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Blog

06

dez
2022

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

41 inscrições foram habilitadas no concurso Sabores Migrantes Comunitários 2022

Em 06, dez 2022 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

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Receitas e práticas culinárias narradas por pessoas de 13 países ibero-americanos concorrem aos 13 prêmios da edição 2022 do concurso Sabores Migrantes Comunitários. As inscrições estiveram abertas na plataforma Mapa IberCultura Viva entre 26 de setembro e 11 de novembro, período em que foram enviadas 44 candidaturas. Desse total, 41 foram consideradas habilitadas e irão para a segunda etapa do processo de avaliação. 

Uma primeira lista de candidaturas habilitadas, com 36 nomes, foi publicada no dia 5 de dezembro. Foi aberto um prazo de três dias para apresentação de recursos e complementação de informação ou documentação por correio eletrônico. O prazo terminou no dia 8 de dezembro. Cinco recursos foram aceitos. 

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O concurso

Sabores Migrantes Comunitários é uma iniciativa conjunta dos programas IberCultura Viva, Iber-Rutas e Ibercocinas que premia histórias de receitas e práticas culinárias de comunidades migrantes na América Latina. As 13 iniciativas selecionadas receberão o reconhecimento como ‘Boa prática de cozinha migrante comunitária ibero-americana’ e um prêmio de US$ 600.

Para participar desta chamada, era necessário ser maior de 18 anos, ter origem ibero-americana e residir em país diferente do país de origem, ou ser descendente de migrantes até o segundo grau de parentesco (pai/ mãe, avô/avó). As pessoas interessadas ​​tinham que enviar uma receita de sua comunidade de origem, a história por trás dela e a forma como essa prática culinária está inserida na comunidade de acolhimento.

As 44 pessoas inscritas nesta edição do concurso nasceram nos seguintes países: Argentina (3), Bolívia (2), Brasil (1), Colômbia (12), Cuba (1), Equador (2), El Salvador (2), Espanha (3), Guatemala (2), México (2), Paraguai (2), Peru (5) e Venezuela (7). Os países de residência que aparecem na lista de candidaturas também são 13: Argentina (12), Brasil (2), Chile (5), Colômbia (2), Costa Rica (1), Equador (2), El Salvador (1) , Espanha (6), Estados Unidos (2), México (3), Peru (3), Portugal (1) e Uruguai (5).

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Fase de avaliação

A lista definitiva das candidaturas elegíveis deve ser divulgada na próxima sexta-feira, 9 de dezembro, após o término do prazo e análise da documentação. A segunda etapa do edital começará em seguida, quando serão avaliadas as receitas e histórias enviadas.

A seleção seguirá os critérios estabelecidos no regulamento, como a representatividade do preparo para a comunidade de origem; a experiência de inserção na comunidade de acolhimento; a geração de saberes e práticas tradicionais e criativas conduzidas por cozinheiros migrantes; o impacto direto na segurança alimentar e as estratégias de disseminação do conhecimento culinário e/ou a construção de um legado culinário para as novas gerações conscientes de sua diversidade cultural. 

Além disso, será privilegiada a diversidade cultural das propostas, através da seleção de projetos de diferentes países. Apresentações feitas por mulheres, jovens entre 18 e 29 anos, bem como indígenas ou afrodescendentes, receberão um ponto extra na avaliação. Se o solicitante pertencer a uma comunidade em trânsito, ou que esteja em processo migratório em um abrigo, receberá dois pontos extras.

Nesta edição, todos que tiverem suas práticas culinárias selecionadas terão que compartilhá-las em uma atividade com a comunidade atual. Esta experiência pode ser em ambiente familiar/bairro e/ou numa organização cultural comunitária, numa instituição de ensino, numa associação civil ou similar. O testemunho desta atividade deve ser enviado aos programas organizadores.  

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(*) Texto atualizado em 12 de dezembro de 2022, após a revisão dos recursos enviados

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Confira a lista de candidaturas habilitadas e não habilitadas

Informação às Pessoas Interessadas II – Etapa de habilitação –  Sabores Migrantes Comunitários 2022

30

nov
2022

Em Destaque
Notícias

Por IberCultura

Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva aprova Plano Operativo Anual para 2023 

Em 30, nov 2022 | Em Destaque, Notícias | Por IberCultura

Nesta quarta-feira, 30 de novembro, na última reunião do ano do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, representantes de oito países membros, além do Paraguai (país convidado a participar das atividades do programa em 2022), aprovaram o Plano Operativo Anual (POA) proposto pela Unidade Técnica para 2023. 

As propostas apresentadas no planejamento foram previamente discutidas com o Comitê Executivo (formado por representantes do Chile, Costa Rica e Colômbia) e representantes da presidência e vice-presidência do IberCultura Viva (México e Argentina, respectivamente), em sessões virtuais realizadas nos dias 3 e 17 de novembro.

Além de aprovar as atividades previstas no POA 2023, o objetivo da reunião desta quarta-feira foi ouvir relatos e avaliar as iniciativas do Plano Operativo Anual realizadas ao longo de 2022. Embora o orçamento previsto no POA 2022 não tenha sido totalmente executado (dois editais previstos para este ano serão realizados em 2023), o percentual de execução aumentou em relação a 2021. 

Vinte e quatro pessoas estiveram presentes nesta reunião realizada por videoconferência, entre representantes de governos (de Argentina, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, México, Paraguai, Peru e Uruguai), do Espaço Cultural Ibero-Americano (SEGIB), da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina) e a Unidade Técnica de IberCultura Viva. 

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Boas-vindas

A presidenta do Conselho Intergovernamental, Esther Hernández Torres, diretora geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do México, abriu a reunião agradecendo à Unidade Técnica pelo trabalho realizado ao longo do ano e dando as boas-vindas aos novos REPPIs (representantes dos países perante o programa) e assessores técnicos que participaram pela primeira vez de uma reunião do Conselho Intergovernamental.

“Desde o último encontro presencial no México (em março), muitas coisas aconteceram no mundo, tem sido uma situação de crise global e a América Latina não é exceção. No entanto, nesta situação complexa que atravessamos, a esperança é também uma luz, uma força que nos acompanha. E essa esperança tem a ver com as lutas sociais, as lutas das mulheres, das comunidades, da diversidade, dos povos indígenas, das populações afrodescendentes. As populações historicamente marginalizadas e desfavorecidas são as que agora lideram as mudanças que estão ocorrendo em nossa região”, destacou a presidenta. 

“São as comunidades que dão vida às culturas vivas, são as comunidades às quais devemos nosso serviço público e que nos dão esperança. As ações que o IberCultura Viva promove, as ações que podemos pensar e repensar, as políticas promovidas pelos diferentes governos que compõem o programa, têm a ver com essas causas”, acrescentou.

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Trabalho conjunto

Antes dos cumprimentos dos/das representantes dos países, as tutoras e os coordenadores do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária apresentaram alguns dados sobre a quinta turma do curso, que acontece desde abril no campus virtual da FLACSO-Argentina, com 116 bolsistas do IberCultura Viva. 

“Para a FLACSO é uma honra e um prazer poder compartilhar este espaço e gerar mais redes em nossa região; de turma em turma confirma-se que esses espaços geram muito trabalho conjunto”, afirmou Belén Igarzábal, diretora de Comunicação e Cultura da FLACSO-Argentina, que divide a coordenação acadêmica do curso com Franco Rizzi. 

Em seguida, Sara Diez, que participou do encontro representando o Espaço Cultural Ibero-Americano, mencionou a recente nomeação de Lorena Larios como secretária de Cooperação da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), e o interesse demonstrado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) no apoio financeiro e técnico a programas ibero-americanos, incluindo o IberCultura Viva. 

Federico Prieto, secretário de Gestão Cultural do Ministério da Cultura da Argentina e vice-presidente do IberCultura Viva desde abril/maio, destacou a importância de apoiar ações concretas no trabalho com políticas culturais de base comunitária, não apenas no que pode ser feito como países, mas também como governos locais e com as organizações em cada um de seus lugares.

“Parece-me importante continuar mantendo e apoiando a pós-graduação da FLACSO e suas bolsas, porque é uma possibilidade concreta de melhorar a qualificação técnica de muitos agentes culturais dos territórios, sejam do Estado ou de organizações. Assim se começa a construir uma massa crítica capaz de dinamizar e colocar a cultura comunitária no pensar e fazer como tal”, disse Prieto, que antes de assumir a vice-presidência do programa foi representante da província de Entre Ríos na Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.

O secretário também destacou a importância de se pensar ações no campo da cooperação internacional, para reunir as culturas que foram divididas por fronteiras políticas, e trabalhar esses processos culturais em cada um dos territórios. “Temos que ser capazes de ser uma grande equipe trabalhando juntos”, disse ele.

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Resultados relevantes

Em seu discurso, Humberto López La Bella, diretor geral de Diversidade, Direitos e Processos Culturais da Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai, confirmou o interesse do governo paraguaio em ter participação plena no Conselho Intergovernamental a partir de 2023, e agradeceu aos países membros pelas possibilidades de cooperação que se tornaram possíveis em 2022, ano em que o Paraguai retornou ao programa como país convidado (depois de participar do Conselho por dois anos, de 2014 a 2016). 

“A possibilidade de capacitação em políticas culturais de base comunitária por meio da FLACSO, o aporte financeiro ao projeto de fortalecimento de redes colaborativas e a participação de representantes de nosso país no Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, no Peru, são resultados de grande relevância. neste primeiro ano”, comentou o representante do Paraguai. 

Marianela Riquelme, chefa do Departamento de Cidadania Cultural do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, também destacou os resultados de algumas ações realizadas pelo programa neste ano, como o apoio ao 5º Congresso Latino-americano de CVC e a continuidade do Curso de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária, que o IberCultura Viva desenvolve em conjunto com a FLACSO-Argentina desde 2018.

 “No Chile, este programa de formação é muito valorizado pelos agentes culturais territoriais. Esperamos que continue a fortalecer a atuação dos funcionários, que nem sempre têm acesso a esse tipo de formação de qualidade, e também dos agentes culturais comunitários, que anseiam por mais ferramentas para poderem desenvolver uma gestão comunitária que vá de encontro às exigências das nossas comunidades”, comentou.

Segundo a REPPI do Chile, o movimento cidadão que saiu às ruas do país em outubro de 2019 ainda ressoa e está muito presente: “Esse movimento foi poderoso e está muito ativo hoje, exigindo a elaboração de políticas mais adequadas às demandas de transversalidade e diversidade cultural das comunidades”, enfatizou. 

Uma das principais políticas culturais do governo do presidente Gabriel Boric, construída de forma participativa ao longo deste ano, é o programa Pontos de Cultura Comunitária, que será apresentado nesta sexta-feira, 2 de dezembro, em Santiago, em colóquio do Encontro Cidadão de Culturas Comunitárias. 

Além de lançar seu programa de Pontos de Cultura, o governo chileno considera de grande importância o trabalho com os governos locais e, portanto, tem interesse em fortalecer a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. A recente incorporação de nove municípios chilenos à rede é resultado do trabalho que o Ministério das Culturas tem realizado para fortalecer as identidades locais e reconhecer a diversidade cultural presente nos territórios. 

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Novos representantes 

O Ministério da Cultura da Colômbia, que também passa por processos de mudança com o novo governo, teve três representantes na reunião do Conselho Intergovernamental: Monica Sanchez, da Direção de Populações, atual instituição REPPI da Colômbia perante o programa; Camilo Bogotá, assessor da ministra Patricia Ariza Florez e representante da Direção de Fomento Regional, que deve assumir como instituição REPPI em 2023, e Jully Ramírez, do Escritório de Relações Internacionais e Cooperação.

Ao comentar a transformação pela qual passa o ministério – agora Ministério das Culturas, das Artes e dos Saberes (MiCasa)-, Camilo Bogotá destacou a construção participativa do Plano Nacional de Desenvolvimento 2022-2026, através de instâncias denominadas Diálogos Regionais Vinculantes.

 “Queremos dar um salto no sentido de compreender e valorizar a diversidade cultural, a multiplicidade de formas de ser cidadão e de construir uma narrativa de país”, afirmou. “Os processos comunitários vão ser de fundamental importância para a construção do novo Plano Nacional de Desenvolvimento e do Plano Estratégico de Cultura para os próximos quatro anos.”

O representante da Colômbia também comentou que foi realizada uma primeira sessão do Conselho Nacional de Cultura ampliado, e que nos dias 5 e 6 de dezembro haverá uma reunião com os responsáveis ​​pela Cultura nos municípios e departamentos do país, na qual pretendem incentivar e promover a articulação dos governos locais com o programa IberCultura Viva. 

“Também estamos afinando um Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária para os dias 15 e 16 de dezembro, com representantes de 12 departamentos do país que têm atuado na Plataforma Puente de CVC”, disse, mencionando também o propósito de criar um plano de trabalho com vistas à construção de um programa de Pontos de Cultura para a Colômbia. 

Outros novos representantes de países que participaram pela primeira vez de uma reunião do Conselho Intergovernamental foram Caridad Pizarro, diretora de Artes do Ministério da Cultura do Peru, e Marcia Ushiña, diretora de Promoção de Artes Plásticas, Artes Visuais e Artesanato do Instituto de Promoção da Criatividade e Inovação (IFCI), vinculado ao Ministério da Cultura e Patrimônio do Equador. Acompanhada por Gabriela Rosero, Marcia Ushiña participou da reunião em nome de Jorge Carrillo, o novo REPPI do Equador. “Estamos muito interessados ​​e empenhados em contribuir para o programa”, disse ela.

Caridad Pizarro, que desde setembro é a REPPI do Peru, comemorou a recente incorporação da Municipalidade Metropolitana de Lima à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais e o trabalho realizado durante o 5º Congresso Latino-americano de CVC com o apoio de Iskra Gargurevich, coordenadora do programa Pontos de Cultura no Peru e responsável técnica do país no IberCultura Viva.

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Aumento de recursos

Após as saudações dos REPPIs, a secretária da Unidade Técnica, Flor Minici, apresentou um relatório sobre as convocatórias realizadas ao longo de 2022, com valores (planejados e executados), número de inscritos, número de beneficiários ou organizações, entre outros dados. 

Com exceção do Edital de Mobilidade, que foi lançado para apoiar a participação de organizações no 5º Congresso Latino-americano de CVC, no Peru, os editais de 2022 (Apoio a Redes, Bolsas, Vídeos, Sabores Migrantes) se repetirão em 2023, alguns com mais recursos do que antes, de forma a apoiar mais agentes culturais e organizações culturais comunitárias. 

Segundo Flor Minici, um dos motivos pelos quais está sendo considerado o aumento de recursos para 2023 tem a ver com o que Esther Hernández mencionou na abertura da reunião, no diagnóstico em relação às organizações culturais comunitárias e comunidades nas regiões. Embora apresentem realidades e particularidades diferentes, “todas são atravessadas ​​neste contexto social por uma grande necessidade de apoio dos Estados, das esferas intergovernamentais e interestaduais, para poder construir e continuar construindo organização e ação social”, destacou a secretária técnica do IberCultura Viva. 

“Ali, onde as crises econômicas e a pandemia produziram diversos colapsos e aprofundaram desigualdades e necessidades, é que exigem de nós estar mais presentes e dar mais apoio para poder fortalecer onde é necessário”, acrescentou Minici.

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Próximas convocatórias

Entre as principais atividades que integram o Plano Operativo Anual aprovado nesta reunião, já com data de lançamento prevista, estão o Edital de Bolsas para o Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, cujas inscrições iniciarão em dezembro, e o Edital IberCultura Viva de Redes de Apoio e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023, que será aberto em 18 de janeiro. 

Para esta sexta turma do curso de pós-graduação da FLACSO, serão alocados 17.500 dólares, como na edição anterior, valor que será distribuído entre os 12 países membros (incluindo o Paraguai como país formalmente integrado ao Conselho Intergovernamental). Para a convocatória de redes, que está em sua oitava edição, serão destinados 150 mil dólares, o maior valor já concedido a uma iniciativa do programa desde sua implementação, em 2015.

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29

nov
2022

Em Destaque
Notícias

Por IberCultura

Nove municípios chilenos se somam à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

Em 29, nov 2022 | Em Destaque, Notícias | Por IberCultura

(Foto: FB Municipalidad de Puqueldón, región de Los Lagos)

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Nove municípios chilenos aderiram à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: Concepción, Lonquimay, Quilaco, Valparaíso, San Felipe, Puqueldón, Hualaihué, La Unión e Puerto Saavedra. As autoridades desses municípios, localizados em cinco regiões do país (Valparaíso, La Araucanía, Biobío, Los Lagos e Los Ríos), enviaram ao programa seus pedidos de adesão e receberam neste mês as cartas de aceitação assinadas pela presidenta do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, Esther Hernández Torres.

Formalizada em maio de 2019, a Rede de Cidades e Governos Locais é uma linha de ação do IberCultura Viva para articulação com municípios, províncias, estados e departamentos, que são as instâncias do poder público mais próximas dos principais sujeitos com os quais o programa trabalha: as organizações culturais comunitárias, os povos indígenas e comunidades afrodescendentes. 

Os governos locais que participam desse espaço de cooperação e intercâmbio são aqueles que desenvolvem ou têm interesse em desenvolver políticas culturais de base comunitária. Esta rede busca gerar espaços de reflexão, para chegar a consensos e histórias comuns sobre o que são políticas culturais de base comunitária e como melhorar a implementação e o impacto dessas políticas nos territórios.

Diferentemente dos países membros – que aderem ao IberCultura Viva pelo compromisso de aportar recursos –, os governos municipais, estaduais, departamentais e/ou provinciais que compõem a rede não precisam fazer contribuições monetárias ao Fundo Multilateral IberCultura Viva. Sua contribuição se dá por meio de ações promovidas em conjunto com o programa, como a realização de encontros de redes formadas por organizações e coletivos de cultura comunitária; intercâmbios entre funcionários e técnicos para fortalecer as políticas; publicações e seminários, entre outras atividades.

Com a entrada desses nove representantes chilenos, a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais passa a contar com 30 membros: 25 municípios, 4 províncias e 1 estado. Nesta lista, a Argentina aparece com 7 (4 províncias e 3 municípios); Chile com 10; México com 8 (7 municípios e 1 estado); Brasil com 2; Colômbia, Costa Rica e Peru com 1.

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Fortalecimento da cultura comunitária

O ingresso conjunto desses nove municípios é resultado do trabalho que o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile tem realizado no campo da cultura comunitária para o fortalecimento das identidades e o reconhecimento da diversidade cultural presente no território. 

O plano de governo do presidente Gabriel Boric inclui o desenvolvimento de programas inovadores de cultura comunitária, como o de Pontos de Cultura. Desde o dia 15 de março, está sendo desenvolvido no país um processo participativo no qual representantes de comunidades organizadas em torno da cultura puderam compartilhar e discutir, a partir de suas experiências territoriais, propostas para o programa Puntos de Cultura Comunitária, que será implementado no Chile em 2023. 

Este novo programa, desenhado de forma coletiva e colaborativa, será apresentado no Encuentro Ciudadano de Culturas Comunitarias, que se realizará em Santiago nos dias 1 e 2 de dezembro. Esta instância coroa o processo levado a cabo ao longo deste ano, com várias ações de participação autoconvocadas, tanto internas (pela experiência no Ministério das Culturas) como externas, através de iniciativas como os “Diálogos Cidadãos” que se realizaram em todas as regiões do país.

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Saiba mais sobre a rede

Conheça alguns integrantes da Rede de Cidades e Governos Locais IberCultura Viva

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* Para download:

Estatuto da Rede de Cidades e Governos Locais

Parâmetros para inclusão na Rede de Cidades e Governos Locais

28

nov
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério das Culturas do Chile realizará o Encontro Cidadão de Culturas Comunitárias 

Em 28, nov 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Exposição de experiências, degustação de pratos tradicionais comunitários, oficinas de saberes e apresentações musicais, entre outras ações, fazem parte das mais de 50 atividades programadas para o Encontro Cidadão de Culturas Comunitárias, que se realizará nos dias 1 e 2 de dezembro, das 9h30 às 18h, no Centro Gabriela Mistral (GAM) em Santiago, no Chile. 

Organizada pelo Ministério das Culturas, das Artes e do Património, por meio do Departamento de Cidadania Cultural, a atividade inclui um espaço dedicado às artes e culturas comunitárias, com saberes e atividades artísticas de grupos que atuam em territórios de todo o país. Também haverá um colóquio para compartilhar experiências de incidência e participação comunitária, onde será apresentado o programa Pontos de Cultura Comunitária, que será implementado no Chile em 2023.

A ministra das Culturas, das Artes e do Patrimônio, Julieta Brodsky Hernández, anunciou que esta é provavelmente uma das maiores, mais diversas e representativas festas de cultura comunitária que já se realizou no Chile. “Mais de 100 representantes de diferentes partes do país vão participar de um espaço de intercâmbio e visibilidade do trabalho cultural comunitário, para dar conta da fundamental relevância desse tipo de organização nos territórios”, destacou.

Segundo ela, a proposta de implementação dos Pontos de Cultura Comunitária, uma das mais relevantes políticas públicas culturais do governo do presidente Gabriel Boric, mostrará os resultados de um processo participativo que chegou a 121 Diálogos Cidadãos, com a participação de mais de 1.400 pessoas em todas as regiões do Chile, para recolher aportes de agrupações comunitárias durante a fase de instalação do programa”.

O encontro será aberto ao público e terá duas instâncias. A primeira será a Feira de Arte e Culturas Comunitárias, que acontecerá nos dias 1º e 2 de dezembro na Praça Zócalo do GAM. Esta mostra de saberes e fazeres artísticos e culturais projeta-se como um espaço de visibilidade da diversidade de organizações comunitárias que podem ser Pontos de Cultura, bem como de articulação entre os territórios e os seus habitantes.

Como parte do segundo dia de encontro, na sexta-feira (02/12), será realizado o Colóquio Pontos de Cultura Comunitária: “Experiências, saberes locais e políticas de desenvolvimento comunitário”. Haverá apresentações de organizações comunitárias; exposições de experiências marcantes de gestão municipal, e um espaço de diálogo em torno da relação com o programa Pontos de Cultura. No último bloco, serão apresentados os resultados da fase de instalação do programa e a proposta de implementação para 2023.

Para assistir ao colóquio é necessário inscrever-se neste formulário, uma vez que a lotação da Sala A1 está limitada a 250 pessoas. Para quem não puder comparecer presencialmente, haverá transmissão ao vivo no Facebook (Cidadania Cultural) e no canal do YouTube do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio.

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(Fonte: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio)

12

nov
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Começa o Encontro Nacional de Pontos de Cultura da Argentina

Em 12, nov 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Nesta sexta-feira, 11 de novembro, teve início o Encontro Nacional de Pontos de Cultura da Argentina. Neste primeiro dia de atividades no Centro Cultural Kirchner, na cidade de Buenos Aires, organizações comunitárias de todo o país participaram de palestras, oficinas, fórum e da Feira de Políticas Públicas.

A cerimónia de abertura contou com a presença de Federico Prieto, secretário de Gestão Cultural do Ministério de Cultura da Argentina e vice-presidente do IberCultura Viva; Laura Bianchi, diretora nacional de Diversidade e Cultura Comunitária, e Natalia Roche, diretora de Programas Socioculturais.

Também participaram das atividades Diego Benhabib, coordenador dos Pontos de Cultura da Argentina, e os responsáveis ​​por cada região do programa. Atualmente, mais de 1.500 coletivos e organizações compõem a Rede Nacional de Pontos de Cultura.

A inauguração foi realizada com o conversatório “Construindo a democracia a partir da cultura comunitária”, que teve como palestrante principal Taty Almeida (Mães da Praça de Maio – Linha Fundadora). 

A programação seguiu com a oficina “Promovendo a cultura indígena”, com Pontos de Cultura Indígena e referências do Instituto Nacional do Índio (INAI), rodadas de saberes (fóruns regionais) e a oficina “Prevenção da violência de gênero nos espaços culturais” , a cargo do Ministério da Mulher, Gênero e Diversidade da Nação. 

O encontro continua neste sábado no Centro Cultural Kirchner, com oficinas, capacitações, fóruns, conversatórios e apresentações artísticas. Um ato institucional também está previsto, com a participação do ministro de Cultura da Argentina, Tristán Bauer.

Outra atividade programada é um conversatório sobre cultura viva comunitária na América Latina, com a participação de Célio Turino, um dos criadores dos Pontos de Cultura no Brasil; de Alexandre Santini, secretário das Culturas de Niterói; de Flor Minici, secretária da Unidade Técnica do IberCultura Viva, e de representantes de Pontos de Cultura argentinos.

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Começou o Encontro Nacional de Pontos de Cultura 2022 no Centro Cultural Kirchner

11

nov
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Crianças pintam mural em forma de “floresta humana” em um centro cultural de Marcos Juárez

Em 11, nov 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Em Marcos Juárez (Córdoba, Argentina), meninos e meninas que participam da Oficina de Arte Experimental do Programa Cultura Comunitária realizaram um mural coletivo no novo Espaço Cultural e Esportivo, que funciona na Avenida Quintana com a Calle Brasil.

Nesta “floresta humana do sul”, os elementos que aparecem são os da vida cotidiana que as crianças queriam ver representados na parede, como o sol, a lua, um pássaro, uma bola.

Jorgelina Astrada, designer gráfica, conta que a partir das ideias das crianças elaborou um esboço para que elas pintassem e se expressassem através das cores. Para além da pintura, elas começaram a escrever os seus nomes, a encher as paredes de mãos coloridas, o que deu origem a um segundo mural, que seria a continuação daquele. 

Meninas mais velhas do bairro, que não frequentam a oficina, vieram e começaram a pintar também. A frase “Viva sua vida”, que está lá, surgiu deles. É daí que vem o conceito deste trabalho coletivo: “Viva sua vida… como se fosse uma floresta que espelha as estrelas”. Segundo a professora, essa frase que aparece no mural faz referência a que vivamos em harmonia, “respeitando a alteridade, quaisquer que sejam as características do outro”.

Terminado este mural, os meninos e meninas continuaram pintando as paredes internas do centro cultural, representando o que lhes ocorria, procurando respeitar o trabalho do outro, com cada um pintando o que bem queria, com formas que surgiam  de seu mundo interior. 

“De alguma maneira isso ajuda a desenvolver e potencializar sua capacidade expressiva através da brincadeira e da liberdade”, afirma Jorgelina. Para ela, além de explorar e desenvolver essas capacidades, este espaço é uma forma de conscientizar as crianças sobre o mundo que as cerca.

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O programa

A Municípalidade de Marcos Juárez é um dos membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Nesta cidade de 30.000 habitantes, localizada no leste da província de Córdoba, foi criado em 2014 o programa municipal de Cultura Comunitária. Atualmente, o programa conta com mais de 100 oficinas (artísticas, esportivas, educativas, de ofícios), oferecidas gratuitamente em 21 pontos da cidade, beneficiando aproximadamente 4.000 pessoas.

08

nov
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Amplia-se o prazo de inscrição para o concurso Sabores Migrantes Comunitários

Em 08, nov 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Foram prorrogadas até a próxima sexta-feira, 11 de novembro, as inscrições para a quarta edição do concurso Sabores Comunitários Migrantes, que premia histórias de receitas e práticas culinárias de comunidades migrantes na Ibero-América.

A convocatória, uma iniciativa conjunta dos programas de cooperação IberCultura Viva, Iber-Rutas e Ibercocinas, dirige-se a maiores de 18 anos de origem ibero-americana que vivam num país diferente do seu país de origem.

É necessário apresentar uma proposta de prática culinária que conte uma receita da sua comunidade de origem, a história por detrás dela e a forma como essa receita se insere na comunidade de acolhimento no âmbito de uma experiência migratória.

O valor total do concurso será de 8 mil dólares para um máximo de 13 propostas. As iniciativas selecionadas receberão o reconhecimento como ‘Boa prática da cozinha migrante comunitária ibero-americana’ e um prêmio de US$ 600.

As pessoas interessadas ​​podem enviar as suas candidaturas através da plataforma Mapa IberCultura Viva. É necessário preencher o cadastro de agente na plataforma e o formulário do edital, e enviar sua inscrição antes das 23h59 (horário da Argentina).

A inscrição só será enviada após o preenchimento de todos os campos obrigatórios e a inclusão dos anexos (documento de identidade, comprovante de residência e fotografia).

Caso o perfil de agente não tenha sido totalmente preenchido, o sistema apresentará um alerta (um “!” vermelho) no qual se deve clicar para saber onde está o problema. A plataforma exibirá a confirmação do envio (o dia e a hora aparecerão na tela destacada em verde).

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📌Saiba mais: https://bit.ly/3LN4M08

☑️ Confira o regulamento do concurso: https://bit.ly/3DVPUe0
☑️ Onde se inscrever: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/226/
☑️ Como se cadastrar no Mapa IberCultura Viva:
https://iberculturaviva.org/mapa-ibercultura-viva/?lang=es
☑️ Consultas: programa@iberculturaviva.org

03

nov
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Termina o 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária

Em 03, nov 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Após oito dias de debates, feiras, rituais, cortejos, apresentações artísticas, visitas a comunidades e sítios arqueológicos, o 5º Congresso Latino-americano de Cultura Comunitária Viva terminou neste sábado, 15 de outubro, com uma assembleia no Auditório Municipal de Huancayo, onde foram apresentadas as principais conclusões dos 10 círculos da palavra e as delegações do México e da Colômbia anunciaram que sediarão as próximas edições: México em 2024, Colômbia em 2026.

Outro acordo que saiu da assembleia foi nomear como “Equipe de Acompanhamento Continental” o grupo que reúne porta-vozes dos processos nacionais de cultura viva comunitária (o que já foi chamado de Conselho Latino-americano de CVC). 

Ao passar o bastão para a delegação mexicana, o Grupo Impulsor do 5º Congresso convidou ao palco um representante de cada país que havia realizado o congresso anteriormente (Bolívia, El Salvador, Equador e Argentina) para encerrar o encontro em clima festivo (“Viva! Viva a cultura viva para a América Latina!), com a alegria que é habitual neste movimento continental que completa 10 anos em 2023.

O 5º Congresso Latino-americano de CVC foi realizado de forma itinerante, de 8 a 15 de outubro, com atividades em Lima (Lima Centro e nos distritos de Ate e San Juan de Lurigancho) e Junín (Huancayo), sob o lema “Tecendo esperança e solidariedade para o bem viver”. Das 580 pessoas inscritas, cerca de 450 participaram da caravana que partiu de Lima com destino a Huancayo, em uma viagem de mais de 8 horas.

Diferentemente das edições anteriores, em que o IberCultura Viva participou do congresso com uma programação paralela, com reuniões do Conselho Intergovernamental e Encontros de Redes, este ano o programa esteve presente numa série de atividades, desde a abertura do evento, no Ministério da Cultura, até o fechamento, no Auditório Municipal de Huancayo.

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31

out
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Lima se incorpora à Rede de Cidades e Governos Locais

Em 31, out 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Fabiola Figueroa Cárdenas, gerenta de Cultura da Municipalidade de Lima, e Esther Hernãndez Torres, presidenta do IberCultura Viva, anunciaram juntas a incorporação de Lima à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais durante a abertura do 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em 8 de outubro, no Ministério de Cultura do Peru. A Municipalidade de Lima integrou o Grupo de Trabalho de Governos Locais que se formou em 2017, no 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, e agora formaliza sua participação na rede.

Lima Metropolitana conta com um programa de Cultura Viva Comunitária desde 2013. A Ordenança N° 1673, que institui a política pública metropolitana, estabelece quatro linhas de trabalho. Entre elas se encontram os concursos anuais de projetos de arte e comunidade e a capacitação permanente em gestão cultural, fortalecimento organizacional e outras matérias afins.

29

out
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Representantes da Rede de Cidades e Governos Locais apresentam iniciativas desenvolvidas em seus municípios

Em 29, out 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

No segundo dia dedicado ao Laboratório “Direitos Culturais e Cultura Viva” no 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em 12 de outubro, a jornada começou com apresentações de cinco representantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais no Parque Cívico de Santa Clara, no distrito de Ate (Lima). Carola González falou em nome da Prefeitura de Marcos Juárez (Argentina); Tania Alvarez por Alajuelita (Costa Rica); Alexandre Santini por Niterói (Brasil); Luisa Velásquez por Guadalajara (México) e Fabíola Figueroa por Lima (Peru).

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MARCOS JUÁREZ, ARGENTINA

Carola González, coordenadora de Cultura Comunitária da Municipalidade de Marcos Juárez, comentou como esta cidade de 30 mil habitantes, localizada no leste da província de Córdoba, tornou-se mais democrática e inclusiva após a criação do programa municipal de Cultura Comunitária, há oito anos. Hoje o programa conta com mais de 100 oficinas (artísticas, esportivas, educativas, comerciais), abertas e gratuitas, oferecidas em 21 pontos da cidade, beneficiando aproximadamente 4 mil pessoas. 

“Em 2014, com a mudança de administração, a Direção de Cultura propôs a área de Cultura Comunitária. Esse programa foi criado por uma decisão política do prefeito, de integrar a cidade de todas as áreas, e com o propósito de descentralizar a cultura para liderar processos de mudança”, disse. “Essas intervenções governamentais foram satisfazendo as necessidades da população para obter um tipo de ordem e transformação social, e hoje temos uma cidade mais democrática, mais justa, mais inclusiva, mais igualitária, com direitos, com identidade cultural”. 

Segundo ela, como o município não tinha tantos centros comunitários para levar o programa a 21 pontos da cidade, foram feitos acordos institucionais para que todos tivessem acesso gratuito a bens e serviços culturais. “A participação nestas oficinas culturais e desportivas, inclusivas e de ofícios fortalece o ser individual e social e garante os direitos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos idosos”, sublinhou, destacando que nas reuniões de bairro todos pediram a continuação do programa.

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ALAJUELITA, COSTA RICA

Tania Alvarez, gestora sociocultural, representante de Alajuelita na Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, falou sobre a política cultural comunitária que está sendo implementada no cantão. “Este é um processo de mais de sete anos para que a comunidade tenha uma forma mais participativa e mais válida de fazer as coisas em nosso cantão”, disse. A primeira parte desse processo, iniciado em 2015, foi dedicada à consulta e análise, com base na Política Nacional de Direitos Culturais da Costa Rica. 

“Com base nessa análise, cocriamos uma minuta, um documento que serviu como uma importante ferramenta para que as comunidades exercessem seus direitos culturais. Também passamos por uma fase de validação, voltamos ao documento, fomos aos distritos, às comunidades, e perguntamos se o que tinha surgido era algo que lhes interessava. Concluída esta etapa, fomos à Câmara Municipal e pedimos que aprovassem o nosso documento, e assim foi. Além disso, contamos com um orçamento e uma regulamentação completa gerada pela comunidade”. 

A Política Cultural de Alajuelita, aprovada como lei em outubro de 2019, tem quatro eixos: 1) Fortalecimento da organização comunitária na cultura; 2) Fortalecimento do quadro institucional para o desenvolvimento cultural; 3) Dinamização da economia criativa; 4) Proteção do patrimônio de Alajuelita. “Para que isso seja possível, foram criados mecanismos como uma rede de gestores culturais, uma rede de animação sociocultural, núcleos de ação cultural comunitária em todos os bairros e orçamentos que podem ser executados pela comunidade”, explicou. “Acreditamos que é uma nova forma de participar, de exercer os direitos culturais. Uma forma que não é de validação, mas de compromisso, de caminho, de cocriação”.

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NITERÓI, BRASIL

Alexandre Santini, secretário das Culturas de Niterói (Rio de Janeiro), disse que vem do Movimento de Cultura Viva Comunitária, vinculado a um Ponto de Cultura no Brasil desde 2005, e que daí vem sua trajetória de compromisso com os processos culturais comunitários. Além de mencionar sua participação na gestão do programa nacional Cultura Viva (em 2015-2016 ele foi diretor de Cidadania e Diversidade Cultural do então Ministério da Cultura), destacou o processo de incidência para a aprovação da Lei de Cultura Viva no Brasil.

“Muitos de nós, em algum momento, estaremos ocupando funções públicas ou não. Podemos estar nas organizações, nos territórios, mas devemos ter esse espaço de diálogo, de ponte, de intersecção. A proposta aqui é fazer isso”, comentou, referindo-se à ideia de reunir representantes de governos e organizações culturais comunitárias para construir coletivamente um novo ciclo de formação vinculado ao IberCultura Viva. 

Comentando o trabalho realizado para a construção e fortalecimento dos direitos culturais e políticas culturais de base comunitária , Santini destacou a presença da delegação de Niterói, com sete pessoas, que a Rede Municipal de Pontos de Cultura teve a oportunidade de contar no 5ª Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. “Hoje temos um cenário de retração da Política Nacional de Cultura Viva no Brasil, mas na cidade de Niterói conseguimos manter e sustentar o programa Pontos de Cultura com recursos próprios. Temos também a Lei Municipal de Cultura Viva, e este é um trabalho intersetorial porque estamos falando de governos, organizações e legisladores”, afirmou.

Segundo ele, é fundamental que as organizações tenham essa influência, essa capacidade de diálogo com o Legislativo, com as Câmaras Municipais, as Assembleias, os deputados e senadores. “De fato, o que sustenta as políticas é incidir também na criação da legislação, porque os governos do dia passam, nós como funcionários também vamos passar. O que tem que ficar são as políticas, de forma estruturante, e a organização autônoma do movimento”. Em Niterói, os Pontos de Cultura estão organizados em um fórum próprio, que tem sua dimensão de autonomia. 

O secretário encerrou seu discurso falando sobre a Carta dos Direitos Culturais de Niterói, experiência desenvolvida no âmbito da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, inspirada no processo de construção participativa da Carta da Cidade de San Luis Potosí pelos Direitos Culturais, no México. Para a elaboração da Carta de Niterói, foram realizadas 21 reuniões com sociedade civil, instituições e governo. Durante os seis meses de discussões, mais de 800 pessoas participaram desse processo. As mais de 200 propostas recebidas se materializaram em seis capítulos do documento final, lançado em novembro de 2021. 

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GUADALAJARA, MÉXICO

Luisa Velásquez, coordenadora de Cultura Comunitária da Direção de Cultura de Guadalajara, contou que em março deste ano teve início a construção do programa de Pontos de Cultura da cidade. “Assim como a rede do movimento tem me trazido muito aprendizado a partir da cultura comunitária, a Rede de Cidades e Governos Locais tem sido um espaço de grande articulação, de muito aprendizado, pelo menos para mim, que não venho da administração pública, mas de uma organização social”, observou a gestora, que foi uma dos criadoras de um centro cultural comunitário em Guadalajara e também foi representante do município de Zapopan na Rede de Cidades.

Com o programa Pontos de Cultura, a Direção de Cultura de Guadalajara busca reconhecer as organizações que têm atuação territorial e são formadas por pessoas das mesmas comunidades. Também busca reconhecer os chamados “aliados”, que são aqueles agentes culturais, individuais ou coletivos, que, embora não tenham um trabalho de base, podem fortalecer e acompanhar os Pontos de Cultura. Atualmente, existem 12 Pontos de Cultura vinculados à rede local. 

Uma das linhas de trabalho que estão implementando com os grupos tem a ver com a transferência de recursos econômicos, e se inspira na experiência da Municipalidade de Lima. “Tive que ver na assembleia como as organizações definem em que são gastos os recursos, qual percentual eles têm na ordenança. Em Guadalajara, os grupos concordaram em assembleia que 82% dos recursos seriam distribuídos de forma equitativa para não terem que competir entre si. Apesar de terem menos recursos, todos receberiam”, comentou. O restante dos recursos será destinado a uma reunião municipal que acontecerá em dezembro, e quem administra esse orçamento para a gestão do encontro são os próprios Pontos de Cultura. 

Outro eixo que está sendo incorporado é a comissão de projetos (“ou seja, colocar à disposição dos Pontos os equipamentos técnicos, som, plataforma, bancadas, o que for necessário para que seus próprios projetos aconteçam em seus territórios”, detalhou) e o uso de espaços. “Encontrámos vários edifícios em desuso, vandalizados, e através da articulação com outras secretarias conseguimos que dois Pontos de Cultura que funcionavam em parques, em espaços públicos, tivessem um espaço físico. Embora este espaço seja pequeno, podem deixar uma mesa, um projetor, ter banheiros, um camarim. Isso não é apoio econômico, mas potencializa o trabalho territorial”, afirmou.

Outro tema abordado por Luisa Velásquez, em termos de cooperação internacional, foi um projeto vinculado à União Europeia que envolveu as cidades de Guadalajara e Bogotá (Colômbia) e a Espanha. A primeira etapa do intercâmbio ocorreu com a chegada de nove organizações de Bogotá para o seminário “Territorios de tejedores por la paz”, realizado em Guadalajara entre 30 de setembro e 3 de outubro. Em novembro, três Pontos de Cultura de Guadalajara estarão na Espanha e, no final do mês, representantes de 11 Pontos de Cultura de Guadalajara viajarão a Bogotá. “Estamos buscando uma forma de continuar fortalecendo esses trabalhos territoriais. Eu sei, porque vivi isso, que esses momentos de troca cultural nos enriquecem muito”, observou. 

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LIMA, PERU

Fabiola Figueroa Cárdenas, gerenta de Cultura da Municípalidade de Lima, comemorou a recente incorporação de Lima à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais (o anúncio foi feito na abertura do 5º Congresso Latino-americano de CVC, em 8 de outubro, no Ministério da Cultura do Peru). Ao lado de Sandra Scotto, coordenadora do programa Cultura Viva Comunitária da Municipalidade de Lima, também presente na reunião, ela comentou que este programa foi implementado em 2013, por meio de uma portaria aprovada com “muita vontade legislativa” pelo conselho de vereadores.

A Ordenança nº 1.673, política pública metropolitana para a promoção e fortalecimento da Cultura Viva Comunitária na Municipalidade de Lima, estabelece quatro linhas de trabalho. Uma delas trata da convocatória de concursos anuais para projetos artísticos e comunitários, “que apoiam não só atividades artísticas, mas também atividades comunitárias de outra natureza”, como esclareceu Fabiola, citando como exemplos o trabalho com o patrimônio e/ou a defesa de direitos. 

Além disso, a portaria prevê “formação permanente em gestão cultural, fortalecimento organizacional e outros assuntos correlatos”; a facilitação de “instalações logísticas e espaços públicos administrados pela Municipalidade Metropolitano de Lima para o desenvolvimento de atividades de Cultura Viva Comunitária” e a participação em eventos de Cultura Viva Comunitária organizados pelo município.

“Nessa linha de democratização do acesso à cultura, trabalhamos sobretudo com festivais, encontros, todo o apoio logístico às organizações”, comentou a gerenta de Cultura. “Também temos um pequeno equipamento que está à disposição das organizações, com equipe técnica e um caminhão que faz a transferência, a coleta, e com  compromisso. Eu queria enfatizar isso: o bom dessa ordenança é que ela cria uma equipe dentro da gestão. Uma equipe que fica para realizar e implementar a política (mesmo com mudanças de governo). Em todos os momentos da criação e implementação da política, essa equipe esteve comprometida com a cultura viva comunitária, independentemente de o ambiente político e o contexto serem diferentes.”

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