Por IberCultura

Nesta sexta-feira, 13 de setembro, os programas IberCultura Viva, Iber-Rutas e Ibercocinas abrem a inscrição para a sexta edição do concurso Sabores Migrantes Comunitários, que premia histórias de receitas e práticas culinárias de comunidades migrantes da Ibero-América. As pessoas interessadas poderão enviar suas postulações até o dia 18 de outubro pela plataforma Mapa IberCultura Viva

O valor total atribuído ao concurso é de 8 mil dólares para um máximo de 13 propostas. As iniciativas selecionadas receberão um reconhecimento como ‘Boa prática de cozinha migrante comunitária ibero-americana’ e um prêmio de US$ 600.

A convocatória é dirigida a pessoas maiores de 18 anos de origem ibero-americana* que vivam em um país diferente do seu país de origem. Elas devem enviar, a título pessoal ou em representação de iniciativas comunitárias, uma proposta de prática culinária que conte uma receita de sua comunidade de procedência, a história por trás dela, e a forma com que esta receita se insere na comunidade de acolhida, dentro de uma experiência migratória. Não serão aceitas propostas das pessoas premiadas na edição anterior do concurso (2023).

Diferentemente das edições anteriores, as receitas e práticas culinárias devem ser apresentadas em um vídeo com no máximo 2 minutos de duração (o formulário conta com um campo opcional para quem quiser enviar também em formato escrito, mas o texto não substitui o vídeo, que é obrigatório). Podem ser usadas as línguas portuguesa, espanhola ou indígenas (neste caso, com tradução em espanhol ou português em anexo).

Poderão participar pessoas nascidas em países ibero-americanos residentes em qualquer país do mundo, e pessoas que apresentem propostas de práticas culinárias e receitas de migrantes de sua família com até segundo grau de parentesco (pai/mãe, avô/avó). Essas apresentações terão uma cota máxima de seleção no concurso.

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Critérios de seleção

A seleção seguirá os critérios estabelecidos no regulamento, como a representatividade da preparação para a comunidade de origem; a experiência de inserção na comunidade de acolhimento; a geração de conhecimentos e práticas tradicionais e criativas promovidos por cozinheiros e cozinheiras migrantes; o impacto direto na segurança alimentar, e as estratégias de disseminação do conhecimento culinário e/ou a construção de um legado culinário às novas gerações com a consciência de sua cultura diversa. 

A diversidade cultural das propostas será privilegiada, por meio da seleção de projetos de diferentes países. Apresentações realizadas por mulheres, jovens entre 18 e 35 anos, bem como por pessoas indígenas, afrodescendentes e/ou camponesas, serão consideradas com maior pontuação. Assim como aquelas realizadas por pessoas que pertencem a comunidades que se encontram em movimento, ou que estão transitando pelo processo de migração em um refúgio.

Todas as pessoas que tiverem suas práticas culinárias selecionadas deverão prepará-las em sua comunidade e enviar um depoimento sobre essa atividade aos programas organizadores, dentro dos 30 dias posteriores ao recebimento do prêmio. Este depoimento deverá ser gravado em um vídeo de no máximo 5 minutos, detalhando a atividade realizada, assim como o público alcançado, identificando idade, gênero, pessoas afrodescendentes, comunidades campesinas e de povos originários que tenham participado da experiência. Os programas organizadores deverão receber o link deste vídeo por e-mail.

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(*) São países ibero-americanos: Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai, Venezuela.

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Confira o regulamento do concurso

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/295/

Consultas: programa@iberculturaviva.org

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13

set
2024

Em Cultura Comunitária
Governos Locais
Notícias

Por IberCultura

Municípios de Jalisco unem forças e lançam o Manifesto Intermunicipal “Cultura, Localismo e Ruralidades”

Em 13, set 2024 | Em Cultura Comunitária, Governos Locais, Notícias | Por IberCultura

De 30 de agosto a 1º de setembro, foi realizado em Puerto Vallarta o Segundo Encuentro Intermunicipal de Gestão Pública para a Cultura (EIGPC), promovido pela Diretoria de Planejamento, Articulação e Desenvolvimento Setorial da Secretaria de Cultura de Jalisco. 

Durante três dias, representantes das áreas culturais de 35 governos locais das 12 regiões de Jalisco reuniram-se para avaliar o que foi realizado após três anos contínuos de trabalho, trocar experiências de forma colaborativa e adotar uma nova ferramenta de visão de futuro para o desenvolvimento cultural de Jalisco e seus municípios.

O espaço contou com atividades formativas e participativas em que diretores/as da Cultura Municipal tiveram a oportunidade de revisar boas práticas entre pares e debater com membros da sociedade civil, abrindo assim uma abordagem mais enriquecedora para a gestão cultural pública no estado.

Os trabalhos do II EIGPC foram liderados pela diretora de Planejamento, Articulação e Desenvolvimento Setorial, Denisse Corona García, e também por Alejandra López Cuellar, da Jefatura de Desenvolvimento Municipal da Secretaria de Cultura de Jalisco. 

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Manifesto Intermunicipal: Cultura, Localismo e Ruralidades

Um dos momentos chave do encontro foi a leitura, aprovação e adoção do “Manifesto Intermunicipal: Cultura, Localismo e Ruralidades”, documento que reúne as aspirações e compromissos dos governos locais. Este manifesto articula-se em quatro eixos principais:

. Descentralização e equidade territorial: Sublinhando a importância de evitar a centralização das políticas culturais apenas em Guadalajara e reafirmando o compromisso de planejar estratégias de desenvolvimento cultural, considerando as particularidades de cada município do interior.

. Ruralidades como espaços de direitos: Este ponto integra a visão das ruralidades como espaços propícios ao exercício dos direitos culturais. É destacada a necessidade de garantir que estes direitos sejam reconhecidos e promovidos, enfatizando as culturas vivas e o património cultural local.

. Cultura comunitária: Destaca as práticas e dinâmicas culturais comunitárias como base para a construção de identidades, cidadanias, sentimentos de pertencimento e para a coesão social.

. Governança cultural e participação social: O documento faz um apelo ao incentivo à participação dos cidadãos, dos bairros e da comunidade para fortalecer a tomada de decisões coletivas na agenda cultural pública.

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Conheça o documento

“Este manifesto pode ser um guia útil tanto para os agentes culturais como para os servidores públicos que assumirão suas responsabilidades a partir de outubro de 2024, com a chegada das novas Câmaras Municipais constitucionais, e é projetado como uma ferramenta de incidência de direitos para Jalisco, México e América Latina, pois reafirma a importância do meio rural como território de exercício de direitos e onde as liberdades criativas devem ser garantidas”, afirmou Gerardo Daniel Padilla, coordenador técnico do EIGPC.

O manifesto estará disponível para leitura e download a partir da segunda semana de setembro nos portais institucionais e redes sociais das câmaras municipais que o adotaram. Além disso, será aberto um prazo para que outros governos de Jalisco que não tiveram a possibilidade de estar presentes à cerimônia, realizada na Câmara Municipal do Palácio Municipal de Puerto Vallarta, se juntem a esta iniciativa.

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Reconhecimento internacional

Após a sua primeira edição, em 2023, no Município de Zapotiltic, o EIGPC foi selecionado como Boa Prática Internacional pelo júri do 6º Prémio Agenda 21 de Cultura, organizado pela Comissão de Cultura da Secretaria Mundial de Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), como um reconhecimento da sua contribuição para o desenvolvimento cultural sustentável e do seu potencial para ser replicado em outros locais do mundo.

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21 organizações culturais propõem atividades na convocatória IberEntrelaçando Experiências 2024

Em 12, set 2024 | Em Destaque, Editais, Intercâmbios, Notícias, Redes e organizações | Por IberCultura

(Foto: CulturAula)

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O programa IberCultura Viva recebeu 21 inscrições para a convocatória IberEntrelaçando Experiências, que esteve aberta entre 13 de agosto e 10 de setembro. Terminado o prazo de recursos, nesta terça-feira, 17 de setembro, as 21 propostas foram consideradas habilitadas e serão avaliadas nos próximos dias. 

Esta convocatória, que põe em circulação os projetos do Banco de Saberes Culturais e Comunitários do IberCultura Viva, tem um valor atribuído de 31 mil dólares. A quantidade de propostas selecionadas dependerá do valor das passagens aéreas. 

Conforme estabelecido nas bases, a seleção final deve considerar a maior diversidade cultural possível, garantindo que, em primeiro lugar, sejam selecionados projetos de diferentes países. 

As 21 propostas recebidas têm como anfitriãs organizações culturais comunitárias da Argentina (3), Brasil (2), Colômbia (3), Costa Rica (1), Equador (1), Espanha (2), México (4), Peru (4) e República Dominicana (1). Duas dessas propostas seriam para intercâmbios dentro do mesmo país. 

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Confira a ata de candidaturas habilitadas (lista definitiva)

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Leia também:

IberCultura Viva abre o edital IberEntrelaçando Experiências, para o intercâmbio de saberes

Informação às Pessoas Interessadas I – Etapa de Habilitação

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Governos locais e organizações comunitárias iniciam projeto de construção coletiva do Manual de Boas Práticas Territoriais

Em 12, set 2024 | Em Cultura Comunitária, Governos Locais, Notícias, Redes e organizações | Por IberCultura

A Municipalidade de Alajuelita (Costa Rica) apresentou o projeto de construção coletiva do Manual de Boas Práticas Territoriais, no dia 9 de setembro, em reunião por videoconferência transmitida ao vivo pelo Facebook. A iniciativa é uma das atividades que serão realizadas em 2024 com o apoio da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. 

O projeto começará na próxima segunda-feira, 16 de setembro, com conversatórios semanais (todas as segundas, às 18h de Brasília, até 14 de outubro), oficinas e mesas de trabalho com representantes de organizações culturais comunitárias e governos locais, com o intuito de documentar práticas replicáveis ​​e adaptáveis ​​a diferentes realidades territoriais. 

Até a próxima sexta-feira, 13 de setembro, estará aberta no Mapa IberCultura Viva a convocatória para organizações interessadas em participar desse processo de construção colaborativa. A apresentação do manual está marcada para o dia 15 de novembro, na Câmara Municipal de Alajuelita. 

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Sessão de lançamento

Ronald José Montero Bonilla, gestor cultural da Municipalidade de Alajuelita, foi o responsável pela mediação deste primeiro encontro virtual do projeto, que contou com uma palestra do colombiano Jorge Melguizo, consultor em gestão pública, cultura, convivência e urbanismo social. Entre as pessoas participantes estavam Johanna Madrigal, diretora de Gestão Sociocultural do Ministério de Cultura e Juventude (DGS/MCJ) e representante (REPPI) da Costa Rica junto ao IberCultura Viva, e Eduardo Reyes Paniagua, responsável pelos Pontos de Cultura e representante técnico do MCJ neste programa de cooperação.

Também participaram da conversa Tania Álvarez Chavarría (Fundação Keme), representante de Alajuelita na Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais; Luisa Velásquez, representante de Guadalajara; Eric Madrigal, membro da Associação Cultural Costa Rica de Swing e Bolero (Aswingbol) e do Movimento de Culturas Vivas Comunitárias da Costa Rica; Santiago Buitrón Chávez, da Rede Awasqa (Equador); Carlos Alfredo Perez Rigirozzi e Aurora Beatriz Silva, de Convocados por Lúdica (Argentina); Lucio Berrios Moya, da revista La Bitácora (Chile), e Carlos Eduardo Barajas Robles, de Vertientes Medios e a rede de  Puntos de Cultura de Guadalajara.

Por parte da Rede de Gestores Culturais de  Alajuelita, uma das entidades criadas pela política cultural de base comunitária do cantão, aprovada em 2020, estavam presentes: Rocío Díaz, representante do distrito de Alajuelita Centro; Emilia Martínez, do distrito de Concepción, e Elizabeth Campos Briones, do distrito de San Antonio. Também acompanharam a videoconferência Carolina Mora Sibaja, vereadora e presidente da Comissão de Assuntos Culturais da Câmara Municipal, e a prefeita de Alajuelita, Rosario Siles, que parabenizou a equipe “pelo grande projeto que têm em mãos”.

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Medos, refúgios e encantamentos

Jorge Melguizo, que participou como convidado para dar uma palestra neste encontro de abertura, foi secretário de Cultura Cidadã e de Desenvolvimento Social de Medellín, e desde 2010 atua como consultor, conferencista e professor em diversas universidades da América Latina e Espanha. Também faz parte do corpo docente do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, que o IberCultura Viva desenvolve em conjunto com a FLACSO-Argentina.

Ao começar sua participação, ele disse que começou a procurar coisas que havia dito em diferentes momentos sobre cultura viva comunitária, governos municipais, governos sub-regionais. Em seus escritos surgiram três palavras: medos, refúgios e encantamento. Em torno dessas três, ele fez suas reflexões para esta primeira reunião virtual do projeto Manual de Boas Práticas Territoriais.

Começou com “medos”, palavra que sempre surgiu nos encontros com organizações culturais. “Enfrentar esses medos, as incertezas sobre seus entornos, as incertezas quanto à continuidade e a sustentabilidade dos projetos, deveria ser um dos resultados de um manual de trabalho para os governos locais em projetos de cultura viva comunitária”, sugeriu.

Sobre a palavra “refúgio”, ele comentou que a utiliza para definir qualquer projeto cultural dos tempos atuais. “Hoje uma biblioteca, um centro cultural, um espaço cultural de bairro, um museu, é um refúgio. Refúgio para muitas coisas”, afirmou, relembrando um episódio ocorrido em 2020, quando as bibliotecas de Medellín reabriram, após meses de confinamento devido à pandemia de Covid-19, e a primeira pessoa que entrou numa delas foi uma criança de 12 anos, que abraçou a diretora e perguntou: “Você pode me adotar?” 

“Por trás daquele abraço havia uma situação de abuso sexual. Aquela criança não ia à biblioteca ler um livro, ia procurar um abraço, uma proteção. Acho que a maior parte dos projetos culturais, de bairro e rurais, do que chamamos em toda a América Latina de ‘Pontos de Cultura’, são refúgios. E temos que fazê-los valer como refúgios, fortalecê-los”, afirmou.

Por fim, a palavra “encantamento”, que segundo ele está relacionada às culturas vivas comunitárias porque as organizações e projetos culturais comunitários são epopeias. E as epopeias produzem encantamento. “Deveria ser uma prioridade para os governos municipais, regionais e nacionais conhecer, reconhecer, valorizar e valorizar as epopeias que se constroem nos nossos bairros e nas nossas zonas rurais, naqueles lugares de encantamento, onde a vida torna outras vidas possíveis, onde as experiências são o acúmulo de muitas experiências.”

Para Melguizo, também deveria ser uma prioridade o trabalho de gestão de conhecimento sobre o que as organizações culturais já sabem. “As organizações culturais comunitárias têm conceitos construídos ao longo dos anos, têm metodologias, pedagogias, didáticas, indicadores, documentos. E desperdiçamos as nossas vidas fazendo relatórios para os governos, quando deveríamos estar fazendo ensaios de reflexão sobre o cotidiano do trabalho, coletando o que sabe cada uma das pessoas que ali estão envolvidas. Qual é o conhecimento de suas geografias físicas, sociais e humanas? Nada melhor que uma organização cultural de um bairro para conhecer a sua geografia, cada um dos recantos do território.” 

O consultor finalizou sua apresentação propondo que essa construção coletiva partisse de algumas “tarefas básicas”. A começar por esta: dar conta de que existem culturas vivas comunitárias. “Dar conta significa que sejam vistas, que tenham nome, que se tornem – como em Alajuelita ou Medellín – políticas públicas municipais. Os governos têm de estar conscientes do papel que estas culturas vivas comunitárias desempenham no desenvolvimento integral dos seus bairros ou zonas rurais, dos microterritórios, porque nesses projetos há cultura, claro, mas também há educação, inclusão, perspectiva de gênero, opiniões e abordagens da população, diversidade, criatividade, desenvolvimento pessoal, desenvolvimento social, desenvolvimento económico. Há construção de convivência. Ou seja, construção de segurança.”

Entre as “tarefas básicas” dos governos estariam também estas: comprometer-se com o fortalecimento de culturas vivas comunitárias; assumir a cultura como tarefa necessária a todos os órgãos governamentais; alocar bons orçamentos; criar um programa de Cultura Viva Comunitária envolvendo diversas áreas; promover isso nos órgãos legislativos, e juntar-se como governo local a outras redes de trabalho na cultura viva comunitária, com outros governos similares. 

“Devemos compreender a integralidade dos projetos culturais. Esses projetos têm que fazer parte de ações muito mais amplas, de articulação e integralidade dos territórios, de todas as áreas de governo, e têm que estar em alianças com as comunidades e com os setores privados”, detalhou, destacando também que em Medellín foi aprovado em 2011 a política pública de Cultura Viva Comunitária, lei municipal que permite que os programas sejam assumidos para além da temporalidade dos períodos de governo. 

Para as organizações culturais comunitárias, a tarefa básica seria esta: “Não se isolar”. “Não se feche entre as organizações de cultura viva comunitária, para conversar apenas entre elas. Fazemos encontros latino-americanos, são divertidos, nos entendemos muito, vamos nos encontrar em outro país, 300 organizações, nos abraçamos muito. Mas estamos os mesmos com as mesmas. Já nos conhecemos. Vamos convencer quem já está convencido. (…) É (necessário) sair dos confinamentos, sair da própria lógica, e começar a incidir nos governos locais, regionais e nacionais de uma forma diferente, mostrando-se também em outras dimensões.”

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Trocando experiências

Após a apresentação de Melguizo, Tania Alvarez explicou que a intenção é documentar, conversar, “aportar sobre o que fazemos como organizações de base, fazer um trabalho conjunto para definir o que nos parece esses medos, onde estão esses refúgios e esse encantamento, como dizia Jorge.” A representante de Alajuelita também lembrou algo que ouviu do consultor colombiano em outra ocasião e que nunca saiu da memória: “Uma vez ele mencionou que quando uma organização estende a mão, não está pedindo, está oferecendo. Isso é parte do que está acontecendo aqui.”

Segundo ela, um dos objetivos básicos deste processo será analisar, nas mesas de trabalho e conversatórios, o que tem se refletido nas diferentes instituições que compõem a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. “Vamos conhecer os Pontos de Cultura de Guadalajara, conhecer os esforços e o trabalho que tem feito a Secretaria de Cultura de Bogotá, a Comissão de Co-Responsabilidade de Alajuelita… Vamos saber o que aconteceu com a Carta de Direitos Culturais de Concepción”, disse.

Nas conversas serão apresentadas experiências do México, Chile, Costa Rica, Argentina, Colômbia, Peru e Equador. Os grupos de trabalho, por sua vez, serão híbridos e terão a intenção de compartilhar experiências e gerar um espaço de escuta ativa sobre práticas úteis e necessárias na construção de leis, regulamentos e orçamentos a serem geridos em conjunto. As três oficinas estão programadas para acontecer nos dias 10, 15 e 20 de outubro, na Sala de Sessões da Câmara Municipal de Alajuelita.

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Vídeo completo do encontro:

https://www.facebook.com/municipalidadalajuelita/videos/864939568584347

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/294/

Consultas: cultura@munialajuelita.go.cr/ Teléfono +506 85576488

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