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Metodologia do Museu da Pessoa no Brasil é tema de curso na Argentina
Em 01, nov 2016 | Em Notícias | Por IberCultura
Interessados em conhecer a metodologia de registro de histórias de vida desenvolvida pelo Museu da Pessoa no Brasil podem participar do curso Tecnologia Social da Memória, que será realizado de 8 a 10 de novembro na Universidade de Belgrano (Zabala 1837, Piso 16, Buenos Aires). Nos dias 11 e 12, no mesmo local, haverá um encontro com profissionais e organizações que tenham interesse em colaborar com a implantação de um núcleo Museu da Pessoa na Argentina.
O programa de formação faz parte do projeto “Museu da Pessoa – Rede Internacional de Histórias de Vida”, um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, edição 2015. É uma iniciativa do Instituto Museu da Pessoa no Brasil e do professor Emiliano Polcaro, da Universidade de Belgrano, com o propósito de sensibilizar os participantes para a valorização das histórias de vida como uma fonte singular de conhecimento de culturas e histórias de diferentes povos.
Nos três dias do curso, os participantes terão a oportunidade de revisitar suas histórias, aprender a entrevistar e refletir sobre o valor da história de vida como patrimônio cultural. Os interessados devem escrever para info@museodelapersona.org (aos cuidados de Emiliano Polcaro). O resultado desse trabalho poderá ser conhecido no portal www.museudapessoa.net.
O museu
Fundado em São Paulo em 1991, o Museu da Pessoa é um museu virtual colaborativo que tem por objetivo democratizar a construção da memória social por meio da valorização de histórias de vida de toda e qualquer pessoa da sociedade. Hoje, seu acervo reúne 16 mil depoimentos gravados e 60 mil fotos e documentos digitalizados, que ajudam a contar a história de instituições, cidades e de grupos sociais diversos.
Nestes mais de 20 anos de atividades, o museu vem atuando na construção de uma rede internacional de histórias de vida, repassando a tecnologia social a grupos e organizações que possam disseminar a metodologia em seus países. Em 1999, apoiou a criação de um núcleo em Portugal (Universidade de Minho). Em 2001 foi a vez da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e em 2003, do Centro Histórico de Montreal, no Canadá. Agora, o objetivo é criar um Museo de la Persona na Argentina.
Prazo de inscrições do Edital de Apoio a Redes é prorrogado para dezembro
Foi prorrogado para 1º de dezembro o prazo de inscrições do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016. Com a intenção de fortalecer o trabalho e fomentar a articulação de redes de cultura de base comunitária nos países ibero-americanos, o edital distribuirá um total de US$ 100 mil entre os ganhadores de duas categorias. Cada projeto poderá receber até US$ 5 mil.
Uma das duas categorias é dirigida ao apoio para a realização de eventos de redes de cultura de base comunitária municipais, estaduais, nacionais ou regionais. Por eventos se entendem encontros, congressos, seminários, festivais, feiras, colóquios e simpósios. As propostas devem referir-se a eventos realizados entre 1º de fevereiro e 31 de outubro de 2017.
A outra categoria é voltada ao apoio a eventos de redes nacionais e/ou regionais que tenham como objetivo a preparação para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária (CVC), que será realizado em 2017 em Quito (Equador). As primeiras edições dos congressos, organizadas pelas redes latino-americanas de Cultura Viva Comunitária, ocorreram na Bolívia em 2013, e em El Salvador, em 2015.
Saiba mais:
Edital de apoio a redes de cultura de base comunitária
IberCultura Viva lança seus três editais de 2016
Os congressos latino-americanos
Em maio de 2013, a cidade de La Paz foi “tomada poeticamente por assalto” por cerca de 1.200 ativistas artístico culturais provenientes de 17 países de América Latina. Participaram 35 representantes de governos, formando uma aliança em torno de políticas públicas que garantam 0,1% dos orçamentos públicos para a Cultura Viva Comunitária e uma rede de cidades criativas pela Cultura Viva Comunitária. Finalizado o congresso, foi elaborado de maneira coletiva um manifesto denominado “Declaração de La Paz”, em que ressaltavam o que havia significado este evento e algumas de suas perspectivas.
O 2º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária se deu em El Salvador, um país marcado por lutas, conflitos, massacres, e que vive um momento histórico com um governo que busca promover a mudança social por meio da cultura. O evento foi organizado pela sociedade civil (a Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria) com o apoio da Secretaria de Cultura da Presidência, de 27 a 31 de outubro de 2015, sob o lema “Convivência para o bem comum”.
Durante cinco dias, cerca de 500 congressistas da América Latina e do Caribe participaram de conferências, fóruns, debates, reuniões, oficinas, apresentações e visitas a comunidades. A cordialidade, o respeito e o espírito de irmandade marcaram o encontro antes, durante e depois. Na plenária final, na Concha Acústica da Universidade de El Salvador, se juntaram para celebrar o encontro e anunciar que o próximo “congresso da cultura da alegria e do afeto” seria em Equador, em 2017.
Leia também:
https://culturavivacomunitaria.org/cv/2013/06/la-declaracion-de-la-paz/
https://iberculturaviva.org/es-cinco-dias-de-cultura-viva-en-el-salvador/
Buenos Aires sediará o 1º Encontro de Redes IberCultura Viva
Em 31, out 2016 | Em Notícias | Por IberCultura
Foto: Romina Santarelli
O 1° Encontro de Redes IberCultura Viva será realizado em Buenos Aires, Argentina, de 30 de novembro a 3 de dezembro. Durante quatro dias, organizações e representantes governamentais formarão um espaço de intercâmbio para trabalhar sobre as temáticas de participação social e cooperação, marco normativo para as políticas culturais, mapas e indicadores e capacitação em políticas culturais de base comunitária em âmbito ibero-americano. As atividades estão programadas em conjunto com a terceira edição do Encontro Nacional de Pontos de Cultura, que é organizado pelo Ministério de Cultura da Argentina e tem como tema “Inovação e criatividade”.
Os participantes, provenientes de 10 países ibero-americanos, serão distribuídos em grupos de trabalho simultâneos, durante os primeiros três dias do evento. O grupo “Participação social e cooperação cultural” prevê avançar na construção de uma mesa intersetorial da sociedade civil de acompanhamento do programa IberCultura Viva. Estará formado por integrantes do Comitê Intergovernamental, representantes de redes ibero-americanas de cultura e representantes de governos locais.
“Legislação para as políticas culturais de base comunitária” será o tema do segundo grupo, que contará com a presença de representantes governamentais, parlamentares e especialistas que tenham trabalhado nas redações das legislações vigentes de seus países ou cidades. A ideia é colocar em comum os avanços e estimular a criação de novas normas que fortaleçam as políticas públicas da área.
O terceiro grupo terá dois temas para tratar: a construção de mapas e indicadores e a formação em políticas culturais de base comunitária. O primeiro, que tem como objetivo a constituição de um observatório de políticas culturais de base comunitária, contará com a presença de investigadores e funcionários dos sistemas de informação cultural dos países membros. Para debater o tema da formação serão convidados representantes de instituições de formação em políticas culturais de Ibero-América e universidades.
Além das mesas temáticas, os participantes poderão conhecer algumas propostas inovadoras em cultura comunitária desenvolvidas nos países ibero-americanos e os resultados dos projetos premiados no Edital IberCultura Viva de Intercâmbio 2015. Também vão poder acompanhar parte da programação do Encontro Nacional de Pontos de Cultura, como a mostra artística das organizações locais e a conferência magistral de Célio Turino. No dia 3 de dezembro será realizada a reunião do Comitê Intergovernamental do programa IberCultura Viva, onde se poderá avançar sobre o planejamento em curso e formalizar propostas que tenham surgido do encontro.
Fazer cinema é, sim, coisa de criança
Como seriam as lendas e os mitos das comunidades indígenas contadas a partir da visão infantil? E se estas crianças narrassem as histórias de seus povos em curtas-metragens em que eles mesmos atuam, produzem, dirigem e se encarregam da parte técnica? No México a experiência resultou em filmes falados em mazateco, chinanteco, chatino, zapoteco, cuicateco, ikoot, chontal, ayuuk, mixteco… Agora a proposta chega ao Chile com o “Taller comunitario de cine con y para niños” (“Oficina comunitária de cinema com e para crianças”), um dos projetos premiados no Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, edição 2015. Os trabalhos começaram em Valparaíso em 17 de outubro e seguem na Ilha de Páscoa até 4 de novembro. Dois curtas vão resultar das atividades: um em mapuche e o outro em rapa nui.
Cinematequio, a organização que divide o projeto com os chilenos Museo Fonck e Grupo Tacitas, é um coletivo mexicano encabeçado desde 2013 pelo cineasta Eduardo Bravo Macías e a escritora e professora Alejandra Domínguez Sánchez. O nome vem de um jogo de palavras que junta a arte e a técnica da criação e apreciação cinematográfica com o “tequio”, o trabalho comunitário para o bem comum.
Com oficinas baseadas no trabalho comunitário, na solidariedade e no compromisso, “sem fins políticos nem religiosos”, como ressaltam Alejandra e Eduardo, o coletivo busca contribuir para o desenvolvimento do país por meio da arte e da cultura, com ênfase na (re)valorização do patrimônio cultural imaterial que constituem os contos, mitos, lendas, relatos da tradição oral e das línguas originárias.
Fazer cinema, para eles, é um trabalho comunitário. São pelo menos sete dias de convívio com uma comunidade ou grupo em cada oficina, para dar a conhecer elementos teóricos e práticos, escrever um roteiro original baseado em um relato tradicional, permitir que os participantes escolham os papéis que desejam exercer dentro da produção, sejam eles técnicos ou artísticos, produzir o curta-metragem e apresentá-lo à comunidade ao final do processo.
Atividades
De segunda-feira, 17, a terça, 25 de outubro, foi realizada uma oficina na Escola Intercultural “Carabinero Pedro Cariaga”, de Valparaíso. Um curta-metragem intitulado “Nguillatún” foi feito por crianças da escola, com apoio de seus professores e de uma autoridade tradicional mapuche, o “lonko” Iván Coñuecar Millán. Além do colégio e redondezas, foram gravadas cenas no Museo Fonck de Viña del Mar. A apresentação de “Nguillatún” à comunidade se deu no Parque Cultural Valparaíso.
Em 27 de outubro foi feito o traslado a Rapa Nui. O começo dos trabalhos no Colegio Básico Lorenzo Baeza Vega estava previsto para o dia 28. A apresentação do curta-metragem feito com e para os meninos e meninas rapa nui está agendada para 4 de novembro, durante os festejos do Dia da Língua Rapa Nui.
Antes do começo das atividades no Chile, em apresentação do projeto no Museo Fonck, o cineasta Eduardo Bravo comentou a ideia de fazer uma adaptação de um relato da tradição oral de cada comunidade, para que as crianças mapuche e rapa nui pudessem atuar e fazer parte de todo o processo de produção. “Além de transferir o conhecimento técnico, (buscamos) a possibilidade artística, e que ajude a revalorizar a parte lingüística, de identidade. Ao colocá-los em contato com outros grupos, outras comunidades que tenham trabalhado com as oficinas no México, buscamos estender laços que podem ir crescendo, para que possam trocar mensagens e histórias desta maneira”.
Impressões
Terminadas as gravações em Valparaíso, Eduardo Bravo considerou a experiência muito enriquecedora. “Nos demos conta de que mesmo estando tão longe temos muitos pontos em comum. E é muito gratificante trabalhar com crianças nativas, propositivas e criativas. Elas precisaram de muito poucas tomadas para fazer suas cenas”, observou.
Para Alejandra Domínguez, a oficina também pareceu muito boa. “Nos receberam com muita amabilidade, tanto os professores como os alunos. Eles estavam emocionados (por saber) que éramos de outro país, nos perguntavam mil coisas. E realmente tomaram a responsabilidade pela gravação. Foi muito rápido. Uma excelente participação de toda a escola.”
Para a diretora da escola de Valparaíso, Ana Maria Salazar Zepeda, foi importante para os alunos conhecer de perto o que é trabalhar em cinema.“Uma experiência única, feita aqui pela primeira vez. As crianças estão interessadas em ter este aprendizado e compartilhar com seus companheiros os diversos papéis de trabalho em cinema. Me sinto honrada de poder participar. (…) Que possamos semear a arte de fazer cinema com crianças. Que seja o começo de outros momentos de cinema na escola. Estamos muito agradecidos”, afirmou.
Contrapartida
A primeira atividade oficial da equipe Cinematequio no Chile foi visitar o Instituto de História da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso, que – por meio do braço universitário do Grupo Tacitas- criou um projeto para adquirir o equipamento de chromakey, iluminação e acessórios utilizados durante a produção dos curta-metragens no Chile.
O Grupo Tacitas é um “clube de excursionismo” formado em 2006, quando voluntários convocados pela arqueóloga Gabriela Carmona, do Museo Fonck, participaram de uma excursão à “piedra tacita” de El Morro, na parte mais alta do setor de “Quebrada Escobares”, comuna de Villa Alemana, Quinta Região. Desta excursão e do intercâmbio de experiências surgiu a iniciativa de visitar outros pontos da região com lugares de interesse arqueológico, com o objetivo de conhecê-los, difundir seu valor e assim ajudar sua preservação.
Já o Museo Fonck de Viña del Mar, criado em 1937, conta com salas dedicadas à cultura rapa nui e às culturas do Chile continental, além de uma mostra de história natural e duas bibliotecas. Uma, com cerca de 10 mil volumes, está voltada a diversas especialidades; a outra é a Biblioteca Rapa Nui, dedicada apenas a essa cultura. O museu tem como missão “preservar, investigar, difundir e ensinar o patrimônio natural, arqueológico e etnográfico do Chile, entretendo e estimulando o interesse pelo conhecimento, com espírito de serviço e estando atentos às necessidades da comunidade”.
Saiba mais:
Começa a segunda etapa do intercâmbio entre organizações de Costa Rica e Chile: integração em busca de um bem comum
Em 31, out 2016 | Em Notícias | Por IberCultura
Começou no dia 17 de outubro, no Chile, a segunda etapa do projeto “Intercâmbio entre organizações socioculturais de Costa Rica e Chile”, uma das iniciativas ganhadoras do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, edição 2015. Ao longo de duas semanas, Joselyn Ávila e Ronald Corrales León, representantes do movimento costa-riquenho de Cultura Viva Comunitária, dividiram experiências com as redes culturais da Quinta Região do Chile, a região de Valparaíso. O intercâmbio, que teve sua primeira etapa na Costa Rica em setembro, é um projeto das organizações chilenas Nodo Valpo e Trafon e do Movimento CVC Costa Rica.
“Está sendo muito enriquecedor para nós, tanto para o Movimento de Cultura Viva Comunitária como para NodoValpo e Trafon”, afirma Joselyn, ressaltando que a rede Ensamble Kultural se uniu ao projeto e vem acompanhando todo o processo no Chile. “Além disso, conseguiu-se impulsar a integração e união dos diferentes agentes culturais chilenos em busca de um bem comum”.
Joselyn conta que eles têm se “retroalimentado” da experiência cultural vivida no Chile e de diversas metodologias que poderiam ser replicadas na Costa Rica. “Me sinto muito feliz por ter tido a oportunidade de viver este intercâmbio, que me permitirá ter um panorama mais amplo da situação cultural, social e ambiental, como também da nossa riqueza latino-americana, para nos reconhecermos como um só povo, porque além de apresentar diversidade temos muitas semelhanças”.
Os percursos
No primeiro dia dos costa-riquenhos no Chile houve um encontro com a equipe de cultura do governo do país, o Conselho da Cultura e das Artes, e um percurso por lugares de interesse de Valparaíso, entre eles a Bioescola Valparaíso de Cerro Larrain. Os dias seguintes foram de intercâmbio de experiências (com a Escola Municipal de Bellas Artes de Valparaíso, Proyecto Trama e Espacio Cowork BAJ Valparaíso), encontros com círculos de ressonância nas províncias de Valpo, Quillota e Catapilco, sessões de capacitação comunicacional e visitas a lugares como a Casa da Cultura (Rocas de Santo Domingo), a casa-museu de Pablo Neruda na Ilha Negra e o Centro Cultural La Mandrágora.
Também pelo projeto do IberCultura Viva o grupo conheceu o colégio rural da escola de Pullally e diversos grupos de Chincolco que colaboram com o projeto “Mi Barrio es Cultura“, que a rede Ensamble Kultural realiza em parceria com o Conselho da Cultura e das Artes da Região de Valparaíso. Ensamble se define como “uma mistura de organizações, coletivos, agentes e pessoas que trabalham ativamente pela transformação social e o bem comum”.
As organizações
A primeira etapa do projeto foi realizada em Costa Rica entre os dias 5 e 19 de setembro, com a visita dos chilenos Rodrigo Benítez Marengo, José Tapia Pizarro e Rodrigo Letelier Balaguer. Benítez e Tapia são integrantes do coletivo Nodo Valpo; Letelier é o diretor-geral dol Centro Cultural Trafon.
O Centro Cultural Trafon busca ser uma plataforma de gestão das indústrias culturais próxima de artistas, gestores e público. Localizado num antigo bairro industrial de Valparaíso, funciona como um espaço aberto para trabalhar com a comunidade, de maneira autogestionada e em prol da articulação de redes culturais solidárias e comunicativas. No centro se realizam feiras de vizinhos, recitais, eventos beneficentes e ciclos audiovisuais. O espaço conta com uma sala de ensaio e um estúdio de gravação equipado. Estão sendo implementados uma galeria de arte, uma sala de teatro e um centro de aprendizagem.
Nodo Valpo, por sua vez, é um espaço aberto à comunidade que trabalha a partir de uma lógica colaborativa e de rede, promovendo as dinâmicas de criação, gestão e produção de atividades e projetos em nível cultural, patrimonial, educativo e artístico. Sustentabilidade, formação e comunidade são palavras-chave para o grupo, que atua nas seguintes áreas: arquitetura, artesanato, artes cênicas, artes visuais, fotografia, letras, artes do movimento, empreendimentos criativos e culturais.
NodoValpo e Trafon apresentaram este projeto com o Movimento CVC Costa Rica buscando o fortalecimento do trabalho colaborativo e em rede mediante a realização de intercâmbios de experiências, circuitos culturais e práticas locais de desenvolvimento cultural que estão sendo executados em ambos os países. A ideia veio dos encontros que chilenos e costa-riquenhos tiveram durante o 2° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, realizado em outubro de 2015 em El Salvador.
O Movimento Cultura Viva Comunitária Costa Rica é formado por mais de 100 grupos, redes e pessoas que trabalham em todo o território nacional. O coletivo foi constituído há cinco anos com a formação de um núcleo intersetorial em que participavam instâncias do Ministério da Cultura e Juventude e representantes dos movimentos culturais de Costa Rica. Sua metodologia de trabalho se renovou em 2015 com a criação dos chamados círculos de ressonância. Estes círculos estão nas nove regiões do país e são representados pelas “vocerías”, uma equipe de três pessoas encarregadas a agitá-los a partir de três aspectos fundamentais: comunicação, fortalecimento e incidência. Joselyn Ávila e Ronald Corrales León, os dois que encerram sua viagem a Chile neste 31 de outubro, são “voceros” do movimento.
Leia também:
IberCultura Viva abre processo de seleção para consultor
Foi aberto um edital para a contratação de um(a) consultor(a) técnico(a) que apresente e coordene uma proposta de formação IberCultura Viva, tendo em conta as políticas culturais de base comunitária implementadas nos países membros do programa. Os interessados devem se inscrever até 16 de outubro no site da OEI Brasil: https://www.oei.org.br/selecoes.
Intercâmbio entre organizações socioculturais de Costa Rica e Chile: reconhecimento e irmandade
Durante o 2° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, realizado em outubro de 2015 em El Salvador, organizações de vários países puderam se encontrar, se reconhecer e compartilhar experiências, identificando as semelhanças e diversidades de suas realidades. Desses encontros nasceu o projeto “Intercâmbio entre organizações socioculturais de Costa Rica e Chile”, um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, edição 2015.
O projeto, que propõe a integração entre agentes culturais do movimento costa-riquenho de Cultura Viva Comunitária e as organizações chilenas Centro Cultural Trafon e Nodo Valpo, teve sua primeira etapa realizada em Costa Rica entre os dias 5 e 19 de setembro de 2016. A segunda será no Chile, de 17 a 31 de outubro.
Ainda que tenham mantido o intercâmbio no âmbito sociocultural, organizações dos dois países têm desenvolvido práticas, dinâmicas e percursos diferentes. A iniciativa tem como finalidade, portanto, o fortalecimento do trabalho colaborativo em seus distintos contextos mediante a troca de experiências, saberes, sentires e práticas locais de desenvolvimento cultural executadas em ambos os países.
A equipe de Costa Rica vem podendo compartilhar, por exemplo, sua experiência em diálogo intersetorial e horizontal com comunidades e o Estado, suas metodologias e estruturas descentralizadas. A equipe chilena, por sua parte, contribui com suas experiências em iniciativas de autogestão, recuperação de imóveis com fins artísticos/culturais, meios de comunicação comunitários, trabalho colaborativo e redes de articulação em nível local, nacional e internacional.
A visita
Em sua primeira etapa o projeto contemplou a visita de Rodrigo Benítez Marengo e José Tapia Pizarro (Nodo Valpo) e Rodrigo Letelier Balaguer (Trafon) a Costa Rica. Os três vivem em Valparaíso (Chile). Benítez é pedagogo em dança e músico; José Tapia, engenheiro civil, mestre em inovação e economia criativa; Letelier, comunicador, diretor de Trafon TV e do Centro Cultural Trafon.
Os três chegaram a San José em 5 de setembro e no dia seguinte visitaram o Centro de Comunicação Educativa Voces Nuestras e o adido cultural da Embaixada do Chile em Costa Rica. Ao longo de duas semanas puderam conhecer diversas iniciativas e projetos socioculturais, artísticos, educativos e festividades em localidades como San José, La Carpio, Puerto Viejo, Caribe, Cartago, Talamanca, San Ramón e San Carlos. Tiveram encontros com animadores socioculturais, com representantes de círculos de ressonância, com habitantes de zonas indígenas, com a Red Sancarleña de Mujeres Rurales e com a diretora de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude, Fresia Camacho.
Impressões
“Estamos muito agradecidos de poder participar deste projeto, que nos permite confirmar que a criação de propostas a partir das bases, em um diálogo permanente entre a sociedade civil e a institucionalidade, cimentam um andar mutuamente benéfico, alcançando mudanças profundas tão necessárias no contexto mundial atual”, afirma José Tapia Pizarro. “Se esse trabalho além disso se projeta amorosa, carinhosa e coletivamente, fortalecendo os laços emocionais que permitem se sustentar apesar das dificuldades, possibilita um fazer sociocultural transformador”.
Aos chilenos lhes chamaram a atenção muitas coisas em Costa Rica, como a ativa participação dos jovens na política, a beleza e o carinho de sua gente, “sempre atenta e disposta a ajudar”, e à natureza, “a sorte de poder desfrutar de tantas paisagens sempre verdes, tanta diversidade de climas, costumes, influências que se integram e convivem nesta ‘multi e pluriculturalidade’”, como eles ouviram dizer em um dos encontros.
Anfitriões
Para Ronald Corrales Leon, vozeiro da região de Cartago do movimento de Cultura Viva Comunitária Costa Rica, intercâmbios como este são importantes para a solidariedade entre grupos, o reconhecimento, a irmandade. “Tem sido gratificante poder expor para os amigos chilenos as fortalezas e fraquezas que temos como movimento em Costa Rica a partir do vivencial, do afetivo e do prático”, afirma. “É muito satisfatório saber que isso lhes dá insumos que podem levar para as organizações com que trabalham em Valparaíso.”
Encontrar semelhanças nas dificuldades que enfrentam aqui e ali é um dos pontos altos da experiência. “Embora, como movimiento, sentirmos que há muito que avançar na articulação e dinamização da rede e na coordenação das diferentes organizações”, ressalta Ronald, “os companheiros chilenos nos dizem que é um exemplo para eles, já que talvez o avanço deste tema no Chile não tenha alcançado os mesmos níveis. Isso nos surpreende em dois sentidos: por saber que nossa experiência pode potenciar o processo chileno, e no sentido de que nos dá um alento para seguir com o trabalho de articulação aqui”.
No Chile
Em 17 de outubro começam as atividades no Chile, com uma visita ao entorno de Nodo Valpo e um encontro com organizações vizinhas. Os dias seguintes serão de visitas a iniciativas culturais comunitárias, intercâmbio de experiências com a equipe Nodo e colaboradores, encontro com conselheiros e encarregados municipais de cultura, encontros com círculos de ressonâncias e sessões de capacitação comunicacional, entre outras atividades.
Saiba mais:
https://www.facebook.com/CcTrafon/videos/648366121980359/
https://www.facebook.com/NodoValpo/videos/1133807260041647/
https://www.facebook.com/170601253004452/videos/1235538526510714/
Edital para seleção de textos sobre políticas culturais de base comunitária
Se a cultura é o vínculo fundamental para transformar realidades, por que não fazer com que o Estado reconheça as iniciativas da sociedade civil no lugar onde elas ocorrem? A este conceito de política pública, pensado de baixo para cima e adotado em vários países ibero-americanos desde 2004, se deu o nome de “cultura viva comunitária”. Viva porque é pulsante, mutante, diversa. E comunitária porque é de onde surge, onde se organiza.
E é para contar um pouco desta história que o programa IberCultura Viva propõe um edital para a seleção de textos, com vistas à elaboração de uma publicação de âmbito regional que permita reflexões sobre o conceito e as políticas de cultura de base comunitária, com a participação dos diferentes protagonistas deste processo. As inscrições estarão abertas entre 19 de setembro e 1º de dezembro.
Os textos devem tratar de experiências de organizações da sociedade civil que são ou tenham sido colaboradoras de políticas governamentais de base comunitária, seja em âmbito federal, estadual, municipal ou regional.
Podem participar do edital pessoas físicas, como representantes de organizações que tenham sido beneficiadas com alguma convocatória pública no contexto das políticas culturais de base comunitária. Ou que – neste mesmo contexto – tenham participado de encontros, fóruns, seminários, grupo de trabalho ou redes, ou tenham firmado uma prática de trabalho intersetorial, baseada em algum tipo de convênio ou colaboração com instâncias governamentais. Ou pesquisadores relacionados com estes temas.
Os textos devem ter em média 2.500 palavras. A extensão máxima é de 5 mil, e a mínima, de 1.500 palavras. Devem estar escritos em espanhol ou português e ser de autoria da pessoa ou grupo que o assina.
Para download:
Anexo 1 – Formulário de inscrição
Anexo 2 – Termo de autoria e cessão de direitos
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Concurso de videominuto “Mulheres: Culturas e Comunidades”
Edital de apoio a redes de cultura de base comunitária
Concurso de videominuto “Mulheres: Culturas e Comunidades”
Interessados em participar do Concurso de Videominuto “Mulheres: culturas e comunidades” têm até o dia 1º de dezembro para enviar suas inscrições ao programa IberCultura Viva. O objetivo do edital é dar visibilidade ao papel fundamental das mulheres na cultura e na organização comunitária, fazendo frente a atitudes e estereótipos que contribuem para a desigualdade de gênero e a violência.
Os vídeos devem ter duração máxima de um minuto e estar voltados para o público em geral, com classificação indicativa livre. Podem ser de qualquer gênero (documentário, ficção, animação, etc) e utilizar qualquer uma das línguas oficiais dos países ibero-americanos, podendo inclusive ser realizados em linguagem de sinais.
Os concorrentes deverão publicá-lo em uma plataforma de divulgação gratuita, como Vimeo ou YouTube, em qualquer um dos formatos admitidos pela plataforma, com resolução mínima de 720 x 480 pixels, sob licença de direitos em Creative Commons. O valor total destinado ao edital é de US$ 5 mil. Receberão prêmios de US$ 500 os 10 vídeos com maior pontuação no processo de seleção.
Para download:
Anexo 1 – Formulário de inscrição
Anexo 2 – Termo de autoria e cessão de direitos
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Para fortalecer o trabalho e fomentar a articulação de redes de cultura de base comunitária nos países ibero-americanos, o programa IberCultura Viva lança o Edital de Apoio a Redes 2016. Um total de US$ 100 mil será dividido entre os ganhadores de duas categorias (US$ 50 mil para cada), sendo que cada projeto poderá receber até US$ 5 mil. Serão premiados os 10 projetos com maior pontuação em cada uma delas.
A categoria 1 é voltada para o apoio a eventos de redes nacionais e/ou regionais que tenham como objetivo a preparação para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, a ser realizado em 2017 em Quito (Equador). A categoria 2 dedica-se ao apoio para a realização de eventos de redes de cultura de base comunitária municipais, estaduais, nacionais ou regionais. Por eventos entendem-se encontros, congressos, seminários, festivais, feiras, colóquios e simpósios.
As inscrições estão abertas de 19 de setembro a 1º de dezembro e as propostas devem ser referentes a eventos com realização prevista para o período entre 1º de fevereiro e 31 de outubro de 2017.
(Texto atualizado em 31 de outubro de 2016)
Para download:
Anexo 1 – Formulário de inscrição – Categoria 1
Anexo 2 – Formulário de inscrição – Categoria 2
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