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Blog

11

abr
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Inscrições abertas para o edital de Pontos de Cultura da Costa Rica

Em 11, abr 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

arte-pontosdeculturaA Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica lançou em 4 de abril o segundo edital do Fundo Pontos de Cultura. O primeiro, realizado em 2015, respaldou iniciativas de 21 organizações com uma grande diversidade em suas temáticas e áreas de ação. Os interessados em participar do concurso devem entregar duas cópias do formulário 2016 nos escritórios da Direção de Cultura até 30 de junho de 2016. O regulamento e o formulário para apresentação de projetos estão disponíveis no site www.dircultura.go.cr.

Pontos de Cultura é um programa de estímulos e sinergias voltado para o fortalecimento de organizações, redes, iniciativas coletivas e espaços socioculturais vinculados com a promoção da diversidade cultural, a economia social solidária e a salvaguarda do patrimônio cultural e natural.

As categorias do fundo concursável são quatro: a) arte para a transformação social; b) meios e propostas de comunicação comunitária; c) fortalecimento organizacional e d) cultura para o bem viver.

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A Associação Voces Nuestras foi uma das 21 organizações selecionadas no primeiro edital do Fundo Pontos de Cultura, em 2015

As categorias

A primeira categoria abarca projetos que, por meio de diversas manifestações artísticas e educativas, e a promoção e vivência dos direitos humanos para uma sociedade justa e equitativa, fortaleçam a autoestima, o pensamento crítico, a criatividade e a identidade das pessoas e comunidades, assim como a convivência, mediante espaços de expressão e/ou aprendizagem artística.

Se entende por “cultura para o bem viver” projetos que contribuam para fortalecer a economia solidária, a ecologia, a soberania alimentar e o direito à alimentação, à interculturalidade, à diversidade cultural, à equidade de gênero, assim como o fomento à vida saudável e em comunidade, incluindo projetos que promovam a apropriação positiva de espaços culturais, urbanos e rurais para sua recuperação e uso, e projetos vinculados a casas e centros culturais.

A categoria de comunicação busca iniciativas inovadoras e não comerciais, enfocadas na expressão das identidades, manifestações e temáticas próprias de diversos setores e comunidades.

A de fortalecimento organizacional, por sua vez, é dirigida a projetos que contribuam para a promoção de diálogos, sinergias, capacitações, o intercâmbio de experiências e saberes, assim como aos que buscam o avanço e cumprimento das políticas públicas e dos programas de trabalho relacionados com o exercício dos direitos culturais e que envolvem a cidadania organizada na tomada de decisões e nos diálogos com o setor público e/ou privado.

Prazos e recursos

O programa está dirigido a organizações com personalidade jurídica e sem fins de lucro, cujo fazer sociocultural impacta positivamente na sociedade. Podem ser apresentados projetos cujas necessidades de financiamento requeiram até um máximo de ¢10.000.000 (dez milhões de colones, cerca de 18.500 dólares). Será financiado um máximo de 70% do custo total – sendo necessário, portanto, que o projeto conte com ao menos  30% de financiamento por meios externos, devidamente respaldados por cartas ou certificados.

A execução dos projetos beneficiários deverá ser realizada no prazo proposto em sua formulação, que não poderá ser inferior a seis meses nem superior a um ano. Os projetos selecionados para serem desenvolvidos em 2017 serão anunciados até o fim de novembro de 2016, no site www.dircultura.go.cr.

Mais informações: puntos@dircultura.go.cr.

Perguntas frequentes

Bases de participação – Edital 2017

Formulário Pontos de Cultura 2017

31

mar
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Pontos e Pontões de Cultura de A a Z

Em 31, mar 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

Você sabe o que é um Ponto de Cultura? Qual é a diferença deste para um Pontão de Cultura? Qualquer entidade cultural pode ganhar tais certificações do Ministério da Cultura (MinC)? Quais são os temas por eles desenvolvidos? Como eles se mantêm? Esses são alguns dos questionamentos que surgem sempre que a Política Nacional de Cultura Viva é colocada em pauta.

Pontos de Cultura são entidades sem fins lucrativos, grupos ou coletivos com ou sem constituição jurídica, de natureza ou finalidade cultural, que desenvolvam e articulem atividades culturais continuadas em suas comunidades ou territórios. Já um Pontão de Cultura é uma entidade cultural ou instituição pública de ensino que articula um conjunto de outros pontos ou iniciativas culturais, desenvolvendo ações de mobilização, formação, mediação e articulação de uma determinada rede de Pontos de Cultura e demais iniciativas culturais, seja em âmbito territorial ou em um recorte temático e identitário.

Os Pontos e Pontões de Cultura fazem parte da Política Nacional de Cultura Viva, regulamentada em abril de 2015. A nova lei traz novidades que visam estimular e fortalecer ainda mais essa rede de gestão cultural. Desde a sua instauração, artistas, coletivos e instituições podem, por meio de uma certificação simplificada, autodeclarar-se como Ponto ou Pontão de Cultura. Até então, apenas as iniciativas fomentadas pelo ministério ganhavam tal certificação. O processo, no entanto, não dá a eles o direito ao recebimento de recursos, mas garante uma chancela institucional que pode ser importante para a obtenção de apoios e parcerias, permitindo ainda uma articulação com os demais Pontos da rede.

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A Escola Viva Olho do Tempo, na Paraíba, existe desde 2004 e é Punto de Cultura desde 2013 (Foto: Thiago Nozi)

Não há um modelo único de Pontos e Pontões de Cultura, seja de instalações físicas, seja de atividade ou programação. Eles podem tanto ser instalados tanto em uma casa, quanto em um grande centro cultural. A proposta é que sejam realmente pontos de cultura dentro de uma comunidade, isto é, um local para a prática, o aprendizado e a vivência da cultura. Um aspecto comum a todos é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada entre poder público e comunidade.

“O programa vem para financiar e apoiar grupos culturais que trabalham com a cultura para além da produção cultural tradicional, em sua versão mais antropológica. Nós apoiamos pequenos grupos culturais que são irradiadores não só de cultura, mas também de cidadania e de inclusão”, explica a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, Ivana Bentes.

Capilaridade e visibilidade

A Política Nacional de Cultura Viva é uma das iniciativas com mais capilaridade e visibilidade do Ministério e registra mais de 4,5 mil iniciativas em todo o País, presentes em mais de mil municípios do Distrito Federal e dos 26 estados brasileiros. As ações da política reúnem cerca de 8 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia são os que mais concentram Pontos de Cultura.

“Eu brinco que o Cultura Viva são os médicos cubanos do MinC, porque é um programa que está hipercapilarizado e chega na menor cidade que se pode imaginar”, afirma Ivana.

Entre os principais beneficiários e protagonistas do Cultura Viva estão a juventude e os grupos tradicionais, alcançando a produção cultural que vem das periferias e do interior do Brasil, passando da cultura digital às tradições dos povos indígenas. A política contempla iniciativas ligadas à cultura de base comunitária, indígenas, quilombolas, de matriz africana, economia solidária, produção cultural urbana e periférica, cultura digital, cultura popular, abrangendo todos os tipos de linguagem artística e cultural, como música, artes cênicas, cinema, circo e literatura, entre outras.

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A Aldeia Multiétnica é uma das ações do Ponto de Cultura Cavaleiro de Jorge, na Chapada dos Veadeiros (GO) (Foto: Oliver Kornblihtt)

Uma das metas do Plano Nacional de Cultura, instituído em 2010, é o fomento de 15 mil Pontos de Cultura até 2020. Para o alcance dessa meta, entretanto, é fundamental uma ampla mobilização da sociedade, e cabe ao MinC justamente promover condições para mapear, reconhecer, dar visibilidade e estimular intercâmbios e trocas em rede entre essas iniciativas culturais de todo o País. Foi neste contexto que nasceu a Lei Cultura Viva.

A nova legislação, além de garantir a continuidade do programa ao torná-lo política de Estado, e fomentá-lo com adoção da autodeclaração, desburocratizou os processos de prestação de contas e o repasse de recursos para as organizações da sociedade civil. Isso porque os Pontos e Pontões de Cultura podem receber apoio financeiro por meio de editais públicos do governo federal, estados e municípios. Além de prêmios e bolsas como instrumentos de fomento, após a adoção da lei, eles passaram a contar com o Termo de Compromisso Cultural (TCC) – mecanismo simplificado que substituiu os convênios na parceria entre o Estado e os Pontos e Pontões de Cultura, adequando-se à realidade dos agentes culturais e atrelando a prestação de contas à eficiência do trabalho e ao cumprimento do objeto, e não mais a questões meramente burocráticas, que costumavam emperrar o funcionamento da rede.

Os Pontos e Pontões de Cultura selecionados a fomento terão projetos culturais aprovados por, no mínimo, 12 meses e, no máximo, três anos, renováveis mediante avaliação das metas e resultados apresentados. Os repasses para Pontos de Cultura via TCC têm um valor total máximo de até R$ 360 mil, com parcela anual de até R$ 120 mil. Já os recursos destinados aos Pontões de Cultura não devem ultrapassar o valor total de R$ 2,4 milhões, sendo o valor da parcela anual de até R$ 800 mil. Vale destacar que esses são os tetos dos repasses oferecidos. Na prática, cada edital oferta um montante específico.

 Texto: Cristiane Nascimento (Ascom/MinC)

**Original publicado no website do Ministério da Cultura 

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31

mar
2016

Em Notícias

Por IberCultura

III Encontro Nacional de Arte e Circo de Costa Rica: convocatória para oficinas e espetáculos

Em 31, mar 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

cartel-enacEstá aberta até 8 de abril a convocatória para artistas e interessados em ministrar oficinas no III Encontro Nacional de Arte e Circo, que será realizado de 6 a 8 de maio de 2016, no Parque del Este, em San José, Costa Rica.

Organizada pela Asociación Cultural Arte y Circo (Asocarte), umas das 21 entidades selecionadas pelo fundo Puntos de Cultura 2015-2016, a iniciativa busca propiciar o desenvolvimento e a profissionalização das artes circenses em Costa Rica por meio do intercâmbio entre artistas, para ampliar seus conhecimentos, métodos de aprendizagem e iniciativas de cooperação.

Dentro do encontro haverá três modalidades de espetáculo: a) Trabalhos en Progresso, uma noite de mostra de trabalhos que se encontram em construção e experimentação (6 de maio); b) Noite de Gala, com espetáculos que tiveram um percurso e uma experiência cênica (7 de maio); c) Varieté familiar, show aberto para a comunidade no encerramento do encontro (8 de maio).

Os artistas interessados devem ter em conta que a duração máxima para cada proposta deve ser de 15 minutos. As propostas de oficinas, por sua vez, vão de 60 a 120 minutos de duração. A organização busca oficinas nas diferentes áreas do circo, em todos os níveles (principiante, intermediário e/ou avançado).

O formulário da convocatória está disponível na página da Asocarte no Facebook (www.facebook.com/Asocarte). Os candidatos devem preenchê-lo e enviá-lo ao e-mail convocatoriaenac@arteycirco.or.cr. Informações: info@arteycirco.or.cr.

24

mar
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Convocatória para Pontos de Cultura do Peru

Em 24, mar 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

Estão abertas as convocatórias dirigidas ao fortalecimento, articulação e promoção do trabalho dos Pontos de Cultura no Peru. São quatro convocatórias específicas, que serão realizadas sob a modalidade de cogestão entre os Pontos de Cultura selecionados e o Ministério de Cultura: a) projetos de articulação macrorregional; b) propostas de oficina para o Ayni Cultural‬ Ancash; c) propostas para receber assistência técnica especializada; e d) propostas para a semana dos Pontos de Cultura. As datas para a participação vão de 15 de abril a 6 de maio de 2016.

  1.  Proposta de Oficina para Ayni Cultural Ancash

Objetivo: busca-se identificar e selecionar um Ponto de Cultura interessado em ministrar uma oficina sobre a sistematização ou avaliação de seu trabalho ou intervenção na solução de uma problemática local ou melhora da qualidade de vida de sua comunidade.  Tal oficina se daria durante o Ayni Cultural a se realizar em Ancash.

Encerramento da convocatória: Sexta-feira, 15 de abril de 2016

  1.  Projetos de Articulação Macrorregional

Objetivo: enfocada em financiar até 50% do pressuposto total (com um limite máximo de 40 000 soles) de Projetos Macroregionais derivados dos acordos alcançados nos Encontros Macrorregionais e conteúdos nas atas disponíveis em: https://goo.gl/UNm57E

Encerramento da convocatória: Sexta-feira, 6 de maio de 2016

  1.  Propostas para a celebração nacional da Semana dos Pontos de Cultura

Objetivo: busca a cogestão entre 10-14 propostas (individuais ou regionais) para programar a celebração da Semana dos Pontos de Cultura de 20 a 26 de junho. Serão selecionadas as propostas que permitam conhecer e sensibilizar para a cidadania sobre o aporte dos Pontos de Cultura ao desenvolvimento local.

Encerramento da convocatória: Sexta-feira, 22 de abril de 2016

  1.  Propostas para receber assistência técnica especializada (convocatória em versão piloto apenas para Lima e Callao)

Objetivo: versão piloto da estratégia de fortalecimento de capacidades, que busca identificar seis Pontos de Cultura interessados em receber assessoria de um especialista em alguma das seguintes categorias: (a) avaliação e sistematização de projetos e metodologias, (b) gestão e mobilização de recursos e (c) proposta de valor para bens e serviços culturais.

Encerramento da convocatória: Sexta-feira, 22 de abril de 2016

Formulários: https://puntosdecultura.pe/documentos

Resolução que aprova las bases de la Convocatoria de Puntos de Cultura 2016: https://goo.gl/5sHkvo

As bases: https://goo.gl/Ml9Yrv

Consultas: puntos.gestion@cultura.gob.pe

(01) 618 9393 anexo 4026

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17

mar
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Encontro de Cultura Viva Comunitária no México: Vozes e sons de nossos territórios

Em 17, mar 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

cartaz-veracruzO Coletivo Altepee de Acayucan, Veracruz, é uma das 14 organizações que fazem parte da plataforma Cultura Viva Comunitária México, criada en 2015. Com vistas a construir um espaço de diálogo, o grupo realiza de 19 a 23 de março o 3º Encontro de Cultura Viva Comunitária México  “Voces y sonidos de nuestros territorios”. O objetivo é reunir diferentes vozes, olhares e experiências de organizações, coletivos, instituições e pessoas interessadas em se aproximar e conhecer este movimento.

O encontro conta com uma proposta de financiamento participativo (crowdfunding) para poder arrecadar os fundos necessários para cobrir os gastos do evento, incluindo gastos de transporte, comida e material para os cursos que serão realizados nas comunidades da região durante os cinco dias do evento.

Saiba mais:

Programa e inscrição gratuita: www.culturavivacomunitaria.org.mx/acayucan

Informes: altepeeson@gmail.com

Campanha de Crowdfunding: https://www.indiegogo.com/projects/encuentro-cultura-viva-comunitaria-2016–2#/

10

mar
2016

Em Artigos e publicações
Notícias

Por IberCultura

Dos Pontos às Redes: a reestruturação produtiva e os processos culturais inovadores

Em 10, mar 2016 | Em Artigos e publicações, Notícias | Por IberCultura

Por Ivana Bentes*

A cultura está no centro de um embate em torno de um outro modelo de desenvolvimento e radicalização da democracia, como um campo expandido e que é a porta de entrada para direitos sociais. Hoje, trata-se de entender a cultura como estruturante de mudanças decisivas já em curso. É que a cultura não é mais um “setor”, é um processo transversal e decisivo. O capitalismo é cultural e as formas de resistência e invenção são processos e linguagens, cosmovisões, que apontam para, inclusive, outra “cultura politica”.

A questão da cultura é decisiva porque no “semiocapitalismo”, o capitalismo cognitivo, capitalismo que tem como valor a informação, a comunicação, os afetos, o modo da produção cultural (a precariedade, a informalidade, a autonomia) são as próprias formas do trabalho contemporâneo, as formas gerais do trabalho.

Num mundo em crise de postos e empregos, em crise narrativa, a cultura inventa novas formas de atuação, fabulação e sustentabilidade. A cultura emerge não como “luxo” nem “exceção”, mas como o modelo de mutação do trabalho precário em potência e vida. Nesse sentido, a cultura hoje é um processo transversal que impacta nas formas de produção de valor em todos os campos.

Festa do Mercado do Bembé

O ministro Juca Ferreira na festa do Bembé do Mercado, em Santo Amaro, Bahia

O Ministério da Cultura de Gilberto Gil e Juca Ferreira tornou-se referência em políticas públicas culturais, no governo Lula, justamente por apontar para esse viés antropológico, uma inflexão nova que conectava a Cultura e a conquista de novos direitos a uma pauta para além das linguagens. Uma imaginação política e ousadia que resultou, dez anos depois, em 2014, em três grandes vitórias públicas: a aprovação da Lei Cultura Viva, transformando o programa dos Pontos de Cultura em política de Estado, a aprovação do Marco Civil para a Internet, referência no mundo e uma das maiores inovações no campo da cultura digital; e a aprovação da lei que regula a participação e cogestão da sociedade civil nas ações governamentais, o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil.

Depois de  duas gestões conservadoras no MinC, a chegada de Juca Ferreira ao ministério em 2015 aponta para uma retomada dessa imaginação política. O entendimento que podemos, partindo da Cultura, repensar questões decisivas no campo social, articulando o campo das artes e linguagens ao campo sociocultural. Estamos falando de políticas de valorização, apoio, sustentabilidade e ampliação dos Pontos de Cultura, reconhecimento da cosmovisão indígena, ações voltadas para os movimentos urbanos, novas redes de produção cultural, audiovisual, de mídia, dos povos tradicionais, remixando a cultura digital com a tradição oral, das linguagens urbanas e das artes.

Nem folclore engessado (o típico, o turístico e exótico), nem indústria cultural, simplesmente. O entendimento ampliado da Cultura traz a possibilidade de reconectar o Ministério da Cultura com a educação, a comunicação, os direitos humanos, os movimentos urbanos, com os novos processos das redes e ruas, em que as cidades são os novos laboratórios de políticas públicas.

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Estamos falando de movimentos que surgem pós-redistribuição de renda, que não demandam simplesmente recursos, mas políticas de sustentação e ativação de narrativas, “commons” e bens simbólicos, entendendo que a  transferência de renda apenas, não acaba com as desigualdades. O desafio é dar suporte e criar políticas para essas redes socioculturais que se reinventaram após a conquista mínima de direitos.

Estamos vivendo uma reestruturação produtiva, e na cultura isso é claro, a cultura é hoje o lugar do trabalho informal (não assalariado), com o primado do trabalho imaterial, grupos, redes, movimentos que trabalham com informação, comunicação, arte,  conhecimento e que não estão nas grandes corporações. Contexto que exige novas agendas estratégicas,  sem as forças imediatistas do mercado, nem as decisões centralizadas demais do Estado.  Uma radicalização da democracia estimulando a produtividade social.

Essa  experiência da Cultura a partir dos movimentos socioculturais surge como possibilidades de uma renovação radical das políticas públicas. Não  é só uma mudança da política para a cultura,  mas uma mudança da própria cultura política. São muitas iniciativas com potencial para serem instituídas e o Brasil, surge como laboratório desses projetos culturais .

Podemos destacar, entre outros,  economia e cultura do funk e do hip hop, movimentos que produzem novas identidades e sentimento de pertencimento, de comunidade (rolezinho, bonezaço, midialivristas, ambientalistas, etc.), grupos e redes que criam mundos e atividades  produtivas: DJs, donos de equipamentos de som, donos de vãs, organizadores de bailes, seguranças e rappers, funkeiros, produtores de conteúdos e mídias, Pontos de Cultura rurais (violeiros, jongueiros, artesãos), produtores e agentes culturais e das mais diferentes  linguagens, urbanas e comunitaristas, vinda das artes mas também dos povos de terreiro, grupos indígenas, de matriz africana, da tradição oral, etc.

Cópia de Foto_Vídeo nas Aldeias (VNA)

Da Cultura aos commons

Estamos falando do primado da cultura na constituição da economia cognitiva e da economia narrativa do capitalismo contemporâneo. Para além do simbólico trata-se de grupos de onde emerge uma outra economia, capilarizada e de “cauda longa”.

Economia da Cultura emergente que tem que ser pensada de forma bem mais ampla reconhecendo-se os arranjos produtivos culturais em todos os níveis. Ou seja, de um terreiro de candomblé a um desenvolvedor de games, colocando esses agentes para cogestar essas políticas e demandas. Economia da Cultura que não é um “nicho” (a Economia Criativa) em um Ministério da Cultura, mas um campo que dialoga com o restante das políticas todas. É um setor estruturante e transversal.

Essas redes culturais locais se constituem em contrastes com as políticas públicas organizadas do centro, super hierarquizadas,  centralizadas, e que não  resolveram ou reduziram a um nível desejável as desigualdades sociais.

Hoje nós temos uma oportunidade histórica de  experimentar outros modelos de políticas publicas, ainda embrionários, redes socioculturais, que funcionam justamente de forma horizontal, acentrada, rizomática, organizando a própria produção.

Os movimentos socioculturais trabalham com uma ideia de educação não formal, como porta de entrada para a educação formal e para o trabalho vivo.  A explosão das escolas livres e metodologias de formação no Brasil é sintomática desses processos autonomistas, mas que precisam que o Estado produza “commons”, bens comuns e direitos para sustentar essa produção.  Que precisam de políticas que sejam interfaces entre a Cultura e a Educação, apontando para um reconhecimento do Estado e do MEC dessa cultura formadora e educadora.

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Estamos falando de ações e processo que extrapolam a ideia fordista da “educação” ou da “indústria cultural”, processo que não é formal, é precário, informal, veloz, e que se dá em redes colaborativas, que operam produzindo transferência de capital simbólico e real,  fortalecendo os movimentos socioculturais, sem os tradicionais mediadores culturais mas que dependem de políticas públicas novas e ampliadas.

Esses movimentos sociais tornam-se habilitados a administrar a própria cultura que produzem, ao mesmo tempo  podem ser parceiros significativos do Estado ou de quem detém os meios de produção, difusão, etc. Os movimentos socioculturais podem atuar em todas as pontas: como produtores de cultura, administradores e beneficiários do resultado da sua produção, formadores, cogestores do Estado.

Se os atores culturais e sociais dispõem de recursos intelectuais e materiais para assumirem esse protagonismo, qual o papel das políticas públicas? Apoiar, estimular e promover, formar lideranças, agentes de cultura, gestores, administradores de cultura, de eventos culturais, dar as condições mínimas para esse desenvolvimento. Essa foi a grande virada do MinC antropológico que emergiu na gestão Gilberto Gil/Juca Ferreira e que hoje retorna com uma segunda capa de desafios: constituir uma Cultura de Redes para além da hiperfragmentação identitária.

Sabemos que hoje, financiar cultura é financiar processos e vidas. Vimos nessas eleições o retorno dos movimentos sociais e culturais na disputa de um projeto de governo, com uma multidão que, mesmo insatisfeita, foi para as ruas no final das eleições de 2014, esse campo sociocultural que fez diferença na disputa narrativa para a eleição da presidenta Dilma Rousseff, por exemplo, mesmo com todas as críticas.

Vimos esse mesmo campo “expulso” da rua pós 2013 para dar lugar a outros grupos sociais na manifestação conservadora de 15 de Março de 2015. Numa preocupante disputa das ruas pela direita com seus valores retrógrados e visões de mundo binárias e polarizadas.

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É em torno da Cultura que se pode formar uma rede crítica que coloque o governo em urgente diálogo com a pauta trazida por jovens das periferias, do hip hop, do funk, com projetos sociais e culturais vindos das favelas e do campo das artes; que recolocou na cena o debate em torno dos Pontos de Cultura, da banda larga, da cultura digital, da criminalização da cultura das periferias e dos jovens negros e mesmo uma demanda de mudança da cultura política, engessada e pouco participativa.

Em vez das tradicionais reivindicações “setoriais”  e de “balcão” (fragmentadas e corporativas), é esse entendimento estruturante da Cultura na economia real e simbólica que está em jogo. Nada menos que uma virada de imaginário! Nesse sentido, não podemos esperar a configuração conservadora crescer, existe um sentimento de urgência em todos os movimentos de juventude e urbanos, nas periferias, no campo. A juventude está inquieta e disposta, demanda participação e cogestão, incidência nas políticas públicas.

Trata-se de uma mudança de “cultura política”, em que temos que nos perguntar, quem são esses novos trabalhadores urbanos que não estão nas instituições ou partidos? Em parte é o precariado urbano que congrega jovens das periferias, em trabalhos informais e de todo tipo, mas também e muito fortemente os produtores de cultura das bordas, do interior, os jovens estudantes saídos das universidades, ativistas, midialivristas, etc. Estamos falando dos produtores e trabalhadores (os autônomos e sem seguridade) que são a nova força do capitalismo e que estão no front, na resistência, inventando suas atividades e vidas.

Estamos falando de um movimento social das culturas que não demanda postos de trabalho ou uma relação patrão/empregado, como na fábrica fordista e na reivindicação de uma juventude mais conservadora. Precisam, para se constituir como movimento e campo, de acesso a direitos e benefícios sociais. Precisam acessar os “commons”, bens comuns: internet, acesso a repertórios, moradia, sede, acesso a sistema de saúde e seguridade.

Encontro de Midialivrismo

Cultura de redes

Aqui destacamos a Política Nacional Cultura Viva do MinC como um laboratório desse novo ciclo das políticas culturais. Trata-se do programa que gere os Pontos de Cultura, um arranjo que se expressa ações culturais capilarizadas com as mais diferentes linguagens e atores e com potencial de escala, com cerca de 4 mil Pontos de Cultura presentes em todos os Estados brasileiros e em mil municípios. E que tem como meta atingir os 15 mil pontos em 2020, conforme o proposto no Plano Nacional de Cultura.

Os Pontos de Cultura, um reconhecimento do Estado brasileiro da potência da Cultura dos muitos, trazem, por fora e por dentro do Estado, novos e tradicionais sujeitos do discurso: povos de terreiro, movimento dos sem terra e sem teto, com as ações culturais nos assentamentos rurais e ocupações urbanas, a cosmovisão e estéticas dos povos indígenas e quilombos, o movimento estudantil, a percepção das vidas-linguagens que nascem dos territórios (funk, hip hop, jongo, tecnobrega, etc).

Trata-se de uma política pública rizomática que cria programas específicos pra cada um desses movimentos a partir de suas particularidades, mas que pode na sua nova etapa, induzir, apoiar e fomentar a constituição de uma Cultura de Redes, um passo inovador e ousado para a articulação e mobilização de um novo tipo de movimento cultural.

Entendemos a Cultura de Rede como um processo de construção conjunta de redes de cultura (redes de povos de terreiro, redes de mídia livre, redes do funk, redes de produtores e agentes culturais, etc). Arranjos e articulação em redes que são uma nova capa de construção do campo expandido da cultura, capaz de rivalizar com a indústria cultural e  fazer as disputas narrativas.

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É dentro dessa política, na Secretaria que faz a articulação da Cidadania com a Diversidade (SCDC do MinC) que vemos emergir um novo desenho, para além dessa “fragmentação” de círculos e pontos, a Cultura de Redes como estruturante de uma nova política cultural indutora de uma nova base social, que parte da Cultura.

No desenho anterior, essa articulação era delegada aos Pontões de Cultura, por exemplo, mas hoje podemos pensar em políticas e ações de fomento de redes as mais diversas com ações transversais (de infraestrutura, aplicativos, troca de metodologias de formação, etc) que estruturem e potencializem essa imensa e diversa rede de agentes culturais e produtores de linguagens e narrativas espalhados por todo o território brasileiro e também pela América Latina.

Aqui temos um instrumento específico para essa política pública capilarizada e em escala: a Lei Cultura Viva, aprovada em 2014 e regulamentada em 2015. Uma lei que faz o enfrentamento entre o aparato de Estado hiperburocratizado e a fluidez do campo cultural, com várias propostas de implementação de simplificação da prestação de contas dos recursos para o Estado, trazendo soluções para entraves jurídicos que impediram a rede cultural de se sustentar.

A implementação da lei também será um fator de articulação e mobilização dos produtores culturais ao propor e legalizar uma ação radical: a autodeclaração dos Pontos de Cultura, que passam a ser reconhecidos pelo Ministério da Cultura independentemente de terem ou não uma relação contratual com o Estado, independentemente de terem recursos do MinC.

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A autodeclaração é uma ação que irá mapear a rede de Pontos de Cultura do Brasil, para além dos conveniados e que podem chegar a 15 mil, 30 mil, 100 mil Pontos. Uma força cultural e simbólica de onde vemos emergir o movimento social das culturas, partindo da cultura para acessar outras políticas públicas e criando interfaces com políticas de moradia, comunicação, juventude, direitos humanos, etc. Campos de interface para esse próximo ciclo expandido da cultura, que disputa mundos partindo das suas próprias pautas e questões.

Economia cognitiva e narrativa

Entendemos que o campo da cultura hoje faz a disputa social e a de narrativas. Daí a necessidade de uma política de comunicação e mídia para o campo cultural. Articulando os produtores de cultura a uma rede de comunicação inovadora e fluida, independente e regionalizada em todo país: circuitos, sites, blogs, web TVs, web rádios, rádios, TVs comunitárias, TVs públicas, pequenos jornais, revistas, perfis nas redes sociais, etc.

Temos a oportunidade de fazer uma ação transversal do Ministério da Cultura com o Ministério das Comunicações e que responde de forma pontual a uma demanda histórica de democratização do campo da comunicação e das mídias pensada em um contexto pós mídias de massa. É a lógica das redes e novas mídias, a lógica das plataformas de produção colaborativas como a Mídia Ninja e tantos outros coletivos que fazem a disputa narrativa.

Trata-se de uma política de ponta, para os que não vão esperar a regulamentação dos meios de comunicação, e que aglutina e mobiliza um campo enorme e decisivo de aliança entre cultura e mídia, mídias e diversidade e inclusão subjetiva.

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Nessa linha, uma política inovadora do MinC, as Ações em Cultura Digital, precisam se articular as Políticas de Redes, reativadas como espaço transversal e articulador: os Pontões de Cultura Digital e agora, as plataformas, redes, circuitos, assim como ferramentas que podem ativar um sistema de participação (Gabinetes Digitais, Consultas Públicas, etc.). Trata-se de fazer emergir uma nova arquitetura de gestão, uma cultura de redes em que a cultura digital é a infra e a base da democracia participativa e de uma nova forma de pensar uma cogestão com os próprios usuários do sistema MinC e produtores culturais.

Outro desafio nas políticas culturais é aproximar as artes do campo de disputa política e do campo sociocultural. O momento em que as linguagens artísticas passam a transitar para além dos centros culturais, museus e instituições. O cinema, música, teatro, literatura, artes visuais e performáticas sinergizados com o campo comunitarista e sociocultural, dos Pontos de Cultura, com as linguagens indígenas, de matriz africana, tradição oral, etc.  Emergência das vidas-linguagens em que a estética nasce dos territórios e das lutas.

Aqui temos uma interface  possível entre a política dos Pontos de Cultua com as ações da Funarte. Uma oportunidade histórica de (na linha de programas como o Interações Estéticas do MinC, em que se pensava esse diálogo das linguagens e tradições) juntar os artistas do circuito tradicional das artes, das galerias e museus com a experiência, estética e linguagens vindas das bordas, periferias, tribos.

Essa é inclusive uma tendência internacional, de uma conexão territorial-global, encontro de gerações de grandes artistas de todas as linguagens com esse campo alargado da cultura no sentido antropológico. Ações que tem tudo para estimularem e fazer cruzar os dois campos hoje separados das linguagens artísticas e o campo sociocultural.

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Participação e governança

A democracia brasileira vive, entre tantas crises, uma crise da representação, com experiências cotidianas de participação e expressão de milhares de cidadãos nas redes sociais, o que faz  emergir uma cultura plebiscitária de sociabilidade em tempo real.

Essa erótica da comunicação recém experimentada produz por parte do Estado e de parlamentares tradicionais um “pânico da participação”, sintoma da crise dos intermediários, quando milhares de pessoas passam a exercitar a governança e a ruidocracia nas redes sociais e nas ruas, da mesma forma que buscam processos desintermediados na produção cultural (crise das gravadoras, editoras, etc.) com a ascensão da cultura do “faça você mesmo”.

Trata-se também de uma crise de velocidade: governos, Congresso, parlamentares são lentos demais para responder aos desejos de uma democracia em tempo real e on line, conectada, em que as posições e decisões políticas são monitoradas, comentadas, criticadas ao vivo.

Vemos também o descrédito e não funcionamento de sistemas tradicionais de governança: Conferências, Conselhos de Cultura estaduais e municipais, conselhos que não funcionam ou que não tem incidência real. Planos Nacionais, Estaduais e Municipais de Cultura que não sairam do papel.

O pânico da participação social vocalizado em muitos setores (mídia, corporações, Estado) nos seus diferentes níveis impede na construção de um Estado-rede, poroso e  aberto a cogestão com a sociedade civil e agentes culturais. Trata-se de superar o fosso entre Estado e sociedade civil  em um novo arranjo de governança.

Marcha das Margaridas

Mais uma vez o desafio é fazer emergir uma cultura de redes, que apoie reforce, induza a criação de novas institucionalidades,  com redes especificas de cogestão com o sistema MinC em todos os níveis. O sistema de participação vai da ativação dos Pontos  de Cultura, agentes territoriais locais, redes e arranjos nacionais, conferências, Teias, fóruns, encontros, até as plataformas, gabinetes digitais, consultas públicas, ferramentas de participação virtuais, etc. Numa escala e modulação distintas, mas complementares.

Nessa arquitetura, a política de participação social, polifônica, digital, nas redes e nas ruas, torna-se a base do que estamos chamando de movimento social das culturas, que se constituiu nas conferências, nos fóruns e debates da era Lula e depois, mas cujo sistema de participação se tornou insuficiente.

A mudança da cultura política passa pelo trabalho da Cultura como movimento social e cogestor do Estado-rede,  barrando a criminalização da homofobia,  aliando-se ao debate sobre a mobilidade e todas as questões urbanas, o debate sobre segurança pública, desmilitarização da polícia, extermínio da juventude negra,  as mudanças climáticas e uma miríade de pautas que são decisivas para a jovem ruidocracia brasileira.

Uma rede cultural que reconecta o Estado com a pauta trazida pelos movimentos rurais e urbanos e suas linguagens, que recoloca na cena o debate em torno dos Pontos de Cultura, da cultura digital, da reforma da Lei do Direito Autoral, reconectando o Estado com as forças vivas da sociedade, reconectando a estética e política.  Esse é o desafio para uma mudança não apenas das políticas culturais, mas da própria cultura política brasileira.

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Referências bibliográficas

BAUWENS, Michel. A economia política da produção entre pares. Disponível em: <https://www.p2pfoundation.net/>.
BENTES, Ivana. Redes colaborativas e precariado produtivo. In: Caminhos para uma comunicação democrática. São Paulo: Le Monde Diplomatique: Instituto Paulo Freire, 2007.
______. Deslocamentos subjetivos e reservas de mundo. In: MIGLIORIN, Cezar (Org.). Ensaios no real: o documentário brasileiro hoje. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2010.
HARDT, M.; NEGRI, A. Multidão: guerra e democracia na era do império. Rio de Janeiro: Record, 2005.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. Salvador: Edufba, 2012.
LAZZARATO, Maurizio. As revoluções do capitalismo. Record, 2008.
LAZZARATO, M.; NEGRI, A. Trabalho imaterial. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
RANCIÈRE, Jacques. Política da arte. In: SEMINÁRIO SÃO PAULO S.A., PRÁTICAS
ESTÉTICAS, SOCIAIS E POLÍTICAS EM DEBATE. São Paulo: Sesc Belenzinho, 2005.

 

*Ivana Bentes é pesquisadora de Comunicação da UFRJ. Foi Secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura e presidente do programa IberCultura Viva

** Fonte: Revista Observatório Itaú Cultural – N. 19 (nov. 2015/maio 2016).

 

 

01

mar
2016

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

Confira a relação definitiva de projetos vencedores do Edital de Intercâmbio

Em 01, mar 2016 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

edital-iberA Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI Brasil) publicou hoje a relação definitiva de contemplados do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, criado para incentivar a integração e o desenvolvimento de redes entre organizações culturais de países ibero-americanos. Cada um dos 14 premiados receberá US$ 5 mil. Um termo de convênio será enviado a todos os projetos vencedores esta semana.

O edital foi lançado em 4 de agosto de 2015 com três categorias: 1) intercâmbio (mobilidade e criação de redes) entre agentes culturais; 2) apoio à participação no 2º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em outubro, em El Salvador; e 3) criação de conteúdos culturais (produtos) feita em conjunto por organizações de dois ou mais países. As inscrições para a categoria 2 terminaram em 30 de agosto, e para as demais, em 1 de dezembro.

O resultado das categorias 1 e 3 foi divulgado em 16 de fevereiro e o prazo para apresentação de recursos se encerrou três dias depois. Representantes de dois projetos que haviam sido habilitados, mas não se classificaram entre os sete primeiros lugares, apresentaram recursos. Após analisar os dois casos, o Comitê de Avaliação decidiu manter a pontuação inicial, não alterando, portanto, a ordem de colocação dos projetos vencedores.

Inscreveram-se no edital 76 projetos – 42 na categoria 1 e 34 na categoria 3. Para a primeira, do total de inscritos, foram habilitados 27; para a segunda, 16. Todos esses receberam pontuações dos avaliadores. Os paises com maior participação entre os habilitados da categoria 1 foram Argentina (15 projetos), Brasil (12), Costa Rica (5), Espanha (5) e Peru (5). Na categoria 3, Brasil (8), Argentina (6) e México (7) foram os três países mais presentes. Os sete mais bem colocados de cada categoria foram escolhidos os vencedores do edital.

Participaram da avaliação por parte do Comitê Intergovernamental: Diego Benhabib, Silvana Fabbricatore, Rosario Lucesole e Florencia Pinto (Ministério de Cultura da Argentina); Alexandre Santini (Ministério da Cultura do Brasil); Marianela Riquelme Aguilar (Conselho Nacional da Cultura e das Artes do Chile); Fresia Camacho e Eduardo Reyes Paniagua (Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica); Alejandro Lozano Conde (Direção Geral de Culturas Populares, México); Pilar Torre Villaverde (Ministério de Educação, Cultura e Esportes de Espanha); César Pineda (Secretaria de Cultura da Presidência de El Salvador); Fabiola Figueroa, Lilybeth Echeandía, Alonso Santa Cruz y Estefanía Jesus Lay Guerra (Ministério de Cultura do Peru); Zulma Masi (Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai); Gustavo Piegas Marsiglia (Ministério de Educación e Cultura do Uruguai).

Por parte do Comitê Técnico, os avaliadores foram Diego Benhabib, coordenador do programa Puntos de Cultura do Ministério de Cultura da Argentina; Fresia Camacho, diretora nacional de Cultura, e Eduardo Reyes, gestor cultural do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica; Moira Eugenia Delano Urrutia, chefa do Departamento de Cidadania Cultural do Conselho Nacional da Cultura e das Artes do Chile.

Eis a lista definitiva de ganhadores do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio:

CATEGORIA 1

Nome do projeto – Entidades/ Coletivos
  1. Trenzando caminos. Una construcción político cultural, desde la sociedad civil en el Mercosur –  Asociación Ecuménica de Cuyo ( FEC)/ Centro Tierra Nueva Argentina /Centrac – Centro de Acción Cultural Centrac Brasil / CPP – Centro de Participación Popular Montevideo / ECO – Educación y Comunicaciones Chile /SEDEJ – Servicio para el desarrollo de los jóvenes Chile / Decidamos – Campaña por la Expresión Ciudadana Paraguay
  2. Red de Festivales Internacionales de Teatro de Titeres Colombiatiteres – Red Colombia Títeres; Fundación La Tortuga Triste; Manicomio de Muñecos de Medellín; Trotasueños de Cartagena – e Agárrate Catalina de Argentina- grupo para la movilidad
  3. Mundo Puckllay y Pé No Chão. Un enlace artístico y cultural entre Perú y Brasil (1ra Etapa) – Puckllay (Peru) / Pé no Chão (Brasil)
  4. Museu da Pessoa. Rede Internacional de Histórias de Vida – Instituto Museu da Pessoa (Brasil) / Emiliano Polcaro – Museo de la Persona Argentina (Argentina)
  5. II Foro Educativo Centroamericano. Desarrollo curricular y Arte Social, Etapa I – Sociedad Civil para el Arte y la Cultura Guanared / Red Centroamericana Maraca
  6. Integración entre agentes culturales de Costa Rica (Red Cultura Viva Comunitaria) y Chile (Nodo Valpo) – Costa Rica (Red Cultura Viva Comunitaria) y Chile (Nodo Valpo)
  7. Mapeamento de coletivos de artivismo, comunicação alternativa e cultura livre na Espanha – Baixa Cultura (Brasil) / Zemos98 – Cultura Libre e Innovación Social (Espanha)

CATEGORIA 3

Nome do projeto – Entidades/ Coletivos
  1. Lxs jóvenes cantamos nuestros derechos – Fundación SES (Argentina) / Fundación Salvadoreña Para la Promoción Social y el Desarrollo Económico (FunsalProdese) (El Salvador)
  2. Proyecto Ja’ab de edición colectiva y fomento de la escritura y la lectura en el área maya – Museo de la Palabra y de la Imagen (El Salvador) y SOM Editorial Colectiva A.C. (México)
  3. Kwatiara Abya Yala (Escrita Indígena da América) – Thydêwá (Brasil) / Comunidad Indígena Territorial Comechingón Sanavirón Tulián (Argentina) / Comunidad Linkan Antai Corralitos (Argentina)
  4. Ventana a la biodiversidad – Cultura Savia A.C. (México) / Unesco Etxea – Centro Unesco del País Vasco (Espanha)/ .txt Texto de Cinema (Brasil)
  5. Porto Alegre – Tijuana: mulheres olhando para seu cotidiano e além dele – Cidadania e Arte (Brasil) / Imagen y Creación (México)
  6. Taller Comunitario de Creación Cinematográfica Intercultural con y para Niños – CinemaTequio (México) / Sociedad de Arqueología e Historia Museo Fonck (Chile) / Club de excursionismo Grupo Tacitas (Chile)
  7. Oralidade escrita – Fundación Abriendo Surcos (Argentina) / Coletivo Aty Sâso (Brasil)

Saiba mais sobre o edital:

Edital IberCultura Viva de Intercâmbio

Primeiro Termo Aditivo ao Edital de Intercâmbio

Informação aos Interessados V – Projetos Habilitados nas Categorias I e III

Informação aos Interessados VI – Resultado da Fase de Recursos (Projetos Habilitados nas Categorias I e III)

Informação aos Interessados VII – Aviso Prazo de Resolução

Informação aos Interessados VIII – Complementação da Fase de Recursos

Informação aos Interessados IX – Aviso do Prazo de Resolução

Informação aos Interessados X – Publicação dos Resultados das Categorias I e III

Informação aos Interessados XI – Publicação dos Resultados Definitivos das Categorias I e III

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01

mar
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Teatro Trono visitará organizações argentinas com a Caravana Corpos sem Fronteiras

Em 01, mar 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

caravana-norio9

A Caravana pela Vida chegou ao Rio em junho de 2012

A Caravana pela Vida – De Copacabana a Copacabana, aventura que acabou se transformando numa espécie de patrimônio do movimento de Cultura Viva Comunitária, saiu de Copacabana, na Bolívia, em 26 de maio de 2012 e chegou a Copacabana, Brasil, em 18 de junho. Desde então o caminho iniciado pelos atores do Teatro Trono-Compa é seguido por muitas organizações de cultura de base comunitária. Em 2015, por exemplo, a Cooperativa La Comunitaria da Argentina visitou o Teatro Trono em El Alto, Bolívia. Agora, os bolivianos fazem o caminho de volta percorrendo organizações da Rede Nacional de Teatro Comunitário da Argentina.

Ao longo de um mês, entre 23 de março e 23 de abril, a Caravana Corpos sem Fronteiras passará por oito províncias argentinas. Quinze integrantes do Teatro Trono apresentarão a obra “Arriba El Alto” nas paradas. Também está prevista uma oficina a cargo de Iván Nogales (fundador do Teatro Trono), “A descolonização do corpo”.

 

Confira as paradas da caravana:

Parada 1: Quarta-feira (23/03), quinta-feira (24/03) e sexta-feira (25/03)

Onde: Catamarca. Quem recebe: Grupos culturais de Catamarca e Guardapalabras de la Estación.

Parada 2: Sábado (26/03), domingo (27/03), segunda-feira (28/03), terça-feira (29/03)

Onde: Mendoza. Quem recebe: Grupo Chacras para Todos.

Parada 3: Quarta-feira (30/03)

Onde: Santa Rosa (La Pampa). Quem recebe: Cooperativa La Comunitaria (Santa Rosa)

Quinta-feira (31/03), General Pico (La Pampa). Quem recebe: La Comunitaria (General Pico)

Parada 4: Sexta-feira (01/04), sábado (02/04), domingo (03/04), segunda-feira (04/04), até terça-feira (05/04).

Onde: Rivadavia. Quem recebe: Cooperativa La Comunitaria (Rivadavia)

Parada 5: Quarta-feira (06/04), quinta-feira (07/04), sexta-feira (08/04), sábado (09/04), domingo (10/04)

Onde: 9 de Julio. Quem recebe: Cruzavías (9 de Julio)

Parada 6: Segunda-feira (11/04), terça-feira (12/04), quarta-feira (13/04)

Onde: Moreno: Culebrón Timbal, La rotonda, Crear Vale la pena

Parada 7: Jueves 14, Viernes 15, Sábado 16, Domingo 17

Onde: Buenos Aires. Quem recebe: Catalinas Sur, Barracas, grupos da capital que queiram compartilhar

Parada 8: Segunda-feira (18/04), terça-feira (19/04)

Onde: Córdoba. Quem recebe: Grupo Orilleros de la Cañada.

Parada 9: Quarta-feira (20/04), quinta-feira (21/04)

Onde: Salta. Quem recebe: Grupo Alas. Pré-Encontro Nacional de Teatro Comunitário.

Parada 10

Onde: Jujuy. Quem recebe: Silvia Bucari.

Sábado (23/04): regresso de Jujuy a Bolívia por Tarija.

 

Saiba mais:

Caravana Cuerpos sin Fronteras, por Marlen Argueta (Plataforma Puente)

“Somos caravanas”, por Iván Nogales (Plataforma Puente)

Caravana Pela Vida – De Copacabana a Copacabana: a aventura que fez história

16

fev
2016

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

Conheça os 14 projetos contemplados nas categorias 1 e 3 do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio

Em 16, fev 2016 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

Uma rede de festivais internacionais de teatro de bonecos; um museu virtual com histórias de vida de brasileiros e argentinos; uma coleção ibero-americana de livros digitais de autores indígenas; o mapeamento de coletivos espanhóis de comunicação alternativa e cultura livre; encontros de organizações juvenis durante a Cúpula Social do Mercosul; um videoblog que trata de imaginário cultural e biodiversidade; oficinas de vídeo dirigidas a mulheres das periferias de Porto Alegre e Tijuana (México); oficinas de produção cinematográfica digital para meninas e meninos pertencentes a povos originários do Chile.

photo51887242661181630Esses são alguns dos projetos vencedores do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, criado para incentivar a integração e o desenvolvimento de redes entre organizações culturais de países ibero-americanos. Cada um dos 14 premiados receberá US$ 5 mil.

Lançado em 4 de agosto de 2015, este primeiro edital de intercâmbio do programa de cooperação IberCultura Viva foi dividido em três categorias: 1) intercâmbio (mobilidade e criação de redes) entre agentes culturais; 2) participação no 2º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, de 27 a 31 de outubro de 2015, em El Salvador; e 3) criação de conteúdos culturais (produtos) feita em conjunto por organizações da sociedade civil de dois ou mais países.

Ao todo, serão destinados US$ 90 mil. Desse montante, US$ 35 mil vão para categoria 1 (US$ 5 mil para os sete primeiros colocados) e US$ 35 mil para a categoria 3 (US$ 5 mil para os sete primeiros lugares). Os outros US$ 20 mil, referentes à categoria 2, foram distribuídos entre 10 agentes culturais dos seguintes países: Chile (2), Brasil (3), Argentina (3) e Peru (2). Eles receberam US$ 2 mil como apoio à viagem a El Salvador.

As inscrições estiveram abertas de 4 de agosto a 1 de dezembro. Podiam participar entidades legalmente constituídas ou coletivos reconhecidos nacionalmente pelo desenvolvimento de atividades ou processos culturais nos países ibero-americanos. Os projetos deveriam contemplar alguns objetivos, como a valorização da diversidade cultural e da educação, a promoção da participação social como um direito cidadão, a defesa dos direitos humanos e a integração entre países.

A Unidade Técnica do IberCultura Viva e o escritório da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) em Brasília ficaram responsáveis pela etapa de habilitação dos projetos. A etapa seguinte, de julgamento, ficou a cargo do Comitê Intergovernamental (formado por representantes dos 10 países-membros) e do Comitê Técnico (Costa Rica, Chile e Argentina) do programa.

Participaram da avaliação por parte do Comitê Intergovernamental: Diego Benhabib, Silvana Fabbricatore, Rosario Lucesole e Florencia Pinto (Ministério de Cultura da Argentina); Alexandre Santini (Ministério da Cultura do Brasil); Marianela Riquelme Aguilar (Conselho Nacional da Cultura e das Artes do Chile); Fresia Camacho e Eduardo Reyes Paniagua (Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica); Alejandro Lozano Conde (Direção Geral de Culturas Populares, México); Pilar Torre Villaverde (Ministério de Educação, Cultura e Esportes de Espanha); César Pineda (Secretaria de Cultura da Presidência de El Salvador); Fabiola Figueroa, Lilybeth Echeandía, Alonso Santa Cruz y Estefanía Jesus Lay Guerra (Ministério de Cultura do Peru); Zulma Masi (Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai); Gustavo Piegas Marsiglia (Ministério de Educación e Cultura do Uruguai).

Por parte do Comitê Técnico, os avaliadores foram Diego Benhabib, coordenador do programa Puntos de Cultura do Ministério de Cultura da Argentina; Fresia Camacho, diretora nacional de Cultura, e Eduardo Reyes, gestor cultural do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica; Moira Eugenia Delano Urrutia, chefa do Departamento de Cidadania Cultural do Conselho Nacional da Cultura e das Artes do Chile.

Mais informações: https://www.oei.org.br/index.php?secao=noticia&id=123

Informação aos interessados X

 

Confira a relação definitiva de projetos contemplados:

CATEGORIA 1

Nome do projeto – Entidades/ Coletivos
  1. Trenzando caminos. Una construcción político cultural, desde la sociedad civil en el Mercosur –  Asociación Ecuménica de Cuyo ( FEC) Argentina / Centro Tierra Nueva Argentina /Centrac – Centro de Acción Cultural Centrac Brasil / CPP – Centro de Participación Popular Montevideo- Uruguay / ECO – Educación y Comunicaciones Chile /SEDEJ – Servicio para el desarrollo de los jóvenes Chile / Decidamos – Campaña por la Expresión Ciudadana Paraguay
  2. Red de Festivales Internacionales de Teatro de Titeres Colombiatiteres – Red Colombia Títeres; Fundación La Tortuga Triste; Manicomio de Muñecos de Medellín; Trotasueños de Cartagena –y Agárrate Catalina de Argentina- grupo para la movilidad
  3. Mundo Puckllay y Pé No Chão. Un enlace artístico y cultural entre Perú y Brasil (1ra Etapa) Puckllay (Peru) / Pé no Chão (Brasil)
  4. Museu da Pessoa. Rede Internacional de Histórias de VidaInstituto Museu da Pessoa (Brasil) / Emiliano Polcaro – Museo de la Persona Argentina (Argentina)
  5. II Foro educativo centroamericano. Desarrollo curricular y Arte Social, Etapa I Sociedad Civil para el Arte y la Cultura Guanared / Red Centroamericana Maraca
  6. Integración entre agentes culturales de Costa Rica (Red Cultura Viva Comunitaria) y Chile (Nodo Valpo) – Costa Rica (Red Cultura Viva Comunitaria) y Chile (Nodo Valpo)
  7. Mapeamento de coletivos de artivismo, comunicação alternativa e cultura livre na Espanha Baixa Cultura (Brasil) / Zemos98 – Cultura Libre e Innovación Social (Espanha)

CATEGORIA 3

Nome do projeto – Entidades/ Coletivos
  1. Lxs jóvenes cantamos nuestros derechos – Fundación SES (Argentina) / Fundación Salvadoreña Para la Promoción Social y el Desarrollo Económico (FunsalProdese) (El Salvador)
  2. Proyecto Ja’ab de edición colectiva y fomento de la escritura y la lectura en el área maya – Museo de la Palabra y de la Imagen (El Salvador) y SOM Editorial Colectiva A.C. (México)
  3. Kwatiara Abya Yala (Escrita Indígena da América) Thydêwá (Brasil) / Comunidad Indígena Territorial Comechingón Sanavirón Tulián (Argentina) / Comunidad Linkan Antai Corralitos (Argentina)
  4. Ventana a la biodiversidad – Cultura Savia A.C. (México) / Unesco Etxea – Centro Unesco del País Vasco (Espanha)/ .txt Texto de Cinema (Brasil)
  5. Porto Alegre – Tijuana: mulheres olhando para seu cotidiano e além dele – Cidadania e Arte (Brasil) / Imagen y Creación (México)
  6. Taller Comunitario de Creación Cinematográfica Intercultural con y para Niños – CinemaTequio (México) / Sociedad de Arqueología e Historia Museo Fonck (Chile) / Club de excursionismo Grupo Tacitas (Chile)
  7. Oralidade escrita – Fundación Abriendo Surcos (Argentina) / Coletivo Aty Sâso (Brasil)

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Saiba mais sobre os projetos:

CATEGORIA 1

1. “Trançando caminhos. Uma construção politico-cultural, a partir da sociedade civil no Mercosul”

O projeto busca, a partir de uma proposta de cogestão, realizar um encontro entre grupos e organizações juvenis de Chile, Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil que trabalham a partir da arte e da cultura, em um processo de integração regional e cultural. As atividades serão desenvolvidas durante a Cúpula Social do Mercosul, em Montevidéu (Uruguai), durante o mês de junho de 2016.

Países envolvidos: Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai

Proponentes: Asociación Ecuménica de Cuyo (FEC), Argentina / Centro Tierra Nueva, Argentina/ Centro de Ação Cultural (Centrac), Brasil / Centro de Participación Popular (CPP), Montevideo – Uruguay / ECO – Educación y Comunicaciones, Chile / Servicio para el desarrollo de los jóvenes (Sedej), Chile / Decidamos – Campaña por la Expresión Ciudadana, Paraguay

2. Rede de Festivais Internacionais de Teatro de Bonecos – Colômbia Títeres

A rede é um coletivo formado por fundações e corporações que têm um objetivo em comum: a realização de festivais internacionais de teatro de bonecos com companhias procedentes da Ibero-América. Uma vez selecionados os grupos, eles fazem um recorrido por três cidades colombianas, com quatro sessões em cada uma, para um total de 12 sessões. O projeto beneficiará 2.000 crianças com a apresentação de 12 sessões do espetáculo Poquito a poco, da companhia argentina Agarrate Catalina, em festivais de Cartagena, Medellín e Popayán.

Países envolvidos: Colômbia e Argentina

Proponentes: Red Colombia Títeres, Fundación La Tortuga Triste, Manicomio de Muñecos de Medellín, Trotasueños de Cartagena (Colômbia) e Agárrate Catalina (Argentina)

puckllay3. Mundo Puckllay e Pé No Chão. Um enlace artístico e cultural entre Peru e Brasil (1ª etapa)

O projeto se inspira no jogo infantil de rua que ainda resiste em alguns bairros de muitos países. Também faz alusão ao fato de ir avançando, rompendo fronteiras, ganhando espaços a partir do jogo – e neste caso, da arte e da cultura. A proposta é de intercâmbio artístico e pedagógico entre as duas organizações, Puckllay (Peru) e Grupo de Apoio Mútuo Pé no Chão (Brasil). O projeto será executado na cidade de Recife. Vão viajar do Peru para a capital pernambucana seis jovens integrantes do elenco da escola de arte e desenvolvimento de Puckllay, três artistas pedagogos e um diretor. Entre os produtos esperados estão um espetáculo com crianças e adolescentes em Recife, intervenções artísticas nas ruas e oficinas de projeção para a comunidade dirigidos pelas duas organizações.

Países envolvidos: Peru e Brasil

Proponentes: Puckllay (Peru) / Pé no Chão (Brasil)

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O grupo Pé no Chão divide o projeto “Mundo” com o Ponto de Cultura Puckllay, do Peru

 

4. II Foro Educativo Centro-americano – Desenvolvimento curricular e arte social, etapa I

O foro educativo reunirá em Costa Rica representantes das organizações que integram a Rede Maraca para desenvolver o desenho curricular de arte social centro-americano como estratégia de intervenção social com jovens. Propõe-se uma intervenção de formação dirigida a facilitadores, docentes, líderes comunitarios e outros que trabalham com população juvenil e cultura de paz. O projeto terá a participação de pessoas de Belice, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua e Panamá.

Proponentes: Sociedade Civil para a Arte e a Cultura Guanared e Rede Centro-americana Maraca

Países envolvidos: México, Guatemala, Belice, El Salvador, Honduras, Nicaragua, Costa Rica e Panamá.

5. Museu da Pessoa – Rede Internacional de Histórias de Vida

Cerca de 16 mil histórias de vida fazem parte do acervo do Museu da Pessoa, museu virtual colaborativo criado em São Paulo em 1991. O projeto “Rede Internacional de Histórias de Vida” visa a disseminação da tecnologia social criada pelo museu para um grupo de argentinos interessados em desenvolver projetos de memória. O foco principal é o compartilhamento da metodologia e a integração das histórias de vida. A ideia é promover no portal www.museudapessoa.net o encontro dessas pessoas em uma rede internacional que contribuirá para o fortalecimento da identidade e das relações entre os povos.

Países envolvidos: Brasil e Argentina

Proponentes: Instituto Museu da Pessoa (Brasil) / Emiliano Polcaro – Museo de la Persona Argentina (Argentina)

colecao-professores

A coleção “Professores” faz parte do acervo do Museu da Pessoa

6. Integração entre agentes culturais de Costa Rica (Rede Cultura Viva Comunitária) e Chile (Nodo Valpo)

O projeto tem como finalidade o fortalecimento do trabalho colaborativo e em rede mediante a realização de intercâmbios de experiências, circuitos culturais e práticas locais de desenvolvimento cultural que estão se executando em Chile e Costa Rica. Entre os resultados esperados estão a realização de 12 (4 no Chile e 8 na Costa Rica) circuitos de experiências locais e o registro da experiência por meio de diários de viagem, entrevistas e minidocumentários. O projeto será desenvolvido em cidades costarricenses (San José, San Carlos, San Ramón, Cartago, Talamanca e Puerto Viejo) e chilenas (Valparaíso, Viña del Mar, Quillota, Quilpué, Marga Marga e Quillota).

Países envolvidosCosta Rica e Chile

ProponentesRed Cultura Viva Comunitaria (Costa Rica) e Nodo Valpo (Chile)

7. Mapeamento de coletivos de artivismo, comunicação alternativa e cultura livre na Espanha

O projeto busca fazer um mapeamento de coletivos que atuam na intersecção entre comunicação, arte (ativismo) e cultura livre na Espanha. O objetivo é identificar estas iniciativas, compreender seu funcionamento e suas singularidades, e a partir daí produzir material que sirva de protótipo para a identificação e a potencialização de iniciativas semelhantes na América Latina. O produto inicial é um site (em software livre) para documentar o processo de realização do projeto. Ao longo da pesquisa serão definidos os outros produtos: podem ser desde vídeos curtos com os coletivos mapeados até um documentário de até 30 minutos com todos os participantes e/ou um e-book, com entrevistas, textos de apresentação e análise dos resultados.

Países envolvidos: Brasil e Espanha

Proponentes: Baixa Cultura (Brasil)/ ZEMOS98 – Cultura Libre e Innovación Social (Espanha)

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Festival Zemos98: a organização espanhola é uma das proponentes do projeto de mapeamento de coletivos de “artivismo” (Foto: Julio Albarrán)

CATEGORIA 3

1. Kwatiara Abya Yala (Escrita Indígena da América)

Cena-Final-2-kwatiaraKwatiara é uma coleção de livros digitais de autoria de indígenas de diferentes etnias do território brasileiro. Nasceu de oito Pontos de Cultura Indígena do Brasil e agora, com este projeto, se transforma numa coleção maior, ibero-americana, começando por dois Pontos de Cultura Indígena da Argentina. A produção de dois livros digitais, de dois autores de etnias diferentes, em português e em espanhol, pretende ser suporte para salvaguarda e projeção dos valores das culturas indígenas, colaborando com a preservação e valorização do patrimônio imaterial das populações indígenas.

Países envolvidos: Brasil e Argentina

Proponentes: Thydêwá (Brasil) / Comunidad Indígena Territorial Comechingón Sanavirón Tulián (Argentina) / Comunidad Linkan Antai Corralitos (Argentina)

kwatiara

“O canto da lua” é um dos livros digitais da série Kwatiara

2. Projeto Ja’ab de edição coletiva e fomento da escrita e da leitura na área maia (“Proyecto Ja’ab de edición colectiva y fomento de la escritura y la lectura en el área maya”)

O Projeto Ja’ab é uma plataforma que pretende, de manera inclusiva e participativa, construir a primeira coleção coletiva ibero-americana vinculando mais de 500 mil jovens de cinco países (El Salvador, Honduras, Guatemala, Belice e México) em sua confecção. No total, participam do Proyecto Ja’aab 12 grupos de 12 cidades. Com o prêmio deste edital, pretende-se terminar de elaborar a publicação Memorándum, o primeiro título da coleção criada pelo Projeto Ja’ab. O volume é relativo à cidade de San Salvador e trata da recuperação da memória histórica. Mais além dos produtos, espera-se que a coleção fomente realmente a leitura e gere novas práticas locais de escrita coletiva.

Países envolvidos: El Salvador, Honduras, Guatemala, Belice e México

Proponentes: Museo de la Palabra y de la Imagen (El Salvador) e SOM Editorial Colectiva A.C. (México)

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Projeto Ja’ab

3. Janela para a biodiversidade (“Ventana a la biodiversidad”)

É uma iniciativa de criação artística colaborativa e intercultural que manifesta o vínculo existente entre imaginário cultural e biodiversidade. A plataforma de criatividade colaborativa Ventana a la Diversidad (www.abrituventana.org), na qual se insere esta iniciativa, propõe uma primeira colaboração artística entre três grupos de jovens: Yucatecos (México), Guaraníes Mbya (Brasil) e Vascos (Espanha). A proposta é de uma tripla obra “audiovisual-­multimídia” que inclui 15 micrometragens (cinco por comunidade participante) e uma plataforma web, um videoblog e seis curtas-metragens documentais (dois por comunidade) e um curta-metragem experimental.

Países envolvidos: México, Brasil e Espanha

Proponentes: Cultura Savia A.C. (México) / Unesco Etxea – Centro Unesco del País Vasco (Espanha)/ .txt Texto de Cinema (Brasil)

4. Porto Alegre – Tijuana: mulheres olhando para seu cotidiano e além dele

O projeto enfoca a realização de oficinas de vídeo direcionadas a mulheres em vulnerabilidade social residentes em Porto Alegre e Tijuana (México), fortalecendo as relações entre processos criativos e sociais. Além de oficinas de capacitação, a proposta inclui uma exposição coletiva do material produzido pelos grupos, projeções nas duas cidades e divulgação do material em um site, com conteúdo em português e espanhol.

Países envolvidos: Brasil e México

Proponentes: Cidadania e Arte (Brasil) / Imagen y Creación (México)

5. Oficina comunitária de criação cinematográfica intercultural com e para crianças (Taller comunitario de creación cinematográfica intercultural con y para niños)

cameraO projeto propõe a realização de uma oficina de produção audiovisual para meninas e meninos de povos originários, em que será produzido, de maneira prática e lúdica, um curta-metragem baseado em uma relato da tradição oral da comunidade ou região, de preferência com diálogos na língua nativa. O projeto terminará com a apresentação do curta na comunidade. A ideia é ter duas oficinas de produção cinematográfica digital e dois curtas realizados por e para crianças pertencentes a povos originários do Chile.

Países envolvidos: México e Chile

Proponentes: CinemaTequio (México) / Sociedad de Arqueología e Historia Museo Fonck (Chile) / Club de excursionismo Grupo Tacitas (Chile)

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Gravação de “El alma de los sabinos”, curta realizado por crianças zapotecas, em Oaxaca, México: o projeto da Cinematequio agora vai para o Chile

 

6. Os jovens cantamos nossos direitos (“Lxs jóvenes cantamos nuestros derechos”)

O projeto consiste na produção de uma peça musical criada e interpretada por jovens da Argentina e de El Salvador. Um dos resultados esperados é o fortalecimento da identidade coletiva da Liga Ibero-americana de Organizações da Sociedade Civil (www.ligaiberoamericana.org) por meio do compartilhamento de olhares e experiências sobre educação e trabalho na região. Espera-se reproduzir a canção em pelo menos oito encontros regionais, entre eles a XXV Cúpula Ibero-americana de Chefas e Chefes de Estado. Estão previstas seis oficinas de produção criativa com a participação de no mínimo 50 jovens (três oficinas em Argentina e três em El Salvador).

Países envolvidos: Argentina e El Salvador

Proponentes: Fundación SES (Argentina) / Fundación Salvadoreña para la Promoción Social y el Desarrollo Económico – FunsalProdese (El Salvador)

7. Oralidade escrita  

O projeto propõe a realização de um concurso literário de lendas de povos originários na província de Formosa (Argentina). Os textos mais abrangentes nas questões da cultura matriz identitária serão publicados em uma antologia de relatos/contos, na língua original da tribo, com tradução para espanhol e português. Estão previstos uma oficina de redação e contação de histórias para a sistematização da oralidade e o intercâmbio entre agentes culturais de Brasil, Argentina e dos povos originários. Um dos objetivos é o registro por escrito das lendas tradicionais das etnias mataco-guaycurú que habitam na região e também presentes no Brasil.

Países envolvidos: Argentina e Brasil

Proponentes: Fundación Abriendo Surcos (Argentina) / Coletivo Aty Sâso (Brasil)

6 – Contação de histórias

A contação de histórias faz parte do projeto Oralidade Escrita, uma parceria entre Brasil e Argentina

 

Foto em destaque: Puckllay Arte y Comunidad – Peru

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05

fev
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Scholas Occurrentes e Cultura Viva: a arte do encontro num projeto do Papa Francisco

Em 05, fev 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

O que aconteceria se um jovem checheno tivesse que conviver com um jovem russo, dormindo no mesmo quarto e dividindo a comida? Ou se um israelense tivesse que viver com um palestino sob o mesmo teto? Em Rondine, uma vila medieval em Arezzo, na Itália, isso já é realidade: ali, graças a um projeto do Papa Francisco, jovens de países “inimigos”, ou de culturas bem diferentes, são convidados a estudar e viver juntos, para que aprendam a dialogar e se tornem os “líderes de amanhã”. “Potenciar o encontro, praticar a alteridade (ou se reconhecer no ‘outro’ por mais diferente que este ‘outro’ possa parecer), exercitar a tolerância e a paz, esta é a ideia do Scholas Occurrentes”, explica o historiador Célio Turino, ex-secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura [*].

E foi para tratar dessas “Escolas do Encontro” – ou melhor, de como a experiência da Cultura Viva Comunitária na América Latina pode contribuir para a promoção desses encontros para a paz – que Célio Turino esteve nesta quarta-feira (03/02), pela segunda vez, com o Papa Francisco no Vaticano. Ele foi a Roma acompanhado da mulher, a professora universitária Silvana Bragatto, e do cineasta Silvio Tendler, que pretende dirigir um documentário sobre 12 experiências emblemáticas de Cultura Viva na América Latina.

O registro audiovisual dessas iniciativas de cultura de base comunitária foi um dos compromissos firmados neste encontro, além da confecção de um livro, da realização de residências artístico-pedagógicas sobre a relação entre escolas e comunidades, e da organização de um congresso mundial de arte-educação, o Encontro da Harmonia, provavelmente em maio de 2017, no Vaticano. Um seminário de imersão na cidade de Medellin, Colômbia, em maio de 2016, também está nos planos.

A reunião de trabalho foi organizada por José Maria Corral, presidente da Fundação Pontifica de Scholas Occurrentes. “Foi um encontro de simplicidade e audácia. Papa Francisco, mais uma vez, falou da importância da arte para uma mudança civilizatória. E saímos com resultados práticos e um convênio assinado, com previsão de três anos de duração inicial”, escreveu Célio Turino em sua página no Facebook.

Segundo ele, a ideia é desenvolver, a partir de agora, acordos com governos, universidades, empresas e entidades comunitárias para a criação de Pontos de Encontro (semelhantes aos Pontos de Cultura) em todo o mundo, “com orçamento mínimo e garantia de autonomia, protagonismo e empoderamento social”. A partir desses Pontos de Encontro seriam realizadas atividades culturais, ambientais e comunitárias, num serviço-aprendizagem chamado Agentes Jovens de Cultura Cidadã. Esses acordos também teriam como objetivo os “entornos criativos para novas pedagogias que cruzem arte/educação e comunidades”.

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Uma “escola do encontro” em Assunção, Paraguai

As escolas do encontro

Organização internacional de direito pontifício instituída pelo Papa Francisco em  agosto de 2013, as Scholas Occurrentes (“Escolas do Encontro”) estão presentes em 82 países e têm sedes no Vaticano, na Argentina, na Espanha, no Paraguai e em Moçambique. Sua missão é integrar as comunidades, com foco naquelas de menores recursos, buscando integrar escolas (públicas e privadas) e redes educativas de todo o mundo a partir de propostas tecnológicas, esportivas e artísticas.

celio-scholartsSão vários os programas educativos que fazem parte da organização. Há o Scholas Cidadania, o Scholas Social, o Scholas Art, o Scholas Labs… Quem fez a ponte com Célio Turino foi a argentina Damiana Lanusse, responsável pelo Scholas Art. Os dois foram apresentados pela bailarina e coreógrafa Inés Sanguinetti (Fundación Crear Vale la Pena), que há muito trabalha com comunidades da periferia de Buenos Aires. Damiana recebeu a edição em espanhol do livro de Célio, Puntos de Cultura – Cultura Viva en Movimiento, e pouco depois ele foi convidado pela Academia de Ciências do Vaticano para a conferência de abertura do IV Congresso Scholas.

Inés, Célio e Damiana tiveram uma primeira conversa com o papa sobre Cultura Viva em fevereiro de 2015. No fim de outubro, os três apresentaram a proposta do Vaticano aos participantes do 2º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em San Salvador. Em reunião com o Conselho Latino-americano de CVC, eles falaram sobre como acreditavam que os Pontos de Cultura podiam fazer a mediação dos encontros pela paz idealizados pelas Scholas Occurrentes. Afinal, ainda que não trabalhem com realidades extremadas, como as dos jovens que vivem em áreas de guerra, os Pontos de Cultura há anos vêm buscando o diálogo, a harmonia, em regiões onde a guerra não é declarada, mas existe em forma de desigualdade social.

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Turino e o papa se encontraram pela primeira vez em fevereiro de 2015

 

Pontos de convergência

Na plenária final do congresso, na Concha Acústica da Universidade de El Salvador, eles ressaltaram que se tratava de um programa laico e que surgiu de uma iniciativa do Papa Francisco quando ainda era arcebispo de Buenos Aires. “Era um encontro de vizinhos de realidades e religiões diferentes, e que agora se transformou num programa que pretende atingir 60 milhões de jovens em 200 mil pontos do mundo”, destacou Célio.

Damiana, por sua vez, disse que estava muito impressionada com o que o movimento de Cultura Viva havia conquistado nesses anos e que via nessas iniciativas de base comunitária muitas afinidades com as Scholas Occurrentes. “Com esse programa que lançou há dois anos, o papa pede que a educação se transforme por meio da arte, do esporte e da tecnologia. Creio que a rede de Cultura Viva Comunitária já o faz por meio da arte e seria espetacular que a experiência de vocês pudesse ser levada a outros continentes, a outros povos, e lhes servisse de modelo”, comentou.

Outro ponto de convergência, segundo ela, seria a proposta de “sair dos muros, construir pontes, ir às periferias”. “Isso certamente pode se ressignificar de acordo com cada contexto e é um convite que vocês já estão vivendo na prática com essas experiências”, afirmou a argentina, antes de repetir para a plateia a palavra que havia aprendido no dia anterior com uma companheira colombiana: yuluka. “Significa estar de acordo para viver em harmonia”, explicou. Como ensinam os índios kogi de Sierra Nevada, yuluka é estar de acordo em todos os planos, conquistando a harmonia interna e externa, alcançando o equilíbrio com a natureza.

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Equipe de Scholas preparando o Congresso Mundial de Educação e Tecnologia no Vaticano

Saiba mais:  https://www.scholasoccurrentes.org

Leia o convênio firmado no Vaticano em 3 de fevereiro de 2016

Leia também: Pontos de Cultura inspiram projeto mundial do Papa

[*] Célio Turino escreveu sobre o primeiro encontro com o papa no blog da Revista Fórum: https://www.revistaforum.com.br/brasilvivo/2015/02/23/encontro-com-papa-francisco/