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Blog

03

jul
2017

Em Notícias

Por IberCultura

O livro “Cultura Viva Comunitária: Políticas Culturais no Brasil e na América Latina” será lançado em Niterói

Em 03, jul 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Foto: Vitor Vogel – Teatro Popular Oscar Niemeyer

Nesta quinta-feira, 6 de julho, às 19h, será lançado na Livraria Blooks, no Reserva Cultural de Niterói (RJ), o livro “Cultura Viva Comunitária: Políticas Culturais no Brasil e na América Latina”, de Alexandre Santini. O lançamento da publicação (pela ANF Produções) se dará na abertura do I Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária, um dos eventos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016.

No livro, Santini analisa a história das políticas culturais desenvolvidas no Brasil no século XX e nas primeiras décadas do século XXI. A partir de suas experiências com as realidades culturais de diversos países, reconstitui a linha do tempo da Cultura Viva Comunitária, e de como os Pontos de Cultura e o Programa Cultura Viva inspiraram e contribuíram no desenvolvimento de políticas públicas na América Latina. A obra é resultado de um mestrado em Cultura e Territorialidades na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Ex-diretor de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (2015-2016), Alexandre Santini atualmente é diretor do Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói. Tem trabalhado como gestor cultural, dramaturgo e diretor teatral, e desde 2004 atua na rede de Pontos de Cultura no Brasil. Participou da criação do Fórum e da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, e do processo de aprovação e regulamentação da Lei Cultura Viva no Brasil (2014). Por meio do Lab de Políticas Culturais (criado em 2012), conheceu e percorreu uma série de iniciativas de Cultura Viva Comunitária em países como Argentina, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Guatemala e Costa Rica.

Saiba mais: https://bit.ly/2taM38m

Leia também:

Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária terá participantes de 8 países

 

 

30

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Uma festa na rua para celebrar um ano da Rede Cultural Chacras da Coria, na Argentina

Em 30, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Silvia Bove y Tatiana Guzmán

Em frente à Praça de Chacras de Coria (Mendoza, Argentina) há um teatro conhecido como “Salão para todos”. Este espaço na rua Viamonte, hoje chamado Teatro Leonardo Favio, já foi um cinema (o Cine Gran Splendid) e um supermercado. Após um período de abandono, em 2010 foi recuperado pelo Teatro Comunitário Chacras Para Todos e desde então é um centro com diversas oficinas e atividades culturais. Há um ano também é sede da Rede Cultural Chacras de Coria y Luján de Cuyo.

A rede, formada por mais de 20 organizações, instituições e fazedores culturais da região de Chacras de Coria, nasceu em 8 de junho de 2016, após uma reunião no Teatro Leonardo Favio. E neste lugar de portas abertas, “alma viva da comunidade”, celebrou seu primeiro ano de existência formal. O teatro foi o palco principal do Festival de Aniversário da Rede Cultural Chacras de Coria, realizado de 23 a 25 de junho, junto com o Encontro Regional de Puntos de Cultura de Cuyo.

 

Durante três dias, o festival comunitário se estendeu por espaços culturais, instituições educativas e praças de Chacras, com seminários, fóruns, oficinas,  apresentações e outras atividades gratuitas, inclusive com transmissão ao vivo da rádio comunitária da Rede Cultural. Além das organizações locais e dos vizinhos e vizinhas do bairro, participaram do encontro representantes de Puntos de Cultura das províncias de Mendoza, San Juan, San Luis e La Rioja.

“Foram três dias cheios de momentos felizes, de aprendizados e de entrega amorosa”, afirma Silvia Bove, presidenta da Associação Chacras para Todos, uma das organizações integrantes da rede. “Vários de nós trabalhamos durante meses, tecendo um festival e um encontro de Puntos onde todas as vozes estivessem representadas. (…) Era importante dar a voz a homens e mulheres, transcendentes e valiosas, e intercambiar com  organizações,  espaços,  vizinhos, comunidade, territórios, como fonte de novas sementes e irmandades.”

Reforçando os laços

Diego Benhabib, coordenador do Programa Puntos de Cultura da Argentina, representou o Ministério de Cultura da Nação e o programa IberCultura Viva em um seminário de formação sobre o conceito de Cultura Viva Comunitária. Nesta mesa também estavam o historiador brasileiro Célio Turino, um dos criadores do programa Cultura Viva; o boliviano Iván Nogales, diretor do Teatro Trono-Fundación Compa (que também levou a oficina “Descolonização do corpo”); María Emilia de la Iglesia, integrante da Cooperativa La Comunitaria (Rivadavia) e  do Conselho Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, e Gabriela Fiochetta (da rádio comunitária La Mosquitera).

“Encontros como este são importantes porque permitem reforçar os laços comunitários, tanto entre as organizações que integram uma mesma rede, como com os diferentes atores sociais e territoriais”, ressalta Benhabib. “Além disso, faz com que se estabeleçam vínculos com distintos organismos do Estado e permitem visibilizar as produções culturais comunitárias para a sociedade em geral”.

O fórum de Pontos de Cultura de Cuyo contou com a participação de mais de 35 organizações da região. Também entraram na programação um fórum de comunicação comunitária, atividades para jovens, oficinas artísticas, espetáculos de música e teatro — “uma simultaneidade de experiências diversas, com a marca de uma comunidade cultural de portas abertas”, como resume Silvia Bove.

 

Ainda que estejam celebrando agora um ano de existência formal como rede, as organizações e instituições participantes da Rede Cultural Chacras de Coria já vêm trabalhando juntas há mais de cinco anos. Para Silvia Bove, que acompanha o processo desde seu início, a sensação é de alegria pela tarefa cumprida, “com a firme convicção de que a transformação se faz de baixo para cima, e que é necessário que os governos acompanhem este pulso coletivo comunitário, que é o sangue vital dos povos”.

“Vivemos uma agenda cheia de momentos únicos e intensos, num belo povoado chamado Chacras de Coria, que tem história, identidade, memória, e que celebra estes processos de construção comunitária como instantes únicos que nos fizeram vibrar numa mesma sintonia. Carregamos o coração de experiências comunitárias,  de olhares diversos e caminhos por recorrer”.

O Festival da Red Cultural Chacras de Coria foi um dos projetos ganhadores do Edital Ibercultura Viva de Apoio a Redes 2016. Também contou com o apoio do Ministério de Cultura da Argentina, da Secretaria de Cultura da província de Mendoza, da Prefeitura de Luján de Cuyo e da Universidade Nacional de Cuyo.

Leia também:

Pareceres de un sueño común (por Silvia Bove)

Organizaciones comunitarias lanzan la Red Cultural de Chacras de Coria, en Mendoza

Manifiesto de la Red Cultural Chacras de Coria y Distritos Aledaños de Luyán de Cuyo

 

29

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

“Cultura Viva nas Cidades da América Latina”: iniciativas municipais são tema de debate

Em 29, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

O encontro “Cultura Viva nas Cidades da América Latina”, um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes, será realizado de 1º a 4 de julho em Campinas (São Paulo). Debates, oficinas, rodas de conversa, percursos culturais, lançamentos de livros, vivências e celebrações são algumas das atividades programadas.

O objetivo é reunir as principais experiências de políticas públicas de Cultura Viva Comunitária e de Pontos de Cultura em nível municipal, como as existentes nas cidades de Lima (Peru) e Medellín (Colômbia) para debates e trocas de experiências. Os organizadores buscam impulsionar uma rede municipalista pela Cultura Viva no Brasil e em toda América Latina.

Convidados de vários países e de mais de 40 cidades brasileiras participarão do evento.  Entre os mais de 20 convidados latino-americanos estão o colombiano Jairo Castrillón, o argentino Eduardo Balán, o boliviano Mario Rodriguez, o equatoriano Isaac PeñaHerrera, o mexicano Rafael Paredes e a uruguaia Milagros Lorier. 

O encontro com representantes latino-americanos também marcará o lançamento do Decreto de Regulamentação da Lei Cultura Viva municipal. Campinas foi a primeira cidade brasileira a ter uma lei própria para os Pontos de Cultura. A lei foi aprovada em 2015, em consonância com a Política Nacional de Cultura Viva.

O encontro em Campinas é uma realização do Ponto de Cultura NINA e do Laboratório de Políticas Culturais, em parceria com os Pontos de Cultura Crispim Menino Levado, Caminhos, Urucungos, Areté, Rede Usina Geradora, Comunidade Jongo Dito Ribeiro, Ibaô e Casa de Cultura Tainã, Coletivo de Salvaguarda da Capoeira de Campinas, Banzé Cultural, Coletivo Socializando Saberes, Laboratório de Produção Cultural da Estação Cultura e  Laboratório do Bem Viver. Também é uma parceria com a Agência de Notícias das Favelas (ANF), que promoverá de 6 a 9 de julho, em Niterói (Rio de Janeiro), o 1º Encontro Latino-Americano de Comunicação Comunitária.

Saiba mais: www.facebook.com/events/1317669931680025/

Confira a programação:

 

01/07- Sábado

9h – Chegança – Percurso Cultura Viva Pisa na Tradição

Local: Casa de Cultura Fazenda Roseira

Troca de saberes com a Comunidade Jongo Dito Ribeiro, que faz a gestão compartilhada da Casa de Cultura Fazenda Roseira com a Prefeitura de Campinas, em torno da identidade negra, a partir da cultura de matriz africana e do jongo.

11h – Roda de Encontros: De Campinas a Quito (Equador) 

Local: Casa de Cultura Fazenda Roseira

Cada participante contará sua origem, sua trajetória, e o que vem ofertar para a construção desse encontro e seus desdobramentos ao 3º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em Quito em novembro.

12h – Almoço  

14h –  Percurso Cultura Viva no Ponto De Cultura e Memória Ibaô 

Local: Ponto de Cultura Ibaô

Uma vivência com Mestre David com Afoxé Ibaô Inã ati Omi,  fundado em 2009. Aberto a todos que desejam vivenciar a tradição de origem nagô.

16h – Patrimônio, Memória e Resistência –  O sentido da memória é a transformação do presente

Local: Casa de Cultura Tainã

Uma vivência teatral com o Grupo Comunitário Teatro Fora dos Trilhos, da Rede e Ponto de Cultura Usina Geradora, que apresenta narrativas sobre a fundação da cidade de Campinas por meio de encenações, brincadeiras, danças e músicas.

17h – Roda Temática  – Sementes, Tradição e (R)Existência da Cultura Viva

Local: Casa de Cultura Tainã

Em Campinas, na Casa de Cultura Tainã e Grupo Urucungos, Puítas e Quijengues,  surgem as experiências seminais dos Pontos de Cultura no Brasil. Retornando ao ponto de partida, essa roda de conversa põe em perspectiva a cosmovisão afro brasileira e as conexões a partir  de cada país.

19h – Jantar 

20h –   Roda de Tambores África para as Américas

Local: Casa de Cultura Tainã

Vivência e diálogos com tambores seus toques e origens. Da África para as Américas e entre países da América Latina.

02/07 – Domingo

10h – Roda de Conversa:  Cultura Viva Comunitária: histórico, identidades e atualidade

Local: Sala dos Toninhos – Estação Cultura

Com Jairo Castrillon (Colômbia), Alexandre Santini (Brasil), Chris Lafaiete( Brasil) e Juliana Siqueira (Brasil)

13h – Almoço 

14h – Percurso Cultura Viva no Ponto de Caminhos: protagonismo e empreendedorismo das mulheres negras.       

Local: Ponto de Cultura Caminhos

Vivência no terreiro Ylê Asé Omo Oyá Bagan Odé Ibôo e seus projetos culturais e de empreendedorismo social:  grupo de dança afro Oju Oba,  grife de roupas afro Criolê, Bloco de Afoxé Oya Obirin Ode, Projeto Tabuleiro Ancestrale  e Flor de Dendê

15h – Roda de Conversa: Ancestralidade, Direitos Culturais, Comunicação Comunitária  e  Economia Viva

Local: Ponto de Cultura Caminhos

Com André Fernandes (Agência de Notícias das Favelas- Brasil), Rafael Paredes (Cultura Viva Comunitária México), Mãe Isabel (Brasil), Mãe Eleonora (Brasil), Avani Florentino de Oliveira (Brasil)

17h – Roda de Conversa sobre 3º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária

Local: Ponto de Cultura Caminhos

19h –  Jantar 

 

03/07 Segunda-feira

10h – Roda de Conversa: Uma Narrativa Latino-americana de Cidades rumo ao III Congresso latino Americano de Cultura Viva Comunitária – Quito Equador

Local: Sala dos Toninhos – Estação Cultura

Com: Mario Rodriguez (Bolívia), Nelson Ullauri (Equador), Sônia Fardin (Brasil), Alina Cecilia Sosa (Argentina).  Mediação: Alexandre Santini ( Brasil)

12h – Almoço

13h – Painel de Reflexões: As Pessoas em Primeiro Lugar na Cultura Organizacional

Local: Sala dos Toninhos – Estação Cultura

Com Daniela Monteiro (Brasil),  Vinícius Rocha (Brasil), Luneta Cultura ( Brasil)

13h – Oficina da Tiririca de Campinas

Local: Sala da Salvaguarda da Capoeira de Campinas – Estação Cultura

A Tiririca é conhecida como a capoeira paulista, manifestação que vem das ruas, onde os negros se encontravam e batucavam em caixa de engraxate, lata de graxa com escova de dentes.

15h – Roda de Conversa: Cultura Viva entre Institucionalidade e Sociedade: desafios e impasses da gestão compartilhada

Local: Sala dos Toninhos – Estação Cultura

Com Milagros Lorier (Uruguai), Mário Rodriguez (Bolívia),  Célio Turino ( Brasil)  e Renato Almada (Brasil).  Mediação: Ney Carrasco.

18h – Concentração e Cortejo Batidas e Pontos

Local: Câmara Municipal de Campinas

Manifestação dos Pontos de Cultura, artistas, articuladores, grupos culturais e artísticos de Campinas e região, que ritualizarão o início do debate na “Casa do Povo”, também conhecida como Câmara de Vereadores.

19h – Debate público: A transformação criativa das cidades pela Cultura Viva

Local: Câmara Municipal de Campinas

Com Célio Turino, Ivana Bentes, Alexandre Santini, André Fernandes, Eduardo Balán (Argentina) ,  Jairo Castrillon (Colômbia), Mario Rodriguez (Bolívia), Nelson Ullauri (Equador), TC Silva, Cida Falabella, Renato Almada, Mestre Marquinhos Simplicio, Alessandra Ribeiro, Pablo Capilé,  Avani Florentino de Oliveira. Mediação: Gustavo Petta

04/07 – Terça-feira

10h – Roda de Conversa: Por uma Rede Latino-americana de Universidades pela Cultura Viva Comunitária

Local: Sala dos Toninhos – Estação Cultura

Com Mariana Gutiérrez (Argentina), Jairo Castrillon (Colombia), Ivana Bentes (Brasil), Fabiane Pianowski (Brasil), Alina Cecilia Sosa (Argentina), Ana Marian (Colômbia)

10h – Roda de Conversa: 3º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária

Local: Sala dos Toninhos – Estação Cultura

Espaço dedicado à organização, preparação e construção colaborativa do III Congresso Latino – Americano de Cultura Viva Comunitária, que acontecerá de 20 a 26 de novembro de 2017.

13h – Almoço 

14h – Tecendo Redes e Sistematização da Carta de Compromissos de Campinas para  3º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária- Quito Equador

Local: Sala dos Toninhos – Estação Cultura

 

 

 

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29

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária terá participantes de 8 países

Em 29, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Comunicadores populares, gestores culturais, pesquisadores, estudantes e ativistas da democratização da comunicação do Brasil e da América Latina vão se reunir em Niterói (Rio de Janeiro), de 6 a 9 de julho, para o 1º Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária. O evento, organizado pela Rede de Agentes Comunitários de Comunicação da Agência de Notícias das Favelas (ANF), terá participantes de vários países, como Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia e México.

Estão programadas rodas de conversa, oficinas e apresentações em oito espaços culturais da cidade: Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense (UFF), Reserva Cultural Niterói,
Solar do Jambeiro, Museu de Arte Popular Janete Costa, Teatro Popular Oscar Niemeyer, Centro Cultural Pascoal Carlos Magno, Museu de Arte Contemporânea (MAC), MACQuinho (Módulo de Ação Comunitária/ Morro do Palácio). A participação é livre, aberta e gratuita.

Alguns encontros preparatórios foram realizados com vistas à produção e a cobertura colaborativa dos quatro dias de atividades. Essas reuniões abertas, como a que ocorreu no início de junho no Teatro Popular Oscar Niemeyer (foto), contaram com a presença de pessoas de diversos setores e pautaram a construção coletiva do encontro. Comunicadores independentes vão participar da cobertura do evento, num modelo colaborativo de agência-escola de comunicação.

O 1º Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária é uma atividade preparatória para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em novembro no Equador, e foi um dos projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016. A iniciativa também tem a parceria da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, da Fundação de Artes de Niterói (FAN), do Núcleo de Produção Digital (NPD) – Niterói, da Associação Nina e do Laboratório de Políticas Culturais.

Convidados internacionais:

. Emiliano Fuentes Firmani (Argentina) – Professor e pesquisador da Universidad Nacional de Tres de Febrero (UNTREF) e Secretário Executivo da Unidade Técnica do Programa IberCultura Viva.

. Jairo Afonso Castrillón (Colômbia) – Mediador cultural, especialista em Políticas Culturais de Universidade de Barcelona, e doutorando na Universidad Nacional de la Plata (Argentina).

. Eduardo Balán (Argentina) – Coordenador do coletivo “El Culebrón Timbal”, de Buenos Aires. Articulador do movimento nacional “Pueblo Hace Cultura” na Argentina e da Plataforma Puente Cultura Viva Comunitária na América Latina.

. Mario Rodriguez (Bolívia) – Educador, escritor, fundador da rede de comunicação popular Wayna Tambo. Articulador do “Tejido de Cultura Viva Comunitária” na Bolívia.

. Javier Maraví (Peru) – Criador do Centro Cultural Waytay, ator e diretor teatral, impulsionador da Lei de Cultura Viva Comunitária de Lima e da Rede Nacional de Pontos de Cultura do Peru.

. Nelson Ullauri (Equador) – Gestor e ativista cultural, coordenador-geral do 3º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária – Quito 2017.

. Isaac Penaherrera (Equador) – Rapper, ativista e militante cultural, coordenador de comunicação do 3º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária – Quito 2017

. Milagros Lorier (Uruguai) – Comunicadora social, ativista e gestora cultural, articuladora da Rede Nacional de Cultura Viva Comunitária do Uruguai.

. Rafael Paredes (México) – Gestor e produtor cultural, membro do Coletivo Abarrotera Mexicana e articulador da Plataforma Puente Cultura Viva Comunitária do México.

 

**

Confira a programação:

6/7 – Quinta-Feira

Abertura
Cine Arte UFF

13h – Credenciamento e recepção aos participantes

14h às 14h30 – Exibição de documentário
Filme: Eu só quero é ser feliz – uma breve história do Funk Carioca (2016 / 26 min)
Diretor: André Fernandes

14h30 às 15h – Mesa de Abertura do I Encontro Latino-Americano de Comunicação Comunitária-ELACC

15h às 18h – Painel: Experiências de Comunicação Comunitária na América Latina
Mediação: Luiz Augusto Rodrigues (Brasil) – Professor Titular do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (IACS/UFF) e Coordenador do Laboratório de Ações Culturais (LABAC)
Participantes:
– Jairo Afonso Castrillón (Colômbia)
– Eduardo Balán (Argentina)
– Renata Machado (Brasil)
– Mario Rodriguez (Bolívia)-
Isaac Penaherrera (Equador)
– Milagros Lorier (Uruguai)
– André Fernandes (Brasil)

Reserva Cultural Niterói

18h30- Exibição de documentário
Filme: Fantasma vestido de palhaço
Diretora: Alessandra Stropp (22 min). Um importante documento sobre as políticas públicas culturais do início do século XXI. A direção de honra é assinada por Sérgio Santeiro, Alexandre Santini e Aline Guimarães.
Local: Reserva Cultural – Cinema

19h- Lançamento de livro
Livro: Cultura Viva Comunitária – Políticas Culturais no Brasil e na América Latina
Autor: Alexandre Santini
Local: Livraria Blooks – Reserva Cultural Niterói

20h – Show
Banda: Mango Mambo (Música Latina)
Local: Reserva Cultural – Pilotis

21h – Sarau Literário
Corujão da Poesia Universo da Leitura Especial: “Soy Loco Por Ti, America”
Local: Reserva Cultural – Bizú Bizú

Rodas de Conversa:

07/07 – Sexta-feira

9h às 12h (programação simultânea)

Tema: Gênero, Diversidade e Comunidades: Comunicação para o empoderamento e combate ao preconceito e à opressão
Local: Museu de Arte Popular Janete Costa

Tema: Democracia em Jogo: Futebol, Mulher e Mídia na América Latina.
Local: Solar do Jambeiro

Tema:Comunicação dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais
Local: Solar do Jambeiro (Jardim)

14 às 17h

Tema: Direito à Comunicação no Brasil e na América Latina – Políticas Públicas e Democratização da Mídia
Local: Solar do Jambeiro

Tema: Memória Histórica, Direito à verdade e Comunicação Popular na América Latina
Local: Museu de Arte Popular Janete Costa

07/07 – Festival Cultura Viva Comunitária

19 às 20h – Batalha das Musas – Encontro de hip hop para celebrar a voz feminina no rap
20 às 21h – Slam das Minas – Música e Poesia como afirmação da potência artística feminina
21:00 às 23h – João Donato / Participações especiais: Flávio Renegado e Doralyce
23h às 00h – Baile do CUCA apresenta: Funk das Antigas MC Galo; MCs Junior e Leonardo; DJ William

Local: Teatro Popular Oscar Niemeyer

08/07 – Rodas de Conversa

9h às 12h
Tema: Comunicação, Cultura e Direitos Humanos: a voz das favelas, comunidades e periferias da América Latina
Local: Solar do Jambeiro

14 às 17h – Tema: Rumo à Quito – III Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária
Local: Solar do Jambeiro

17h às 18h – Resoluções Finais do I ELACC
Local: Solar do Jambeiro

19h – Sarau Multicultural América Latina + MACquinho ON
Local – Maquinho – Plataforma Digital do MAC

E mais…

Oficinas
Cobertura colaborativa
Intervenções artísticas
Mostra audiovisual
Exposição fotográfica

Saiba mais:

www.facebook.com/events/1833362540249729/

 

28

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Mostra de cinema e direitos humanos para crianças e adolescentes: o audiovisual como ferramenta para a mudança social

Em 28, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Tenemos Que Ver

A história de um jovem diretor de teatro que decide voltar a seu país natal para se reconectar com a memória de sua mãe, uma atriz que morreu quando ele era bebê. Um menino uruguaio recém-chegado em Barcelona que precisa enfrentar o repetidor da classe  debochando dele em seu primeiro dia no colégio. Avós argentinas que passaram décadas procurando os netos sequestrados quando bebês durante a ditadura. Histórias sobre busca de identidade, as migrações de ontem e de hoje, que fazem pensar sobre integração, convivência, o sentido de comunidade.

Foi assim, com esses e outros curtas-metragens que falam da migração como direito humano e de temáticas como a carência de recursos materiais e o consumo desmedido, que os organizadores da Muestra de Cine y DDHH para Niñas, Niños y Adolescentes buscaram sensibilizar os espectadores para questões de grande relevância no mundo de hoje. Afinal, quando passaremos a ver como iguais aqueles que são culturalmente distintos? Por que é difícil nos colocar frente ao outro, a qualquer outro, como igual?”

Um dos projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016, a Muestra de Cine y DDHH para Niñas, Niños y Adolescentes foi realizada de 14 a 16 de junho em Montevidéu, durante a 6ª edição de Tenemos Que Ver – Festival Internacional de Cinema e Direitos Humanos do Uruguai. Aproximadamente 450 crianças e adolescentes assistiram aos filmes provenientes do Uruguai, da Argentina, da Venezuela e do Brasil na sala principal do festival, o Auditório Nelly Goitiño (Sodre). Também ocorreram algumas sessões em escolas para adolescentes, com a participação de cerca de 300 pessoas.

Rede Inclusiva

A Muestra de Cine y DDHH para Niñas, Niños y Adolescentes é uma iniciativa da Rede Inclusiva NNA, uma articulação de organizações que trabalham pelos direitos de meninos e meninas, especialmente em contexto de vulnerabilidade e pobreza, em distintos departamentos (estados) do Uruguai. Sua proposta é unificar forças para potenciar uma cultura de respeito, utilizando o cinema como ferramenta para a mudança social.

Além da mostra, a Rede Inclusiva NNA se vincula ao festival Tenemos Que Ver com o Concurso Nacional de Curtas-Metragens “1 minuto 1 derecho”. Nesta edição do concurso, participaron 800 crianças e adolescentes nas diferentes categorias. Foram selecionados 16 curtas e se realizou um dia de projeção para o intercâmbio dos/as participantes.

“O retorno recebido pelos educadores e pelos garotos foi muito bom. Foi uma experiência positiva para todos, que puderam expor temáticas de seu interesse através da linguagem audiovisual”, comentou Francesca Cassariego, diretora e produtora do festival.

Para a diretora, Tenemos Que Ver é “um festival de cinema inclusivo que busca nos colocar como fazedores de novas realidades” e a Muestra de Cine y DDHH para Niños, Niñas y Adolescentes se mostra quase como uma necessidade para os docentes do ensino fundamental e médio.

Este ano, como não foi possível receber todos os educadores que escreveram pedindo para participar das sessões da mostra, os organizadores se propuseram a realizar projeções nos bairros das crianças que participaram das oficinas de “visionado” promovidas entre março e maio. A seleção dos curtas da mostra se deu por meio destas oficinas realizadas em Montevidéu, Canelones e Maldonado com um grupo de estudantes (uns 50 ao todo, principalmente adolescentes).

Francesca Cassariego, diretora e produtora do festival Tenemos Que Ver

A 6ª edição

“A 6ª edição de Tenemos Que Ver foi muito exitosa, cumpriu nossas expectativas”, ressaltou Francesca. Ao longo de uma semana, de 13 a 20 de junho, foram apresentados no festival mais de 40 longas e curtas-metragens de ficção, documentários e animação, com entrada gratuita para todas as sessões.

Nesta edição, a proposta de voltar o olhar para a migração, como um  enriquecimento da diversidade cultural local — e também como caminho real do desenvolvimento mundial — levou à programação diferentes realidades vividas por imigrantes ao redor do mundo. Em um dos filmes, por exemplo, um grupo de mulheres cozinha para os migrantes que viajam de trem do México para os Estados Unidos. Em outro, uma mulher ucraniana que vive na Alemanha é demitida do trabalho e, pressionada pela situação econômica, termina se esquecendo dela mesma para poder sobreviver.

Convencidos de que “os filmes não podem mudar o mundo, mas as pessoas que os assistem sim”, os organizadores buscaram levar à tela não apenas histórias de guerra, discriminação e devastação, mas também de solidariedade e cultura comunitária, para deixar claro aos espectadores que todos temos a capacidade de promover a transformação a partir do nosso fazer coletivo, construindo assim uma melhor forma de convivência, sem fronteiras.

Saiba mais:

www.tenemosquever.org.uy

 

Leia também:

 

Muestra de Cine y Derechos Humanos para niños y niñas

Muestra de Cine y Derechos Humanos para adolescentes

Ciclo de charlas: “El cine como herramienta para el cambio social”

Broche de oro al 6to. Tenemos Que Ver

Los premiados de la 6ª edición del festival

 

 

 

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27

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

“Cultura Viva Comunitária e Espaço Público”: um ciclo de diálogos em cidades mexicanas como preparação para o Encontro Nacional

Em 27, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Coletivos sociais, gestores culturais, artistas e vizinhos de diferentes colônias e bairros de Guadalajara (Jalisco, México) se reunirão para dialogar sobre a cultura e a arte que aviva a cidade, nesta quarta-feira 28 de junho, das 19h às 21h, no parque do bairro de Mexicaltzingo. Roberto Guerra, fundador da Escuela de Gestores y Animadores Culturales en Chile (Egac), será um dos convidados do encontros.

Também nesta quarta-feira (28/06), das 11h às 15h, será realizada outra roda de conversa com o tema “Cultura Viva Comunitária e espaço público” na Cidade de México (Colonia Pueblo Axotla). Na quinta e na sexta-feira (29 e 30/06) haverá atividades no centro de Toluca  das 11h às 16h: no dia 29, uma aula aberta com apresentação musical a cargo de Mauricio Curna nos portais da cidade, e no dia 30, mesas de trabalho com artistas e coletivos no Centro Toluqueño de Escritores.

O ciclo de diálogos em diferentes cidades mexicanas foi iniciado nos dias 24 e 25 de junho em Puebla, como uma estratégia para construir a declaração do 1º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, a ser realizado em outubro de 2017. Um esboço deste documento deve sair do Colóquio Nacional de Cultura Viva Comunitária e Espaço Público, marcado para 19 de agosto na cidade de Puebla. Em novembro, a declaração será levada para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária em Quito, Equador.

As rodas de conversa preparatórias do Encontro Nacional são convocadas por organizações vinculadas à plataforma Cultura Viva Comunitária México e estão abertas à participação de pessoas e organizações com experiência de trabalho em espaços públicos a partir da arte, da comunicação e da educação.

Antecedentes

A articulação em torno de uma plataforma de Cultura Viva Comunitária no México começou em fevereiro de 2014 com um encontro de caráter local na cidade de Guadalajara, Jalisco. Em outubro de 2015 houve um segundo encontro em Guadalajara e Tlaquepaque. Em seguida, em San Salvador, El Salvador, a plataforma-puente mexicana se integrou ao Conselho Latino-americano de Cultura Viva Comunitária por meio dos coletivos Altepee (Veracruz) e Abarrotera Mexicana (Jalisco).

Em março de 2016 houve um encontro regional em Acayucan, Veracruz. Sete meses depois, em outubro, se organizou na Cidade de México o Fórum de Políticas Públicas, Direitos Culturais e Cultura Viva, com a participação de organizações sociais, representantes da administração pública e de universidades. Entre janeiro e abril de 2017 ocorreram as primeiras reuniões para a construção de redes de Cultura Viva Comunitária nos estados de Michoacán e Puebla.

Uma série de encontros na área metropolitana de Guadalajara se deu a partir de maio para acrescentar a participação na rede Cultura Viva Comunitária Jalisco. Em junho, um colóquio de políticas culturais na cidade de Orizaba, Veracruz, marcou a primeira atividade da rede de Cultura Viva Comunitária “Recultivar México”. O primeiro encontro de caráter nacional da plataforma, marcado para outubro de 2017 na Cidade do México, foi um dos projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016.

Os pré-encontros começaram em Puebla nos dias 24 e 25 de junho e seguem até 19 de agosto (Fotos: CVC México)

Trabalho colaborativo

A plataforma-puente Cultura Viva Comunitária México é uma iniciativa que busca a visibilidade, a articulação e o fortalecimento de organizações que se identificam com o movimento no México. A plataforma facilita diálogos, encontros e colaborações, graças à solidariedade e ao trabalho de organizações de diferentes cidades do país que formam seu núcleo dinamizador e suas comissões de trabalho.

Ao eleger o tema dos espaços públicos como eixo das atividades em 2017, as organizações procuram chamar a atenção não somente para a importância da convivência, da inclusão e da apropriação dos espaços, mas também para uma série de processos de violência e exclusão observados em diferentes cidades do país. Como o trabalho em espaços públicos é um fator comum para muitas das organizações que fazem parte da plataforma, o ciclo de diálogos resulta como uma oportunidade de trocar olhares, experiências e estratégias de intervenção.

 

Saiba mais: www.culturavivacomunitaria.org.mx

Metodologia dos pré-encontros: https://bit.ly/2riuobs

Calendário em detalhe: https://bit.ly/2rpls40

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27

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Histórias e identidades no primeiro encontro de Cultura Viva em Nahuizalco, El Salvador

Em 27, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Por Marlen Argueta

“Cultura Viva Comunitária, organização a partir da cosmovisão dos povos originários” foi o nome do encontro que a Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria realizou no último sábado, 24 de junho, no município de Nahuizalco, em El Salvador.

Itztla-Tlan-Balam (Luis de Paz), líder indígena, participou do encontro com o tema “Políticas públicas dos povos originários”. Em sua apresentação, ele falou das principais apostas e desafios da implementação da Política Nacional de Povos Indígenas. Também deu a conhecer o entramado de redes de povos originários que existem e sua organização comunitária no país.

Depois, a antropóloga e pesquisadora Marielba Herrera veio com a palestra “De homens a macacos”. Uma visão a partir das tradições humanas atuais, religiosas, culturais e populares, até o descobrimento do ancestral. A palestra permitiu que os participantes, representantes de diversas organizações comunitárias, compartilhassem suas histórias e narrativas construídas nas comunidades, ao redor do sincretismo religioso e das dinâmicas simbólicas cotidianas que formam parte do legado dos povos originários.

Ao final, o maestro César Pineda, diretor nacional das Casas de la Cultura y la Convivencia, vinculadas à Secretaria de Cultura da Presidência de El Salvador, ressaltou a contribuição da cosmovisão dos povos originários para os processos culturais comunitários em todo o país. “Na medida em que se criem processos que reconheçam os aportes da população indígena e sua cultura, diminuirá a negação da identidade destes povos em nossas raízes como nação”, destacou Pineda.

Construção do diálogo

Para a Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria, o intercâmbio é uma contribuição para a construção do diálogo com os coletivos e comunidades, um diálogo que permita a aproximação ao conhecimento das histórias particulares, as origens, os patrimônios e demais elementos que constituem e formam parte das identidades.

“Estes encontros surgem das necessidades e temáticas próprias das regiões, da própria vida do trabalho, das coordenações que um tema tão raro como a CVC. Estas atividades nos ensinam a fortalecer as lideranças, os dirigentes homens e mulheres que descobrem na cultura viva o rumo de seu trabalho, de seu coletivo e de sua realidade”, comentou Rafael Moreira, membro da Red Salvadoreña e do coletivo Red Sivar.

O objetivo destas rodas de conversa é potenciar as convergências entre os diferentes coletivos que pertencem à Red Salvadoreña de CVC e fortalecer seu tecido comunitário. Este ciclo de encontros se realiza previamente ao Encontro Nacional de Cultura Viva, a ser realizado em setembro de 2017. O evento é um dos projetos ganhadores do Edital Ibercultura Viva de Apoio a Redes aberta em 2016.

O próximo encontro será em 1º de julho em San Salvador e abordará o programa de Puntos de Cultura e o Programa Ibercultura Viva. Neste espaço participarão os denominados Puntos de Cultura em El Salvador e duas referências em cultura viva do governo central: Alexander Córdova e César Pineda.

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21

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Fresia Camacho: “Nossas expressões culturais se parecem com um bosque biodiverso, o húmus efervescente”

Em 21, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Texto e fotos: Comunicação DC/MCJ-CR

Há três anos Fresia Camacho encabeça a Direção de Cultura (DC) do Ministério de Cultura e Juventude (MCJ) de Costa Rica. Ao falar sobre o trabalho da instância dedicada à gestão, ao fomento e acompanhamento das organizações culturais comunitárias, utiliza a metáfora de que a cultura é como um bosque diverso.

“Nossas expressões culturais se parecem com um bosque biodiverso: a diferença entre um monocultivo e um bosque diverso está no tecido da vida; o bosque biodiverso se manifesta a partir do que está na terra, o húmus efervescente, que nem se vê que ali está, mas está, e só com uma lupa se pode ver os bichinhos trabalhando, e depois as plantas maiores e maiores, e as árvores, e todos estão nessa convivência muito voluptuosa. Com a cultura é igual”, compara a diretora.

Para Camacho, a vivência cultural das comunidades é efervescente, com capacidade de regeneração. E se você se aproxima, pode identificar as histórias daqueles que são seus atores, com ou quais são os valores que estão cuidando, como a solidariedade, o cuidado da vida em todas as suas manifestações e o cultivo dos vínculos.

“Agora há tantos coletivos que fazem coisas nos espaços públicos, caminhadas ou passeios em bicicletas às margens dos rios, feiras, festivais. O que prima é a festa da cultura, por isso há que se reconhecer a importância do encontro. Há que se estimular essa corrente”, continua Camacho.

A seguir, a diretora de Cultura faz um balanço sobre os alcances e desafios do setor.

Qual é a linha política em que se insere o trabalho da Direção de Cultura?

Quando entrei na Direção de Cultura, vinha trabalhando com as organizações culturais, especialmente com o movimento Cultura Viva Comunitária, e em uma época muito dinâmica, porque foram os anos da elaboração da política (de direitos culturais), que foi participativa, e outras organizações que levaram muito a sério a ideia de participar dessa elaboração. Houve muitos espaços de reflexão, também conectados em nível continental com gestores como o brasileiro Célio Turino e o colombiano Jorge Melguizo, que haviam estado à frente de políticas públicas trabalhadas com as comunidades. Foi muito rica esta fase de discussão. Houve encontros nacionais e internacionais, rodas de conversa, foi-se elaborando uma agenda continental que emerge em cada espaço de reflexão.

Quais são os aspectos desta agenda?  

Um tem a ver com o reconhecimento e a visibilidade das iniciativas culturais comunitárias organizadas. Porque as políticas culturais haviam considerado, até muito recentemente, o Estado como fazedor de cultura e como aquele que leva cultura às comunidades. E estava bastante invisibilizado o fato de que nas comunidades há iniciativas culturais que estão dinamizando a cultura de baixo para cima. Isso se traduz em mapeamentos, inventários de todos estes sujeitos culturais ativas, que estão conscientemente trabalhando em processos e iniciativas culturais. O segundo tema são os recursos, com a ausência de estímulos por parte do Estado para esse tipo de iniciativas, porque os grandes investimentos eram feitos em outros campos, e além disso, no caso de Costa Rica, um investimento muito concentrado na Grande Área Metropolitana e uma falta de investimento no resto do território.  Em todos estes processos que existem, apesar de ou pela própria ausência do Estado, as pessoas se auto-organizam para fazer suas coisas quando o Estado não está presente, surgem outras maneiras de resolver as necessidades.

O Estado deve apoiar estas iniciativas?

Fiz um diagnóstico há uns dez anos, e as pessoas diziam: “Trabalhamos com as unhas e parece que não existimos, como se fôssemos invisíveis para a política pública”. O tema dos estímulos, dos recursos, dos procedimentos entravados para poder fazer as coisas… O Estado dialoga consigo mesmo em termos de ordenar seu funcionamento, de maneira que muitas vezes é alheia e não sensível às dinâmicas culturais das comunidades: fazer os trâmites, tirar as permissões se converte em uma odisseia. A simplificação de trâmites era outro grande desafio. Também o tema da formação: as organizações estão trabalhando, fazem as coisas por paixão, por amor à comunidade, mas necessitam de formação para ter melhores ferramentas, espaços de gestão do conhecimento e intercâmbio de experiências, porque é vital este crescimento do trabalho a partir de uma melhor preparação para encará-lo. Outro tema é o das municipalidades que tinham sido surdas a essas demandas e necessidades, e quando se estabelecia uma política cultural em uma municipalidade não se fazia de maneira participativa, e sim em um escritório que muitas vezes se dedicava à produção de eventos, e outra vez se invisibilizava esse tecido cultural organizado. Além da questão das redes, da importância do trabalho colaborativo, do trabalho em rede, da importância de estabelecer vínculos, de trabalhar em alianças, de maneira conjunta, de romper essa surdez, esses isolamentos dos diferentes setores em função de objetivos que são comuns. Também tem a questão de economia e cultura, dos empreendedores, das pessoas que querem viver como gestor cultural ou com seu empreendimento cultural, mas não encontram a maneira de articulá-lo para ter uma vida digna a partir daí. Sejam os artistas, sejam os gestores de iniciativas culturais de diferentes tipos a partir da comunidade.

Estas dimensões se convertem em um guia integral para o trabalho da Direção de Cultura?

Uma das primeiras coisas que para mim foi clara, em termos da vida das comunidades e suas organizações no campo cultural, é que não serve muito segmentar, fazer políticas separadas, ter ofertas muito diferenciadas para a comunidade, porque nas comunidades os processos são holísticos, estão conectados. Não serve muito compartimentar — só para patrimônio imaterial, só para museus, só para gestão de processos de convivência e paz, entre outros –,  porque o que as organizações culturais comunitárias fazem é ir alinhavando esses elementos. São visões integradoras e que também estão em transformação, não são estáticas nem rígidas. O Estado tende a colocar tudo em caixas, ordenado como em grandes compartimentos, mas na vida da comunidade, a vivência da cultura vai sendo tecida nas diferentes dimensões. O que convinha era estruturar umas propostas que atendam essa realidade rica e complexa tal como é. Na medida em que eles conseguem compreender o tema da interculturalidade  e das riquezas culturais que existem em seu entorno, começam de maneira muito criativa a ir tecendo estratégias. É muito importante a reflexão, a formação, porque muitas iniciativas culturais, como as casas da cultura, são feitas à moda antiga, com o modelo velho. O papel do Estado é enriquecer a mente, as práticas e os fazeres, o diálogo com os protagonistas, os atores-chave; é acompanhar, identificar, reconhecer, visibilizar, estimular esses atores-chave, porque quando o Estado sai, quem fica trabalhando na comunidade é a própria organização comunitária.

O Estado deve sair?

Claro, porque o trabalho do Estado é de acompanhamento, de assessoria, de fortalecimento de capacidades e visibilização, que é o que requerem as organizações para fazer melhor seu trabalho. É muito interessante que as declaratórias de interesse cultural, por exemplo, apesar de não terem um benefício concreto associado, são por si mesmas simbólicas e apreciadas por muitos grupos, porque são uma chave que abre muitas portas.

Como a Direção de Cultura propõe a abordagem prática destes eixos?

A Direção de Cultura se pergunta qual é seu papel nas comunidades, porque contamos com recursos humanos e econômicos escassos. Onde nos colocamos nesta árvore da diversidade, me coloco nas ramas onde está um gestor, uma expressão, um portador de tradição ou nas ramas mais grossas, onde há um conjunto de instituições e organizações, empresas que podem contribuir com o fortalecimento deste tecido? Essa mudança no enfoque tem permitido que coloquemos maior atenção a ver o que existe nas regiões e como acompanhamos. Quais são estes outros pares que estão trabalhando, fortalecendo essas manifestações culturais e como apoiamos estes protagonistas de maneira articulada, em aliança, em um tecido mais sólido? Isso coincide com as novas leis do Ministério do Planejamento (Mideplan), do Instituto de Desenvolvimento Rural (INDER), onde se fala dos territórios e dos conselhos de territórios.  Nos reconhecemos como um ator-chave neste tecido. Tem havido uma mudança suave, porque estamos falando de pessoas que já vêm  fazendo um trabalho comprometido e com carinho. O enfoque é ter maior influência e presença apesar de ter recursos escassos, como, por exemplo, ao criar o fundo Puntos de Cultura, que nos permite fazer uma injeção muito forte em organizações socioculturais, mapeá-las, porque é uma diversidade enorme de iniciativas. A ideia do fundo não é apenas que seja um estímulo econômico, e sim criar uma rede, isso é o mais importante, porque permite estabelecer esse vínculo entre todas essas organizações e de alguma maneira creditá-las como motores culturais importantes; quer dizer, reconhecer seu protagonismo, propiciar a conexão e o trabalho em rede, e identificar recursos e outros valores agregados para potenciar seu trabalho. Essa é uma força vital impressionante que está em todo o país. É muito importante em termos da política de direitos culturais porque contribui de maneira central para a desconcentração.

Também injetamos recursos em Becas Taller, porque Puntos de Cultura exclui organizações que não têm personalidade jurídica, então estas becas (“bolsas”) são um excelente complemento, porque são para pessoas ou coletivos, não importa se têm ou não personalidade jurídica. Além disso, procuramos que os gestores culturais das regiões tenham melhores recursos, então estamos integrando as equipes regionais, casas de cultura, os centros cívicos para a paz, e este ano estamos conseguindo que todos se vejam como uma mesma equipe. Sabíamos que tínhamos que fazer para vencer essa sensação de solidão que os companheiros tinham no território.

Esta possibilidade de encaminhar estes processos, como fazer para que não se burocratizem, e sim que sejam um círculo virtuoso?

Há gente que pensa que ser autossustentável é jogar só com meus próprios recursos, mas eu não estou de acordo com isso. Organizações autossustentáveis têm muito clara sua visão, o sonho que querem construir, e vêm conseguido formar uma equipe de trabalho para lutar juntos por este sonho; que também está conectado com as necessidades de uma comunidade, é pertinente para a vida de uma comunidade, de uma região, e é capaz de identificar as possíveis fontes de recursos e ir tecendo isso para realizar este sonho. O que acontecia historicamente e ainda acontece é que as instituições chegavam com suas próprias ofertas, e as comunidades não tinham suas visões tão precisas, e umas senhoras que queriam fazer cerâmica terminavam aprendendo a fazer pão.

Responde a uma demanda das mesmas comunidades, é orgânico…

Te dou outro exemplo: La Peña de San Ramón tem sido autossustentável toda vida; agora tem um Ponto de Cultura, em algum momento a universidade dava recursos, os vizinhos, o comércio do centro da cidade… La Peña começou com um espaço de expressão artística, como uma festa cultural, agora tem feira de empreendedores, espaços para brincadeira, cinema comunitário e vai se transformando permanentemente. A iniciativa Pausa Urbana é outro belo exemplo. O que permite que eles não se endureçam? Eles têm seus sonhos muito claros, seguem defendendo-os. O fato de que eles consigam se armar com o programa de formação, de ferramentas, com acesso a recursos, fará com que queiram fazer Pausa Urbana em outros parques, em outras cidades. Ou que Pausa Urbana já não seja somente um espaço cultural, e sim uma feira, inclusive se transformam em projetos que na institucionalidade seriam inimagináveis.

Neste sentido, como vem mudando a visão dos Prêmios Nacionais?

Está conectado com esta grande discussão da política pública; no caso de Prêmios Nacionais também foi impactado por essas reflexões, porque o que a nova lei faz é democratizar o estímulo. Por um lado, a conformação do júri, porque o fato de que diferentes instâncias deleguem personas faz com que a visão dos jurados seja muito mais ampla e imprevisível do que era antes. Por outro, nasceram prêmios que não existiam: gestão cultural e pesquisa cultural, que vêm a legitimar a importância dos processos socioculturais, que é o enfoque do trabalho da Direção de Cultura. O interessante com a cultura comunitária é que se tem uma visão muito global de cultura, que tem a ver com o bem comum, com valores de solidariedade, de cuidado, da natureza, da convivência. Lideram o exercício dos direitos culturais de colocar a vida no centro. Estamos mudando o paradigma.

As pessoas reconhecem essas mudanças, mas isso é lento?

É que requer que os cidadãos tenham um maior compromisso, então é algo que nos vai levar tempo. Mas nós decidimos abrir o espaço e tentar fazer com que as pessoas participem, agora há que andar promovendo a integração do júri dos Prêmios Nacionais de Cultura, mas dentro de uns anos as pessoas vão estar acostumadas a integrar estas instâncias e vão se sentir comprometidas e identificadas com estes processos.

A Direção de Cultura tem se proposto a acompanhar setores vulneráveis, em concordância com o estabelecido pela política cultural?

Totalmente. Essa foi a ênfase no Plano Nacional de Desenvolvimento. Nos impusemos metas que tivessem a ver com populações que requerem atenção especial. O trabalho com comunidades indígenas já vinha sendo feito, mas visibilizamos este aporte, com comunidades vulneráveis, que ligamos ao urbano, e cantões prioritários que têm o índice de desenvolvimento mais baixo. Dar acompanhamento às pessoas da  terceira idade, comunidades indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, populações e territórios que têm sido excluídos. Esta deve ser a prioridade da política cultural.

Quais são os desafios da Direção de Cultura?

Há desafios que transcendem a Direção de Cultura, que têm a ver com a maneira como as instituições pertinentes cuidam destas agendas. A Direção de Cultura segue sendo o menor programa do ministério — apesar de ter crescido em recursos –,  pois o investimento está em outra instâncias. É um desafio do ministério, e não só do ministério, da institucionalidade. Por exemplo, no campo da educação, o MEP deve liderar os processos de educação e cultura com o acompanhamento do Ministério de Cultura, e já há passos dados nesta direção. Outro fator que se detectou no processo de elaboração da política foi a desarticulação entre as instâncias do ministério, então à medida que consigamos articular melhor, essa agenda poderá ser mais bem atendida.  Como diz a ministra (Sylvie Durán), o trabalho conjunto é o leitmotiv desta época, a sinergia, as relações colaborativas e o trabalho conjunto com a sociedade civil, romper as barreiras, e que todas as pessoas, todos os que estamos interessados nos mesmos objetivos, trabalhemos juntos para alcançá-lo. Esta é a ferramenta mais poderosa que podemos ter.

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21

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Estão abertas as inscrições para a convocatória “Fomento a Proyectos y Coinversiones Culturales 2017”, no México

Em 21, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

A Secretaria de Cultura do México, por meio do Fondo Nacional para la Cultura y las Artes (FONCA), lançou nesta terça-feira, 20 de junho, a convocatória “Fomento a Proyectos y Coinversiones Culturales 2017”. Além de ampliar algumas áreas e especialidades, incluindo por exemplo o teatro comunitário e as novas tecnologias, o FONCA este ano oferece três modalidades de financiamento, com montantes de até 250 mil, 500 mil ou 750 mil pesos.

Podem participar de forma grupal ou individual aqueles que apresentem projetos a serem desenvolvidos no país em um máximo de 12 meses, nas seguintes áreas: espaços culturais independentes, arquitetura, artes visuais, dança, estudos culturais, interdisciplina, letras, letras em línguas indígenas, meios audiovisuais, música, projetos para crianças e jovens e teatro.

O objetivo do edital é apoiar a iniciativa de criadores, intérpretes, pesquisadores, gestores, promotores, educadores, curadores, agrupações, espaços culturais independentes, entre outros, para realizar projetos artísticos e culturais. O prazo de inscrições termina em agosto.

Formas de apoio

São duas as modalidades de financiamento: fomento, de até 250 mil pesos, e “coinvestimento”, com um montante de até 500 mil pesos, e um novo apoio de até 750 mil pesos, para pessoas jurídicas que tenham pelo menos cinco anos de trajetória e desenvolvam projetos relacionados com a) espaços culturais independentes; b) centros de ensino ou atividades de formação ou capacitação; c) produção editorial, de rádio e documentários; e d) festivais, mostras ou encontros.

Entre as áreas que foram ampliadas está a de espaços culturais independentes, agora dividida em três partes: “fóruns e salas de artes cênicas”; “centros culturais multidisciplinares” e “galerias de arte”. Letras em línguas indígenas, por sua vez, conta com as especialidades de conto, ensaio, novela, poesia, animação e incentivo à leitura.

Em dança, estudos culturais, meios audiovisuais e teatro foram adicionadas as seguintes especialidades, respectivamente: dança comunitária e videodança; formação de públicos e pedagogia cultural; novas tecnologias; teatro comunitário, de rua, cabaré e teatro de bonecos. Os projetos para crianças e adolescentes devem atender ao público de até 17 anos.

Prazo de inscrição

Os interessados devem fazer a inscrição no site foncaenlinea.cultura.gob.mx.  As bases de participação se encerram de acordo com a especialidade, nas seguintes datas: em 1º de agosto, dança, estudos culturais, letras, letras em línguas indígenas e projetos para crianças e jovens; em 15 de agosto, arquitetura, interdisciplina, música e teatro; e em 29 de agosto, artes visuais, espaços culturais independentes e meios audiovisuais.

Os resultados serão divulgados em 9 de janeiro de 2018 (na página web https://fonca.cultura.gob.mx) e os apoios começaram em março. Mais informações pelo telefone (55) 4155 0730, ramais 7010 e 7011, ou pelo correio convocatoriafyc@cultura.gob.mx. O horário de atendimento ao público é das 10h às 14h (horário da Cidade do México), de segunda a sexta-feira.

 

Leia também:

Amplía el FONCA apoyos para la convocatoria de Fomento a Proyectos y Coinversiones Culturales 2017

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21

jun
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Onde queremos chegar: aportes para uma proposta de formação no âmbito da cultura comunitária

Em 21, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Com que sonhamos? Onde queremos chegar? De que necessitamos para chegar aí? Qual seria o propósito final de uma formação em gestão cultural e políticas de base comunitária? Estas foram algumas das perguntas que guiaram os participantes do encontro de coletivos e organizações de cultura de base comunitária realizado em 26 de maio, no Centro Cultural Mistério, como parte da programação da 6ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva em Montevidéu, no Uruguai.

Cerca de 100 pessoas, entre gestores públicos e representantes de coletivos e organizações, estiveram reunidas ao longo do dia nas mesas de trabalho “Participação nos contextos de cultura comunitária” e “Formação nos âmbitos da cultura comunitária”. O encontro terminou com o lançamento do registro dos Pontos de Cultura do Uruguai, dando início a uma construção coletiva do programa no país.

No espaço dedicado à discussão sobre formação, 40 participantes (14 funcionários públicos e 26 representantes de organizações) se dividiram em grupos moderados por Ana Laura Montesdeoca (Direção Nacional de Cultura) e Ernesto Navia (Intendência de Montevidéu).

O grupo “Formação nos âmbitos da cultura comunitária” contou com 40 participantes

Os debates

Aos participantes foram apresentadas as diretrizes de trabalho e um “papelógrafo” para que os grupos compartilhassem experiências exitosas de trabalho comunitário, além de identificar que capacidades fizeram isso possível e o que gostariam de reforçar. Uma das participantes, por exemplo, falou da necessidade não apenas de formar a comunidade para ter acesso a fundos públicos, mas também de formar os gestores a partir da comunidade. Outro grupo comentou a importância de integrar redes, compartilhar conhecimento, gerir recursos, conscientizar as autoridades e promover formação técnica e social, entre outros temas.

Entre as condições citadas se destacaram a criatividade, a consciência, o compromisso, a participação, a autoestima, a sensibilização, a vontade, a empatia, a observação, o   diálogo com mais atores, o  respeito, a gestão (autogestão), a  projeção de espaços, a organização, a  coordenação, a  escuta, o sacrifício, a  integração, a solidez conceitual, a diversidade, a constância.

As aspirações

“Onde queremos chegar? Queremos mais projeção, melhorar a infraestrutura, melhorar os espetáculos, estar nas agendas estaduais e nacionais, representar a comunidade e tornar conhecida a localidade, tornar conhecidos os nomes dos artistas locais, transcender artisticamente, incluir mais gente nos projetos…”, enumerou um dos participantes, antes de ressaltar algumas das necessidades de formação identificadas por seu grupo. “(Necessitamos de algo sobre) a difusão, a gestão, como armar os projetos, as estratégias de participação, os orçamentos, transferências e acessos aos fundos.”

 

Os sonhos, segundo os grupos aí formados, incluem “o respeito pelo trabalho colaborativo”, “o público, o privado e o político articulando em forma flexível”, “a autogestão, a autonomia e o acompanhamento do Estado”, “a aproximação dos fundos para a cultura”, os fundos para a cultura comunitária, a formação para elaborar projetos e entender processos jurídicos e legais, a superação da brecha interior-capital para dividir recursos, a  otimização dos recursos, a difusão e a representação de interesses comunitários, o reconhecimento de realidades sociais, o acesso a atividades e a geração de multiplicadores.

O apoio do setor acadêmico também foi um dos pontos destacados ao longo do encontro. Representantes dos coletivos e organizações, além de afirmar categoricamente que a academia não está nos espaços, ressaltaram que os gestores devem se alimentar do que acontece nas comunidades “e não impor de fora”.

O programa

O tema da formação em políticas culturais de base comunitária também esteve presente no 1º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado em dezembro de 2016 em Buenos Aires (junto com o 3º Encontro de Pontos de Cultura da Argentina), com a participação de representantes de governos e organizações socioculturais de 17 países. Foi o início da discussão rumo à construção de um programa de formação IberCultura Viva, um dos principais assuntos desta 6ª reunião do Conselho Intergovernamental em Montevidéu.

Conforme a proposta apresentada no primeiro dia da reunião no Uruguai, este programa de formação se daria com dois formatos: como um projeto de formação em políticas culturais de base comunitária voltado para organizações, agentes e coletivos culturais (por meio de uma convocatória para projetos nacionais, bilaterais ou multilaterais), e outro dirigido a gestores públicos (um curso virtual internacional). A proposta, elaborada pela Unidade Técnica de IberCultura Viva, teve como base um levantamento de 107 cursos de formação em políticas e em gestão cultural identificados em 17 países do Espaço Cultural Ibero-americano.