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Cultura quilombola, fé e folia, arte indígena e inteligência artificial: os projetos do Brasil selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023
(Imagem do projeto Arte Eletrônica Indígena, que a Thydewá realiza com a Universidade de Leeds)
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Um projeto que se apropria da inteligência artificial para criar obras de arte indígena e promove “fogueiras digitais” com indígenas de diferentes povos do Brasil, da Argentina e do Chile; um festival cultural de comunidades de remanescentes quilombolas em Rondônia; o encontro de uma rede que mobiliza grupos culturais de Folia de Reis e Folia de São Sebastião no interior da Bahia. Esses são os três projetos propostos por organizações brasileiras selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023. Um misto de fé e folia, conhecimento ancestral e arte digital, cultura afro-brasileira e identidade plural.
* Nome da rede ou articulação: De Abya Yala com Amor
* Nome do projeto: AIIA – Apropriação indígena da Inteligência Artificial
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Nove indígenas de diferentes povos/nações – 3 da Argentina, 3 do Brasil e 3 do Chile – vão atuar como comunidade colaborativa de aprendizagem e ação no projeto “AIIA – Apropriação indígena da Inteligência Artificial”, apresentado pela rede De Abya Yala com Amor ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023. A ideia é que o coletivo produza, de modo digital, 10 obras de arte indígena contemporânea e possa levar suas expressões mundo afora.
Com realização prevista entre julho e outubro de 2023, o projeto prevê a capacitação de 10 agentes culturais (há um não indígena no grupo), tanto para a gestão compartilhada como para a utilização da inteligência artificial (IA). Com o uso de programas como Midjourney e Adobe Firefly, espera-se aprender sobre IA para se apropriar dela de forma consciente, crítica, técnica e artística. Além de criar 10 obras de arte digital aproveitando os conhecimentos de IA, a rede pretende dar visibilidade às obras e ao projeto, sensibilizando o público sobre o paradigma do bem viver que os povos indígenas sonham, inspiram e trabalham para que se concretize.
Para o desenvolvimento do projeto, estão previstas 13 “fogueiras digitais”: 10 internas (só para a comunidade) e 3 abertas ao público. As “fogueiras digitais” são encontros on-line, como as videoconferências pela plataforma Zoom, mas com um método próprio que eles criaram em 2020, baseado nas fogueiras indígenas tradicionais, em que cada participante traz sua “lenha” ao fogo comum que tudo transforma.
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Alquimia indígena
A rede De Abya Yala com Amor – Diversidade Indígena Viva nasceu em 2021 pela “alquimia” de 15 indígenas (5 da Argentina, 5 do Brasil e 5 do Equador) que se uniram para realizar o projeto selecionado no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021. A proposta rendeu a produção do e-book “De Abya Yala com Amor”, além de 51 vídeos curtos e vários eventos de diálogo intercultural (que eles chamaram de “fogueiras digitais”).
Em 2002, a rede foi mais uma vez ganhadora do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes, desta vez com 18 indígenas, estendendo a alquimia a Chile, Colômbia, México, Paraguai e Bolívia. Com este projeto, foram produzidos um segundo e-book De Abya Yala com Amor, 10 eventos e 22 vídeos.
Atualmente, 8 indígenas da rede e outros 8 indígenas participam de um projeto de pesquisa relacionado à identidade indígena e os algoritmos de inteligência artificial, liderado pela Universidade de Leeds (Reino Unido) em parceria com instituições do Brasil, da Bolívia e da Irlanda.
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Organizações participantes
A organização que apresenta o projeto ao Edital de Apoio a Redes 2022 é a brasileira Thydêwá, criada em 2002 na Bahia. Entre as mais de 70 iniciativas idealizadas e promovidas pela Thydêwá, destacam-se o Canal Mensagens da Terra (coletivo digital com 550 vídeos produzidos), o Ponto de Cultura Índios On-Line, o Pontão Esperança da Terra, a rede e coleção de livros Índios na Visão dos Índios, a Rede Risada, a Rede Pelas Mulheres Indígenas, Kwatiara, AEI – Arte Eletrônica Indígena e AIRE – Arte com Indígenas em Residências Eletrônicas.
O trabalho com comunidades indígenas na Argentina remonta a 2015, ano em que a Thydêwá foi selecionada para o Edital IberCultura Viva de Intercâmbio e deu início aos primeiros projetos em conjunto com Mariela Jorgelina Tulián, casqui curaca da Comunidade Indígena Territorial Comechingón Sanavirón “Tulián”, fundada em 2010. Situada em San Marcos Sierras (Argentina), esta comunidade está presente em escolas, tramitando bolsas de estudos, dando palestras e cursos de cosmovisão, além de integrar a Coordinadora de Comunicación Audiovisual Indígena de Argentina (CCAIA) e o Consejo Continental de Ancianas, Ancianos y Guías Espirituales de América.
A terceira organização que participa da rede é a Asociación Indígena Calaucan, de San Antonio, Quinta Región (Valparaíso, Chile). Fundada em 1999, a associação tem entre suas atividades um projeto de saúde ancestral e intercultural, que vem sendo realizado desde 2008 no Centro Cerimonial de Desenvolvimento Indígena, em Llolleo, onde são ministradas oficinas de cosmovisão mapuche, ervas medicinais, tear mapuche, alimentação saudável, técnicas de arte com relevância indígena e formação de agentes de saúde. Também conta com atividades de educação intercultural bilíngue; cuidado ambiental e ecologia; projetos artísticos e arte-terapia.
* Nome da rede ou articulação: Diversidade Amazônica
* Nome do projeto: Festival Cultural Reconstruindo o Quilombo
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O Festival Cultural Reconstruindo o Quilombo será realizado em outubro de 2023, na Comunidade Santa Cruz de Remanescentes Quilombolas do município de Pimenteiras do Oeste, em Rondônia, na fronteira do Brasil com a Bolívia. Espera-se a participação de 500 pessoas da comunidade nas atividades que serão desenvolvidas, incluindo oficinas, palestras e apresentações artísticas.
O evento contará com várias atrações culturais, como apresentação de musical, poemas, vídeo documentário, dança, exposição de fotografias e de literatura. Também estão previstas uma palestra sobre a importância da preservação da cultura e identidade quilombola, uma oficina de dança afro-brasileira com 50 vagas e uma oficina de artesanato com palha de buriti com 50 vagas, ensinando a população a produzir biojóias com produtos encontrados na floresta.
Com este festival, que terá atividades gratuitas para pessoas de todas as idades, a rede Diversidade Amazônica pretende valorizar a cultura afro-brasileira; combater o racismo; incentivar o protagonismo da comunidade de remanescentes quilombolas; propiciar uma convivência harmônica entre as diferenças existentes; promover a cidadania e a questão da igualdade entre os povos.
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Diversidade Amazônica é uma rede composta por três organizações que atuam no estado de Rondônia: a Associação Cultural, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Diversidade Amazônica (ACEMDA), Ponto de Cultura e de Memória criado em 2015 na cidade de Vilhena; a Associação de Remanescentes Quilombolas de Pimenteiras do Oeste (ARQOS), fundada em 2011, e o Ponto de Cultura e Ponto de Mídia Livre Serpentário Produções, que existe desde 2009 no município de Vilhena.
A rede trabalha com projetos de valorização cultural de comunidades quilombolas e indígenas da Amazônia Legal, com a produção de livros, revistas, eventos culturais e capacitação, tendo como objetivo a valorização da cultura local.
* Nome da rede ou articulação: Rede Fé e Folia
* Nome do projeto: Encontro: Resistência Fé e Folia
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A Rede Fé e Folia articula e mobiliza os grupos culturais de Folia de Reis e de São Sebastião, formados por pessoas das comunidades campesinas ou de bairros periféricos de cidades de porte médio no interior da Bahia. A rede se localiza na região chamada de “Costa do Descobrimento”, em um território composto por oito municípios, nos quais estão presentes as comunidades culturais que mantêm a prática religiosa das Folias de Reis, que unem reza, canto e festa no ciclo natalino, de novembro a janeiro.
O projeto “Encontro: Resistência Fé e Folia”, apresentado na oitava edição do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo, pretende realizar uma ampla mobilização dos grupos comunitários do território, resultando na institucionalização da rede, na produção de um documentário de curta-metragem com imagens do encontro, e na publicação de uma revista sobre as práticas culturais dos grupos das Folias de Reis que celebram a colheita, o trabalho e a alegria de viver.
O Encontro da Rede Fé e Folia se dará no município de Itagimirim no mês de outubro, mas os trabalhos começam antes, em julho, para a mobilização e articulação dos grupos culturais. A intenção é que o projeto seja um exercício de diálogo intercultural entre diferentes realidades, seja dos grupos de periferias dos terreiros de candomblé, seja dos grupos comunitários de povoados, além dos Pataxó e sua cosmovisão. Entre os objetivos propostos estão o fortalecimento da rede e a criação de um calendário anual das assembleias comunitárias.
Embora exista informalmente há muito tempo, pois os grupos há décadas se articulam e se apoiam mutuamente, a Rede Fé e Folia passou a ser assim denominada em 2018, depois de uma assembleia em que os/as agentes decidiram adotar diálogos mais permanentes, participando de ações de lutas políticas voltadas para os direitos das comunidades tradicionais e dos direitos culturais no Brasil.
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Organizações participantes
Viola de Bolso Arte e Memória Cultural, a organização responsável pela administração do projeto apresentado a IberCultura Viva, foi fundada em 2008 na cidade de Eunápolis. Seu espaço cultural é aberto ao público em geral, que semanalmente participa das oficinas de artes ou das “vivências culturais”, como eles chamam os encontros e atividades que envolvem temas e reflexões sobre a cultura e os saberes locais. Entre as atividades ali realizadas estão oficinas de música, com aulas teóricas e práticas; oficinas de artes visuais, com aulas e dinâmicas criativas que envolvem a utilização de materiais reutilizáveis; rodas de leitura e contação de histórias.
O Centro de Umbanda São Jorge, fundado em 1958 em Itagimirim, é um terreiro de religião de matriz africana, que recebe a visita de pessoas em busca de orientação espiritual e práticas de cura. Seus membros realizam junto à comunidade aulas de percussão, reforço escolar e festejam os orixás em diversas datas no Brasil. O terreiro conta com grupos de música afro; grupo de Folia de Reis, Grupos das Baianas e o Coletivo Jovem de Caboclos, além de um coletivo de jovens que pretende trabalhar com cultura digital.
Quem também participa da rede é a Frente de Resistência e Luta Pataxó, que existe desde 2002 na cidade de Itamaraju, atuando em defesa do território tradicional do Monte Pascoal, lugar símbolo da invasão do Brasil. Essa entidade indígena campesina, que realiza a Folia de São Sebastião, atua também na formação dos jovens Pataxó, realizando encontros e assembleias.
Encontros de feminismos, candombes e formação em cultura viva: os projetos da Argentina selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023
Em 26, jun 2023 | Em Notícias, Sin categorizar | Por IberCultura
(Foto: Instituto Rodolfo Kusch. 1º Encontro de Feminismos Comunitários Campesinos e Populares, 2022)
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Três propostas de eventos apresentadas por redes argentinas foram selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo. A convocatória, que este ano chegou à oitava edição, destina um total de 174 mil dólares a 34 projetos provenientes dos 12 países integrantes do programa (cada projeto recebe até 5 mil dólares). Da Argentina entraram na lista o Segundo Encontro Internacional de Feminismos Comunitários Campesinos e Populares em Abya Yala, marcado para agosto em Tilcara (província de Jujuy); o Encontro Internacional de Candombes, que será realizado também em agosto na cidade de Rosário (província de Santa Fé), e a Formação de Formadores em Cultura Viva Comunitária, que espera reunir cerca de 250 pessoas na cidade de Moreno (província de Buenos Aires).
* Nome da rede ou articulação: Red Quilla
* Nome do projeto: Segundo Encontro Internacional de Feminismos Comunitários Camponeses e Populares em Abya Yala
O Segundo Encontro Internacional de Feminismos Comunitários Campesinos e Populares de Abya Yala, proposto pela Red Quilla, está programado para acontecer em Tilcara (província de Jujuy, Argentina) de 18 a 20 de agosto de 2023. O evento visa dar continuidade ao espaço de reflexão e troca de experiências que se deu na primeira edição do encontro em Tilcara, na Quebrada de Humahuaca, por onde passaram mais de 2 mil mulheres entre os dias 13 e 15 de agosto de 2022.
A programação inclui oficinas, conferências, apresentação de trabalhos, vivências e apresentações, performances poéticas, apresentação de livros, cinema, teatro e música, além de feira de artesanato e feira de troca de sementes. A coordenação das atividades estará a cargo de membros de comunidades indígenas, camponesas e/ou populares.
Os eixos de trabalho serão quatro: 1) O comunal como opção política; 2) A alimentação como questão ético-política; 3) Estética feminista; 4) Epistemologias feministas do cuidado. Um dos objetivos do evento é construir epistemologias anticolonialistas que recuperem saberes e práticas ancestrais, bem como criar um espaço de articulação entre ativismo, prática política e teorização.
A intenção é abrir espaço para rever as culturas organizacionais patriarcais, capitalistas e colonialistas, e propor novas formas de gestão da vida cotidiana a partir dos feminismos: O que fazer? Como fazer? Com quem fazer?
A proposta inclui o lançamento de convocatórias para oficinas coordenadas por organizações, coletivos e instituições interessadas, bem como a publicação de um livro (físico ou digital) que reúna as apresentações/experiências dos/das participantes e das conferências centrais. Será feito também um registro fotográfico e em vídeo das atividades.
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Trabalho colaborativo
A Red Quilla realiza um trabalho colaborativo desde 2021. Seus objetivos incluem a criação de espaços formativos e educativos, a promoção do encontro de mulheres e do coletivo LGBTQIA+ e o resgate das narrativas dos feminismos. Na Universidade Nacional de Jujuy (UNJu), por meio do Instituto Rodolfo Kusch, a rede nos últimos três anos a Diplomatura em Feminismos Comunitários Campesinos e Populares em Abya Yala, que convocou mais de mil mulheres em cada uma de suas edições (2020, 2021 e 2022).
Neste projeto apresentado ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023, a rede conta com a participação do Instituto Rodolfo Kusch, da Casa Mama Quilla e da Fundandes, que será a entidade responsável pela administração dos recursos.
Criada em 1990 em Tilcara, a Fundandes tem como objetivo desenvolver atividades de gestão cultural comunitária, recuperação e resgate do patrimônio e da memória dos povos indígenas. A fundação tem desenvolvido projetos de formação, pesquisa e produção, com perspectiva de gênero, ecológica e sustentável para as comunidades.
O Instituto Rodolfo Kusch, da Universidade Nacional de Jujuy, tem como atribuições a pesquisa e a formação. Tem desenvolvido múltiplos projetos de formação, como diplomaturas, cursos, seminários, conferências, encontros com caráter de difusão e divulgação do pensamento americano. Fundado em 2017, o instituto sediou o primeiro Encontro de Feminismos em 2022 e sediará também este segundo encontro.
A Casa Mãe Quilla, por sua vez, existe desde 2022 e conta com uma equipe de 22 pessoas, entre ativistas, professores/as, alunos/as, gestores/as comunitários, membros da comunidade, acadêmicos/as e profissionais de Jujuy, Argentina e da comunidade internacional. Com um modelo de gestão comunitária feminista, a casa conta com o Espaço de Atendimento e Acompanhamento de Mulheres e Dissidentes em Situação de Violência de Gênero e tem prestado esse serviço à comunidade de Quebrada e Puna. Na Área de Gestão Cultural Comunitária, tem promovido oficinas de arte e cultura indígena.
(*) Inscrições para participar do encontro: https://forms.gle/QmvtbwwjHET3jFdf9
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*Nome da rede ou articulação: Movimento Argentino de Cultura Viva Comunitária
* Nome do projeto: Formação de Formadores em Cultura Comunitária Viva
A Formação de Formadores em Cultura Viva Comunitária, proposta apresentada pelo Movimento Argentino de CVC, foi concebida como um evento integral de cinco dias, dirigido a um total de 250 formadores/promotores de processos de Cultura Viva Comunitária nos territórios. A ideia é que participem pessoas de todas as províncias argentinas e que o encontro permita vivenciar oficinas e atividades integradoras para que tenham uma visão global dos temas e possam produzir ferramentas e diálogos que fortaleçam suas tarefas comunitárias.
A atividade será realizada em Moreno, nas instalações da Associação Civil El Culebrón Timbal e da Escola Primária Mil Pueblos Jóvenes, que funcionam em uma propriedade de dois hectares, apta para acampamentos, atividades ao ar livre, debates, feiras e oficinas, facilitando o alojamento e a alimentação dos participantes no mesmo local.
Pretende-se explorar as diferentes linguagens e disciplinas que são a espinha dorsal dos processos de Cultura Viva Comunitária para abordá-las em conjunto, fazendo-as dialogar entre si e valorizando suas contribuições diferenciais nos processos locais de liderança popular e participação cidadã, reforçando a dimensão pedagógica de cada proposta.
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A rede
Uma das organizações que inscreveram esta proposta no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 foi a Cooperativa La Comunitaria de Rivadavia. Esta organização social, que nasceu há 17 anos nos pampas argentinos, atualmente conta com 16 sedes autogeridas em áreas rurais e cidades das províncias de Buenos Aires e La Pampa. As mais de 120 oficinas artísticas e propostas comunitárias desenvolvidas nesses espaços envolvem cerca de 2 mil pessoas. O grande motor da cooperativa La Comunitaria sempre foi o teatro comunitário, mas ao longo do tempo foram-se incorporando oficinas de diferentes artes e ofícios, comedores, merenderos e desenvolvimento rural.
Outro participante é a Fundação de Apoio à Infância e Juventude Che Pibe, de Lomas de Zamora (província de Buenos Aires), que desde 1987 em Villa Fiorito busca fortalecer as famílias e a comunidade articulando-se com organizações, movimentos, redes e o Estado para o cumprimento e gozo dos direitos humanos, por meio de projetos e atividades de promoção social envolvendo aspectos culturais, educacionais, esportivos e recreativos.
A Asociación Civil Clericó Cultura Viva Comunitaria, de Devoto (província de Córdoba) é a terceira organização que apresenta este projeto. Fundada em janeiro de 2015, tem entre as suas actividades a promoção e o incentivo às expressões culturais e artísticas através da organização de mostras, exposições, oficinas, cursos, palestras, seminários, congressos, feiras, festivais, palestras, intervenções e todo o tipo de eventos e instâncias de capacitação. A organização responsável pela gestão do projeto é a Associação Civil El Culebrón Timbal, que sediará o evento.
*Nome da rede ou articulação: Rede Latino-Americana de Candombes
* Nome do projeto: Encontro Internacional de Candombes
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O Encontro Internacional de Candombes ocupará a cidade de Rosário, de 18 a 21 de agosto de 2023, reunindo diferentes grupos e organizações que abordam e divulgam as expressões de matriz afro denominadas “candombe”. O evento busca estimular o diálogo entre as comunidades candombeiras, reconhecendo os diferentes contextos culturais, promovendo uma troca respeitosa e convidando à construção de uma rede comunitária com uma perspectiva antirracista e transfeminista.
A proposta fala de “candombes” no plural, já que, transcendendo as fronteiras do atual estado-nação, existem diferentes expressões afro-latinas na região denominada “Cuenca del Plata”, cuja história é comum. Para essas comunidades, os candombes são parte viva de sua história, pela qual existem e resistem.
O projeto busca fortalecer e ampliar a rede já existente de candombes, entendendo-os como formas de expressão cultural e artística de origem afro-latino-americana. As organizações envolvidas propõem espaços de oficinas e bate-papos em torno dos saberes específicos de cada comunidade e das diferentes formas de construção comunitária (suas contribuições e problemáticas) em cada território.
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Organizações participantes
Cinco organizações (quatro argentinas e uma paraguaia) estão envolvidas neste projeto. Criado em Corrientes em 2003, Camba Cuá Candombes tiene como principal objetivo manter vivas a tradição e a história relacionadas ao culto a São Baltazar, principalmente nas comemorações dos dias 5 e 6 de janeiro, no bairro Camba Cuá, e durante o ano em escolas, eventos culturais e sociais, centros comunitários e centros culturais. No culto a São Baltazar, cada família de santo recebe o toque do candombe e danças como oferenda principal. Também são distribuídos doces, comidas e a bebida do santo chamada “sangría”.
A Casa da Cultura Indo-Afro-Americana Mario Luis López existe desde 1989 na cidade de Santa Fé, tendo como área de atuação o resgate, a defesa, o desenvolvimento, a divulgação e a valorização das raízes culturais, destacando-se as dos povos nativos e as dos africanos transplantados para a América pela escravidão, e promover o resgate da memória histórica. A organização promove apresentações de livros, palestras, debates e oficinas, bem como intervenções em espaços culturais, escolas e espaços públicos.
A Associação Misibamba, por sua vez, é uma comunidade afro-argentina de Buenos Aires que desde 2008 trabalha em torno de ações territoriais e propostas educativas que promovam maior reconhecimento e visibilidade das raízes afrodescendentes argentinas. O Misibamba procura fortalecer a luta contra o racismo, a discriminação e a xenofobia na sociedade e promover o respeito pelas diferentes culturas que compõem a identidade nacional.
A Associação Casa da Memória, responsável pela administração dos recursos, é a organização territorial que reúne a rede para esse encontro. A atual Casa da Memória, em Rosario, foi a residência do casal Etelvino Vega e María Ester Ravelo, ambos cegos, ativistas sociais sequestrados e desaparecidos pela ditadura no país. Desde sua recuperação jurídica, social e política, em 1994, tem contribuído para a preservação da memória coletiva e se tornou um centro de promoção e desenvolvimento do patrimônio imaterial de Rosario, relacionado com práticas democráticas e defesa dos direitos humanos. Neste espaço ocorrem diversas atividades artísticas e culturais, como oficinas, ensaios, palestras, debates, biblioteca e rádio.
Já a Associação Grupo Tradicional Kamba Cúa, que atua em uma comunidade afro-paraguaia na cidade de Fernando de la Mora, se dedica desde 1980 ao resgate e divulgação da cultura, dança e música de afrodescendentes em espaços educativos, culturais, oficinas e eventos nacionais e internacionais festivais. O grupo também é conhecido como “Ballet Kamba Cúa de Lázaro Medina”.
“Vinculação comunitária”: um espaço de formação para os participantes do Banco de Saberes e Boas Práticas do Espaço Cultural Ibero-americano
Em 26, jun 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
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Nos dias 12, 14 e 16 de junho, foi realizada a formação “Vinculação comunitária”, oferecida pelo Banco de Saberes e Boas Práticas do Espaço Cultural Ibero-americano às pessoas responsáveis pelos projetos incorporados na convocatória lançada há um ano. O curso foi ministrado de modo virtual por Miriam Barrón, artista visual e gestora cultural que desde 2008 forma parte da equipe educativa do Museo Universitario Arte Contemporáneo (MUAC) na Cidade do México.
Todas as pessoas responsáveis pelos projetos que se somaram ao Banco de Saberes e Boas Práticas foram convidadas a participar desta capacitação de maneira gratuita. Se inscreveram 25 pessoas, de 24 instituições, procedentes de 10 países ibero-americanos: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
As sessões tiveram cerca de 2 horas e meia de duração, começando às 8:00 do México (11:00 de Argentina e Brasil), e contaram com a participação das Unidades Técnicas dos programas de cooperação IberCultura Viva e Ibermuseus, que levam adiante esta iniciativa. Estiveram presentes em cada jornada entre 19 e 23 pessoas.
Neste espaço de formação, os/as representantes de museus, coletivos e organizações culturais comunitárias que integram o Banco de Saberes e Boas Práticas também puderam apresentar os projetos que desenvolvem em seus territórios, trocar experiências e conhecer um pouco mais da diversidade de práticas culturais que se apresentam nesta plataforma. Depois se distribuíram em grupos (salas) para refletir sobre conceitos como “coletividade”, “rede” e “comunidade”, e compartilhar seus sentimentos como “sonhadores e sonhadoras de outros mundos possíveis”.
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A plataforma
O Banco de Saberes e Boas Práticas do Espaço Cultural Ibero-americano foi lançado em 21 de junho de 2022, com o objetivo de promover o diálogo intercultural e valorizar o papel da cultura como agente transformador de condições e imaginários, na melhoria da qualidade de vida das pessoas, de sua saúde mental e emocional e, ao mesmo tempo, como promotora de sociedades mais justas.
Os primeiros projetos que se somaram a esta plataforma virtual haviam sido contemplados nos editais de ajudas implementados pelos programas IberCultura Viva, Ibermuseus e Iber-rutas entre 2020 e 2021, e também em 2019, mas desenvolvidos no contexto da pandemia de Covid-19. Os demais foram incorporados por meio da convocatória de projetos que foi lançada para reunir experiências que pusessem em evidência a contribuição da cultura para o bem-estar social. Esta convocatória esteve aberta entre 21 de junho e 31 de julho de 2022. Foram selecionados 57 projetos, provenientes de 12 países: Argentina (2), Bolívia (1), Brasil (6), Chile (7), Colômbia (3), Costa Rica (1), Equador (1), Espanha (5), México (12), Paraguai (1), Peru (13) e Uruguai (5).
Ao dar visibilidade a estas iniciativas territoriais e comunitárias, espera-se que as boas práticas possam servir de referência para outros agentes e instituições na implementação de projetos em seus campos de atuação. A intenção é a de que a plataforma expanda suas fronteiras, englobando projetos dos demais programas do Espaço Cultural Ibero-americano, assim como iniciativas independentes. Desta forma, poderia configurar-se em um instrumento da Cooperação Ibero-americana, em um mecanismo de troca de experiências sobre participação cidadã inclusiva e intercultural.
O Banco de Saberes e Boas Práticas do Espaço Cultural Ibero-americano é um banco de acesso livre, autogerido e disponível para que qualquer pessoa, de qualquer país ibero-americano, possa identificar as iniciativas nele reunidas. Esta plataforma está aberta a todas as iniciativas e instituições que desejem integrar este espaço como potencial ferramenta para o conhecimento, reconhecimento e ampliação de possibilidades a partir do acesso a boas práticas e informação.
O registro das práticas se realiza exclusivamente pela plataforma web (clicando no botão “Registrarse”). Serão bem-vindas todas as iniciativas que valorizem o papel da cultura como agente transformador de condições e imaginários.
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Saiba mais: www.bancodesaberesiberoamericano.org
Ministério de Cultura do Peru abre concurso de intervenções para Pontos de Cultura
Em 23, jun 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
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Nesta quinta-feira, 22 de junho, começou o período de inscrição para o concurso de intervenções “Bairro Seguro com Cultura”, destinado a organizações reconhecidas como Pontos de Cultura pelo Ministério de Cultura do Peru. O prémio que receberá cada organização beneficiária corresponderá a um valor máximo de 15 mil soles (cerca de 4.100 dólares). As inscrições serão recebidas até o dia 2 de julho.
A intervenção consiste em desenhar e desenvolver um programa de atividades culturais comunitárias que contribuam para a prática de uma cultura de paz, convivência pacífica e segurança cidadã em áreas de ação da estratégia multissetorial “Bairro Seguro”, ou em territórios que apresentam altos índices de vulnerabilidade social.
As iniciativas poderão ser realizadas em articulação com entidades públicas ou privadas, até 30 de novembro de 2023, e devem contemplar o desenvolvimento de oficinas, festivais, apresentações artísticas, exposições, espetáculos, feiras, ativações socioculturais, entre outros, cujos resultados devem ser mensuráveis.
A verba do prêmio poderá ser direcionada para despesas com honorários (artísticos, técnicos, de direção e/ou equipe de produção da intervenção); aluguel e/ou aquisição de equipamentos e materiais; difusão, mobilidades e transferências; alojamento, alimentação e procedimentos (autorizações, licenças, seguros, licenças ou outros). As atividades financiadas não podem ser anteriores à data da declaração dos beneficiários.
As intervenções devem enquadrar-se em processos de difusão, apropriação social e formação a partir de: 1) Atividades que contribuam para o reforço das relações comunitárias com impacto nas populações com vulnerabilidade social; 2) Atividades que promovam o respeito à diversidade de identidades e o reconhecimento dos direitos de populações historicamente negligenciadas; 3) Atividades que contribuam para a salvaguarda dos conhecimentos ancestrais, tradições, identidade cultural e memória dos povos indígenas e populações afro-peruanas, 4) Atividades que promovam a identidade cultural, por meio da valorização, defesa e divulgação do patrimônio cultural local e diversidade.
Serão priorizadas candidaturas que promovam a igualdade de gênero, o diálogo intercultural e a atenção às populações vulneráveis. A distribuição das intervenções beneficiárias considera 53 beneficiários para Lima e Callao, e um mínimo de 81 beneficiários nas outras regiões. Atualmente, a rede de Pontos de Cultura do Peru conta com um total de 638 organizações reconhecidas nas 25 regiões do país. Cerca de 41% dos Pontos de Cultura são de Lima e 59% das regiões.
O Concurso “Bairro Seguro com Cultura” está previsto no Plano Anual de Promoção de Pontos de Cultura para o ano de 2023, aprovado por resolução vice-ministerial publicada em 15 de junho.
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Confira o regulamento do concurso: https://bit.ly/3CKzxiP
Ministério de Cultura do Peru lança a segunda convocatória de Estímulos Econômicos para as Artes Cênicas, Artes Visuais e Música 2023
Em 22, jun 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
O Ministério de Cultura do Peru abriu a segunda convocatória de Estímulos Econômicos para as Artes Cênicas, as Artes Visuais e a Música 2023. Quatro concursos têm inscrições abertas até 19 de julho: Concurso de Projetos de Arte para Transformação e Inovação Social; Concurso de Projetos de Redes, Plataformas e Espaços para as Artes; Concurso de Projetos de Arte de Circulação Nacional e Concurso de Projetos de Arte de Circulação Internacional.
No caso do Concurso de Projetos de Arte para Transformação e Inovação Social, pessoas físicas ou jurídicas podem apresentar uma proposta de ação de incidência comunitária que mostre como, por meio das artes cênicas, artes visuais e/ou música, pode contribuir para processos de transformação e inovação social nos públicos definidos.
O projeto apresentado poderá ser executado virtualmente e/ou presencialmente até 31 de dezembro de 2024, e o apoio financeiro a ser recebido deve estar dirigido para as seguintes despesas: 1) Honorários (artísticos, técnicos, de gestão e/ou produção); 2) Aluguel de equipamentos, materiais ou outros (para produção artística, exposição, divulgação e/ou projeto); 3) Aquisição de equipamentos, materiais ou outros (para a produção artística, exposição e/ou divulgação do projeto); 4) Trâmites, autorizações e/ou licenças.
As atividades a serem financiadas não poderão ser anteriores a 29 de setembro de 2023, data em que serão anunciados os beneficiários. Nesta edição, será premiado o valor total máximo de 375 mil soles em estímulos econômicos. O valor que cada requerente declarado como beneficiário receberá corresponderá ao que foi solicitado na sua candidatura e não poderá ultrapassar os 15 mil soles.
O projeto deve considerar perspectivas abordadas em um ou mais dos seguintes marcos regulatórios: Plano de Ação Nacional sobre Empresas e Direitos Humanos 2021-2025; Política Nacional para a Integração da Abordagem Intercultural; Política Nacional dos Povos Indígenas ou Originários até 2030; Política Nacional do Povo Afro-Peruano até 2030; Política Nacional de Desenvolvimento e Inclusão Social; Política Nacional de Línguas Originárias, Tradição Oral e Interculturalidade; Política Nacional de Igualdade de Género; Política Nacional de Migração 2017-2025.
Podem se inscrever pessoas físicas maiores de 18 anos e inscritas no Registro Único de Contribuintes (RUC); e pessoas jurídicas de direito privado, domiciliadas no Peru, com registro atualizado perante a Superintendência Nacional de Registros Públicos (Sunarp) e inscritas no RUC.
Um mínimo de 60% será reservado para solicitações enviadas por candidatos domiciliados em regiões excluindo Lima Metropolitana e Callao. Além disso, será reservado um mínimo de 40% para candidaturas apresentadas por mulheres, para as quais se verificará que, no caso de pessoas singulares, a requerente é mulher e, no caso de pessoas coletivas, o responsável pelo projeto é uma mulher.
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Confira os regulamentos dos concursos: https://bit.ly/3UILCx0
Consultas: concursosartes@cultura.gob.pe
34 projetos foram selecionados no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023
(Foto: Mario Ruiz/ Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio de Chile)
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Um encontro internacional de feminismos comunitários camponeses e populares na Argentina; um festival em torno da palavra das pessoas migrantes, racializadas e dissidentes sexuais na Espanha; um ciclo de diálogos sobre experiências artísticas junto a mulheres e dissidências encarceradas no Chile; um encontro de líderes comunitários em defesa da cultura da terra na Costa Rica; um festival intercultural com as manifestações artísticas do povo afro-equatoriano Chachi e Épera; um encontro de comunicação popular reunindo mulheres indígenas e camponesas no México; um ciclo de “fogueiras digitais” com indígenas de Argentina, Brasil e Chile para a produção de obras de arte indígena apropriando-se da inteligência artificial; um encontro regional de cultura viva comunitária em El Salvador; a terceira edição dos Intercâmbios de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária no Paraguai.
Estes são alguns dos 34 projetos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023. O montante destinado a esta edição da convocatória é de 174 mil dólares, o maior concedido por IberCultura Viva até o momento. Cada projeto selecionado receberá até 5 mil dólares para utilizar nos gastos de produção e comunicação do evento proposto.
As 34 propostas ganhadoras que se encontram na lista publicada nesta sexta-feira, 16 de junho, são provenientes de 12 países: 3 da Argentina, 3 do Brasil, 3 do Chile, 3 da Colômbia, 3 de El Salvador, 3 do Equador, 3 do México, 3 do Paraguai, 3 do Peru, 3 do Uruguai, 2 da Espanha e 2 da Costa Rica.
A seleção levou em conta critérios como a adequação aos objetivos estratégicos do IberCultura Viva, os impactos artístico-culturais, econômicos e/ou sociais do projeto, a experiência da rede ou articulação proponente, a avaliação da proposta técnica, e a coerência e adequação do orçamento e do plano de trabalho aos objetivos e estratégias propostos. Os critérios e sua respectiva pontuação estavam estabelecidos no regulamento do edital. Os projetos que obtiveram as maiores pontuações em cada país foram os selecionados para receber apoio financeiro.
As redes que foram selecionadas no edital serão contatadas pela Unidade Técnica do Programa IberCultura Viva nos próximos dias para a realização dos trâmites que permitam o pagamento dos recursos financeiros às organizações responsáveis.
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O edital
O Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 recebeu 208 inscrições. Desse total, 157 candidaturas foram consideradas habilitadas e seguiram para a segunda fase do processo de seleção, em que os projetos habilitados são avaliados por representantes dos governos de cada um dos 12 países participantes (cada governo se encarrega de avaliar os projetos do próprio país). O país com o maior número de propostas habilitadas foi Colômbia, com 49 projetos avaliados. México (20), Chile (19), Argentina (16) e Peru (13) foram os outros países que apresentaram mais projetos nesta edição.
O prazo de inscrição na plataforma Mapa IberCultura Viva começou em 10 de fevereiro e terminou em 20 de abril. Segundo o regulamento, seriam aceitos como eventos nesta edição: assembleias, encontros, congressos, jornadas de conscientização, seminários, festivais, feiras, colóquios e simpósios. Este ano também era possível apresentar propostas com o tema inclusão digital, para promover projetos em rede que coloquem em prática e/ou promovam o acesso à internet nas comunidades. As atividades devem ser realizadas entre junho e novembro de 2023, com entrada gratuita.
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⇒Confira a lista de propostas selecionadas (resultado final)
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Leia também:
Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 tem 157 candidaturas habilitadas
Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai realizará encontros para fortalecer a gestão comunitária
Em 27, Maio 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
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A Secretaria Nacional de Cultura (SNC) do Paraguai realizará os “Encontros Itinerantes para o Fortalecimento das Capacidades de Gestão Cultural Comunitária”, nos próximos sábados, entre 3 de junho e 15 de julho. A atividade se dá no âmbito do “Eixo 2: Capacidades instaladas e gestão do conhecimento” do programa Pontos de Cultura – Arandupy Renda 2023.
Estes quatro encontros, baseados nos “Espaços de Diálogo Horizontal para Aprendizagem Conjunta – Ñemongueta Jere”, são dirigidos a gestores culturais comunitários, representantes de Pontos de Cultura, e abertos a todas as pessoas interessadas em conhecer mais sobre cultura viva comunitária.
São de acesso livre, mediante inscrição prévia em https://forms.gle/P1XHbjNmTCT2JqyL9.
A SNC oferecerá transporte gratuito aos participantes. Cotas limitadas.
Encontro 1 – Inclusão digital na Gestão Cultural
Data: 3 de junho
Local: Centro Cultural Melodía
Cidade: Villa Hayes, departamento de Presidente Hayes
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Encontro 2 – Desenvolvimento Territorial e Cultura Viva Comunitária
Data: 17 de junho
Localização: Antiga Estação Ferroviária Cerro León Camp
Cidade: Pirayu, departamento de Paraguarí
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Encontro 3 – Interculturalidade e Multilinguismo
Data: 1º de julho
Local: Comunidade Indígena Pindó
Cidade: San Cosme y Damián, departamento de Itapúa
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Encontro 4 – Património Vivo e Inclusão Social
Data: 15 de julho
Local: Comunidade do Rosado
Cidade: Tobatí, departamento da Cordilheira
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Saiba mais: www.cultura.gov.py
Andrea Neira ministrará a primeira aula aberta do Curso de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária 2023
“Cultura e Decolonialidade”, da colombiana Andrea Neira, será a primeira aula aberta da edição 2023 do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária FLACSO-IberCultura Viva. Esta aula aberta, que será na quarta-feira, 24 de maio, às 12h (horário de Brasília e Argentina), será transmitida ao vivo no canal do IberCultura Viva no YouTube.
Assistente social pela Universidade Colegio Mayor de Cundinamarca, com mestrado em Estudos de Gênero (Universidade Nacional da Colômbia), Andrea Neira é atualmente professora pesquisadora do Instituto de Estudos Sociais Contemporâneos da Universidade Central (Colômbia), onde atua como coordenadora acadêmica do Mestrado em Pesquisa em Problemas Sociais Contemporâneos.
Além de liderar o grupo de pesquisa Conhecimentos e Identidades Culturais (GICEIC), coordena o Grupo de Trabalho CLACSO “Epistemologias decoloniais, territórios e cultura”. Ela tem pesquisado sobre pós-desenvolvimento, alternativas ao desenvolvimento, subjetividades juvenis, masculinidades e feminilidades no hip hop, masculinidades e ex-combatentes, e economias feministas e comunitárias.
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Encontros anteriores
As aulas transmitidas pelo YouTube foram uma novidade da edição 2021 do Curso Internacional de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária. A primeira palestra, realizada em 27 de maio de 2021, foi “Cultura: espécies culturais digitais e territoriais“, do professor Omar Rincón (Colômbia). A segunda, em 15 de setembro, foi “Gestão cultural dissidente, decolonial, comunitária e feminista“, dada pela guatemalteca Lucía Ixchíu. A argentina Laura Taube ministrou a terceira e última aula aberta do ano de 2021, “Desenvolvimento de públicos para o setor cultural”, no dia 11 de novembro.
No ano passado foram realizadas duas aulas abertas: “Cultura e Decolonialidade”, com Andrea Neira, em 26 de maio de 2022, e “Como construir tramas poéticas com territórios”, com Paula Mascias, em 18 de agosto. Este ano, Andrea Neira retorna à sexta turma do curso, que teve início no dia 20 de abril.
Esses encontros virtuais (pelo Zoom) contam com a participação dos alunos matriculados no curso (que podem tirar dúvidas durante a videoconferência) e estão disponíveis no canal do IberCultura Viva no YouTube para quem quiser assistir depois.
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Quando:
Quarta-feira, 24 de maio
9:00 (CRI-MEX-SLV), 10:00 (COL-ECU-PER), 11:00 (CHL-BOL-VEN-PRY), 12:00 (ARG-BRA-URY), 17:00 (ESP)
Onde assistir: https://www.youtube.com/@IberCulturaViva/streams
Projeto de Lei de Fomento para a Cultura Viva Comunitária será apresentado na Câmara de Deputados da Argentina
Em 18, Maio 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
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Na próxima terça-feira, 23 de maio, às 15:00, será apresentado o projeto de Lei de Fomento para a Cultura Viva Comunitária da Argentina na Câmara de Deputados (Auditório do Anexo A, Av. Rivadavia 1841, Cidade de Buenos Aires). A iniciativa busca reconhecer e fomentar o trabalho de organizações comunitárias para promover a Cultura Viva Comunitaria em todo o território da República Argentina.
Este projeto de lei, que será apresentado pela deputada María Rosa Martínez, foi construído em conjunto com o Instituto Argentino de Promoción de la Cultura Viva Comunitaria, associação civil com representação federal do Movimento Argentino de Cultura Viva Comunitária.
O documento contou com aportes de Clarisa Fernández (Conicet-UNLP) e de María Soledad Segura (Conicet-UNC), coordenadora da Rede “1983/2023 – 40 Anos de Democracia” Argentina de Pesquisadoras e Pesquisadores de Comunicação e Cultura com Enfoque de Direitos.
Os debates e as propostas da sociedade civil organizada a partir dos Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária, que em 2023 completam 10 anos (Argentina foi sede da quarta edição, em 2019; Bolívia da primeira, em 2013), também foram recolhidos para a elaboração do projeto, junto aos aportes gerados pela campanha “Mil pueblos jóvenes”, impulsionada pela Asociación Civil y Cultural El Culebrón Timbal.
O projeto de lei busca dar corpo a uma política cultural de base comunitária robusta, de alcance federal e participativa, com a criação de um Plano Nacional de Promoção e Fomento da Cultura Viva Comunitária. Para isso, define os âmbitos e processos da CVC, e delimita os sujeitos alcançados pela lei, incluindo as organizações culturais comunitárias (OCC) que não têm formalidade jurídica, mas sim trabalho contínuo no território.
Além disso, cria um Registro Nacional da Cultura Viva Comunitária definindo alguns requisitos mínimos para sua incorporação, com a previsão de que podem incluir se todas as OCC que tenham sido reconhecidas como Pontos de Cultura pelo Estado Argentino. Também prevê a criação de um Conselho Federal da Cultura Viva Comunitária, com participação intersetorial.
Depois da apresentação na Câmara de Deputados, o projeto de lei deverá ser tratado pelas Comissões de Cultura e de Orçamento, para então ser votado no recinto.
A apresentação se dará no âmbito da Semana da Cultura Viva Comunitária e da iniciativa “100 Caravanas pelo Bem Viver”, que celebra os 10 anos do Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Na Plaza Congreso e em distintos lugares da Argentina serão realizadas, a partir das 14:00, feiras de experiências, rádios abertas, festivais e caravanas de carroças, entre outras atividades culturais e populares. Durante o evento também serão divulgados depoimentos e saudações de experiências de Cultura Viva Comunitária em diferentes países da América Latina.
Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 tem 157 candidaturas habilitadas
(Foto: Mario Ruiz/ Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio de Chile)
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O Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 recebeu 208 inscrições. Desse total, 157 candidaturas foram consideradas habilitadas e seguem para a segunda fase do processo de seleção. Estas candidaturas provêm dos 12 países membros do IberCultura Viva: Argentina (16), Brasil (10), Chile (19), Colômbia (48), Costa Rica (4), Equador (10), El Salvador (3), Espanha (4), México(20), Paraguai (4), Peru (13) e Uruguai (5).
Uma primeira lista, com 130 candidaturas habilitadas e 78 não habilitadas, foi publicada em 12 de maio, dia em que se abriu o período de recurso para que as organizações responsáveis pelas propostas inválidas pudessem corrigir a documentação, enviando o arquivo necessário para o email programa@iberculturaviva.org. O prazo para interposição de recursos terminou na quarta-feira, 17 de maio. Vinte e sete recursos foram aceitos.
Na próxima semana começa a segunda etapa do processo seletivo, em que os projetos habilitados serão avaliados pelos representantes dos governos de cada um dos 12 países participantes (cada governo fica responsável por avaliar os projetos de seu próprio país). A avaliação se dará de acordo com os critérios previamente estabelecidos no regulamento do edital. Serão selecionados os projetos que obtiverem a maior pontuação em cada país. O resultado final desta chamada será publicado na primeira quinzena de junho.
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Convocatória
O Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 esteve aberto na plataforma Mapa IberCultura Viva de 10 de fevereiro a 20 de abril. Segundo o regulamento, seriam aceitos como eventos nesta edição: assembleias, encontros, congressos, jornadas de conscientização, seminários, festivais, feiras, colóquios e simpósios. Este ano também era possível apresentar propostas com o tema inclusão digital, para promover projetos em rede que coloquem em prática e/ou promovam o acesso à internet nas comunidades. As atividades devem ser realizadas entre junho e novembro de 2023, com entrada gratuita.
Com esta convocatória, que concederá um total de 174 mil dólares aos projetos ganhadores (o maior valor já concedido pelo IberCultura Viva até agora), o programa pretende apoiar eventos que visem fortalecer a articulação e o trabalho em rede das organizações culturais comunitárias, de âmbito local, nacional ou internacional, e cuja forma de gestão se desenvolva a partir da articulação e trabalho conjunto das organizações culturais comunitárias participantes.
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Confira a lista de candidaturas habilitadas e não habilitadas (lista definitiva)
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