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27

set
2017

Em Notícias

Por IberCultura

II Encontro Nacional de Pontos de Cultura do Peru: três dias de diálogo e ajuda mútua

Em 27, set 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

De 13 a 15 de outubro, mais de 200 organizações reconhecidas como Ponto de Cultura no Peru terão um espaço de encontro e trabalho conjunto na cidade de Lima. Em sua segunda edição, o Encontro Nacional de Pontos de Cultura é um espaço de diálogo e participação, voltado para o estabelecimento de prioridades de ação conjunta dentro da Rede Nacional de Pontos de Cultura, com o objetivo de contribuir ao fortalecimento de políticas públicas de promoção das artes e das culturas em comunidade no Peru.

O I Encontro Nacional de Pontos de Cultura do Peru foi realizado em 2013, na cidade de Cusco, e contou com a participação de mais de 100 organizações reconhecidas como Ponto de Cultura. Neste espaço, as organizações puderam conhecer-se, reconhecer-se, identificar necessidades e potencialidades, assim como compartilhar diversas metodologias e aprendizados. Também durante este encontro se discutiu e aprovou a proposta de Anteprojeto de Lei de Promoção dos Pontos de Cultura, apresentada ao Congresso da República do Peru no primeiro trimestre do ano passado.

 

Este II Encontro vem sendo construído participativamente com mais de 30 representantes de Pontos de Cultura em nível nacional. Dentro da programação há espaços para o reconhecimento entre as/os membros da Rede Nacional de Pontos de Cultura, a reflexão e o balanço da gestão de Pontos de Cultura, oficinas e mesas de diálogo, assim como momentos de proposta e construção de ações estratégicas que permitam a implementação da Lei n° 30487, Lei de Promoção dos Pontos de Cultura.

Nos dias 13, 14 e 15 de outubro, as/os representantes das organizações vão se reunir na sede central do Ministério de Cultura. A partir do vocábulo quechua Yanapanakuy, que significa ajudar-se mutuamente, busca-se que este espaço contribua para o fortalecimento da Rede Nacional de Pontos de Cultura, tendo como princípios básicos o respeito, o diálogo e a ajuda mútua.

Durante o II Encontro Nacional de Pontos de Cultura será realizada também a 7ª Reunião do Conselho Intergovernamental do Programa Ibercultura Viva.  Esta reunião terá como objetivo discutir a elaboração do plano estratégico trianual 2018-2020.

Fonte: Puntos de Cultura – Ministerio de Cultura de Perú

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27

set
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro VEDI.bio: conectando jovens através da arte, da criatividade e das novas tecnologias

Em 27, set 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos:  Comunidad VEDI

O que aconteceria se jovens ibero-americanos se juntassem por alguns dias em um geoparque para oferecer propostas de soluções a problemas do meio ambiente utilizando técnicas de design e arte digital? A resposta está em um punhado de iniciativas que mesclam artivismo, performance, fotografia, vídeo, reciclagem e muito más, criadas ao longo de duas semanas no 1º Encontro Internacional VEDI.bio, no Geoparque da Costa Vasca (Espanha).

O projeto, um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016, foi composto de duas partes. A primeira, de 1 a 7 de setembro, foi um encontro com os “pontos focais VEDI” latino-americanos. A segunda se deu de 7 a 13, com a inclusão de um grupo de jovens que vivem no País Basco.

 

Guillermo Maceiras (“Guille”), cofundador e coordenador pedagógico-criativo da Associação Ventana a la Diversidad (VEDI) – uma rede colaborativa que conecta jovens de diversas raízes culturais através da arte, da criatividade e das novas tecnologias –, explica que os pontos focais VEDI na Ibero-América são pessoas que participaram das experiências de Ventana por toda a região e que continuaram sua relação com a associação, como voluntárias e facilitadoras “cocriativas” em suas comunidades.

“O encontro trata de avançar na coaprendizagem e no codesenho de novas metodologias cocriativas” (sim, eles gostam de “co”), afirma Guillermo, ressaltando que as pessoas participantes têm montado oficinas de arte e criatividade para envolver suas comunidades e oferecer propostas de soluções a problemáticas vinculadas ao meio ambiente.

 

Os temas

Estava prevista a abordagem de três temas: 1) os resíduos não biodegradáveis, em especial o plástico, e como afetam a salubridade nas comunidades e oceanos; 2) a perda de ecossistemas, especialmente habitats naturais para a biodiversidade; 3) o abandono de práticas e conhecimentos originários (tradicionais e modernos) respeitosos com o meio ambiente.

“Os pontos focais passaram uma semana hipercriativa, desenhando algo como o trio de metodologias que em princípio esperávamos. Depois foram fusionando, modificando, moldando… até chegar a duas ideias que estão realmente interessantes”,  comentou Guillermo durante o encontro.

Os trabalhos

Uma das ideias é Plasticópolis, uma série web experimental de ficção científica, que será criada colaborativamente em diferentes lugares do planeta, descrevendo situações de um futuro distópico em que uma grande corporação vem desenvolvendo um aditivo que converte o plástico em comestível… ainda que altamente viciante. “Diferentes grupos VEDI, em diversos lugares do planeta, criarão os capítulos, fazendo crescer este universo de maneira autogerida e descentralizada. Os próximos capítulos serão rodados em Yucatán e Guatemala”, adianta o coordenador.

O outro trabajo é Sonora Resiliente, “um exercício de inteligência coletiva que criará a melodia resiliente do planeta em cada um dos lugares onde se celebre. Será composto de uma oficina de ‘codesenho’ de artefatos sonoros com materiais menosprezados e gravações de campo que evocam a essência de um lugar, várias dinâmicas ‘cocriativas’ e, finalmente, uma plataforma sonora-visual como um enxame colaborativo”. Os trabalhos serão publicados no site de Ventana e em sua página no Facebook.

As etapas

Os participantes da primeira etapa chegaram à Costa Vasca nos dias 1 e 2 de setembro, provenientes de países como Chile, Peru, Colômbia, México e Guatemala, a maioria com o apoio de IberCultura Viva. (Além do programa, o encontro contou com a ajuda de Unesco Etxea, com fundos do Governo Basco e da Diputación Foral de Gipuzkoa.)

A segunda parte do encontro, iniciada no dia 7, seria para que este grupo diverso pusesse em prática o desenhado junto a um grupo de jovens do País Basco. “Uma espécie de prova-piloto daquilo que tinham desenhado, com o atrativo de ter que fazê-lo com um grupo de jovens de uma cultura que não é a sua. Isso é parte do coaprendizado, já que VEDI sempre busca ‘conectar’ pessoas de diferentes culturas em um mesmo processo criativo”, afirma o coordenador, ressaltando que esta conexão não é apenas os/as participantes, e sim com o resto da equipe (facilitadoras, gestoras, etc.)

Entre os 12 jovens que chegaram para a segunda etapa havia gente do País Basco espanhol, do País Basco francês, de Mallorca, de Valencia… e também do México e da Colômbia (neste caso, vivendo na Europa há um tempo).

A plataforma

Ventana a la Diversidad, a plataforma em que se insere esta iniciativa, tem como meta promover um diálogo através da arte, no qual se manifeste a ideia da criatividade como ponte de entendimento entre as culturas e fonte de inovação em qualquer âmbito da sociedade. “Defendemos que toda solução para o futuro de nosso planeta deve ser criativa e estar baseada na colaboração, afirmam.

Em busca de criatividade para um mundo mais colaborativo, a Comunidade VEDI reúne jovens de diferentes culturas para que juntos possam criar desde poesia expandida através de vídeo e música, até documentário observacional, passando por artefatos de animação que se constróem com materiais reciclados, acessíveis em qualquer comunidade.

A plataforma nasceu graças ao apoio do Fundo Internacional para a Promoção da Cultura da Unesco (2013), que selecionou este projeto inicialmente centrado em quatro países: Guatemala, Peru, Espanha e Indonésia. Desde então a rede chegou a facilitar mais de 45 experiências de criatividade colaborativa para um total de mais de 450 participantes de 17 países, a maioria da América Latina.

Video: Birin Sui

Saiba mais: https://www.facebook.com/ventanaaladiversidad/

26

set
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Costa Rica anuncia os 21 projetos selecionados no terceiro edital de Pontos de Cultura

Em 26, set 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Texto e fotos: Comunicación Dirección de Cultura MCJ-CR  

Intercâmbios de saberes, salvaguarda do entorno natural e cultural, festivais comunitários, arte em comunidades vulneráveis, apropriação de espaços públicos no centro de San José, e até um intercâmbio entre povos originários do sul de Costa Rica e Panamá, formam parte dos 21 projetos selecionados na terceira edição do fundo “Puntos de Cultura”, em Costa Rica. Os projetos começam a ser executados em novembro deste ano e seguem até o final de 2018.

O fundo, administrado pela Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude, é um programa de estímulos e sinergias dirigido ao fortalecimento das organizações, redes, iniciativas coletivas e espaços socioculturais vinculados com a promoção da diversidade cultural, da economia social solidária e da salvaguarda do patrimônio cultural e natural.

“Para minha organização, ser selecionada como Ponto de Cultura é uma forma de fazer democracia, é uma forma de empoderar as mulheres, é um respaldo a todo este esforço cultural que as mulheres rurais viemos fazendo toda a vida”, ressaltou Matilde Gómez, representante da Red Sancarleña de Mujeres Rurales.

A terceira edição deste fundo concursável recebeu 43 propostas de projetos, dos quais foram selecionados 21 como ganhadores. Eles devem ser executados durante o período 2017 – 2018.

As organizações socioculturais selecionadas receberão um valor máximo de 10 milhões de colones (o equivalente a 17 mil dólares), segundo as necessidades e os orçamentos estabelecidos nos projetos. No total, serão entregues 190,5 milhões de colones (cerca de 330.000 dólares), distribuídos entre os 21 projetos.

Os projetos ganhadores estão distribuídos nas seguintes categorias:

  • Cultura para o Bem Viver: 7 projetos
  • Meios e Propostas de Comunicação Comunitária: 1 projeto
  • Arte para a Transformação Social: 8 projetos
  • Fortalecimento Organizacional: 5 projetos

A execução dos projetos selecionados beneficiará a uma grande variedade de comunidades de San José (5), Heredia (2), Limón (1), Zona Sur (2), Nacional (1), Zona Norte (4), Puntarenas (3), Cartago (1) y Guanacaste (2).

Uma das grandes apostas desta edição é o projeto da Asociación de Artistas y Creadores de Monteverde, cujo objetivo consiste em desenvolver nos grupos e iniciativas culturais existentes em Monteverde capacidades de planejamento, gestão cultural e integração de esforços, com o fim de contribuir para a integração de uma comunidade com alta diversidade e riqueza de expressão artística.

“Puntos de Cultura acredita que a melhor maneira de propiciar a vitalidade dos processos culturais comunitários é apostando nestas iniciativas e projetos, que existiam desde antes, desenvolvidos por grupos, redes e distintos tipos de organizações socioculturais. É nessa força viva que nasce a possibilidade da transformação cultural e o cuidado da convivência, da identidade e do ambiente.  Além disso, Puntos reforça os direitos culturais ao reconhecer o protagonismo da participação civil”, destaca Fresia Camacho, diretora de Cultura do Ministério da Cultura e Juventude.

A escolha dos projetos foi realizada pela Comissão Selecionadora, composta por representantes da Direção de Cultura do MCJ, universidades públicas e organizações culturais inscritas no SiCultura (Sistema de Informação Cultural do MCJ).

Projetos selecionados

  1.    Asociación Cultural de Guácimo Respirarte, com o projeto “Desde la raíz articulando arte y comunidad”, na provincia de Limón.
  2.    Asociación Para el Desarrollo Empresarial para las Mujeres de Acosta, com o projeto “Creando espacios socioeducativos y culturales en la casa de la mujer de Acosta”, na provincia de San José.
  3.    Asociación de Desarrollo Integral San Jerónimo de Esparza, com o projeto “Semillas Artísticas Esparzanas”, na provincia de Puntarenas.
  4.    Liceo Ambientalista, com o projeto  “Aula a cielo abierto para el desarrollo de una cultura ambiental”, no cantão de Sarapiquí da provincia de Heredia.
  5.    Guanared, com o projeto “El telar en movimiento”, de alcance nacional.
  6.    FECON (Federación Costarricense para la Conservación del ambiente), com o projeto “Cultura, árboles, semillas”, na Zona Norte.
  7.    World Vision Costa Rica, com o projeto: “Pazarte: Transferencia de la cultura de paz entre jóvenes utilizando la comunicación y el arte como vehículos de promoción social”, na Zona Norte.
  8.    Asociación Administradora del Acueducto Rural de Poás y Barrio Corazón de Jesús, Aserrí, com o projeto “Recreos Pasados por Agua II edición 2018” em San José.
  9.    ADEPA, com o projeto “Santo Domingo Cultural”, em Heredia.
  10.  Pausa Urbana, com o projeto “La noche vive la plaza”, em San José.      
  11.  ARS Monteverde, com o projeto “Tejiendo Cultura en Monteverde”, em  Puntarenas.
  12. Asociación Renuevos com o projeto   “Generando procesos de autoencuentro y autoconocimiento para los niños, niñas y jóvenes de la Carpio”, em San José.
  13.  Asociación Patriótica Específica de Purral, com o projeto “Fortalecimiento de la Casa de La Cultura Purral APEP II Etapa”, em  San José.
  14.  Asociación Cámara de Turismo Río Zapote, com o projeto “Fiesta Cultural Upala Casa Grande”, na Zona Norte.
  15.  FUNLEER, com o projeto “Verde que te quiero verde”, em  Cartago.
  16.  Asociación de desarrollo para la inclusión social y vida independiente de las personas con discapacidad del Cantón de Coto Brus, Puntarenas, com o projeto “La discapacidad en vuelo”, na Zona Sur.
  17.  Asociación de Desarrollo Especifica de Cultura Popular de Playas del Coco, com o projeto “El Coco, Construyendo Cultura”, em  Guanacaste.
  18.  Asociación Red Sancarleña de Mujeres Rurales, com o projeto “Santuario de Semillas como la Gastronomía Rural”, na Zona Norte.
  19.  Mujeres Mano de Tigre, Orcuo Dobön, com o projeto “Fortalecimiento de la Cultura Térraba”, em  la Zona Sur.
  20.  La voz de Guanacaste, com o projeto “Cine en mi Barrio” en Guanacaste.
  21.  Asociación de Desarrollo Integral Isla de Chira, com o projeto “Aula Cultural e Interactiva Isla de Chira”, em Puntarenas.

Mais informações: puntos@dircultura.go.cr

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25

set
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Redes uruguaias realizam o 1º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária

Em 25, set 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Cobertura colaborativa/Media Red

Cerca de 150 pessoas participaram do Primeiro Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária do Uruguai, realizado nos dias 16 e 17 de setembro na cidade de Las Piedras, departamento de Canelones. “Foram duas jornadas de trabalho efetivo e muito entusiasmo”, conta Walter Ferreira, um dos organizadores do encontro, selecionado entre os projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016.

O lançamento oficial se deu no Monte de la Francesa na sexta-feira, 15 de setembro. Com a presença da Murga Agarrate Catalina, foram abertas as duas jornadas nas quais as discussões giraram em torno de três eixos: “Formação em gestão e financiamento de projetos culturais”; “Convivência, inclusão, participação e redes”; e “Políticas culturais comunitárias de caráter latino-americano”.

Estiveram presentes autoridades estatais da Direção Nacional de Cultura, do Ministério de Desenvolvimento Social, da Comuna Canaria e do Programa Esquinas de la Cultura, da Intendência de Montevidéu.

 

 

Latino-americanos

Esta é a primeira vez em que são convocados coletivos de cultura comunitária de todo o país, retomando e ampliando uma tarefa que começou em 2013, quando 12 coletivos uruguaios viajaram para La Paz (Bolívia), e desde este primeiro Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária vêm trabalhando em encontros locais e regionais, com o fim de somar o Uruguai ao contexto latino-americano da Cultura Viva.

O chamado foi feito pela Red Cultura Viva Comunitaria Uruguay, junto à Red Metropolitana de Cultura, uma rede local que trabalha há anos em articulação com operadores estatais e políticos. O evento buscou reunir todos os coletivos e/ou participantes interessados na construção de políticas culturais que contribuam com formas de vida e trabalho comunitárias e coletivas no Uruguai.

Um dos objetivos do encontro era reunir aportes para o 3° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado de 20 a 25 de novembro em Quito, Equador. A dimensão latino-americana esteve presente em parte da programação, por meio de militantes da Cultura Viva, que pagaram os próprios traslados para chegar a Las Piedras, do Brasil e de Córdoba (Argentina), entre eles Alexandre Santini (ex-diretor de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil), e Alejandro Miraglia (Nodo Cultural Córdoba), que aportaram dados de uma realidade complexa, na qual se insere o 3º Congresso Latino-americano.

 

Construção coletiva

“Um dos elementos centrais presentes no debate foi a tensão entre Estado-sociedade civil organizada, já que no Uruguai o Estado tende a estar onipresente e muitas vezes funciona como mediador da participação direta dos cidadãos”, comenta Ferreira.

“O Ministério de Educação e Cultura está trabalhando na implementação do Programa Puntos de Cultura, o que significaria um complemento importante para as políticas estatais de base comunitária”, ressalta. “Por isso a importância de que as organizações trabalhem em redes de forma independente e aportem conteúdos singulares a este tipo de políticas, que sem a participação real dos cidadãos correm o risco de empobrecer-se ou desvirtuar-se”.

O lançamento do registro dos Puntos de Cultura do Uruguai se deu no dia 26 de maio de 2017, com a abertura das inscrições para as organizações, movimentos, associações, cooperativas, coletivos ou agrupações culturais da sociedade civil que trabalhem em nível comunitário, sem fins lucrativos, com um mínimo de um ano de atividades ininterruptas.

As inscrições para o registro, que estarão abertas até 29 de dezembro na plataforma culturaenlinea.uy, marcam o início do que pretende ser uma construção coletiva – do governo uruguaio com a sociedade civil – de um programa Puntos de Cultura no país.

 

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18

set
2017

Em Notícias

Por IberCultura

A potência do coletivo: Encontro de Redes de Culturas Comunitárias da Argentina

Em 18, set 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Texto: María Emília de la Iglesia*

Fotos e videos: Cooperativa La Comunitaria

 

Nos dias 9, 10 e 11 de setembro de 2017, organizações argentinas independentes e autogeridas puderam se encontrar e trabalhar em articulações concretas para consolidar e ampliar o movimento nacional de culturas vivas comunitárias a partir das práticas.

O Encontro Nacional de Redes de Culturas Comunitárias funcionou como baliza na construção cultural comunitária da Argentina. Durante três dias de debate e intercâmbios, reuniu mais de 90 organizações culturais comunitárias de 15 redes nacionais, locais e regionais de 18 províncias, com mais de 400 participantes que se encontraram em América, distrito de Rivadavia, uma zona rural da província de Buenos Aires, no limite com a província de La Pampa, a 550 km da capital federal.

A Cooperativa “La Comunitaria” foi a organização anfitriã deste encontro, que contou com o apoio de diversos programas de governo, como Ibercultura Viva, Programa Puntos de Cultura e Municipalidade de Rivadavia, além do apoio de instituições como escolas públicas da cidade, clubes, cooperativa elétrica e comércios locais, e também com recursos de organizações culturais comunitárias como Culebrón Timbal, Fundación Che Pibe, e organizações que financiaram os próprios traslados e estadias.

Foram três dias em que primaram a construção, a confiança e o intercâmbio. A abertura foi realizada ao ritmo da América Latina com Los Pequeños Grandes Músicos. Depois dos agradecimentos por parte de La Comunitaria, redes históricas do movimento de Cultura Viva compartilharam com as novas redes e grupos a história desta construção continental que tem como protagonistas 17 países da América Latina.

 

 

Participaram da mesa de abertura Ricardo Talento, da Red Nacional de Teatro Comunitario; Pablo Antonini, presidente da Federación Argentina de Radios Comunitarias (FARCO); Carla Delzart, da Red Nacional de Murgas; Silvia Bove, pela Red de Cultura Viva de Chacras de Coria; Alexandre Santini, um dos integrantes do movimento latino-americano de CVC do Brasil, e María Emilia de la Iglesia, pela Cooperativa La Comunitaria, expondo os objetivos do encontro.

Sob um persistente chuvisco, 400 almas dirigidas por Chilly Ruiz cantamos “Razón de vivir”, de Víctor Heredia. “Não somos o papel picado na festa dos ricos, viemos construir conhecimento”, disse Cristina Terzaghi, em relação a como concebe a articulação entre  universidade, povo e arte pública, dando assim por inaugurado um imponente mural na sede de “La Comunitaria”, chamado “A potência do coletivo”, realizado pela APIM (Área de Práctica e investigación Mural) da Faculdade de Belas Artes da Universidade Nacional de La Plata, espaço que Terzaghi coordena.

À tarde se apresentou a Murga Tirados a la Marchanta de Trenque Laúquen, que exigiu em seus versos a aparição com vida de Santiago Maldonado, reclamo que teve eco em todos os presentes. A cosmovisão dos povos originários esteve neste encontro com a presença da comunidade Toba QOM, Ranquel, Mapuche e Huarpes. Os círculos de articulação e debate se deram em torno a sete núcleos temáticos, atravessados por um mesmo eixo, “Ser comunitário”: Arte e Transformação social; Economias Sociais, Populares e Colaborativas; Educação e Criação; Comunicação; Gestão, Autogestão e Criatividade; Cultura, Políticas Públicas, Legislação e Democracia Participativa; Meio Ambiente e Natureza. “Les Merequetengues”, de Hurlingham, apresentaram sua obra teatral comunitária, que em estilo grotesco narra a relação dos criollos e ingleses na fundação da cidade.

 

À noite se realizou um festival comunitário com expressões culturais muito variadas, a partir de tambores africanos (Toques y Tumbas) que iniciaram a celebração chamando o “Quilombo” (lugares de organização, liberdade e resistência dos povos africanos). Em seguida vieram a Agrupación Alborada, com o selo da dança folclórica local, a voz dos jovens e suas novas formas e tomada da palavra com Amuleto Squad (hip hop), a voz e o violão de Juan Ignacio López (Hurlingam), o malambo de mulheres da Academia Poncho Negro, mostrando desde uma perspectiva de gênero que se pode questionar também o status quo e o machismo nas tradições. Los Pala Bombos realizaram uma caravana de bumbos legüeros integrando ao ritmo da chacarera uns 20 tocadores de bumbo de todas as gerações e condições sociais.

 

Com a presença de mais de 500 pessoas, a noite foi encerrada pelo grupo de General Pico, La Pampa “Los Tinku” (o significado da palavra quechua “tinkuy” é “encontrar-se”). A emoção dos presentes demonstrava que eles estavam vivendo um verdadeiro encontro com esta mescla de ritmos, vozes, mãos e abraços, coroando com muita força o primeiro dia.

A manhã de domingo (10) despertou com uma chuva torrencial que não impediu os presentes de debater em torno de intercâmbios possíveis entre os grupos, linhas de trabalho concreto, gerando cruzamentos reais entre os participantes para construir o “depois do encontro”.

 

Passado o meio-dia, foi servido um churrasco comunitário, mais de 300kg de carne foram assados pelos organizadores, desafiando o clima. À tarde, depois das conclusões dos grupos, as organizações expuseram objetivos significativos de seus grupos. Na cerimônia, uma companheira da Comunidade QOM Toba cantou umas coplas em sua língua relacionadas ao amor entre os presentes e como a rede se alimenta desse amor. A jornada continuou com oficinas de formação em: lúdica, gênero e brincadeiras na dimensão das culturas; produção musical, danza colectiva, introdução ao desenho e gestão de projetos.

À noite os espetáculos trasladaram-se ao Cine Teatro da cidade, onde foi apresentado Fuera de Foko Crew (Crear Vale la Pena), um impressionante espetáculo de dança, hip hop, em que são narradas as violências vividas nos bairros e vilas, em contraste com a potência da criatividade juvenil e feminina para gerar outras narrativas nestes mesmos territórios. Também se apresentou a obra de La Comunitaria “Se cayó el sistema, disculpe las molestias” (“Caiu o sistema, desculpe o incômodo”), com 60 vizinhos atores em cena, aplaudidos de pé por mais de 500 pessoas presentes na sala. Finalmente, a noite mágica de domingo foi encerrada com Pampa Afro, grupo de dança e percussão africana.

No último dia do encontro os participantes se dividiram em quatro circuitos paralelos:

Um grande grupo ficou em América e participou da Reunião Preparatória do 3º Congresso Latino-americano, que será realizado em novembro no Equador. Nesta reunião, Eduardo Balán, do Culebrón Timbal; Diego Benhabib, representando a presidência do programa IberCultura Viva, e Alexandre Santini, pelo movimento de cultura viva brasileira, deram informação geral do encontro e falaram sobre apoios concretos ao Congresso a partir dos Estados. Depois todos os presentes passaram a trabalhar em conjunto sobre o documento e os mandatos que a caravana argentina levaria ao Equador. À tarde veio o espetáculo da companhia Sin Rueditas de Saladillo, província de Buenos Aires.

Ao mesmo tempo, na cidade de General Pico, La Pampa (90km distante de América), percorreu-se a experiência do MTE, conhecendo sua horta, a bloquera (máquina que fabrica blocos de cimento) e a fábrica têxtil, o Centro Cultural Carlos Berg, e compartilhando oficinas de La Comunitaria e uma obra teatral de Carlos Tejedor.

Enquanto isso, no povoado de González Moreno, com 2.000 habitantes, a uns 55km de América, era a vez da oficina de lúdica a cargo de Convocados por Lúdica de La Plata, de uma obra teatral do Grupo Globos Rojos de Pehuajó, além das oficinas de ofícios de La Comunitaria e do Centro Cultural Sobrerrieles.

No último percurso, a 20km da cidade-sede do encontro, o grupo se dirigiu ao povoado de Fortín Olavarría, de 1.300 habitantes, onde a Compañía Titiritezca de Villa Fiorito apresentou “Carlitos Pescador” para as crianças, e Clelia Andrada deu uma oficina de teatro de bonecos, além de oficinas de carpintaria, ferraria e outros espaços de La Comunitaria.

 

Um monte de gente começava a ensaiar a retirada em um sem-fim de abraços. Ao ritmo de chacareras santiagueñas, salteñas e riojanas, e com uma merenda, esperou-se a concentração final para compartilhar as conclusões do Encontro Nacional de Redes de Culturas Comunitárias, num daqueles momentos em que custa despedir-se pela potência do vivido…onde brotam as emoções.

A bandeira imensa que durante o encuentro foi transformada pelas organizações presentes em um mapa da Argentina marca o rumo…de tudo o que resta por fazer juntos como movimento nacional e de como levar toda esta potência coletiva vivenciada estes dias ao Equador, de 20 a 25 de novembro, para construir com os hermanos latino-americanos o destino do Movimento Continental de Cultura Viva Comunitária.

 

*María Emilia de la Iglesia é integrante da Cooperativa La Comunitaria, organização anfitriã do encontro.

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05

set
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro Nacional de Redes de Culturas Comunitárias: três dias de debates, oficinas e espetáculos na Argentina

Em 05, set 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Texto: Cooperativa La Comunitaria

 

Em 9, 10 e 11 de setembro, em América, Rivadavia, Província de Buenos Aires (Argentina), nos propomos a:

Sair do umbigo e nos olharmos. Encontrarmo-nos nas práticas e refletir. Mandar para longe a queixa e colocar a cabeça e o corpo na construção. Dar-nos a possibilidade de vincular diversas trajetórias, formas organizativas e pensamentos. Ter o valor de construir e reconstruir confianças. Recuperar o caminho transitado por nossas redes de culturas vivas comunitárias. Reconhecer nossas potências, limitações e tensões. Revisar que coisas da cultura dominante reproduzimos em nossas organizações e construções comunitárias. Que horizonte comum têm nossos grupos e redes e quais serão as estratégias e formas que devemos nos dar nestes tiempos. É possível alargar o sentido do público?, nos relacionamos com o Estados sem perder liberdade e autogestão? Podem os Estados desenhar e implementar políticas públicas e legislação cultural com as próprias comunidades?

Seremos capazes de construir um movimento cultural comunitário? Seremos capazes em nosso cotidiano, em nossos territórios e desde nossas diversas realidades, nos organizarmos para acender fogos que abriguem a todos, que deem sinais de cuidado mútuo, criatividade, autonomia e amor à vida? Ensaiamos respostas em nível regional, nacional e latino-americano e desejamos contribuir com uma narrativa em que nossas energias vitais e saberes comunitários sejam postos para prefigurar novas desmesuras coletivas.

Este encontro contará com representantes de organizações e redes culturais de todo o país. Serão três dias compartilhando experiências dinamizadoras e círculos de visão sobre diferentes núcleos temáticos; espetáculos representativos das organizações culturais comunitárias e atividades permanentes de mapeamento, mostra fotográfica e feira.

Todos os nossos acordos e debates construirão uma plataforma para ser compartilhada pela caravana argentina que nos representará no 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária em Quito, Equador, de 20 a 25 de novembro de 2017.

 

Eixo transversal: Ser comunitário hoje

 

Eixos temáticos:

1) Arte e transformação social

2) Educação e criação

3) Comunicação

4) Cultura, natureza e ambiente sustentável

5) Economias sociais, populares e colaborativas

6) Gestão, autogestão e criatividade

7) Políticas públicas, legislação e democracia participativa

 

Fonte: https://www.lacomunitaria.com.ar/

 

Confira o programa do encontro

 

04

set
2017

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

IberCultura Viva lança Edital de Mobilidade: rumo a Quito

Em 04, set 2017 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

O programa IberCultura Viva abre inscrições nesta segunda-feira (04/09) para o Edital de Mobilidade 2017, dirigido às organizações interessadas em participar do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado de 20 a 25 de novembro em Quito, Equador. O evento é organizado pela Rede de Cultura Viva Comunitária do Equador e tem como um de seus principais objetivos trabalhar o “Ser comunitário”.

Poderão participar do edital representantes de organizações/coletivos que trabalham com cultura de base comunitária nos países membros do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. Cada organização/coletivo poderá apresentar uma pessoa candidata.

Serão levados em conta na avaliação a experiência da organização em ações culturais comunitárias e o histórico de participação em processos de articulação de redes em âmbito nacional e/ou internacional, além do perfil da pessoa candidata.

O formulário de inscrição deverá ser completado exclusivamente on-line, incluindo o envio de anexos, e não serão aceitas apresentações que tenham data de chegada anterior a 19 de novembro e data de regresso posterior a 26 de novembro de 2017.

O prazo de inscrição termina em 1º de outubro, às 23h59, considerando o horário oficial de Buenos Aires, Argentina (atualmente, o mesmo de Brasília). O resultado final será divulgado no dia 10 de outubro.

Passagens + inscrição

Será destinado um total de US$ 45 mil para a compra de passagens aéreas. As pessoas selecionadas receberão a passagem de ida e volta, o seguro de viagem e a taxa de inscrição ao congresso. O Edital de Mobilidade não inclui hospedagem nem alimentação. As pessoas selecionadas poderão fazer uso do espaço de camping e participar das comidas comunitárias incluídas na inscrição, ou resolver sua hospedagem e alimentação por seus próprios meios.

A rede organizadora do congresso tem previstas uma área para acampamento e alimentação comunitária. Também facilitará o acesso a hotéis que se encontram a 2km do lugar onde serão desenvolvidas as atividades centrais do evento. O custo dos hotéis não está incluído na taxa de inscrição.

Existem duas modalidades de inscrição ao 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária: os que pagam US$ 35 têm acesso às atividades, e os que pagam US$ 70 têm acesso às atividades, à zona de camping e à alimentação. O programa IberCultura Viva pagará a modalidade de inscrição que inclui camping e alimentação.

Para mais informações e acesso ao edital e ao formulário de inscrição:

 

Edital de Mobilidade IberCultura Viva 2017

Inscrições aqui (formulário online): https://bit.ly/2x5areL

Consultas: programa@iberculturaviva.org

Saiba mais sobre o congresso:

https://congresolatinoamericano.cvcecuador.com/

https://www.facebook.com/events/1167652626651831/

 

30

ago
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro de Pontos de Cultura em Costa Rica dá início ao intercâmbio de gestores públicos

Em 30, ago 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

(Fotos: DirCultura/MCJ)

A primeira experiência de intercâmbio entre países integrantes do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva se deu em San José, Costa Rica, de 10 a 14 de julho. Diego Benhabib e Estefanía Lay Guerra, coordenadores dos programas Puntos de Cultura da Argentina e do Peru (respectivamente), participaram de um encontro de Pontos de Cultura costarricenses que reuniu representantes da sociedade civil e membros das equipes dos Departamentos de Fomento Cultural e Promoção Cultural da Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude.

A proposta de trabalho colaborativo teve como eixo central a possibilidade de servir de base para a criação de uma rede de Pontos de Cultura em Costa Rica. “O objetivo foi trocar experiências e conhecimentos, saber como se formaram as redes na Argentina e no Peru, e que os gestores dos Pontos de Cultura em Costa Rica também pudessem comentar como os imaginam”, comentou Irene Morales, coordenadora do Departamento de Fomento Cultural, que esteve presente neste espaço de diálogo ao lado de Fresia Camacho Rojas, diretora de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude.

A peruana Estefanía Lay e o argentino Diego Benhabib

Trabalho conjunto

A reunião de capacitação constou de três dias de trabalho. Para o argentino Diego Benhabib, o encontro permitiu um diálogo sobre como armar a rede nacional de Pontos de Cultura em suas distintas fases e componentes, que vão desde as convocatórias até a metodologia.

“Viemos para contribuir com nossa experiência na Argentina, pois no ano passado formamos a Comissão Nacional de Pontos de Cultura, que é um âmbito de representação da Rede Nacional de Pontos de Cultura, hoje em dia com 650 organizações participantes”, detalhou Benhabib.

O objetivo de tal comissão é trabalhar em conjunto com o programa Pontos de Cultura para melhorar a política e participar de um Conselho Comunitário que se proponha pensar uma política nacional de cultura comunitária a médio e longo prazo.

Por sua parte, Estefanía Lay, coordenadora de Projetos e Gestão Cultural para Pontos de Cultura do Ministério de Cultura do Peru, ressaltou que foi uma experiência proveitosa, que permite a cada país a sistematização dos avanços do trabalho de cada entidade.

Estefanía, Diego e Fresia Camacho, diretora de Cultura

 

Lições e recomendações

Segundo Lay, antes do intercâmbio foi feito um balanço dos resultados, que acabou rendendo algumas lições e recomendações. A partir daí, foi possível contrastar a experiência peruana com a da Argentina e a de Costa Rica para ver como se pode adaptar e o que se pode incorporar.

“No caso da Argentina, há um desenvolvimento maior; no Peru, é muito acentuada a ação participativa, e agora temos que dar este salto para a gestão de redes. Costa Rica tem esse ímpeto de querer fazê-lo e aprender com estas duas referências”, destacou Lay.

A gestora peruana também comentou o que considera bonito no programa IberCultura Viva e na lógica das políticas de base comunitária. Para ela, diante dos outros sectores, cuja lógica é “isso é meu, eu sei fazer e não quero que ninguém mais o faça”, os Pontos de Cultura têm como princípio compartilhar as lições do processo e seus avanços para cruzar informação.

Alianças e fortalecimento

Neste encontro na Costa Rica, o objetivo geral foi abrir um espaço de reflexão em nível conceitual e metodológico sobre as implicações de uma rede de Pontos de Cultura (que inclua a informação, a gestão do conhecimento, a comunicação) e os papéis dos atores envolvidos nas etapas do processo.

A Direção de Cultura requer apoio técnico e conhecimento de como tem sido a experiência de construção em outros países de uma rede de Pontos de Cultura, fundamentada na necessidade de constituir-se num espaço de alianças e fortalecimento das organizações socioculturais.

“Mesmo quando as organizações não são aquelas beneficiadas pelo fundo (Puntos de Cultura), seguem sendo parte de um tecido social e cultural que permite um intercâmbio de experiências e conhecimentos, que também gera alianças para fortalecer seus respectivos projetos”, disse Irene Morales.

Para isso, a Direção de Cultura deve criar um mecanismo inicial para a articulação da rede, que depois possa se desenvolver de maneira independente, pois os gestores vão se apropriar de uma parte importante deste processo de inter-relação. “Buscamos construir, de maneira conjunta, uma nova forma de articulação entre o Estado e as organizações, destacou Morales.

De acordo com a coordenadora, as organizações das zonas rurais e inclusive da Grande Área Metropolitana trabalham “com as unhas, com muitas carências econômicas, dando muito de seu tempo”. “Nos parece muito importante que a Direção de Cultura promova esta plataforma de articulação, como um meio para o fortalecimento destas iniciativas”.

 

Ações de intercâmbio

Os processos de intercâmbio dos países membros do Conselho Intergovernamental estão entre as ações estratégicas do programa IberCultura Viva para este ano, com vistas ao fortalecimento institucional das políticas de base cultural comunitária na região ibero-americana. O encontro de Pontos de Cultura na Costa Rica foi a primeira experiência do programa neste sentido.

A segunda se deu também no mês de julho, entre os dias 19 e 28, com a visita da consultora de comunicação do IberCultura Viva a quatro cidades do Chile (Santiago, Valparaíso, La Serena e Concepción). Além de encontros com as equipes regionais do Conselho Nacional da Cultura e das Artes (CNCA), houve algumas rodas de conversa com representantes de organizações culturais comunitárias (OCC), com o objetivo de visibilizar as iniciativas desenvolvidas pelas chamadas OCCs nas diferentes regiões do país.

Leia também:

 

Informe – Encuentro Costa Rica-Argentina-Perú

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28

ago
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Programa “Somos Cultura” entra na programação do Canal Iberoamericano

Em 28, ago 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Desde agosto, o programa de televisão Somos Cultura, coproduzido pelo Sistema Nacional de Radio y Televisión (SINART) e a Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude (MCJ) de Costa Rica, faz parte da programação do Canal Iberoamericano (“Sinal que nos une”), e poderá ser baixado na plataforma digital ibe.tv

Somos Cultura nasceu com o fim de levar ao público dos meios estatais de comunicação as dinâmicas e a pluralidade das comunidades, suas práticas sociais, diversidade cultural, história e tradições. O programa convida a audiência a viajar pelas diferentes comunidades do território nacional e conhecer assim a Costa Rica diversa, multiétnica, recheada de expressões culturais.

Para Sylvie Durán Salvatierra, ministra de Cultura e Juventude de Costa Rica, Somos Cultura é parte de um “grupo de projetos virtuosos de articulação entre o ministério, o setor audiovisual e o SINART, que são fundamentais para promover a diversidade cultural do país”. A revista é transmitida desde 26 de agosto de 2016 no Canal Trece (20 na televisão digital aberta), às sextas-feiras, às 19h.

O Canal Iberoamericano – por satélite – e o portal digital ibe.tv são as principais plataformas de difusão do Programa de la Televisión Educativa y Cultural Iberoamericana (TEIb) e da Asociación de las Televisiones Educativas y Culturales Iberoamericanas (ATEI). Foram criados para contribuir com a construção de um relato comum no espaço audiovisual ibero-americano, ajudar a fortalecer o trabalho das televisões de serviço público da região. Ambas as plataformas constituem uma televisão de televisões: uma janela por satélite e uma janela de TV On-line, de estrutura e dimensão ibero-americana.

Fonte: SINART/MCJ

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25

ago
2017

Em Notícias

Por IberCultura

1º Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária: das favelas para o mundo

Em 25, ago 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Vitor Pastana)

“Comunicação comunitária, para quem é da favela, é coisa bem antiga. A gente fazia com os jornaizinhos no mimeógrafo, com as ‘rádios de poste’, (os alto-falantes) que às vezes serviam para avisar um falecimento ou chamar alguém para atender um telefonema no orelhão (telefone público). Hoje, com as mídias sociais, temos muitas possibilidades. Com os grupos de Whatsapp, por exemplo, rapidamente ficamos sabendo o que acontece nas favelas, com fotos e vídeos”, afirmou o jornalista carioca André Fernandes no dia de abertura do 1º Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária (ELACC), que ocupou cinco espaços culturais de Niterói (Rio de Janeiro) de 6 a 9 de julho.

(Foto: Felipe Monteiro)

Fernandes é fundador e diretor da Agência de Notícias das Favelas (ANF), uma das entidades organizadoras do evento, ao lado do Laboratório de Políticas Culturais. Criada em 2001 para levar adiante a luta pela democratização da informação, das comunidades para o mundo, a ANF conta com um jornal, A Voz da Favela, com tiragem mensal de 50 mil exemplares, e um portal, com aproximadamente 400 colaboradores. “A proposta é que esta rede, ao fim deste encontro, saia ainda maior. Que as pessoas deixem a posição de espectadores para serem produtores de conteúdo, autores da própria cidadania”, comentou o jornalista.

Convidados do painel “Experiências de comunicação comunitária na América Latina” (Foto: Fellipe Monteiro)

Neste primeiro painel do encontro (“Experiências de comunicação comunitária na América Latina”), no Cine-Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), estavam presentes os brasileiros André Fernandes (ANF) e Renata Machado (Rádio Yandê), o argentino Eduardo Balán (El Culebrón Timbal), o colombiano Jairo Castrillón Roldán (Corporación Semiósfera), o equatoriano Isaac Peñaherrera (Red CVC Ecuador) e a uruguaia Milagros Lorier (Árbol  TV/ Red CVC Uruguay).

“É muito importante quando a gente encontra pessoas em um espaço político que estão dispostas a nos olhar com respeito. Temos uma história abafada e que as pessoas não imaginam que ela esteja mais viva do que se imagina”, disse Renata Machado, representante da primeira web rádio indígena do Brasil. “Comunicação comunitária é a gente pegar esse microfone, transformá-lo em uma arma e disparar nossas palavras como balas.”

Do debate ao baile

Mais de 1.000 pessoas passaram pelas sete rodas de conversa, mostras e apresentações ao longo dos quatro dias de encontro. Teve baile funk, teve show de João Donato (com Flávio Renegado e Doralyce como artistas convidados), teve mostra de cinema, teve “corujão de poesia”, teve lançamento de livro (Alexandre Santini lançou ali “Cultura Viva Comunitária – Políticas Culturais no Brasil e na América Latina”), teve reunião do Fórum dos Pontos de Cultura do Rio de Janeiro.

No dia 8, a última roda do ciclo de conversas foi “Rumo a Quito – 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária”. Tendo como foco os preparativos do evento, que se realizará em Quito (Equador) de 20 a 25 de novembro, o bate-papo também passou pelas experiências dos congressos anteriores, realizados na Bolívia (2013) e em El Salvador (2015), e pela trajetória do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

Próxima parada: Quito

“Os processos de cultura viva comunitária como denominamos hoje provêm de uma longa luta em nossos territórios”, observou o equatoriano Nelson Ullauri. “Em boa hora as experiências que se deram nos países latino-americanos encontraram um rumo e uma razão para seguir se fortalecendo, que é o Movimento de Cultura Viva Comunitária como tal. O desafio agora é que o Congresso de Quito realmente marque um antes e um depois de todo o processo anterior. Ou seja, que o movimento possa assumir um papel protagonista nas lutas do nosso continente.”

Ao final, o rapper Isaac Peñaherrera, do núcleo de comunicação do Congresso de Quito, lembrou os “tempos complicados para nossos povos”, a importância de estarmos conscientes de “nossas histórias de luta”, e leu o chamamento do evento: “(…) Queremos que este encontro seja água que mobilize os processos organizativos e terra que germine os movimentos sociais autônomos de base. Queremos que nossos territórios de práticas diversas sejam o vento transformador, que não se perca de vista o espírito guerreiro de nossos povos ancestrais”.

(Foto: Vitor Vogel)

Como bem lembrado no “mini-manifesto” do ELAAC, as experiências de comunicação popular e Cultura Viva Comunitária “são milhares, milhões, espalhadas por todo o continente, re-existindo e se reinventando sempre”, e o mundo que queremos já está sendo construído e narrado de baixo para cima.

“Onde enxergam escassez, encontramos abundância. Nos chamam carentes, mas somos potentes. Somos comunicadores comunitários, formados na luta, na resistência das favelas, dos povos originários, comunidades tradicionais, mulheres, negros, jovens, LGBTs e todos aqueles que afirmam sua expressão e conquistaram o direito de construírem suas próprias narrativas e pontos de vista. Somos nosotros por nosotros. (…)”

(Mini-manifesto I Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária)

 

Leia também:

Programação I ELACC

Comunicadores e autoridades participam de abertura do ELACC (por Ludmila Silva)

Corujão da Poesia realiza edição especial no ELACC (por Rosana Roxo)

ELACC: comunicadores de favela se reúnem em roda de conversa (por Charles Monteiro, Rosana Roxo e Yanca Rosa)

ELACC 2017: saberes e fazeres solidários (por Simone Menezes)

Último bate-papo do ELACC discute congresso no Equador (por Charles Monteiro)

ELACC encerra programação com atividades em Niterói (por Charles Monteiro e Rosana Roxo)

Em Niterói (RJ), Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária tem programação até domingo (9)

Na periferia, comunicação comunitária é sinônimo de resistência e memória social

 

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