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IberCultura Viva lança concurso de curtas-metragens sobre diversidade sexual com enfoque em direitos
Foto: Kaloian/ Secretaría de Cultura de la Nación de Argentina
Comemorando os 50 anos da revolta de Stonewall – a noite de 28 de junho de 1969 que é um marco para os movimentos pró-direitos da população LGBTIQ –, o programa IberCultura Viva e o Ministério de Desenvolvimento Social do Uruguai (MIDES) apresentam o concurso de curtas-metragens “Diversidade sexual e de gênero: direitos e cidadania”.
A iniciativa, que premiará 10 vídeos com 500 dólares cada, busca dar visibilidade aos aportes da comunidade LGBTIQ para o fortalecimento das identidades diversas. A intenção é contribuir e chamar a atenção sobre a importância do respeito e da tolerância sobre as diferentes percepções em torno da identidade de gênero e da orientação sexual das pessoas, assim como a necessidade de inclusão das dissidências sexuais no pleno exercício dos direitos humanos e culturais.
As inscrições estarão abertas de 28 de junho a 15 de novembro de 2019, na plataforma Mapa IberCultura Viva. Os vídeos deverão ter duração mínima de 1 minuto e máxima de 3 minutos, incluindo os créditos iniciais e finais, e poderão pertencer a qualquer gênero audiovisual (documentário, ficção, animação, jornalístico, entre outros). Deverão estar dirigidos ao público em geral, com classificação etária livre, ser inéditos nos meios de comunicação e não podem ter sido inscritos em concursos anteriores.
A convocatória está destinada a pessoas maiores de 18 anos dos países membros do programa IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba (país convidado), Equador, Guatemala, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. A pessoa postulante deverá publicar seu vídeo em alguma plataforma de divulgação gratuita, como Vimeo ou YouTube, para depois incluir o link no formulário de inscrição do Mapa IberCultura Viva.
Entre os critérios que serão levados em conta na avaliação dos curtas-metragens se encontram a realização técnica, a originalidade temática e a adequação aos objetivos do tema. Receberão maior pontuação os vídeos cujos conteúdos promovam a reivindicação, visibilidade e fortalecimento dos coletivos LGBTIQ; promovam a ruptura de estereótipos discriminatórios; reflexionem sobre práticas culturais da comunidade LGBTIQ, e enfatizem boas práticas da comunidade LGBTIQ que contribuem para a diversidade na região ibero-americana.
Concursos anteriores
Este é o quarto concurso de audiovisuais promovido por IberCultura Viva. Em 2016, o programa lançou o Concurso de Videominuto “Mulheres: culturas e comunidades”, buscando dar visibilidade ao aporte fundamental das mulheres para a cultura e organização comunitária, enfrentando atitudes e estereótipos discriminatórios que contribuem para a desigualdade de gênero e a violência.
Em novembro de 2017, foi a vez do Concurso de curtas-metragens “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”, lançado em parceria com o Escritório de Representação no Brasil da UNESCO, como uma das atividades da Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), declarada pelas Nações Unidas em 2015.
Em outubro de 2018, em colaboração com a Representação na Guatemala da UNESCO, o programa apresentou o Concurso “Comunidades Linguísticas: identidade e salvaguarda”, inspirado na resolução das Nações Unidas que havia declarado 2019 como o Ano Internacional das Línguas Indígenas, para advertir sobre a perda desses idiomas e a necessidade de conservá-los e revitalizá-los. Neste junho de 2019, a inspiração é a celebração dos 50 anos da rebelião de Stonewall.
A revolta de Stonewall
Na noite de 28 de junho de 1969, a polícia entrou no pub The Stonewall Inn para mais uma de suas operações habituais. Já tinha virado rotina neste casa noturna frequentada por homossexuais, travestis e transexuais no Greenwich Village, em Nova York: policiais entravam no bar e obrigavam os clientes a fazer fila e identificar-se, dispostos a prender os empregados por venda ilegal de álcool e os frequentadores que não tinham documentos de identidade. Também eram detidos aqueles que apresentavam “desvio sexual” por vestir peças de roupa “não correspondentes” ao gênero designado no nascimento.
Nesta madrugada, no entanto, o roteiro mudou. Aqueles que não haviam sido detidos não saíram rapidamente, como de costume. Foram juntando em frente ao bar e a eles foram se somando dezenas, e depois centenas de outras pessoas. A tensão explodiu quando uma lésbica resistiu à prisão e gritou para aqueles que assistiam à cena: “Por que não fazem algo?”. Assim começou uma chuva de moedas, objetos, garrafas, pedras e insultos em direção à polícia, obrigada a retroceder e a se refugiar de novo no Stonewall, que seguiu sendo atacado do lado de fora. Os protestos continuaram durante vários dias.
Esta rebelião é considerada um ponto de inflexão para os movimentos LGTBIQ. Foi a primeira vez que gays, lésbicas, transexuais – e também negros, latinos, jovens sem teto e ativistas contra a guerra do Vietnã – se uniram como uma só comunidade para dizer basta, para exigir que parasse a brutalidade policial contra os homossexuais. Um ano depois da revolta de The Stonewall Inn, em 28 de junho de 1970, se realizou a primeira marcha do orgulho gay na cidade de Nova York.
Confira o regulamento do concurso: https://bit.ly/2KKz1Zd
Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/87/
Consultas: programa@iberculturaviva.org
⇒ Leia também:
Como inscrever-se no Concurso de curtas “Diversidade sexual e de gênero: direitos e cidadania”
(Fotos no alto: 27° Marcha del Orgullo LGBTIQ de Buenos Aires, realizada em 17 de novembro de 2018. Crédito: Kaloian/ Secretaría de Cultura de la Nación de Argentina)
Ministério de Cultura do Peru abre o registro nacional para o reconhecimento dos Pontos de Cultura
Em 28, jun 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
No processo de implementação da lei e do regulamento para a promoção dos Puntos de Cultura, o Ministério de Cultura do Peru abre o registro nacional para o reconhecimento das organizações que trabalham com sua comunidade, a fim de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e solidária a partir da cultura.
Podem ser reconhecidas como Pontos de Cultura as organizações, associações, agrupações e iniciativas sem fins lucrativos, formadas por um mínimo de dois membros. Aqueles que solicitarem o reconhecimento devem caracterizar-se por realizar atividades artísticas e culturais que contribuam para a proteção, a promoção e o resgate de saberes ancestrais, tradições, identidades culturais, e memórias de povos originários, indígenas ou populações afro-peruanas, assim como para a apropriação do espaço público e do patrimônio cultural.
As organizações que forem reconhecidas integrarão a Rede Nacional de Pontos de Cultura do Peru e poderão ter acesso a editais para o desenvolvimento de projetos, capacitações, assistências técnicas, entre outros mecanismos para o impulsionamento, fortalecimento e sustentabilidade de suas atividades.
A iniciativa de Pontos de Cultura teve início no Peru em 2011, reconhecendo e fortalecendo organizações culturais comunitárias em nível nacional. Também conta com a Lei n° 30487, Lei de Promoção dos Pontos de Cultura, e seu respectivo regulamento aprovado pelo Decreto Supremo n°011-2018-MC, que institucionalizam e respaldam o trabalho que vem sendo realizado. Neste contexto, em 20 junho deste ano, o Ministério de Cultura aprovou a Directiva de Lineamientos para el Reconocimiento de los Puntos de Cultura. Com esta diretiva, espera-se que organizações culturais comunitárias de distintos distritos e comunidades de todo o país e de diversos setores sejam reconhecidas.
Saiba mais: www.puntosdecultura.pe.
Consultas: puntos.registro@cultura.gob.pe o puntosdecultura@cultura.gob.pe
Documentos:
- Diretiva: https://www.puntosdecultura.pe/directiva-reconocimiento
- Solicitação de reconhecimento em pdf: https://www.puntosdecultura.pe/solicitud-de-reconocimiento-pdc-pdf
- Solicitação de reconhecimento em word: https://www.puntosdecultura.pe/solicitud-de-reconocimiento-pdc-en-word
San Luís Potosí: uma mesa intersetorial para a construção participativa da política cultural local
Em 26, jun 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
San Luis Potosí (México) foi um dos primeiros municípios a aderir à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. A carta de adesão foi entregue ao programa por Gerardo Daniel Padilla González, coordenador de Inovação e Desenvolvimento Institucional, em representação de Cecilia Padrón Quijano, diretora de Cultura do Governo Municipal, durante o 3º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado nos dias 16 e 17 de maio na cidade de Buenos Aires (Argentina).
Gerardo Padilla foi um dos quatro expositores do painel sobre experiências de gestão cultural comunitária participativa que encerrou o primeiro dia do encontro. Em sua apresentação, explicou como se deu o processo de construção participativa da política cultural potosina. A experiência realizada no município com a Mesa Intersetorial e de Desenho da Governança Cultural (MID) está em processo de validação para que se integre entre as boas práticas da Agenda 21 da Cultura.
Antecedentes
Para contextualizar os antecedentes que deram lugar às ferramentas e ações que vêm sendo implementadas desde 2018 em San Luis Potosí, a apresentação começou com uma retrospectiva da evolução das políticas culturais no México, desde o início do século XX até a atualidade, ressaltando pontos importantes, como a criação (em dezembro de 2015) da Secretaria de Cultura do Governo Federal e a aprovação (em junho de 2017) da Lei Geral de Cultura e Direitos Culturais.
Padilla comentou que, na história recente, o modelo de promoção cultural dos governos mexicanos ganhou força e expertise em aspectos focalizados da cultura: 1) patrimônio cultural; 2) difusão e promoção das expressões artísticas; 3) culturas populares, indígenas e urbanas (de maneira intermitente); 4) turismo cultural; 5) indústria cultural. Segundo seu estudo, a discussão sobre os direitos culturais vem de uns 50 anos, tendo ganhado relevância por volta de 2015, após a criação da Secretaria de Cultura, entendida como o órgão encarregado de desenhar, executar e coordenar as políticas públicas nacionais em matéria de arte e cultura (seu antecedente imediato foi o Conselho Nacional para a Cultura e as Artes – Conaculta).
Estas recentes mudanças de enfoque estão relacionadas com a reforma de um artigo da Constituição Política de los Estados Unidos Mexicanos, o artigo 4º, que estabelece o direito de toda pessoa ao acesso à cultura e ao desfrute dos bens e serviços prestados pelo Estado na matéria, assim como o exercício de seus direitos culturais.
Ante a essas reflexões nacionais, foi criada a Lei Geral de Cultura e Direitos Culturais, publicada no Diário Oficial da Federação em 19 de junho de 2017. As disposições desta lei “são de ordem pública e interesse social e de observância geral no território nacional”, como diz o Artigo 1. Por isso, em função desta normativa, muitos governos locais estão tentando reconfigurar-se em termos programáticos de políticas públicas.
Rastreabilidade e traçabilidade
Segundo Padilla, o desafio que supõe uma história de desenvolvimento institucional com momentos políticos tão diversos é a impossibilidade de identificar, à primeira vista, critérios importantes na evolução das agendas culturais nacionais, como os critérios de rastreabilidade e traçabilidade. No primeiro caso, para saber como se desenvolveram no tempo as políticas públicas; e no segundo, para conhecer como contribuíram, nas estratégias culturais conjuntas, os níveis federal, estadual e municipal.
“No caso de San Luís Potosí, não havia instituição cultural nem política cultural. Ou seja, zero traçabilidade, zero rastreabilidade”, comentou o coordenador de Inovação e Desenvolvimento Institucional. “O departamento encarregado de Cultura estava vinculado ao departamento de Turismo, reafirmando a política de turismo cultural que permeava o país. (…) Com a intenção de criar uma Direção de Cultura com um enclave não no turismo cultural, e sim em direitos culturais, tivemos que detectar algumas coisas.”
“Padecíamos de ‘eventites’. A estratégia de atuação pública em matéria cultural centrava-se exclusivamente na programação de eventos de animação de alto impacto para a promoção turística. Era um festival atrás de outro festival […], todos com a intenção de elevar os indicadores de turismo da cidade”, afirmou.
Um modelo hipotético
Uma vez assegurada que a nova aposta local seria por “democracia cultural e direitos culturais”, criou-se um modelo hipotético para a construção de uma nova política pública em matéria de cultura. Foi contemplada uma série de componentes: a cultura como direito humano; o enfoque de prioridades para comunidades historicamente invisibilizadas; as artes deixando de ser o centro para ser mais um elemento do desenvolvimento cultural; a cultura deixando de ser impulsionada como projeto, para fortalecer-se como processo; a estruturação das equipes de governança baseada em critérios de diversidade cultural (em vez da perspectiva da disciplinaridade artística).
“Uma das tarefas era identificar o papel da cultura como pilar de desenvolvimento e baixar a carga de imposição da agenda cultural (governamental), para fortalecer a agenda cultural das organizações”, ressaltou Padilla. “E, finalmente, mudar a medição dos indicadores, porque os indicadores estavam em termos de quantidade de boletos vendidos, quantidade de pessoas que comparecem, a evidência era uma fotografia… Começamos a reconfigurar a medição como um processo qualitativo, para saber, por exemplo, como a cultura estava transformando vidas.”
A mesa intersetorial
Estava claro, então, que a aposta na política cultural local requereria, pelo menos, a criação de uma nova agenda programática, de novos indicadores e a garantia de um pacote orçamentário. Faltava, no entanto, abrir um diálogo permanente, substantivo e vinculante para o que se queria fazer. Assim nasceu a Mesa Intersetorial e de Desenho para a Governança Cultural (MID).
A MID é um órgão colegiado representativo, técnico, consultivo, honorário e temporal, entendido como um instrumento auxiliar e de colaboração para definir assertivamente o rumo da política cultural do município em matéria de governança e participação social na cultura, aproximando a perspectiva de outras realidades socioculturais para o fazer público encabeçado pelo governo da cidade.
São 33 cadeiras, e existe o compromisso de incorporar outras duas, em matéria de cultura comunitária. A organização é por setores (conta com um secretariado técnico, representantes do setor público, do setor acadêmico, do terceiro setor, do setor privado, da comunidade artística) e por temas/matérias (direitos humanos, paz, território e cidade, juventudes, gênero e igualdade, povos originários, patrimônio e memória, espaços culturais independentes, indústrias criativas, inovação e desenho, etc).
Trata-se de um órgão temporário, porque chegará um momento em que terminará sua atividade de desenho e prototipado para dar lugar a um órgão cidadão institucionalizado e auxiliar da administração pública municipal. “A MID enfrenta um dilema todos os dias: o de aproximar-se de seu objetivo. É temporal, mas possivelmente depois se transformará em um Conselho de Cultura para que seja permanente”, explicou Padilla antes de detalhar um pouco mais este exercício que atualmente estão propondo para a Agenda 21 da Cultura.
“É uma mesa porque dispõe de cadeiras de representação, e seus integrantes acodem a ela. É um espaço sério e animoso, que reúne vontades e aglutina pessoas para dialogar, reflexionar, intercambiar e chegar a consensos. Tentamos que seja o menos governamentalista possível, partindo de que os que aí estamos somos agentes culturais”.
“É intersetorial porque articula agentes e atores de diferentes setores da sociedade, favorecendo a abordagem multidisciplinar que merece a cultura, desde os diferentes níveis e poderes de governo, a academia, a sociedade civil organizada, a iniciativa privada e a comunidade artística.
“É de desenho porque se baseia em um modelo que aposta pela inovação governamental, não se assimila como um espaço passivo e vertical que dá anuência das decisões de uma única voz; ao contrário, é participativa, deliberativa, engenhosa, imaginativa. É uma oficina de protótipos e de desenho social.
“E é de governança cultural porque vê na governança e na garantia da participação social seu fim último, como uma busca adequada para que o governo seja de todos e de todas”.
A construção da política
O primeiro trabalho da MID foi a construção da política cultural local. Com as propostas coletadas nos diferentes espaços de consulta e diálogo realizados em San Luís Potosí em 2018 foi elaborado um documento rascunho (em código aberto) com as linhas estratégicas que poderiam integrar o Capítulo de Cultura do Plano de Desenvolvimento Municipal 2018-2021. Ao longo do mês de novembro, vários fóruns temáticos foram celebrados com o propósito de consultar a organizações, câmaras, coletivos, agrupações gremiais, grupos organizados, comunidades indígenas, mulheres, representações profissionais, comerciais, industriais, crianças e adolescentes e a população em geral a respeito dos componentes estruturais da política pública para o desenvolvimento local.
O total de participantes chegou a 276, entre atores, atrizes e agentes culturais no município. No final, as propostas para a construção do Plano de Desenvolvimento chegaram a 320, considerando aquelas recebidas em dias posteriores à celebração dos fóruns, remetidas via postal ou entregues nos escritórios da Direção de Cultura; assim como as opiniões recuperadas de outros fóruns temáticos.
Com este material chegou-se à articulação das propostas em 26 linhas estratégicas transversalizadas. As linhas se dividiram em quatro matérias: 1) Democracia cultural (Governo aberto, Planejamento participativo, Governança cultural); 2) Direitos culturais (Cultura comunitária, Acessibilidade cultural, Patrimônio cultural e memória histórica, Participação na vida cultural, Capital semente e fortalecimento de processos, Digitalidade); 3) Equidade territorial (Espaço público, Infraestrutura comunitária, Modelo metropolitano de cultura, Planejamento territorial e desenvolvimento urbano); 4) Fomento da criatividade (Desenvolvimento artístico e liberdade de criação, Fomento à leitura, Educação e formação artística, Economia cultural e criativa, Turismo cultural sustentável).
“(Na MID e nas outras mesas de trabalho) passamos por processos de contundência, de muita efervescência, mas também por processos muito gratificantes”, comentou Padilla. “No princípio, naturalmente houve muito ceticismo […], chegaram a nos perguntar ‘qual era o truque?’. Tivemos que começar a criar alianças com cada um dos atores, e nos demos conta que o grande ponto de sustentação do diálogo cultural não é, de fato, que todos estejam a seu favor, e sim procurar manter sempre uma mirada crítica e uma reflexão construtiva. Nos demos conta de que construir justamente no meio (de cima para baixo e de baixo para cima), é um ponto de negociação muito bom.”
Confira o Capítulo de Cultura do Plano de Desenvolvimento Municipal 2018-2021 de San Luís Potosí: bitly.com/YoRetroalimento
*A apresentação de Gerardo Padilla teve transmissão ao vivo em 16 de maio de 2019:
https://www.facebook.com/iberculturaviva/videos/2097231490569360/
Marcos Juárez se incorpora à Rede de Cidades e Governos Locais
Em 14, jun 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
A municipalidade de Marcos Juárez (Argentina) se incorporou oficialmente à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. A carta de adesão foi assinada pelo prefeito Pedro Dellarossa na quarta-feira, 12 de junho. Carola González, coordenadora de Cultura Comunitária da Direção de Ação Cultural e Esportiva, será a representante do governo local na rede. Outras quatro cidades já participam formalmente da iniciativa: Zapopan e San Luis Potosí (México), San Pedro de la Paz (Chile) e Corrientes (Argentina).
A criação da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais vinha sido discutida desde novembro de 2017, quando se realizou no 2º Encontro de Redes IberCultura Viva em Quito (Equador). Nesta reunião foi formado um grupo de trabalho (GT) de governos locais para a articulação de uma rede que pudesse aportar para o desenvolvimento das experiências e processos culturais de base comunitária de forma participativa, colaborativa e com trabalho intersetorial.
A formalização desta iniciativa se deu este ano, durante o 3º Encontro de Redes IberCultura Viva, nos dias 16 e 17 de maio na cidade de Buenos Aires. Participaram deste encontro representantes de 13 municípios: Córdoba, Corrientes, Marcos Juárez, Salta, Tigre (Argentina); Niterói (Brasil); Arica, Valparaíso e San Pedro de La Paz (Chile); San Luís de Potosí e Zapopan (México); Lima (Peru), e Montevidéu (Uruguai). Cinco deles já estavam no GT formado em Quito.
Ainda que a rede já esteja formalizada para começar a estruturar suas atividades de articulação, o GT de governos locais que desenvolvem políticas culturais de base comunitária na região ibero-americana segue aberto, ocupando-se de informar àqueles que não conhecem a iniciativa e de acompanhar os processos para as adesões. As quatro primeiras cartas de adesão foram entregues durante o 3º Encontro de Redes.)
Conforme determinado pelo Conselho Intergovernamental IberCultura Viva, duas ações são necessárias para validar a integração à rede: uma solicitação assinada pela autoridade do governo local e um plano de trabalho com ao menos duas atividades de articulação com o programa.
Leia também:
Ministério das Culturas do Chile abre convocatória para 10 fundos concursáveis
Em 07, jun 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile abriu esta semana a convocatória de 10 fundos concursáveis, que abarcam Música, Audiovisual, Livro, Fondart Nacional e Regional, além da nova Beca Chile Crea. Também é a primeira vez que se abrem ao mesmo tempo os fundos concursáveis ligados aos programas Red Cultura, Fortalecimiento de Organizaciones Culturales, Otras instituciones colaboradoras, y Financiamiento de infraestructura cultural público o privada. O prazo de inscrições começou na segunda-feira, 3 de junho, na plataforma www.fondosdecultura.cl, e termina de maneira escalonada em julho.
A convocatória do programa Red Cultura contempla duas linhas de concurso: 1) Financiamento de iniciativas culturais comunitárias associativas 2019 (aberta até 15 de julho), e 2) Fortalecimento do planejamento e da gestão cultural local 2019 (aberta até 8 de julho). Ambas terão um orçamento total de $445 milhões de pesos chilenos (cerca de 640 mil dólares).
Iniciativas comunitárias associativas
A primeira linha tem como principal objetivo financiar iniciativas culturais comunitárias associativas (ICCA) de Organizações Culturais Comunitárias (OCC), em vínculo com seus pares, sem fins lucrativos, com ou sem personalidade jurídica, que busquem se fortalecer para incidir nas políticas culturais para o desenvolvimento cultural local.
A Modalidade n° 1 – Fortalecimento de Redes – busca interconectar no mínimo três e no máximo dez OCC na elaboração e no desenvolvimento de iniciativas que fortaleçam os princípios de cooperação, solidariedade e diversidade, para estimular a liderança horizontal, o sentido da coesão e da inclusão social. No total, esta modalidade conta com $90 milhões de pesos chilenos, com os quais será possível financiar ao menos 20 ICCA.
A Modalidade n° 2 – Intercâmbio de Saberes – busca financiar iniciativas que considerem uma ou mais atividades presenciais entre dois ou três OCC, que permitam o intercâmbio de metodologias participativas, experiências reais e concretas, de construção coletiva que dialoguem com as necessidades comunitárias e os mecanismos para resolver esses requerimentos. Ao menos 20 ICCA serão financiadas nesta modalidade, com um montante de $50 milhões de pesos chilenos.
Planejamento e gestão local
A segunda linha tem como objetivo relacionar a comunidade e o setor cultural e artístico com os governos locais e espaços culturais municipais, procurando incidir na instalação de processos de planejamento cultural com participação local, que acrescente o desenvolvimento cultural e artístico representativo dos interesses que existem no território, com enfoque de direitos.
A convocatória está dirigida aos espaços culturais dependentes de Municipalidades, Corporações Culturais Municipais ou Fundações Culturais Municipais. A Modalidade n° 1 é “Assessorias para o conhecimento em planejamento cultural participativo” (um total de $65 milhões de pesos chilenos), e a n° 2, “Cofinanciamento de programação artística, em co-desenho e gestão com a comunidade para a sustentabilidade do espaço cultural” (um total de $240 milhões de pesos chilenos).
Saiba mais: https://www.fondosdecultura.cl/
Fonte: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio
Prorrogado o prazo do concurso de receitas “Sabor à Ibero-América”
Foi ampliado até 15 de julho o prazo de inscrição do concurso “Sabor à Ibero-América”, que premiará histórias de receitas culinárias tradicionais das comunidades migrantes da região. Serão entregues até 10 prêmios de 500 dólares cada. O concurso foi lançado por IberCultura Viva em conjunto com o programa IBER-RUTAS, a iniciativa IberCocinas e a Sec
As postulações são feitas pela plataforma Mapa IberCultura Viva: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/76/
Leia também:
Como inscrever-se no concurso Sabor à Ibero-América, que premiará receitas de comunidades migrantes
Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2019: fortalecendo a articulação e o trabalho colaborativo
(Foto: Mauro Rico)
Organizações culturais comunitárias e povos originários interessados em realizar encontros, congressos, seminários, festivais, feiras, colóquios e/ou simpósios podem inscrever-se no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2019 a partir deste sábado, 1º de junho. Os eventos deverão ser realizados entre outubro de 2019 e maio de 2020, com entrada livre e gratuita.
O edital está destinado a organizações e coletivos de cultura comunitária e/ou povos originários que trabalham em articulação e de maneira colaborativa com ao menos outras duas organizações e/ou coletivos nos países membros do programa: Argentina, Brasil, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai.
Os projetos devem ser apresentados por uma organização ou povo originário com personalidade jurídica, sem fins lucrativos, que ficará a cargo da administração dos recursos. Cada projeto poderá receber até US$ 5 mil, e este aporte somente poderá ser utilizado em gastos de produção e comunicação do evento. O montante total destinado a este edital é de US$ 55 mil.
No caso de organizações e/ou comunidades de povos indígenas do Brasil, só poderão participar aquelas reconhecidas e certificadas como Pontos de Cultura, devendo ter inscrição atualizada na plataforma Rede Cultura Viva. No caso de organizações e/ou povos originários do Equador, a pessoa responsável pelo projeto deverá estar inscrita no Registro Único de Atores Culturais (RUAC).
Inscrições
As inscrições estarão abertas no Mapa IberCultura Viva de 1º de junho a 15 de julho (às 18h, considerando o horário oficial de Buenos Aires, Argentina). Este edital está destinada aos agentes coletivos, mas o agente responsável da inscrição deve ser uma pessoa física (agente individual). Aqueles que já têm seus registros na plataforma devem ir diretamente a “Editais” e buscar por “Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2019 (em português) para iniciar sua inscrição.
Os representantes de organizações que ainda não se registraram no Mapa IberCultura Viva devem inscrever-se inicialmente como agentes individuais (pessoas físicas) e depois fazer o registro de agente coletivo, com os dados de sua organização comunitária, Ponto de Cultura, etc. Uma vez que tenham os perfis de agentes registrados, devem clicar em “Editais” e buscar o arquivo que aparece com o título em espanhol para iniciar sua inscrição. Neste arquivo se encontram o regulamento, o formulário e os adjuntos que devem ser preenchidos e enviados no ato de inscrição.
A Unidade Técnica de IberCultura Viva e o Conselho Intergovernamental do programa estarão a cargo das duas etapas do processo de seleção (“Habilitação” e “Avaliação”, respectivamente). Entre os critérios que serão levados em conta na avaliação dos projetos estão a adequação aos objetivos estratégicos do programa; os impactos artístico-culturais, econômicos e/ou sociais; a experiência da rede ou coletivo proponente; a proposta técnica apresentada, e a coerência e adequação do orçamento e do plano de trabalho.
Confira o regulamento: https://bit.ly/311pQZp
Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/85/
Como registrar-se na plataforma: https://iberculturaviva.org/manual/
3º Encontro de Redes: uma construção coletiva para seguir fortalecendo as políticas culturais comunitárias
Em 27, Maio 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
O 3º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado nos dias 16 e 17 de maio na cidade de Buenos Aires (Argentina), terminou com o recebimento das primeiras quatro cartas de adesão à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais – de Zapopan e San Luis Potosí (México), San Pedro de la Paz (Chile) e Corrientes (Argentina) – e vários acordos para o fortalecimento da articulação com o programa dos governos locais que desenvolvem políticas culturais de base comunitária na região ibero-americana.
Participaram deste encontro representantes de 13 municípios: Córdoba, Corrientes, Marcos Juárez, Salta, Tigre (Argentina); Niterói (Brasil); Arica, Valparaíso e San Pedro de La Paz (Chile); San Luís Potosí y Zapopan (México); Lima (Peru), e Montevidéu (Uruguai). Cinco deles já estavam no grupo de trabalho (GT) formado na reunião anterior, no 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado em Quito (Equador), em novembro de 2017, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
As jornadas em Buenos Aires, realizadas na Casa Victoria Ocampo com transmissão ao vivo por Facebook, também contaram com a presença de representantes de 11 países membros do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva. Andrés Gribnicow, secretário de Cultura e Criatividade da Secretaria de Cultura da Argentina, e Paola Gallia, diretora nacional de Diversidade e Cultura Comunitária, estiveram no local para dar as boas-vindas às pessoas participantes.
Dia 1
Diego Benhabib, coordenador de Pontos de Cultura da Argentina e representante da presidência do IberCultura Viva, abriu os trabalhos agradecendo a presença dos/das representantes institucionais e recordando que o programa vem trabalhando há dois anos na construção de uma rede de governos locais, “para que a partir desta construção coletiva possamos seguir ampliando e fortalecendo as políticas culturais de base comunitária na região ibero-americana”.
Lembrou, também, que fortalecer as políticas culturais comunitárias é um dos objetivos do programa IberCultura Viva, assim como promover e fortalecer as organizações culturais comunitárias (não apenas no desenvolvimento de seus projetos, mas também em seus mecanismos de gestão associada com o Estado), e dar visibilidade à cultura comunitária. “Queremos posicionar a cultura comunitária em sua real dimensão e em sua verdadeira incidência em termos de mudança das condições de vida das comunidades”, afirmou.
Segundo Benhabib, apostar na cultura comunitária é apostar na transformação. “Na Argentina, um estudo feito em 2017, para a Pesquisa Nacional de Consumos Culturais, trouxe um dado revelador, que demonstra a potência deste setor: 25% de nossa população participa de alguma atividade de cultura comunitária em seus territórios, seja como assistente ou facilitador de processos, como oficineiro/a, como gestor cultural, como dirigente, etc. Aí está a chave. E imagino que nos outros países, com outros dados, isso também é palpável.”
As comissões
Em seguida, Rosario Lucesole, consultora de projetos da Unidade Técnica do IberCultura Viva, apresentou alguns avanços do GT de governos locais e explicou como funcionaram as três comissões de trabalho montadas inicialmente para o desenvolvimento de ações específicas: Comissão de Publicações; Comissão de Agenda e Encontros, Comissão de Estruturação do GT.
A primeira se propôs iniciar a sistematização e publicação de experiências de políticas culturais e organizações de base comunitária. O livro “Puntos de cultura viva comunitaria iberoamericana. Experiencias compartidas“, editado pela Alcaldía de Medellín (Colômbia) e lançado na abertura deste 4º Congresso Latino-americano de CVC, é o primeiro resultado do trabalho desta comissão.
A segunda comissão esteve voltada a registrar e compartilhar a agenda da cultura comunitária dos municípios, e a terceira teve como objetivo elaborar os mecanismos de adesão dos governos locais e definir parâmetros para a inclusão na rede, além de coordenar a implementação de uma autoavaliação de políticas culturais comunitárias para governos locais.
Este Guia de Autoavaliação de Políticas de Cultura Comunitária foi elaborado pelo mexicano Rafael Paredes (Traza.mx), mestrando em Desenvolvimento Econômico e Cooperação Internacional na Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (BUAP). O documento é resultado do projeto de pesquisa “Avaliação e fortalecimento das políticas culturais de base comunitária no Espaço Ibero-americano” e busca servir como ferramenta para governos locais com interesse em fazer uma revisão de suas ações e construir uma agenda participativa, colaborativa e intersetorial.
Mudanças de paradigma
No começo da tarde, Andrés Gribnicow, secretário de Cultura e Criatividade da Secretaria de Cultura da Argentina, comentou a importância de fortalecer os espaços da sociedade civil organizada, “que são os que realmente estão muito próximos das pessoas” e atendem as problemáticas daqueles que vivem nestes territórios do ponto de vista da cultura.
“Estamos em um momento de muitas mudanças de paradigma, e estes espaços cumprem um papel fundamental em demandas como, por exemplo, novas perspectivas de gênero, novas abordagens sobre a cultura colaborativa, os fluxos migratórios, a hiperconectividade…Eles chegam muito antes da gente para atender a estas demandas”, observou Gribnicow. “Nos interessa cada vez mais fortalecer esses espaços. Que eles possam ter acesso a financiamento, a um trabalho colaborativo com o Estado, e possam estar empoderados, para fazer sozinhos este caminho para a sustentabilidade de seus projetos.”
As experiências
Após uma capacitação sobre o sistema de autoavaliação de políticas de cultura comunitária (os/as participantes se distribuíram em grupos de cinco pessoas para fazer os exercícios propostas), o secretário técnico do IberCultura Viva, Emiliano Fuentes Firmani, apresentou algumas das possibilidades que oferece a plataforma Mapa IberCultura Viva, lançada pelo programa em agosto de 2018.
O primeiro dia de atividades terminou com um painel sobre experiências de gestão cultural comunitária participativa. Os expositores foram Gerardo Padilla, coordenador de Inovação e Desenvolvimento Institucional da Direção de Cultura de San Luis Potosí (México); Lucía Mantilla, subgerente de Promoção Cultural e Cidadania da Municipalidade de Lima (Peru); Diego Pigini e Lucrecia Gonzalez, da Direção de Cultura Comunitária da Municipalidade de Córdoba (Argentina), e Alba Antúnez, diretora do programa Esquinas da Cultura, desenvolvimento pela Intendência de Montevidéu (Uruguai).
Dia 2
A segunda jornada do 3º Encontro de Redes começou com um conversatorio sobre políticas culturais de base comunitária na Manzana de las Luces, no centro da cidade de Buenos Aires. Deste encontro participaram ao redor de 80 pessoas, entre representantes governamentais (nacionais e locais) e integrantes de organizações participantes do 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
“Estes congressos permitem ao Conselho Intergovernamental ter um âmbito de diálogo com a sociedade civil para além do estabelecido por cada um dos representantes institucionais em seu próprio país”, comentou Diego Benhabib, justificando a realização deste segundo encontro de governos locais num Congresso Latino-americano de CVC (o primeiro se deu em Quito, em 2017) e também a intenção do programa de buscar espaços de escuta/roda de conversa com as organizações nas cidades onde se realizam as reuniões do Conselho Intergovernamental.
Agenda comum
De volta à Casa Victoria Ocampo, os participantes do 3º Encontro de Redes deram início à roda de conversa “Por uma rede de cidades e governos locais para a cultura comunitária” e buscaram estabelecer uma agenda e algumas ações para o GT de governos locais promover este ano, em articulação com o programa IberCultura Viva.
Conforme determinado pelo Conselho Intergovernamental, duas ações são necessárias para validar a integração à rede: uma solicitação assinada pela autoridade do governo local e um plano de trabalho com ao menos duas atividades de articulação. Para que esta rede avance, o grupo de trabalho de governos locais – que começou com 11 integrantes (10 municípios e uma província) e agora conta com mais oito municípios – deve propor projetos para desenvolver em vinculação com o programa. Propõe-se, também, aproveitar estes espaços como instâncias de reflexão, para gerar alguns consensos e relatos comuns sobre o que são as políticas culturais de base comunitária e poder melhorar estas políticas em seus territórios.
“Há distintas linhas de trabalho que podemos seguir aprofundando em função de pensar o substantivo”, destacou Benhabib. “Podemos, por exemplo, armar um próximo encontro que se encarregue de reflexionar sobre o que é o comunitário, o que é a política de base comunitária, quais são as ferramentas, e que não estejam presentes apenas os representantes dos governos locais, mas sim as vozes dos protagonistas das políticas, daqueles que cogestionam os espaços comunitários.”
Duas instâncias
Como esclareceu Emiliano Fuentes Firmani, os governos locais não têm que fazer aportes monetários ao fundo IberCultura Viva para participar da rede. Os países membros são os que contribuem com uma cota anual – e este fundo está destinado ao trabalho comum, ao desenvolvimento de iniciativas como editais, concursos, bolsas, etc. No caso do governos locais, a contribuição se dará por meio de ações de articulação.
“IberCultura Viva é um programa de governos centrais que propõe como linha de ação a articulação com governos locais, que são as instâncias do poder público que articulam com o sujeito principal com que se trabalha”, explicou o secretário técnico. “A forma com que encontramos foi articular um grupo de trabalho primeiro e uma rede depois. (…) A rede já existe, se constituiu com alguns governos locais e começou a funcionar. Isso, no entanto, não inibe a existência do GT. São duas instâncias de um mesmo processo.”
Ainda que a rede já esteja formalizada para começar a estruturar suas atividades de articulação, o GT seguirá aberto, ocupando-se de informar aqueles que não conhecem a iniciativa e de acompanhar os processos para as adesões, entre outras coisas. As comissões de trabalho são do âmbito do GT, e a partir de agora vão receber novas funções a fim de direcionar as ações para o fortalecimento da rede que está se constituindo.
Os acordos
Ao fim das duas jornadas, foi proposta a reorganização das comissões de trabalho em “Comissão de comunicação e publicações” e “Comissão de fortalecimento e organização”. A primeira terá como missão trabalhar na elaboração de um documento comum sobre o que são as políticas culturais comunitárias, incluindo a sistematização de saberes e boas práticas dentro do Banco de Saberes IberCultura Viva, para promover o intercâmbio. Também deverá elaborar um selo IberCultura Viva que sirva para a visibilidade da rede, e construir um documento com perguntas frequentes para dar a outros governos locais a informação necessária na hora de definir sua participação na rede.
A Comissão de Fortalecimento e Organização, por sua vez, estará encarregada de: 1) estabelecer a agenda de trabalho e articulação de ações com os governos locais já aderidos à rede; 2) sistematizar as ações que já estão planejadas e unificar agendas dos programas existentes; 3) criar uma estratégia que permita difundir ferramentas que melhorem as práticas de políticas culturais comunitárias nos diversos territórios; 4) estabelecer um mecanismo de trabalho que permita a realização de encontros virtuais e presenciais para o grupo de trabalho; e 5) planejar a realização de um encontro para a discussão de temas substantivos ou transversais relacionados à implementação das políticas culturais de base comunitária.
Confira os vídeos da transmissão ao vivo: https://www.facebook.com/pg/iberculturaviva/videos/
2° Encontro de Mulheres Trabalhadoras das Culturas e das Artes terá transmissão ao vivo
Em 24, Maio 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
Nesta sexta-feira (24/05), às 19h, começa em Montevidéu (Uruguai) o 2° Encontro de Mulheres Trabalhadoras das Culturas e das Artes. Amanhã (das 10h30 às 11h30 e das 16h às 17h30) e domingo (das 10h às 11h30), o evento terá transmissão ao vivo pela página https://www.facebook.com/CulturaMEC/
Organizado pelo coletivo Gestoras en Red, rede chilena de gestoras culturais, o encontro busca, por meio de palestras, mesas temáticas, oficinas, apresentações artísticas, feiras, e outras propostas, aproximar as participantes com o fim de consolidar uma rede internacional de mulheres trabalhadoras das culturas e das artes.
Os principais objetivos desta segunda edição do encontro são desenvolver planos de trabalho colaborativo, ações de incidência, projetos conjuntos, potenciar a participação e a associatividade para melhorar o impacto das políticas culturais em nível local e internacional, intercambiar conhecimentos e saberes, gerar uma proposta de economia alternativa e feminista de trabalho e estabelecer mecanismos de intercâmbio em torno da cultura de rede entre organizações e instituições lideradas por mulheres.
Primeira edição
O 1º Encontro Internacional Mulheres Trabalhadoras das Culturas e das Artes – Gestoras, realizado em Santiago (Chile) de 4 a 7 de julho de 2017, foi um dos projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016. Mais de 150 produtoras e gestoras culturais de nove países participaram deste evento, que firmou as bases para a articulação de mulheres nesta rede latino-americana que tem como objetivo o empoderamento e o trabalho colaborativo.
Transmissão ao vivo
SÁBADO 25 de MAIO
Das 10h30 às 11h30 (Atividade aberta)
Diálogos Gestoras
Tema: Situação laboral e artística das MTCA na América Latina.
Apresentam-se: Uruguai, Brasil, Argentina, Chile e México.
Sala Nelly Goitiño, Auditorio Nacional del Sodre.
Das 16h às 17h30 (Atividade fechada)
Círculos da palavra 1
Tema: Desafios das Gestoras e Ativistas Culturais para 2030, ações de incidência.
Sala Delmira Agustini, Teatro Solís.
DOMINGO 26 de MAIO
Das 10h às 11h30 (Atividade aberta)
Diálogo Gestoras
Tema: Ativismos e Movimentos de mulheres artistas no mundo
Sala Nelly Goitiño, Auditorio Nacional del Sodre.
Saiba mais: https://cultura.mec.gub.uy/
https://www.gestorasenred.com/
Confira a programação: https://bit.ly/2M8Zz83
Cultura comunitária e gênero: algumas propostas para começar a aplicar nos congressos e nas organizações
Em 23, Maio 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
Na última quinta-feira, 16 de maio, em San Martín (Buenos Aires, Argentina), a programação do 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária apresentou a Oficina de Cultura Comunitária e Gênero. A atividade, facilitada pela coletiva feminista Conurbanas, foi uma das atividades propostas pelo programa IberCultura Viva para o evento, dirigida às/aos congressistas e o público em geral.
A oficina, que foi articulada com o círculo da palavra “Feminismos, Gêneros e Diversidade”, teve como objetivos oferecer ferramentas para analisar a situação de equidade de gênero nas organizações culturais comunitárias; destacar as condições de equidade de gênero nas organizações presentes, e produzir recomendações para a incorporação da perspectiva integral de gênero nas políticas culturais de base comunitária.
O círculo “Feminismos, Gêneros e Diversidade” foi realizado ao longo do congresso-caravana que passou por Mendoza, Córdoba, Entre Ríos e Buenos Aires, com mais de 60 pessoas em todas as sedes. Nestas sessões, se buscou elaborar acordos, propostas e urgências que sirvam de base para começar a dialogar no próximo congresso e que se apliquem não apenas no evento, mas também nas organizações culturais comunitárias.
As propostas se agruparam em torno de três eixos: formação, comunicação e políticas públicas. Uma das ideias foi a criação de escolas comunitárias feministas, de gênero e diversidade, e de governabilidade, que trabalhem de forma virtual e presencial no congresso. Também se propôs que todos os círculos da palavra tenham perspectiva de gênero e feminista, que haja transversalidade e que envolvam organizações LGBT nos espaços artísticos e de expressão.
Além disso, foi discutido o compromisso dos países em gerar convênios ou acordos com espaços acadêmicos para criar políticas públicas relativas a questões de gênero e inclusão das minorias, e a proposição de estratégias para promover a representação de companheiras feministas e/ou do coletivo LGBT dentro do planejamento geral do congresso em todos os países.