Blog - Página 55 de 94 - IberCultura Viva
Pontos de Cultura e gestores públicos de Costa Rica recebem capacitações sobre o programa
A sexta jornada de capacitação para os Pontos de Cultura de Costa Rica ocorreu no dia 14 de dezembro, no Centro Nacional da Cultura, em San José. Rosario Lucesole, consultora de projetos do IberCultura Viva, participou da atividade com uma oficina sobre as oportunidades do programa e sobre abordagens territoriais para a gestão cultural. A oficina marcou o encerramento das capacitações organizadas pela Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude este ano para os Pontos de Cultura do país.
Este projeto de formação, que conta com o apoio de IberCultura Viva, inclui um espaço de intercâmbio de conhecimentos no tema da gestão cultural comunitária e uma apresentação do programa e suas diferentes linhas de ação para funcionários da Direção de Cultura e para as organizações selecionadas no edital de Pontos de Cultura 2019-2020.
No dia 16, foi a vez de Rosario Lucesole fazer um intercâmbio técnico com os gestores de Promoção e Fomento Cultural da Direção de Cultura. A sessão de trabalho teve como objetivo mostrar as potencialidades do IberCultura Viva, como programa de cooperação e seus editais para organizações, coletivos e pessoas gestoras da região ibero-americana.
IberCultura Viva abre convocatória para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários
Em 13, dez 2019 | Em Banco de Saberes, Destaque, Editais, Notícias | Por IberCultura
(Foto: La Combi-arte rodante)
Nesta segunda-feira 16 de dezembro começa o prazo de postulações ao Banco de Saberes Culturais e Comunitários IberCultura Viva. As organizações culturais comunitárias e/ou os povos indígenas interessados em propor uma atividade de intercâmbio para compartilhar sua experiência com outros coletivos, comunidades e povos dos países integrantes do programa podem inscrever suas propostas na plataforma Mapa IberCultura Viva. Esta convocatória permanecerá aberta de forma permanente, com cortes bimestrais para revisão e carregamento das propostas recebidas.
As propostas do Banco de Saberes IberCultura Viva serão colocadas em circulação nos editais IberEntrelaçando Experiências. Assim, ao participar do Banco de Saberes, as organizações culturais comunitárias e/ou povos indígenas manifestam seu interesse de viajar a outros países para compartilhar suas experiências com outras comunidades. No momento em que o programa habilitar um edital IberEntrelaçando Experiências, as organizações culturais comunitárias e/ou povos indígenas interessados/as em receber em seus territórios as propostas inscritas no Banco de Saberes poderão postular como comunidades anfitriãs desses intercâmbios.
Primeira edição
Neste 2019, ano em que se lançou a primeira edição de IberEntrelaçando Experiências, organizações e coletivos de nove países apresentaram 25 propostas de capacitações e espaços de intercâmbio para compartilhar com outros coletivos. Na segunda etapa do edital, quando as organizações puderam escolher que propostas do banco de saberes queriam desenvolver em seus territórios, foram recebidas 23 postulações de oito países. Treze organizações foram selecionadas como comunidades anfitriãs.
Nesta primeira edição, o programa IberCultura Viva comprou passagens aéreas e seguros de viagem para as pessoas facilitadoras das capacitações, e as comunidades anfitriãs se encarregaram de hospedagem, alimentação e traslados dentro do território local. Os intercâmbios começaram em setembro e seguem até este mês de dezembro.
As organizações e os coletivos que apresentaram propostas de oficinas na primeira etapa do edital de 2019 podem atualizar seus projetos já publicados no Banco de Saberes, para que fiquem disponíveis de forma permanente na página web do IberCultura Viva. Para isso, devem comunicar-se com a Unidade Técnica pelo e-mail programa@iberculturaviva.org.
Critérios de participação
Poderão participar da convocatória para o Banco de Saberes IberCultura Viva organizações culturais comunitárias e/ou povos indígenas dos países membros do programa, com ou sem personalidade jurídica. Os países que integram IberCultura Viva são: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai.
Coletivos dos países membros que não tenham personalidade jurídica poderão postular apresentando uma carta aval assinada pelo representante governamental do programa IberCultura Viva em seu país. Os órgãos que respondem pelo programa em cada país (Ministério de Cultura, Secretaria de Cultura ou equivalente) determinarão os critérios requeridos para a emissão de seu aval. No caso do Brasil, é preciso ter o cadastro de Ponto de Cultura na plataforma Rede Cultura Viva (https://culturaviva.gov.br/).
Organizações de países ibero-americanos que não integram o programa poderão participar desta convocatória, mas somente aquelas que contam com personalidade jurídica (neste caso não existe a possibilidade de apresentar uma carta aval).
Comitê de seleção
Representantes de quatro países integrantes do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva formarão o comitê de seleção das propostas apresentadas ao Banco de Saberes. Entre os critérios que serão levados em conta na avaliação estão a apresentação da documentação exigida, a inclusão da perspectiva de gênero de forma transversal, e o fato de que as pessoas facilitadoras (no máximo duas) sejam maiores de idade e façam parte de organizações culturais comunitárias ou povos indígenas.
Os projetos apresentados devem propor a transmissão ou o compartilhamento de experiências, práticas comuns, metodologias, tecnologias sociais, histórias das comunidades, saberes ancestrais ou tradicionais, etc. Além disso, devem estar devidamente formulados e apresentar coerência interna e objetivos realizáveis no tempo estipulado. As propostas que não reunirem estes critérios serão devolvidas com as observações correspondentes para sua retificação. As aprovadas serão publicadas na página web do programa. O Banco de Saberes encerrará o recebimento de propostas quando o Conselho Intergovernamental assim o estipular.
Confira o regulamento do concurso: https://bit.ly/2qKWQHM
Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/104/
Consultas: programa@iberculturaviva.org
Como registrar-se no Mapa IberCultura Viva: https://iberculturaviva.org/manual/
(*) Foto em destaque: Oficina “Dicionários Audiovisuais Comunitários”, realizada pelo coletivo La Combi-arte rodante (Peru) na comunidade Zoque Popoluca de Cabañas, em Acayucan (México), durante o intercâmbio de IberEntrelaçando Experiências, em novembro de 2019.
Começam as jornadas “Para uma Carta da Cidade de San Luis Potosí pelos Direitos Culturais”
Em 10, dez 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
“Direitos culturais e equidade territorial” foi o tema discutido na primeira jornada “UNESCO San Luis: Para uma Carta da Cidade pelos Direitos Culturais”, realizada no sábado 7 de dezembro na Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade Autônoma de San Luis Potosí (UASLP), no México. Distribuídos em seis mesas de trabalho, os/as participantes se encontraram para falar sobre cultura comunitária, o direito à cidade, memória e patrimônio, espaços e infraestrutura comunitária e espaço público.
Antes do início dos debates nas mesas, houve uma roda de conversa com as mexicanas Niurka Chávez (Cidade do México) e Karen Gutiérrez (Zapopan, Jalisco), a peruana Gloria Lescano (Lima) e o brasileiro Alexandre Santini (Niterói, Rio de Janeiro), com transmissão ao vivo por Facebook. A jornada também contou com comentários de Carlos Tejada (UNESCO México) e a moderação de Juan Tejada Colón.
Aposta na cultura comunitária
Na abertura do encontro, Cecilia Padrón Quijano, diretora de Cultura do Governo Municipal, fez referência à visão de equidade territorial em torno da política cultural potosina, impulsionada há pouco mais de um ano, com vistas a reconhecer a cultura como um direito e favorecer condições de equidade para o pleno desfrute por parte de todas as pessoas que habitam, transitam e visitam a cidade de San Luis Potosí.
“Na Direção de Cultura Municipal nos comprometemos a construir de maneira participativa um novo modelo de gestão que nos permita dar resposta aos desafios de desenvolvimento urbano con enfoque de equidade territorial. Este novo modelo que chamamos de Procomum se sustenta fundamentalmente em estreitar a colaboração entre governo municipal e a sociedade civil, permitindo-nos assim a possibilidade de propor quatro ambiciosos projetos”, destacou a diretora.
Um desses projetos é “Arte mi vecino”, por meio do qual a Direção de Cultura apoia o desenvolvimento de diversas iniciativas de vizinhos que favorecem a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial e promovem a celebração de jornadas artísticas e culturais para a apropriação coletiva e afetiva do espaço público. Outro projeto é “Fabricas de arte común”, que tem o propósito de fortalecer a vocação cultural dos 14 centros comunitários da cidade, não apenas aumentando a oferta de atividades, mas também motivando a participação das/dos vizinhos no planejamento, na gestão e na avaliação das ações culturais dos bairros.
“No próximo ano, com o início formal da Escola Municipal de Animação e Inovação Sociocultural, com sede no Centro Cultural La Merced, as pessoas dedicadas à criação, promoção e gestão da cultura contarão com um espaço de formação permanente, onde poderão profissionalizar seu trabalho e compartilhar os saberes que construíram a partir das experiências”, anunciou.
A implementação do Procomum, segundo Cecilia Padrón, é uma resposta ao compromisso que o Governo Municipal de San Luis Potosí adquiriu com a aceitação de sua solicitação de adesão à Rede de Cidades e Governos Locais do programa IberCultura Viva. “Hoje este encontro representa um espaço de construção comum, coletiva, de responsabilidade compartilhada. Que esta seja uma experiência que nos faça crescer, um lugar onde se abram momentos de reflexão e intercâmbio”, afirmou a diretora.
Mesas de trabalho
As jornadas de trabalho UNESCO San Luis são uma iniciativa da Direção de Cultura Municipal em parceria com o Escritório da UNESCO no México. Esta série de encontros com entrada livre tem como objetivo a compilação de opiniões que deem corpo e conteúdo à Carta da Cidade de San Luis Potosí pelos Direitos Culturais. O documento, que se fundamenta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, terá uma rota de elaboração participativa e intersetorial, desenhada localmente, mas ancorada nos marcos internacionais, nacionais e estatais. Será um instrumento vinculante que servirá para reconhecer, proteger e garantir o desfrute pleno dos direitos culturais na capital potosina.
Neste primeiro encontro, as mesas de trabalho e deliberação se dividiram nos seguintes temas: 1) Catalogação e regulamentação de direitos culturais; 2) Identificação de prioridades, e 3) Recebimento de propostas e ação. Ao final da jornada, os grupos apresentaram suas conclusões e propostas, e externaram algumas das problemáticas encontradas.
Saiba mais sobre as jornadas UNESCO San Luís: laculturaesunderecho.org
Assista aos vídeos da transmissão ao vivo:
https://www.facebook.com/CulturaSanLuisPotosi/videos/2528550634048186/
https://www.facebook.com/CulturaSanLuisPotosi/videos/1318732341662077/
(*) San Luis Potosí é uma das municipalidades integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Saiba mais sobre a rede em https://iberculturaviva.org/rede-de-cidades/
Seminário em Niterói debate a gestão de políticas culturais na América Latina
Em 29, nov 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
O Seminário Internacional Cultura e Democracia, que começou ontem (28/11) na cidade de Niterói (Rio de Janeiro), busca refletir e aprofundar o debate em torno das políticas culturais no Brasil, a partir de experiências locais e também de outros países da América Latina. As mesas de debate, que hoje ocupam vários espaços da cidade, como o Museu de Arte Contemporânea (MAC), o Solar do Jambeiro e o Museu Janete Costa de Arte Popular, contam com a participação de convidados da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Portugal.
Diego Benhabib, coordenador do Programa Puntos de Cultura da Argentina e representante da presidência do IberCultura Viva, esteve na mesa “Desafios da Gestão de Políticas Culturais na América Latina”, ao lado de Ana María Restrepo (Colômbia), María Inés Silva (Chile) e Úrsula Rucker (Argentina). O debate terminou com uma apresentação da Sinfônica Ambulante.
Esta sexta-feira (29/11), das 18h às 19h, Rosario Lucesole, consultora de projetos de IberCultura Viva, ministrará a oficina “Mapeamento colaborativo de organizações culturais comunitárias” no Museu de Arte Contemporânea. Antes, das 15h30 às 18h, Benhabib e Lucesole participam do debate “Construindo uma política municipal de cultura viva”, com Leonardo Giordano (vereador, autor da Lei Cultura Viva de Niterói), Dani Pabón (Rede Cultura Viva Comunitária Equador) e Dani Oliveira (representante do Comitê Gestor de Cultura Viva em Niterói).
Niterói é uma das cidades integrantes do Grupo de Trabalho de Governos Locais do IberCultura Viva, formado em Quito (Equador) em novembro de 2017. Amanhã (30/11), dia do encerramento do seminário, o município formalizará sua participação na Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais com a assinatura da carta de adesão.
Confira a programação do seminário:
➡️ https://culturaniteroi.com.br/blog/?id=4529&equ=cultura
Fotos: Cultura Niterói
Curtas-metragens de seis países foram habilitados no concurso de vídeos sobre diversidade sexual
Foto: Kaloian/ Secretaría de Cultura de la Nación de Argentina
Quatorze vídeos foram habilitados no Concurso de curtas audiovisuais “Diversidade sexual e de gênero: direitos e cidadania”, lançado pelo programa IberCultura Viva em colaboração com o Ministério de Desenvolvimento Social (MIDES) do Uruguai. As propostas são provenientes de Brasil (5), Argentina (3), México (2), Peru (2), Chile (1) e Espanha (1). Elas passarão para a próxima etapa do edital e serão avaliadas por uma comissão composta por um representante do MIDES e pessoas de três países membros do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva. Dez curtas serão premiados com 500 dólares cada.
Entre os critérios que serão levados em conta na avaliação dos curtas-metragens se encontram a realização técnica, a originalidade temática e a adequação aos objetivos do tema. Receberão maior pontuação os vídeos cujos conteúdos promovam a reivindicação, visibilidade e fortalecimento dos coletivos LGBTIQ; promovam a ruptura de estereótipos discriminatórios; reflexionem sobre práticas culturais da comunidade LGBTIQ, e enfatizem boas práticas da comunidade LGBTIQ que contribuem para a diversidade na região ibero-americana.
A Comissão de Avaliação se reserva o direito de desqualificar os vídeos que considere que não correspondam ao tema do edital. Em caso de empate, será concedida maior pontuação aos vídeos apresentados por pessoas pertencentes à comunidade LGBTIQ, povos originários e/ou mulheres, sendo a somatória das três condições considerada como maior pontuação. Além disso, será utilizado como critério na seleção a distribuição geográfica das propostas selecionadas, de modo que possam ser conhecidas diversas iniciativas culturais existentes nos países da região, desde que existam projetos que obtenham ao menos a nota mínima de 55.
O concurso
Lançada em 28 de junho para comemorar os 50 anos da revolta de Stonewall, um marco para os movimentos pró-direitos da população LGBTIQ, a convocatória estava destinada a pessoas maiores de 18 anos dos países membros do programa IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba (país convidado), Equador, Guatemala, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. As inscrições estiveram abertas na plataforma Mapa IberCultura Viva até a sexta-feira 15 de novembro.
Confira a lista de vídeos habilitados:
Leia também:
IberCultura Viva lança concurso de curtas-metragens sobre diversidade sexual com enfoque em direitos
Conheça os projetos ganhadores dos Concursos de Pontos de Cultura do Peru
Em 15, nov 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
O Ministério de Cultura do Peru divulgou a lista de ganhadores dos Concursos de Projetos para Pontos de Cultura 2019. Esta é a primeira vez que o programa, impulsionado no país desde 2011, entrega prêmios em dinheiro às organizações culturais comunitárias reconhecidas como Pontos de Cultura. O montante total é de 172 mil soles (cerca de 51 mil dólares) distribuídos em dois concursos: Ações Públicas e Equipamento.
O concurso de Ações Públicas busca promover o acesso dos cidadãos a diversas formas de expressão artístico-culturais, como festivais, concertos, mostras, feiras e/ou intervenções, atividades que fortaleçam a identidade desde a arte e a cultura, e que propiciem o uso e a apropriação de espaços públicos. Para este concurso serão concedidos oito apoios de até 14 mil soles (cerca de 4 mil dólares).
O concurso de Equipamento está voltado para a melhora das condições logísticas dos Pontos de Cultura para fortalecer seu trabalho comunitário. Serão concedidos três apoios com um montante máximo de 20 mil soles (cerca de 6 mil dólares) por cada ganhador.
Ganhadores do “Concurso de Projeto de Equipamento para Pontos de Cultura”:
- Asociación Civil Social Creativa – Região: Ica – Proyecto “Implementación Orquesta Sinfonica Infantil Red Musical Chinchana” (montante solicitado: $20.000 soles)
- Comité de Defensa del Patrimonio Cultural y Natural de Mangomarca – CODEPACMA – Região: Lima – Proyecto “Equipamiento para Punto de Cultura CODEPACMA” (montante solicitado: $18.184 soles)
- Asociación Microcine Tarpuy – Região: Puno – Proyecto “Acciones Audiovisuales y Cine Foros Comunitarios” ($.20.000 soles)
Ganhadores do “Concurso de Projetos de Ações Públicas para Pontos de Cultura”:
- Patronato Cultural de Yurimaguas Shungos – Região: Loreto – Proyecto “Carnaval del Achiote (montante solicitado: $14.000)
- Organización Centro Cultural Qatariy Ayacucho-Perú – Região: Ayacucho – Proyecto “IV Festival Ayacuchano ‘Yuraq Cuculí – Paloma Blanca’ – Encuentro de Teatro 2020 (montante solicitado: $14.000 soles)
- Asociación Casa de la Mujer Carmelitana – Região: Ica – Proyecto “Revaloración de la identidad cultural desde la danza, la pintura y difusión del libro Cuentos, Mitos y Leyendas del Carmen” (montante solicitado: $14.000 soles)
- Asociación Caminemos Unidos – Região: Áncash – Proyecto “Festival Comunitario ACU 2020 – Arte y Cultura para Todos” (montante solicitado: $ 13.992)
- Lunasol Centro de Investigación, Educación y Creación Artística – Região: Lima – Proyecto “VI Encuentro Internacional de Todas las Artes, Minkarte” (montante solicitado: $14.000 soles)
- Parió Paula Percusión – Região: Lima – Proyecto “Encuentro Vibrando Alto: Mujeres Sonoras y Empoderadas” (montante solicitado: $14.000 soles)
- Centro Cultural Illary Producciones – Região: Lima – Proyecto “Sikuillariy y Antaras de Caral” (montante solicitado: $14.000 soles)
- Selvámonos – Região: Pasco – Proyecto “Semana Cultural” (montante solicitado: $14.000 soles)
Leia também:
Primeiros concursos de projetos para Pontos de Cultura são apresentados no Peru
Carta da Cidade de San Luís Potosí pelos Direitos Culturais: uma construção participativa
Em 15, nov 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
Fotos: Karina Tapia e Gerardo Daniel Padilla
A Direção de Cultura do Governo Municipal de San Luis Potosí, em parceria com o Escritório da UNESCO no México, promoverá uma série de encontros culturais (com entrada livre) para a recompilação de opiniões que deem corpo e conteúdo à Carta da Cidade de San Luis Potosí pelos Direitos Culturais. Estão previstas rodas de conversa, videoentrevistas, espaços de diálogo sobre regulamentação local, identificação de prioridades e recebimento de propostas de ação desde a perspectiva da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, e mesas de trabalho com grupos focais.
A Carta da Cidade de San Luis Potosí pelos Direitos Culturais é um instrumento vinculante, que serve para reconhecer, proteger e garantir o desfrute pleno dos direitos culturais para pessoas habitantes e visitantes da capital potosina. Sua rota de elaboração é participativa e intersetorial, desenhada localmente, mas ancorada nos marcos internacionais. Busca estruturar-se em torno dos princípios de universalidade, não discriminação, interdependência e indivisibilidade, atenção prioritária, não regressividade, progressividade, subsidiariedade, solidariedade, cooperação e sustentabilidade responsável.
Espaços de construção coletiva
A partir da Mesa Intersetorial e de Desenho para a Governança Cultural, órgão cidadão, técnico e auxiliar da Direção de Cultura, se integrará um “Comitê de Perspectivas”, que orientará as premissas de elaboração da Carta em matéria de localismo, gênero, interculturalidade e diversidade. De igual forma, se prevê a formação de um corpo acadêmico com diferentes centros de pesquisa e universidades potosinas para o processamento técnico da informação coletada ao longo dos momentos de diálogo e intercâmbio.
As temáticas são retomadas a partir dos sentidos de política cultural estabelecida no Plano de Desenvolvimento 2018 – 2021 de San Luis Potosí: 1) Direitos Culturais e Democracia Cultural, 2) Direitos Culturais e Fomento à Criatividade, e 3) Direitos Culturais e Equidade Territorial – esta última é a linha estratégica da qual sairá o Programa de Desenvolvimento Cultural Comunitário 2020 “PROCOMÚN”, também em atual processo de planejamento participativo.
Jornadas UNESCO San Luis
“Direitos Culturais e Equidade Territorial” será o tópico central para as três mesas de diálogo e a roda de conversa inicial, durante a 1ª Jornada de Trabalhos UNESCO San Luis, que será realizada no sábado 7 de dezembro na Universidade Autônoma de San Luis Potosí. A atividade, que se realizará das 9h às 15h, contará com a participação da peruana Gloria Lescano, do brasileiro Alexandre Santini e das mexicanas Karen Gutiérrez, de Zapopan, Jalisco, e Niurka Chávez, da Cidade do México.
A jornada será moderada pelo potosino Juan Tejada Colón, especialista em Direitos Urbanos, e comentada por Carlos Tejada Wriedt, coordenador dos setores de Cultura e Ciência dos Escritórios da UNESCO no México.
Um exercício de cooperação
A iniciativa “UNESCO San Luis: Por uma Carta da Cidade de San Luis Potosí pelos Direitos Culturais” é um exercício de cooperação multilateral que parte do reconhecimento da atual carência de uma normatividade local em matéria de cultura, desenvolvimento cultural e direitos culturais para a capital potosina; o que se busca, por tanto, é elaborá-la e construí-la de maneira participativa. Esse esforço responde diretamente à recente aceitação do município como integrante da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, impulsionado em coordenação com a representação da UNESCO no México, e sob a observação da Comissão Estatal de Direitos Humanos de San Luis Potosí.
Uma vez concluído o período de deliberação e recebimento de propostas, a UNESCO no México, por meio de seus especialistas, fará leituras críticas do rascunho da Carta, com recomendações em matéria de direitos culturais a partir dos informes da Relatoria Especial das Nações Unidas. Também conciliará o documento, seus alcances e seu processo de elaboração, com a Recomendação Geral 21 do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e com suas seis convenções mundiais em matéria de cultura.
Saiba mais: https://bit.ly/33MY3wJ
https://www.laculturaesunderecho.org/
Consultas: unescosanluis@sanluis.gob.mx
A Municipalidade de San Luís Potosí (México) é uma das integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Saiba mais sobre a rede em https://iberculturaviva.org/rede-de-cidades/
Edital da linha de fomento a processos de Cultura Viva Comunitária no Equador tem prazo ampliado
Em 13, nov 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
Foi ampliado até 8 de dezembro o prazo do edital para a linha de fomento de processos de Cultura Viva Comunitária no Equador. Será investido um total de 200 mil dólares para o financiamento de 25 projetos – cada um receberá 8 mil dólares.
As três categorias para a apresentação de projetos são: memória e identidade; interculturalidade; e transmissão de saberes. O processo de postulação se realiza de maneira digital através da página web do Instituto de Fomento das Artes, Inovação e Criatividades (IFAIC): www.fomentocultural.gob.ec
Esta linha de fomento tem como objetivos potenciar os processos alcançados pela gestão cultural comunitária no país; contribuir para o fortalecimento e a sustentabilidade dos processos da Cultura Viva Comunitária; visibilizar identidades, valores e significados comunitários, colaborativas e solidárias, assim como comunicar, transmitir e difundir saberes, experiências e aprendizagens, através da arte, da inovação e da criatividade.
Para este edital, entendem-se como processos de Cultura Viva Comunitária as múltiplas práticas e experiências contínuas, autônomas, criativas e inovadoras que surgem desde as comunidades, coletivos e organizações culturais de base comunitária existentes nos espaços e territórios urbanos e rurais, que revitalizam identidades, valores e significados; que fortaleçam o tecido e coesão social; e que incidam na vida política, econômica e social da coletividade.
Saiba mais: https://www.fomentocultural.gob.ec/?p=1291
Fonte: Ministerio de Cultura y Patrimonio
Uma tarde de alegria: a visita de Carlinhos Brown a uma escola primária de Montevidéu
Em 12, nov 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
Fotos e vídeo: Pancho Pastori & Joaquín González
“Quem está contente levanta a mão e grita”, pediu Carlinhos Brown aos meninos e meninas que foram vê-lo no ginásio da Escola Brasil de Montevidéu, na tarde de segunda-feira, 4 de novembro. A gritaria foi imensa. Assim como havia sido uma meia hora antes, sem nenhum pedido prévio, quando o músico brasileiro – que desde 2018 é embaixador ibero-americano da cultura – entrou no pátio desta escola primária, no bairro de Pocitos, para uma visita e uma breve apresentação musical para alunos e professores. A atividade, realizada pela Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) em conjunto com o programa IberCultura Viva, encerrou a programação da 3ª Semana da Cooperação Ibero-americana.
Foi uma tarde de alegria, acompanhada também pelo percussionista e luthier uruguaio Fernando “Lobo” Nuñez, que subiu ao palco comovido com a recepção das crianças. “Esta paisagem é a mais linda que há, cheia de pimpolhos. É uma honra estar aqui”, disse o “Lobo” antes de sentar-se diante de um dos tambores para tocar candombe com Brown e os percussionistas das organizações culturais comunitárias convidadas para este encontro em Montevidéu. Os coletivos presentes (Nación Zumbalelé e Tierra Negra, do Uruguai, e La Bombocova, da Argentina), além de trabalhar com percussão nas atividades de suas comunidades, foram selecionados para os intercâmbios do edital IberEntrelaçando Experiências, lançada este ano pelo IberCultura Viva.
Jogos de Ritmo
Antes da apresentação do grupo de percussionistas, os argentinos Laura Rabinovich e Santiago Comin, de La Bombocova, demonstraram no palco a metodologia “Juegos de Ritmo”, que adotam em suas atividades desde 2005 e que levarão a Cuba em dezembro, em um dos projetos de intercâmbio ganhadores do edital IberEntrelaçando Experiências. A proposta pedagógica utiliza o corpo, instrumentos convencionais ou elementos cotidianos como tubos e baldes transformados em instrumentos. Na Escola Brasil, os alunos fizeram a festa dançando e tocando com um par de varas nas mãos e nas cabeças (como “antenas tristes” e “antenas felizes”).
“Estou enamorado desta terra”, disse Carlinhos Brown aos entusiasmados meninos e meninas que não se cansavam de brincar. “Estou muito emocionado e agradecido pela oportunidade de ter este dia de sonho, de coisas mágicas, neste posto em que colocaram de embaixador ibero-americano da cultura. Vou sair daqui maior. Estou muito feliz.”
A agenda do músico brasileiro no Uruguai – que começou no domingo com uma visita ao Centro Cultural La Calenda, onde funciona a oficina de “Lobo” Nuñez, e seguiu pelas ruas de Palermo com a comparsa Valores de Ansina – terminou no final da tarde desta segunda-feira com um reconhecimento de seu trabalho. Carlinhos Brown foi nomeado “Visitante Ilustre” da cidade de Montevidéu por parte do intendente (prefeito) Christian Di Candia. “Que a cultura, a música, nos transforme e nos integre em uma América Latina mais unida, mais viva e mais feliz”, afirmou o embaixador ibero-americano da cultura após receber a distinção na Intendência de Montevidéu. Axé.
Leia também:
Um dia de candombe com Carlinhos Brown pelas ruas de Montevidéu
Carlinhos Brown y la unión con Uruguay a través del tambor (EFE)
Carlinhos Brown e a “orquestra humana de boas forças”: um dia de roda de conversa em Montevidéu
Em 12, nov 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
“Bom dia. Sou Antônio Carlos Santos de Freitas e estou embaixador ibero-americano da cultura”. Foi assim, modestamente, que Carlinhos Brown se apresentou na roda de conversa sobre cultura comunitária que deu início à segunda jornada de sua visita ao programa IberCultura Viva em Montevidéu (Uruguai), na segunda-feira 4 de novembro. A atividade, que fez parte da programação da Semana da Cooperação Ibero-americana, reuniu representantes da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), da Direção Nacional de Cultura (MEC), do IberCultura Viva e de Pontos de Cultura do Uruguai e da Argentina.
Sentado no meio do círculo de cadeiras armado na entrada do Museu do Carnaval, o músico brasileiro contou sobre sua experiência com o projeto social que desenvolve no Candeal, bairro onde nasceu (em 1962), em Salvador. A Associação Pracatum Ação Social, fundada por ele em 1994, conta com dois programas principais: Tá Rebocado, voltado para o desenvolvimento comunitário, e Pracatum, a escola de música e tecnologias. E ainda que a iniciativa tenha partido dele, Carlinhos fala sempre no coletivo, dividindo as conquistas com o grupo de percussionistas que começou os trabalhos no bairro. “Criou-se ali uma nova forma de liderar a comunidade e isso foi uma revolução”, afirma. “Na verdade, nunca me considerei uma liderança, e sim uma mirada atenta junto a outras miradas. Cada um tem seu momento de fazer silêncio para aprender com o outro”.
Ao longo das duas horas em que esteve no Museu do Carnaval, Carlinhos Brown escutou atento a todas as pessoas que falaram sobre suas experiências em seus territórios. Os coletivos convidados – La Bombocova, da Argentina, Nación Zumbalelé e Colectivo Tierra Negra. Espacio Chirimoya, do Uruguai –, além de trabalhar com percussão nas atividades de suas comunidades, foram selecionados para os intercâmbios do Banco de Saberes do Edital IberEntrelaçando Experiências, lançado este ano por IberCultura Viva. O músico brasileiro quis conhecer um pouco dos projetos de cada um deles, compartilhou algumas de suas inquietudes, e ficou contente de saber que “O milagre do Candeal”, documentário sobre suas iniciativas musicais na comunidade, havia inspirado os companheiros ali presentes.
Uma cidadania multicultural
Integrantes da Cooperativa Nación Zumbalelé, os candomberos Gustavo Fernández e Gonzalo Palacios contaram como os tambores os levaram ao Brasil e como o documentário dirigido pelo espanhol Fernando Trueba em 2004 acabou sendo uma das principais referências deste coletivo de Salinas. “Ver este filme sobre o processo do Candeal foi fundamental para a gente naquela época, não só para montar uma comparsa (um bloco carnavalesco), mas também para construir um projeto social”, afirmou Fernández. “(Escolhemos o nome) Nación Zumbalelé porque tentávamos criar esta sensação de nação, formar uma nação de pessoas e grupos que se tocam”, completou Palacios.
A cooperativa, que veio através do movimento do bairro pela comparsa, atualmente trabalha também em escolas e prepara um festival chamado Nazoombit, que este ano chega à sétima edição. O evento, além de um fórum social, é um festival internacional de dança e percussão, realizado por meio de articulações com outras organizações sociais e organismos do Estado que trabalham pela equidade racial. A iniciativa é pioneira no departamento de Canelones no desenvolvimento de atividades como estas, para a construção de uma cidadania multicultural e inclusiva, a partir da articulação sociedade civil-Estado.
O devir da diáspora africana
O outro Ponto de Cultura uruguaio presente, Tierra Negra, é um coletivo de ação social, cultural e artística que existe desde 2010 na cidade de Fray Bentos. “Começou como um projeto musical, quando familiares e amigos nos juntamos para aprender a música que tinha a ver com o aporte da diáspora africana na América Latina e no Caribe. Vivíamos estudando as rítmicas, e o candombe passou a se transversalizar aí, não somente como esta cultura ancestral, musical, mas também como fundamento sobre como nos relacionamos, como compartilhamos com os demais”, contou a percussionista Lucía Quiroga, uma das fundadoras do coletivo.
Desde 2013 Tierra Negra conta com o Espacio Chirimoya, um espaço onde se canta, dança e toca, e onde as diversas áreas de ação do projeto se articulam, se conjugam, criando a oportunidade de intervir no (e a partir do) comunitário. Nesta aposta pela cultura comunitária como possibilidade de transformar realidades através da arte, seus integrantes fazem intervenções em praças, espaços e instituições, buscando impulsionar o fazer cultural desde o coletivo e propiciar o intercâmbio de saberes em múltiplas temáticas.
O ritmo como fio condutor
La Bombocova, a organização argentina convidada a participar deste encontro, é uma associação civil e produtora artística de Buenos Aires, nascida do teatro comunitário dos bairros de La Boca e Barracas, e que conjuga em suas propostas diversos elementos das artes cênicas, como a música, a dança, o teatro e o circo. Formada por uma equipe multidisciplinar, com cerca de 30 artistas, docentes e gestores, leva más de 25 anos de trajetória na criação de espetáculos, seminários e oficinas, e desde 2013 está constituida como uma associação civil para o desenvolvimento de programas de integração social.
A proposta pedagógica que La Bombocova utiliza em suas atividades desde 2005 é uma metodologia própria, chamada “Jogos de Ritmo”. “É um método que tem a ver com ritmos, não só dos tambores, mas também do corpo”, explicou o percussionista Santiago Comin, diretor da organização, que participou da roda de conversa ao lado da coordenadora da área de dança, Laura Rabinovich. Com esta ferramenta para multiplicar a arte comunitário, eles realizam oficinas de música e brincadeiras com instrumentos reciclados e convencionais, dinâmicas de ritmo em grupos para crianças e jovens, batucadas, aulas de cajón peruano, teatro de bonecos, dança e jogos teatrais, entre outras atividades. O ritmo é o vínculo e fio condutor de cada uma das propostas.
Fortalecendo as políticas culturais
Antes que os convidados falassem de seus projetos, Diego Benhabib, coordenador do Programa Pontos de Cultura da Argentina e representante da presidência do IberCultura Viva, explicou aos participantes do encontro como funciona este programa de cooperação ibero-americana que trata de promover e fortalecer as políticas culturais de base comunitária da região.
“A partir do IberCultura Viva apoiamos distintos projetos de redes e promovemos o intercâmbio de saberes, buscando valorizar os saberes comunitários e populares que as organizações têm, tanto em termos de produções artísticas como em metodologias de intervenção territorial”, comentou Benhabib, ressaltando também o propósito de criar espaços de formação, inclusive com a concessão de bolsas para o Curso de Pós-graduação Internacional em Políticas Culturais Comunitárias, ministrado de modo virtual pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina).
O modelo brasileiro de Pontos de Cultura, que inspirou outros países a trabalhar em uma lógica similar (“a lógica de reconhecer o trabalho das organizações e coletivos culturais em seus territórios, valorizando aqueles que trabalham para melhorar as condições de vida de suas comunidades”), também foi abordado por Diego Benhabib, assim como a importância de criar políticas públicas não necessariamente de bairro, mas que se comprometam com a sociedade e tratem de transformá-la através de consensos populares, que incluam projetos de vida e tenham a cultura como ferramenta central.
“No IberCultura Viva seguimos tratando de fortalecer as políticas culturais de base comunitária. Seguimos dialogando, conversando com os atores principais, que são os coletivos culturais, porque toda transformação é coletiva. Se não é coletiva, não se sustenta no tempo, não tem impacto”, afirmou o representante da presidência do programa.
Um espaço para o intercâmbio
Encontros como este, além de proporcionar um espaço de diálogo e intercâmbio de experiências entre as organizações culturais comunitárias, são também uma boa oportunidade de juntar forças. “Que esses encontros promovidos pela SEGIB nos tragam unidade, para que sejamos verdadeiramente uma orquestra humana de boas forças”, disse Carlinhos Brown.
Durante esta manhã no Museu do Carnaval, os participantes do encontro não apenas apresentaram os projetos que realizam em suas comunidades, como também dividiram alguns dos problemas que enfrentam no cotidiano de seus trabalhos. O racismo, o preconceito em torno das religiões de matriz africana, o separatismo social, os desafios para manter os jovens das comunidades longe do álcool e do tráfico de drogas, a dificuldade de obter recursos e inclusive reconhecimento pelo trabalho comunitário, foram alguns dos temas abordados pelo grupo durante o bate-papo.
“Trabalhamos com ferramentas ancestrais e agregamos costumes de positividade a uma sociedade que se perde e se distancia a todo tempo. Juntamos pessoas e etnias através de tambores e movimentos artísticos. Trabalhamos com o ser humano, mas parece que isso não é meritório”, comentou Carlinhos Brown. “Parece que estamos abaixo da luz (não da luz divina, mas da luz da mirada), como alguém que está de festa todos os dias. As pessoas imaginam que a gente se embebeda todos os dias, e isso em toda a parte do mundo. Mas, na verdade, temos um trabalho que se antevém ao dos médicos, dos advogados, à prisão, porque trabalhamos em zonas de risco, com pessoas de todos os tipos, sem oportunidades. Somos militantes sociais, e ainda que sejamos pessoas de bom coração, não somos ‘bonzinhos’. Somos técnicos e necessitamos ser vistos assim.”
Segundo Brown, “somos ‘perigosos’ porque somos um movimento de paz, não nos conformamos com a forma que o mundo tem tratado nossos iguais”. “Por isso temos que ser organizações potentes, que se conjuntam, porque a moeda mais valiosa que existe hoje é o conhecimento. Quanto tempo levará para que tenhamos a atenção que deveríamos ter? (…) Necessitamos que aqueles que estão em cima ajudem os que estão abaixo. Precisamos de fundos que possam fazer nossos trabalhos sustentáveis. Que olhem para nós, para que à nossa maneira, pela força do nosso trabalho, refaçamos uma sociedade mais justa e não violenta.”
Leia também:
Um dia de candombe com Carlinhos Brown pelas ruas de Montevidéu
Carlinhos Brown y la unión con Uruguay a través del tambor (EFE)