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07

jun
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro Nacional de Organizações Culturais Comunitárias do Chile: um balanço positivo

Em 07, jun 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Representantes de 99 Organizações Culturais Comunitárias (OCCs), voceros de mesas provinciais e regionais do setor, e artistas que trabalham nos territórios de todo o Chile, se reuniram durante três dias em Mantagua, na Região de Valparaíso, para refletir sobre as realidades de seus trabalhos e articular um sistema conjunto e colaborativo que permita estabelecer uma política pública para o setor das OCCs.

O Primeiro Encontro Nacional de Organizações Culturais Comunitárias, organizado pelo Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio, através do Departamento de Cidadania Cultural, marcou o encerramento de um ciclo, após quatro anos de vinculação com centenas de OCCs, com as quais estreitaram-se os laços a partir das equipes regionais do Programa Red Cultura.

O subsecretário Juan Carlos Silva na abertura do encontro

O subsecretário das Culturas e das Artes, Juan Carlos Silva, agradeceu a presença de todas as pessoas representantes das OCCs “neste importante encontro que nos permite trocar experiências a partir das distintas realidades locais, e saber quais são as necessidades, os problemas e as vantagens que existem nas distintas localidades, regiões ou comunas, e também ver sinergias e oportunidades comuns”.

“É a partir das comunidades que nós, como nova institucionalidade cultural do país, poderemos fazer mais efetivos os planos e programas que desenvolvemos. Nossos planejamentos necessitam estar validados pelas comunidades, e não reduzir-se ao assistencialismo”, disse Silva, convocando as organizações culturais comunitárias a empoderar-se em seus territórios e exigir também dos governos municipais o apoio às ações de arte e cultura, assim como a implementação dos Programas Municipais de Cultura.

 

Balanço do encontro

Ao fazer o balanço deste primeiro encontro em nível nacional, a representante do programa IberCultura Viva, Begoña Ojeda, diretora de Programas Culturais e coordenadora da Área Cidadania Cultural da Direção Nacional de Cultura do Ministério de Educação e Cultura do Uruguai, ressaltou que “foi muito importante participar deste encontro enfocado no fortalecimento das OCCs, porque os valores do IberCultura Viva são, precisamente, promover o fortalecimento das redes, e aqui marcou-se um rito porque começou a articulação de uma rede nacional de organizações, com as tensões necessárias que têm que existir na conformação de redes”. “É muito importante a articulação do Ministério das Culturas com a sociedade civil organizada para poder gerar uma transformação para um melhor viver”, destacou Ojeda.

A maioria dos representantes de OCCs presentes neste primeiro encontro nacional concordou com a necessidade de criar uma rede que lhes permita identificar-se, conhecer-se, trabalhar colaborativamente e influir, unidos, no desenvolvimento da política cultural do país.

 

Durante os três dias do encontro, o trabalho de mesas levantou propostas em matéria de financiamento, legislação e política pública. As OCCs discutiram a necessidade de buscar diversos mecanismos de estímulo e apoio para o trabalho comunitário, analisando, entre outras vias, o financiamento direto e a distribuição equitativa de recursos nas comunidades, levando em conta as características locais; por exemplo, a situação das zonas e regiões extremas.

Pamela Rodríguez

Pamela Rodríguez, do Consejo de Cultura de Puyuhuapi, na Região de Aysén, assegurou que “levamos um grande desafio, um grande peso. Nem tudo tem sido fácil, mas foi um primeiro passo para nos reconhecermos e avançar. É importante que possamos nos unir em rede”. Nicolás Vega, representante de várias organizações culturais em Lota, na Região do Biobío, expressou que “foi muito gratificante participar do espaço de diálogo, construção e retroalimentação da cultura comunitária. Voltamos com conhecimentos metodológicos e muitos desafios para profissionalizar nosso trabalho nos territórios”.

Carolina Carrera

Carolina Carrera, representante da mesa de OCC em Talca, Região do Maule, comentou que chegou a este primeiro encontro “com a esperança de encontrar a energia dos gestores culturais que estão trabalhando nas comunidades”, e volta contente porque viu que há muita vontade de trabalhar unidos e criar redes. Por sua parte, Fernando Puente, da Compañía La Maquinaria, de Graneros, na Região de O’Higgins, disse estar “muito satisfeito e esperançoso”. “Vim com muita disposição e me vou com muitas expectativas do que resultará. Volto para minha comunidade para expor e por em prática o aprendido com tantas experiências”.

Os participantes do Primeiro Encontro Nacional de Organizações Culturais Comunitárias regressaram a seus territórios com vários desafios, entre eles o de repassar às comunidades os temas debatidos e a necessidade de seguir se organizando.

Fonte: Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile

(*Texto publicado originalmente no site do programa Red Cultura)

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05

jun
2018

Em Notícias

Por IberCultura

9ª Reunião do Conselho Intergovernamental é adiada para julho

Em 05, jun 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

O programa IberCultura Viva se solidariza com o povo guatemalteco e informa que a 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental, com realização prevista entre os dias 7 e 10 de junho no município de Antigua Guatemala, foi reprogramada para o mês de julho por motivo da erupção do Vulcão de Fogo, no último domingo, 3 de junho.

A atividade vulcânica gerou colunas de cinzas e lavas que colocaram em vulnerabilidade ao menos três departamentos do país, entre eles Chimaltenango, Escuintla e Sacatepéquez, próximos aos locais onde se realizaria a reunião do programa.

Com o objetivo de continuar com as ações de articulação intersetorial previstas no desenvolvimento de grupos de trabalho temáticos e com o fim de discutir o avanço do programa e as ações para a elaboração do Plano Operativo Anual de 2019, a 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental do programa IberCultura Viva será realizada de 7 a 10 de julho de 2018.

Está prevista a apresentação de informes sobre as atividades desenvolvidas durante este ano, os editais e concursos realizados, e as atividades de formação promovidas pelo programa. Além disso, serão discutidas algumas modificações no regulamento para adaptar o programa às orientações do novo Manual Operativo dos Programas, Iniciativas e Projetos Adscritos da Cooperação Ibero-americana (2016), entre outros temas.

Nos dois primeiros dias, 7 e 8 de julho, os representantes dos 11 países integrantes do programa também participarão das Jornadas do Movimento de Culturas Vivas Comunitárias de Guatemala, organizadas em conjunto pela Direção Geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas e a Rede Guatemalteca de Cultura Viva Comunitária.

01

jun
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Rede de Pontos de Cultura do Uruguai realiza sua primeira reunião em Montevidéu

Em 01, jun 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Na terça-feira, 29 de maio, foi realizada no Espaço Espínola Gómez, em Montevidéu, a primeira reunião da Rede de Pontos de Cultura do Uruguai. Representantes dos 16 Pontos reconhecidos pelo Estado se juntaram com a equipe de gestão para discutir o Plano de Trabalho 2018-2019.

As novidades da reunião passaram pela apresentação do programa e suas características locais, assim como as distintas fases de trabalho planejadas para o período. Dentro das fases de trabalho, foi apresentado o plano de formação para os Pontos de Cultura no Uruguai, em acordo com o programa IberCultura Viva.

O Programa de Formação em Gestão Cultural e de Projetos de Base Comunitária, realizado em parceria com IberCultura Viva, tem os seguintes blocos de conteúdos:

  • Comunicação de projetos culturais comunitários. A comunicação como ferramenta estratégica da gestão. Os processos de comunicação dentro de instituições culturais. Os meios e as redes sociais como canais​ ​para​ a​ ​difusão​ ​e​ ​participação​ ​em​ ​projetos​ ​culturais​ ​comunitários. (Data proposta: julho de 2018. Docentes: Alberto Quevedo e Belén Igarzábal, da Flacso – Argentina)
  • Economia colaborativa e sustentável. Intercâmbio de bens e serviços através de plataformas digitais e modelos de consumo alternativos. Novas economias urbanas. Financiamento​ ​colaborativo​. (Data: setembro de 2018. Com Adriana Benzaquen – Argentina)
  • Abordagem e intervenção em território e gestão de organizações. Instrumentos e ferramentas para a identificação de problemas e a intervenção para possíveis soluções das organizações culturais comunitárias. Estratégias de comunicação e criação de vínculos com a comunidade. (Data: outubro de 2018. Com Rosario Lucesole – Unidade Técnica IberCultura Viva)
  • Políticas para a promoção de projetos culturais comunitários no Uruguai. Fundos concursáveis disponíveis, Editais Iber. Sustentabilidade e desenvolvimento. Etapas para o desenvolvimento de um projeto cultural comunitário. Necessidades e recursos. (Data: novembro de 2018. Com especialistas locais e Franco Rizzi – Unidade Técnica IberCultura Viva)

Durante a reunião, conversou-se sobre a possibilidade de gerar um espaço para o intercâmbio de “saberes”, de forma a potenciar a rede de Pontos e, ao mesmo tempo, fazer circular os conhecimentos que os coletivos possuem pelo tempo de trabalho em suas comunidades.

Também se apresentou a possibilidade de desenvolver linhas de trabalho coordenadas com os programas que integram a Área de Cidadania Cultural: Usinas Culturais, Fábricas de Cultura, Programa de Fortalecimento de Festas Tradicionais, Centro Cultural Urbano e Sistema Nacional de Circulação, entre outros. O mesmo com outras áreas e institutos do MEC: Instituto Nacional de Artes Cênicas, Instituto Nacional de Artes Visuais, Área de Música e Área de Letras. Concretamente, em acordo com o INAE, dentro do Plano Nacional de Dança, os integrantes dos Pontos de Cultura vinculados às artes cênicas poderão participar da Capacitação de Multiplicadores Culturais.

Como aspectos transversais a este Plano de Trabalho, se articulará interinstitucionalmente com as entidades que formam parte do processo de seleção dos aspirantes ao registro — Ministério de Desenvolvimento Social, Direções de Cultura departamentais,  prefeituras –, em instâncias que vão em consonância com os objetivos do programa.

O site https://pdc.culturaenlinea.uy será o espaço virtual que congregará toda a informação do programa. Nele há uma agenda de atividades, que se alimentará automaticamente com a informação disponibilizada por cada Ponto de Cultura na plataforma https://culturaenlinea.uy.

Fonte: Dirección Nacional de Cultura/MEC

Leia também:

Anunciados os 16 primeiros Pontos de Cultura do Uruguai

 

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31

maio
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Cultura de Bairro, programa da Municipalidade de Córdoba, elege seus projetos para 2018

Em 31, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

No último dia 24, a Municipalidade de Córdoba, na Argentina, deu a conhecer os projetos selecionados pelo programa Cultura de Bairro, edição 2018. Apresentaram-se a este edital, promovido no mês de abril, 79 projetos. Desse total, foram selecionados 24.

Cada um dos 24 projetos escolhidos receberá 25.000 pesos argentinos para seu desenvolvimento. Quatro desses 24 projetos foram propostos por jovens que completaram o Curso de Promotores Culturais Comunitários em 2017, dando continuidade e profundidade às ferramentas oferecidas e acompanhando sua prática com este novo apoio do Cultura de Bairro.

O júri foi integrado por Andrés Oviedo, representando a Universidade de Córdoba; Lucrecia González, pela Secretaria de Cultura da Municipalidade de Córdoba; Diego Benhabib e Rodrigo Dacomo, pelo Ministério de Cultura da Argentina; e Mariángeles Fernández, representando o âmbito cultural independente.

 

O programa

Cultura de Bairro propõe o fortalecimento de projetos culturais impulsionados por organizações de base que promovem o acesso à cultura, a participação cidadã e o trabalho em rede para a resolução de problemas atravessados pelos territórios.

O programa surge como resposta a necessidades específicas de numerosas organizações e referências culturais de bairros que vêm realizando diversos projetos nascidos nas próprias comunidades, de maneira independente e com dificuldades para sustentá-los no tempo em virtude das limitações econômicas.

Nesse sentido, o município soma uma modalidade de apoio que modifica o paradigma habitual de o Estado propor algo para os vizinhos; dando lugar a projetos que surgem das organizações e instituições de base, verdadeiros protagonistas e conhecedores do território.

Os projetos selecionados

  • Ludoteca Caleidoscopio – Grupo de Teatro Comunitario Orilleros de la Cañada
  • La radio va a la escuela – Radio Comunitaria La Rimbombante 104.9
  • ¡Viva la plaza! Un espacio creado por todos – Ingeniería Sin Fronteras
  • Te baila la vida, mujeres que viven – Mujeres Pa –Lante
  • Narrativas disidentes, o sobre cómo ocupar la escena local desde la fotografía trans –  Casa Trans Córdoba / Enfoca
  • Utopizándonos – Fundación Casa Hola Mundo
  • Reconstruyendo nuestra historia -Centro Cultural Villa El Libertador
  • Merodeando un museo – Sociopedagogas en Acción
  • Voces de barrio – Asociación Civil Casa Macuca (Aulitas Macuca)
  • Producción literaria barrial – Colectivo literario “Jeta Brava”
  • Orquestra El Chingolo – Casa Macuca Barrio Chingolo
  • El bajo templa candombe – Asociación Civil Un Nuevo Comienzo / Centro Comunitario “El Chapón”
  • Colectivo Muralista Lxs Wachxs del Trope – Colectivo Muralista Lxs Wachxs del Trope
  • Identidad cultural y promoción de derechos. Un proceso participativo con mujeres migrantes y cordobesas – Grupo Intercultural de Mujeres Migrantes y Cordobesas “Concretando Sueños”
  • Circo Danzante. Como danza la esperanza – Circo Danzante
  • Teatro las Violetas – Batucada La Cuadra
  • Voces del barrio – Escuelita Parque Las Rosas
  • Huerta laboratorio – Red Villa 9 de Julio
  • Voces libres. Una experiencia de radio abierta y feria comunitaria – Grupo de Mujeres de Barrio El Quebracho
  • Biblioteca y mediateca comunitaria para niñxs: cultura y educación para infancias dignas –  Frente Juvenil Hagamos Lo Imposible
  • Proyecto colectivo Yuraq Rumi – Fundación Gracia
  • Recrearte en clave sonora – Cooperativa de Carreros de Villa Urquiza
  • Mujarte – Libertarte – Mesa de Gestión Marqués Anexo / Red de Mediadores Literarios “Vaivén”
  • Activando contra la violencia – Mujeres Activando
  • Taller de música Barrio 9 de Julio – Taller de Música de Barrio 9 de Julio
  • Despertando el artista interior – Merendero “Nueva Esperanza” / Organización “De corazón sin igual”
  • Murga – La Casa del Vecino
  • Hilos de memoria. Tramas colectivas – Biblioteca Popular Nelly Ruiz de Llorens
  • Armá tu bici, amá tu barrio – Taller Popular de Ciclomecánica Suipacha

 

(*Texto e fotos publicados originalmente no portal da Municipalidade de Córdoba)

Leia também:

 “Cultura de Barrio” eligió sus proyectos para 2018 

 

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30

maio
2018

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Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile realiza o 1º Encontro Nacional de Organizações Culturais Comunitárias

Em 30, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

O 1º Encontro Nacional de Organizações Culturais Comunitárias (OCC) do Chile será realizado de 1º a 3 de junho em Mantagua, na Região de Valparaíso. Espera-se a participação de 108 representantes da sociedade civil, pertencentes a OCCs das 54 províncias do Chile (duas pessoas por província).

O objetivo geral deste encontro é fortalecer as alianças entre o Estado e a sociedade civil para a definição de políticas culturais que considerem as contribuições, os requerimentos e os acordos entre (e com) as organizações.

Este será um primeiro exercício para discutir coletivamente a política pública do setor, con mesas de trabalho em que também serão debatidas propostas de legislação e alternativas de financiamento para as OCCs chilenas. A ideia é ter uma proposta coletiva de implementação programática, realizada com a participação de representantes de OCCs e concluída antes da definição orçamentária de 2019, que começa a ser discutida em julho.



Direitos culturais

No programa Rede Cultura, o trabalho com as organizações culturais comunitárias marca um rito, tanto no que diz respeito ao institucional como ao programático. Além de impulsionar um novo tipo de relação com a comunidade, tem ajudado a estabelecer laços que vão além da implementação ou cumprimento de metas. E contribuído para a compreensão do sentido da política pública no território para (e com) a comunidade.

Faz quatro anos que se implementa no Chile um componente que aborda o trabalho, aporte e valor das organizações culturais no território, como colaboradores do dever do Estado em matéria de qualidade de vida das pessoas.

Neste quarto ano, inicia-se um período de instalação conceitual deste âmbito que, embora sempre presente nos programas públicos sobre desenvolvimento cultural territorial, começa a estabelecer níveis de significação com fatores associados à ação “participar” a partir de um enfoque de direitos culturais.

A definição da Política Nacional de Cultura “Cultura e desenvolvimento humano: Direitos e território” corrobora os eixos que o programa Rede Cultura e o componente  estabeleceram como mecanismo de mobilização de suas linhas e ações em particular nas regiões do país.

O 1º Encontro de OCCs da Região Metropolitana do Chile se deu em julho de 2017

Participantes

Além dos 108 representantes da sociedade civil pertencentes a OCCs chilenas, o encontro contará com mais de 30 pessoas das equipes Rede Cultura. Como representante do programa IberCultura Viva estará presente Begoña Ojeda, diretora de Programas Culturais e coordenadora da Área Cidadania Cultural da Direção Nacional de Cultura (DNC) do Ministério de Educação e Cultura do Uruguai.

Begoña Ojeda participará das atividades no dia 1º, compartilhando dados da realidade ibero-americana e uruguaia sobre políticas públicas associadas a Cultura Viva Comunitária (ou OCCs). No Uruguai, há um ano vem-se construindo um programa Pontos de Cultura, e este mês foram anunciadas as primeiras 16 organizações reconhecidas como Pontos de Cultura no país.

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30

maio
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Anunciados os 16 primeiros Pontos de Cultura do Uruguai

Em 30, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Em 16 de maio, durante a inauguração do Espaço Espínola Gómez em Montevidéu, Begoña Ojeda, diretora de Programas Culturais e coordenadora da Área Cidadania Cultural da Direção Nacional de Cultura (DNC) do Ministério de Educação e Cultura do Uruguai, apresentou as atividades da área para 2018 e anunciou os primeiros 16 Pontos de Cultura do país.

São eles: La Feria es una Fiesta; Entropía Galpón de Circo; Centro Cultural La Cuadra; Espacio Cultural Bibliobarrio; La Akademia – Espacio artístico cultural; Coro La Experimental; Cooperativa cultural Capurro; Casa Wang; Circo Tranzat; Biblioteca Nuevo Roble; Feria de Culturas Alternativas; Centro Cultural para la Integración Tarobá; Teatro del Arca; Bande Música Corporal; Grupo La Pluma; Cabildo de Vecinas y Vecinos los Cerrillos.

Com perfis variados – destacando-se a participação dos coletivos de circo, bibliotecas comunitárias, companhias de teatro de bonecos, muralismo e feiras –, esses coletivos reconhecidos pelo Estado como Pontos de Cultura foram registrados através da plataforma Cultura en Línea. (Para fazer parte da Rede de Pontos de Cultura, as organizações devem registrar-se nesta base de dados que unifica os coletivos comunitários vinculados à cultura de todo o país.)

Uma vez recebidos os registros, trabalhou-se na pertinência do reconhecimento com os atores governamentais, departamentais e locais pertinentes (Direções Departamentais de Cultura e Municípios) e com a Direção de Promoção Sociocultural do Ministério de Desenvolvimento Social.

O anúncio dos primeiros Pontos foi feito na inauguração do Espaço Espínola Gómez (foto: DNC/MEC)

Requisitos e benefícios

As organizações ou coletivos que pretendem ser reconhecidas como Pontos de Cultura no Uruguai devem ter ênfase no trabalho comunitário (não podem ser empresas nem organismos públicos), contar com um mínimo de um ano de atividades, ao menos quatro membros ativos que participem da criação, desenho e execução dos projetos, e completar o formulário de registro.

Entre os benefícios de formar parte da rede estão a visibilização e difusão de suas atividades através dos meios à disposição da Direção Nacional de Cultura; a localização em um mapa de rede de organizações, a fim de coordenar ações com outros Pontos de Cultura e com a comunidade; e o acesso a espaços de formação que fortaleçam as capacidades de gestão, sistematização de resultados e comunicação dos Pontos de Cultura.

Ainda que não haja financiamento direto, é possível ter acesso a recursos financeiros e/ou logísticos, com os quais a DNC conta para o desenvolvimento de atividades em território, apoiando os Pontos de Cultura, e integrar as atividades de intercâmbio realizadas pela rede tanto em nível nacional como regional e internacional.

Trabalho conjunto

Além de fazer parte de âmbitos colaborativos entre Estado e sociedade civil, que serão implementados e incidirão no desenho e na projeção deste programa, os participantes da rede poderão trabalhar em conjunto com outros programas da DNC dirigidos ao fortalecimento dos direitos culturais (Festivales de Uruguay, Usinas Culturales, Fábricas de Cultura, Centro Cultural Urbano, Sistema de Circulación Cultural e Sistema de Información Cultural), de maneira a gerar processos comunitários que possam ser sustentáveis a longo prazo.

Este ano, o programa terá o objetivo principal de sustentar a rede de Pontos de Cultura através de três eixos de trabalho, que por sua vez serão construídos em espaços de trabalho conjunto: um plano de formação em gestão cultural comunitária, espaço de intercâmbio de experiências ou saberes entre pontos, a articulação da proposta e o acesso a espaços e financiamentos de outros programas da Direção Nacional de Cultura.

O lançamento do registro de Pontos de Cultura do Uruguai, em maio de 2017

 

Convocatórias

O lançamento do registro dos Pontos de Cultura do Uruguai foi anunciado pelo diretor da DNC, Sergio Mautone, em 26 de maio de 2017, durante o encontro de coletivos e organizações de cultura de base comunitária que foi realizado em Montevidéu como parte da programação da 6ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva.

Passado um ano, abriu-se o prazo de inscrições o segundo registro de Pontos de Cultura. A convocatória está aberta desde 16 de maio e seguirá até 31 de julho de 2018. A avaliação e o reconhecimento dos Pontos de Cultura postulados neste período será realizada de 1 a 16 de agosto de 2018. Os registros seguintes poderão ser feitos de 16 de agosto a 31 de outubro de 2018; de 16 de novembro de 2018 a 31 de janeiro de 2019; de 16 de fevereiro a 30 de abril de 2019; e de 16 de maio a 31 de julho de 2019.

Saiba mais: https://bit.ly/2xyXXNg

30

maio
2018

Em Notícias

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Guatemala será sede da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental

Em 30, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

A 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental do programa IberCultura Viva será realizada entre os dias 7 e 10 de junho no município de Antigua Guatemala, no departamento de Sacatepéquez. Além de uma revisão dos avanços do Plano Operativo Anual (POA) de 2018, será iniciado o trabalho sobre o POA 2019.

O Palácio Nacional da Cultura, onde será realizada a 9ª Reunião do Conselho (Foto: Ministério de Cultura e Esportes da Guatemala)

Está prevista a apresentação de informes sobre as atividades desenvolvidas durante este ano, os editais e concursos realizados, e as atividades de formação promovidas pelo programa. Também serão discutidas algumas modificações no regulamento para adaptar o programa às orientações do novo Manual Operativo dos Programas, Iniciativas e Projetos Adscritos da Cooperação Ibero-americana (2016) e a aprovação dos editais de 2018, entre outros temas.

Espera-se a participação de representantes dos 11 países membros do Conselho Intergovernamental (Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai), da equipe da Unidade Técnica e do diretor do Escritório Sub-regional para o Cone Sul da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), Alejo Ramírez.

A abertura do encontro, na manhã do dia 7, no Palácio Nacional da Cultura, estará a cargo do ministro de Cultura e Esportes da Guatemala, José Luis Chea Urruela, e de Rosa María Tacan, representante do país no programa IberCultura Viva e diretora geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas do ministério.

Além disso, nos dias 9 e 10 de junho, os representantes dos países membros do programa participarão das Jornadas do Movimento de Culturas Vivas Comunitárias de Guatemala, organizadas em conjunto pela Direção Geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas e a Rede Guatemalteca de Cultura Viva Comunitária, e que serão realizadas paralelamente à reunião.

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24

maio
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Niterói é mais uma cidade brasileira a ter uma Lei Cultura Viva Municipal

Em 24, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Niterói, além de uma Rede Cultura Viva, agora tem também uma Lei Cultura Viva Municipal. A Câmara Municipal de Niterói aprovou nesta quarta-feira (23/05) o Projeto de Lei nº 00118/2017, de autoria do vereador Leonardo Giordano, presidente da Comissão de Cultura, Comunicação e Patrimônio Histórico da casa, consolidando o programa Cultura Viva como política de Estado na cidade fluminense.

Campinas (SP) foi a primeira cidade do Brasil a aprovar uma lei municipal em consonância com a Política Nacional de Cultura Viva. O vereador Gustavo Petta foi o autor do projeto de lei aprovado pela Câmara dos Vereadores de Campinas em outubro de 2015.

 

GT Governos Locais

Niterói é uma das cidades que fazem parte do Grupo de Trabalho de Governos Locais montado em Quito (Equador) ao final do 2º Encontro de Redes IberCultura Viva. Nesse encontro, realizado em 22 e 23 de novembro de 2017, Renato Almada, presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Niterói, destacou alguns avanços da cidade fluminense, como a Lei do Sistema Municipal de Cultura, que criou o Conselho, o Plano e o Fundo Municipal de Cultura.

“De maneira geral, Niterói caminha bem no que tange às políticas culturais. São diversas iniciativas e conquistas”, comentou. “Fizemos em Niterói a maior conferência municipal de Cultura de Brasil, com mais de 800 participantes, e lá elegemos o Conselho Municipal de Política Cultural, com 15 câmaras temáticas (dança, música, teatro, etc). O Conselho administra o Fundo Municipal de Cultura. Não administra o orçamento, e sim aprova os projetos que vão captar recursos.”

O Conselho Municipal de Política Cultural é um órgão deliberativo, normativo e fiscalizador das ações culturais do município, criado pela Lei nº 3.182, de 18 de dezembro de 2015. Com participantes do poder público e da sociedade civil, deve orientar e deliberar sobre a elaboração e execução da política cultural do governo municipal, fundamentando-se nos princípios da transparência e da democratização da gestão cultural.

Renato Almada no 2º Encontro de Redes IberCultura Viva

Rede Cultura Viva

O estabelecimento da Rede Cultura Viva Niterói está previsto no Plano Municipal de Cultura. Criada por meio de convênio entre a Prefeitura de Niterói e o Ministério da Cultura (via Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural), a rede é formada por 17 Pontos de Cultura e dois Pontões de Cultura*. Desse total, recebem fomento direto cinco Pontos de Cultura (Quilombo do Grotão, Ponto Vivo, Memória e Fotografia Pública, Din.Down.Down e Olodu’ Mirim; 60 mil reais para cada projeto) e um Pontão (MostrArte, 150 mil reais).

As entidades que recebem aportes financeiros foram escolhidas por meio de edital em 2017, pelos projetos que apresentaram para serem desenvolvidos em 2018. Segundo Almada, os Pontos de Cultura autodeclarados e/ou anteriormente reconhecidos pelo Ministério da Cultura também farão parte da Rede Cultura Viva Niterói. “Está sendo feito um levantamento dos que ainda existem e desenvolvem algum trabalho para que, em rede, possa ser possibilitado não só o resgate de suas memórias de atuação como a densidade e efetividade do trabalho”, ressaltou ele em Quito.

A Rede Cultura Viva Niterói também deve premiar este ano 20 iniciativas culturais já existentes no município, promovidas por pessoas físicas ou jurídicas. Serão 10 prêmios de Valorização de Matriz da Diversidade Brasileira e 10 prêmios de Promoção de uma Cultura de Direitos Humanos, no valor de 15 mil reais cada. Além disso, estão previstos para 2018 cursos e oficinas gratuitas para a capacitação dos agentes e gestores culturais da Rede Cultura Viva Niterói.

 

(*) Pontão de Cultura é uma entidade cultural ou instituição pública de ensino que articula um conjunto de outros pontos ou iniciativas culturais, desenvolvendo ações de mobilização, formação, mediação e articulação de uma determinada rede de Pontos de Cultura e demais iniciativas culturais, seja em âmbito territorial ou em um recorte temático e identitário.

14

maio
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Selecionados no concurso de curtas são apresentados na Feira do Livro de Buenos Aires

Em 14, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Os vídeos selecionados no Concurso de curtas-metragens “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” foram apresentados na última sexta-feira (11/05) na 44ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, no estande da Secretaria de Direitos Humanos e Pluralismo Cultural.

Estiveram presentes alguns dos premiados e ganhadores de menções honrosas, além do júri argentino, composto por Julio Croci, diretor nacional de Pluralismo e Interculturalidade, e Aylée Victoria Ibañez Justiz, representante audiovisual da comunidade afrodescendente argentina.

O concurso foi lançado pelo programa IberCultura Viva em colaboração com o Escritório de Representação da UNESCO no Brasil, como uma das ações promovidas no âmbito da Década Internacional para os Afrodescendentes (2015-2024), declarada pelas Nações Unidas em 2015. Dez realizadores de Argentina, Brasil e Chile foram premiados com US$ 500. Outros 10 receberam menções honrosas.

 

Leia também:

Resistência, identidade e ancestralidade: os premiados no Concurso “Comunidades Afrodescendentes”

11

maio
2018

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

Resistência, identidade e ancestralidade: os premiados no Concurso “Comunidades Afrodescendentes”

Em 11, maio 2018 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

“Resistência” talvez seja a palavra que mais venha à mente depois de assistir aos 10 vídeos ganhadores do Concurso de Curtas-metragens “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”. Resistência em vários sentidos, inclusive o da recusa de submissão à vontade de outrem. Da luta que se mantém como ação de defender-se. Da reação a uma força opressora. Da qualidade de quem demonstra firmeza, persistência. Da força que anula os efeitos de uma ação destruidora. Ou como diz a narradora de um dos vídeos premiados: “Resistir é trabalhar dia a dia na conformação de nossa identidade”.

O concurso foi lançado em novembro de 2017 pelo programa IberCultura Viva em colaboração com o Escritório de Representação da UNESCO no Brasil,  como uma das ações promovidas pela Década Internacional para os Afrodescendentes (2015-2024), declarada pelas Nações Unidas em 2015, com o tema “Povos afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”.

Entre 20/11/2017 e 15/02/2018, o programa IberCultura Viva recebeu 132 inscrições para o concurso. Desse total, foram habilitados 90 trabalhos. Os 10 vídeos que tiveram as maiores pontuações da Comissão de Avaliação foram divulgados na última terça-feira (08/05), e receberão prêmios de 500 dólares. O prazo de recursos terminou nesta quinta-feira (10/05).

Foram levados em conta na seleção critérios como a criatividade e a originalidade temática, assim como a consideração da organização comunitária dos coletivos afrodescendentes, a reflexão sobre práticas culturais racistas e a ênfase na centralidade da cultura afrodescendente no desenvolvimento cultural comunitário, nacional e/ou regional.

Diante da grande quantidade, qualidade e diversidade dos vídeos recebidos, a Comissão de Avaliação decidiu incorporar 10 menções honrosas (sem prêmios em dinheiro). Os vídeos selecionados expressam uma grande diversidade de comunidades e práticas culturais da região ibero-americana e serão divulgados junto con os vídeos ganhadores pelos canais de comunicação da cooperação ibero-americana.

Confira  a lista com o resultado definitivo dos selecionados e conheça os 10 vídeos premiados, que apresentamos a seguir. São histórias de luta, força, fé e resistência, com duração máxima de 3 minutos, gravadas no Brasil, na Argentina e no Chile.

 

OS PREMIADOS

1. ABAYA | resistência e ancestralidade (Brasil)  – Frederico Moreira

Curta-metragem de autoria de Grazie Pacheco, Frederico Moreira e Renan Vasconcelos, ABAYA apresenta o encontro de integrantes da associação Ilú Obá de Min com mulheres do movimento Mães de Maio e do grupo de cultura afro-brasileira UMOJA – a união, a luta, os ideais e as resistências em uma noite onde a Rainha Mãe toma forma para denunciar a falsa abolição da escravatura.

“A abolição da nossa escravatura foi assinada a lápis, uma lei que qualquer um apaga (…) neste país racista, que mata pobres e persegue negros”, afirma Débora Silva, uma das Mães de Maio. “Pela nossa negritude, a gente luta sempre. Amo a minha cor, mas só quem é da cor sabe o que é ser negro”, diz Rose Eloy, integrante do UMOJA.

ABAYA é uma produção do DocVozes, coletivo de documentaristas formado em São Paulo, em 2013, e que se propõe a reverberar narrativas de impacto social. O primeiro filme do grupo foi lançado no YouTube em 2014: Uma tarde no shopping, um retrato da resistência da juventude periférica em São Paulo. Também são deles os documentários AI-5 da democracia, Procura-se: a negra do cartaz e PsicoApatia, entre outros. A primeira obra de ficção do coletivo, Mortalha, será lançada em 2018.

2. 111 tiros na alma negra (Brasil) – Pedro Henrique Lima de Oliveira

Em 28 de novembro de 2015, 111 tiros foram disparados por policiais contra cinco jovens negros em Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro. Carlos, Cleiton, Roberto, Wesley e Wilton voltavam de uma lanchonete no Parque Madureira, onde foram comemorar o primeiro salário de Betinho, quando o carro em que estavam foi parado por policiais. Segundo a Polícia Militar, foram disparados 81 tiros de fuzil e 30 de pistola.    

O curta 111 tiros na alma negra, dirigido por Pedro Oliveira e Filó Oliveira, mostra a mobilização da juventude negra após a chacina em Madureira. Vestidas de preto, centenas de pessoas andaram pelas ruas com cartazes (“Racismo, não!”) e palavras de ordem contra o genocídio da população negra no Brasil. De acordo com o Atlas da Violência 2017 (Ipea/FBSP), a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negros.

A produção faz parte do Acervo Cultne, lançado em 2009. Esse acervo digital reúne 3 mil horas de material sobre cultura negra registrado nos últimos 38 anos.

3. Alma crespa (Brasil) – Rebecca Joviano

O filme de Paulo China e Rebecca Joviano gira em torno de Iza (Raphaela Joviano), uma jovem carioca que sonha ser reconhecida por sua alma, e não por sua cor. Em um passeio pelo Rio de Janeiro, cidade com fama de ter pessoas livres e tolerantes (será mesmo?), a jovem se pergunta por que sempre olham para ela de forma estranha (“vai alisar esse cabelo, garota!”).

Caminhando em frente aos antigos sobrados, Iza lembra que ali, em outros tempos, eram os escravos e escravas que faziam tudo: cozinhavam, costuravam, varriam o assoalho, limpavam a prataria, serviam de brinquedo. “Não tinha justificativa: uma pessoa, só por causa de sua cor, servir a um senhor branco e trabalhar até suas últimas forças… Séculos se passaram e ainda temos muito o que conquistar. Mas, apesar dos pesares, agradeço a todos os que lutaram e lutam pela nossa liberdade de expressão. A minha, luto diariamente para conquistar.”

Alma crespa é um curta-metragem da produtora Memory Audiovisual, com sede no Rio de Janeiro.

4. Afrografías (Argentina/Brasil) – Denise Braz

O que é resistir? “É construir em nossos entornos cotidianos”. “É nos nutrirmos de nossa história e nos apropriarmos de nossos saberes ancestrais”. “É legitimar nossa presença em espaços institucionais e políticos”. “É reconstruir estereótipos acerca de nossos corpos”. “É trabalhar dia a dia na conformação de nossa identidade como mulheres afro”. “É a sua história.”

É assim, com muitas respostas para uma pergunta, que a Colectiva Afrovisual Luz Negra (Lia Castillo Espinosa, Sandra Milena Forero Rojas, Maryury Díaz, Lisset González Batista, Leticia Sánchez Garris, Denise Luciana de Fátima Braz, Bruna Stamato dos Santos, Natalia Pinilla Rodríguez) aparece pelas ruas de Buenos Aires, buscando legitimar e dar visibilidade à presença das mulheres negras em espaços comuns e cotidianos na Argentina. Com o curta Afrografías, elas pretendem reconhecer a identidade afro como construção política, algo que se constrói e reinventa dia a dia.

5. Bate Folha: identidade ancestral (Brasil) – Carla Maria Ferreira Nogueira

Realizado com o apoio da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o vídeo apresenta o Terreiro Bate Folha, uma casa de culto de religião de matriz africana (de origem Congo-Angola) localizada no bairro da Mata Escura, em Salvador. Fundado há 102 anos por Manoel Bernardino da Paixão, o terreiro situa-se numa zona urbana com 15 hectares de Mata Atlântica e foi tombado em 2003 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“Entendemos que nosso desenvolvimento depende do desenvolvimento do bairro, da nossa comunidade, e de todo o povo negro”, afirma Carla Nogueira, uma das “filhas” do Bate Folha. “Por isso, com compromisso cidadão, desenvolvemos atividades para a juventude negra, procurando relacionar noções de empreendedorismo e iniciativas pessoais à luta contra o racismo e a intolerância religiosa, como forma de preparar os jovens para os novos tempos, sem a perda dos referenciais identitários e de pertencimento.”

6. Nyotas (Brasil/Chile) – Paulina Victoria Fernandez Quintana (Pola Fernandez)

Pola Fernandez é uma artista visual chilena que vive no Brasil. Pedagoga e fotógrafa, é especialista em artes visuais, intermeios e educação, com especial interesse pelo tema da cultura africana e pela memória da mulher negra brasileira. Em sua experimentação visual, ela produz fotografias híbridas, impressas em diversos suportes, que ganham contornos e relevos em intervenções da técnica do bordado.

O projeto “Navio Atavos”, proposto por ela, reuniu um grupo de mulheres negras da cidade de Salto, no interior de São Paulo, na montagem de um grande painel com aplicação de bordados com trechos do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves. São os depoimentos dessas mulheres, todas com mais de 50 anos, que compõem o curta-metragem Nyotas. É um nome de origem africana. Nyota significa guerreira, que é o que nós somos”, diz uma das entrevistadas. “Descobrimos isso juntas: que nós podemos.”

7. Tu cultura te pertenece, estés donde estés… (Chile/Colômbia) – Sor Angela Popo Mejia

Sor Angela Popo Mejía é uma colombiana que vive na cidade de Iquique, no Chile. O preconceito a acompanha desde o primeiro momento fora de seu país. “O senhor do ônibus que me trouxe disse que por ser negra e colombiana não me deixariam passar na fronteira”, conta. Passou, mas esta primeira impressão segue até os dias de hoje. “Desde que cheguei ao país, o que senti foi isso”.

Com roteiro de Mariela Muñoz Pérez, Tu cultura te pertenece, estés donde estés mostra um dia na vida da migrante em Iquique, e seu relato sobre discriminação e salvaguarda de sua identidade. Sor Angela ingressou na universidade em março de 2017, mas diz que as pessoas são muito fechadas e que se sente discriminada em sala de aula. “É muito duro”, afirma a colombiana, que trabalha orientando outros migrantes na organização dos documentos, no conhecimento dos direitos trabalhistas, etc. “Esteja onde estiver, tenha presentes seus valores culturais, sua gastronomia, e reúna-se com seus companheiros para recordar”, ensina.

8. Argentina negra (Argentina) – Federico Fernando Pita

Em Argentina negra, nove entrevistados, mulheres e homens afrodescendentes, refletem sobre o racismo em seu país e o orgulho de ser negro. Dois dos depoimentos são de Dora Cuello e Elsa Cuello, gêmeas nascidas na Argentina, netas e bisnetas de argentinos, ainda que muitos não queiram acreditar.

“As pessoas sempre perguntam: de onde vocês são? Dizem que tenho sotaque estrangeiro. Mas se nasci aqui, que acento posso ter? Argentino!”, reclama uma delas. A irmã também não se conforma: “Vejo essa gente como ignorante. Porque sou negra tenho que vir de outro lado, não posso ser da Argentina? Sou igual aos demais. Ser negra, para mim, é um orgulho”.

O vídeo é uma produção da organização Diáspora Africana de la Argentina. A autoria é de Federico Fernando Pita, e a direção de Franco De Nunzio.

9.Sem folhas não tem orixás (Argentina/Brasil) – María Fernanda Sáenz

Gravado em Salvador (Bahia), o vídeo realizado por Natalia Favre e María Fernanda Sáenz trata do candomblé, o culto aos orixás, uma das religiões de matriz africana mais importantes do Brasil. Uma entrevista com Sandra Bispo, da Casa de Oxumaré, entremeada por imagens de cerimônias, aborda temas como ancestralidade, o processo de ser e existir (“Você não é, você está sendo. Você é resultado de todo um processo histórico, vivencial, de sua família, de seu povo”), os princípios e valores dessa caminhada.

Com um discurso de paz, amor, acolhimento e irmandade, Sem folhas não tem orixás passeia pelos fundamentos do candomblé e sua importância na construção da identidade brasileira e na desconstrução de preconceitos instaurados.

10. Na ponta dos pés  (Argentina/Brasil) – Sebastián Gil Miranda

Tuany Nascimento é professora de balé no Morro do Adeus, Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Moradora do bairro, dá aulas para meninas de 4 a 18 anos num projeto social que ela mesma criou, chamado Na Ponta dos Pés. A iniciativa nasceu em 2012 e, de lá para cá, mudou a vida de mais de uma centena de meninas, a maioria afrodescendentes, ajudando a desenvolver habilidades, aptidões, oportunidades e reforço positivo em relação à sua origem e identidade.

“O balé é uma das artes mais belas e transformadoras, capazes de moldar alguém”, afirma a professora no vídeo dirigido por Sebastián Gil Miranda. “Fazer balé, para elas, é uma experiência de vida: elas sabem que vão encontrar desafios, que podem não conseguir algo hoje, mas se persistirem conseguem. O balé transforma a vida delas e faz com que sejam mais capazes de enfrentar os desafios que tenham pela frente.”

 

 

AS MENÇÕES HONROSAS

1.Tambores afro uruguaios (Brasil) – Rafael Ferreira

Os tambores trazidos pelos africanos escravizados durante a colonização espanhola sobreviveram e ganharam novas forças no Uruguai. O candombe, símbolo de um povo reprimido pelos colonizadores, se tornou uma necessidade de expressão e liberdade dos africanos e hoje tem presença especial no carnaval uruguaio, como mostra o vídeo de Naouel Laamiri e Rafael Ferreira, readaptação de uma produção da TV Caiçara e do Canal Futura.

“No início, candombe era música religiosa, ritmo, canto e dança para oferendar aos orixás ou aos ancestrais, ou a entidade que fosse. Depois, a história se encarregou de tapar com alegria toda aquela grande força religiosa que tinham nossos antepassados e convertê-la  somente em um ritmo recreativo”, conta Chabela Ramírez, educadora, cantora e diretora do coro Afrogama. “Para nós, o candombe serviu para fortalecer e também para dizer nossas coisas.”

2. Cuerpos sin frontera. Migrantes afro en Santiago de Chile (Chile) – Isabel Araya Morales

Com roteiro e pesquisa de Isabel Araya, Pablo Mardones e Lissien Salazar, o curta narra a vida de um grupo de migrantes africanos e afrodescendentes estabelecidos em Santiago, no Chile. Todos ele são cultores e professores de dança e música de seus países de origem: Cuba, República da Guiné, Haiti, Peru e Venezuela. Radicados no Chile, país conhecido por não dar visibilidade às raízes afro, eles buscam fazer do corpo e de sua expressão canais para desconstruir estereótipos.

Em seus relatos, Brian Montalvo, Diarra Conde, Evens Clercema, Rosa Vargas e Yoxelin Rivas falam de como sentem o racismo e a xenofobia no Chile, e do que significa representar a arte e o patrimônio cultural afro no país em que hoje vivem. Cuerpos sin frontera é uma produção do Centro de Pesquisa Africarte, em parceria com Alpaca Producciones.

3. Antares de mujeres. Encuentro de danza afrocandombe (Uruguai) – Tania Ramírez

A segunda edição de Antares de Mujeres – Encuentro de Danza Afrocandombe foi realizada em 28 e 29 de outubro de 2017, na Escola de Candombe de Melo (Cerro Largo) e no Espaço Cultural Nación Zumbalele de Salinas (Canelones), no Uruguai. Participaram dos encontros mulheres que são referência no que diz respeito à cultura afro-uruguaia, e que aproveitaram este espaço de diálogo e intercâmbio para reforçar o reconhecimento da dança afro do candombe como patrimônio imaterial.

O vídeo realizado por Tania Ramírez, Juan Platero e Florencia Cesilia é um registro desses dois encontros de dança que giraram em torno da identidade de mulheres afrodescendentes e do candombe. O curta é uma realização do Mizangas Mujeres Afrodescendientes, coletivo de feministas que lutam contra o racismo, o machismo e a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.

 

4. Margarita (Argentina) – Gaby Messina

Bem-me-quer ou mal-me-quer? Brincando com uma margarida, tirando pétala por pétala, a artista visual e realizadora audiovisual Gaby Messina segue neste curta com seu projeto de pesquisa estética sobre visibilidade afro na Argentina.

Margarita é uma proposta discursiva para pensar a contemporaneidade argentina”, escreve Boubacar Traoré, professor e pesquisador, especialista em história da arte africana e afro-americana.

“Cada vez mais um setor da sociedade argentina está convencida de que os afro-argentinos que descendem diretamente de escravos africanos representam também o presente, ainda que para muitos foram desaparecendo gradualmente. (…) Se muitos acreditam que a presença de negros está vinculada a estrangeiros de origem africana que se radicaram na Argentina nos últimos tempos, Gaby Messina propõe um olhar para desconstruir e despotencializar o discurso sobre a desaparição deste coletivo.”

Para assistir: MARGARITA – Visibilidad Afro en Argentina from Gaby Messina on Vimeo.

5. Ser livre (Brasil) – Alessandra Martins Souza

Em 2017, foram lançadas no Rio de Janeiro duas antologias poéticas com diversas expressões femininas de 40 poetisas. As duas publicações (da editora Quártica Premium) estão vinculadas ao Movimento Mulheres Reais (MMR), um coletivo de mulheres que escrevem formado em 2016.

Alessandra Martins, que assina a direção e o roteiro de Ser livre, participa de uma dessas antologias, Mulheres Reais: Linguagens Plurais. “Mostro em meus versos a vulnerabilidade que se encontra a luta e resistência do corpo negro. Ser mulher negra viva em uma sociedade tão racista e machista é um ato revolucionário”, afirma.

Ser livre, o curta, é poesia declamada por vozes negras. “Sou preta”, gritam as mulheres ouvidas por Alessandra no vídeo. Segundo ela, trata-se de um grito de liberdade.  “É o grito do corpo negro que vem há anos sendo morto e estigmatizado por um sistema racista, machista, opressor.”

6.Mestres Jongueiros (Brasil) – Luciano Santos Dayrell 

Editado por Luciano Dayrell, o vídeo é uma realização da Rede de Jovens Lideranças Jongueiras do Sudeste, com o apoio do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu. Trata-se de uma homenagem aos mestres jongueiros, em especial aos que faleceram nos últimos tempos. O curta mostra que é preciso cuidar dessa memória, lembrar, reviver, e transformar a dor em força e alegria.

O Pontão de Cultura do Jongo é um programa desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em parceria com 15 comunidades jongueiras do Sudeste e a Rede de Jovens Lideranças Jongueiras. Esta, por sua vez, surge da necessidade do envolvimento intergeracional entre mestres, lideranças e jovens jongueiros, para que a tradição continue viva. Em 2005, o jongo do Sudeste foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural brasileiro.

7. Ni sí, ni no, ni blanco, ni (Argentina) – Mónica Graciela Champredonde

O curta se propõe a dar visibilidade ao conteúdo afro na configuração da identidade  e da cultura nacional dos argentinos, assim como de promover uma reflexão acerca da matriz racista que modela o pensamento do cidadão comum. O recurso é o de explicitar as evidências que, por uso ou omissão, se manifestam na linguagem cotidiana.

Por que se diz humor negro? Negro de alma, mercado negro, dia negro, ovelha negra, magia negra? Por outro lado, por que bandeira branca? Mentira branca, magia branca, pomba branca? Por que negro e não branco? Por que branco e não negro?

A realizadora Mónica Champredonde criou e organizou em 2010 o Festival Nacional de Cultura Afro-argentina na cidade de La Plata, província de Buenos Aires. A segunda edição foi realizada em 2017.

8. Alabados y Arrullos en la Pablo Neruda (Equador) – Rocío Rodríguez

Dona Insita Quintero desempenha um papel importante.em sua comunidade, em um bairro ao sul da cidade de Guayaquil (Equador). Durante 12 anos, foi coordenadora de plano internacional e atendeu 33 partos na comunidade como comadrona. Os cantos tradicionais da cultura afro, no entanto, aprendeu dos vizinhos e não em sua província natal, Esmeraldas.

Faz 29 anos que vive na cooperativa Pablo Neruda de Guasmo Sur, e “os Alabados y Arrullos” ali ouvidos têm mais de uma década em seus lábios, para consolo e orgulho de suas amigas/os e vizinhos/as. “Eu me sinto bem orgulhosa de viver aqui, e ainda compartilho isso com os jovens, que estão sempre ao meu lado”, afirma.

Como reforça Rocío Rodríguez, que assina a direção, o roteiro, a produção, a edição e a fotografia do curta, “as culturas não morrem enquanto todas as gerações as valorizem e se deem o trabalho de praticá-las e difundi-las dia a dia”.

 

9. Herederos del calypso (Costa Rica) – José Pablo Román Barzuna

No povoado limonense de Cahuita, em Costa Rica, existe um coletivo de calypsonians que se esforçam para criar o Instituto Nacional do Calipso, com o objetivo de manter vivo o canto de seus antepassados. A intenção é criar uma escola de calipso para meninos e meninas, um museu da história do calipso, um estudo de gravação e uma plataforma para a organização de concertos.

“O calipso é um ritmo que nasce justamente no mar do Caribe, no contexto da diáspora africana na América, partindo de algum porto de Trinidad e Tobago em companhia do mento jamaicano para encalhar, entre outros rincões da região, na província de Limón em Costa Rica”, explica o realizador do vídeo Herederos el  calypso, José Pablo Román Barzuna.

“A música, como ato de expressão coletiva, encarna o núcleo essencial da cultura dos povos caribenhos. Para quem tem enfrentado as mais ásperas condições de vida, a arte se volta assim uma reivindicação da identidade, seja individual ou coletiva.”

 10. Siembra de tambores (Argentina) – Mariela Elisa Carrera

A agrupação Fuerza Mayor, um coletivo de música integrado por 70 adultos da terceira idade, mantém viva a chama dos afrodescendentes em Córdoba (Argentina) por meio da fabricação de tambores que oferecem como presentes a escolas de baixos recursos com o objetivo de semear a música neles.

“Venho de afrodescendentes, levo eles no sangue. Por isso, cada vez que estou em um tambor, é um sentimento muito profundo. (…) O tambor é a projeção de nosso corpo, e o tambor é o corpo em si de alguém”, comenta uma das integrantes da agrupação. “Levar tambores a crianças, como agora, é fazer que acenda essa chama neles também, para que surjam novas sementes.”

O curta Siembra de tambores, realizado por Mariela Elisa Carrera, Mariano Salinas, Franco Colamarino e Iván Guerrero, é uma produção de “Artistas que cambian el mundo”, produtora audiovisual que visibiliza personagens, organizações e ações sociais.

 

Veja a lista dos selecionados:

Informação aos Interessados IV: Etapa de Seleção – Seleção Definitiva – Concurso de curtas audiovisuais “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” 

Informação aos Interessados III: Etapa de Seleção – Concurso de curtas audiovisuais “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” 

Informação aos Interessados II: Etapa de Habilitação – Concurso de curtas audiovisuais “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” 

Informação aos Interessados I: Etapa de Habilitação – Concurso de curtas audiovisuais “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”.

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