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11

jun
2024

Em Notícias

Por IberCultura

Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá abre a segunda fase do Programa Distrital de Estímulos

Em 11, jun 2024 | Em Notícias | Por IberCultura

A Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá anunciou nesta terça-feira, 11 de junho, o lançamento da segunda fase do Programa Distrital de Estímulos (PDE), que retorna com novas convocatórias e uma importante oferta de recursos. São mais de 5,6 bilhões de pesos colombianos (cerca de 1,4 milhão de dólares) para promover processos culturais e criativos na cidade.

Esta segunda fase do programa inclui 11 editais e uma bolsa competitiva, num total de 115 estímulos e 33 reconhecimentos para quem avaliará as propostas através do Banco de Especialistas em Cultura. Esta oferta se soma à apresentada em fevereiro, com um orçamento de 7,9 bilhões de pesos colombianos (cerca de 2 milhões de dólares) e 31 convocatórias. 

Santiago Trujillo, secretário de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá, expressou seu entusiasmo por esta iniciativa e destacou que quase 3 bilhões de pesos colombianos desta oferta correspondem a cinco convocatórias com recursos específicos da Lei de Entretenimento Público (LEP). “Até agora a Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes organizou 42 convocatórias com mais de 13,5 bilhões de pesos, através do Programa Distrital de Estímulos. Esses estímulos não só apoiam o crescimento da cena local, mas também promovem a diversidade e a inclusão em todas as expressões culturais e artísticas de Bogotá”, declarou.

Os cinco editais da Lei de Entretenimento Público visam a produção e circulação de propostas de artes cênicas na cidade, de forma a fortalecer os diversos agentes que fazem parte desta cadeia de valor. 

Além disso, estão abertas duas novas chamadas: Bolsa LEP para circulação de grupos musicais nas celebrações de Bogotá e Bolsa LEP Universos de Natal. Esta última pretende ter um palco de qualidade para a circulação de propostas de Natal que vão encher as ruas da cidade de luz, cor e alegria, e assim celebrar as festas de fim de ano com vizinhos, familiares e amigos. 

As outras seis convocatórias vão desde a promoção da sustentabilidade do ecossistema cultural até a circulação de bens e serviços artísticos e culturais. As inscrições estarão abertas a partir de 19 de junho.

  1. EnRED: Bolsa para promover a sustentabilidade do ecossistema cultural e criativo.
  2. Bolsa para ativações artísticas e culturais para apropriação de espaço público nos Distritos Criativos de Bogotá.
  3. Bolsa para circulação de bens e serviços artísticos e culturais nos Distritos Criativos de Bogotá.
  4. Bolsa para promover o posicionamento do ecossistema cultural dos Distritos Criativos de Bogotá.
  5. Bolsa para a circulação “Bogotá Vive la Noche 2024”.
  6. Bolsa Artistas de Classe.
  7. Bolsa LEP para Circulação e Produção de artes cênicas no espaço público de Bogotá.
  8. Bolsa LEP Compartilhe o que você sabe.
  9. Bolsa LEP para circulação de grupos musicais nas celebrações de Bogotá.
  10. Bolsa LEP Bogotá em Cena.
  11. Bolsa LEP Universos Natalinos.

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(Fonte: Secretaría de Cultura, Recreación y Deporte de Bogotá)

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Saiba mais: https://bit.ly/EstímulosII2024 e https://sicon.scrd.gov.co/

Consultas: convocatorias@scrd.gov.co

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Leia também:

Más de $5.6 mil millones para impulsar la cultura en Bogotá con la apertura de la segunda fase del Programa Distrital de Estímulos de la Secretaría de Cultura, Recreación y Deporte

04

jun
2024

Em Notícias

Por IberCultura

MinC lança campanha de celebração dos 20 anos da Política Nacional Cultura Viva

Em 04, jun 2024 | Em Notícias | Por IberCultura

(Fotos: Filipe Araújo/ MinC)

(Texto: MinC)

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Com representantes de Pontos e Pontões de Cultura de norte a sul do Brasil, a ministra Margareth Menezes lançou, nesta segunda-feira (03/06), em Brasília, a campanha Julho Cultura Viva Pelo Brasil, que celebra o aniversário de 20 anos da Política Nacional Cultura Viva (PNCV). 

O lançamento da campanha ocorreu durante o 1º Seminário de Pontões de Cultura – Política de Base Comunitária Reconstruindo o Brasil, evento que reuniu os 42 Pontões selecionados no edital lançado pelo Ministério da Cultura (MinC) para fortalecer a rede Cultura Viva.

“Há 20 anos nascia a Política Nacional Cultura Viva, a maior política cultural de base comunitária que surgiu de um encontro de Pontões de Cultura, no governo do presidente Lula. Nosso presidente não falha em demonstrar seu apreço e sua compreensão em relação à força da nossa cultura popular. É na cultura que reside a alma do povo brasileiro”, lembrou Margareth Menezes. 

A ministra ressaltou, ainda, a potência da PNCV em fortalecer a cultura nos territórios e a pluralidade das expressões culturais do povo brasileiro, além de contribuir para a garantia dos direitos culturais da população. “É uma política que vem, na prática, há 20 anos, direcionando e inspirando a todos nós, que entendemos o valor e a dimensão que a cultura ocupa na construção da sociedade brasileira. Ela nos leva a essa celebração tão simbólica e importante”, completou.

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A campanha Julho Cultura Viva Pelo Brasil é o marco das celebrações dos 20 anos que vão se estender até julho de 2025, quando está prevista a realização da 6ª Teia Nacional – maior encontro de todos os atores envolvidos na implementação da PNCV nos territórios. 

Para este período, o MinC programou uma série de ações organizadas em quatro eixos: memória (lembrar o caminho percorrido), reflexão (debater as conquistas e desafios dessa política), futuro (o que se espera para os próximos 20 anos) e celebração (eventos festivos), como explicou a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, ao apresentar as ações e a identidade visual da campanha.

“Esse é o momento de olhar a memória desses 20 anos; de reflexão sobre o que temos para melhorar; de celebrar porque a Cultura Viva celebra, antes de tudo, um fazer cultural; e a Cultura Viva como uma política de esperança, que fala e olha os ponteiros de cultura como importantes, potentes e a maior rede de educação popular do Brasil”, detalhou.

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Ao participar do lançamento, o secretário executivo adjunto do MinC, Cassius Rosa, lembrou que a Cultura Viva passa hoje por um momento importante, com a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e a disponibilização anual de cerca de R$ 400 milhões da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) para fomentar a Cultura Viva nos municípios, nos estados e no Distrito Federal.

“Pela primeira vez, temos a garantia de recursos para os Pontos de Cultura, uma vitória conquistada por toda a sociedade. Os Pontos de Cultura têm papel estratégico na defesa da política cultural para que ninguém nunca mais ouse acabar com o Ministério da Cultura e com as políticas culturais, que são importantes não apenas no aspecto simbólico e de consolidação das nossas identidades, mas também como um grande vetor de desenvolvimento nas regiões”, afirmou.

Identidade visual da campanha Cultura Viva 20 anos

Para receber as contribuições dos grupos e entidades culturais espalhados pelo país, será disponibilizado na sexta-feira (7/6) um formulário de inscrições das atividades que serão realizadas em julho. O período de cadastramento das agendas seguirá até 30 de junho. Podem ser feitas oficinas, espetáculos, seminários, mutirões, intervenções, aulas, rodas de conversa e de leitura e exposições, por exemplo.

“Vamos celebrar em cada território, comunidade, Ponto de Cultura, estado, município para que a gente possa marcar na base comunitária os 20 anos da PNCV. Essa campanha foi feita em conjunto com a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura e ela só vai acontecer se a rede dos Pontos de Cultura protagonizar e construir esse processo”, convidou o diretor da Política Nacional Cultura Viva, João Pontes.

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Em nome da Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC), Dilma Negreiros fez a leitura de uma carta redigida pelo colegiado. O documento destacou: “É preciso propagar, viralizar o conceito de Cultura Viva para que a gestão pública, em todas as suas esferas, reconheça em cada Ponto e Pontão de Cultura a ferramenta de garantia de acesso ao direito à cultura, que movimenta milhões e transforma a sociedade, liberta o pensamento e protagoniza o invisível e o indizível. (…) Somos protagonistas dessa história e acreditamos na força da cultura dessa nação”.

Os Pontões de Cultura foram representados por Aline Cantia, do Pontão Livro Leitura e Literatura (região sudeste); Alice Monteiro, do Pontão Paraíba (região nordeste); Catarina Melo dos Prazeres, do Pontão de Gênero, diversidade e direitos humanos (região centro-oeste); José Maria dos Reis, Pontão do Pará (região norte); e Suzana Belford, do Pontão Culturas Indígenas e Mãe Terra (região Sul).

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(*) Texto publicado originalmente no site do MinC

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31

maio
2024

Em Notícias

Por IberCultura

Projeto Comarca: o resgate da língua nativa “Woun-meu” por meio da tecnologia

Em 31, maio 2024 | Em Notícias | Por IberCultura

[CENZONTLE]

A região Emberá-Wounaan é um território indígena do Panamá, criado em 1983 a partir de dois enclaves localizados na província de Darién, nos distritos de Chepigana e Pinogana, onde coexistiram ancestralmente dois grupos étnicos: os Emberá e os Wounaan. Cada grupo preservou sua própria cultura, tradições e línguas. Os Emberá falam “Emberá”; os Wounaan, o “woun-meu”. 

Para preservar o woun-meu e o seu legado histórico, bem como reduzir as lacunas educativas, digitais e de gênero ali encontradas, foi criado o “Projecto Comarca”, um dos selecionados na convocatória Cenzontle: Uma Janela para as Línguas Originárias da Ibero- América, lançada em 2023 pelos programas IberCultura Viva e Ibermemoria Sonora, Fotográfica y Audiovisual. 

A iniciativa está capacitando as mulheres Wounaan a se tornarem “escreventes” e usarem a língua nativa para escrever contos, narrar suas histórias e costumes, ou mesmo para se comunicarem no dia a dia, via WhatsApp. Além de fornecer ferramentas tecnológicas que permitam às mulheres escrever na língua originária tanto no celular quanto no computador (teclados físicos e virtuais), o projeto busca educá-las e motivá-las a usar a escrita como meio de expressão pessoal e de resgate cultural, também para que suas tradições não se percam.

No fórum virtual realizado nos dias 21 e 22 de fevereiro, no âmbito do Dia Internacional da Língua Materna, Doris Cheucarama, tradutora Wounaan e membro do Coletivo Comarca, explicou que muitas das mulheres da comunidade, embora continuem a falar woun-meu com os filhos, não sabem escrever as palavras. E as que sabem, até poucos meses atrás não tinham como fazer isso digitalmente, enviando mensagens pelo celular, por exemplo, por falta de um teclado adequado, com os caracteres específicos do seu idioma.

“Há cidades que estão perdendo a língua, as crianças quase não entendem, os pais quase não falam com os filhos na língua materna. Estamos preocupados com a realidade nessa parte. Se não falarmos, poderemos perder a nossa língua e então sentiremos que o grupo Wounaan já não existirá”, comentou Doris Cheucarama no fórum. “Com este projeto percebemos que as mulheres têm interesse em aprender, porque falam a língua, mas não sabem escrever. Fizemos algumas oficinas de um dia, um companheiro mostrou as vogais, como se escrevem, como se traduz, e isso impactou as mulheres que participaram. Ali vimos a necessidade.”

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Problemas e necessidades

O “Projeto Comarca”, portanto, nasceu da necessidade de: 1) Disponibilizar as ferramentas necessárias para a escrita do woun-meu em meio digital, garantindo sua reprodução e utilização cotidiana pela população mais jovem; 2) Promover o desenvolvimento educativo e cultural das mulheres, promovendo as suas competências literárias, pedagógicas e digitais; 3) Promover a apropriação cultural e a geração de memória coletiva através de encontros de cocriação e do desenvolvimento de narrativas literárias coletivas; 4) Mitigar as lacunas digitais e educacionais nas comunidades indígenas.

A proposta baseia-se nos problemas que as mulheres indígenas enfrentam, como o analfabetismo na sua língua materna (e às vezes também no espanhol); a falta de acesso a teclados, fontes ou plataformas que facilitem a escrita na língua originária; a escassez de oportunidades educacionais; a estigmatização do uso da língua fora dos seus territórios; migração para as cidades e a perda geracional de conhecimentos e práticas ancestrais. No caso da língua woun-meu, especificamente, falta documentação escrita para que ela possa ser ensinada às novas gerações.

Na candidatura apresentada à convocatória Cenzontle, o grupo detalha a ideia de aliar o processo de construção da ferramenta tecnológica aos componentes sociais e literários da proposta. Segundo o grupo, o componente social baseia-se em técnicas de educação popular e participativa que reconhecem as mulheres como escritoras, educadoras, criadoras e contadoras de histórias, levando-as a apropriarem-se dos seus processos de aprendizagem. O componente literário, por sua vez, procura promover a expressão cultural e emocional das mulheres Wounaan, a sua formação na escrita tradicional e digital em woun-meu e a divulgação de suas histórias, desejos e costumes.

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Oficinas nas comunidades

O grupo que desenvolve este projeto já conseguiu criar um teclado digital com caracteres para as 20 consoantes e 16 vogais utilizadas na língua woun-meu e realizar oficinas nas comunidades, onde as mulheres fizeram uma análise da história local, do cotidiano, “refrescaram a mente” e narraram sua vida pessoal, inclusive o que ouviam quando eram crianças. O material coletado nessas oficinas estará no livro Maach Wounaan Hiiu: Nossa cultura Wounaan”, em processo de elaboração. “O livro também será uma ferramenta para os professores ensinarem às crianças o que as mulheres narraram, o que ouviram”, disse a professora Doris Cheucarama. 

As oficinas mostraram que a principal motivação dessas mulheres para aprenderem a escrever em woun-meu é poder ensinar seus filhos e filhas a fazê-lo. Segundo a professora wounaan, “falar as línguas maternas é importante porque com elas nos comunicamos, com elas contamos histórias aos nossos filhos, e eles veem que os nossos antepassados ​​contavam essas histórias, e vão se dar conta do que viveram. (…) Esta é a mentalidade que temos para o futuro: que os professores ensinem a nossa língua, e que assim publiquem mais, e que as crianças falem fluentemente. Porque uma língua é como ouro.”

Doris Cheucarama e Chivio Membora no fórum virtual que se realizou no Dia da Língua Materna

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Primeiro contato

No projeto, o coletivo afirma que a primeira aproximação com a comunidade de mulheres Wounaan ocorreu no âmbito do 8º Laboratório de Inovação Cidadã (LABICPA), que se realizou de 18 a 28 de outubro de 2022 na Cidade do Panamá. Graças ao LABICPA, foi realizado um trabalho de formação e intercâmbio com um primeiro grupo de 25 mulheres Wounaan provenientes de áreas urbanas da Cidade do Panamá. Com este grupo foi desenvolvido um protótipo de teclado físico e digital, com o qual Doris Cheucarama e Chivio Membora puderam testar exercícios de tradução do espanhol para woun-meu de algumas histórias criadas pelas 25 pessoas participantes deste primeiro encontro.

Para Chivio Membora, linguista, tradutor e músico da comunidade Wounaan, “foi uma bênção quando este teclado digital foi criado” para que os falantes do woun-meu pudessem se comunicar e conversar com seus pares através de seus celulares.. “Era muito difícil escrevermos, não tínhamos como fazer (sem teclado), só escrevíamos à mão, mas também não era perfeito por causa da grafia. Agora podemos escrever, enviar mensagens e continuar aprendendo”, comentou o linguista durante o fórum virtual, destacando o trabalho conjunto que foi feito com pessoas como o colombiano Sergio Leandro Aristizabal, designer gráfico especializado em tipografia, e o documentarista Jonathan Álvarez.

Em maio de 2023, graças ao apoio do Post Labic, avançou-se no desenvolvimento de uma versão melhorada do teclado digital em woun-meu para celulares ou tablets.  Também foi possível avançar com a elaboração, diagramação e ilustrações da primeira versão do livro digital dos contos criados pelas mulheres Wounaan, assim como a criação da página web básica de onde pretendem difundir o projeto e obter fundos para outros objetivos que ainda faltam conseguir.

Entre as ações previstas está a concepção de recursos audiovisuais e gráficos, de fácil acesso e impressão, para melhorar a aprendizagem da língua Woun-meu da comunidade Wounaan, bem como a tradução de livros educativos (do espanhol para woun-meu), áudios e vídeos instrutivos sobre a linguística. A concepção e produção de conteúdos educativos em woun-meu serão realizadas em colaboração com a comunidade Wounaan, através de um processo participativo e consultivo. 

“A médio prazo procuramos continuar a trabalhar com mais mulheres da etnia Wounaan localizadas em territórios urbanos e rurais. Queremos ter uma visão mais completa dos problemas das mulheres indígenas em seu território e verificar se o protótipo inicial é adaptável às necessidades de acordo com os diferentes contextos”, detalhou o grupo no projeto.

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Quem compõe o Coletivo Comarca

 

  • Doris Cheucarama: tradutora Wounaan e gestora indígena
  • Chivio Membora: Linguista, tradutor e músico da comunidade Wounaan
  • Sergio Aristizabal: Designer gráfico especializado em tipografia
  • Zuly Redondo: Antropóloga especializada em povos indígenas
  • Sharon Pringle: Educadora e escritora popular
  • Jonathan Álvarez: Documentarista e gestor cultural audiovisual
  • Julio Roldan: Programador e engenheiro de sistemas
  • Mari Sarabi: Pesquisadora e economista
  • Víctor Moraes: Linguísta

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Saiba mais sobre a comarca

Com uma área de 4.385 km², a comarca Emberá-Wounaan tem uma população estimada em 9.544 habitantes (censo de 2010), que estão distribuídos em 42 comunidades ao longo das margens dos rios Membrillo, Tupiza, Tuira, Río Sabalo e Jingurundó. Também fora da comarca, em Puerto Lara, Balsas, Jaqué, Sambú e Río Bagre. 

A comarca tem como capital Unión Chocó e é administrada através de uma estrutura de governo democrática tradicional, liderada por um cacique geral e pelo presidente do Congresso Geral das Terras Coletivas Emberá-Wounaan, formado pelos caciques das cinco regiões em que se divide a comarca, escolhidos pelas comunidades. As eleições são realizadas com toda a população adulta das comunidades, e cada uma tem voz e voto. 

A agricultura é a principal atividade econômica, destacando-se o cultivo de banana, milho e tubérculos, como inhame, mandioca e outros. O artesanato, a pesca, a criação de animais caipiras e a coleta de plantas também são importantes na economia local.

Em abril de 2022, Aulina Ismare Opua, com o lema “Uma mulher para um melhor desenvolvimento e unidade do povo Wounaan”, foi eleita chefe do povo Wounaan. Ismare é formada pela Universidade Central do Chile, em Ciências da Educação, professora especializada em Linguagem e Comunicação. Tem se destacado em diversas atividades profissionais e comunitárias, desenvolvendo programas e projetos que visam o fortalecimento do território Wounaan e de outros povos indígenas, jovens e mulheres.

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24

maio
2024

Em Notícias

Por IberCultura

“Cultura e decolonialidade” será o tema da primeira aula aberta do Curso de Pós-graduação em Políticas Culturales de Base Comunitária 2024

Em 24, maio 2024 | Em Notícias | Por IberCultura

A primeira aula aberta da edição 2024 do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária FLACSO-IberCultura Viva será “Cultura e Decolonialidade”, a cargo da colombiana Andrea Neira. Este encontro virtual, que se realizará na próxima quinta-feira, 30 de maio, às 12h (horário de Brasília e Buenos Aires), será transmitido ao vivo no canal do IberCultura Viva no YouTube.

Doutoranda em antropologia na Universidad del Cauca, mestre em Estudos Feministas e de Gênero e assistente social, Andrea Neira foi professora em várias universidades públicas e privadas na Colômbia e coordenadora do Grupo de Trabalho de CLACSO “Epistemologías decoloniales, territorios y cultura”. Atualmente, é pesquisadora do Grupo Interdisciplinario de Estudios de Género (GIEG), da Universidad Nacional de Colombia, onde também é professora convidada para o Mestrado de Estudos Feministas e de Gênero. Faz parte do Coletivo de trabalho “Masculinidades na América Latina. Fricções, fugas e fissuras”. 

Seus temas de pesquisa, atravessados especialmente pelos feminismos negros e pós-coloniais, son: Masculinidades, militarização, conflito armado e processos de reincorporação; Economias alternativas e feministas; Subjetividades juvenis, hip hop e paz; Pós-desenvolvimento e alternativas al desenvolvimento. Em 2019, ela recebeu o Prêmio Jorge Bernal para a Investigação Social.

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Encontros anteriores

As aulas transmitidas pelo YouTube foram uma novidade da edição 2021 do Curso Internacional de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária. A primeira palestra, realizada em 27 de maio de 2021, foi “Cultura: espécies culturais digitais e territoriais“, do professor Omar Rincón (Colômbia). A segunda foi “Gestão cultural dissidente, decolonial, comunitária e feminista“, dada pela guatemalteca Lucía Ixchíu. A argentina Laura Taube ministrou a terceira e última aula aberta do ano de 2021, “Desenvolvimento de públicos para o setor cultural”.

Em 2022 foram realizadas duas aulas abertas: Cultura e Decolonialidade”, com Andrea Neira, e “Como construir tramas poéticas com territórios”, com Paula Mascias. Em 2022, Andrea Neira retornou à sexta turma do curso com Cultura e Decolonialidade, e agora está de volta para mais uma aula. A próxima aula aberta de 2024 será a de Ana Clara Higuera, prevista para 15 de agosto, com o tema “Desenho de política pública cultural/ comunitária”.

Esses encontros virtuais (pelo Zoom) contam com a participação das alunos e alunos matriculados no curso (que podem tirar dúvidas durante a videoconferência) e estão disponíveis no canal do IberCultura Viva no YouTube para quem quiser assistir depois.

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Quando:

Quinta-feira, 30 de maio

9:00 (CRI-MEX-SLV), 10:00 (COL-ECU-PER), 11:00 (CHL-DOM-PRY), 12:00 (ARG-BRA-URY), 17:00 ( ESP)

Onde assistir: https://www.youtube.com/@IberCulturaViva/streams

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20

maio
2024

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

Conheça as 3 propostas do Paraguai selecionadas no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024

Em 20, maio 2024 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

O programa IberCultura Viva anunciou os três projetos do Paraguai selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024. Estas propostas foram anunciadas numa ata complementar à publicada na última sexta-feira, 17 de maio, com 34 projetos selecionados de 11 países. 

O valor total destinado aos 37 projetos selecionados nesta edição é de 189 mil dólares, o maior montante concedido a um Edital de Apoio Redes em 10 anos de programa. Cada projeto selecionado receberá até 5 mil dólares para utilizar nos gastos de produção e comunicação do evento proposto. 

As 37 propostas ganhadoras são provenientes dos 12 países membros do IberCultura Viva: 3 da Argentina, 4 do Brasil, 3 do Chile, 4 da Colômbia, 3 da Costa Rica, 3 do Equador, 3 da Espanha, 2 de El Salvador, 3 do México, 3 do Paraguai, 3 do Peru e 3 do Uruguai. 

Os projetos que obtiveram as pontuações mais altas em cada país foram os selecionados para receber o apoio financeiro. No caso do Paraguai os ganhadores são: o 4º Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária, apresentado pelo Centro de Desarrollo de las Artes y la Cultura Avaré Sumé; “Por uma lei para os espaços culturais no Paraguai”, apresentado pela Red Escucha, e “Inclusão Digital para o Desenvolvimento Cultural no Chaco Paraguayo (IDDC Chaco)”, proposto pela Asociación Melodía para la Promoción de la Educación y la Cultura.

A seleção levou em conta critérios como a adequação aos objetivos estratégicos do IberCultura Viva, os impactos artístico-culturais, econômicos e/ou sociais do projeto, a experiência da rede ou articulação proponente, a avaliação da proposta técnica, e a coerência e adequação do orçamento e do plano de trabalho aos objetivos e estratégias propostos. Os critérios e sua respectiva pontuação estavam estabelecidos no regulamento do edital. 

As redes que foram selecionadas nesta convocatória serão contatadas pela Unidade Técnica do IberCultura Viva nos próximos dias para realizar os trâmites que permitam o pagamento dos recursos financeiros às organizações responsáveis.

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Confira a ata complementar com os projetos do Paraguai

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Leia também:

34 propostas foram selecionadas no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024

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17

maio
2024

Em Destaque
EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

37 propostas foram selecionadas no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024

Em 17, maio 2024 | Em Destaque, EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

(Foto: Luciele Oliveira/MinC)

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O programa IberCultura Viva anunciou os 37 projetos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024. O valor total destinado a esta edição é de 189 mil dólares, o maior montante concedido a um Edital de Apoio a Redes em 10 anos de programa. Cada projeto selecionado receberá até 5 mil dólares para utilizar nos gastos de produção e comunicação do evento proposto. 

Uma primeira lista, publicada na sexta-feira, 17 de maio, trouxe os nomes de 34 propostas provenientes de 11 países membros do IberCultura Viva: 3 da Argentina, 4 do Brasil, 3 do Chile, 4 da Colômbia, 3 da Costa Rica, 3 do Equador, 3 da Espanha, 2 de El Salvador, 3 do México, 3 do Peru e 3 do Uruguai. Outros três projetos, propostos por redes do Paraguai, foram anunciados no dia 20 de maio, numa ata complementar, somando um total de 37 selecionados.

Os projetos que obtiveram as maiores pontuações em cada país participante foram os escolhidos para receber o apoio financeiro. Os dois países que ficaram com 4 vagas (Brasil e Colômbia) foram aqueles que apresentaram os projetos com maior pontuação entre os que alcançaram a quarta colocação. 

A seleção levou em conta critérios como a adequação aos objetivos estratégicos do IberCultura Viva, os impactos artístico-culturais, econômicos e/ou sociais do projeto, a experiência da rede ou articulação proponente, a avaliação da proposta técnica, e a coerência e adequação do orçamento e do plano de trabalho aos objetivos e estratégias propostos. Os critérios e sua respectiva pontuação estavam estabelecidos no regulamento do edital. 

As redes que foram selecionadas nesta convocatória serão contatadas pela Unidade Técnica do IberCultura Viva nos próximos dias para realizar os trâmites que permitam o pagamento dos recursos financeiros às organizações responsáveis.

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O edital

A edição 2024 do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo, que esteve aberta entre 23 de janeiro e 13 de março no Mapa IberCultura Viva, teve um total de 256 postulações enviadas. Este foi o maior número de inscrições recebidas para esta convocatória desde 2016, ano em que se lançou a primeira edição. O recorde anterior era de 2022, quando foram enviadas 251 postulações. 

Os dos países com maior número de candidaturas enviadas foram Colômbia (74) e Argentina (73). Na sequência, México (20), Equador (16), Espanha (12), Peru (12), Brasil (11), Chile (11), Costa Rica (11), Paraguai (7), Uruguai (7) e El Salvador (2). A República Dominicana, que participava como país convidado, não apresentou nenhuma inscrição. 

Do total de 256 projetos enviados, foram habilitados 193. Segundo o regulamento, seriam aceitos como eventos nesta chamada: assembleias, encontros, congressos, seminários, festivais, feiras, colóquios e simpósios. As atividades propostas deverão ser realizadas entre junho e novembro de 2024, com entrada gratuita.

Este ano, assim como em 2023, também era possível apresentar propostas com a temática da inclusão digital, para promover projetos de redes que ponham em prática e/ou fomentem o acesso das comunidades à internet. Das 34 propostas selecionadas, três são de projetos de inclusão digital. 

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Confira a lista de projetos selecionados (resultado final)

Confira a lista de projetos do Paraguai (ata complementar

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(*) Texto atualizado em 22/05/2024, após a publicação da ata complementar, com os selecionados pelo Paraguai

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15

maio
2024

Em Notícias

Por IberCultura

IberCultura Viva realizará sessão informativa sobre a convocatória para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários

Em 15, maio 2024 | Em Notícias | Por IberCultura

Na próxima segunda-feira, 20 de maio, a Unidade Técnica do IberCultura Viva realizará uma sessão informativa sobre a convocatória para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários, que foi lançada na semana passada e seguirá aberta até 7 de junho. A conversa será pela plataforma Zoom, com transmissão ao vivo pelo canal Youtube do programa. As organizações poderão enviar suas perguntas por chat ou, previamente, pelas redes sociais do IberCultura Viva (Facebook e Instagram).

O Banco de Saberes do IberCultura Viva foi lançado em dezembro de 2018 e teve sua segunda chamada aberta em dezembro de 2019. Nesta convocatória, as organizações culturais comunitárias e/ou povos originários interessados em propor uma atividade de intercâmbio, como uma oficina ou uma capacitação, podem inscrever suas propostas na plataforma Mapa IberCultura Viva. A intenção é que proponham algo que já desenvolvem em seus territórios e coloquem sua experiência à disposição de outros coletivos, comunidades e povos dos países integrantes do IberCultura Viva. 

As propostas que se encontram no Banco de Saberes do IberCultura Viva são postas em circulação por meio dos editais IberEntrelaçando Experiências. Quando IberCultura Viva lança uma convocatória IberEntrelaçando Experiências – o que ocorrerá em breve –, as propostas já inscritas no Banco de Saberes podem ser escolhidas por outras organizações culturais comunitárias e/ou povos originários que queiram recebê-las em seus territórios. 

Os municípios e estados que participam da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais (atualmente são 36 integrantes) também poderão participar como comunidades anfitriãs de IberEntrelaçando Experiências, recebendo em algum de seus territórios as capacitações/oficinas oferecidas no Banco de Saberes.

Assim, ao participar do Banco de Saberes, as organizações culturais comunitárias e povos originários indicam os nomes de uma ou duas pessoas facilitadoras das capacitações propostas e manifestam seu interesse de viajar a outras cidades ou outros países para compartilhar suas experiências com outras comunidades. 

O programa IberCultura Viva pagará as passagens aéreas e seguros de viagem para as pessoas facilitadoras das propostas de intercâmbios selecionadas nesta convocatória. Hospedagem, alimentação e traslados internos ficarão a cargo da comunidade anfitriã.

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Sessão informativa sobre o Banco de Saberes Culturais e Comunitários

Quando?

Segunda-feira, 20 de maio de 2024

11:00 Costa Rica, El Salvador, México (CDMX)

12:00 Colômbia, Equador, Peru

13:00 Chile, Paraguai, República Dominicana

14:00 Argentina, Brasil (Brasília), Uruguai

19:00 Espanha

Onde?

https://www.youtube.com/@IberCulturaViva

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IberCultura Viva abre a convocatória para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários

14

maio
2024

Em Notícias

Por IberCultura

Sexta edição do Congresso Latino-americano de CVC será em Michoacán, em abril de 2025

Em 14, maio 2024 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Plenária final do 5º Congresso Latino-americano de CVC, Peru, 2002)

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No dia 12 de março, o Grupo Impulsor México – responsável pela produção e organização do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias – anunciou o local e as datas do evento, que visa reunir organizações culturais comunitárias e membros do Movimento de Cultura Viva Comunitária para trocar e fortalecer relações entre aqueles que compõem as redes de Cultura Viva Comunitária de muitos territórios de Abya Yala. A sexta edição do congresso se realizará na comunidade indígena P’urhépecha de Cherán, em Michoacán, de 11 a 16 de abril de 2025.

O comunicado emitido em março menciona que o evento foi transferido para o ano que vem após uma análise situacional, diante de um período eleitoral que implica mudanças na situação política do México e nos movimentos institucionais.

Para as organizações no México, a sede escolhida é um espaço inspirador e ideal. Localizada no coração do planalto P’urhépecha, em Michoacán de Ocampo, Cherán é uma comunidade que se levantou de forma organizada em 2011 para defender as suas florestas e o território que se tornou a tradução mais próxima da defesa da vida, sob o lema “Pela segurança, por justiça e reconstituição do nosso território”. O fato de ser o primeiro município com pleno reconhecimento pelo exercício da autodeterminação continua a mudar a história do México, como um forte exemplo de poder comunitário para enfrentar os problemas e crises que afetam muitos territórios da América Latina. São vários os coletivos de Cherán que fazem parte da CVC desde o início de 2017.

O Grupo Impulsor e as redes que se organizam para produzir este encontro são formados por comunidades, coletivos, povos afro-mexicanos e indígenas, diferentes iniciativas com um objetivo comum: que as culturas comunitárias permaneçam vivas em suas diversas representações. O principal trabalho desta unidade surge da necessidade e do prazer de compartilhar as diversas tarefas culturais que sustentam a vida comunitária no México e na América Latina.

Para concretizar uma estratégia central que permita a produção do evento, o grupo está organizado em quatro comissões: Metodologia, Congresso, Finanças e Comunicações. Os temas centrais propostos para este 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias serão: a) Organizações de base comunitária na criação de cultura viva comunitária; b) Povos afro-mexicanos e indígenas; c) Desapropriação dos territórios; d) Deslocamento forçado.

O Grupo Impulsor reconhece o valioso apoio dos espaços orgânicos do Movimento de CVC, como os círculos da palavra, e da Equipe de Acompanhamento Continental, formada por porta-vozes e representações de diferentes países e territórios, que acompanharão e trabalharão em conjunto com a equipe mexicana para produzir e organizar conjuntamente o 6º Congresso Latino-americano de CVC.

Um novo comunicado do Grupo Impulsor deverá ser publicado neste mês de maio, no âmbito do Dia da Cultura Viva Comunitária (celebrado no dia 22 de maio).  Este informe trará informações sobre o processo organizacional e esclarecerá algumas questões que surgiram no processo.

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O Grupo Impulsor do México abre o canal de comunicação com os interessados ​​em participar através do seguinte e-mail:

Contato: grupoimpulsormexico@gmail.com

Redes sociais:

Instagram: CVC –Cultura Viva Comunitária (@culturavivacomunitariaok)

Facebook: facebook.com/culturavivacomunitaria

Em breve: culturavivacomunitaria.net


CULTURA VIVA COMUNITÁRIA NO MÉXICO

Alguns antecedentes do trabalho conjunto das Redes de CVC no país e seu caminho em coletividade

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(Texto e fotos: Grupo Impulsor México)

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No México, a partir de 2009, organizações de base comunitária de Veracruz e da Cidade do México, dedicadas ao fazer cultural que milenarmente tem se mantido e à defesa do território como uma forma de assegurar nossa permanência e das juventudes, tiveram as primeiras aproximações e participações em eventos internacionais, onde se gestava o Movimento de CVC na América Latina. De maneira nacional, o Movimento de Cultura Viva Comunitária no México começou a se organizar a partir de 2014, com a realização de um primeiro encontro entre organizações de diferentes estados do país, na cidade de Guadalajara.

O chamamento à organização e ao encontro de ideias e experiências tem sustentado caminhos confluentes. Hoje existem redes que vão se integrando ao Movimento Latino-Americano da CVC, a quem receberemos no 6º Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias em 2025.

O caminho de fazer Cultura Viva Comunitária tem permitido, mediante esforços colaborativos, redes, organizações de base, aliados, instituições públicas e academia, produzir espaços para construir um campo comum de posições para enfrentar no México as problemáticas sociais, a partir da filosofia promovida pela CVC.

Listamos abaixo alguns esforços e ações que marcam e fortalecem esta jornada construtiva e comprometida realizada pelas redes CVC no México.

  • 2014: IV Congresso Ibero-americano de Cultura: Tema Culturas Vivas Comunitárias, San José, Costa Rica.
  • 2014: Início do vínculo com o Movimento Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias no México, no âmbito do I Encontro Regional de Culturas Vivas Comunitárias.
  • 2015: Participantes do II Congresso de Cultura Viva Comunitária em El Salvador.
  • 2016: II Encontro Regional de Culturas Vivas Comunitárias México – Tlaquepaque.
  • 2016: III Encontro Regional do Movimento CVC México, de 19 a 23 de março de 2016, no município de Acayucan, Veracruz.
  • 2017: Participação no III Congresso Latino-americano da CVC, em Quito, Equador
  • 2017: Encontros Metropolitanos de CVC Jalisco 2017 (3 edições)
  • 2018: I Encontro Nacional do Movimento CVC no México “Fronteiras abertas para o uso do espaço social”
  • 2018: II Encontro Nacional da CVC México. De 7 a 9 de dezembro em Cherán, Michoacán.
  • 2019: Participação com artigo sobre Cherán no livro “Pontos de Cultura Viva Comunitária Ibero-americana / Experiências compartilhadas” (Org: Prefeitura de Medellín / IberCultura Viva).
  • 2019:
  • 2019: Participação na convocatória IberEntrelaçando Experiências para oferecer o processo formativo “Taller de Aproximación a la Animación Sociocultural (TAAS)”, em Montevidéu e Fray Bentos, no Uruguai, num intercâmbio do Colectivo Tierra Negra (Uruguai) com CulturAula (México).
  • 2019: Participação no IV Congresso Latino-americano de CVC na Argentina.
  • 2020: Organização e participação no II Encontro Mesoamericano de CVC, na Costa Rica.
  • 2020: Participação em processos organizacionais, acompanhamento em Círculos da Palavra rumo ao V Congresso no Peru, 2021
  • 2021: Equipe de Acompanhamento Continental do Movimento Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária com 5 porta-vozes para o México.
  • 2022: Participação no V Congresso Latino-americano de CVC no Peru
  • 2022: Participação no III Congresso Mesoamericano do CVC em Matanzas, Cuba.
  • 2023: Convite para ingressar na Rede MECA – Rede de Culturas Vivas Comunitárias da Mesoamérica e do Caribe. ·
  • 2022-2023: Membros ativos na rede mexicana de organizações que compõem o Grupo Impulsor México
  •  2023: III Encontro Nacional CVC da rede CVC México, Plataforma Puente. 
  • 2023: I Congresso Nacional de CVC, Cuautepec, Cidade do México.
  • 2024: II Encontro Nacional de CVC, Acayucan, Veracruz

Estes são alguns momentos importantes para organizações no México que trabalham em territórios e fazem Cultura Viva Comunitária.

Consideramos que é necessário criar iniciativas que reúnam experiências, práticas artísticas, práticas de gestão comunitária, ativismo cultural, defesa dos territórios e dos direitos humanos, fortalecimento da cultura de base, tecnologia local, meios de comunicação livres, educação popular, saberes ancestrais, formas de responder às crises, à desapropriação, à desigualdade e por uma vida digna, com o valioso esforço das próprias comunidades.

A finalidade dos nossos desafios é sustentar coletivamente os princípio da vida comunitária e gerar posicionamentos políticos mais firmes, com a convicção de influenciar a agenda pública em nível local, nacional e regional, para gerar transformações que permitam um novo horizonte.

Já estamos vendo isso, caminhando adiante, juntos e em comunidade.

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07

maio
2024

Em Destaque
EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

IberCultura Viva abre convocatória para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários

Em 07, maio 2024 | Em Destaque, EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

(Foto: La Combi-arte rodante. Taller DAC – Diccionarios Audiovisuales Comunitarios, Acayucan, México, 2019)

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O Banco de Saberes Culturais e Comunitários IberCultura Viva será reativado a partir desta terça-feira, 7 de maio. Nesta convocatória, organizações culturais comunitárias e povos originários interessados ​​em propor uma atividade de intercâmbio, como uma oficina ou uma capacitação, podem cadastrar suas propostas na plataforma Mapa IberCultura Viva e colocar sua experiência à disposição de outros coletivos, comunidades e povos dos países membros do programa IberCultura Viva.

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Por que se inscrever?

As propostas do Banco de Saberes do IberCultura Viva são postas em circulação por meio de outro edital: as convocatórias IberEntrelaçando Experiências. Desta forma, ao participarem do Banco de Saberes, organizações culturais comunitárias e/ou povos indígenas manifestam seu interesse em viajar para outras cidades ou outros países para compartilhar suas experiências com outras comunidades.

Quando IberCultura Viva lança um edital IberEntrelaçando Experiências, as propostas já cadastradas no Banco de Saberes poderão ser escolhidas por outras organizações culturais comunitárias e/ou povos indígenas interessados ​​em recebê-las em seus territórios.

Nesta segunda etapa, as organizações que queiram ser comunidades anfitriãs destes intercâmbios podem contactar as organizações proponentes das oficinas/capacitações que se encontram no Banco de Saberes, entrar em acordo com as pessoas facilitadoras e se inscrever no edital IberEntrelaçando Experiências.

O programa IberCultura Viva pagará passagens aéreas e seguro viagem das pessoas facilitadoras das propostas de intercâmbio selecionadas nesta convocatória. Hospedagem, alimentação e traslados internos serão de responsabilidade da comunidade anfitriã.

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Até quando se inscrever?

A próxima edição do IberEntrelaçando Experiences deverá ser lançada no segundo semestre de junho. Por isso, o programa reabre agora o Banco de Saberes para receber novas propostas e atualizar as que se encontram inscritas. A convocatória do Banco de Saberes permanecerá aberta em caráter permanente, com alguns cortes para análise e publicação das propostas recebidas. Os projetos enviados até 7 de junho participarão da edição 2024 da convocatória IberEntrelaçando Experiences; o restante ficará para uma edição posterior.

As organizações que já têm suas propostas incorporadas ao Banco de Saberes do  IberCultura Viva (aqui está a lista) deverão atualizar seus dados e confirmar o interesse em continuar com seus projetos nesta lista, fazendo as modificações que julgarem necessárias por e-mail (programa@iberculturaviva.org). As propostas que já constam do Banco de Saberes foram selecionadas nas chamadas lançadas em dezembro de 2018 e dezembro de 2019.

(Foto: Cinematequio. Oficina de cinema comunitário realizada em Cananeia, Brasil, em 2019)

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Edições anteriores

Em 2019, quando foi lançada a primeira edição do IberEntrelaçando Experiences, organizações e coletivos de nove países apresentaram 25 propostas de formação e intercâmbio no Banco de Saberes. Na segunda etapa da convocatória, quando as organizações puderam escolher quais propostas queriam desenvolver em seus territórios, foram recebidas 23 candidaturas de oito países. Treze organizações foram selecionadas como comunidades anfitriãs.

Uma segunda edição da chamada para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários IberCultura Viva foi lançada em dezembro de 2019, quando foram recebidas novas propostas de capacitações para futuros intercâmbios. No entanto, o edital IberEntrelaçando Experiências que estava agendado para 2020 teve de ser suspenso devido à pandemia de Covid-19.

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Quem pode participar?

A convocatória para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários que se retoma agora é dirigida a organizações culturais comunitárias, povos indígenas e/ou comunidades afrodescendentes do Espaço Cultural Ibero-americano. No caso dos países membros do programa, podem participar organizações e coletivos com ou sem personalidade jurídica. Os países que integram o IberCultura Viva são: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Paraguai, Peru e Uruguai.

Os coletivos dos países membros que não possuem personalidade jurídica (CNPJ, no caso do Brasil) podem se inscrever apresentando uma carta aval assinada pelo/a representante do governo de seu país perante o programa (REPPI). Os órgãos responsáveis ​​pelo programa em cada país (Ministério da Cultura, Secretaria de Cultura ou equivalente) determinarão os critérios necessários para a emissão do seu aval. No caso do Brasil, a instituição REPPI é a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC).

No caso dos países ibero-americanos que não fazem parte do programa, podem participar somente as organizações que tenham personalidade jurídica; neste caso não há possibilidade de apresentação de carta aval.

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Critérios e requisitos

As propostas apresentadas ao Banco de Saberes devem contar com uma ou duas pessoas facilitadoras, maiores de idade, que demonstrem idoneidade e sejam membros de organizações culturais comunitárias e/ou de povos indígenas (são estas as pessoas que se dispõem a viajar para realizar o intercâmbio). A ideia é que as atividades de intercâmbio durem no máximo sete dias.

Os projetos devem propor a transmissão ou o compartilhamento de experiências, práticas comuns, metodologias, tecnologias sociais, histórias comunitárias, conhecimentos ancestrais ou tradicionais. Também devem incluir a perspectiva de gênero de forma transversal, estar devidamente formulados, apresentar coerência interna e objetivos alcançáveis ​​no prazo estipulado. As propostas que não cumprirem esses critérios serão devolvidas com as correspondentes observações para retificação.

Além disso, existem requisitos específicos para Brasil, Chile, Equador e México. No caso do Brasil, podem participar somente as organizações certificadas como Pontos ou Pontões de Cultura, com inscrição na plataforma Rede Cultura Viva. No caso de Chile, somente as organizações inscritas no Registro Nacional de Puntos de Cultura Comunitaria e validadas como Puntos de Cultura. No caso do Equador, a organização deve estar inscrita no Registro Único de Actores Culturales (RUAC). No caso do México, é necessário o certificado de inscrição no Registro Nacional de Espacios, Prácticas y Agentes Culturales (TELAR).

No formulário de inscrição, é necessário apresentar um breve currículo da(s) pessoa(s) facilitadora(s), sua experiência em docência ou espaços de formação, um breve resumo descritivo do projeto, uma fundamentação, os objetivos gerais e específicos, os conteúdos a serem desenvolvidos, o público-alvo e as necessidades para o desenvolvimento da proposta (materiais, mesas, cadeiras, som, projetor, etc).

 As propostas aprovadas serão divulgadas no site www.iberculturaviva.org. O Banco de Saberes encerrará a recepção de propostas quando o Conselho Intergovernamental assim o estipular.

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Confira o regulamento: https://cutt.ly/9ewKmbYx

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/289/

Consultas: programa@iberculturaviva.org

Como se cadastrar no Mapa IberCultura Viva: http://iberculturaviva.org/manual/?lang=es

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22

abr
2024

Em Notícias

Por IberCultura

Em reunião virtual presidida pelo Brasil, Conselho Intergovernamental aprova as próximas ações para 2024

Em 22, abr 2024 | Em Notícias | Por IberCultura

Representantes de governos de oito países e da Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB) participaram da primeira reunião do ano do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, na terça-feira, 16 de abril, por videoconferência. Estiveram presentes 22 pessoas neste encontro, que teve como objetivo apresentar relatórios de gestão, o andamento dos editais e as próximas ações previstas para este ano.

Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil e atual presidenta do Conselho Intergovernamental (CI), iniciou o encontro agradecendo a presença das e dos representantes dos países membros e lembrando o aniversário de 10 anos do programa (o lançamento ocorreu em 13 de abril de 2014, no VI Congresso Ibero-americano de Cultura, em San José, Costa Rica). Antes de passar às saudações dos participantes, destacou que este encontro marcaria também, com um ato simbólico, a transferência da presidência do México para o Brasil.

Esther Hernández Torres, diretora geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do Governo do México, que atuou como presidenta do CI nos últimos três anos, aproveitou a oportunidade para agradecer aos países membros, à SEGIB e à Unidade Técnica pelo trabalho conjunto neste período. Ela também falou da esperança de que seja “muito frutífera” a presidência do Brasil, que já inicia com as comemorações deste 10º aniversário do programa. “Acho que é a oportunidade de demonstrar toda a força que o IberCultura Viva tem e também de mostrar a força das culturas vivas de cada um dos nossos países”, disse.

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Novos horizontes

Enrique Vargas, coordenador do Espaço Cultural Ibero-americano (SEGIB), fez um reconhecimento ao trabalho de Esther Hernández e sua equipe nos últimos três anos e disse confiar plenamente na liderança de Márcia Rollemberg e no exemplo e guia do Brasil, “que levará o programa a encontrar novas fórmulas, novas maneiras de entendimento”. “Estamos num momento de enormes desafios na região, em que as políticas de cultura viva comunitária vão tomar novos protagonismos, e a cooperação cultural tem que assumir novos horizontes, tem que ser capaz de construir novas respostas para as pessoas”, afirmou.

Ao comemorar a oportunidade de encontro com representantes dos países, e principalmente a incorporação de novas equipes, Vargas se colocou à disposição para todas as informações necessárias e para acompanhar sua incorporação em um barco que já está em operação. “Este não é um barco que pára em estações determinadas, mas sim que vai navegando, vai continuando, e todos temos que trabalhar e remar juntos”, destacou.

Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, expressou seu contentamento em participar desta primeira reunião do ano e reiterou sua gratidão aos companheiros do Brasil, “que com solidariedade e espírito de cooperação colaboraram para a continuidade da equipe”, e a Esther Hernández, a quem considera uma professora, “que com paciência e carinho realizou uma presidência maravilhosa, tendo em conta a enorme complexidade do México nestes anos”. Também estendeu suas saudações a Enrique Vargas, pelo apoio à equipe nesta transição, e a Marianela Riquelme, representante do Chile, que atualmente ocupa a vice-presidência do programa.

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Agenda para 2024

Ao apresentar a pauta da reunião, Márcia Rollemberg mencionou que está prevista uma comemoração dos 10 anos do programa no próximo encontro presencial do CI, a ser realizado no Brasil, provavelmente em novembro. A intenção é poder montar um seminário para a ocasião, bem como o lançamento de um livro, um vídeo comemorativo e a renovação do site, entre outras propostas que possam ser incorporadas. Alguns desses temas foram brevemente apresentados durante a reunião e serão discutidos detalhadamente posteriormente, após a contratação de consultorias já acertadas na última reunião do CI.

O relatório de gestão referente ao ano de 2023 foi apresentado por Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, bem como o calendário das convocatórias previstas para os próximos meses, que em seguida foi então aprovado pelas/os REPPIs. Como o 6º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária foi adiado para abril de 2015, este ano o programa não lançará o Edital de Mobilidade, como havia sido acordado na reunião anterior. Em seu lugar, será lançada a segunda edição da convocatória IberEntrelaçando Experiências, dedicada ao intercâmbio entre organizações culturais comunitárias.

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IberEntrelaçando Experiências

Durante o encontro, María Florencia Neri, consultora de gestão da Unidade Técnica, explicou como esta convocatória, lançada pela primeira vez em 2018/2019, funciona em duas etapas. A primeira fase é uma chamada para o Banco de Saberes Culturais e Comunitários IberCultura Viva, em que organizações e/ou coletivos interessados ​​em propor uma atividade de intercâmbio, como uma oficina ou capacitação, podem cadastrar suas propostas e disponibilizar sua experiência para outros coletivos, comunidades e povos indígenas dos países que fazem parte do programa.

As propostas aprovadas e publicadas no Banco de Saberes serão postas em circulação através do edital IberEntrelaçando Experiências. Nesta segunda etapa, organizações culturais comunitárias e/ou povos indígenas interessados ​​em receber em seus territórios as propostas já cadastradas no Banco de Saberes poderão se candidatar como comunidades anfitriãs desses intercâmbios. O programa IberCultura Viva comprará passagens aéreas e seguro de viagem para as pessoas facilitadoras das oficinas/capacitações selecionadas. As comunidades anfitriãs deverão se encarregar da hospedagem, da alimentação e dos traslados internos durante o intercâmbio.

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Capacitações e relatórios

Quanto às próximas convocatórias, a representante do Chile, Marianela Riquelme, propôs a realização de instâncias de diálogo (capacitação/ lives/ sessões informativas) para organizações interessadas em se candidatar através do Mapa IberCultura Viva. Ela também mencionou a importância de relatórios como o apresentado durante a reunião por Giselle Dupin, uma das representantes técnicas do Brasil no programa, com um levantamento das convocatórias lançadas nestes 10 anos do programa, para dar conta de sua evolução histórica. Em sua apresentação, Giselle Dupin destacou o alcance desses editais, os recursos destinados e a quantidade de pessoas e organizações beneficiadas.

Tanto a presidenta do CI quanto as/os representantes do Paraguai, do México e do Chile falaram da importância de realizar uma avaliação do programa, também em termos qualitativos, para conhecer o impacto das ações desenvolvidas nestes 10 anos. “Acho que é muito relevante uma avaliação, não só em números, mas também do impacto da mudança social que o programa tem gerado nas comunidades, com depoimentos dos próprios agentes culturais comunitários, que podem transmitir esse impacto transformacional, o efeito multiplicador das ações, a influência que tiveram em seu território”, sugeriu Humberto López La Bella, REPPI do Paraguai.

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Situação das políticas

Finalizados os relatórios e sugestões de participação nas ações dos 10 anos do programa, como a criação de um selo e a gravação de vídeos com saudações de autoridades dos países e demais programas da Cooperação Ibero-americana, Márcia Rollemberg abriu um espaço para que representantes governamentais pudessem comentar sobre a situação das políticas culturais comunitárias em seus países.

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  • Brasil

No caso do Brasil, ela disse que foram feitos os editais de retomada da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV) e que estão modelando as convocatórias de Cultura Viva, fazendo a parte normativa desse financiamento cultural que será feito pelos estados e municípios. “No Brasil, a Política Nacional Aldir Blanc iniciou um processo de financiamento em que o Ministério da Cultura (MinC) descentraliza recursos para todo o país, no valor de 3 bilhões de reais por ano, e esse valor tem vínculo obrigatório com a Política Nacional de Cultura Viva, para todos os estados e 696 municípios nesta primeira etapa”, explicou.

Segundo Rollemberg, o Ministério da Cultura está em um momento importante de expansão dessa política, com recursos, iniciando um programa de formação de gestores e também um programa de articulação com a sociedade civil, com bolsas, agentes, Pontões de  Cultura, “para poder implementar essa política cultural de base comunitária com o tamanho do Brasil”. Além de lembrar que o país tem 5.570 municípios, a presidenta destacou que esta semana o MinC atingiu a marca de 5 mil Pontos de Cultura certificados no cadastro nacional. No mês de julho serão realizadas atividades comemorativas dos 20 anos da política Cultura Viva no país.

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  • Colômbia

O representante da Colômbia, John Freddy Caicedo Álvarez, destacou que o anterior Ministério da Cultura assumiu o nome de Ministério das Culturas, das Artes e dos Saberes, buscando “um olhar mais abrangente sobre todo esse universo de expressões que chamamos de cultura e procurando reconhecer de forma mais profunda não só o que é cultura ‘culta’, mas também os saberes ancestrais das comunidades”. A partir de uma linha estratégica que associa a economia popular à cultura, o Mincultura, segundo ele, tem buscado reconhecer a dinâmica dos territórios e tem fortalecido o diálogo com os processos de organizações articuladas à cultura viva comunitária.

“Uma das apostas que temos é que daqui a 2026 possamos fortalecer tudo o que tem a ver com redes comunitárias locais, departamentais e nacionais. E tentar avançar nesta perspectiva de contribuir para o fortalecimento do movimento social, para que – aconteça o que acontecer – ele seja forte, autônomo e possa manter a sua capacidade de mobilização, independentemente do governo que rege o Estado”, afirmou John Caicedo.

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  • México

Norma Cruz Hernández, representante técnica do México, comentou que o país não possui uma iniciativa semelhante aos Pontos de Cultura, mas desde 2019 a Secretaria de Cultura do Governo do México desenvolve o programa Cultura Comunitária, que já tem uma longa história e um impacto importante na República Mexicana. “Não é um trabalho isolado, partilhamos princípios e valores que têm a ver com o Movimento Cultura Viva Comunitária, então parece-me que podemos subir bem neste barco para agregar todas estas experiências, que também são de alguma forma um eco do próprio programa IberCultura Vivo”, disse.

Uma das principais iniciativas do programa Cultura Comunitária são os Semilleros Creativos, grupos de formação artística gratuita, com enfoque comunitário, para crianças e jovens do país. “Este ano, a partir do programa, apostamos muito nas meninas, nos meninos e nos jovens, pois eles têm um papel muito importante e participativo na cultura viva das suas comunidades. Estamos projetando para outubro o evento onde cada um destes agentes culturais irá mostrar todo o trabalho que realizou durante o ano”, acrescentou.

A respeito do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que acontecerá no México no próximo ano, Norma Cruz comentou que o país está em pleno processo eleitoral e em outubro as novas autoridades tomarão posse, o que deve resultar em apoio ao congresso, que será realizado entre os dias 12 e 16 de abril de 2025, em Michoacán.

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  • Paraguai

Humberto López La Bella, diretor geral de Planejamento, Desenvolvimento e Inovação Cultural da Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai, lembrou que o programa Pontos de Cultura foi reimplementado em seu país em 2021, o que acabou permitindo ao governo paraguaio voltar a dialogar com o IberCultura Viva. (A Secretaria Nacional de Cultura esteve presente nas reuniões do Conselho Intergovernamental de 2014 a 2016, ano em que o Paraguai saiu do programa. No final de 2021, participou novamente como país convidado por um ano e depois voltou a integrar como membro pleno do CI.)

“Foi um processo em tempo curto e de amadurecimento importante, porque o setor vem fazendo cultura no território desde sempre, mas para fazer articulações com o governo, estava sujeito ao que dispõe o Estado, se o Estado determinava ou marcava a ação. No entanto, com o programa Puntos de Cultura e com o IberCultura Viva, o protagonismo é das organizações culturais comunitárias. O Estado acompanha, facilita, articula ou gerencia, mas abre mão desse papel de protagonista, que empodera as comunidades”, comentou o representante paraguaio.

Humberto López destacou que o primeiro Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária, realizado com o apoio do IberCultura Viva em 2022, permitiu a elaboração de um manifesto de agentes culturais do país e esse documento serviu de base para que eles pudessem reivindicar os direitos do setor e exigir maior orçamento. “Neste momento, o Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária é organizado de forma autônoma pelo setor. “Esse é um passo de amadurecimento muito grande e um resultado que celebramos”, afirmou.

E acrescentou: “A Mesa Técnica de Cultura Viva Comunitária, que é uma instância de participação cidadã para a construção de políticas públicas promovidas pela Secretaria Nacional de Cultura, segue ativa e fortalecida. Esta instância conquistou dois espaços no Conselho Nacional de Cultura, e desde 2023 a Cultura Viva Comunitária tem-se reunido em cada sessão do Conselho Nacional, para dar a sua voz.”

No Paraguai, hoje existem 67 Pontos de Cultura ativos em 10 departamentos. Com a quarta convocatória de Pontos de Cultura, recentemente encerrada, serão destinados recursos para mais 20 novas iniciativas.

“A participação ativa do Paraguai tem argumento e apoio porque o setor é exigente, e as ofertas feitas por meio do programa, como o Curso de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária e o apoio à execução de projetos, estão fortalecendo, estão gerando, sobretudo, efeitos multiplicadores nos territórios, onde se valoriza a cultura viva comunitária. Estão acontecendo reuniões espontâneas, encontros de coletivos culturais, e acreditamos que isso é um produto do ecossistema que se gera em torno de todos esses programas e políticas que estão sendo implementadas com força”, comemorou López.

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  • Chile

Marianela Riquelme, chefa do Departamento de Cidadania Cultural do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, que há pouco mais de um ano lançou seu programa Puntos de Cultura Comunitaria, comentou que a iniciativa já está presente em todas as províncias do país e tem avançado no financiamento de organizações culturais de base comunitária. Quase 300 organizações estão inscritas no Registro Nacional de Pontos de Cultura Comunitária e já recebem algum tipo de financiamento.

“Fizemos uma aliança estratégica importante com o Consórcio de Universidades Públicas do nosso país, para que sejam as universidades que também dêem apoio em termos de metodologia de participação, prestação de contas e algumas matérias, como o enfoque de género na concepção dos planos de fortalecimento de cada uma das organizações”, comentou a REPPI do Chile. “Há muito empenho para fortalecer o programa este ano e aumentar o seu financiamento para o próximo ano.”

No Chile, as organizações não só são financiadas com os seus planos de fortalecimento, mas também é valorizada a coordenação com outras organizações. Existem recursos caso os Pontos de Cultura Comunitária queiram gerar instâncias de rede com outros Pontos. Como explicou Riquelme, o programa tem duas categorias: os Pontos de Cultura Comunitária que só são financiados no seu plano de gestão com os recursos disponibilizados pelo governo, e as organizações que possuem a certificação de Ponto de Cultura Comunitária e que têm acesso a outros benefícios do Estado, mas não necessariamente acessam esses financiamentos especificamente, porque já estão em outro nível de gestão cultural territorial e possuem outras articulações e alianças.

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Confira a ata da reunião