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Blog

26

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério das Culturas do Chile abre edital para financiar iniciativas de organizações culturais comunitárias

Em 26, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Desenvolver ações associativas entre organizações culturais comunitárias (OCC), financiar programação artística e cultural local ou implementar um plano de equipamentos para o desenvolvimento de atividades serão algumas das iniciativas contempladas na Convocatória para Financiamento de Iniciativas Culturais Comunitárias (FICC) 2022, que o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, por meio do programa Red Cultura do Departamento de Cidadania Cultural, abriu nesta segunda-feira, 23 de maio.

“Apoiar as organizações locais é uma prioridade para o nosso governo. Queremos fortalecer e continuar a abrir espaços de participação e incidência na gestão cultural que se realiza nos territórios, apoiar iniciativas artísticas e culturais – através de uma visão intercultural – que favoreçam a inclusão social e a identidade das comunidades”, afirma a ministra das Culturas, das Artes e do Patrimônio, Julieta Brodsky Hernández.

Segundo a ministra, “esta convocatória de 2022 representa a transição do trabalho feito até agora através da Red Cultura para o novo programa Puntos de Cultura, que será ajustado e dará ênfase às demandas e exigências das organizações comunitárias”.

(Foto: Centro Cultural El Cahuin de Molina)

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Este ano, o edital conta com uma nova linha de apoio que permitirá financiar pesquisas relacionadas à cultura comunitária, com o objetivo de conhecer experiências territoriais, ou que se refiram ao desenvolvimento de políticas de base comunitária. Em outra linha de apoio, também pode ser financiada a aquisição de insumos e equipamentos.

“Através do trabalho conjunto buscamos aliviar e facilitar a construção de identidades culturais territoriais. Queremos tornar visível a forma como se expressam. Não acreditamos que a cultura seja algo que deva ser entregue, mas, ao contrário, acreditamos que as expressões culturais surgem das próprias comunidades e dialogam com o resto do país, dando vida ao que chamamos de Democracia Cultural ”, destaca Julieta Brodsky.

O orçamento total estimado para este edital é de 630 milhões de pesos chilenos (cerca de 754 mil dólares). De acordo com as linhas de candidatura, os montantes para financiar as iniciativas variam entre 3 milhões e 10 milhões de pesos. As inscrições estarão abertas até 5 de julho de 2022, às 17h (horário de Santiago do Chile).

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Linhas de apoio

1.Linha de Ativação Artística e Cultural da Comunidade

Modalidade de trabalho em rede nos territórios: Busca fortalecer as redes associativas de intercâmbio, colaboração, cooperação e reciprocidade entre OCC, por meio de ações voltadas à promoção da gestão cultural comunitária de todas em conjunto.

Modalidade de iniciativas artísticas comunitárias: Tem como objetivo financiar iniciativas que fortaleçam a programação artística cultural junto à comunidade e ao território de origem da OCC postulante.

2. Linha de Fortalecimento de Organizações Culturais Comunitárias 

Procura apoiar o fortalecimento e consolidação das OCCs territoriais através da complementaridade da programação artística cultural e com a comunidade onde está inserida, quer no domínio da gestão cultural comunitária, quer nas suas atividades de promoção e ativação do tecido social comunitário.

3. Linha de Implementação para Organizações Culturais Comunitárias 

Esta linha destina-se a financiar a aquisição de insumos e equipamentos para as OCCs ativas, com personalidade jurídica. A implementação financiada deve apoiar as atividades artísticas da OCC, permitindo a incorporação de novas atividades ou ampliando o repertório de expressões artísticas voltadas para a comunidade local.

4. Linha de Acervo Documental sobre Cultura Comunitária

Busca contribuir com pesquisas relacionadas a questões relacionadas à cultura comunitária, incentivando a elaboração de textos que promovam o reconhecimento e valorização das organizações comunitárias culturais e sua contribuição para a construção de uma sociedade diversificada e atuante.

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Quem pode se candidatar?

Podem candidatar-se organizações culturais comunitárias que contribuam para a integração social e para o fortalecimento da identidade e diversidade cultural do seu território local. Podem ter ou não personalidade jurídica, com exceção da Linha de Implementação de Organizações Culturais Comunitárias, em que é obrigatório ter personalidade jurídica válida.

Pessoas físicas com experiência em gestão cultural comunitária ou publicações sobre cultura comunitária podem candidatar-se à Linha Acervo Documental sobre Cultura Comunitária.

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Consultas

Dúvidas podem ser feitas para o e-mail redcultura@cultura.gob.cl

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Como se inscrever?

Você só pode se inscrever digitalmente enviando um e-mail para summons.redcultura@cultura.gob.cl. Não serão aceitas inscrições pessoalmente ou por carta registrada.

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Prazo de inscrição

De 23 de maio a 5 de julho de 2022.

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Confira o regulamento

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Leia também:

Ministerio de las Culturas anuncia apertura de convocatoria para apoyar y financiar iniciativas de Organizaciones Culturales Comunitarias

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(Fonte: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio)

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25

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Secretaria de Cultura do México lança edital para apoiar arquivos e museus comunitários

Em 25, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

A convocatória “Memórias Vivas: Apoio à gestão e promoção de arquivos e museus comunitários 2022”, lançada nesta terça-feira, 24 de maio, pela Secretaria de Cultura do Governo do México, tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento de repositórios que promovam e divulguem a diversidade cultural e a memória local das comunidades do país. As inscrições estarão abertas até o dia 14 de junho.

Podem participar organizações culturais comunitárias, como coletivos, cooperativas e grupos legalmente constituídos ou não, que realizem atividades culturais, educativas e de comunicação em benefício de povos, grupos e comunidades com acesso reduzido a serviços e bens culturais.

As organizações culturais comunitárias que queiram participar devem apresentar um projeto de gestão ou promoção de arquivos ou museus comunitários, em um dos seguintes eixos temáticos: gênero e diversidade sexual, memória e identidade, não discriminação e diversidades socioculturais, patrimônio biocultural e práticas culturais e expressões culturais.

O projeto também deve contemplar uma proposta curatorial sobre os resultados e experiências do processo, a ser apresentada em um espaço destinado para isso dentro do Bosque de Chapultepec ou em outros espaços da Secretaria de Cultura. 

Serão concedidos até 32 prêmios de 125 mil pesos mexicanos pela execução do projeto proposto. O recurso financeiro será utilizado para cobrir despesas de apoio aos participantes, equipamentos, materiais e insumos, divulgação e operação dos espaços de atendimento ao cliente, de acordo com as necessidades do projeto.

Esta convocatória é uma iniciativa da Direção Geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do Governo do México, em parceria com a Secretaria de Cultura da Cidade do México e no âmbito do projeto Chapultepec, Natureza e Cultura. Todas as organizações culturais comunitárias interessadas em participar devem estar cadastradas no Telar, o Cadastro Nacional de Espaços, Práticas e Agentes Culturais.

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Confira o regulamento: https://memoriasvivas.cultura.gob.mx

Consultas: memoriasvivas.dgvc@cultura.gob.mx 

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25

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Biodiversidade, interculturalidade e patrimônio: os dois projetos do Equador selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 25, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

A Confraria de Culturas Vivas de Chocó Biogeográfico e a articulação de bioprodutores na Feira de Guancavilca foram as duas redes equatorianas selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022. O primeiro busca reconhecer e apropriar-se da riqueza natural e cultural do território por meio de rodas de conversa e intercâmbio de saberes entre as comunidades e os Governos Autônomos Descentralizados. A segunda visa reunir artesãos de pelo menos 10 comunas no 1º Encontro de Bioprodutores Artesãos de Santa Elena, que incluirá uma tenda, palestras, apresentações artísticas e atividades recreativas para crianças.


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 * Nome da rede ou articulação: Confraternidad de las Culturas Vivas del Chocó

 * Nome do projeto: “Articulación de la Red de Colaboración de la Confraternidad de las Culturas Vivas del Chocó Biogeográfico Ecuatoriano”

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O Chocó biogeográfico é uma região que se estende desde o Canal do Panamá até Cabo Pasado, no litoral equatoriano, passando pela costa do Pacífico da Colômbia. Esta região é conhecida por sua extraordinária biodiversidade, grande variedade de ecossistemas e também pela diversidade étnica e cultural. No Equador, onde atravessa três províncias (Esmeraldas, Pichincha e Manabí), Chocó se caracteriza como local de assentamento de comunidades negras e indígenas das etnias Chachi, Épera e Awá. A elas se destina uma das iniciativas selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022.

A Confraria de Culturas Vivas do Chocó Biogeográfico Equatoriano, rede que propôs este projeto no edital do IberCultura Viva, é um processo intercultural que tende a conhecer e articular as agendas programáticas (e políticas) mantidas pelas diversas organizações de base comunitária, bem como os povos e nacionalidades assentados no vasto território do Chocó equatoriano

A proposta apresentada busca tecer uma cooperação de longo prazo a partir de uma agenda conjunta de atividades entre as organizações participantes, entre os meses de junho e setembro de 2022. Além de reconhecer e apropriar as riquezas naturais e culturais do território, o projeto tem como objetivo abrir espaços à criatividade e propostas dos jovens; reativar os espaços comunitários através da criação de pomares e fortalecer os processos internos de capacitação.

As atividades programadas para o mês de setembro serão realizadas nas comunidades de Santa María del Cayapas, paróquias de Nono e Lloa, e em Santo Domingo de los Colorados. A intenção é realizar círculos da palavra e intercâmbios de conhecimentos entre as comunidades e os Governos Autônomos Descentralizados (GADs), além da produção de vídeos, fotografias e registros etnográficos. 

A comunidade de Santo Domingo de los Colorados, por exemplo, trabalhará com hortas urbanas. A de Santa María del Cayapas, por sua vez, receberá os expoentes do tradicional chachi e afro marimba, em torno do mentidero, que é uma recriação do contexto comunicacional da região. Mentidero é um lugar onde as pessoas se reúnem para contar as coisas que acontecem no cotidiano da comunidade e também para relembrar histórias do passado, comentar sobre os acontecimentos políticos atuais e inventar histórias e fábulas (daí o nome de “mentidero”). 

Além de dar voz à juventude por meio de espaços de escuta e coleta de propostas, o projeto se propõe a criticar as abordagens de gênero que vêm exclusivamente das cidades, abarcando as perspectivas do feminismo rural e o estudo e posicionamento das mulheres de Chocó.

(Foto: Cayapas Intercultural)

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Organizações participantes

A Coalición Intercultural del Río Cayapas é uma rede que reúne os grupos Chachi, Épera, Awá e Afro-Equatorianos, enfatizando manifestações artísticas e socioculturais vinculadas à educação e ao cuidado integral dos territórios: espiritual, político e científico. Criada em 2019 na província de Esmeraldas, a coalizão mantém relações estreitas com os Governos Paroquiais Autônomos Descentralizados das comunidades Atahualpa/Camarones (Santa María del Cayapas), Telembí e San José. 

A Red Juvenil Chocó Andino, também participante do projeto, é uma organização comunitária, um coletivo de coletivos que iniciou formalmente sua trajetória em 2018. É formada por jovens homens e mulheres que trabalham em prol de seu território, além dos interesses individuais, nas províncias de Pichincha e Esmeraldas.

El Faro Cultural de Lloa, por sua vez, é um processo multidisciplinar que desde 2018 promove a pesquisa e criação artística permanente, bem como a gestão cultural comunitária ligada às artes cênicas e audiovisuais, educação alternativa, saberes ancestrais e práticas de permacultura. Seu objetivo é melhorar a qualidade de vida da comunidade, por meio do exercício das artes e dos saberes populares ancestrais, direitos culturais, participação cidadã e sistematização de conteúdos que possam ser transmitidos de geração em geração em um contexto intercultural, diverso e sustentável. 

A Fundación Cultural para la Investigación Teatral Antropológica Transcultural Luban Oko, que é a organização responsável pelo projeto, foi criada em 2006 em Santo Domingo de los Colorados. Suas atividades estão focadas na formação e criação de públicos para as artes cênicas, bem como na investigação de culturas vivas na interculturalidade e na geração de intercâmbios – em nível local, nacional e internacional – com instituições de cultura e educação.

(Foto: Centro Cultural Luban Oko)

Da mesma forma, participa do projeto La Red Ecuatoriana de Cultura Viva Comunitaria, que desde 2015 vem apostando na visibilidade, no fortalecimento e na articulação de artistas, gestores e grupos culturais que trabalham a partir do independente e da comunidade. Sua atuação se concentra em quatro eixos: fortalecimento organizacional por meio de espaços de diálogo e capacitação permanente; sustentabilidade por meio da geração de programação coletiva e gestão de recursos; articulação no território a partir de intercâmbios, encontros e circulação cultural, gerando diversas redes, e na incidência de políticas culturais de base comunitária.

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* Nome da rede ou articulação: Feria de Guancavilca

* Nome do projeto: Guancavilca – Primer Encuentro de Bioproductores Artesanales de Santa Elena

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O Primeiro Encontro de Bioprodutores Artesanais de Santa Elena, que será realizado no distrito de Olón, nasceu da necessidade de visibilizar a criação artística e artesanal dos produtores e bioprodutores das comunas, articular as suas iniciativas em torno do resgate e valorização dos valores ancestrais das suas práticas culturais e interculturais e contribuir para o seu desenvolvimento. Neste evento, será inaugurada a tenda Guancavilca, especializada em expor e fornecer artesanato comunal da província. 

Artesãos de pelo menos 10 comunas de Santa Elena devem participar deste encontro, trazendo produtos agroecológicos, joias, roupas e outras peças feitas com materiais diversos, como metais preciosos, madeira, abacá, guadua, tagua, palha de toquilla, palo santo, muyuyo, folha de palmeira, etc. Também estão previstas apresentações artísticas, palestras educativas e atividades recreativas para crianças.

O projeto apresentado ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 tem como objetivos a conservação do patrimônio imaterial, a valorização da produção artística e artesanal e o uso sustentável dos materiais da região. Além disso, busca oferecer capacitação, empoderamento e alternativas de trabalho para as mulheres da região.

(Fotos: Feria Guancavilca)

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A rede de bioprodutores

A Feira de Guancavilca surgiu em outubro de 2020 por iniciativa do município de Olón, como parte do Festival de Guancavilca, que acontece anualmente. As bioempresas do corredor de Chongón Colonche lideraram a proposta, com a participação de empresários locais e residentes nacionais e estrangeiros, com o objetivo de ter um rendimento permanente para as famílias, dada a necessidade de recuperação da crise derivada da pandemia de Covid-19. 

Segundo seus organizadores, a Feira de Guancavilca é uma iniciativa autossustentável que nasceu com identidade e senso de pertencimento cultural, que está enraizada em suas tradições ancestrais de conservação da terra por meio da produção de artigos e insumos para a sobrevivência das famílias. Entre seus princípios e eixos de atuação estão a horizontalidade e o governo coletivo, as relações interculturais e a equidade entre os empresários.

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Organizações participantes

A Associação Produtiva Artesanal Nobre Guadua foi criada em 2019 em Santa Elena, mas sua história remonta a 2010, quando surgiu como uma corporação reconhecida pelo então MIPRO (hoje Ministério da Produção, Comércio Exterior, Investimentos e Pesca). A associação produz uma gama considerável de produtos utilitários e artesanais à base de cana-de-guaduá, e vem aperfeiçoando designs e acabamentos em móveis, pequenas construções e artigos de uso pessoal, como canudos e kits de talheres. 

O Grupo Agroecológico Valles de Olón, criado em Santa Elena em setembro de 2021, realiza iniciativas como a produção de biol orgânico (composto de frutas locais) e agromil orgânico (repelente à base de plantas medicinais e composto). Seus membros pertencem às comunidades de Olón Sitio Nuevo, San José Río Blanco, Casas Viejas e Febres Cordero.

A Associação de Artesãos de Cerro Grande, por sua vez, desde 2009 desenvolve suas atividades em torno do manejo, criação e comercialização da tagua (palmeira de caule curto e copa frondosa, que produz uma semente cujo endosperma é o marfim vegetal, que é utilizado para fazer botões, amuletos, etc.). A recolha da semente de tagua é feita em vários locais do território montanhoso, contribuindo para a salvaguarda das espécies endêmicas da zona.

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25

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Artistas e gestores culturais de São Leopoldo participam de intercâmbio em Canelones, no Uruguai

Em 25, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Cerca de 40 artistas independentes e gestores culturais da cidade de São Leopoldo (Rio Grande do Sul, Brasil) participaram de um intercâmbio no departamento de Canelones (Uruguai), entre os dias 20 e 22 de maio. As performances ocorreram nos municípios de Canelones, Las Piedras, Salinas, Los Cerrillos e Sauce. A Caravana Cultural foi resultado de um edital promovido pela Rede Mercociudades. Em agosto será a vez de São Leopoldo receber artistas de Canelones para apresentações e oficinas.

O secretário de Cultura e Relações Internacionais de São Leopoldo, Pedro Vasconcellos, avaliou o intercâmbio como muito positivo tanto para os artistas brasileiros quanto para o público uruguaio que acompanhou as apresentações e oficinas. “Nossa tarefa de incentivar a troca cultural entre diferentes manifestações artísticas presentes na nossa cidade foi bem proveitosa. Os espaços para as apresentações foram uma excelente oportunidade para os artistas de São Leopoldo realizarem suas interações estéticas”, afirmou.

Para Vasconcellos, esta primeira caravana cumpriu um papel importante de integração, e deve proporcionar outros intercâmbios com Montevidéu e Porto Alegre, como o Carnaval de 2023, e um seminário no Uruguai, em setembro. “Na segunda etapa deste intercâmbio, em agosto, vamos preparar um grande festival para receber a comitiva de artistas e gestores culturais uruguaios”, destacou o secretário. “Também teremos capacitações realizadas por integrantes do governo uruguaio aqui e de nossos gestores culturais lá. Vamos organizar essas ações para o ano que vem.”

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Espetáculos e oficinas

Nesta que foi a primeira etapa do intercâmbio, no departamento de Canelones, a programação incluiu visitas a espaços culturais e apresentações e oficinas de dança, teatro, música popular brasileira, música cigana, música latino-americana, samba, fotografia, muralismo, literatura e carnaval. 

A bailarina Alexandra Castilhos, que promoveu uma oficina de dança contemporânea no Centro Cultural de Salinas, no dia 21 de maio, destacou que as linguagens artísticas criam um fluxo próprio de comunicação e de encontro. “Durante a oficina pude me aproximar de bailarinas e professoras de tango, de dança contemporânea. Pude conhecer equipamentos de cultura e vi como o Centro Cultural de Salinas atua como espaço formativo em dança. Esse tipo de política pública é essencial para a difusão e o fortalecimento da dança em um território”, relatou. 

Cris Rosa, que também apresentou em Salinas o espetáculo “Rosa Choque Quase Vermelho”, ao lado de Carolina Willrich e Bianca Weber, disse que foi emocionante voltar à cena depois de dois anos de pandemia, em um intercâmbio cultural no Uruguai. “O trabalho é de 2008 e foi uma experiência incrível de arte coletiva, envolvendo diferentes expressões artísticas. Sou grata pela vivência e pela interação do público, que foi muito sensível. Estou de alma lavada e forças renovadas com tamanha receptividade”, contou.

Para a diretora do Centro Cultural Salinas, Anabel Marichal, a performance  superou suas expectativas. “Me emocionou profundamente. Uma conjunção entre o simbólico, o árido da cena, levado ao mínimo para mover o máximo. Uma finesse absoluta em cada seleção, em cada movimento, sem perder a força e a contundência de corpos super profissionais, permeados de emoção. Uma obra tão linda, tão minimalista e tão comovente, que deixou o público estremecido”, comentou.

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Visitas técnicas

A comitiva de São Leopoldo que esteve no Uruguai neste fim de semana também participou de visitas técnicas, como as que fizeram a diretora do Museu do Trem, Alice Bemvenuti, e o diretor de Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura de São Leopoldo, Joel Santana, no dia 21 de maio. Guiados por Gabriela Fernandez, responsável pela Rede de Museus de Canelones, eles conheceram primeiro o Museo Ferroviario Don Eduardo Hernandez Peña, na cidade de Empalme Olmos, e depois o Museo del Ferrocarril, em Montevidéu. “Em ambos os museus as peças encontram-se muito bem preservadas, incluindo uma maquete de ferromodelismo com todas miniaturas funcionando”, comentou Alice Bemvenuti.

O Museo Ferroviario Don Eduardo Hernandez Peña, que tem gestão público-privada, conta com uma exposição dentro de um vagão, onde encontram-se objetos da ferrovia, como telégrafo, sistemas de segurança, móveis, uniformes, ferramentas diversas, bilhetes de passagens e carimbadores. O museu situa-se em um pátio ferroviário que ainda está em funcionamento, mas com alguns vagões antigos e locomotivas em desuso. O complexo inclui armazéns – um deles transformado em ginásio municipal, com atividades desportivas -, uma vila com as casas dos ferroviários e um clube ativo, que ocupou uma oficina de locomotiva e que hoje tem um teatro para a comunidade.

Em Montevidéu, o percurso no bairro Peñarol iniciou no Museo del Ferrocarril e depois seguiu para o local de residência dos ingleses, que foram os investidores da ferrovia no Uruguai no período entre 1869 até 1914. Ainda no percurso, os integrantes da comitiva conheceram um centro cultural chamado Centro Artesano. que foi construído pela ferrovia, com um teatro aberto à comunidade. O roteiro foi finalizado em uma rotunda que abriga a garagem de locomotivas, com sistema giratório, algumas máquinas recuperadas e carros restaurados pelos membros do Círculo de Estudos Ferroviários.

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 (*) São Leopoldo é um do municípios integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Conheça mais sobre a rede: https://iberculturaviva.org/rede-de-cidades/

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Assista a um trecho de um dos shows:

https://fb.watch/deb0RJMUgv/

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Leia também:

Artistas leopoldenses apresentam performance cultural no Uruguai

Intercâmbio no Uruguai viabiliza apresentações de artistas leopoldenses

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(Fonte: Secretaria de Cultura e Relações Internacionais de São Leopoldo)

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23

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Andrea Neira inicia a série de aulas abertas do Curso de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária 2022

Em 23, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

 

A primeira aula aberta da edição 2022 do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária FLACSO-IberCultura Viva será um encontro com Andrea Neira, nesta quinta-feira, 26 de maio, às 12h (horário de Brasília). A palestra “Cultura e Decolonialidade” será transmitida no canal IberCultura Viva no YouTube

Professora universitária há mais de 11 anos, em diversas universidades públicas e privadas da Colômbia, Andrea Neira é doutoranda em antropologia na Universidade de Cauca, com mestrado em Estudos Feministas e de Gênero. Também tem no currículo trabalhos com gestão acadêmica e administrativa de pesquisa e projeção social. 

Além de coordenadora do Grupo de Trabalho “Epistemologias, territórios e cultura decoloniais”, da CLACSO, ela é pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Gênero da Universidade Nacional da Colômbia e faz parte do grupo de trabalho “Masculinidades na América Latina. Fricções, vazamentos e fissuras”. 

Seus temas de pesquisa, atravessados ​​especialmente por feminismos negros e pós-coloniais, são: masculinidades, militarização, conflito armado e processos de reincorporação; economias alternativas e feministas; subjetividades juvenis, hip hop e paz; e pós-desenvolvimento e alternativas ao desenvolvimento. Em 2019, Andrea Neira ganhou o Prêmio Jorge Bernal de Investigación Social.

Outras duas aulas abertas serão realizadas este ano, na quinta turma do curso ministrado no campus virtual da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina). Esses encontros virtuais (pelo Zoom) contam com a participação dos alunos matriculados no curso (que podem tirar dúvidas durante a videoconferência) e estão disponíveis no canal do YouTube do IberCultura Viva para quem quiser assistir depois.  

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Aulas anteriores

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As aulas transmitidas pelo YouTube foram uma novidade da edição 2021 do Curso Internacional de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária. A primeira palestra, realizada em 27 de maio de 2021, foi “Cultura: espécies culturais digitais e territoriais“, do professor Omar Rincón (Colômbia). A segunda, em 15 de setembro, foi “Gestão cultural dissidente, decolonial, comunitária e feminista“, dada pela guatemalteca Lucía Ixchíu. A argentina Laura Taube ministrou a terceira e última aula aberta do ano, “Desenvolvimento de públicos para o setor cultural”, no dia 11 de novembro.

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Acompanhe a transmissão:

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Quando:

Quinta-feira, 26 de maio

9h (CRI-SLV), 10h (COL-MEX-ECU-PER), 11h (CHL-BOL – VEN-PRY), 12h (ARG-BRA-URY), 17h (ESP)

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20

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Rede Estação Sonidos da Esperanza apresenta Seminário de Comunicação Livre e Decolonial

Em 20, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Na próxima quarta-feira, 25 de maio, será realizado o 1º Seminário Internacional de Comunicação Livre e Decolonial, promovido pela Rede Estação Sonidos da Esperanza. No encontro, que contará com a participação de pessoas convidadas de diferentes países latino-americanos, serão abordados temas como políticas públicas, cultura popular, agroecologia, diversidade de gênero, povos originários, população afrodescendente e coletivos de comunidades migrantes. O seminário será transmitido a partir das 19h (horário de Brasília) por Facebook, YouTube e web radio.

Estação Sonidos da Esperança é uma articulação de oito organizações e coletivos de Brasil, Argentina e México tem como principal objetivo salvaguardar a memória do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária (CVC). Entre as ações propostas estão a criação de podcasts com informações sobre políticas públicas e narrativas do movimento que mostram a diversidade sociocultural brasileira e ibero-americana. 

Com este projeto, que foi um dos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021, as organizações e coletivos participantes trabalham na produção de programas radiofônicos em formato de podcasts, que abordam temas vinculados à diversidade de gênero, povos originários, população afrodescendente e coletivos de comunidades migrantes, entre outros. 

Esses programas são produzidos em formato de cápsulas e estão disponíveis para serem transmitidos por rádios comunitárias e rádios web conectadas com o movimento de Cultura Viva Comunitária (CVC). O projeto conta com a produção de oito séries em formato de podcast, com cinco episódios de cada instituição participante. 

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Organizações participantes e temas abordados nos podcasts:

. Associação Urucungo / Ponto de Cultura Orquestra Sertão (Arcoverde/PE-Brasil) : população afrodescendente 

. Coletivo Conexão Catimbau (Arcoverde/PE-Brasil): povos originários e afrodescendentes 

. La Coyotera Radio Comunitaria (Jalisco/México): gênero e povos originários

. Coletivo Feminino Flores de Claudete (Cabo de Santo Agostinho/PE-Brasil): agroecologia, gênero e sustentabilidade 

. ONG Más Música, Menos Balas Guadalajara (México): mujeres indígenas lideresas, povos originários, gênero 

. Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde, Cultura e Direitos das Lésbicas e Bissexuais Negras – REDE SAPATÁ (Brasil) 

. Associação do Culto Afro-itabunense (Itabuna/BA-Brasil): população afrodescendente

 . Comunidad Huarpe Guaytamari – Organización de Naciones y Pueblos Indígenas en Argentina-ONPIA (Organización de Pueblos Originarios (Mendoza/Argentina) 

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Onde escutar: https://anchor.fm/redesonidosdaesperanza/ https://open.spotify.com/show/4Yq3INxernapvtwd4ie7nX?si=5b89d771df504fa8 

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Transmissão:

 https://www.facebook.com/orquestra.sertao 

https://www.youtube.com/c/conexaocatimbau 

Transmissão ao vivo na Web Rádio Catimbau: https://catimbau.minhawebradio.net/ 

Informações: sonidosdaesperanza@gmail.comhttps://www.instagram.com/sonidosdaesperanza/

18

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Encontros de Resistências e Mural da Cultura Viva Comunitária: os projetos do México selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 18, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

A Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala, formada por organizações e coletivos do México e da Colômbia, e o Tejido Ser Comunitarios são as duas articulações que apresentaram as propostas selecionadas pelo México no Edital  IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022. 

Os dois projetos serão realizados no país a partir de junho. Os Encontros de Resistência Cultural e Territorial de Abya Yala serão realizados na Cidade do México e nos estados de Chiapas e Oaxaca, entre 6 e 30 de junho. O segundo projeto, o Mural da Cultura Viva Comunitária de Cuautepec, será realizado entre junho e agosto no Centro Cultural El Arbolillo (Cuautepec, Cidade do México).


(Foto: Cooperativa Tierra Negra)

 

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* Nome da rede ou articulação: Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala

* Nome do projeto: Encontros de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala

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Os Encontros de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala, previstos para junho na Cidade do México e nos estados de Chiapas e Oaxaca, têm como eixo central o intercâmbio de saberes e experiências entre as diferentes organizações que compõem esta rede em torno do papel da comunicação alternativa nas lutas pela defesa dos territórios. 

Esse compartilhamento de experiências se dará em espaços de encontro como oficinas, fóruns de vídeo, espaços de diálogo e socialização de projetos, que ocorrerão durante a circulação de várias coletividades pelo percurso da Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala, como tem sido chamado o tecido de territórios que será a base de acolhimento para as atividades realizadas no âmbito desta proposta. 

Tecendo comunicação, tecendo territórios (Foto: Sandía Digital)

O projeto tem como objetivo a realização de três fóruns de vídeo sobre defesa territorial, a partir de narrativas e estratégias de comunicação comunitária; dois encontros entre as coletividades da rede que fortalecem trocas de experiências, metodologias e articulações futuras, além de um ciclo de oficinas para a construção de uma estratégia de comunicação autônoma e comunitária por meio de fanzine, rádio, vídeo e segurança digital.

De acordo com a proposta apresentada ao IberCultura Viva, em Chilón (Chiapas), o ciclo de oficinas visa fortalecer o tecido comunitário através da capacitação em diferentes estratégias de comunicação com as culturas camponesas e nativas. A mostra audiovisual em San Cristóbal de las Casas permitirá a memória do que foi caminhado a partir dos meios de comunicação e da defesa territorial, e o encontro em Oaxaca permitirá ampliar e tecer redes para a emergência e a solidariedade entre coletivos de mídia livre e dos bairros. O vídeo-fórum na Cidade do México, por sua vez, gerará um espaço de reflexão de vizinhos e vizinhas em torno da construção de territórios autônomos.

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Rede proponente

O trabalho da Rede de Resistências Culturais e Territoriais de Abya Yala tem quatro vertentes: autonomia, comunicação comunitária, feminismo e defesa do corpo-território. A iniciativa busca reunir e aproximar em solidariedade as resistências territoriais da América Latina a partir do trabalho presencial -ou seja, nos próprios territórios-, apoiado pelas ferramentas da mídia livre e da era da informação. 

Ao se reunir no México, seus membros pretendem compartilhar suas experiências de vida/trabalho em diferentes momentos, sistematizar suas metodologias, formar mais e novos jovens em seus próprios territórios, bem como fortalecer os diálogos intergeracionais, interculturais e transnacionais.

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Organizações participantes

(Foto; Sandía Digital)

La Sandía Digital, criada na Cidade do México em 2011, é uma organização feminista de produção audiovisual colaborativa, formação e comunicação estratégica. Trabalha com movimentos de base, organizações da sociedade civil e comunidades, em prol da justiça socioambiental e de gênero e dos direitos humanos, para transformar narrativas e fortalecer seu impacto político e público, por meio de três linhas de ação: produção audiovisual, processos de formação e comunicação estratégica. Desde 2013 constitui-se como associação civil, mas continua a apostar num modo de governança horizontal, em que orientações e decisões estratégicas são tomadas em assembleia.

O Festival Nacional de Cinema e Vídeo Comunitário do Distrito de Aguablanca (FESDA) é um grupo de mulheres comprometidas com a comunicação comunitária para contar, resistir e sonhar desde as periferias. Além de fazer e exibir filmes nas ruas, nos bairros, com as comunidades, com a resistência, promovem processos de formação audiovisual para fortalecer o tecido comunitário em nível nacional e latino-americano. FESDA nasceu em 2009 no distrito de Aguablanca, território a leste da cidade de Cali (Colômbia) que se configurou a partir de processos de desalojamento causados ​​pela violência estrutural sofrida pelo Pacífico rural colombiano, que fez com que as comunidades — principalmente afrodescendentes — se mudassem para as cidades, neste caso Cali, e construíssem bairros no que chamam de Pacífico Urbano. 

(Foto: Festival de Cine y Video Comunitario del Distrito de Aguablanca)

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Também da cidade de Cali vem a Cooperativa Tierra Negra, uma comunidade que desde 2019 se dedica ao campo da comunicação, publicação, gráfica, filme e vídeo comunitário, comunicação direta e própria com perspectiva autônoma, coletiva, autogerida, feminista e da defesa de territórios e povos. Como definem na inscrição ao edital: “Nos inspiramos nas mãos que movem a terra, plantam e cuidam dela. A luta que a liberta, o fogo que lhe dá vida e a organização que lhe dá esperança. Somos coletivos que acreditam na fertilidade do encontro para a difusão, no poder da comunicação e no poder das vozes que cuidam e tornam a vida possível”.

O Projeto Videastas Indígenas da Fronteira Sul (PVIFS), criado em 2000 em San Cristóbal de las Casas, Chiapas (México), tem trabalhado para ajudar os povos, organizações e comunidades indígenas de Chiapas e do sul do México a alcançar os objetivos de suas agendas sociais e promover a criação de multiplicadores ou “cinegrafistas populares” capazes de promover novas políticas culturais. O trabalho de formação dos indígenas tem consistido em cursos e seminários que partem de necessidades específicas para explorar questões técnicas, artísticas e humanísticas de forma colaborativa. A maioria dos alunos são jovens e mulheres indígenas, membros de organizações sociais e culturais de Los Altos, La Selva e dos Vales Comitecos de Chiapas.

O Grupo de Trabalho Corpos, Territórios e Resistência (GT-CUTER), por sua vez, é um grupo de pesquisadores e ativistas de 14 países, criado em 2016. Sua caminhada entre academia, ativismo, comunicação e acompanhamento de indígenas, afrodescendentes e populares movimentos sociais em seus territórios explora, reflete e debate sobre a articulação que existe entre as diversas formas de resistência, corpos e territórios. Para o grupo, o reconhecimento das práticas e narrativas de resistência, autonomia e defesa da vida “é um horizonte que põe em movimento um tipo de trabalho investigativo e de ciências sociais públicas, preocupado com a vida comunitária e a compreensão das dinâmicas locais, regionais e globais que se articulam em um sul global que resiste criativamente”.

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* Nome da rede ou articulação: Tejido Ser Comunitarios

* Nome do projeto: Mural da Cultura Viva Comunitária Cuautepec

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O Mural da Cultura Comunitária Viva Cuautepec, proposto pela articulação Tejido Ser Comunitarios no Edital IberCultura Viva para Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, será realizado entre junho e agosto no Centro Cultural El Arbolillo, Cuautepec, Cidade do México. De acordo com a organização responsável pelo projeto, os murais realizados na Colônia Vista Hermosa geraram transformações no campo cultural e levaram à reflexão sobre memória, identidade e patrimônio.

(Foto: Cooperativa Cultura El Arbolillo)

“Esta proposta busca projetar a memória dos grupos e organizações que contribuíram para a cultura de nossa cidade muito antes de nós, honrando sua influência e esforço, além de moldar sua própria identidade como organizações culturais”, explica o artista comunitário Aldo Adrián Nuño López, que inscreveu o projeto no edital em nome da rede.

Para a execução deste mural comunitário de grande formato, serão desenvolvidas três sessões de círculos da palavra, onde será configurado um esboço em conjunto. A ideia é que seja um mural interativo, no qual a realidade aumentada será aplicada para que a interação seja gerada por meio de dispositivos móveis. O tema “arte e cibercultura” será abordado em uma das três rodas de conversa que serão realizadas no âmbito do projeto.

Também está previsto um festival cultural de apresentação do mural, onde serão ministradas quatro oficinas para a autonomia financeira, por mulheres do grupo Artesãos de Cuautepec. Estas oficinas serão de bordados, pulseiras de miçangas, pulseiras tecidas e bolsas.

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Rede proponente

As entidades que apresentam o projeto nesta convocatória mantêm uma estreita colaboração desde 2016, tendo realizado de 2016 a 2019 a feira de migrantes na localidade de Gustavo A. Madero (GAM), bem como murais no Centro Cultural Vista Hermosa. Em Vista Hermosa, a área na entrada da Serra de Guadalupe, onde antes era um depósito de lixo, foi resgatada para fazer um parque recreativo ambiental.

 “Essas atividades dos murais foram um divisor de águas na visibilidade de nossa rede na localidade”, comemora Aldro Adrián. Além da atenção da Secretaria do Meio Ambiente, este ano a rede recebeu o apoio da área de Cultura da prefeitura para realizar oficinas semanais para que os moradores da comunidade continuem frequentando. 

 

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Organizações participantes

A Cooperativa Cultural El Arbolillo Cuautepec, responsável pelo projeto, começou em 2015 como um coletivo na Cidade do México, com o objetivo de criar espaços próprios e comunitários para transmitir arte e promover a cultura através da criação de murais e da realização de oficinas. Vinculados a artistas e organizações comunitárias locais, participam e compartilham seminários, conferências e apresentações de livros, além de colaborarem com diversas atividades culturais. Em 2018 constituem-se como cooperativa, tendo a possibilidade de oferecer suas práticas como um serviço de apoio à educação artística a diferentes organizações, instituições, etc., na perspetiva da economia social e solidária.

(Foto: Cooperativa Cultural El Arbolillo)

O Coletivo Cultural Vista Hermosa, criado em 2018 na Cidade do México, luta para mudar as condições de vida de sua comunidade desde a década de 1990. Seus membros são migrantes de Chilacachapa (Guerrero), e em 2005 passaram a administrar o Centro Cultural Vista Hermosa, com a convicção de que arte e cultura são poderosas ferramentas de transformação. Com a formação como coletivo em 2018, continuaram a promover atividades não só no centro cultural, mas também na área que resgatam como vizinhos, com o apoio dos jovens do Arbolillo em ações como a criação de murais comunitários e a programação cultural da colônia.

Artesanos de Cuautepec é uma organização formada por famílias migrantes que existe desde 2015 na Cidade do México. O grupo realiza a feira dos migrantes na Prefeitura de Gustavo A. Madero desde 2016, com o apoio de diversos elencos e grupos locais e de toda a zona norte do GAM. A organização é composta majoritariamente por mulheres, que realizam oficinas para a autonomia financeira.

(Foto: Colonia Villa Hermosa)

17

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Chacchando Sueños e o V Congresso Latino-Americano de CVC: os projetos do Peru selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 17, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

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Os dois projetos de redes peruanas selecionados no Edital IberCultura Viva  de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022 são o IX Encontro Internacional de Cinema Comunitário Chacchando Sueños, uma iniciativa da Rede Nacional de Microcines Chaski, e o V Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, promovido por uma rede de diversas organizações de todo o Peru e integrante do Movimento Latino-Americano CVC. Ambos os eventos ocorrerão em outubro.

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(Foto: Grupo Chaski)

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* Nome da rede ou articulação: Red Nacional de Microcines Chaski

*Nome do projeto: IX Encontro Internacional de Cinema Comunitário Chacchando Sueños 

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O IX Encontro Internacional de Cinema Comunitário Chacchando Sueños será realizado de 27 a 29 de outubro de 2022, em 32 distritos de 10 regiões do Peru: Puno, Cusco, Ayacucho, Apurimac, Ica, Lima, Ancash, La Libertad, Piura e Loreto. O evento, uma iniciativa do Grupo Chaski que ocorre há oito anos consecutivos, será realizado em edição presencial na cidade de Ayaviri (Puno), tendo como parceiras duas associações da Rede de Microcine desta região: a Associação de Microcines Chaski Macarí – Chaskimac e o Microcine Musuq Khawariy Hatun Illariypi – Mukhi Microcine.

As atividades são gratuitas, dirigidas ao público em geral (homens e mulheres, de diversas faixas etárias e populações vulneráveis), e têm como finalidade o intercâmbio de saberes e metodologias de trabalho comunitário entre diversos coletivos, redes de educação popular, gestores culturais e público em geral. 

A ideia é realizar seis oficinas de produção audiovisual comunitária voltadas para a população das cidades de Ayaviri (Puno) e Lima, além de 32 exibições com cine-fórum em 32 bairros de 10 regiões do país e duas oficinas sobre o uso de plataformas de comunicação digital. Pretende-se também promover uma reunião de planejamento com os participantes da Rede de Microcines para reativar o trabalho presencial na rede.

(Foto: Grupo Chaski)

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Com as ações propostas, os/as integrantes das organizações comunitárias poderão: a) Aprender o uso do audiovisual como ferramenta de coleta de informações, visibilização e registro da memória do lugar e da organização comunitária. b) Conhecer novas metodologias comunicativas para a abordagem e desenvolvimento do trabalho comunitário; c) Fortalecer seu trabalho de gestão e articulação com outros grupos, organizações e instituições da região; d) Incorporar as dinâmicas de cinema e vídeo fórum no trabalho de comunicação e reflexão das suas organizações; e) Aprender a gestão de redes sociais para troca de bens culturais; f) Conhecer os benefícios do trabalho colaborativo e em rede, para descentralizar as atividades, na atenção às populações que não podem exercer seu direito à educação e à cultura.

Rede de Microcinemas

A Rede Nacional de Microcines Chaski, que apresentou o projeto ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, é uma iniciativa da Chaski Comunicação Audiovisual, uma organização que tem realizado suas atividades através da produção cinematográfica e de projetos sociais, utilizando o potencial comunicativo do cinema como ferramenta promotora de educação, cultura e desenvolvimento. 

Em 2004, o Grupo Chaski promoveu a criação de um grupo de pequenos cinemas comunitários em 32 bairros localizados em 10 regiões do Peru (Puno, Cusco, Ayacucho, Apurímac, Ica, Lima, Ancash, La Libertad, Piura e Loretto). Aproveitando a nova tecnologia digital, foram realizadas oficinas para jovens líderes comunitários, que passariam a administrar os teatros como seus próprios empreendimentos culturais, transformando a rede em espaços alternativos para a exibição de filmes nacionais, latino-americanos e independentes de todo o mundo. 

(Foto: Grupo Chaski)

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Além da Chaski Comunicación Audiovisual, o projeto foi apresentado ao edital do IberCultura Viva pela Associação Microcine Chaski MacaríChaskimac, que desde 2015 desenvolve suas atividades nos distritos de Macarí e Ayaviri, província de Melgar, departamento de Puno. Esta organização tem oficinas voltadas para a comunidade e ações no campo da exibição cinematográfica alternativa. Sua atividade de projeção, com cine-fórum e produção audiovisual comunitária, está descentralizada para os bairros de Macusani, Azángaro e Pucará.

O Microcine Musuq Khawariy Hatun Illariypi – Mukhi Microcinema, outro que participa da proposta, também realiza fóruns de cinema e oficinas de produção comunitária e seus membros produzem seus próprios materiais audiovisuais. O parceiro estratégico deste microcinema é a Prefeitura de Ñuñoa, que cede o auditório municipal para que eles realizem suas atividades, alcançando também os distritos de Ayaviri, Umachiri e Santa Rosa. A candidatura submetida à convocatória do IberCultura Viva menciona ainda outros 29 microcinemas de diferentes distritos envolvidos no evento.

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 Saiba mais sobre o Grupo Chaski:

http://www.grupochaski.org/ https://www.facebook.com/www.grupochaski.org 

https://www.instagram.com/grupo.chaski/


*Nome da rede ou articulação: Grupo Impulsor do V Congresso Latino-Americano de CVC

*Nome do projeto: V Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitaria

O V Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, que se realizará no Peru de 8 a 15 de outubro, é resultado do trabalho e do compromisso articulado de várias organizações culturais comunitárias (OCCs) do Peru e da América Latina. Seu propósito é gerar um processo pertinente, orgânico e descentralizado que garanta espaços representativos da diversidade e que estimule reflexões e ações em torno do bem viver, fundamental em um contexto de crise civilizatória e ecológica. 

São contemplados espaços de diálogo e intercâmbio de saberes, elaboração de planos de trabalho, apresentações artísticas e ações públicas de incidência, integradas com transversalizadas com enfoque de gênero e interculturalidade. A programação inclui assembleias, 10 círculos da palavra (espaço de diálogo e discussão de uma agenda conjunta), caravanas culturais, oficinas e treinamentos para fortalecer as OCCs sobre arquivos comunitários, espaços descentralizados e exclusão digital.

As atividades serão realizadas em três locais: San Juan de Lurigancho, Ate e Huancayo. San Juan de Lurigancho, localizado a nordeste da região metropolitana de Lima, é um distrito de imigrantes, o mais populoso do país (1 milhão e 100 mil habitantes), que foi criado há 53 anos e tem articulação de redes de organizações culturais. Ate, localizado a leste da região metropolitana de Lima, é um bairro residencial-industrial de 165 anos com ligação ao centro do país; seu governo local promulgou recentemente a ordenança distrital de CVC. Huancayo, capital da província de mesmo nome e da região de Junín, é um distrito de 450 anos localizado no planalto andino central do país, recentemente reconhecido como “Cidade Criativa” pela UNESCO por sua história e diversidade cultural .

As ações descentralizadas em Lima e Junín envolvem espaços de convivência e intercâmbio com os territórios, por meio de roteiros culturais para visitar organizações que desenvolvem ações comunitárias vinculadas aos temas dos círculos da palavra. Além disso, as apresentações artísticas serão abertas para permitir a fruição e o aprendizado das comunidades do entorno. Por outro lado, contribuirá para a economia local através da gestão das necessidades logísticas com empresas do bairro e organizações sociais.

Parte do Grupo Impulsor do Congresso Latino-americano de CVC (Foto: CVC Peru)

Rede proponente

O Grupo Impulsor (GI) do Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária (*) é uma rede de diversas organizações de todo o Peru, membro do Movimento Latino-Americano de CVC, cujo objetivo é realizar este congresso. O acordo para o Peru sediar o V Congresso Latino-Americano de CVC foi feito durante o congresso anterior, realizado na Argentina, em maio de 2019. Esta quinta edição estava prevista para acontecer em 2021, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19. 

Em outubro de 2021, o GI organizou o I Congresso Nacional de CVC em parceria com o município de Chanchamayo, o Ministério da Cultura do Peru e organizações locais. Também realizou projetos de gestão compartilhada, como as Paradas Rumo ao Congresso, os pré-congressos e o Encontro de Comunicação, realizados entre maio e julho de 2021. O V Congresso Latino-Americano de CVC é uma iniciativa que se realiza em coordenação com a Equipe de Apoio da América Latina, instituições públicas e organizações de base nacionais e locais.

Congresso Nacional de CVC, outubro de 2021

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Entidades participantes

A organização responsável pelo projeto é a Associação Cultural Artística e Educacional Haciendo Pueblo, fundada em 1988 por jovens e adolescentes do bairro de Comas. A preocupação dos integrantes em querer expressar suas ideias por meio da arte fez com que se realizassem oficinas de música, dança e teatro. Nos seus mais de 30 anos de existência, Haciendo Pueblo realizou atividades artísticas (espetáculos, festivais) e educativas (oficinas de formação teatral para jovens e crianças, oficinas de formação para professores).

Outro proponente é a Rede Cultural de San Juan de Lurigancho, que existe desde 2011 e lidera a organização de atividades socioculturais para o aniversário da criação política do distrito de mesmo nome. Os serviços logísticos são fornecidos pela rede para as organizações culturais do distrito, que se conectam para o intercâmbio de recursos artísticos. Após apresentar uma proposta de Ordenança Municipal de CVC para San Juan de Lurigancho, a rede se mobilizou para ser uma das três sedes do V Congresso Latino-Americano de CVC.

A Plataforma CVC do Ate (Lima), por sua vez, tem realizado reuniões e acompanhamento para a aprovação da Portaria 566, que regulamenta as políticas públicas de promoção e fortalecimento da Cultura Comunitária Viva no distrito. O projeto de lei foi aprovado por unanimidade em novembro de 2021 pelo Conselho Municipal do Distrito de Ate. A plataforma criada em 2017 também participou da organização de festivais como o Candelaria AteFlock, em fevereiro de 2022.

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(*) O Grupo Impulsor inclui a Associação Cultural Haciendo Pueblo, a Rede CVC Junín, a Rede Cultural de San Juan de Lurigancho, a Plataforma ATE CVC e 29 organizações que se dividem em 4 comissões de trabalho: 1) Comissão de Comunicação – Jakon Nete, Urpicha Perú “Construyendo Esperanza”, La Clínica de los Sueños. Zoe Mukicha,. Capaz, Barrio Digno; 2) Comissão de Incidência: Caro Oviedo, Diversidad Wanka-LGTBIQ, Luna Sol, La Nave de cartón; 3) Comissão de Gestão e Logística – La Mancha, Kimiri bonito, Tránsito Vías de comunicación, Kactus Teatro Circo, Arenas y Esteras, El molinete, Verde compás, Idenlectores, Jampita Suyunchi, Escuela de huaylash HYO, Cultivarte, San Pedro de Saño, Asociación Cultural Raíces Huaraz; 4) Comissão de Conteúdo e Metodologia – Más Cultura Más Perú, A todo Arte, Kerigma, Sapichay, Wayta e Portavoz Perú.

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16

maio
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Ponte entre Culturas e Festival de Cultura Miskita: os projetos da Costa Rica selecionados no Edital de Apoio a Redes 2022

Em 16, maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

*Nome da articulação e do projeto: Ponte entre Culturas: Festival Cultural e Troca de Experiências

Diferentes nacionalidades e etnias latino-americanas se reunirão em “Ponte entre Culturas: Festival Cultural e Intercâmbio de Experiências”, um dos projetos costarriquenhos selecionados no Edital  IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2022, que se realizará entre maio e outubro. Este encontro acontecerá em torno da dança, uma atividade que une, forma e salvaguarda elementos culturais, identidades, lutas e desfrute dos diferentes povos. 

 O projeto foi concebido como um espaço de oficina/conversa e festival, onde os grupos participantes e a comunidade viverão e aprenderão mais sobre as danças dos povos afrodescendentes, indígenas e mestiços, reforçando o caráter multicultural da Costa Rica e outros povos latino-americanos. A intenção é promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências positivas de gestão cultural pelos representantes de organizações que utilizam algum tipo de dança como fator de representação cultural, resistência e/ou elemento narrativo dentro de cada cultura.

Foto: Kabrú Rójc Brunkajc Boruca

A identidade cultural é o centro do que se pretende fazer, estando exposta em todas as suas expressões, mantendo a dança como núcleo, mas arrastando consigo a música, os ritmos, as histórias, as tradições, as crenças, o legado, a gastronomia, entre outros. Pretende-se mostrar como tem sido o caminho de resistência e luta entre essas culturas que foram submetidas a pressões e que conseguiram sair adiante na defesa e salvaguarda dw suas tradições e costumes. 

A proposta busca expor traços histórico-culturais do folclore boruca, afro-limonense e latino-americano; realizar pelo menos um workshop sobre cada cultura e organização participante; estabelecer canais de comunicação entre organizações culturais que tenham a dança como elemento comum, e dar continuidade ao espaço do Festival Ponte Entre Culturas como canal de aprendizagem, fruição, solidariedade e comunicação entre diferentes culturas e comunidades. 

O Festival Ponte Entre Culturas está programado para os dias 16 a 19 de setembro de 2022, em Puerto Viejo de Talamanca, na província de Limón. Esta será a primeira vez na Costa Rica que será realizado um festival entre uma organização afrodescendente, um grupo indígena e um grupo artístico da Zona Norte, tendo como núcleo a identidade cultural através da dança, das tradições e do patrimônio imaterial que representa. 

As três organizações proponentes darão oficinas sobre sua cultura e as expressões que estão ligadas às danças e tradições. Haverá também representantes de coletivos do México, Colômbia, Equador, Peru, Brasil e Nicarágua, que viajarão por conta própria para participar do festival e dar oficinas de dança. A Direção de Gestão Sociocultural do Ministério da Cultura e Juventude de Costa Rica dará apoio logístico.

Integrantes da Asociación de Mujeres Afrodescendientes del Caribe

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A articulação

Essa articulação surgiu em 2017 na Zona Norte, onde o nome Puente Entre Culturas foi utilizado para intercâmbio de conhecimentos, oficinas de danças e danças tradicionais de diferentes culturas e um festival cultural realizado em La Fortuna de San Carlos. Optou-se por utilizar a mesma articulação este ano, concentrando-se nas culturas locais da Costa Rica, com a participação de outros países latino-americanos que compartilham a mesma realidade. 

A aproximação se deve a interesses mútuos no trabalho cultural pós-pandemia, onde a dança foi afetada, além do desejo de conhecer e ampliar o conhecimento sobre a pluralidade da cultura costarriquenha. Para essas organizações, as contribuições dos diferentes grupos afros, indígenas e mestiços fazem a Costa Rica hoje e são um importante campo de aprendizado e labor para apoiar desde o trabalho comunitário.

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Organizações participantes

A Associação de Mulheres Afrodescendentes do Caribe Costa Rica (AMACC), responsável pelo projeto, foi criada em 2016 na cidade de Limón, como uma organização formada por mulheres afrodescendentes que lutam para melhorar a qualidade da vida das mulheres em todas as áreas de desenvolvimento, garantindo que conheçam e exerçam seus direitos humanos. Seu trabalho está focado no estudo, na investigação da cultura em suas nuances, como gastronomia, dança, linguagem, direitos humanos e culturais das populações afrodescendentes, especialmente com uma abordagem de gênero. 

A Agrupação Artística Pasión Cultural , fundada em 2014 na cidade de La Fortuna, é um grupo dedicado à investigação e projeção da cultura costarriquenha através do estudo de danças populares e folclóricas, que são encenadas para recreação e representação da variada cultura do país. Além de divulgar as danças, o grupo procura inspirar e motivar pessoas de todas as idades a criar laços de amizade entre diferentes grupos, povos e nações, fortalecendo a partilha, o respeito e a aprendizagem que cada um tem para dar.

Agrupación Artística Pasión Cultural (Foto: Rosbing Corrales)

A Comissão Cabru^Rojc Bruncaj, que existe desde 2017 na cidade de Boruca, une todos os membros da comunidade indígena Brunca – desde crianças, jovens, homens e mulheres – para manter viva sua cultura. A manifestação denominada Jogo ou Festa dos Diabinhos (Cabru^rojc, na língua Brunca) foi declarada em 14 de dezembro de 2017 como patrimônio cultural imaterial para as comunidades de Boruca e Rey Curré, por meio do Decreto nº 40.766-C.

O Cabru^rojc é uma expressão cultural tradicional que representa o drama histórico da conquista: a luta dos Borucas, personificada pelos cabrû (diabinhos) contra os espanhóis, simbolizada na figura do touro, enfatizando a resistência indígena à colonização. Esta atividade tem uma série de regras, elementos de tradição e um significado relevante para ambas as comunidades. 

Embora não haja uma data definida de quando exatamente a tradição foi fundada, Boruca tem conseguido fortalecê-la ano após ano, de tal forma que sua realização nunca foi truncada, e esse planejamento é o que compete a esta comissão. O Jogo ou Fiesta de los Diablitos acontece na cidade de Boruca entre 30 de dezembro e 2 de janeiro. Na comunidade Rey Curré, desde 1979, é realizado no último fim de semana de janeiro ou no primeiro fim de semana de fevereiro.


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* Nome da rede ou articulação: Rede Comunitária para o Festival de Cultura Miskita

* Nome do projeto: Festival de Cultura Miskita

 O Festival de Cultura Miskita é uma atividade que visa mostrar as diversas manifestações culturais da comunidade indígena e migrante misquita, com a participação de grupos, associações e redes dedicadas ao trabalho de gestão social na comunidade de Pavas (São José). A proposta soma os esforços de gestores, artistas locais e lideranças comunitárias em busca de um objetivo comum: dar visibilidade à cultura misquita, apresentando suas danças, músicas, tradições, artistas, gastronomia e saberes.

O projeto pretende realizar pelo menos seis sessões (virtuais ou presenciais) para a coordenação dos aspectos logísticos do festival; criar um espaço cultural para dar visibilidade à cultura misquita na comunidade de Pavas, além de criar um espaço que proporcione à população misquita informações atualizadas sobre seus direitos e os serviços que podem acessar.

Coletivos, redes e associações de migrantes e indígenas misquitas participam do festival com várias relações colaborativas de incidência em questões que afetam a população migrante e indígena, como saúde, cultura, migração e educação. Ao propor a realização do Festival de Cultura Miskita, além de apresentar as manifestações culturais misquitas, essa articulação pretende mostrar a diversidade de outras comunidades indígenas pertencentes à província de San José, como Zapatón e Quitirrisi, áreas ricas em saberes e tradições.

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Organizações participantes

A Associação de Desenvolvimento Específico para Melhoramentos Comunitários de Bribri Pavas, fundada em 1980 na cidade de San José, é uma comunidade de migrantes e misquitas de Pavas-San José que promove ações para o bem-estar da população menor de idade, comemorações do dia dos direitos das crianças, atividades culturais e esportivas, oficinas, cinema e teatro. Na sala comunitária, que funciona como espaço de lazer, encontro e cultura, já foram ministradas oficinas de capacitação sobre diversos temas, como violência doméstica, reciclagem, direitos humanos e gestão de dependências, entre outros.

A Multiétnica Moskitia na Costa Rica, fundada na comunidade de Pavas em 2012, ajuda os imigrantes a obter autorizações de trabalho, redigindo cartas de recomendação e servindo como intermediário de serviços estatais, para que a população migrante possa ter acesso e informação sobre direitos e serviços. Além disso, eles participam de atividades culturais, palestras, feiras, encontros que lhes permitem dar a conhecer a cultura misquita a outras pessoas e comunidades.

O Conselho Local de Saúde dos Povos Indígenas (COLOSPI), que funciona em Pavas desde 2014, é composto por diferentes instituições, como a Fundação Nacional da Criança (PANI), a Força Pública, o Ministério da Educação Pública (MEP), Ministério da Saúde, Coopesalud RL e Associação Miskita. A entidade busca se aproximar das comunidades indígenas para entender melhor suas necessidades e exigências. É um espaço interinstitucional formado por uma equipe interdisciplinar que promove, orienta, facilita e coordena com os povos e comunidades indígenas os processos de interculturalidade em saúde e desenvolvimento social junto às instituições. 

16

maio
2022

Em Destaque
Notícias

Por IberCultura

Inicia-se o ciclo de seminários sobre cultura comunitária proposto pelo GT de Sistematização 

Em 16, maio 2022 | Em Destaque, Notícias | Por IberCultura

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“Culturas e Diversidades Comunitárias” foi o tema do primeiro seminário do Grupo de Trabalho de Sistematização e Difusão de Práticas e Metodologias de Políticas Culturais de Base Comunitária (GT de Sistematização), que foi realizada por videoconferência no dia 14 de maio. Marcelo Vitarelli (Argentina), Daniel Zas (Argentina) e Andrea Mata (Costa Rica) foram os palestrantes desta apresentação inaugural. A sistematização ficou a cargo de Paula Simonetti, Clarisa Fernández, Bárbara Vega e Rocío Orozco. 

Na abertura, Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, cumprimentou os participantes em nome do programa e comentou a importância deste ciclo de seminários que o GT de Sistematização propôs para este ano. “Estas instâncias constituem um conjunto de reflexões, elaborações, produções coletivas, a partir das quais pensamos também os objetivos estratégicos e as políticas futuras, a partir dos diagnósticos e caracterizações que os companheiros e as companheiras deste Grupo de Trabalho de Sistematização realizam”, ele destacou.

Marcelo Vitarelli, que coordenou esta primeira palestra, explicou que a proposta partiu do desafio de sistematizar uma produção específica de conhecimento em torno da cultura comunitária, e que este seminário buscou discorrer sobre culturas comunitárias e diversidades, entendendo esta apresentação nos termos da estreita relação entre comunidade, diversidade e cultura. 

“Hoje estamos conversando com vocês não para apresentar definições, não para falar de conceitos absolutos, muito pelo contrário. (A ideia é a) de abordar essa jornada em torno de culturas e diversidades e começar a contribuir com o diálogo para pensar em conjunto essa questão em nossa região. Este é o espírito”, destacou Vitarelli antes de sua apresentação “Culturas e diversidades comunitárias, itinerários para caminhar”.

Marcelo Vitarelli é professor, pesquisador e extensionista social na Universidade Nacional de San Luis e na Universidade Nacional de Villa Mercedes. Membro ativo da Rede de Culturas Comunitárias da Universidade, ele fez uma apresentação mais conceitual na abertura deste primeiro seminário do GT, deixando que os outros dois palestrantes  trabalhassem os conceitos à luz da experiência territorial.

Daniel Zas, responsável pela segunda apresentação da tarde, falou sobre “A experiência da Orquesta Estable da Rádio Reconquista e a Articulação com a Rede Arte, Memória e Territórios”. Gestor cultural, músico, comunicador e educador popular, Daniel fez um relato sobre o trabalho que desenvolve em Villa Hidalgo, bairro popular de José León Suárez, na região metropolitana de Buenos Aires (Argentina). 

Além de fazer parte da equipe de coordenação do grupo juvenil da Rádio Comunitária FM Reconquista – Associação Civil de Mulheres La Colmena, ele é um dos coordenadores do projeto Orquesta Estable da Rádio Reconquista e professor do curso de Técnica de Música Popular da Escola Popular de Música das Mães da Plaza de Mayo – Linha Fundadora. 

A terceira exposição deste sábado foi “Culturas Comunitárias e Diversidades: Experiências do Movimento Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária nos casos de suas redes na Costa Rica e Argentina”, de Andrea Mata Benavides, que além de professora e pesquisadora da Universidade da Costa Rica, é antropóloga social, artista de teatro e artesã. A reflexão que ela apresentou neste seminário foi parte de sua tese para o Programa de Doutorado em Ciências Sociais da FLACSO-Argentina. 

Outros cinco seminários do GT Sistematização estão programados para este ano, com intervalos não superiores a seis semanas. A próxima, prevista para junho, terá como tema “Políticas públicas de base comunitária”. As seguintes serão sobre “Gestão cultural comunitária”, “Patrimônio cultural e comunitário”, “Boa vida e saúde comunitária”, “Memórias e museus comunitários”. O ciclo deve continuar em 2023, com os seminários “Governança Cultural Comunitária”, “Economia Social”, “Gênero, Diversidade e Cultura Comunitária” e “Educação e Cultura Comunitária” e “Infância e Juventudes”.

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Proposta do GT

O GT de Sistematização conta atualmente com 57 membros de 10 países. Essas pessoas foram selecionadas em uma convocatória lançada pelo IberCultura Viva em 2021, destinada a pessoas vinculadas a instituições de ensino dos países membros (universidades, centros de pesquisa ou formação, institutos ou similares) e dedicadas à pesquisa de políticas culturais de base comunitária ou projetos de extensão voltados para a comunidade

A realização de seminários foi uma proposta das pessoas convocadas neste GT, com a intenção de que todas pudessem participar dessas instâncias de reflexão conceitual para começar a construir a partir do que já está feito e dos processos de cada um (seja pesquisa acadêmica, experiências em organizações, gestão, etc.). A ideia é que a construção do conhecimento seja concebida como algo coletivo e não exclusivamente do campo acadêmico, tornando esses seminários espaços de intercâmbio, discussão e produção atravessados ​​por diálogos contínuos. 

Os seminários foram concebidos inicialmente como atividades fechadas, para discussões internas dos membros do grupo de trabalho, com a possibilidade de alguns dos materiais serem compartilhados com os interessados ​​nesses debates.

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Leia também:

GT de Sistematização se reúne para discutir um roteiro para 2022 e redefinir as comissões de trabalho

59 pessoas participarão do GT de Sistematização de Políticas Culturais de Base Comunitária

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