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Biodiversidade, interculturalidade e patrimônio: os dois projetos do Equador selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022
Em 25, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura
A Confraria de Culturas Vivas de Chocó Biogeográfico e a articulação de bioprodutores na Feira de Guancavilca foram as duas redes equatorianas selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022. O primeiro busca reconhecer e apropriar-se da riqueza natural e cultural do território por meio de rodas de conversa e intercâmbio de saberes entre as comunidades e os Governos Autônomos Descentralizados. A segunda visa reunir artesãos de pelo menos 10 comunas no 1º Encontro de Bioprodutores Artesãos de Santa Elena, que incluirá uma tenda, palestras, apresentações artísticas e atividades recreativas para crianças.
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* Nome da rede ou articulação: Confraternidad de las Culturas Vivas del Chocó
* Nome do projeto: “Articulación de la Red de Colaboración de la Confraternidad de las Culturas Vivas del Chocó Biogeográfico Ecuatoriano”
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O Chocó biogeográfico é uma região que se estende desde o Canal do Panamá até Cabo Pasado, no litoral equatoriano, passando pela costa do Pacífico da Colômbia. Esta região é conhecida por sua extraordinária biodiversidade, grande variedade de ecossistemas e também pela diversidade étnica e cultural. No Equador, onde atravessa três províncias (Esmeraldas, Pichincha e Manabí), Chocó se caracteriza como local de assentamento de comunidades negras e indígenas das etnias Chachi, Épera e Awá. A elas se destina uma das iniciativas selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022.
A Confraria de Culturas Vivas do Chocó Biogeográfico Equatoriano, rede que propôs este projeto no edital do IberCultura Viva, é um processo intercultural que tende a conhecer e articular as agendas programáticas (e políticas) mantidas pelas diversas organizações de base comunitária, bem como os povos e nacionalidades assentados no vasto território do Chocó equatoriano.
A proposta apresentada busca tecer uma cooperação de longo prazo a partir de uma agenda conjunta de atividades entre as organizações participantes, entre os meses de junho e setembro de 2022. Além de reconhecer e apropriar as riquezas naturais e culturais do território, o projeto tem como objetivo abrir espaços à criatividade e propostas dos jovens; reativar os espaços comunitários através da criação de pomares e fortalecer os processos internos de capacitação.
As atividades programadas para o mês de setembro serão realizadas nas comunidades de Santa María del Cayapas, paróquias de Nono e Lloa, e em Santo Domingo de los Colorados. A intenção é realizar círculos da palavra e intercâmbios de conhecimentos entre as comunidades e os Governos Autônomos Descentralizados (GADs), além da produção de vídeos, fotografias e registros etnográficos.
A comunidade de Santo Domingo de los Colorados, por exemplo, trabalhará com hortas urbanas. A de Santa María del Cayapas, por sua vez, receberá os expoentes do tradicional chachi e afro marimba, em torno do mentidero, que é uma recriação do contexto comunicacional da região. Mentidero é um lugar onde as pessoas se reúnem para contar as coisas que acontecem no cotidiano da comunidade e também para relembrar histórias do passado, comentar sobre os acontecimentos políticos atuais e inventar histórias e fábulas (daí o nome de “mentidero”).
Além de dar voz à juventude por meio de espaços de escuta e coleta de propostas, o projeto se propõe a criticar as abordagens de gênero que vêm exclusivamente das cidades, abarcando as perspectivas do feminismo rural e o estudo e posicionamento das mulheres de Chocó.
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Organizações participantes
A Coalición Intercultural del Río Cayapas é uma rede que reúne os grupos Chachi, Épera, Awá e Afro-Equatorianos, enfatizando manifestações artísticas e socioculturais vinculadas à educação e ao cuidado integral dos territórios: espiritual, político e científico. Criada em 2019 na província de Esmeraldas, a coalizão mantém relações estreitas com os Governos Paroquiais Autônomos Descentralizados das comunidades Atahualpa/Camarones (Santa María del Cayapas), Telembí e San José.
A Red Juvenil Chocó Andino, também participante do projeto, é uma organização comunitária, um coletivo de coletivos que iniciou formalmente sua trajetória em 2018. É formada por jovens homens e mulheres que trabalham em prol de seu território, além dos interesses individuais, nas províncias de Pichincha e Esmeraldas.
El Faro Cultural de Lloa, por sua vez, é um processo multidisciplinar que desde 2018 promove a pesquisa e criação artística permanente, bem como a gestão cultural comunitária ligada às artes cênicas e audiovisuais, educação alternativa, saberes ancestrais e práticas de permacultura. Seu objetivo é melhorar a qualidade de vida da comunidade, por meio do exercício das artes e dos saberes populares ancestrais, direitos culturais, participação cidadã e sistematização de conteúdos que possam ser transmitidos de geração em geração em um contexto intercultural, diverso e sustentável.
A Fundación Cultural para la Investigación Teatral Antropológica Transcultural Luban Oko, que é a organização responsável pelo projeto, foi criada em 2006 em Santo Domingo de los Colorados. Suas atividades estão focadas na formação e criação de públicos para as artes cênicas, bem como na investigação de culturas vivas na interculturalidade e na geração de intercâmbios – em nível local, nacional e internacional – com instituições de cultura e educação.
Da mesma forma, participa do projeto La Red Ecuatoriana de Cultura Viva Comunitaria, que desde 2015 vem apostando na visibilidade, no fortalecimento e na articulação de artistas, gestores e grupos culturais que trabalham a partir do independente e da comunidade. Sua atuação se concentra em quatro eixos: fortalecimento organizacional por meio de espaços de diálogo e capacitação permanente; sustentabilidade por meio da geração de programação coletiva e gestão de recursos; articulação no território a partir de intercâmbios, encontros e circulação cultural, gerando diversas redes, e na incidência de políticas culturais de base comunitária.
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* Nome da rede ou articulação: Feria de Guancavilca
* Nome do projeto: Guancavilca – Primer Encuentro de Bioproductores Artesanales de Santa Elena
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O Primeiro Encontro de Bioprodutores Artesanais de Santa Elena, que será realizado no distrito de Olón, nasceu da necessidade de visibilizar a criação artística e artesanal dos produtores e bioprodutores das comunas, articular as suas iniciativas em torno do resgate e valorização dos valores ancestrais das suas práticas culturais e interculturais e contribuir para o seu desenvolvimento. Neste evento, será inaugurada a tenda Guancavilca, especializada em expor e fornecer artesanato comunal da província.
Artesãos de pelo menos 10 comunas de Santa Elena devem participar deste encontro, trazendo produtos agroecológicos, joias, roupas e outras peças feitas com materiais diversos, como metais preciosos, madeira, abacá, guadua, tagua, palha de toquilla, palo santo, muyuyo, folha de palmeira, etc. Também estão previstas apresentações artísticas, palestras educativas e atividades recreativas para crianças.
O projeto apresentado ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 tem como objetivos a conservação do patrimônio imaterial, a valorização da produção artística e artesanal e o uso sustentável dos materiais da região. Além disso, busca oferecer capacitação, empoderamento e alternativas de trabalho para as mulheres da região.
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A rede de bioprodutores
A Feira de Guancavilca surgiu em outubro de 2020 por iniciativa do município de Olón, como parte do Festival de Guancavilca, que acontece anualmente. As bioempresas do corredor de Chongón Colonche lideraram a proposta, com a participação de empresários locais e residentes nacionais e estrangeiros, com o objetivo de ter um rendimento permanente para as famílias, dada a necessidade de recuperação da crise derivada da pandemia de Covid-19.
Segundo seus organizadores, a Feira de Guancavilca é uma iniciativa autossustentável que nasceu com identidade e senso de pertencimento cultural, que está enraizada em suas tradições ancestrais de conservação da terra por meio da produção de artigos e insumos para a sobrevivência das famílias. Entre seus princípios e eixos de atuação estão a horizontalidade e o governo coletivo, as relações interculturais e a equidade entre os empresários.
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Organizações participantes
A Associação Produtiva Artesanal Nobre Guadua foi criada em 2019 em Santa Elena, mas sua história remonta a 2010, quando surgiu como uma corporação reconhecida pelo então MIPRO (hoje Ministério da Produção, Comércio Exterior, Investimentos e Pesca). A associação produz uma gama considerável de produtos utilitários e artesanais à base de cana-de-guaduá, e vem aperfeiçoando designs e acabamentos em móveis, pequenas construções e artigos de uso pessoal, como canudos e kits de talheres.
O Grupo Agroecológico Valles de Olón, criado em Santa Elena em setembro de 2021, realiza iniciativas como a produção de biol orgânico (composto de frutas locais) e agromil orgânico (repelente à base de plantas medicinais e composto). Seus membros pertencem às comunidades de Olón Sitio Nuevo, San José Río Blanco, Casas Viejas e Febres Cordero.
A Associação de Artesãos de Cerro Grande, por sua vez, desde 2009 desenvolve suas atividades em torno do manejo, criação e comercialização da tagua (palmeira de caule curto e copa frondosa, que produz uma semente cujo endosperma é o marfim vegetal, que é utilizado para fazer botões, amuletos, etc.). A recolha da semente de tagua é feita em vários locais do território montanhoso, contribuindo para a salvaguarda das espécies endêmicas da zona.
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15 indígenas da Argentina, do Brasil e do Equador lançam o e-book “De Abya Yala com Amor”
Em 17, fev 2022 | Em Notícias | Por IberCultura
Em outubro de 2021, 15 indígenas de distintas regiões de Argentina, Brasil e Equador começaram a partilhar experiências, opiniões, visões, saberes e sentimentos através das ferramentas digitais. Ao longo de dois meses, esses sete homens e oito mulheres pertencentes a 12 povos/etnias realizaram seis “fogueiras digitais” de aproximadamente duas horas. Nesses encontros (por Zoom com transmissão por YouTube), deixaram a palavra correr, como tradicionalmente acontece nas comunidades indígenas quando se reúnem ao redor do fogo.
O e-book “De Abya Yala com Amor”, que o coletivo agora apresenta em sua primeira versão com alguns textos em português e outros em espanhol, é um dos resultados desses intercâmbios digitais desenvolvidos no projeto “Diversidade Indígena Viva”. A iniciativa foi uma das 20 propostas selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021.
Esta semana duas “fogueiras digitais” serão armadas especialmente para o lançamento da publicação, com a participação de algumas das pessoas autoras e transmissão pelo canal www.youtube.com/mensagensdaterra. O encontro em espanhol será nesta quinta-feira, 17 de fevereiro, às 17h do Equador e 19h da Argentina. A versão em português ficou marcada para a sexta-feira, 18 de fevereiro, às 18h de Brasília.
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Mensagens para a humanidade
“De Abya Yala com Amor” é um livro coletivo em que cada autor/a indígena traz uma mensagem para a humanidade que renasce neste momento de crises superpostas (ambiental, econômica, sanitária). Para esta comunidade intercultural de aprendizagem livre, estamos no meio de grandes mudanças, desafiados a mudar nossos paradigmas.
Esta versão original da publicação, com 90 páginas, tem os textos em espanhol ou em portugués, conforme foram enviados por seus autores/as em janeiro de 2022. A ideia é lançar posteriormente uma versão toda em espanhol e outra em português.
Além dos textos para o e-book, as fogueiras digitais realizadas em 2021 renderam mais de 40 vídeos curtos, editados pelo diretor audiovisual Sebastián Gerlic, argentino radicado no Brasil que compartilhou a gestão deste projeto com os indígenas Mariela Tulián (Argentina), Angel Eras (Equador) e Nhenety Kariri-Xocó (Brasil). Estas “chispas” (em espanhol) ou “faíscas” (em português), com trechos dos depoimentos das pessoas autoras do livro, estão disponíveis no canal www.youtube.com/mensagensdaterra.
Da Argentina participam Tinkina Solita Tonokoté (Santiago del Estero); Lecko e Haylly Zamora Wichi (Chaco); Liliana Claudia Huarpe (Mendoza), e Mariela Comechingón Sanavirón Tulián (Córdoba). Do Brasil: Horopakó Desana (Amazonas); Cacique Kaji Waurá (do Xingu); Morubixabas Itamirim e Weramoru Tupi Guarani (São Paulo); Nhenety Kariri-Xocó (Alagoas) e Maria Pankararu (Pernambuco). Do Equador: Lauro Jerônimo Saant e Yamanua Shuar (Amazonas); José Atupaña Guanolema (kichwa-Puruhá) e Ángel Ramírez Eras, da cultura Palta, da região de Loja.
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📌Saiba mais sobre o projeto: http://www.thydewa.org/abyayala/
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Ministério de Cultura e Patrimônio lança ‘Teatro do Bairro’ para reativar processos criativos nas comunidades do Equador
Em 16, ago 2021 | Em Notícias | Por IberCultura
(Fotos e vídeo: Ministério de Cultura e Patrimônio)
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A convocatória “Teatro do Bairro”, lançada pelo Ministério de Cultura e Patrimônio do Equador, é uma linha de fomento que busca reativar processos artísticos e criativos, com arraigo territorial e comunitário, que se viram afetados pela pandemia de Covid-19. A iniciativa foi apresentada no dia 12 de agosto no Palácio de Carondelet, em Quito, pelo presidente da República, Guillermo Lasso, e a ministra de Cultura e Patrimônio, María Elena Machuca, com a participação do grupo de câmara da Orquestra Sinfónica Nacional e o elenco da Companhia Nacional de Dança do Equador.
“Teatro do Bairro é um mecanismo que busca consolidar a rede de gestão cultural comunitária, tal como manda a Lei de Cultura”, destacou o presidente. “(…) O objetivo é fortalecer a arte e a cultura que nascem no coração da comunidade, para que se tornem sustentáveis e se convertam em uma fonte de renda para milhares de famílias.”
Segundo a ministra, este é um projeto emblemático do governo nacional, executado pelo Ministério de Cultura e Patrimônio com fundos do Instituto de Fomentos a la Creatividad y la Innovación (IFCI). “O Teatro do Bairro aporta segurança, regenera o tecido social e promove a resiliência para enfrentar qualquer situação na vida, com uma atitude positiva e sobretudo criativa. (…) Este projeto é o renascimento da arte e da cultura desde o coração do bairro. Quando um coração bombeia, saudável, a vida flui”, enfatizou Maria Elena Machuca em sua intervenção.
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A convocatória estará aberta até que o valor total da linha de fomento (US$1.274.844) se esgote, beneficiando diretamente a artistas, gestores culturais comunitários e trabalhadores da cultura equatorianos ou estrangeiros residentes. Cada beneficiário receberá no mínimo 5 mil dólares como incentivo de caráter não reembolsável. O montante dependerá da proposta técnica apresentada.
Podem postular processos que se sustentam no tempo, que se desenvolvem em um lugar específico (bairro, comunidade ou cantão) e têm relação direta com a comunidade, tendo suas atividades voltadas para a produção, a circulação, a formação e a pesquisa artística e/ou cultural. Os projetos serão avaliados em ordem de ingresso ao sistema do Instituto de Fomentos a la Creatividad y la Innovación (IFCI) por um comitê de seleção, com critérios financeiros, técnicos e de políticas públicas.
A postulação deverá ser realizada pelos chamados “aliados estratégicos” dos artistas e gestores culturais, baixando os formatos na página web http://www.servicioscreatividad.gob.ec. Um aliado estratégico é uma pessoa jurídica, pública ou privada, com cinco anos de atividade relacionada à arte e à cultura, e que trabalha no mesmo território onde se encontra o processo artístico e/ou cultural que será apresentado. Aqueles que não pertençam ao Sistema Nacional de Cultura podem se registrar como aliados através do site do IFCI: www.creatividad.gob.ec.
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Assista aos vídeos da transmissão do evento de lançamento:
https://www.facebook.com/ComunicacionEcuador/videos/846485256253986
https://www.facebook.com/ComunicacionEcuador/videos/243779634273005
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UASB promove o fórum “Direitos culturais e cidadania: que políticas culturais para o presente?”
Em 23, set 2020 | Em Notícias | Por IberCultura
A Universidade Andina Simón Bolívar (UASB-Sede Equador) realizará na sexta-feira 2 de outubro o fórum “Direitos culturais e cidadania: que políticas culturais para o presente?”, como uma das atividades de encerramento da fase de docência da primeira turma do programa do Mestrado em Gestão Cultural e Políticas Culturais (2019-2021). Esta é uma das atividades anexas ao 4º Encontro de Redes IberCultura Viva, que se desenvolve de maneira virtual até 15 de outubro, e terá transmissão ao vivo pela página de Facebook do programa e da universidade a partir das 18:00 (hora do Equador).
Participarão do fórum Emiliano Fuentes Firmani (Argentina), secretário técnico de IberCultura Viva; Víctor Manuel Rodríguez (Colômbia), PhD em Estudos Visuais e Culturais (University of Rochester) e docente desse mestrado da UASB; Claudia Bugueño, coordenadora de BiblioRecreo e mestranda; Jaime Sánchez, artista e antropólogo visual, subdecano da Faculdade de Arquitetura, Design e Artes da Pontifícia Universidade Católica del Ecuador. A moderadora será Paola de la Vega, coordenadora do mestrado.
Com este encontro virtual se pretende construir um diálogo sobre políticas culturais situadas em um campo expandido, transversal e móvel da cultura que responde a práticas de base comunitária, organização política, mediação e pedagogia crítica, políticas culturais em contexto, entre outras, voltadas para o exercício e exigibilidade de direitos culturais. A proposta é de pensar coletivamente esses eixos, atendendo ao lugar da cultura nas políticas e na crise do presente.
¿Onde assistir?
Sexta-feira 2 de outubro, 18:00 (hora do Equador)
https://www.facebook.com/AndinaVirtual
www.facebook.com/iberculturaviva
Linha de Apoio ao Fortalecimento de Processos de Cultura Viva Comunitária é lançada no Equador
Em 27, set 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
O Ministério de Cultura e Patrimônio do Equador, através do Instituto de Fomento das Artes, Inovação e Criatividades (IFAIC), lançou sua Linha de Apoio ao Fortalecimento de Processos de Cultura Viva Comunitária. A iniciativa foi apresentada no dia 12 de setembro em eventos realizados em algumas províncias do país, como Imbabura, Napo, Chimborazo e Guayas. O lançamento no Complexo Cultural Fábrica Imbabura contou com a presença da vice-ministra de Cultura, Ana María Armijos, e foi transmitido ao vivo pelo Facebook.
Esta linha de fomento conta com um investimento de 200 mil dólares, que financiarão 25 projetos, cada um por 8 mil dólares. Entre seus objetivos estão o de potenciar os processos alcançados pela gestão cultural comunitária no país; contribuir para o fortalecimento e a sustentabilidade dos processos da Cultura Viva Comunitária; visibilizar identidades, valores e significados comunitários, colaborativos e solidários, assim como comunicar, transmitir e difundir saberes, experiências e aprendizagens, através da arte, da inovação e da criatividade.
Para esta convocatória, que estará aberta até 10 de novembro, entende-se como processos de Cultura Viva Comunitária as múltiplas práticas e experiências contínuas, autônomas, criativas e inovadoras que surgem dos povos, nacionalidades, comunas, comunidades, coletivos e organizações culturais de base comunitária existentes nos espaços e territórios urbanos e rurais, que revitalizem identidades, valores e significados; que fortaleçam o tecido e a coesão social; e que incidam na vida política, económica e social da coletividade.
Postulações
Poderão postular as organizações que tenha personalidade jurídica e pessoas físicas pertencentes a povos, nacionalidades, comunas e comunidades, coletivos, assim como organizações sociais e culturais equatorianas de direito privado, domiciliadas no país, e cidadãos equatorianos e estrangeiros com ao menos cinco anos de residência no país, maiores de idade, cujas atividades se encaixem na definição de processos de Cultura Viva Comunitária.
Para a apresentação, seleção e execução de projetos de Cultura Viva Comunitária, se estabelecerão três categorias de projetos: memória e identidade; interculturalidade; e transmissão de saberes. Os projetos poderão ter um prazo de execução de dois a seis meses a partir da firma do convênio. A data de execução deverá ser contemplada a partir de janeiro de 2020. As postulações serão feitas unicamente via on-line, na página web do IFAIC: www.fomentocultural.gob.ec.
Um júri externo analisará os projetos. Para a seleção deste júri se abriu um edital, em que poderiam se inscrever pessoas maiores de idade, equatorianas ou estrangeiras, com experiência em gestão cultural comunitária ou com perfil acadêmico, docente/pesquisador/a que contasse com publicações, ensaios ou palestras sobre o tema Cultura Viva ou Pontos de Cultura. O trabalho do júri externo se realizará no Equador, durante 15 dias. O IFAIC cuidará do transporte aéreo ou terrestre, hospedagem e alimentação durante o período estabelecido para o desenvolvimento do processo de avaliação e qualificação de postulações.
Veja o regulamento da convocatória
Convocatória – Perguntas frequentes
Assista ao vídeo do lançamento da linha de fomento na Fábrica Imbabura
(Fonte: IFAIC)
Oficina de gestão cultural comunitária será uma das atividades do intercâmbio técnico entre Equador e Uruguai
Em 07, out 2018 | Em Notícias | Por IberCultura
Um intercâmbio técnico entre Equador e Uruguai será realizado entre 8 e 14 de outubro, em Quito, com o apoio do programa IberCultura Viva. A iniciativa do Ministério de Cultura e Patrimônio de Equador (MCYP), do Instituto de Fomento das Artes, Inovação e Criatividade e do Ministério de Educação e Cultura do Uruguai terá como uma de suas principais atividades o desenvolvimento da oficina “Para a construção da Rede de Gestão Cultural Comunitária”, nos dias 9 e 10, no Auditório Agustín Cueva do MCYP (Av. Colón e Juan León Mera).
O objetivo deste encontro é construir um espaço de trabalho entre ambos os países, com o fim de fortalecer a conceituação e implementação dos respectivos programas de Pontos de Cultura, por meio da reflexão em torno da gestão, da comunicação, das ações e dos processos necessários para a constituição de uma rede.
Para isso, Begoña Ojeda, diretora geral de Programas Culturais, e Soledad Guerrero, encarregada da Área Cidadania Cultural da Direção Nacional de Cultura, vão expor na oficina suas experiências na formulação e implementação de políticas de base comunitária no Uruguai. Representantes da Rede de Cultura Viva Comunitária do Equador também falarão dos acordos alcançados após o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, realizado em Quito em novembro de 2017.
A Lei Orgânica de Cultura, aprovada em Quito em dezembro de 2016, reconhece as Culturas Vivas Comunitárias e concede ao Ministério de Cultura e Patrimônio a competência das diretrizes para a formação da Rede de Gestão Cultural Comunitária do Equador, visando democratizar a cultura e pôr em prática o exercício dos direitos culturais.
Equatorianos no Uruguai
A segunda etapa do intercâmbio está prevista para começar em 29 de novembro, com a visita dos representantes equatorianos ao Uruguai. Além de apresentar as abordagens constitucionais do bem viver e os direitos da natureza aplicados às políticas públicas de base comunitária no Equador, os visitantes participarão de reuniões, percursos e intercâmbios com os Pontos de Cultura e outros espaços da Área Cidadania Cultural da Direção Nacional de Cultura do Uruguai.
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Taller de gestión cultural comunitaria se realizará en el Ministerio de Cultura y Patrimonio
3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária: uma semana de encontros, debates e afetos
Em 30, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
No dia 1º de dezembro de 2016, um novelo passou de mão em mão no palco do Centro Cultural San Martín, em Buenos Aires, durante o 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura de Argentina. A ideia era apresentar uma linha do tempo da cultura viva comunitária, com alguns dos ritos e personagens que marcaram esta história na América Latina. Passado quase um ano, em 21 de novembro de 2017, os personagens voltaram ao palco buscando recuperar o fio da história, desta vez na Casa de la Cultura Ecuatoriana, em Quito. Em vez de um novelo, passou-se um bastão. E em vez de 10, subiram ao palco mais de 100.
Os primeiros convidados estavam no roteiro deste ato que seguiu à abertura oficial do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Os brasileiros Célio Turino e Aderbal Ashogun Moreira falariam sobre a ideia de cultura viva e da Cúpula dos Povos que se deu na Rio+20; o colombiano Jorge Blandón representaria Medellín, a primeira cidade a ter uma política de cultura viva comunitária; os bolivianos Iván Nogales e Mario Rodríguez seriam referências à Caravana por la Vida e o 1º Congresso Latino-americano de CVC; a salvadorenha Marlen Argueta comentaria o 2º Congresso Latino-americano de CVC; o argentino Diego Benhabib falaria da criação do programa IberCultura Viva… E assim foi, mas muito mais gente quis subir ao palco e se ver também como personagem desta história. No final, havai mais de uma centena de pessoas sorrindo para as fotos.
- Célio Turino
- Aderbal Ashogun
- Mario Rodríguez
- Marlen Argueta
Ao todo, o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária reuniu cerca de 450 participantes provenientes de redes, coletivos e organizações culturais de 18 países da América Latina. Foram seis dias de espetáculos, debates, exposições, círculos da palavra e percursos culturais realizados nos bairros e na periferia da cidade de Quito, de 20 a 25 de novembro. O ponto central foi a Casa de la Cultura Ecuatoriana, mas houve atividades em outros lugares, como o Parque Cumandá e as Universidades Central, Católica, Andina e Salesiana, além das ruas e praças do centro histórico de Quito.
Os 11 Círculos da Palavra programados foram realizados simultaneamente em diferentes pontos da cidade e abordaram temas como “Memória, identidade e patrimônio”, “Gestão colaborativa nos territórios”, “Economia social e sustentabilidade”, “Comunicação e meios comunitários”, “Arte e transformação social”, “Estado e políticas comunitárias” e “Ancestralidades”. As apresentações artísticas incluíram espetáculos de grupos de música e circo equatorianos e de dois grupos de teatro comunitário argentinos: Chacras para Todos, de Mendoza, que apresentou “De muros a puentes”, e a Cooperativa La Comunitaria (Rivadavia, Buenos Aires), que levou a Quito a obra “Se cayó el sistema. Disculpe las molestias”.
O evento, organizado pela Red Ecuatoriana de Cultura Viva Comunitaria, teve como tema “Ser comunitário” e contou com o apoio do Ministério da Cultura e Patrimônio do Equador e do programa IberCultura Viva, que realizou durante o congresso seu 2º Encontro de Redes e a 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental.
- Jorge Blandón
- Emilia de la Iglesia
Outras edições
Os Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária são iniciativas da sociedade civil, organizadas pelas redes latino-americanas de CVC. A primeira edição, na Bolívia, se deu em maio de 2013, quando a cidade de La Paz foi “tomada poeticamente por assalto” por cerca de 1.200 ativistas artístico-culturais provenientes de 17 países da América Latina.
O 2º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em El Salvador, foi organizado pela Red Salvadoreña de CVC com o apoio da Secretaria de Cultura da Presidência, em outubro de 2015, sob o lema “Convivência para o bem comum”. Durante cinco dias, cerca de 500 congressistas da América Latina e do Caribe participaram de conferências, fóruns, debates, reuniões, oficinas, apresentações e visitas às comunidades.
O 4º Congresso será na Argentina em 2019. A decisão foi tomada na plenária final do Congresso de Quito, no dia 24 de novembro, na Sala Benjamín Carrión da Casa de la Cultura Ecuatoriana, com a presença de delegações de todos os países presentes.

Plenária final do 3º Congresso (Foto: CVC Ecuador)
Participantes do 2º Encontro de Redes formam grupo de trabalho para articular uma rede de governos locais
Em 24, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
O 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado na sede do Ministério de Cultura e Patrimônio, em Quito (Equador), nos dias 22 e 23 de novembro, terminou com a formação de um grupo de trabalho (GT) de governos locais para a articulação de uma rede que possa aportar ao desenvolvimento das experiências e processos culturais de base comunitária e de povos originários de forma participativa, colaborativa e com trabalho intersetorial.
Como ressaltou Diego Benhabib, representante da presidência do programa IberCultura Viva, se trata de um “primeiro acordo” de constituição desta rede. O documento que os participantes do encontro assinaram nesta quinta-feira (23/11) cita algumas linhas de ação para 2018, tendo em conta o Plano Estratégico Trienal (PET 2018-2020) aprovado na 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva, realizada também esta semana em Quito, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
Além de aderir aos valores defendidos pelo programa (“Fomentar o respeito”, “criar comunidade”, “resguardar a diversidade cultural”, “impulsionar a participação” e “defender a igualdade”), os representantes de governos locais presentes (uma província/estado e 11 municípios) manifestaram o compromisso de integrar o grupo de trabalho e contribuir para o desenvolvimento de ações para a construção de uma agenda comum que permita avançar no diagnóstico e na definição dos marcos para a constituição e o funcionamento de uma rede de governos locais que articule com o programa IberCultura Viva
Participantes
Participaram do 2º Encontro de Redes IberCultura Viva representantes dos governos da província de Entre Ríos e das municipalidades de Córdoba e Devoto, na Argentina; das prefeituras (alcadías, ayuntamientos e intendencias) de Niterói (Brasil), Medellín (Colômbia), Zapopan e Cherán (México), Ibarra (Equador), Canelones e Montevidéu (Uruguai), La Molina e Metropolitana de Lima (Peru).
A reunião também contou com a presença de representantes de oito países membros do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva (Argentina, Brasil, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Peru e Uruguai) e de quatro organizações culturais comunitárias do México (Consejo de Jóvenes Cherán Keri), Peru (Grupo Pukllay), Guatemala (Caja Lúdica) e Costa Rica (Asociación Administradora del Acueducto Rural de Poás y Barrio Corazón de Jesús de Aserrí) que tiveram incidência no desenvolvimento de políticas públicas locais.
Apresentações
Estes quatro casos da sociedade civil organizada foram apresentados na tarde do primeiro dia de trabalho. A manhã esteve dedicada às apresentações de cinco experiências governamentais de políticas culturais de base comunitária em Niterói (Brasil), Montevidéu e Canelones (Uruguai), Medellín (Colombia) e Córdoba (Argentina).
Herman Montoya, da Secretaria de Cultura Cidadã de Medellín, contou o que tem passado nos últimos seis anos, desde que foi institucionalizada em Medellín a política de Cultura Viva Comunitária. Falou dos desafios da política, como o desenvolvimento de uma ferramenta que permita mapear e caracterizar as organizações comunitárias da cidade, e da articulação de propostas de trabalho que vinculem outras secretarias do município em programas e projetos de organizações comunitárias. Também comentou algumas conquistas, como a manutenção dos estímulos e prêmios para expressões da cultura viva comunitária, a publicação das memórias dos eventos de Cultura Viva, e o apoio à participação de organizações locais nos Congressos Latino-americanos realizados em 2013 na Bolívia e agora no Equador.
As experiências uruguaias ficaram a cargo de Alba Antunez, diretora de Descentralização Cultural do Programa Esquinas da Cultura, da Intendência de Montevidéu, e de Manuel Meléndez, diretor de Cultura Comunitária da Intendência de Canelones. Os dois dividiram a mesa para contar como, a partir das municipalidades, vem se desenvolvendo uma política territorial de base cultural comunitária que tem como premissa a cogestão de espaços e experiências com os vizinhos nos bairros.
Direitos culturais
Da Argentina, Francisco Marchiaro, secretário de Cultura da Municipalidade de Córdoba, dividiu sua apresentação com Lucrecia González e Diego Pigini, da Direção de Cultura Comunitária. Marchiaro contou um pouco da fisionomia da cidade (uma cidade universitária, com 1,4 milhão de habitantes), da criação da Secretaria de Cultura em 2011, de como conseguiu multiplicar por seis o orçamento destinado aos temas culturais comunitários (passando de 0,19% a 1,2%), e dos três eixos de trabajo a que a Secretaria vem se dedicando: Cultura como direito humano; Cultura como motor de desenvolvimento social; Culturas e territórios.
Pigini e González comentaram como ações como “Carnavales Comunitarios”, “Tu Barrio en Escena”, “Cultura de Barrio”, “Promotores Culturales Comunitarios” e “Aprendo con Cultura” vêm gerando instâncias de desfrute, expressão, participação e exercício pleno dos direitos culturais nas comunidades de Córdoba. Também ressaltaram que este ano foi criado o Conselho Municipal de Cultura Comunitária, um espaço permanente de articulação entre a sociedade civil e a municipalidade para a definição e a defesa de políticas culturais de base comunitária.
Conselho Municipal
Em seguida, o brasileiro Renato Almada, presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Niterói, lembrou a criação do programa Cultura Viva no Brasil, em 2004, e sua transformação em política de Estado dez anos depois, com a sanção da Lei 13.018/2014, a Lei Cultura Viva. “É necessário implementar uma política de Estado, não de governo, para ter uma política funcionando efetivamente em um país, estado ou município”, afirmou Almada, destacando também alguns avanços conquistados em Niterói, como a Lei do Sistema Municipal de Cultura, que criou o Conselho, o Plano e o Fundo Municipal de Cultura.
“Fizemos em Niterói a maior conferência municipal de cultura de Brasil, com mais de 800 participantes, e lá elegemos o Conselho Municipal de Política Cultural, com 15 câmaras temáticas (dança, música, teatro, etc). O Conselho administra o Fundo Municipal de Cultura. Não administra o orçamento, e sim aprova os projetos que vão captar recursos. É um conselho deliberativo, que decide junto com o poder público as políticas culturais a ser implementadas. E nosso Plano Municipal de Cultura prevê o estabelecimento da Rede Cultura Viva”, explicou. A Rede Cultura Viva Niterói, criada através de convênio entre a Prefeitura de Niterói e o Ministério da Cultura (via Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural), é formada por 17 Pontos de Cultura e dois Pontões de Cultura (*).
(*) Pontão de Cultura é uma entidade cultural ou instituição pública de ensino que articula um conjunto de outros pontos ou iniciativas culturais, desenvolvendo ações de mobilização, formação, mediação e articulação de uma determinada rede de Pontos de Cultura e demais iniciativas culturais, seja em âmbito territorial ou em um recorte temático e identitário.
Leia a ata de formação do grupo de trabalho de governos locais.
Quito será sede da 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva
Em 16, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
A 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva será realizada em Quito (Equador) no próximo dia 21 de novembro, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Este é o terceiro encontro de representantes dos países membros do programa em 2017 e o primeiro que contará com a presença do Equador, um dos países que se somaram ao IberCultura Viva este ano, junto com a Guatemala. O anúncio da adesão dos dois novos integrantes foi feito em 15 de outubro, na 7ª Reunião do Conselho Intergovernamental, realizada em Lima junto com o 2º Encontro Nacional de Puntos de Cultura do Peru.
Além das boas-vindas oficiais ao Equador, a agenda de trabalho para a 8ª Reunião estará centrada na análise do Plano Estratégico Trianual (2018-2020) do programa e do Plano Operativo Anual 2018. Os dois temas começaram a ser debatidos no encontro anterior, em Lima, assim como o lançamento da Pós-graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária FLACSO-IberCultura Viva 2018.
Construído ao longo de 2017, este curso se realizará de maneira virtual junto à Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), com sede na Argentina. Trata-se de uma proposta específica de formação em políticas culturais de base comunitária, dirigida tanto a agentes públicos da Cultura, sejam gestores, funcionários/as ou trabalhadores/as do Estado, como a gestores/as comunitários e membros de organizações da sociedade civil. A duração proposta será de nove meses, de março a dezembro de 2018, e o edital estará destinado aos países membros do programa IberCultura Viva.
A 8ª Reunião também será a ante-sala da ampliação do programa na articulação com instâncias municipais e estaduais. Nos dias 22 e 23 de novembro, o programa realizará em Quito o 2º Encuentro de Redes IberCultura Viva, que estará dedicado com exclusividade à articulação de uma rede de governos locais (municipais e/ou estaduais). Nas jornadas de trabalho para constituir a Rede de Cidades IberCultura Viva participarão funcionários públicos de uma dezena de cidades da América Latina e representantes de organizações culturais comunitárias com experiências de processos de incidência na construção de políticas culturais locais.
Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária reunirá 800 pessoas em seis dias de atividades em Quito
Em 14, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Na próxima segunda-feira (20/11) começará em Quito a terceira edição do Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. O evento, organizado pela Rede Equatoriana de Cultura Viva Comunitária, deverá reunir 800 congressistas provenientes de redes, coletivos e organizações culturais de 18 países da América Latina. Serão seis dias de espetáculos, palestras, debates, exposições, feiras, círculos da palavra e percursos culturais, de 20 a 25 de novembro.
Entre os objetivos deste encontro, que tem como tema “Ser comunitário”, estão a criação de um espaço de intercâmbio e articulação de experiências e redes de cultura viva comunitária em todo o continente” e o impulso de “âmbitos de recuperação e fortalecimento de iniciativas legislativas e de política pública estatal em relação à manutenção de experiências culturais comunitárias”.
A programação completa ocupará diferentes bairros de Quito. De 20 a 25 de novembro o ponto de encontro será a Casa de la Cultura Ecuatoriana (CCE, Av. 6 de Diciembre), mas haverá atividades em vários pontos da cidade, como as Universidades Central, Católica, Andina e Salesiana, o Museu de Medicina, o Teatro Nacional, o Teatro Politécnico Nacional, o Parque Cumandá, as Casas Pukará e Machankara, além de ruas e praças do Centro Histórico de Quito.
Antes, de 17 a 19 de novembro, serão realizados os seis circuitos regionais programados como atividades prévias ao congresso. Artistas locais e representantes de delegações internacionais devem acompanhar neste fim de semana estes espaços de convivência com as comunidades, promovidos em torno de temas como “Turismo e arte nas comunas das praias de Santa Elena”, “Arte, ativismo e articulação entre coletivos do Sul” e “Tradição oral, sementes e interculturalidade de comunidades à margem do rio”.
“Tem sido uma experiência de organização colaborativa, 34 comunidades estão trabalhando em torno do congresso”, conta Isaac Peñaherrera, que é integrante da Associação Nina Shunku e da Rede Equatoriana de Cultura Viva Comunitária e há dois anos participa da comissão organizadora do evento. “Acreditamos que este investimento na localidade ajuda a potenciar muito o trabalho que as organizações culturais comunitárias vêm desenvolvendo.”
Ao longo dos seis dias do evento serão abordadas as seguintes temáticas: Autonomia, soberania e território; Economia social e sustentabilidade; Legislação e políticas públicas; Comunicação comunitária; Educação comunitária; Arte e comunidade; Gênero e diversidades; Saúde intercultural; Espiritualidades e ancestralidades; Memória, identidade e patrimônio.
Rede de cidades
Nos dias 22 e 23, em programação conjunta com o 3º Congresso Latino-americano de CVC, será realizado no Centro de Convenções Eugenio Espejo o 2º Encontro de Redes IberCultura Viva. A atividade central deste encontro será a mesa “Rede de Cidades”, em que será debatida a criação de uma rede de governos municipais e/ou estaduais associados a IberCultura Viva, com o fim de avançar no estabelecimento de políticas culturais de base comunitária em nível local e/ou estadual, além de mecanismos de adesão ao programa.
Além de organizar esta mesa de trabalho com representantes governamentais e aportar ao 3º Congresso Latino-americano com o pagamento de passagens aéreas e inscrições para os 52 ganhadores do Edital de Mobilidade, o programa promoverá em Quito a 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva. A agenda de trabalho incluirá a análise do Plano Estratégico Trianual (2018-2020) do programa e o Plano Operativo Anual 2018.
Em outubro de 2015, quando se realizou o 2º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária em San Salvador (El Salvador), o programa IberCultura Viva também apoiou a viagem de representantes de organizações culturais comunitárias ibero-americanas, por meio do Edital de Intercâmbio. E ainda realizou em San Salvador a 3ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva.
As edições anteriores
Ainda que contem com aportes governamentais, os Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária são iniciativas da sociedade civil, organizadas por redes latino-americanas de CVC. A primeira edição, na Bolívia, se deu em maio de 2013, quando a cidade de La Paz foi “tomada poeticamente por assalto” por cerca de 1.200 ativistas artístico culturais provenientes de 17 países de América Latina.
Participaram do Congresso de La Paz 35 representantes de governos, formando uma aliança em torno de políticas públicas que possam garantir 0,1% dos orçamentos públicos para a Cultura Viva Comunitária e uma rede de cidades criativas pela Cultura Viva Comunitária. Finalizado o congresso, foi elaborado de maneira coletiva um manifesto denominado “Declaração de La Paz”, no qual os participantes ressaltaram o que havia significado este evento e algumas de suas perspectivas.
Já o 2º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária foi realizado em El Salvador, um país marcado por lutas, conflitos, massacres, e que vivia um momento histórico com um governo que buscava promover a mudança social por meio da cultura. O evento foi organizado pela Rede Salvadorenha de Cultura Viva Comunitária com o apoio da Secretaria de Cultura da Presidência, de 27 a 31 de outubro de 2015, sob o lema “Convivência para o bem comum”.
Durante cinco dias, cerca de 500 congressistas da América Latina e do Caribe participaram de conferências, fóruns, debates, reuniões, oficinas, apresentações e visitas a comunidades. A cordialidade, o respeito e o espírito de irmandade marcaram o encontro antes, durante e depois. Na plenária final, na Concha Acústica da Universidade de El Salvador, os participantes se juntaram para celebrar o encontro e anunciar que o próximo “congresso da cultura da alegria e do afeto” seria no Equador, em 2017.
Saiba mais:
Página web do 3º Congresso Latino-americano de CVC
Declaração de La Paz – 1º Congresso Latino-americano (Bolívia, 2013)
Manifesto de San Salvador – 2º Congresso Latino-americano (El Salvador, 2015)
Congresso de El Salvador chega ao fim com celebração afetuosa e um novo ponto de encontro: Equador