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Para o Topo.

Blog

19

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

“Gestão e animação cultural com enfoque participativo”: reflexões de uma roda de conversa

Em 19, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

No dia 13 de maio foi realizado o debate “Gestão e animação cultural com enfoque participativo: redes, movimentos e coletividades”, promovido pela organização CulturAula, uma iniciativa coordenada por Rocío Orozco e Víctor Arcienega em Guadalajara (México). Mais de 50 pessoas de vários territórios, como Chile, Argentina, Paraguai, Colômbia, Bolívia, Peru e México, participaram do encontro virtual.

De Misiones (Argentina), Alba Lugo, presidenta da Rede Ibero-americana de Animação Sociocultural, abordou o tema da animação sociocultural no contexto de sua província e a importância de utilizar ferramentas como a arte e a cultura para gerar vínculos para a participação e o desenvolvimento coletivo. Ela enfatizou o uso da musicoterapia comunitária como uma estratégia emancipatória, libertadora e de construção da cidadania. “A música faz parte da construção humana, formadora, transmissora e transformadora da cultura”, afirmou.

Roberto Guerra, fundador da Escola de Gestores e Animadores Culturais (Egac), ao falar da relação entre gestão e animação cultural, expressou a necessidade de gestores com capacidade de animação e de animadores com capacidade de gestão, dada a complexidade das intervenções socioculturais. “Não há gestão cultural comunitária sem participação”, afirmou. 

Segundo Guerra, o agente cultural deve considerar que o caminho da participação é longo e deve ser acompanhado de escuta ativa, paciência, acompanhamento amoroso e respeitoso, para desenhar “o espaço do comum”. Da mesma forma, reforçou a importância de tomar a animação sociocultural e a educação popular como elementos que permitem conhecer os interesses e as necessidades das pessoas e das comunidades.

Por sua vez, Emiliano Fuentes Firmani, secretário técnico do IberCultura Viva, abordou a perspectiva das políticas culturais, comentando que essas políticas reconhecem os dois perfis e competências. Além disso, destacou a participação na elaboração do Plano Estratégico Trienal (PET 2021-2023) do programa e apontou a importância dos agentes culturais nos espaços de participação e envolvimento como estratégia geradora de mudanças no que diz respeito ao campo cultural.

A moderação esteve a cargo de Marcelino Barajas, gestor cultural com 29 anos de experiência do estado de Jalisco (México), que tem participado dos processos de formação de CulturAula e do Centro de Formação, Pesquisa e Acompanhamento Sociocultural.

 Confira o vídeo do encontro:

Fonte: CulturAula

18

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Cidade de Córdoba apresenta a segunda edição do Plano de Compromisso Cultural

Em 18, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

A Municipalidade de Córdoba (Argentina) acaba de lançar a segunda edição do Plano de Compromisso Cultural. A iniciativa envolve um conjunto de medidas extraordinárias implementadas para acompanhar pessoas, grupos e organizações da área cultural da cidade, num contexto de sérias dificuldades para o desenvolvimento das suas atividades. 

A primeira edição do Plano de Compromisso Cultural (2020) consistiu na implementação de uma política pública voltada para o campo cultural, único no gênero no interior do país. Nesse sentido, destacam-se tanto o número de beneficiários alcançados (mais de 800) quanto o circuito de contraprestações resultantes em diferentes projetos e espaços da cidade, promovendo o acesso à cultura na comunidade.

O Plano de Compromisso Cultural 2021 abarca um maior número de programas do que na edição anterior, de 2020. Medidas ampliadas que permitem chegar a mais trabalhadores culturais e diversos setores da área cultural, bem como promover o encontro da produção artística e cultural com a comunidade, gerando circuitos descentralizados que permitem a democratização do acesso à oferta cultural em espaços não convencionais e a promoção de propostas em formato virtual. 

Uma das convocatórias abertas é o Programa de Formação de Promotoras e Promotores Culturais Comunitários. Para a participação no curso/workshop “Desafios para o reencontro” serão concedidas 60 bolsas de 10.000 pesos argentinos cada. Este curso tem como objetivo fortalecer o papel dos/das promotores/as culturais comunitários com recursos e ferramentas que lhes permitam abordar, analisar e propor projetos comunitários, com uma perspectiva de gênero e territorial, de acordo com os novos cenários pós-pandêmicos que se apresentam nos bairros. O período de inscrição termina no dia 23 de maio.

📍 Saiba mais: https://cultura.cordoba.gob.ar/

FonteSubsecretaría de Cultura de la Municipalidad de Córdoba

(*) Córdoba é um dos municípios que integram o Grupo de Trabalho de Governos Locais do IberCultura Viva. Saiba mais sobre o GT: https://bit.ly/3v0vVnm

13

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério de Cultura da Argentina lança Identidades, site de conteúdos e saberes culturais comunitários

Em 13, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

Organizações e projetos comunitários de todo o território argentino agora contam com um espaço de encontro virtual para compartilhar seus conhecimentos, experiências e produções. O site Identidades, que já está disponível com cerca de 500 publicações (em sua maioria, material audiovisual e de rádio), é uma iniciativa da Secretaria de Gestão Cultural do Ministério de Cultura da Argentina levada a cabo pela Direção Nacional de Diversidade e Cultura Comunitária. 

Mais de 130 pessoas participaram do evento de lançamento do site, via Zoom, na sexta-feira, 7 de maio. Além de representantes de organizações culturais comunitárias de diferentes regiões do país, a apresentação contou com intervenções do ministro da Cultura, Tristán Bauer; do secretário de Gestão Cultural, Maximiliano Uceda, e do diretor nacional de Diversidade e Cultura Comunitária, Gianni Buono. 

María Cabrejas, coordenadora de comunicação da Direção Nacional de Diversidade e Cultura Comunitária e responsável pelo site, abriu o encontro virtual destacando o trabalho conjunto realizado para a construção de Identidades, e o propósito de que este espaço continue a se multiplicar, dando visibilidade às iniciativas culturais comunitárias, ajudando a estabelecer redes. 

“Identidades nasceu com o objetivo de dar visibilidade à diversidade das organizações comunitárias, fortalecendo os laços de solidariedade. É uma janela para o setor comunitário comunicar suas ações, suas ideias, seus projetos, e compartilhar experiências socioculturais em âmbito federal. Projetos que nos façam pensar, emocionar, fazer circular a memória coletiva, as vozes, a arte, as lutas e as culturas das comunidades”, afirmou a comunicadora. “(…) Apesar da situação difícil que estamos passando, as comunidades nos ensinam em cada projeto, em cada documentário, em cada programa de rádio que nos mandam, a enfocar o que é importante: a solidariedade, a verdade, a justiça e a beleza.”



Eixos de atuação

O site hospeda documentários, ficções, spots, entrevistas, palestras, podcasts, peças de rádio, videodança e musicais, entre outros materiais produzidos por grupos, organizações e projetos culturais, além de órgãos e programas estaduais. Cada conteúdo é acompanhado de informações sobre a origem, gênero, tema e canais de contato de seus realizadores, para facilitar o intercâmbio e promover a construção de vínculos colaborativos entre os/as usuários/as.

Os conteúdos são organizados em seções que representam as principais linhas de trabalho da cultura comunitária. “Territoriales”, por exemplo, é dedicado a experiências de trabalho coletivo, lutas e construções comunitárias, projetos sociais e de economia popular. “Raíces”, por sua vez, reúne produções e experiências que valorizam o conhecimento das comunidades indígenas, cultura afro, coletividades e migrantes. 

Há também seções como “Diversxs” (para projetos com perspectiva de gênero e ativismos LGBTQI+), “Em Memória” (para a construção coletiva da memória histórica), “Em movimento” (para expressões teatrais, esportivas e artísticas, de corporalidades), “Rádio” (conteúdos sonoros e produções coletivas para rádios comunitárias), “Histórias” (projetos narrativos e experimentais, literários, fotográficos e cinematográficos), “Musicais” (produções musicais solo e coletivas vinculadas a organizações comunitárias) e “Caixa de ferramentas” (recursos educacionais, recreativos e experiências educacionais comunitária).



Uma perspectiva federal e solidária

Como as autoridades apontaram no evento de lançamento, Identidades é um convite para compartilhar histórias, experiências e projetos que promovam uma perspectiva federal e a construção de uma sociedade mais solidária, justa e inclusiva. “Valorizemos este conhecimento diverso, esta heterogeneidade cultural que nos tornou tão fortes e tão diferentes no mundo. Esta é mais uma ferramenta para colocar a Argentina de pé com uma perspectiva federal e solidária”, disse Gianni Buono, diretor nacional de Diversidade e Cultura Comunitária, esperando que este espaço seja “o início de um caminho muito próspero e, sobretudo, muito participativo por parte das organizações”. 

Para Maximiliano Uceda, secretário de Gestão Cultural, “estas plataformas permitem-nos amplificar a voz que já existe, que é a voz dos territórios, que é a voz que se produz constantemente e que é o que configura uma identidade coletiva”. Ao comentar a importância de políticas públicas como a dos Pontos de Cultura, que legitimam o que já tem legitimidade territorial, Uceda disse que Identidades será uma grande janela para se chegar a uma política com a capilaridade necessária aos territórios. “E que entendamos e nos colocamos à disposição do territorial como grande configurador do comunitário, do cultural, como grande parte do que significa ser argentina e argentino”.

Antes da intervenção do ministro da Cultura, representantes de organizações culturais comunitárias que enviaram conteúdo para o novo site falaram sobre a iniciativa e a importância de ter um espaço como este para compartilhar suas experiências. Ariel Ogando falou em nome do Wayruro, um coletivo de comunicação popular fundado em 1994 em Jujuy. Mariana Villani, pelo coletivo feminista Red Magdalenas; Julian Rossini, pela Orquestra La Casita de los Pibes; Nacho Aguilar, por La Mosquitera, rádio comunitária de Mendoza; Estela Calvo, pelo Res o no Res, grupo de teatro comunitário de Buenos Aires; e os jovens rappers Fabian e Luis, pelo projeto intercultural Ha’e Kuera Ñande Kuera, de Puerto Iguazú, Misiones. 

Além deles, Gustavo Cataldi apresentou Birritácora, documentário transmídia sobre o cineasta Fernando Birri (1925-2017), um dos conteúdos que se destaca em Identidades. “Birritácora pretende abranger toda a obra artística de Birri, que foi um artista multifacetado, cineasta, pintor, titereiro, ator, poeta. A ideia é reunir toda a sua arte e sua marca, numa construção comunitária e coletiva, (…) e ter neste espaço um ponto de encontro onde possamos nos conhecer, armar redes e continuar a expandir e manter viva a chama do Fernanda”, comentou Cataldi. 

Ao tomar a palavra, o ministro Tristán Bauer celebrou as iniciativas culturais comunitárias apresentadas e afirmou como é fundamental, nos tempos em que vivemos, continuar com o trabalho territorial. “Somos filhos desses encontros, dessas mobilizações massivas, desses encontros, desses abraços, desse marchar juntos, mas nos últimos anos, e ainda mais agora na pandemia, é imprescindível habitar esse território virtual, povoá-lo, vivê-lo”, ressaltou. 

Segundo Bauer, Identidades é uma nova ferramenta para continuar construindo esse entramado cultural no território virtual. “Estamos dando um primeiro passo muito importante. Façamos crescer este espaço entre todos nós, pela memória de tantos colegas que, dos seus bairros, das suas casas, dos seus centros culturais, dos seus teatros independentes, das suas escolas, constroem dia a dia esta trama. (…) Em tempos de pandemia, e quando sairmos mais fortes desta pandemia, vamos encontrar no Identidades um local para partilhar os nossos conhecimentos e para gerar, criar e promover uma verdadeira cultura comunitária”.

(*) Pessoas interessadas em enviar conteúdo, compartilhar projetos ou experiências dentro do site devem escrever para identidades@cultura.gob.ar.

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11

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

IberCultura Viva participa de reunião da Mesa Regional de OCCs de Coquimbo, no Chile

Em 11, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

Como a pandemia Covid-19 redefiniu o espaço público? Na região de Coquimbo, no Chile, as pessoas têm se reunido nas praias para compartilhar atividades, as quadras agora estão cheias de pais com filhos, panelas comunitárias são cada vez mais vistas nos bairros… “O espaço público tem se reinventado”, comentou Mirna Veliz , representante da Agrupación Cultural Margot Loyola, de Tierras Blancas, no encontro virtual da Mesa Regional de Organizações Culturais Comunitárias (OCCs) de Coquimbo realizado na quinta-feira, 6 de maio.

A questão da emergência sanitária e suas reflexões sobre a convivência e o uso do espaço público foi levantada por Emiliano Fuentes Firmani, secretário técnico do IberCultura Viva, durante a reunião da Mesa Regional de OCCs, e comentada pelas participantes a partir da percepção que elas têm de seus bairros e arredores. São consultas como esta que norteiam algumas ações do programa, daí a importância que IberCultura Viva dá aos encontros com representantes de OCCs dos países membros.

Durante a sua participação neste encontro virtual -a convite de Maria Rosa Cortés Vergara, coordenadora do programa Red Cultura na região de Coquimbo-, Emiliano Fuentes Firmani explicou como funciona o IberCultura Viva, quais são os seus objetivos, comentou as reformulações que foram feitas no Plano Estratégico Trienal (PET 2021-2023), recentemente aprovado pelo Conselho Intergovernamental, e divulgou as convocatórias que serão realizadas em 2021. 

O secretário técnico destacou algumas novidades nas atividades do programa, como a inclusão de editais para projetos de inclusão digital comunitária, para a publicação de obras em línguas indígenas (traduzidas para o espanhol e português) e para o reconhecimento de portadores e experiências comunitárias na gestão do patrimônio cultural imaterial. Ele também falou sobre a intenção de promover capacitações de curta duração, a exemplo de um curso virtual sobre perspectiva de gênero e cultura comunitária.

Das 14 pessoas que participaram deste encontro, a maioria já tinha conhecimento do programa IberCultura Viva. Claudia Velasco Cornejo, da Corporación Cultural Gestores del Choapa, de Los Vilos, foi uma das bolsistas do Curso Internacional de Pós-Graduação em Políticas Culturais Comunitárias que o programa vem desenvolvendo com a FLACSO-Argentina desde 2018. Mirna Veliz, da Agrupación Cultural Margot Loyola, foi quem recebeu em Tierras Blancas o projeto “Ipadê – Encontros com Axé”, do Grupo Senzala Foz (Brasil), em um dos intercâmbios selecionados na convocatória Iber Entrelaçando Experiências em 2019.

Criada em 2017, a Mesa Regional de Coquimbo é composta por representantes de sete OCCs com perfis distintos, das comunas de Paihuano, Vicuña, Coquimbo e Los Vilos (localizadas nas regiões de pré-cordilheira, vale, zona urbana e litoral). Embora não sejam muitas em relação à representação territorial, essas organizações de Coquimbo são participativas e estabeleceram um trabalho colaborativo com o Estado, participando das diversas atividades propostas pelo programa Red Cultura na região.

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10

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Xalapa adere à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

Em 10, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

O município de Xalapa (estado de Veracruz, México) é o novo membro da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. A carta de adesão foi assinada no dia 30 de abril pelo presidente municipal (prefeito), Pedro Hipolito Rodríguez Herrero, e enviada ao programa na terça-feira, 4 de maio.

O documento expressa a intenção da prefeitura de aderir à rede “para fortalecer políticas públicas voltadas para a promoção de projetos comunitários no município” e o interesse da administração em “fazer parte dessa rede de intercâmbios e fomentar a comunicação com nossos irmãos dos diferentes territórios que compõem a Ibero-América”. O próximo passo será definir as atividades que o município realizará em conjunto com o IberCultura Viva.

Sergio Téllez (no alto, à esquerda), diretor de Desenvolvimento Social de Xalapa, participou da reunião de 27 de abril

Xalapa foi um dos governos locais que participaram do encontro virtual na terça-feira, 27 de abril, quando Emiliano Fuentes Firmani, secretário técnico do IberCultura Viva, e Valeria López López e Lisa Moncada, representantes da Direção Geral de Vínculos Culturais do Ministério da Cultura do México, apresentaram a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais a representantes de municípios e estados mexicanos. Sergio Téllez Galván, diretor de Desenvolvimento Social, esteve representando Xalapa nesta reunião.

Com a entrada de Xalapa, o México passa a ter quatro cidades na rede. Jojutla também se juntou este ano. San Luis Potosí e Zapopan são os outros dois municípios mexicanos que fazem parte da iniciativa desde 2019.

Saiba mais sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

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10

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Encontros de alegrias: Pontos de Cultura da Costa Rica e Brasil se reúnem em festival comunitário

Em 10, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

(Fotos: 2º FIC: Festival Internacional Comunitario)

 

A Asociación Masaya (Teatro Más Convivencia) foi uma das organizações selecionadas na convocatória de Pontos de Cultura 2021, lançada pelo Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica. O projeto apresentado foi “Conexões Empáticas”, uma série de oficinas prévias ao 3º Festival Internacional Comunitário (FIC): Cultura Periférica, que este ano será realizado de maneira virtual, de 6 a 19 de setembro. Tanto as atividades do 3º FIC quanto as atividades “pré-FIC” contam com a participação de grupos brasileiros.

O 3º FIC é uma produção conjunta da Associação Masaya e de dois grupos da cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil): o Grupo Levante de Teatro del Oprimido e o grupo de teatro feminino negro Morro Encena. A primeira edição do festival, em 2016, ocorreu na comunidade La Carpio, na Costa Rica. A segunda, em 2019, foi realizada na sede do Grupo Iuna de Capoeira Angola, na periferia de Belo Horizonte. O Grupo Iuna criou um dos primeiros Pontos Culturais da cidade, o Dim dim dom … Berimbau chamou, eu vou, e também vai participar do 3º FIC, virtualmente.

 

Quem conta como se deu essa ligação entre os dois países (na verdade três, porque o intercâmbio inclui a Venezuela) é Cori Salas Correa, venezuelana que mora em Belo Horizonte (Brasil) e faz parte dos conselhos de administração da Associação Masaya e do Grupo Iuna da Capoeira Angola. “A Asociación Masaya nasceu na Venezuela em 2007, de onde eu sou; meu irmão é o cofundador desta associação e desde o início tenho apoiado o trabalho que se desenvolve a partir de Masaya. Meu irmão se mudou para a Costa Rica em 2011 e registrou a associação lá. Me mudei para Belo Horizonte, e desde 2015 venho treinando capoeira com Mestre Primo, no Grupo Iuna de Capoeira Angola”, detalha.

 

Convivendo sem fronteiras

Uma masaya é uma rede, uma rede individual. E foi entre 2009 e 2010, ao entrar em contato com outras comunidades da América Latina (Argentina e Brasil), que os masayeros/as perceberam que seu trabalho fazia sentido não só na Venezuela. Ricardo Salas Correa, irmão de Cori, está na Costa Rica com a Associação Masaya desde 2012, apostando no poder das ferramentas teatrais e metodologias participativas para melhorar a convivência na comunidade.

 

 

No Brasil, o Grupo Iuna, fundado em 1983, tem como objetivo promover e valorizar a capoeira angola como bem cultural. O Ponto de Cultura oferece, entre outras atividades, oficinas de capoeira gratuitas em sua sede para crianças, adolescentes e jovens do bairro da Saudade, em Belo Horizonte. “O trabalho desenvolvido pelo Grupo Iuna de Capoeira Angola está em total sintonia com a Associação Masaya e a FIC”, afirma Cori. 

Em 2016, quando a primeira edição do FIC (“Convivendo sem fronteiras?!”) foi realizada na comunidade La Carpio, Cori e seu companheiro, o capoeirista brasileiro André Luiz, chegaram à Costa Rica um mês antes do festival, e ele ficou ensinando capoeira angola gratuitamente, como parte das atividades pré-FIC. Este ano, o pré-FIC contará com três oficinas voltadas para a capacitação de pessoas de organizações que são ou foram Pontos de Cultura da Costa Rica. No workshop do projeto “Conexões Empáticas” que será realizado em português, alguns dos membros do Grupo Iuna serão oficineiros. 

 

Três perguntas para Cori Salas 

 

1. A terceira edição do Festival Internacional Comunitário será realizada de modo virtual este ano. Que atividades estão previstas?

Sim, este ano teremos o 3º Festival Internacional Comunitário: Cultura Periférica. Damos a cada edição do festival um subtítulo que fala sobre o que queremos destacar. O primeiro FIC, que foi em La Carpio em 2016, foi “Convivendo sem fronteiras?!”. O segundo, que foi no Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, “Convivendo em liberdade?!”. O terceiro, “Cultura Periférica”, será realizado em modo virtual, de 6 a 19 de setembro de 2021. 

Pela primeira vez será online e, além disso, num formato diferente. Os dois primeiros festivais duraram uma semana, com oficinas de segunda a sexta-feira, e no final de semana, apresentações culturais abertas a todos os públicos. Para este, propusemos a realização de quatro encontros entre grupos da Costa Rica, Venezuela e Belo Horizonte, Brasil. Queremos reunir grupos de artes culturais periféricas desses três países, para que eles se conectem e possamos aprender uns com os outros. 

Nestes encontros, que terão tradução simultânea, queremos abordar temas de interesse comum: sustentabilidade, como trabalhar os conflitos em grupo, como a arte e a cultura nos alimentam e nos trazem esperança nestes tempos de pandemia. Fecharemos o festival com uma peña cultural (“sarau”), onde os grupos poderão compartilhar um pouco da arte e da cultura que desenvolvem. 

Todos os FICs são gratuitos e abertos a todos os públicos, e buscamos que eles mesmos sejam uma experiência comunitária, a partir de sua produção. Nós que os produzimos buscamos cuidar de nossas relações, saber como somos, do que precisamos, como podemos nos apoiar, e durante o festival, por meio de gestos simples, como almoços coletivos para todas as pessoas participantes, momentos de conversa, dançando, cantando, vivenciando uma “comum-unidade”. Queremos gerar a mesma experiência, inclusive online, e esse será o nosso desafio neste terceiro festival.

 

2. Como surge o projeto “Conexões empáticas”?

Para contextualizar, desde o 1º FIC temos realizado atividades “Pré-FIC”, que têm sido espaços de encontro e formação no âmbito do festival, com os quais “aquecemos os motores” para o FIC. No primeiro FIC, o Pré-FIC foi apenas na Costa Rica, e no segundo FIC, embora o festival fosse no Brasil, realizamos atividades do Pré-FIC nos dois países. Este ano as atividades do Pré-FIC na Costa Rica serão aquelas que estão dentro do projeto “Conexões Empáticas”, realizado pela Asociación Masaya, e também teremos outras atividades em Belo Horizonte, Brasil, chamadas “Encontro de alegrias”.

O projeto “Conexões Empáticas”, selecionado na convocatória 2021 de Pontos de Cultura do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica, busca promover um espaço dinâmico e humano, que possibilite aprender e compartilhar ferramentas pedagógicas para sermos melhores pessoas facilitadoras, adequadas a contextos desafiadores, com o apoio das tecnologias de informação e comunicação (TICs), num ambiente de atenção constante e motivação. 

São três oficinas, uma focada em como facilitar processos de grupo em vários contextos e modalidades, outra em como promover o trabalho comunitário, e a terceira, em como alimentar a empatia em nossas equipes de trabalho. Essas oficinas têm como objetivo capacitar pessoas de organizações que são ou foram Pontos de Cultura da Costa Rica. Até o momento, entre as pessoas inscritas, temos um total de 30 Pontos de Cultura. Uma dessas oficinas será ministrada em português, aberta a todos os públicos, e teremos como participantes pessoas do Grupo Iuna de Capoeira Angola, Ponto de Cultura do Brasil. 

Além das formações, realizaremos entrevistas com alguns Pontos de Cultura da Costa Rica, Venezuela e Brasil. Queremos mostrar como as organizações promovem conexões empáticas através do desenvolvimento cultural.

 

 

3. Como começou a colaboração entre a Associação Masaya e o Grupo Iuna de Capoeira Angola?

Em 2016, com o Grupo Levante de Teatro del Oprimido, Asociación Masaya, Maraña (grupo de facilitadores de teatro de Espanha e Suíça) e Las Voces del Viento (grupo de teatro juvenil de La Carpio que foi fundado com o apoio de Masaya), realizamos o primeiro FIC em La Carpio, Costa Rica. 

Queríamos fazer o segundo festival em Belo Horizonte, onde moro, e de onde é o Grupo Levante de Teatro del Oprimido, e a partir da minha admiração, vínculo, com o Grupo Iuna de Capoeira Angola, propusemos a Mestre Primo e Cássia, presidente do Grupo Iuna, a realização do festival na sede deste grupo. Eles nos receberam de braços abertos!

O trabalho desenvolvido pelo Grupo Iuna de Capoeira Angola está em total sintonia com a Associação Masaya e a FIC. O Grupo Iuna entende-se como um quilombo, onde todos podem fazer parte, tem como foco a preservação da capoeira angola, e oferece apoio escolar, aulas de inglês, violão, flauta e treino de capoeira angola gratuitos no seu espaço. Por meio de gestos cotidianos, como o lanche, a roda de capoeira, os espaços educativos, promove-se a experiência comunitária. Assim, realizamos o segundo festival na sua sede, onde também houve uma prática de capoeira angola e uma roda de capoeira com Mestre Primo. 

É importante dizer que o FIC tem sido possível em todas as suas edições graças ao apoio de organizações comunitárias, culturais e artísticas, como o Grupo Iuna de Capoeira Angola, (na Costa Rica, com o apoio também do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica), pessoas, artistas, amigos e amigas, que doam seus trabalhos na cozinha, na produção, em oficina ou dinheiro. O FIC é produzido de forma autogerida e comunitária. 

 

Saiba mais sobre o FIC:  https://www.facebook.com/FICFestivalInternacionalComunitario

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06

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Cantão de Alajuelita, na Costa Rica, adere à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

Em 06, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

A Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais conta agora com um representante da Costa Rica: Alajuelita. O cantão da província de San José, que está  implementando o plano operativo da política cultural aprovada em outubro de 2019, aderiu esta semana à rede, com a entrega da carta de intenção de adesão assinada pelo prefeito Modesto Alpizar Luna.

Na terça-feira, 4 de maio, o secretário técnico do IberCultura Viva, Emiliano Fuentes Firmani, participou da sessão ordinária da Câmara Municipal de Alajuelita para apresentar o programa e a rede, juntamente com Eduardo Reyes Paniagua, responsável pelos Pontos de Cultura do Ministério da Cultura e Juventude (MCJ) da Costa Rica.

A sessão, presidida pelo vereador Jonathan Arrieta Ulloa, começou com uma contextualização por parte da gestora cultural Tania Álvarez Chavarría. Líder comunitária, fundadora e representante legal da Fundación Keme, integrante do Movimento Cultura Viva Comunitária de Costa Rica, Tania foi uma das pessoas selecionadas pelo programa em 2019 para receber uma bolsa do Curso Internacional de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária ministrado por FLACSO-Argentina e agora será o representante da Alajuelita perante a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.

Um processo iniciado em 2015

No encontro, Tania Álvarez explicou o processo iniciado no cantão em 2015, quando um grupo organizado passou de comunidade em comunidade fazendo consultas com base na Política Nacional de Direitos Culturais, perguntando como poderiam exercer seus direitos e participar desse processo, além de identificar as pessoas que realizavam atividades culturais no cantão. “Esta análise foi levada à Direção de Cultura do MCJ e continuamos a trabalhar em conjunto com a Câmara Municipal para que esta proposta comunitária tivesse lugar no quadro jurídico do município”, disse o gestor. 

Após anos de análises, esboços, avaliações e validações, foi criada em Alajuelita uma política cultural partindo da comunidade, aprovada pela Câmara Municipal em 29 de outubro de 2019. Este documento tem uma parte legal, os artigos, e um plano operacional, onde estão atualmente, em sua implementação. Agora o plano operativo fala em formar o Gescua, que é o Grupo de Gestores Socioculturais Unidos de Alajuelita, e também em ir aos bairros e formar núcleos de ação cultural comunitária que formarão uma rede”, disse Tânia.

Uma apresentação do programa

Terminada a contextualização do governo local, Eduardo Reyes Paniagua explicou como funciona o programa IberCultura Viva, suas linhas de atuação, como se articula com a Direção de Cultura do MCJ, como se dá a participação costa-ricense nas comissões de trabalho e nas convocatórias, o acompanhamento nos processos de seleção dos candidatos/as, o acompanhamento às iniciativas locais selecionadas, a participação nos espaços de intercâmbio e a formação de gestores públicos, entre outros temas.

Em seguida, Emiliano Fuentes Firmani destacou que os programas de cooperação costumam ocorrer no âmbito dos governos centrais (nacionais) e que foi importante para o IberCultura Viva encontrar uma forma de abrir um espaço para a participação dos governos locais. “Isso é importante porque as políticas culturais de base comunitária se encontram essencialmente nos territórios. Nossos municípios são a primeira trincheira de um exercício de democracia, de proximidade, o primeiro lugar onde organizações, coletivos, artistas populares e portadores/as do patrimônio vão buscar ajuda ”, disse o secretário técnico.

Em sua apresentação, Emiliano falou sobre a criação (em 2017) do Grupo de Trabalho para Governos Locais, suas comissões e as atividades realizadas. Ele citou o guia de autoavaliação de políticas culturais de base comunitária apresentado em maio de 2019, quando foi oficialmente constituída a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, e falou das possibilidades de intercâmbio e cooperação na rede, como o processo desenvolvido em San Luis Potosí (México) para a construção participativa da Carta da Cidade dos Direitos Culturais, que acabou inspirando outro governo local integrante da rede, o de Niterói (Brasil).

Ao tratar da reformulação do Plano Estratégico Trienal (PET 2021-2023), aprovado em 14 de abril pelo Conselho Intergovernamental, o secretário técnico comentou sobre os objetivos e algumas ideias que marcam o programa (“Trabalhamos pelos direitos culturais, no âmbito da diversidade cultural e, fundamentalmente, com uma base comunitária e participativa”, destacou). Também detalhou os objetivos específicos desta rede de governos locais que desenvolvem ou desejam desenvolver políticas culturais de base comunitária, e que articulam ações com IberCultura Viva para trabalhar com grupos de cultura comunitária em seus territórios.

Cultura, história e identidade

Durante o encontro, Iris Figeac Zúñiga, presidente da Comissão de Cultura da Municipalidade de Alajuelita, disse estar grata aos colegas do Conselho Municipal pela aceitação da política de cultura, “que está sendo desenvolvida a partir das comunidades, que é onde estão os sentimentos das pessoas, onde estão o coração, a história e a identidade de Alajuelita”. “Poder entrar nessa rede com o IberCultura Viva é um grande passo, porque vamos trabalhar não só internamente, mas em conjunto com pessoas de outros países ibero-americanos, compartilhando nossa cultura”, afirmou.

Ao comentar que neste mesmo dia tinha assinado o pedido de incorporação de Alajuelita à Rede IberCultura de Cidades e Governos Locais, o prefeito Modesto Alpizar Luna destacou os esforços neste processo participativo iniciado em 2015 com as consultas e análises sobre direitos culturais no cantão. Na carta de intenção de aderir à rede, lembrou a recomendação da Fundação Kemè para que o município conhecesse o IberCultura Viva “e seus múltiplos processos em prol da cultura nas comunidades”, e reiterou o compromisso com a cultura do comunidades e o interesse em continuar caminhando coletivamente. De acordo com o documento apresentado, Alajuelita estará vinculada à rede com o compromisso de realizar um intercâmbio para o fortalecimento de políticas entre funcionários e técnicos, além de atividades de divulgação de convocatórias do programa e rodas de conversas sobre direitos culturais a partir da vivência da comunidade.

Saiba mais sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

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02

maio
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Começa a quarta turma do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais Comunitárias 

Em 02, maio 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

Se há algo que chama a atenção no Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, que a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina) desenvolve com IberCultura Viva desde 2018, é a riqueza do intercâmbio que se gera entre todos e todas que participam deste espaço. Na sessão virtual que ocorreu na segunda-feira, 26 de abril, para dar as boas-vindas às mais de 130 pessoas inscritas na quarta turma do curso, tanto a equipe da FLACSO quanto o representante do IberCultura Viva destacaram o valor desses encontros e dessa diversidade de miradas.

“Tem gente que trabalha nas políticas públicas, tanto nacionais como regionais, estaduais e municipais, tem gente de organizações da sociedade civil, tem gente de centros culturais independentes, tem professores de toda a região. A ponte que se gera nos fóruns de intercâmbio, e também como as redes vão se tecendo, é algo muito valioso neste curso. Apelamos a vocês que aproveitem isso desde o primeiro momento ”, afirmou Belén Igarzabal, coordenadora acadêmica da pós-graduação (junto com Franco Rizzi) e diretora de Comunicação e Cultura da FLACSO-Argentina.

Nesta edição de 2021, o programa IberCultura Viva concedeu 88 bolsas a pessoas dos 11 países membros (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai). Outras 16 pessoas (8 do Brasil, 8 do Chile) receberam bolsas extras porque os representantes do Chile e do Brasil no Conselho Intergovernamental decidiram ampliar suas cotas utilizando os recursos disponíveis no Fundo Multilateral IberCultura Viva para apoiar a formação de organizações culturais comunitárias. Foi a terceira vez que os dois países ampliaram o número de bolsas para candidatos de seus respectivos países, levando em consideração a quantidade e a qualidade dos candidatos. Este ano, 502 pessoas enviaram inscrições para o Edital de Bolsas IberCultura Viva.

“Estamos muito felizes com o resultado. A cada ano mais pessoas se candidatam a bolsas e cada vez mais temos alunos/as matriculados no curso, o que mostra que há uma demanda constante por formação, e ainda há um longo caminho a percorrer a partir desse espaço. Embora existam realidades muito diferentes, da Espanha, do México ao sul da Argentina, há muitos problemas em comum e há muito o que aprender com todos e todas”, disse Franco Rizzi. “(…) O que mais gostamos é que aproveitem para tecer redes, se conhecerem, se encontrarem, porque muito do que ganhamos nesses lugares é conhecer outras realidades e poder contatá-las também.”

Início do curso

O encontro desta segunda-feira, que contou com a presença de 92 pessoas, começou com uma contextualização pelo coordenador acadêmico, lembrando que o curso surgiu de uma pesquisa que começou a ser realizada no IberCultura Viva em 2017. “Vimos que havia espaços de formação em gestão cultural em todos os países, que havia espaços de formação cultural de base comunitária, sobretudo vinculada às políticas públicas de governos, mas não havia espaços acadêmicos que trabalhassem com políticas culturais de base comunitária como temática específica. Com isso, pareceu-nos importante proporcionar um espaço de reflexão, formação e geração de conhecimento acadêmico, também para poder crescer nesse sentido, não só na prática, mas também colocar a teoria e vincular a teoria à prática”, comentou Franco Rizzi. 

Após apresentar a equipe da FLACSO que acompanhará os alunos até dezembro (a coordenadora Belén Igarzabal, as orientadoras Celia Coido e Cecilia Salguero, e a encarregada da assistência técnica, Malena Taboada), o coordenador acadêmico cedeu a palavra a Diego Benhabib, coordenador de Pontos de Cultura da Argentina, representante do país no IberCultura Viva e também professor deste curso de pós-graduação. Em nome do IberCultura Viva, Benhabib deu as boas-vindas aos novos alunos e alunas e destacou que neste ano o curso atingiu um total de 375 bolsistas do programa. “Este é um espaço muito importante de formação, de geração não só de conteúdo, mas também de reflexão e massa crítica sobre o papel que as políticas culturais de base comunitária têm hoje em nossos países”, afirmou.

Para Benhabib, o currículo desta pós-graduação mostra uma história comum e um consenso sobre a importância da cultura comunitária nos países ibero-americanos, visto que tem esse eixo no território, na identidade e no trabalho coletivo. “Isso quando se articula com os Estados e com os governos locais torna-se muito mais poderoso. Este vínculo é necessário, e creio que haja um eixo muito particular para gerar espaços de formação no sentido de, por um lado, valorizar as políticas culturais de base comunitária que se sustentam em nossos países, e por outro, reconhecer o enorme esforço e trabalho coletivo que vem fazendo todo um movimento de diferentes redes de cultura comunitária da região”, destacou o representante do Ministério da Cultura da Argentina. “É por isso que este curso costuma ser frequentado tanto por gestores culturais públicos como por representantes de organizações culturais comunitárias. Há uma riqueza muito valiosa aí.”

Proposta acadêmica

Ao comentar a proposta acadêmica, Belén Igarzabal explicou aos/às participantes que os conteúdos vistos ao longo do curso vão aprofundar a cultura viva, a cultura comunitária, as políticas públicas, a gestão do território, “como se dá essa cultura que é mutante, que é diversa e que na nossa região é tão efervescente”. Ao longo dos cinco módulos, serão desagregados diversos temas, sempre com um olhar na região ibero-americana e também numa perspectiva histórica.

Serão discutidos, por exemplo, os processos culturais contemporâneos, quais são os debates atuais, as diferentes concepções que se deram de cultura ao longo dos anos. Haverá também um módulo sobre políticas culturais onde vão conceituar o que tem a ver com direitos culturais, com cidadania, com o comunitário, como é gerada uma política cultural. 

É especialmente aí, quando são discutidas políticas de cultura e território, que o grupo docente também conta com a participação do grupo discente, já que muitos dos alunos/as trabalham na gestão de políticas públicas. “Cada região, cada país, cada município, tem suas peculiaridades. Apelamos a todo o tempo a esta troca, para que contem as suas experiências, para que contribuam desde o seu território específico, a partir da sua expertise – pragmática, prática – e também das suas próprias leituras e dos seus percursos ”, comentou Belén.

No módulo 4, em que se contextualiza mais especificamente a cultura comunitária, quais são os incidentes dentro do que são políticas culturais de base comunitária, pretende-se mostrar como foram se transformando ao longo do tempo, quais são as políticas existentes nos países ibero-americanos e os diferentes tipos de ferramentas que são utilizadas nessas políticas e que podem ser transferidas para diferentes lugares. Este módulo também fala sobre redes e cultura colaborativa, focando em como a cultura viva comunitária precisa de redes.

O quinto e último módulo destina-se ao desenho e acompanhamento da avaliação de políticas públicas. Durante este módulo, os alunos irão produzir o seu trabalho final, que consiste na concepção, conceituação e planejamento de um projeto cultural comunitário ou de uma política pública cultural de base comunitária. O prazo para apresentação deste trabalho é dia 20 de novembro. 

As datas, as ferramentas disponibilizadas e a organização do curso (aulas publicadas às quintas-feiras, fóruns de intercâmbio disponíveis às sextas-feiras, etc.) foram explicadas pelos coordenadores acadêmicos e pelas tutoras ao longo deste primeiro encontro virtual, que teve uma hora de duração. Duas outras sessões como esta, mais operacionais, serão realizadas quando forem publicadas as instruções para as avaliações parcial e final. Também estão planejadas mais três conferências síncrônicas conceituais, que serão transmitidas pelo YouTube. As datas dessas aulas ao vivo (que serão como entrevistas com professores convidados) ainda serão definidas e posteriormente divulgadas nas redes sociais do IberCultura Viva.

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30

abr
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Representantes de Pontos de Cultura do Uruguai participam de curso de comunicação digital 

Em 30, abr 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

A Direção Nacional de Cultura (DNC/MEC) do Uruguai organizou um programa acadêmico de comunicação digital para os Pontos de Cultura do país. Este treinamento virtual, que começou no dia 13 de abril e segue até 25 de maio, tem como objetivo fornecer ferramentas que permitam aos/às participantes uma gestão eficaz da comunicação com seus públicos por meio do uso das redes. Participam do curso 50 pessoas: 31 integrantes dos Pontos de Cultura de diferentes regiões e um representante de cada Diretoria de Cultura dos 19 departamentos do país. 

Realizado com o apoio do IberCultura Viva, este curso de 26 horas conta com professores conceituados na área da gestão cultural e da comunicação. A coordenação está a cargo de Diego Gómez e Danilo Urbanavicius, da Faculdade de Cultura da Universidade CLAEH, e de Laura López, pela Direção Nacional de Cultura.

As aulas são ministradas via Zoom, às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h. As duas últimas aulas (de um total de 12) são workshops práticos, com duração de três horas. Além das aulas virtuais através da plataforma Zoom, foi criado um espaço na plataforma Moodle da Faculdade de Cultura/UCLAEH, onde os participantes podem acessar os materiais de estudo associados à formação.

A capacitação consiste em um curso teórico-prático onde, além dos conteúdos curriculares, os participantes recebem um espaço de oficina onde podem trabalhar em equipe alguns aspectos relacionados ao uso de mídias digitais. As inscrições para essas aulas foram abertas na plataforma Cultura en Línea entre os dias 12 de fevereiro e 12 de março.

Os módulos

O plano de formação traz os eixos temáticos segmentados em quatro módulos consecutivos. O primeiro módulo (2 aulas de 2 horas cada) buscou introduzir o/a participante à compreensão das redes sociais no contexto comunicacional atual: compreender as suas vantagens, os desafios impostos pela correta gestão, a utilidade para a comunicação de projetos e empreendimentos culturais.  

O segundo módulo, “Comunicação digital estratégica” (4 aulas de 2 horas), mostra como o planejamento da comunicação por meio das redes sociais impõe a definição de objetivos, públicos, mensagens, tipos de conteúdo, escolha de redes, projeção de tempo e orçamento . 

O Módulo 3, “Produção de conteúdos para meios digitais” (4 aulas de 2 horas), procura demonstrar como o desenho e desenvolvimento de peças para redes sociais começa com a definição estratégica e continua com a produção criativa. Também trata de como a concepção da ideia, o tom do conteúdo escrito e a construção do conteúdo audiovisual representam o principal desafio para que a mensagem concebida chegue efetivamente ao público.

O quarto e último módulo, “Workshop prático em redes sociais” (2 aulas de 3 horas), tem como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre comunicação digital adquiridos nas instâncias anteriores. Partindo da premissa de casos específicos do setor cultural, propõe-se um passo a passo que permite compreender as melhores práticas para a realização de um plano de comunicação digital.

No final, será atribuído um certificado de participação e publicado no site da Direção Nacional de Cultura (www.gub.uy/cultura) um guia sobre “Comunicação digital para projetos culturais de base comunitária”, com acesso livre.

Consultas: Puntosdecultura@mec.gub.uy

29

abr
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Secretaria Técnica realiza sessões informativas sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

Em 29, abr 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

Representantes de municípios, estados e províncias do México e da Argentina têm participado de sessões informativas sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. As reuniões via Zoom são conduzidas por Emiliano Fuentes Firmani, secretário técnico do IberCultura Viva, e Valeria López López e Lisa Moncada, representantes da Direção-Geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do México, que é responsável pela presidência do programa. 

Na última sexta-feira, 23 de abril, o secretário técnico, junto com o representante da Argentina ante o programa, Diego Benhabib, teve um encontro por videoconferência com representantes da Secretaria de Integração Regional e Assuntos Internacionais do governo de Jujuy, província do noroeste argentino. Na terça-feira, 27/04, o encontro foi com representantes de governos locais do México: Aideé Santillán Moreno e Raquel Portillo Casarreal, da Secretaria de Cultura da Cidade do México; Eleonora Isunza Gutiérrez e Lidsay Mejía Anzurez, do Ministério do Turismo e Cultura de Morelos; Sergio Téllez Galván, da Direção de Desenvolvimento Social da Câmara Municipal de Xalapa; Elisabeth Casanova García, da Secretaria de Cultura de Tabasco, e Marco Darío García Franco, do Instituto de Cultura de Veracruz.

Na segunda-feira, 26/04, Emiliano Fuentes Firmani, Valeria López López, Lisa Moncada e Manuel Trujillo fizeram uma sessão informativa para Yazmín Pastrana, diretora de Cultura do município de Jojutla (estado de Morelos), que ingressou na Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais com a entrega da carta de adesão assinada por Juan Ángel Flores Bustamante, presidente constitucional de Jojutla. Com a entrada de Jojutla, o México passa a ter três cidades na rede. San Luís Potosí e Zapopan são os outros dois municípios mexicanos que fazem parte da iniciativa desde 2019. 

A primeira reunião com Yazmin Pastrana, diretora de Cultura de Jojutla, que acaba de aderir à rede

Boas-vindas a Jojutla

Este primeiro encontro com a representante do município de Jojutla começou com uma contextualização, por Valeria López, do programa Cultura Comunitária, lançado em fevereiro de 2019 pela Secretaria de Cultura do México. Voltado para o exercício efetivo dos direitos culturais, o programa do governo mexicano tem entre seus eixos o trabalho com crianças e adolescentes (por meio dos Semilleros Creativos), as interações culturais comunitárias e a promoção da participação cultural comunitária. 

Este processo inclui o trabalho que vem sendo realizado com o IberCultura Viva desde dezembro, quando o México assumiu a presidência do Conselho Intergovernamental. As sessões informativas promovidas esta semana, para que mais municípios possam aderir à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, fazem parte da estratégia de fortalecimento dos processos comunitários no país. E Jojutla é um dos municípios priorizados para o programa Cultura Comunitária.

Com uma população de cerca de 55 mil habitantes, Jojutla fica em uma área de plantio artesanal de arroz (os arrozeiros jogam as sementes para o ar, transplantam manualmente, planta por planta). “Muitas famílias dependem do arroz, é uma cultura muito rica porque os tataravós, avós, pais vêm há muito tempo trabalhando nisso… (…) Sinto que depois dessa geração de arrozeiros o cultivo pode se perder, porque os jovens não estão mais trabalhando com o arroz. É um trabalho muito pesado”, disse Yazmin Pastrana no encontro virtual. “Acho que é uma parte importante da cultura de Jojutla que devemos resgatar.”

Segundo a diretora de Cultura, em Jojutla há um antes e um depois do terremoto que atingiu o México em 19 de setembro de 2017. “Os arrozeiros ficaram praticamente um ano sem trabalhar porque o moinho caiu, reduzindo muito a produtividade. Ainda estão trabalhando a 50%, aos poucos foram melhorando em algumas coisas. No entanto, a fábrica ainda está em processo de reconstrução”, afirmou. “O terremoto também foi um divisor de águas porque ficamos sem uma estrutura em que pudéssemos ter, por exemplo, oficinas culturais. O Centro Cultural de Jojutla, por se tratar de uma antiga estação ferroviária, está com problemas legais para reconstruí-la.”

Enquanto não conseguem reconstruir o centro cultural, a prefeitura organiza oficinas de dança, teatro, pintura e cartonería (onde são feitas esculturas de papelão) em uma unidade que se classifica mais como esportiva do que cultural, o que acaba tornando mais difícil levar a população para os workshops. “O que funcionou aqui foi levar as oficinas de papelão às comunidades, para que os mestres da cartonería continuem passando a tradição”, disse a diretora, destacando também o interesse dos jovens pela dança (contemporânea, folclórica e urbana) e a intenção de remodelar um dos espaços do La Perseverancia (centro desportivo e cultural) para aí realizar algumas oficinas de dança e artes plásticas.

Uma vez confirmada a adesão oficial à Rede de Cidades e Governos Locais IberCultura Viva, o próximo passo será pensar um plano de ação a ser realizado em Jojutla ainda este ano, o que poderá estar vinculado ao trabalho com grupos culturais, à prática de dança ou de cartonería, ou alguma outra atividade de interesse da comunidade. A Colônia Santa Maria é uma das comunidades onde se pretende trabalhar com o programa.

Conforme explicou na sessão o secretário técnico do IberCultura Viva, ao aderir à rede o município assume o compromisso de realizar pelo menos duas atividades em conjunto com o programa. “A rede reúne municípios que desenvolvem ou têm interesse em desenvolver políticas culturais de base comunitária, partindo da perspectiva de que trabalhamos principalmente com coletivos organizados (e não com pessoas)”, destacou Emiliano Fuentes Firmani. “Isso não invalida que o município tenha suas políticas voltadas para as pessoas, mas a ideia é que ele possa articular com os grupos – com recursos próprios – o desenvolvimento de uma política cultural de base comunitária”.

Com esta primeira reunião, inicia-se o processo de cumprimento da proposta de atividades de articulação de Jojutla para a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais em 2021. Uma agenda de trabalho conjunta deverá ser anunciada em breve.

A Rede de Cidades e Governos Locais foi lançada oficialmente durante o 3º Encontro de Redes, em Buenos Aires

Articulação com governos locais

A Rede de Cidades e Governos Locais IberCultura Viva foi oficialmente constituída durante o 3º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado na cidade de Buenos Aires (Argentina) em maio de 2019, após mais de um ano de atividades do Grupo de Trabalho (GT) de Governos Locais formados em Quito (Equador). 

Esta iniciativa de articulação com os governos locais surge como linha de ação do IberCultura Viva, por se entender que são as instâncias do poder público mais próximas das organizações culturais comunitárias e dos povos indígenas, principais sujeitos com os quais o programa trabalha. Esta rede procura gerar espaços de reflexão, consensos e histórias comuns sobre o que são políticas culturais de base comunitária e como podem ser melhoradas a implementação e o impacto dessas políticas nos territórios.

Os governos de municípios, departamentos, estados e províncias que aderem a esta rede participam de um espaço de cooperação e intercâmbio, e  têm como benefícios a possibilidade de aderir às propostas desenvolvidas pelo programa. Entre elas, convocatórias conjuntas para o Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária ministrado pela FLACSO-Argentina, bem como assessoria para a realização de processos de análise das políticas culturais comunitárias desenvolvidas; a criação de uma agenda de trabalho conjunto que promova as principais atividades de cada governo local; a publicação de relatórios sobre políticas culturais de base comunitária e experiências exitosas desenvolvidas em coordenação com a sociedade civil.

Saiba mais sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

Confira os parâmetros para inclusão na Rede de Cidades e Governos Locais

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