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Blog

13

nov
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério das Culturas do Chile abre convocatória para Pontos de Cultura Comunitária

Em 13, nov 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Espaço Cultural FB La Feria)

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O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, por meio do programa Pontos de Cultura Comunitária (PCC) do Departamento de Cidadania Cultural, abriu a convocatória que apoiará a gestão realizada pelos Pontos de Cultura validados no Registro Nacional, bem como sua articulação e gestão de redes que possam contribuir para a sua sustentabilidade. As organizações candidatas poderão apresentar seus planos de fortalecimento e articulação até o dia 23 de novembro de 2023.

O programa Pontos de Cultura Comunitária foi criado com o propósito de contribuir para o reconhecimento e visibilidade das organizações de base comunitária, procurando apoiar a sustentabilidade, tanto das práticas socioculturais geradas e desenvolvidas nos territórios, urbanos e rurais, como também no reconhecimento de suas ações e importância como parte do ecossistema cultural.

O concurso 2023 para inscrição no Registro Nacional de Pontos de Cultura Comunitária esteve aberto até 7 de agosto. Foram apresentadas 537 organizações de todo o país, das quais 295 cumpriram os requisitos para serem validadas. O Registro permanece aberto, com o próximo encerramento em 30 de junho de 2024.

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Duas linhas de aplicação

Esta convocatória visa financiar total ou parcialmente planos de fortalecimento e estratégias de articulação dos Pontos de Cultura Comunitária que integram o Registro de Pontos de Cultura Comunitária.

A chamada será composta por quatro etapas: candidatura, avaliação, seleção e assinatura do termo de execução, em duas linhas de postulação:

A linha Plano de Fortalecimento de Pontos de Cultura Comunitária visa financiar a implementação de planos de fortalecimento que contenham os objetivos, estratégias e ações necessárias para fortalecer o desenvolvimento e a sustentabilidade das práticas socioculturais dos PCCs no território em que estão inseridos. Esses planos podem incluir despesas operacionais e de pessoal. Somente poderá se inscrever quem fizer parte do Registro de Pontos de Cultura Comunitária.

Esta linha tem um orçamento total de 2,6 bilhões de pesos chilenos e financia projetos de até 10 milhões de pesos para organizações com trajetória entre 3 e 10 anos, e até 15 milhões para aquelas com mais de 10 anos de experiência.

A linha Plano de Articulação Regional visa interligar os Pontos de Cultura Comunitária de forma coletiva e colaborativa, permitindo a formação gradativa de uma rede regional que atue de forma coordenada no ecossistema sociocultural regional. Através do financiamento de um Plano de Articulação por região, cada Ponto de Cultura Comunitária poderá manifestar a sua vontade de participar na Rede Regional de Pontos de Cultura Comunitária, espaço coletivo a partir do qual será desenvolvido o plano de articulação. Esta iniciativa busca estabelecer o desenho de ações que visem cumprir e fortalecer um objetivo comum gerado pela rede e que contribua para o desenvolvimento cultural local. Para formar uma rede regional, devem participar pelo menos quatro PCCs.

Esta linha tem um orçamento total de 240 milhões de pesos chilenos e financia projetos de até 15 milhões de pesos.

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Inscrições e regulamento

Para se inscrever em ambas as linhas, deve-se acessar o site https://puntos.cultura.gob.cl/documentos/ e seguir as instruções nele estabelecidas. Os Pontos de Cultura candidatos podem apresentar os seus planos de reforço e articulação até o dia 23 de novembro de 2023.

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Prioridades

Os planos de fortalecimento e articulação serão avaliados e priorizados por uma comissão conforme critérios estabelecidos nas bases. Caso o plano seja priorizado, terá início o processo de assinatura do convênio, contra a garantia estabelecida nas bases, e a correspondente entrega de recursos para que os Pontos de Cultura possam iniciar a correspondente implementação.

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Aconselhamento e consultas

Para orientar e esclarecer dúvidas, a equipe do programa oferecerá encontros virtuais na segunda-feira, 13 de novembro, e na sexta-feira, 17 de novembro, às 17h. Os links serão compartilhados pelas respectivas Secretarias Regionais Ministeriais (Seremis), onde o atendimento também é prestado por e-mail.

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Saiba mais: https://bit.ly/3QF42gN

Confira o regulamento: https://bit.ly/47aOl80

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10

nov
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Representantes de Guadalajara fazem visita de estudo à Argentina para conhecer o programa Pontos de Cultura

Em 10, nov 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

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Nesta quinta-feira, 9 de novembro, teve início a visita de estudo da Direção de Cultura de Guadalajara/ Pontos de Cultura de Guadalajara a Buenos Aires, Argentina, para celebrar a atividade “Articulações Estado-Sociedade Civil, um caminho possível”, que se realizará até segunda-feira, 13 de novembro, no âmbito da Iniciativa de Cooperação Triangular “Estratégias culturais para a participação cidadã”.

Esta iniciativa tem como entidades beneficiárias a Direção de Cultura de Guadalajara e a Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá (Colômbia). Tanto Bogotá quanto Guadalajara são municípios membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.

Participam desta visita sete pessoas de Guadalajara: o chefe da Unidade de Cidadania da Direção de Cultura, a coordenadora de Cultura Comunitária, quatro representantes de Pontos de Cultura e um representante da Universidade de Guadalajara.

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A primeira sessão da delegação mexicana na cidade de Buenos Aires começou com uma apresentação das jornadas de trabalho, seguida de uma visita guiada ao Centro Cultural Kirchner e uma apresentação do Programa de Pontos de Cultura Argentina e seus resultados.

O objetivo desta atividade é conhecer a experiência desenvolvida pelo programa Pontos de Cultura da Argentina durante seus 12 anos de existência, seus modelos de intervenção e relacionamento com as organizações da sociedade civil, assim como o instrumento de elaboração, acompanhamento e avaliação da política.

Este primeiro dia contou com a presença de Federico Prieto, secretário de Gestão Cultural do Ministério da Cultura da Argentina e vice-presidente do IberCultura Viva; de Diego Benhabib, coordenador de Pontos de Cultura e representante da Argentina no IberCultura Viva; de Julia Houllé, diretora de Planejamento e Acompanhamento de Gestão do Ministério de Cultura da Nação, e de Gaby Yauza, subsecretária de Cultura da província de Santiago del Estero, que faz parte da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.

Esta é a quinta das sete atividades que estão previstas para ocorrer até março de 2024 na iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã”, que se realiza no âmbito da Ventana Adelante 2023. Laura Cabral, da equipe do programa Adelante da União Europeia, acompanha a visita.

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Atividades híbridas

Nesta visita da delegação mexicana a Buenos Aires, as pessoas de Bogotá envolvidas neste projeto participam virtualmente de algumas das atividades que são transmitidas no canal IberCultura Viva no YouTube. Num dos encontros que se realizaram nesta quinta-feira, com a apresentação do programa IberCultura Viva e da Rede de Cidades e Governos Locais, 12 pessoas participaram virtualmente. Entre elas, Viviana Ramírez, representante da Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá na rede.

Outras atividades híbridas (virtuais/presenciais) estão programadas para segunda-feira, 13 de novembro: a reunião com o Instituto Argentino para a Promoção da Cultura Viva Comunitária; o encontro com representantes da Comissão Nacional de Pontos de Cultura e o encerramento com apresentação do livro do historiador e escritor brasileiro Célio Turino que teve tradução para o espanhol realizada com o apoio do IberCultura Viva. A edição em espanhol do livro “Por todos os caminhos: Pontos de Cultura na América Latina” foi publicada em formato digital, com download gratuito.

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Visitas a Pontos de Cultura

A programação também inclui passeios às comunidades e visitas a três Pontos de Cultura. Nesta sexta-feira, 10 de novembro, a visita foi à sede da Asociación de Mujeres La Colmena – FM Reconquista, em José León Suárez, San Martín (província de Buenos Aires). Para sábado está programada uma visita ao Grupo de Teatro Comunitário Catalinas Sur, no bairro La Boca, e no domingo, dia 12, uma visita à Cooperativa Laboratório Comunitário Audiovisual, em Villa Ortúzar, cidade de Buenos Aires.

As entidades ofertantes da iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã” são o Ministério da Cultura da Argentina (por meio da Secretaria de Gestão Cultural), a Fundação Casa de Rui Barbosa (vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil) e a Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB)/Programa IberCultura Viva.

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Saiba mais sobre este projeto em: https://bit.ly/3QUQ8Io

📌A transmissão de atividades do primeiro dia está disponível no canal do IberCultura Viva no YouTube: https://www.youtube.com/live/ffKeXhvNTck?si=yQVf7m7w1fjxkKRh

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06

nov
2023

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

Ibercocinas, Iber-Rutas e IberCultura Viva lançam a quinta edição do concurso Sabores Migrantes Comunitários

Em 06, nov 2023 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

Os programas IberCultura Viva, Iber-Rutas e Ibercocinas abrem nesta segunda-feira, 6 de novembro, as inscrições para a quinta edição do concurso Sabores Migrantes Comunitários, que premia histórias de receitas e práticas culinárias de comunidades migrantes da Ibero-América. As pessoas interessadas poderão enviar suas postulações até o dia 18 de dezembro* pela plataforma Mapa IberCultura Viva

O valor total atribuído ao concurso é de 8 mil dólares para um máximo de 13 propostas. As iniciativas selecionadas receberão um reconhecimento como ‘Boa prática de cozinha migrante comunitária ibero-americana’ e um prêmio de US$ 600.

A convocatória é dirigida a pessoas maiores de 18 anos de origem ibero-americana** que vivam em outro país que não o seu país de origem. Elas devem enviar, a título pessoal ou em nome de iniciativas comunitárias, uma proposta de prática culinária que conte uma receita de sua comunidade de procedência, a história por trás dela, e a forma com que esta receita se insere na comunidade de acolhida, dentro de uma experiência migratória. 

As receitas e práticas culinárias podem ser apresentadas por escrito e/ou em formato de vídeo. Caso optem por vídeos, estes não podem exceder 5 minutos de duração. Também serão aceitas inscrições que incluam produções artísticas, como canções, poemas ou desenhos, entre outros. Podem ser usados ​​os idiomas espanhol e português, ou alguma língua indígena com tradução em espanhol ou português em anexo.

Poderão participar pessoas nascidas em países ibero-americanos residentes em qualquer país do mundo, e pessoas que apresentem propostas de práticas culinárias e receitas de migrantes de sua família com até segundo grau de parentesco (pai/mãe, avô/avó). Essas apresentações terão uma cota máxima de seleção no concurso.

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Critérios de seleção

A seleção seguirá os critérios estabelecidos no regulamento, como a representatividade da preparação para a comunidade de origem; a experiência de inserção na comunidade de acolhimento; a geração de conhecimentos e práticas tradicionais e criativas promovidos por cozinheiros e cozinheiras migrantes; o impacto direto na segurança alimentar, e as estratégias de disseminação do conhecimento culinário e/ou a construção de um legado culinário às novas gerações com a consciência de sua cultura diversa. 

A diversidade cultural das propostas será privilegiada, por meio da seleção de projetos de diferentes países. Apresentações feitas por mulheres, jovens entre 18 e 29 anos, bem como indígenas ou afrodescendentes, receberão um ponto a mais na avaliação. Se a pessoa postulante pertence a uma comunidade que se encontra em movimento, ou que está transitando pelo processo de migração em um refúgio, ela receberá dois pontos extras.

Nesta edição, todas as pessoas que tiverem suas práticas culinárias selecionadas deverão compartilhá-las em uma atividade com a comunidade atual. Esta experiência pode ser realizada em um âmbito familiar ou entre vizinhos, em uma organização cultural comunitária, em uma instituição educativa, uma associação civil ou similares. Um depoimento sobre esta atividade deverá ser enviado aos programas organizadores.  

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Edições anteriores

Esta é a quinta convocatória conjunta apresentada pelos programas IberCultura Viva, Iber-Rutas e Ibercocinas. A primeira foi “Sabor à Iberoamérica”, lançada em abril de 2019. Dez histórias de receitas culinárias tradicionais de comunidades migrantes na região ibero-americana receberam US$ 500 cada. Além dos 10 vencedores, quatro menções honrosas (sem prêmios em dinheiro) foram concedidas a inscrições que não atenderam aos requisitos do prêmio por não serem migrantes, mas que apresentaram as histórias de migração de seus ancestrais nas receitas. 

Em julho de 2020, foi aberta a segunda edição do concurso, agora com o nome “Sabores migrantes comunitários”, com o objetivo de premiar vídeos que expressassem práticas culinárias de cozinheiros e cozinheiras migrantes com impacto nas suas comunidades. Interessada especialmente destacar como cozinheiros e cozinheiras migrantes estavam ajudando a encontrar soluções comunitárias para a crise derivada da pandemia Covid-19 por meio de suas receitas. As 14 propostas selecionadas receberam um reconhecimento como “Boa prática de cozinha migrante comunitária ibero-americana” e um apoio de US$ 500 cada.

Em setembro de 2021 foi lançada a terceira edição, que – diferentemente das duas anteriores – permitiu a participação de pessoas nascidas em países ibero-americanos residentes em qualquer país do mundo, e pessoas que apresentassem práticas culinárias e receitas de pessoas migrantes de sua família, como pais e avós. As 16 iniciativas selecionadas receberam 500 dólares cada.

Na quarta edição do concurso, que esteve aberta de 26 de setembro a 11 de novembro de 2022, 13 receitas e práticas culinárias foram selecionadas para receber um reconhecimento como ‘Boa prática de cozinha migrante comunitária ibero-americana’ e uma prêmio de 600 dólares. 

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(*) Texto atualizado em 7 de dezembro de 2023, após a prorrogação do prazo

(**) São países ibero-americanos: Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai, Venezuela.

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Confira o regulamento do concurso: https://bit.ly/3QKoZIk 

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/255/

Consultas: programa@iberculturaviva.org

27

out
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério da Cultura do Brasil premiará 325 ações de valorização do Hip-Hop

Em 27, out 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Fotos: Victor Vec/MinC)

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O Ministério da Cultura (MinC) lançou nesta quinta-feira, 26 de outubro, em evento na Universidade de Brasília, o Edital Prêmio Cultura Viva – Construção Nacional do Hip-Hop 2023. A convocatória busca reconhecer e valorizar iniciativas que promovam o movimento Hip-Hop, que completou 50 anos em 2023. Um total de R$ 6 milhões será distribuído entre 325 ações culturais.

O chamamento é uma parceria da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Fundação Nacional de Artes (Funarte). No lançamento, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a importância do edital neste momento “em que temos um Ministério da Cultura aberto ao diálogo e um querer ver a cultura acontecer de outra forma. Com uma visão de descentralização do fomento cultural, de chegar a todos os lugares, àqueles mais precisam”.

A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, destacou o papel social e cultural do Hip-Hop. “É uma cultura que nasce das periferias. (…) Marca seu tempo e afirma que somos pardas, pardos, pretas e pretos, denunciando injustiça, expressando dores, mas também descobrindo os valores de ser quem se é. É um movimento que desafia o poder das elites excludentes, reinventando as riquezas do ser e do ser coletivo”, disse. 

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Cultura Viva

A iniciativa tem como objetivo implementar as ações da Política Nacional Cultura Viva (PNCV), com ênfase no reconhecimento dos agentes culturais que promovem a preservação e a difusão da diversidade cultural, bem como a valorização das expressões culturais do Hip-Hop no Brasil. Busca, ainda, ampliar a rede dessa política com a valorização e o incentivo aos agentes Cultura Viva e aos Pontos de Cultura em redes territoriais e temáticas.

Serão premiadas ações que proporcionem a criação, produção e/ou circulação de obras, atividades, produtos e ações. Entre eles: projetos de composição, arranjos, produção de beats, shows, vídeos, discos, arquivos audiovisuais, sítios de internet, revistas, batalhas, rodas culturais, cyphers, jams, espetáculos, slam, beatbox, pesquisas, mapeamentos, fotografias, seminários, ciclos de debates, palestras, workshops, oficinas e cursos livres, que possam contribuir com o desenvolvimento sociocultural do segmento.

As 325 iniciativas culturais do Hip-Hop serão divididas em três categorias: 1)  Pessoas físicas: 200 prêmios (no valor individual bruto de R$ 15 mil); 2)  Grupos/Coletivos/Crews: 75 prêmios (de R$ 20 mil); 3) Instituições privadas sem fins lucrativos, de natureza ou finalidade cultural do Hip-Hop: 50 prêmios (de R$ 30 mil).

Ao final da cerimônia foi assinado o envio do Projeto de Lei do Hip-Hop à Casa Civil da Presidência da República. Posteriormente, o PL que institui a Semana e o Dia Nacional do Hip-Hop irá para o Congresso Nacional.

O evento teve o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, da Universidade de Brasília (UnB) e do Serviço Social da Indústria Distrito Federal (Sesi-DF).

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Saiba mais sobre o edital aqui 

(Fonte: Ministério da Cultura)

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26

out
2023

Em Notícias

Por IberCultura

MinC lança a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, a maior iniciativa do setor no Brasil

Em 26, out 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Filipe Araújo/MinC)

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O Ministério da Cultura (MinC) lançou na noite de quarta-feira, 25 de outubro, a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). A maior iniciativa direcionada ao setor cultural do Brasil, regulamentada a partir da assinatura do Decreto Nº 11.740/2023, irá destinar, até 2027, R$ 15 bilhões a estados, municípios e Distrito Federal. Desse total, 2 bilhões de reais (400 milhões por ano) serão investidos na Política Nacional Cultura Viva.

A cerimônia de lançamento, no Museu Nacional da República, em Brasília, contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, além de autoridades, artistas, parlamentares e representantes do MinC e suas entidades vinculadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou um discurso que foi lido durante a solenidade.

“A implementação da Política Nacional Aldir Blanc é fruto da resistência, da luta e do comprometimento de toda a sociedade civil, dos parlamentares, das pessoas que trabalham, que vivem e são a cultura brasileira, da classe artística, que resistiu e também lutou e luta pela democracia no nosso país e por políticas culturais mais dignas e duradouras”, disse a ministra.

O homenageado com a iniciativa, o músico, poeta, escritor, cronista, compositor e letrista Aldir Blanc, que morreu em 2020 vítima da Covid-19, foi lembrado em dois vídeos no evento. Mary Sá Freire, viúva do artista, subiu ao palco, onde fez uma fala emocionada. “Na dimensão onde se encontra, ele [Aldir] está muito orgulhoso e feliz. Agora a cultura vai recomeçar a ter um grande significado para o país e nós vamos ver o Brasil melhorar muito”.

Com recursos previstos até 2027, a PNAB é uma oportunidade histórica de estruturar o sistema federativo de financiamento à cultura, mediante repasses da União aos demais entes federativos de forma contínua. Diferentemente das ações da Lei Aldir Blanc (LAB 1) e da Lei Paulo Gustavo (LPG), que tinham caráter emergencial, projetos e programas que integrem a Polícia Nacional Aldir Blanc receberão investimentos regulares. Fomento que será repassado a ações culturais por meio de editais para trabalhadoras e trabalhadores da área cultural, bem como pela execução dos recursos de maneira direta. 

Jandira Feghali

Autora da lei que deu origem à Política Nacional Aldir Blanc, a deputada Jandira Feghali salientou o fato de a iniciativa ser duradoura. “Essa lei tem o escopo de uma lei permanente, não é mais emergencial, e por isso possibilita que façamos aquilo que é decisivo para a gente se considerar um país ativo, autônomo e soberano. Ela valoriza aquilo que os colonizadores não gostam, a nossa identidade, que é diversa, mestiça, plural, do ponto de vista étnico, religioso, racial, gastronômico, todos os cabelos, lábios, altura, sotaque, jeito de ser, jeito de vestir. Não tem uma única linguagem que não esteja contida nela”.

E emendou: “Essa diversidade nos faz um país que respeita a sua própria identidade. Não somos e nunca seremos um país homogêneo. O Brasil tem cidadãs e cidadãos que pensam, criam, executam e elaboram. O Estado não cria cultura. Ele tem que ter seus caminhos para que essa potência criativa aconteça, e esse é o papel que a ministra Margareth faz ao lançar a PNAB como uma estrada para que essas potências possam acontecer. O Brasil conhece o Brasil a partir da potência dos territórios de todos os cantos. É a guitarrada, o frevo, maracatu, samba de roda, samba de coco, boi, Carnaval, pagode, tudo que a gente tem para além das outras artes, sejam cênicas, audiovisuais ou da rua. O espaço da rua é um espaço cultural na Lei. A cultura que se realiza na rua também é uma cultura a ser fomentada pela Lei Aldir Blanc porque ela apoia projetos e os espaços culturais”, concluiu Jandira.

A PNAB prevê recursos para chamamentos públicos, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor, destinando-se a cinco áreas: 1) Manutenção, formação, desenvolvimento técnico e estrutural de agentes, espaços, iniciativas, cursos, oficinas, intervenções, performances e produções; 2) Desenvolvimento de atividades de economia criativa e economia solidária; 3) Produções audiovisuais; 4) Manifestações culturais; 5) Realização de ações, projetos, programas e atividades artísticas, do patrimônio cultural e de memória.

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Como funciona

A PNAB será executada em parceria com estados, municípios e Distrito Federal, por meio da transferência de recursos do Ministério da Cultura (MinC) aos entes federativos. Serão recursos anuais de R$ 3 bilhões de reais, entre 2023 e 2027.  

Os trabalhadores e trabalhadoras de cultura acessarão o recurso por intermédio dos estados, municípios e Distrito Federal, e não diretamente pelo Ministério da Cultura (MinC). 

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Para quem é a política

Podem se inscrever projetos em editais publicados pelos entes federativos e receber recursos da PNAB: trabalhadores/as da cultura, entidades, pessoas físicas e jurídicas que atuem na produção, na difusão, na promoção, na preservação e na aquisição de bens, produtos ou serviços artísticos e culturais, inclusive o patrimônio cultural material e imaterial.  

A execução de editais para distribuição da verba é responsabilidade de estados, municípios e do Distrito Federal. Além de lançar chamamentos públicos voltados aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura, os entes podem executar os recursos nas políticas culturais locais de forma direta. 

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(Fonte: Ministério da Cultura do Brasil)

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11

out
2023

Em Destaque
EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

16 projetos foram selecionados na convocatória “Cenzontle, uma janela para as línguas originárias”

Em 11, out 2023 | Em Destaque, EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

Os programas IberCultura Viva e Ibermemória Sonora, Fotográfica e Audiovisual publicaram nesta quinta-feira, 12 de outubro, o resultado da convocatória “Cenzontle, uma janela para as línguas originárias da Ibero-América”. Das 64 candidaturas que haviam sido habilitadas, foram selecionadas 16 propostas de 10 países: México, Argentina, Panamá, Chile, Peru, Uruguai, Colômbia, Costa Rica, Paraguai e Equador.

Esta convocatória, lançada em 21 de fevereiro, Dia Internacional da Língua Materna, teve como objetivo dar visibilidade e destacar as línguas dos povos originários da região ibero-americana, bem como promover a sua utilização e preservação. A iniciativa estava destinada a projetos concluídos, em desenvolvimento ou a serem realizados, voltados a processos de conservação, registro, pesquisa, divulgação, educação, gestão ou valorização das línguas indígenas ou nativas dos países membros do IberCultura Viva e Ibermemória Sonora, Fotográfica e Audiovisual.

Estava prevista a seleção de um projeto por país membro, concedendo um total de 16 prêmios de US$ 950 cada. Com a ausência de candidaturas do Brasil, de Cuba, El Salvador, Espanha, Nicarágua e República Dominicana, foi escolhido um projeto para cada país participante (10) e os outros seis prêmios foram distribuídos entre os projetos que obtiveram as maiores pontuações no processo de seleção, independentemente do país de origem.

O México e a Argentina foram os dois países com maior número de candidaturas habilitadas (24 e 8, respectivamente) e tiveram os projetos com as pontuações mais altas. Desta forma, a lista conta com 6 projetos vencedores do México e 2 da Argentina. Os demais países participantes tiveram uma proposta selecionada. Além do apoio financeiro, os projetos vencedores receberão um reconhecimento, dirigido à comunidade candidata, como “Comunidade que preserva as línguas da Ibero-América”.

A etapa de seleção contou com a participação de representantes (REPPIs) dos países membros do IberCultura Viva e Ibermemória Sonora, Fotográfica e Audiovisual e a avaliação de três jurados: Anahi Rayen Mariluan, cantora mapuche (Argentina); Tupac Amaru Anrango Lema, sociólogo, linguista e cientista kichwa (Equador), e Juan Gregorio Regino, poeta da nação mazateca, professor, etnolinguista e promotor cultural (México).

Na seleção das propostas, foram levadas em consideração a relevância do projeto, a situação de risco em que se encontra a língua nativa, o impacto e a abrangência no tempo e no espaço das ações de preservação realizadas, entre outros critérios estabelecidos no regulamento da convocatória.

Conforme previsto nas bases, projetos destinados a crianças, mulheres, pessoas com deficiência ou idosas, entre outros grupos vulneráveis, e que promovam a perspectiva de gênero e/ou a não discriminação, teriam prioridade no processo de avaliação. Também seriam valorizados aqueles que incorporassem trabalho com arquivos ou produção de documentos sonoros ou audiovisuais.

Os responsáveis ​​pelas propostas selecionadas serão contactados pelas Unidades Técnicas dos programas IberCultura Viva e Ibermemória Sonora, Fotográfica e Audiovisual nos próximos dias para dar seguimento ao projeto, além de realizar os procedimentos que permitem a transferência do prêmio e o envio do reconhecimento correspondente.

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Confira a lista de projetos selecionados na convocatória

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04

out
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Série de depoimentos coletados pelo GT de Sistematização marca um ano do 5º Congresso Latino-americano de CVC

Em 04, out 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

Há um ano, de 8 a 15 de outubro de 2022, foi realizado no Peru o 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Com o apoio do IberCultura Viva, seis membros do Grupo de Trabalho de Sistematização viajaram a Lima e Huancayo para acompanhar as atividades: Nicolás Lozano, Valéria Graziano, Rocío Orozco, Daniel Zas, Francisca Jara e Inés Lasida.

Como resultado do trabalho realizado no Peru, o GT reuniu 19 entrevistas em vídeo, entre outros registros, a maioria delas com representantes de organizações culturais comunitárias. A partir de hoje, publicaremos nas redes sociais do programa esses depoimentos coletados durante o evento. Os vídeos também estarão disponíveis no canal do IberCultura Viva no YouTube. O primeiro vídeo é um resumo dos 19 depoimentos que serão apresentados nos próximos dias. 

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O apoio do programa à participação do GT no 5º Congresso teve como objetivo construir colaborativamente espaços de encontro e troca de saberes e experiências entre o Movimento Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, gestores/as culturais, membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais e do GT de Sistematização, com o objetivo de partilhar diferentes perspetivas, identificar pontos de convergência, identificar boas práticas e construir e projetar estratégias e linhas de ação comuns.

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⇒Confira alguns dos depoimentos registrados pelo GT no Peru:

Depoimento de Esther Hernández Torres, diretora geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do Governo de México e presidenta do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva.

Depoimento de Daniela Gutiérrez, do “PARALELO Colectivo de Arte y Cultura” (Chile)

Depoimentos de Eloanah Carolina Gentil e Maiara Carvalho, do Centro de Teatro do Oprimido (Brasil)

Depoimentos de Catherina Salazar, Camila Paz Pizarro Flores, Betty Santander Veas e Gloria Guerra (Chile)

Depoimento de Noemi Lopez Dominguez, do Círculo de Arte e Cultura Huaraz (Peru)

Depoimento de Adriana Diosa, do Grupo Teatral Arlequín y los Juglares (Colômbia)

Depoimentos de Maria Eugenia Romero e Randy Perdomo García (Cuba)

Depoimento de Carola Gonzalez, representante da Municipalidade de Marcos Juárez, Córdoba (Argentina)

Depoimento de Robert Urgoite, do Colectivo Tierra Negra, do Uruguai

Depoimentos de Joe Giménez y Gustavo Diaz, de El Cántaro BioEscuela Popular (Paraguai)

Depoimento de Noel Canto (docente), do Panamá

Depoimento de Emiliano Fuentes Firmani, da Asociación Civil por los Derechos Culturales (Argentina)

Depoimento de Luis Vasquez, do Colectivo Trono (Bolívia)

Depoimentos de Maria Emilia de la Iglesia, da Cooperativa La Comunitaria, y Andrea Hanna, do Grupo de Teatro Comunitario Matemurga (Argentina)

Depoimento de Reyna Mamani Mita, do Colectivo Trono (Bolívia)

Depoimento de Venus Valeria Corona Hernández, do Festival Regional de Artes Textiles Zongolica (México)

Depoimento de Pamela Otoya, del Kilombo Artes Escénicas (Peru)

Depoimento de Mario Waranqamaki Castillo, narrador oral indígena do Peru

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04

out
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Começa em Barcelona a quarta atividade da iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã” 

Em 04, out 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

Começou nesta terça-feira, 3 de outubro, a visita de estudo a Barcelona (Espanha), quarta atividade da Iniciativa de Cooperação Triangular (TIC) “Estratégias Culturais para a Participação Cidadã”, que se realiza no âmbito da Janela Adelante 2023.

As entidades beneficiárias da iniciativa são a Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá (Colômbia) e a Diretoria de Cultura de Guadalajara (México). Tanto Bogotá quanto Guadalajara são municípios membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.

A primeira sessão em Barcelona foi liderada por Trànsit Projectes, com a participação de #Plantauno por Mario Hinojos e Ángel Mestres, diretor de Trànsit Projectes.

O objetivo desta visita é conhecer experiências de agentes culturais espanhóis sobre o trabalho em projetos relacionados com os eixos e áreas de conhecimento das TIC a serem incorporados no modelo a ser criado com base na dimensão que irá articular os campos da cultura e desenvolvimento sustentável.

Também procura comparar as experiências e realizações de agentes culturais europeus com as de participantes na visita de estudo para identificar visões e estratégias que possam ser apropriadas e adaptadas ao trabalho que realizam em Guadalajara e Bogotá.

Por parte do México, participam da visita José Luis Coronado, diretor de Cultura Guadalajara e Luisa Velasquez, coordenadora de Cultura Comunitária. Participam também Diego Benhabib, coordenador do programa de Pontos de Cultura da Argentina; Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil, e Sara Díez, técnica do Espaço Cultural Ibero-Americano.

A FCRB e o Ministério da Cultura da Argentina (por meio da Secretaria de Gestão Cultural) são as entidades ofertantes da iniciativa, junto com a Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB)/ Programa IberCultura Viva. O projeto conta ainda com a colaboração do Mestrado e Doutorado em Gestão Cultural UDGVirtual (Universidade de Guadalajara).

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03

out
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Concepción realiza jornada participativa pelos direitos culturais

Em 03, out 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

 


Texto: Claudia Araya e Gerardo Daniel Padilla

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Nesta quinta-feira, 28 de setembro, no âmbito do processo de elaboração da Carta dos Direitos Culturais da Cidade de Concepción, no Chile, foi realizada uma jornada intensiva de revisão e elaboração conjunta da futura declaração local.

O exercício foi realizado em torno de duas sessões de trabalho; a primeira delas, com o Conselho Assessor de Cultura da Municipalidade, composto por representantes de instituições culturais locais, incluindo centros de desenvolvimento, espaços de expressão artística, museus e outros que promovem o fazer criativo na cidade. O encontro matutino foi dedicado à visualização e à construção de compromissos por parte das autoridades e instituições em torno da realização progressiva e garantia dos eixos temáticos, simbólicos e de ação que a Carta traça no seu Rascunho 1.0, sendo estes:

  1. Participação, contribuição e acesso
  2. Liberdade artística e desenvolvimento de habilidades criativas
  3. Memória, patrimônio e identidades
  4. Diversidade, equidade, inclusão, igualdade substantiva e interculturalidade
  5. Democracia cultural

Cabe destacar que os referidos eixos são produto da sistematização de um diagnóstico inicial ligado a este processo, que foi levantado a partir de consultas públicas e inquéritos aplicados aos cidadãos durante o primeiro semestre de 2023.

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A segunda sessão, na tarde do mesmo dia, ocorreu graças à participação de cerca de 30 agentes culturais, representantes da sociedade civil, artistas e organizações comunitárias, que, em torno de uma oficina participativa com moderação guiada, realizaram a identificação e delimitação de barreiras e necessidades que impedem o livre e pleno exercício dos direitos culturais e do direito à cidade.

Neste sentido, os/as participantes sugeriram possibilidades e oportunidades para instrumentar uma política pública a partir do local em termos de direitos humanos, abordando questões como o reconhecimento das pessoas trabalhadoras da cultura, sua proteção social ou seus direitos económicos; o acesso e o aproveitamento de espaços públicos para artistas que trabalham ao ar livre; o trabalho comunitário e a mediação cultural nos bairros, bem como vinculações, intercâmbios e outros trabalhos de promoção e exposição entre os diferentes territórios locais e seus respectivos talentos.

De ambos os espaços de desenho colaborativo foi possível recuperar uma série de ideias que permitirão concretizar a Carta, uma ferramenta inédita na República Chilena, que adianta, em sua versão preliminar, três premissas essenciais: 1) reconhecimento e agrupamento máximo dos direitos culturais até agora reconhecidos no país; 2) os sentidos de política pública para a sua garantia e, 3) a reivindicação da resposta autónoma, da resposta situada e do papel do localismo como elementos favoráveis ​​ao pleno desenvolvimento individual e da comunidade.

Agora, como mecanismo de democracia direta, até o último dia de outubro deste ano abre-se uma nova etapa de consulta, na qual o Rascunho 1.0 da Carta, alojado no wikidoc bit.ly/comenta-el-borrador-de-Carta, poderá receber comentários e contribuições gratuitas de agentes, comunidades, cidadãos e cidadãs que habitam a comuna para a sua melhoria e fortalecimento.

(*) Concepción é um dos municípios integrantes da Red IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais

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28

set
2023

Em Notícias

Por IberCultura

GT de Sistematização reúne-se para discutir projeto de criação de Rede de Universidades

Em 28, set 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

Na sexta-feira, 22 de setembro, o Grupo de Trabalho de Sistematização e Divulgação de Práticas e Metodologias de Políticas Culturais de Base Comunitária (GT de Sistematização) se reuniu por videoconferência para discutir algumas pendências, além da proposta de criação da Rede de Universidades do IberCultura Viva, apresentada por membros do GT duas semanas antes. Doze pessoas participaram do encontro.

Marcelo Vitarelli (Argentina), que apresentou o projeto da Rede de Universidades junto com Elena Román (México), Paola de la Vega (Equador), Rocío Orozco (México), Daniel Zas (Argentina) e Francisca Jara Pájara (Chile), abriu o encontro lembrando algumas conquistas do GT, como a realização dos quatro seminários em 2022 e a recente edição do livro digital Desafios, debates e experiências sobre culturas comunitárias na Ibero-América (“uma importante carta de apresentação dos nossos espaços e que já circula pelas universidades e grupos comunitários”). Lembrou, ainda, que entre os principais objetivos do GT está promover a construção de uma Rede de Universidades vinculadas ao programa IberCultura Viva.

“Somos um grupo de colegas que se mantém curiosos, ativos e preocupados com a cultura comunitária. Cada um de nós tem um papel diferente na universidade, uns com mais representatividade institucional, outros menos, mas o importante é que estamos trabalhando com abertura para o assunto, e começamos a trabalhar questões operacionais: quais são as nossas ideias, o que temos feito, como nos vemos dentro das universidades… porque (a ideia) não é criar uma superestrutura, algo utópico, mas sim algo concreto que sirva também como uma ferramenta mais possível e possibilitadora”, comentou Vitarelli.

O projeto apresentado procura contribuir para o desenvolvimento da formação, da pesquisa, da gestão e do apoio aos diversos setores envolvidos na abordagem das culturas comunitárias nos territórios. Além disso, tem como objetivo fortalecer os laços de cooperação entre as universidades latino-americanas, os atores sociais dos territórios e os governos locais, construindo agendas comuns baseadas em um compromisso social, ético e político com as culturas comunitárias, sua gestão e as políticas culturais que as acompanham. 

O documento que o grupo entregou à Unidade Técnica reúne fundamentação, objetivos da rede, campos de atuação e uma apresentação de algumas das universidades que participaram da construção da proposta, para mostrar o que estão fazendo, “para mostrar que há um movimento de cultura comunitária dentro das universidades da América Latina”. “Somos professores universitários que trabalham com organizações de base, seja por meio de pesquisa, extensão ou gestão. Nós vamos e voltamos (às comunidades), conhecemos isso concretamente”, destacou Vitarelli.

A possibilidade de esta iniciativa proporcionar intercâmbios entre estudantes de vários territórios latino-americanos foi apontada por Rocío Orozco, que integra o coletivo mexicano CulturAula e participa do GT Sistematização por conta de um projeto de vinculação comunitária na Universidade Jesuíta de Guadalajara (ITESO), focada por um lado na formação e, por outro, no trabalho de base no bairro Mexicaltzingo. Para Orozco, que também participa da Escola de Artes da Secretaria de Cultura de Jalisco, esta rede poderia inclusive apoiar as atividades do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que acontecerá em 2024 no México.

Elena Román, pesquisadora da Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM), destacou o interesse do grupo em formalizar esta proposta de rede, e ver como podem fazer para que mais membros possam aderir, para que se fortaleça e se torne um organismo autônomo de várias maneiras. “Nós que estamos nesta configuração de rede também apostamos que é um trabalho de e para as pessoas que constituem esta rede. A rede tem que ser fluida, porque o que nos interessa é trabalhar. E sim, queremos que haja uma formalização do programa, pois esta era uma aposta do programa, e também para que possamos sustentar o nosso trabalho dentro das nossas instituições.”

Ricardo Klein, professor pesquisador do Departamento de Sociologia da Universidade de Valência (Espanha), parabenizou os/as colegas por esse esforço e chamou a atenção para que seja levado em conta o trabalho conjunto no âmbito ibero-americano, embora os primeiros membros desta proposta sejam de universidades da América Latina. Ele também pensa que seria bom amadurecer esse processo com as comunidades, conversando com os coletivos, para uma retroalimentação. Em seguida, Elena Román explicou que o documento foi criado justamente para que isso fosse formalizado e que depois trabalhariam em equipe. “Uma vez formalizado, podemos sentar-nos para fazer esse trabalho minucioso, real e concreto, porque sabemos que já há apoios”, afirmou.

A importância de pensar nessa ida e volta com as comunidades também foi defendida por Marcelo Vitarelli, que participa do GT Sistematização por seu trabalho na Universidade Nacional de San Luís, mas também é um dos membros fundadores da Rede de Universidades da Argentina para a Cultura Comunitária. Nos últimos cinco anos, a Universidade Nacional de San Luis vem trabalhando em conjunto com a Universidade Nacional de Córdoba e a Universidade Nacional do Litoral no que diz respeito às dimensões de formação, investigação e vínculos no campo problemático das culturas comunitárias do país. Atualmente, esta rede é formada por 14 universidades públicas da Argentina. “É formado por universidades e coletivos de base comunitária que estão dentro ou trabalham com as universidades”, destacou Vitarelli, destacando também o interesse de algumas dessas instituições em trabalhar de forma colaborativa com o IberCultura Viva.

Diego Benhabib, representante da Argentina no programa IberCultura Viva, parabenizou a todos/as pelo trabalho que vêm realizando e disse que a proposta de articulação da Rede de Universidades reflete um dos objetivos centrais do GT Sistematização. Ele também explicou que, tal como foi feito com o Grupo de Trabalho de Governos Locais, que nasceu em 2017 e em 2019 foi formalizado como Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, o processo de formalização da Rede de Universidades exigirá que haja uma assinatura e uma carta de adesão, para estabelecer um compromisso de participação institucional de universidades ou centros acadêmicos.

“Podemos trabalhar coletivamente neste documento, para que ele se adapte às diferentes realidades que temos na Ibero-América. (…) Claro que o nosso espírito e o nosso trabalho são abertos, mas a ideia é que a universidade ou espaço académico que queira participar nesta rede tenha que se comprometer com algumas questões, e por outro lado, definir quem é a pessoa .ou qual é a área que ficará responsável pela gestão operacional desses acordos”, detalhou.

Uma vez construído o instrumento para esta formalização, o tema será discutido no âmbito do Conselho intergovernamental do IberCultura Viva, que é o órgão de decisão sobre as diferentes iniciativas promovidas pelo programa. A intenção é poder incluir a proposta da Rede de Universidades no Plano Estratégico Trienal 2024-2026 que será elaborado nos próximos meses, além de refletir sua formação no Plano Operacional Anual 2024, para que esta instância possa ter recursos no orçamento do programa.

Manuel Trujillo, responsável técnico da presidência do IberCultura Viva, reforçou a importância de uma revisão conjunta do projeto, dos seus objetivos e necessidades, com a intenção de que no próximo ano possa ser aberto a mais participantes, para que mais instituições possam integrar-se e aderir e se possa trabalhar diretamente com as organizações. Neste sentido, deve ser desenvolvido um plano de trabalho para garantir o orçamento e o apoio institucional dos 12 países membros do Conselho Intergovernamental.

Para Elena Román, neste momento o mais importante é ter, por parte do programa, a ata de adesão. “Porque a nossa abordagem é muito clara: ‘sim, queremos trabalhar, seja como for’, mas há quem esteja nas instituições públicas, há quem não esteja. Há quem seja professor pesquisador em tempo integral, o que nos permite ter um tipo de negociação diferente, e há quem tenha uma estrutura muito hierárquica nas suas universidades”, comentou a pesquisadora da UACM, destacando que seria bom ter alguma flexibilidade nos parâmetros gerais de adesão à rede. “Assim que tivermos isso, poderemos saber quem vai estar lá, como vai ser, se as nossas universidades vão querer entrar e formalizar.”

A amplitude de possibilidades de adesão à rede foi citada por outros participantes da reunião, em diferentes contextos. Marcelo Vitarelli, por exemplo, responde como coordenador institucional da Universidade Nacional de San Luis para IberCultura Viva. Outros/as colegas do GT, no entanto, não contam com essa representação institucional. Por isso, o grupo defende que a carta de adesão permita a participação como universidade, mas de lugares diferentes, porque as instituições têm lógicas identitárias distintas. “Temos o nome de uma instituição em nossa representação, mas nem todos respondemos às políticas institucionais do mesmo lugar”, disse Vitarelli, oferecendo ajuda na revisão desta carta, para que ela seja redigida da melhor forma possível.

Daniel Zas mencionou o caso da Escola de Música Popular (Argentina), que junto com a Universidade de La Plata desenhou e executou a Tecnicatura em Música Popular. Ao falar das dificuldades que os projetos de extensão têm tido em receber recursos, perguntou como seria no caso da rede, como poderiam se unir a partir de cada cátedra ou criar um grupo de cátedras, pensando em outras possibilidades além do caminho direto da universidade para conseguir institucionalizar a rede. Um pouco antes, Zas havia mencionado as dificuldades que as organizações comunitárias estão passando, e questionado sobre a possibilidade de circulação de algum orçamento para apoiar atividades realizadas nos territórios.

Bárbara Vega, que ingressou no GT devido ao seu trabalho no Instituto Tecnológico de Sonora (México), também comentou que não está vinculada à universidade em tempo integral; ela trabalha por horas e por grupos especiais, mas sim, tem interesse em participar da rede. “Eu tinha comentado isso esta semana com o coordenador da área onde trabalho. Entendo que a universidade tem que se envolver, mas não sei exatamente o que eles precisam fazer ou o que eu precisaria pedir a eles, porque no final o trabalho da rede recairia sobre as pessoas que fazem parte dela, certo?”, indagou.

Rocío Orozco citou o seu caso, em que a Secretaria da Cultura de Jalisco tem sua própria licenciatura, e também manifestou sua preocupação com a adesão de universidades muito grandes, com muitos departamentos. “Se essas universidades não têm muita clareza sobre os benefícios que vão obter, não participam. Os benefícios devem ser muito claros e concisos nessa construção”, recomendou. Além disso, ela queria saber o que acontece com o orçamento do GT que não foi executado este ano e se seria possível utilizá-lo em algumas das ações que se propuseram iniciar, como a edição de um site.

Diego Benhabib explicou um pouco mais sobre as questões da institucionalidade, da participação no orçamento, e do grau de formalidade que existe e que exige a assinatura de autoridades. “Neste caso, vamos pedir a ajuda de vocês para reunir a estrutura institucional existente neste grupo de trabalho, para saber que tipo de institucionalidade têm e quem poderá assinar este instrumento para a adesão à rede. O reitor ou reitora da universidade, talvez um decano/a de determinada faculdade, poderia assinar a ata de adesão e comprometer-se a participar da rede. Vocês é que vão dizer que tipo de quadro institucional temos hoje disponível para pensar em uma ata de adesão viável”, afirmou.

Sobre o orçamento proposto por Daniel Zas e Rocío Orozco, Benhabib esclareceu que os recursos são destinados ao GT Sistematização e à produção realizada pelo grupo de trabalho. Ele afirmou ainda que o programa não costuma fazer repasses do fundo para uma universidade ou respectivas instituições. “Trabalhamos com projetos”, destacou. Quer dizer, os membros da Rede de Universidades deverão apresentar um projeto ou vários projetos que serão discutidos no plenário ou nas assembleias desta rede (que terá autonomia, mas com acompanhamento da Secretaria Técnica do IberCultura Viva). Uma vez definida a proposta, ela será levada ao programa como a proposta acordada para ser trabalhada durante aquele ano, já com o orçamento estabelecido.

“Não seria especificamente um projeto do IberCultura Viva, porque é basicamente de vocês. O trabalho que nos resta é pensar e começar a desenhar este instrumento de adesão, uma estruturação e regulação do que implica uma Rede de Universidades ou de espaços de formação e conhecimento”, resumiu o representante do governo argentino, que também sugeriu que o grupo tente sintetizar as diversas estruturas possíveis de participação institucional, com a correspondente autoridade e assinatura institucional.

Benhabib mencionou ainda a possibilidade de o programa continuar com o Grupo de Trabalho de Sistematização, mesmo com a formalização da Rede de Universidades. Uma vez que a rede estaria vinculada a um ambiente institucional, o GT atuaria em um ambiente mais “pessoal” ou profissional, inclusive para atender às pessoas interessadas que não conseguem ter sua correlação institucional, no sentido de que a instituição a que pertence não esteja realmente interessada no fortalecimento da cultura comunitária, por desinteresse ou desconhecimento, ou por uma estrutura burocrática demasiado complexa.

Ao final da reunião, ele disse que levaria o tema para a próxima reunião do Conselho Executivo do IberCultura Viva, marcada para o dia 3 de outubro, e que nos dias seguintes o programa trabalharia na construção dos instrumentos de adesão e discutiria com o grupo as diversas estruturas de participação que poderiam ser geradas. Foi estabelecido um prazo de 15 dias para que ambas as partes tenham seus documentos delineados e avancem com a formalização da Rede de Universidades.

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