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Blog - Página 83 de 94 - IberCultura Viva

10

abr
2017

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

Inscrições abertas para a convocatória de Pontos de Cultura 2017-2018 da Costa Rica

Em 10, abr 2017 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

Está aberto até 30 de junho o prazo de inscrições para a terceira convocatória de Pontos de Cultura da Costa Rica, lançada em 3 de abril pela Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude. As duas primeiras foram realizadas em 2015 e 2016, respaldando dezenas de iniciativas de organizações com uma grande diversidade em suas temáticas e áreas de ação. As bases de participação e o formulário atualizado estão disponíveis no website www.dircultura.go.cr.

Pontos de Cultura é um programa de estímulos e sinergias voltado para o fortalecimento de organizações, redes, iniciativas coletivas e espaços socioculturais vinculados com a promoção da diversidade cultural, a economia social solidária e a salvaguarda do patrimônio cultural e natural.

“É a melhor maneira de aproveitar os recursos do Estado para exercer os direitos culturais, sobretudo em regiões distantes da grande área metropolitana; além disso, é um exercício de gestão em si mesmo, um processo de aprendizagem contido no desenvolvimento dos projetos selecionados”, afirma Irene Morales, coordenadora do Departamento de Fomento Cultural da Direção de Cultura do MCJ.

Podem participar da convocatória associações, fundações, sociedades civis sem fins de lucro, associações de desenvolvimento (não se requer “idoneidade” para o manejo de fundos públicos), cooperativas autogeridas vinculadas com temáticas culturais, e Juntas de Educação, Saúde, etc. As organizações interessadas devem ter sua personalidade jurídica  em dia e devidamente inscrita no Registro Público correspondente. Isso inclui as nomeações da junta diretiva, que também devem estar vigentes.

Prazos e recursos

Podem apresentar-se projetos cujas necessidades de financiamento requeiram até um máximo de ¢10.000.000 (dez milhões de colones). Será financiado um montante de até 70% do custo total, sendo necessário, portanto, que o projeto conte com pelo menos 30% de financiamento (as contrapartidas poderão vir da mesma organização que postula e/ou de organizações externas). Os gastos administrativos do projeto (incluindo pagamento do contador) não poderão exceder 20% do valor total solicitado ao fundo.

A execução dos projetos beneficiados pelo programa deverá ser realizada no prazo previsto em sua formulação, que não poderá ser inferior a seis meses, nem superior a um ano. Os projetos deverão contar com um cronograma de duas etapas: a etapa 1 deverá ser realizada em 2017 (novembro e dezembro), e a 2, em 2018.

As categorias

São quatro as categorias do fundo: a) arte para a transformação social; b) meios e propostas de comunicação comunitária; c) fortalecimento organizacional e d) cultura para o bem viver.

A primeira categoria abarca projetos que – por meio de diversas manifestações artísticas e educativas – fortaleçam a autoestima, o pensamento crítico, a criatividade e a identidade das pessoas e comunidades, assim como a convivência, mediante espaços de expressão e/ou aprendizagem artística.

Entende-se por “cultura para o bem viver” os projetos que contribuam para o fortalecimento da economia solidária, da ecologia, da soberania alimentar e do direito à alimentação, a interculturalidade, a diversidade cultural, a equidade de gênero, assim como o fomento à vida saudável e em comunidade. Também se incluem projetos que promovam a apropriação positiva de espaços culturais, urbanos e rurais para sua recuperação e uso, e projetos vinculados a casas e centros culturales.

A categoria de comunicação busca iniciativas inovadoras e não comerciais, através de diferentes meios de comunicação coletiva e/ou novas tecnologias, enfocadas na expressão das identidades, manifestações e temáticas próprias de diversos setores e comunidades.

A de fortalecimento organizacional, por sua vez, está voltada a projetos que contribuam para o fortalecimento de grupos, redes, centros, pequenos empreendimentos culturais e outros espaços de trabalho sociocultural, que de acordo com suas necessidades, requeiram participar ou organizar seminários, oficinas, capacitações, encontros, intercâmbios e atividades similares, a fim de fortalecer sua autonomia, sustentabilidade, capacidade de gestão, incidência e relações intersetoriais.

Ponto de Cultura em Bahía Drake

A entrega

Irene Morales enfatiza que é fundamental que as organizações interessadas em concursar leiam os requisitos, pois todos os anos mudam, não drasticamente, mas, sim, têm conteúdos diferentes e projetos no formato anterior não são recebidos”.

Os projetos deverão ser entregues em formato impresso nos escritórios da Direção de Cultura localizadas no Centro Nacional de Cultura (Cenac), em San José centro, e somente serão aceitos nas datas que serão indicadas no início de junho na página web www.dircultura.go.cr.

 Os critérios

Será avaliada a coerência entre os objetivos propostos, resultados esperados, as atividades, o cronograma e o pressuposto, assim como a estabilidade da organização no tempo e experiência em gestão de projetos e no manejo de fundos públicos ou privados. Também estão entre os critérios de avaliação a estratégia de sustentabilidade, a temática e a participação comunitária, além da distribuição por região. Será dada uma pontuação adicional àqueles projetos que se desenvolvam em localidades afetadas pelo furacão Otto.

O anúncio dos projetos selecionados será feito no fim de setembro de 2017, nas páginas web www.dircultura.go.cr e www.mcj.go.cr .

Informações: puntos@dircultura.go.cr

 (Texto atualizado em 17 de abril de 2017)

Para baixar:

Perguntas frequentes

Bases de participação (2017-2018)

Formulário de inscrição

 

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27

mar
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Museu da Pessoa apresenta coleção argentina e versão em espanhol do caderno de formação

Em 27, mar 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

María Toa Quinde nasceu em uma comunidade andina muito antiga chamada Cañari, ao sul do Equador. Tem 40 anos e vive em Buenos Aires, no bairro de Balvanera. A origem de seu nome? A história é um pouco longa, mas ela conta que Toa era uma princesa que pertencia ao povo Quitu, onde hoje é Quito. “Toa significa flor negra. Quinde pode ser traduzido como colibri, e para o povo cañarí, é uma ave sagrada que implica vida”, explica ela, que se formou médica e se mudou para a Argentina a fim de concluir uma sub-especialidade e um mestrado. “Todas as vezes em que saí do país, sempre quis voltar para casa, mas o fato de formar parte de minha cultura tem sido uma das minhas maiores fortalezas”, afirma.

A história do colibri da flor negra é uma das histórias de vida reunidas pelos participantes do curso de formação do projeto “Museu da Pessoa – Rede internacional de histórias de vida”, um dos selecionados no Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, edição 2015. Karen Worcman, a diretora presidente do Museu da Pessoa no Brasil, deu as aulas do curso Tecnologia Social da Memória, de 8 a 10 de novembro de 2016, na Universidade de Belgrano, em Buenos Aires, com vistas a implantar um Museo de la Persona Argentina.

Karen Worcman no curso de formação na Universidade de Belgrano (foto: Georgina García)

O curso, que contou com 20 participantes, teve como resultados uma coleção virtual e um caderno de formação (em espanhol), já disponíveis no website do Museu da Pessoa. A coleção virtual reúne depoimentos como o de María Toa Quinde, contado em entrevista a Juan Pablo Mora Penagos, e de argentinos como Mabel Gaddi, uma mulher com três filhos, dez netos e nove bisnetos que fala dos afetos da infância, dos primeiros amores, do casamento com um oficial do Marinha, de morte e fé.

Gino conta a história do avô italiano

Outra história interessante que faz parte da coleção argentina é a de Luis Antonio Fidanza, o “Gino”, de 95 anos. Ele conta a trajetória de seu avô, um imigrante italiano que dizia ter se instalado na cidade de Quilmes porque havia encontrado um relógio na rua, quando saltava uma poça d’água. “Se no primeiro dia em que chego me dão um relógio, vou ficar bem”, teria dito ele, segundo Gino. E ali ele ficou. Hoje em dia, quem dá corda ao relógio é seu bisneto Luis Francisco.

Aberto e colaborativo

E é assim, com pequenas grandes histórias, que se pretende construir o Museo de la Persona Argentina: acreditando no valor da diversidade e da história de cada pessoa como patrimônio da humanidade. “Nossa missão principal é a de ser um museu aberto e colaborativo, que transforme as histórias de vida de qualquer indivíduo ou organização em uma fonte de conhecimento, compreensão e conexão entre as pessoas e os povos. É um legado distintivo da história do país, que dá prioridade à transformação cultural e social”, ressalta o psicólogo Emiliano Polcaro, professor da Universidade de Belgrano.

A experiência brasileira com esta metodologia de registro da memória oral está sistematizada em um caderno de formação que agora conta com uma versão em espanhol. Dividido em três etapas — construir, organizar e socializar histórias –, o caderno reúne recomendações para os interessados em preparar um roteiro de entrevista (como começar, encadeamento, tipos de perguntas que ajudam ou atrapalham, etc), dicas de como processar o conteúdo, produzir textos, gravar a entrevista, editar o material e usar a plataforma virtual do Museu da Pessoa.

No Museu da Pessoa, além de visitante, qualquer pessoa pode se transformar em  parte do acervo ao registrar sua história de vida, assim como ser um curador, na medida em que pode criar suas próprias coleções de histórias, imagens e vídeos. Como diz o texto de introdução do caderno, “a História nunca está fechada nem é absoluta. O fazer histórico é um processo permanente, vivo, que diz muito a respeito de todos nós”.

Saiba mais:

https://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/colecao/ibercultura-viva-122194

https://www.museudapessoa.net/pt/entenda/portfolio/publicacoes/educativo/cuarderno-de-formacion-tecnologia-social-de-la-memoria-2016

 

Leia também:

Museu da Pessoa: a produção de histórias de vida e a construção da memória social

 

14

mar
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Inscrições abertas para o edital 2017 do Programa de Apoio às Culturas Municipais e Comunitárias, no México

Em 14, mar 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Está aberto até 19 de junho o prazo de inscrições para o Programa de Apoio às Culturas Municipais e Comunitárias (PACMYC), da Secretaria de Cultura do Governo do México. Podem participar do edital grupos interessados em receber apoio financeiro para realizar um projeto cultural comunitário que fortaleça a identidade, a diversidade cultural e os processos culturais de suas comunidades, nos espaços geográficos e simbólicos onde se desenvolvem.

Os projetos aprovados com maior pontuação em cada estado receberão até $60,000.00 (sessenta mil pesos). As propostas podem ser apresentadas por grupos informais ou legalmente constituídos por pelo menos três pessoas maiores de idade, cujos integrantes vivam e sejam reconhecidos pela comunidade onde serão desenvolvidas as atividades. Interessados em participar do edital têm direito a receber assessoria para elaborar seu projeto.

Os grupos devem destacar de maneira clara o que se propõem a fazer, para que, como, onde, com quem e com que recursos. As propostas poderão considerar, entre outros, os seguintes temas da cultura popular: espaços culturais e rituais, tradições orais, artesanias, danças, expressões musicais, cerimônias e ritos, jogos e brincadeiras tradicionais, memória histórica, mitos e concepções do universo e da natureza, cozinhas tradicionais.

Os projetos elegíveis serão avaliados e qualificados em cada entidade federativa por um júri de especialistas, e sua decisão será inapelável. Cada projeto será avaliado por três integrantes do júri. A média da pontuação permitirá conhecer se o projeto foi aprovado ou não.

Serão levados em conta na avaliação aspectos como a contribuição do projeto para conservar, resgatar, preservar ou difundir uma expressão cultural concreta; o impacto que possa ter em uma população específica ou uma região determinada; que atenda uma das expressões do patrimônio cultural imaterial em risco e a originalidade da proposta, como expressão da inventiva e iniciativa do grupo e das particularidades sociais e culturais das comunidades onde será realizada.

Também será considerada a participação de integrantes da comunidade nas diferentes etapas do projeto. Esta participação não se limita a que as pessoas da comunidade sejam espectadores de um evento ou apresentação, e sim parte ativa. O mesmo deve ocorrer com os projetos de criação artística (literatura, pintura, vídeo, poesia, etc) que devem ser propostas de criação coletiva e não projetos individuais.

Para descarregar as bases:

https://www.cultura.gob.mx/recursos/convocatorias/201703/pacmyc_2017.pdf

Sepa más:

www.gob.mx/cultura

www.gob.mx/mexicoescultura

14

mar
2017

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

Fortalecendo os processos locais: conheça os ganhadores do Edital de Apoio a Redes

Em 14, mar 2017 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

Dois encontros metropolitanos de Cultura Viva Comunitária, duas festas nas ruas, uma mostra de cinema e direitos humanos para crianças e adolescentes, uma noite de tambores de maracatu prévia ao carnaval. Um intercâmbio de saberes entre organizações de territórios indígenas, uma capacitação para camponeses para a multiplicação e o resguardo de sementes, um encontro de mulheres trabalhadoras da cultura, um encontro de criação artística colaborativa dirigido a jovens de diferentes culturas para a conservação da biodiversidade. Dez propostas muito diversas que mostram a amplitude do comunitário quando se trata da relação entre cultura e território, entre cultura e identidade.

Os 10 projetos, apresentados por redes de oito países, foram selecionados entre os 84 inscritos na categoria 2 do Edital de Apoio a Redes IberCultura Viva 2016. O edital, que esteve aberto entre 19 de setembro e 1 de dezembro de 2016, teve 20 ganhadores: 10 na categoria 1, dirigida a eventos preparatórios para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, e 10 na categoria 2, dedicada ao apoio para a realização de eventos de redes de cultura de base comunitária municipais, provinciais, nacionais ou regionais. Cada projeto receberá um valor máximo de US$ 5 mil.

Podiam participar da categoria 2 propostas de encontros, congressos, seminários, festivais, feiras, colóquios e simpósios, a ser realizados entre 1 de fevereiro e 31 de outubro de 2017, com entrada livre e gratuita. A intenção do edital era apoiar eventos produzidos por redes compostas por ao menos cinco organizações e/ou coletivos culturais, com vistas a fortalecer a gestão cultural local e fomentar, enriquecer e/ou visibilizar produções de base cultural comunitária tanto no campo artístico como para a construção de cidadania e da valorização das identidades dentro do Espaço Cultural Ibero-americano.

Saiba quais foram as propostas vencedoras da categoria 2.
CATEGORIA 2

  1. Red Cultural Chacras de Coria y Luján de Cuyo – Asociación Civil Chacras Para Todos (Argentina)

A proposta apresentada pela rede argentina foi a realização do Festival Aniversario Red Cultural, em Chacras de Coria (Luján de Cuyo, Mendoza). O evento, que será realizado de 23 a 25 de junho de 2017, é aberto ao público e tem seu conteúdo estruturado em três eixos: a) Formação cultural e organizativa; b) Integração com a comunidade e intercâmbio de saberes; c) Registro e comunicação.

Entre as atividades previstas estão a oficina “Descolonização do corpo”, a cargo do boliviano Iván Nogales (Teatro Trono – Fundación Compa); a palestra “Organizações e seu protagonismo na vida cultural de sua comunidade”, ministrada pelo brasileiro Célio Turino; uma oficina de formação para vizinhos (máscaras; artesanato em papel, bordado, bailes tradicionais); o circuito cultural “Artistas de portas abertas”, além de apresentações diversas (música, teatro, dança, contação de histórias, etc), uma exposição e uma feira de artesãos e microempreendedores na praça distrital.

 

Integrantes da Red Cultural Chacras de Coria

 

 

  1. Red de Gestoras y Productoras Culturales Chile – Comunidad Multidisciplinaria de Producción Cultural Nekoe (Chile)

O 1º Encontro Nacional de Mulheres Trabalhadoras da Cultura e das Artes, marcado para os dias 4, 5 e 6 de julho em Santiago, busca ser um espaço de convergência de organizações e redes lideradas por mulheres com o desenvolvimento de oficinas, conferências e fóruns participativos. Também estão previstas uma feira expositiva das organizações participantes, mesas de trabalho colaborativo, almoços comunitários, apresentações artísticas, concertos e uma festa de encerramento. O evento será realizado no Centro Cultural Gabriela Mistral, com atividades complementares no Centro de Eventos El Clan, entre outros espaços associados à rede.

A ideia é criar instâncias participativas de trabalho e articulação nas seguintes temáticas: o trabalho cultural como ferramenta de transformação social; o trabalho em rede, território e identidade; autogestão e colaboração pública; economia criativa, gestão cultural e trabalho associativo; direitos laborais e sociais para as mulheres trabalhadoras da cultura; ativismo cultural; políticas culturais e modelos latino-americanos de cultura e colaboração; estratégias e metodologias colaborativas para a sustentabilidade dos projetos culturais; matriarcado e ecofeminismo como solução para a crise econômica e social do planeta.

  1. Red de Cultura Viva Comunitaria Jalisco – La Otra Cara de la Ciudad A.C (México)

O Encontro Metropolitano de Cultura Viva Comunitária Jalisco 2017 reunirá organizações da área metropolitana do estado de Jalisco em abril, junho e setembro, nos bairros Santa Ana Tepetitlán (Zapopan), Colonia Polanco (Guadalajara) e Colonia Oblatos (Guadalajara). Nestes três encontros, a rede criada em 2014 promoverá rodas de conversas, oficinas, atividades artísticas e dinâmicas interativas, buscando ampliar as relações colaborativas entre as organizações de base e conscientizar acerca da necessidade de modelos de políticas públicas que reconheçam, afiancem e multipliquem iniciativas nas comunidades e territórios.  

O programa do Encontro Metropolitano se estrutura em “pensar, fazer e viver a cultura comunitária entre todos e todas”. Entre as atividades propostas estão mesas de intercâmbio de experiências, reflexão e debate e oficinas enfocadas em temáticas que fortaleçam a gestão cultural local, fomentem e construam mecanismos comuns para visibilizar produções de base cultural comunitária. Haverá oficinas relacionadas com a promoção, gestão, articulação em rede e os direitos das mulheres, das comunidades LGBT e das pessoas com deficiências.

Encontro de Cultura Viva em Jalisco, em 2014

 

  1. Red Gestores Culturales Bribris – Asociación Consejo de Agricultores Indígenas de Cabagra (Costa Rica)

Em abril, na província de Limón, será realizado um encontro de organizações dos povos bribri dos territórios indígenas de Cabagra e Talamanca. O intercâmbio estará centrado na troca de saberes sobre os ancestrais sistemas de produção bribri e seu significado simbólico, com o objetivo de fortalecer e ampliar os conhecimentos entre pessoas de ambos os territórios e refletir sobre suas implicações sociopolíticas e econômicas.

O evento incluirá uma excursão de campo com uma duração de seis días e se espera que ao menos 30 pessoas provenientes dos dois territórios (15 de cada) aproveitem o espaço de intercâmbio que se dará em Talamanca. Esta proposta nasce de uma rede de organizações de culturas vivas comunitárias de povos indígenas que vêm desenvolvendo processos com o Estado, assim como de maneira autônoma, em um contexto de lutas históricas pela salvaguarda de seus elementos identitários.

  1. Red Inclusiva NNA – Centro de Comunicación Virginia Woolf (Uruguay)

A Rede Inclusiva NNA articula organizações de distintos departamentos (estados) do Uruguai que trabalham pelos direitos de crianças e adolescentes, especialmente em contexto de vulnerabilidade e pobreza. Seu proyecto “Cine y DDHH para niñas, niños y adolescentes” se realiza dentro do Festival Internacional de Cine y Derechos Humanos de Uruguay – Tenemos Que Ver, um evento gratuito que promove os direitos humanos através da arte cinematográfica.

A proposta consiste em abordar diferentes problemáticas da vida cotidiana através do cinema, provocando reflexões e debates e buscando possíveis soluções para os conflitos, em um diálogo aberto, de respeito e intercâmbio. O evento prevê a realização de oficinas de “visionado” (em março, abril e maio), um encontro para elaboração de conceitos sobre cada material audiovisual selecionado (em maio), além do Concurso Nacional de Curtas-metragens: 1 minuto 1 direito” (aberto de março a junho) e a mostra de cinema dentro do festival (de 12 a 17 de junho). As atividades serão em Montevidéu e em cidades dos departamentos de Canelones e Maldonado.

  1. Comunidad Fiteca – Centro Cultural La Gran Marcha de los Muñecones (Perú)

Fiteca é a sigla para “Fiesta Internacional de Teatro en Calles Abiertas”, um espaço cultural importante de Lima Metropolitana que congrega mais de 20 mil pessoas em seus sete dias de atividades. Organizada há 15 anos, a festa tem como palco principal o setor da Balanza, no distrito popular de Comas, e conta com a presença de grupos nacionais e internacionais em uma série de apresentações de artes cênicas, musicais, plásticas etc. O intercâmbio com a comunidade se dá por meio de atividades como oficinas artísticas com as crianças dos bairros e a realização de murais por artistas plásticos vindos de todos os bairros de Lima.

A proposta selecionada no edital está voltada para a realização da 16ª edição do evento, de 1 a 7 de maio, no Parque Tahuantinsuyo (La Balanza), em Carmen Medio (La Pascana) e algumas ruas do distrito de Comas onde os vizinhos se organizam para realizar intervenções com os artistas convidados. Nesta semana de arte e cultura da 16ª FITECA se espera a participação de 40 grupos artísticos, a conformação de 12 comissões de vizinhos, artistas, gestores culturais e autoridades locais, o desenvolvimento de 15 oficinas e a realização de 45 murais nos bairros do setor.

FITECA 2016 (foto: Andrés Nolasco)

 

  1. Comunidad VEDI – Alacant Rock (Espanha)

A Comunidade VEDI (de Ventana a la Diversidad) é uma plataforma de criatividade colaborativa que conecta jovens do mundo através da arte e das novas tecnologias. Sua proposta enfoca o fortalecimento de capacidades para que os jovens possam se converter em agentes de mudança positiva a favor da diversidade, um espaço procomum digital intercultural e o fomento da cultura de base comunitária. A meta principal desta iniciativa é abrir um espaço de criatividade colaborativa entre as juventudes de diversas culturas e espaços naturais participantes na Comunidade VEDI. Este espaço será baseado em duas premissas: a coaprendizagem e a cocriação.

Para a consecução destas premissas, será organizado em maio o Primeiro Encontro Internacional Comunidade VEDI, com uma semana de duração, na costa do Golfo de Vizcaya (País Basco). Com o encontro espera-se que os/as jovens participantes reflitam e melhorem seus conhecimentos para se transformar em agentes que promovam iniciativas socioculturais em suas comunidades, busquem práticas que respondam às problemáticas relacionadas ao meio ambiente, e defendam a igualdade de gênero, a diversidade, a interculturalidade, a integração e o meio ambiente no Ibero-América.

  1. Rede para a “Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda” – Sociedade Cultural e Carnavalesca Baquelivre Pernambuco (Brasil)

No dia 20 de fevereiro de 2017, os maracatus voltaram a se reunir para celebrar a 13ª edição da Noite Para os Tambores Silenciosos em Olinda. A cerimônia de origem religiosa, realizada sempre na segunda-feira que antecede ao carnaval, reúne 10 nações de maracatus de Pernambuco. O percurso tem início nos Quatro Cantos, considerada a encruzilhada mais antiga do Brasil, e termina no Largo da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Olinda. Este ano, com o apoio do programa IberCultura Viva, o ritual teve transmissão ao vivo pela internet.

A proposta apresentada ao edital previa não apenas a transmissão ao vivo, mas também a realização de uma oficina de maracatu para alunos da comunidade de Rosário dos Pretos de Olinda e a exibição de dois curtas ou médias-metragens de temática afro-brasileira antes da cerimônia. Além de dar visibilidade ao  ritual, o projeto tem como objetivo fomentar a valorização e manutenção da cultura e tradição local do maracatu. 

Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda (foto: Gaby Mendes)

  1. Red de Semilleros Campesinos Comunidades Ecologistas La Ceiba (Coecoceiba) – Amigos de la Tierras Costa Rica (Costa Rica)

A Red de Semilleros Campesinos reúne organizações ecologistas de mulheres camponesas, acadêmicos/as, organizações indígenas e ativistas pelos direitos humanos. Desde 1998 trabalha de forma autogerida e colaborativa em prol da defesa do conhecimento tradicional associado à biodiversidade e aos povos que a protegem. O projeto selecionado propõe a realização de encontros nacionais da rede em Cartago, entre março e agosto, com vistas a capacitar 30 camponeses/as para a multiplicação e o resguardo de sementes.

Propõe-se um mínimo de três encontros. No primeiro encontro serão transmitidos critérios técnicos e legais vinculados à produção de sementes. No segundo será realizado um inventário das espécies e variedades nativas de cada produtor e que poderia ser aportado à rede. No terceiro será feito um plano de reprodução destas variedades. O projeto tem entre seus objetivos a realização de um inventário das sementes dos sítios orgânicos dentro da rede, e a criação de um espaço coletivo de multiplicação de conhecimentos de base oral para a produção de sementes para a agricultura orgânica e rural.

  1. Plataforma de Cultura Viva de Lima Metropolitana – Asoc. de Comunicadores Sociales Porta Voz Perú (Peru)

O 3º Congresso Metropolitano de Cultura Viva Comunitária, proposto pela rede Plataforma de Cultura Viva de Lima Metropolitana, está marcado para 6 a 9 de abril em Independencia (Lima Norte). Além de atividades para a troca de saberes entre organizações culturais e a comunidade em geral (atendendo às problemáticas locais), estão previstos uma mesa de diálogo com representantes de redes culturais comunitárias das cinco regiões do Peru, um seminário sobre Cultura Viva Comunitária (CVC) dirigido a universitários e um fórum para a construção de políticas culturais locais com representantes dos governos locais.

Os congressos de CVC são organizados pelas agrupações, com espaços de debate e intercâmbio de ideias, apresentações artísticas, feiras e cortejos. Buscam convocar e articular as diferentes propostas que apostam na cultura feita pelo bairro e para o bairro, como as experiências desenvolvidas por grupos culturais independentes e autogeridos de teatro comunitário, música, danças folclóricas, circo social, muralismo, bibliotecas populares, meios alternativos, rádios de bairro, etc. O 1º Congresso Metropolitano de CVC foi realizado em 2014 em Villa El Salvador (Lima Sur), e o segundo em 2015, em Ate, Santa Anita (Lima Este).

Leia também:
Coletivos rumo ao Equador: os ganhadores do Edital de Apoio a Redes

 

10

mar
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Red Cultura abre edital para financiamento de iniciativas culturais comunitárias no Chile

Em 10, mar 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

No Chile, o Conselho Nacional da Cultura e das Artes abriu em 8 de março seu edital para financiamento de iniciativas culturais comunitárias de 2017. Trata-se de uma linha de concurso do programa Red Cultura dirigida a organizações culturais comunitárias (OCC), com ou sem personalidade jurídica, com o objetivo de promover processos de fortalecimento, a respeito do próprio desenvolvimento e incidência na gestão cultural do território que habitam, promovendo boas práticas em ações participativas e de integração sociocultural nas localidades.

O edital, que estará aberto até 7 de abril, conta com duas modalidades. A modalidade A é dirigida a iniciativas culturais comunitárias que busquem fortalecer a orgânica e o funcionamento da organização postulante, com a intenção de visibilizar seu trabalho e incidir nas políticas culturais do setor; e a B é voltada para as iniciativas que buscam contribuir, a partir das atividades da organização, para a integração social, a identidade local e a diversidade cultural.

O montante máximo que esta linha entrega por iniciativa é $4.140.000 (quatro milhões, cento  e quarenta mil pesos), podendo chegar – ao menos – a 50 projetos ou iniciativas. Para descarregar as bases, formulários de inscrição e anexos: https://bit.ly/2mJBfem.

Lançamento dos “Fondos Cultura 2017” (Fotos: CNCA Chile)

Gestão local

Outro edital de Red Cultura que está aberto (até 31 de março) é o de fortalecimento da gestão cultural local. Dividido em quatro categorias, está voltado para as municipalidades, corporações e fundações culturais municipais, e as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins de lucro, que queiram melhorar a gestão na administração da infraestrutura cultural..

Um orçamento de $385.074.004 (trezentos e oitenta e cinco milhões, setenta e quatro mil  quatro pesos) será repartido entre os inscritos das diversas comunas do país que forem  selecionados. Os projetos terão seis meses para sua execução, sendo que o prazo máximo é 31 de março de 2018.

Esta linha de concurso da Red Cultura tem como objetivo melhorar o planejamento cultural comunal e a gestão cultural em infraestrutura, de maneira participativa e com enfoque de direitos; fortalecer os administradores de infraestruturas culturais públicas e privadas, para o melhoramento de sua gestão e fomentar a participação e o acesso dos cidadãos em seu desenvolvimento cultural. Para descarregar as bases: https://bit.ly/2n811tV.

O programa

Red Cultura é um programa nacional que se desdobra em todas as regiões do país, com o propósito de promover o acesso e a participação da comunidade em iniciativas artístico-culturais, contribuir para o fortalecimento da gestão cultural municipal, potenciar o papel dos los agentes culturais na criação e difusão das artes e da cultura, e contribuir para que se valorize e resguarde o patrimônio cultural imaterial.

O programa aplica uma estratégia centrada no fortalecimento da gestão cultural, o planejamento cultural participativo, o planejamento programático para aumentar as possibilidades de acesso, assim como o reconhecimento e a articulação do setor cultural para garantir a participação e o acesso da população à arte e à cultura.

 

Para consultas: convocatoria.redcultura@cultura.gob.cl

Saiba mais:

www.fondosdecultura.gob.cl

www.redcultura.cl.  
Fonte: Consejo Nacional de la Cultura y las Artes

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07

mar
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Coletivos rumo ao Equador: os ganhadores do Edital de Apoio a Redes

Em 07, mar 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Um dos principais objetivos do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado de 20 a 25 de novembro de 2017 em Quito (Equador), é buscar reflexões sobre o “ser comunitário”. Ali, no “centro do mundo”, “com a chama acesa pela unidade e pela festa popular”, como dizem os organizadores, estarão reunidas pessoas de 17 países interessadas em construir uma sociedade melhor para todos e em dar continuidade às ações e debates iniciados nas duas edições anteriores, em La Paz (Bolívia) em 2013 e em San Salvador (El Salvador), em 2015.

Para fomentar a articulação de redes de cultura de base comunitária nos países ibero-americanos, o programa IberCultura Viva dedicou uma das duas categorias do Edital de Apoio a Redes 2016 a fortalecer eventos de redes nacionais e/ou regionais que tivessem como objetivo a preparação para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Foi destinado um total de US$ 50 mil a esta categoría, com um valor máximo de US$ 5 mil para cada um dos 10 projetos selecionados.

O edital teve suas inscrições abertas entre 19 de setembro e 1º de dezembro de 2016. Saiba quais foram as propostas ganhadoras.

CATEGORIA I

  1. Rede de Agentes Comunitários de Comunicação (RACC) –  Agência de Notícias das Favelas (ANF) – Brasil

A Rede de Agentes Comunitários de Comunicação (RACC), que tem como entidade proponente a Agência de Notícias das Favelas (ANF), participou do II Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em San Salvador, El Salvador, em outubro de 2015. Dos contatos feitos na ocasião, surgiu a proposta de realização de um Seminário Latino-Americano de Comunicação Comunitária, como etapa preparatória de um encontro que deverá fazer parte da programação do III Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, previsto para novembro em Quito, Equador.

Este seminário será realizado no Rio de Janeiro, cidade-sede da ANF e da RACC, entre julho e agosto. Ao longo de três ou quatro dias, serão promovidos debates, oficinas, encontros e intercâmbios entre os participantes da RACC (Brasil) e trabalhos de referência em comunicação comunitária de países como Argentina, Uruguai, Equador e Bolívia. Além das atividades no Rio, o grupo propõe um painel de debates durante o Congresso de Quito, visando potencializar as ações de comunicação em rede no âmbito do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

  1. Red Nacional de Culturas Vivas Comunitarias – Cooperativa La Comunitaria de Rivadavia de Provisión de Servicios Culturales y Sociales Ltda. (Argentina)

O Encontro de Redes e Organizações de Culturas Vivas Comunitárias será realizado na cidade de América, no distrito de Rivadavia (Buenos Aires, Argentina), de 9 a 11 de setembro. A proposta é reunir diferentes grupos e redes culturais do país para coordenar e articular ações conjuntas de formação e intercâmbio referentes às práticas colectivas; as produções vinculadas a arte e transformação social, economia solidária, comunicações e identidades culturais e as estratégias de incidência em políticas públicas culturais em nível municipal, regional, estadual e nacional.

Estão previstos debates, mesas, rodas de conversas e mostras artísticas culturais, com o objetivo principal de fortalecer as redes e preparar propostas e produções conjuntas para o 3° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, a realizar-se no Equador. Antes do encontro na Rivadavia pretende-se fazer duas reuniões preparatórias com representantes de grupos e redes –  em Buenos Aires e em Mendoza.

  1. Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria – Asociación “Colectivo Musical GAMA” (El Salvador)

A Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria, que promoveu em 2015 o 2° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária em San Salvador, realizará este ano em Sonsonate, de 27 a 29 de outubro, o 3° Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária. O evento pretende incentivar a reflexão coletiva sobre o impulso de políticas públicas que fortaleçam as culturas das comunidades em nível territorial, assim como propiciar propostas para fortalecer a construção de uma cultura cooperativa, solidária e transformadora, mediante o fortalecimento da capacidade de organização comunitária.

Nestes três dias de trabalho durante o 3° Encontro Nacional, espera-se definir linhas de ação, compromissos, acordos e agenda conjunta que permitam fortalecer a Red Salvadoreña de CVC, além de construir coletivamente documentos de reflexão conceitual e metodológica que sirvam de base para a participação da comissão salvadorenha no 3° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, a realizar-se em novembro em Equador. Antes do encontro nacional serão realizados encontros das zonas dos quatro pontos de El Salvador, a fim de construir uma metodologia conjunta de abordagem.

Ato de encerramento do 2º Congresso Latino-americano de CVC (Foto: Bladimir Nolasco)

  1. Red Cultura Viva Comunitaria Chile – ONG de Desarrollo Nueva Acción Comunitaria (Chile)

O Encontro Inter-regional para o Fortalecimento da Coordenadoria Nacional de Cultura Viva Comunitária–Chile 2017”, proposto por la Red Cultura Viva Comunitaria Chile será realizado de 28 a 30 de abril em San Miguel e San Joaquín. Estão previstas, entre outras atividades, uma feira de experiências, uma jornada de ação comunitária e uma mostra de agrupações artísticas (teatro, música e dança). Uma fase posterior prevê a sistematização do trabalho, diálogo e propuestas de cada módulo do encontro das delegações regionais.

O encontro tem como um de seus objetivos possibilitar o intercâmbio de experiências em cinco regiões do país, abrindo espaços de reflexão e diálogo dos atores culturais comunitários e independentes que armam redes em diversos territórios. Também busca definir linhas de ação, uma proposta programática e uma agenda conjunta para a delegação chilena ante o 3° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, e desenhar de forma coletiva uma proposta para o Congresso Nacional de Cultura Viva Comunitária, com seus respectivos congressos regionais.

A Red de Cultura Viva Comunitaria-Chile surgiu em 2013 como uma frente ampla que articula diversas organizações, coletivos, artistas, gestores culturais comunitários, territoriais e independentes que se aderem ao paradigma latino-americano da CVC.

  1. Movimiento de Culturas Vivas Comunitarias de Costa Rica – Guanared (Costa Rica)

O 1° Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias de Costa Rica será realizado nos dias 29 e 30 de julho na cidade de San José. Ao aproximar organizações, grupos e coletivos que têm avançado em processos de incidência política, a intenção é identificar desafios e dificuldades, assim como os pontos de encontro nas lutas políticas que sustentam (direitos culturais, diversidades sexuais, frentes ecológicas, povos indígenas, etc).

O Movimento CVC Costa Rica iniciou sua articulação em 2011 e desde então tem se colocado como um referente para a discussão da política pública que se move com autonomia do Estado. Em Costa Rica foram criados os chamados Círculos de Ressonância, um por cada região do país, e estes círculos são representados através das “vocerías”, que são equipes de três pessoas encarregadas por três aspectos: comunicações, fortalecimento e incidência.

Os representantes do movimento consideram necessário chegar a um consenso de princípios e caminhos que fortaleçam seus posicionamentos e, com isso, preparar e compartilhar ao menos uma palestra no 3° Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, de maneira que possam transmitir os saberes e experiências desenvolvidas em Costa Rica.

Movimento CVC Costa Rica

  1. Red Metropolitana Cultura Viva Comunitaria – 2° Encuentro de la Red Metropolitana de Cultura Viva Comunitaria (Uruguay)

O 2° Encontro da Rede Metropolitana de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em Las Piedras (Canelones, Uruguai) em setembro, busca reunir todos os coletivos e/ou participantes interessados na construção de políticas culturais que contribuam com formas de vida e trabalho comunitárias e coletivas. A ideia é que se formem oficinas, seminários e atividades que impliquem reflexão e reconhecimento do potencial cultural existente no país.

O encontro tem como objetivos fortalecer as redes de Cultura Viva Comunitária, trabalhar formas de organização e representatividade; propostas para desenvolver em 2017 e 2018; nomear delegados para o 3° Congresso Latino-americano de CVC; reunir propostas e aportes para levar ao Equador em novembro.

A Rede Metropolitana nasceu em novembro de 2015, impulsionado por pessoas que participaram dos Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária (La Paz e El Salvador) e de coletivos que tinham a ideia de juntar-se e articular propostas. Para seus integrantes, é fundamental unir os grupos que trabalham com Cultura Viva Comunitária no Uruguai em busca de estratégias para gerar e incidir nas políticas culturais públicas, tanto municipais como estaduais e nacionais, potenciando a mirada para a cultura de base comunitária.

1º Encontro Regional de Cultura Comunitaria do Uruguai, em junho de 2014

  1. Red Danza Sur – Fundación Barrio Infante (Chile)

DanzaSur é uma equipe que se dedica à vinculação e difusão da dança contemporânea no Chile e na América do Sul, entendendo a dança como um bem social. O evento que a rede propõe, o 6° Encontro DanzaSur​, está previsto para junho, em Santiago, e tem como foco especialmente a preparação para o 3° Congresso Latino-americano de CVC no Equador. A ideia é vislumbrar e gerar materiais em torno das práticas e do funcionamento da rede, e  poder apresentá-los em Quito.

Os principais agentes do 6° Encontro DanzaSur são as “antenas conectoras”, pessoas que cumprem o papel de movimentar os diversos territórios do país, com duas antenas residindo em uma das três zonas nas quais a rede trabalha (Norte, Centro e Sul do Chile). Um dos objetivos do projeto é potencializar o trabalho destas “antenas zonales” na criação dos materiais que se pretende levar ao 3° Congresso Latino-americano en Quito. Economia social, desenvolvimento territorial, formação e comunicação são as temáticas que o “Programa DanzaSur CulturaViva 2017” deve conter.

  1. Cultura Viva Comunitaria Ecuador – Cooperativa de Servicios Culturales “La Popular” COSECLAPO (Ecuador)

Encontro de Pontos de Cultura no Equador, em novembro de 2016

O 1° Congresso Nacional de Cultura Viva Comunitária, com realização prevista para abril na província de Manabí, é uma proposta de fortalecimento e consolidação do movimento de CVC no Equador a partir dos resultados e aprendizados obtidos em um processo de discussão e articulação que vem se desenvolvendo desde 2010. O evento pretende ser uma festa da cultura equatoriana, um espaço de socialização sobre a incidência da cultura no desenvolvimento integral dos territórios, e um espaço de planejamento do 3° Congresso Latino-americano de CVC.

O enfoque deste 1° Congresso estará no comunitário, nos direitos, na sustentabilidade, no territorial, no populacional, no étnico e nas questões de gênero. A atual Lei Orgânica de Cultura, aprovada em 30 de dezembro de 2016, contempla dentro de seus princípios o reconhecimento da Cultura Viva Comunitária “como as expressões artísticas e culturais que surgem das comunidades, dos povos e nacionalidades, a partir de seu cotidiano. É uma experiência que reconhece e potencializa as identidades coletivas, o diálogo, a cooperação, a constituição de redes e a construção comunitária através da expressão da cultura popular”.

  1. Cultura Viva Comunitaria México – Habitajes – Centro de Estudios y Acciones sobre el Espacio Público (México)

A rede Cultura Viva Comunitaria México, que articula desde 2015 organizações de base de oito estados do país, promoverá na cidade de Puebla, de 27 a 29 de julho, o Encontro Nacional Cultura Viva Comunitária México “Abrindo Fronteiras: Pelo uso do espaço social”.

O evento contará com: mesas de intercâmbio de experiências, reflexão e debate a respeito do uso do espaço social como fator de impacto na criação de entornos vivos para a cultura; oficinas relacionadas com a promoção, gestão, articulação em rede; aportes a uma agenda sobre o uso social do espaço público, e um festival artístico de encerramento em  cierre em um espaço público simbólico de Puebla.

Serão realizados “conversatorios” e laboratórios de trabalho antes do encontro nacional, entre abril e junho, em Guadalajara, Mérida, Acayucan, Nuevo Laredo e Cidade do México. Os “conversatorios” pretendem ser espaços de diálogo em nível regional com a participação de agentes culturais, coletivos, organizações, associações civis e funcionários públicos. Os laboratórios, por sua vez, consistem em jornadas de colaboração paralelas aos bate-papos para realizar ações relacionadas aos processos de recuperação do espaço público.

3º Encontro Regional de CVC México, em março de 2016

  1. Rede Cultura Viva Campinas – Usina Geradora – Associação Núcleo Interdisciplinar de Narradores e Agentes Culturais (Brasil)

“Cultura Viva nas Cidades da América Latina”, o projeto apresentado pela Rede Cultura Viva Campinas – Usina Geradora, propõe a realização de dois encontros preparatórios para o 3º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária. O primeiro seria no Brasil, nas cidades de Campinas e São Paulo, de 3 a 8 de abril, e o segundo, no segundo semestre, em Quito (Equador).

A ideia é debater as experiências locais de Cultura Viva Comunitária nas cidades, tomando como base os municípios onde se aprovaram leis, decretos e/ou ordenanças de Cultura Viva Comunitária na América Latina. No caso, Campinas (São Paulo), Medellin (Colômbia) e Lima (Peru). Parlamentares, gestores e especialistas que atuaram no processo de formulação e implementação destes instrumentos normativos serão convidados para os encontros, com a intenção de incentivar outras cidades a criar suas leis de apoio aos Pontos de Cultura e à Cultura Viva Comunitária.

(Na foto do alto, plenária final do 2º Congresso Latinoamericano de CVC, em San Salvador: momentos antes, havia sido anunciado que o Equador seria a sede do 3º Congresso)

24

fev
2017

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

Conheça os 10 vídeos premiados no Concurso “Mulheres, culturas e comunidades”

Em 24, fev 2017 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

Dez vídeos de realizadoras de quatro países (Brasil, Argentina, Peru e México) foram selecionados no Concurso de Videominuto “Mulheres: culturas e comunidades”. Cada uma delas receberá US$ 500 como prêmio. O concurso teve como objetivo dar visibilidade ao papel fundamental das mulheres na cultura e na organização comunitária, fazendo frente a atitudes e estereótipos que contribuem para a desigualdade de gênero e a violência.

As inscrições estiveram abertas entre 19 de setembro e 1º de dezembro. Os vídeos deveriam ter duração máxima de um minuto e estar voltados para o público em geral, com classificação indicativa livre. Poderiam ser de qualquer gênero (documentário, ficção, animação, etc) e utilizar qualquer uma das línguas oficiais dos países ibero-americanos.

Mulhere-se (Brasil)

Participação

As mulheres foram protagonistas não somente como tema central del concurso, mas também em termos de participação. Das 55 candidaturas habilitadas (de um total de 57), 48 foram apresentadas por mulheres e sete por homens. Todos os vídeos premiados foram realizados por mulheres.

Brasil foi o país com o maior número de candidaturas (33 do total), seguido por Peru (7), Argentina (6) e México (5). Chile, Costa Rica e El Salvador apresentaram cada um uma peça audiovisual.

Huellas de mujeres (Perú)

Avaliação

O regulamento foi construído com a participação de alguns membros mulheres do Comitê Intergovernamental do programa IberCultura Viva. Um Comitê de Avaliação foi formado por mulheres vinculadas aos Ministérios de Cultura da Argentina, do Brasil, da Costa Rica, da Espanha, do Peru e do Uruguai.

Entre os critérios a serem avaliados foram considerados os seguintes: se oferecia uma imagem equilibrada e não estereotipada de mulheres e homens; se provocava reflexão sobre práticas culturais machistas; se dava ênfase à centralidade da mulher na comunidade: se fomentava uma mensagem de acordo com a igualdade de gênero e/ou defendia os direitos das mulheres e se propiciava a ruptura de estereótipos. Por último, se considerou se o vídeo apresentava grupos prioritários, como mulheres indígenas, afrodescendentes, transexuais ou sobreviventes de violência.

Os vídeos apresentaram uma diversidade de contextos, com a presença de mulheres rurais (do interior, de comunidades quilombolas e ribeirinhas) e urbanas (geralmente da periferia), tanto jovens como da terceira idade. Entre as temáticas abordadas estavam a organização ou participação em atividades culturais comunitárias, o reconhecimento da memória e a transmissão de saberes tradicionais, a expressão e criatividade artística e/ou consciência crítica, a denúncia de violência de gênero, a expressão da liberdade, e a ruptura de estereótipos.

Sustento (Brasil)

A seguir, publicamos os 10 selecionados com maior pontuação no concurso. 

LISTA DEFINITIVA DE VÍDEOS PREMIADOS

(Título do vídeo – País – Nome da candidata)
  1. Que todo el mundo se entere – Argentina – Sonia Elena Bertotti

  2. Mujeres constructoras – Argentina –  Sofia Bensadon

  3. Guardianas de la vida – Peru –  Andrea Pilar Valencia Rivero

  4. Sustento – Brasil –  Sylara Silva Silvério

  5. 1 minuto de Mulhere-se – Brasil –  Aline Daiane Frazão

  6. Huellas de mujer Peru – Cusy Mejía Paz  

  7. Ironia – México – Emilia Michel

  8. Peinando amistad, trenzando comunidad – Brasil – Raissa Alonso Capasso da Silva

  9. No es No – Brasil – Manu Campos

  10. A bela palavra da Kunhã Karai Brasil – Paola Correia Mallmann de Oliveira

(*Texto atualizado em 1 de março de 2017)

 

Para assistirhttps://www.segib.org/videos-ganadores-de-mujeres-culturas-y-comunidades/

 

Para baixar:

Informação aos interessados VIII: Concurso de Videominuto – Etapa de Avaliação – RELAÇÃO DEFINITIVA

Informação aos interessados VII: Concurso de Videominuto – Etapa de Avaliação

Informação aos interessados VI: Edital de Apoio a Redes – Etapa de Avaliação – RELAÇÃO DEFINITIVA

Informação aos interessados V: Edital de Apoio a Redes – Etapa de Avaliação

Informação aos interessados IV: Edital de Apoio a Redes – Etapa de Habilitação – RELAÇÃO DEFINITIVA

Informação aos interessados III: Concurso de Videominuto – Etapa de Habilitação – RELAÇÃO DEFINITIVA

Informação aos interessados II: Edital de Apoio a Redes de Cultura de Base Comunitária – Etapa de Habilitação

Informação aos interessados I: Concurso de Videominuto – Etapa de Habilitação

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22

fev
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Termina a primeira fase do projeto ¡Enfrenta!, que mapeia coletivos de comunicação, arte e cultura livre na Espanha

Em 22, fev 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: ¡Enfrenta!

Depois de percorrer sete cidades espanholas ao longo de dois meses, o jornalista Leonardo Foletto (do coletivo Baixa Cultura) e a fotógrafa Sheila Uberti (Fotolivre.org) voltaram ao Brasil com quase 500 gigas de material (vídeo, áudio e foto) na bagagem. Foi o fim da primeira fase do projeto ¡Enfrenta! – Mapeamento de Coletivos de Artivismo, Comunicação Alternativa e Cultura Livre na Espanha, um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Intercâmbio, edição 2015. Numa segunda etapa, que começa em março, o material coletado dará origem a um produto, que pode ser tanto um livro como um documentário ou um especial multimídia com os vídeos/fotos/textos separados por cidades.

As entrevistas e visitas aos coletivos espanhóis que atuam na intersecção entre comunicação, arte e cultura livre começaram na segunda semana de janeiro, em Sevilha. A capital da Andaluzia foi escolhida como ponto de partida por um motivo simples: ali está a sede do Zemos98, coletivo parceiro dos brasileiros BaixaCultura e FotoLivre.org neste intercâmbio. Dali em  diante, os gaúchos Leonardo e Sheila documentaram a viagem em texto e fotos com a hashtag #enfrenta no Twitter  e no Facebook. Também contaram um pouco da experiência num site criado especialmente para o projeto (https://enfrenta.org).

Primeira parada: Sevilha

Em Sevilha, eles entrevistaram não apenas o pessoal do Zemos98 como também do Enreda, uma cooperativa de soluções tecnológicas ativa há mais de oito anos na Espanha. Zemos98 é um coletivo de gestão cultural formado nos anos 1990 por estudantes de comunicação da Universidade de Sevilha. Tudo começou com um festival, inicialmente de curtas-metragens, que depois virou transdisciplinar e durante 17 anos (até 2015) foi o principal evento do coletivo.

“Pelo Festival Zemos98 passaram muitas pessoas e temas de ponta na cultura digital, do remix à educação expandida, do commons a televisão, da inteligência coletiva ao Copylove (processo de investigação sobre economia dos afetos)”, conta Leonardo no diário de viagem.

Em 2013, o coletivo saiu do centro da cidade e firmou sede no bairro de La Macarena, uma região operária de Sevilha. E é dali que tem baseado algumas de suas iniciativas, como Macarena Remedia, “um espaço para  aprendizagem, reflexão e ação associado às tecnologias de comunicação e a recuperação da memória viva do bairro”, e outros projetos voltados ao que em inglês se chama media literacy, alfabetização midiática.

Gema Valencia, jornalista que está no Zemos98 há cinco anos, foi quem ajudou Leonardo e Sheila no pré-mapeamento de mais de 50 coletivos para o ¡Enfrenta!. Agora, numa entrevista em vídeo, abordou temas como a sustentabilidade para quem trabalha com cultura na Espanha.

Gema Valencia, de ZEMOS98

Pablo Martín foi quem falou pelo Enreda, cooperativa que produz tecnologias com foco na transformação social. Leonardo conta que eles usam software livre em todos os trabalhos que realizam, seja para governos ou para outras cooperativas. Um dos mais recentes é o TIPI, uma plataforma cidadã de visualização de dados para mostrar o que o Congresso espanhol faz no seu dia a dia. Outro projeto interessante que ele comenta é o Mercado Social de Sevilla, que mapeia iniciativas de produção, consumo e trocas sustentáveis na cidade.

Segunda parada: Valencia

Em Valencia, a segunda cidade do roteiro, duas iniciativas foram assunto das entrevistas. Uma delas é La Factoria Cívica, organizada por integrantes do estúdio Carpe Via, com apoio da rede internacional Civic Wise. Irene Reig Alberola e Laura Murillo Paredes, integrantes da rede em Valencia, falaram sobre a criação da Civic Factory Fest, que movimentou um edifício importante da região, o Alinghi, a partir de práticas colaborativas para pensar (e construir) uma cidade mais inclusiva.

Irene e Laura, da rede Civic Wise

A segunda iniciativa foi apresentada por Daniel Alvaréz e David Pardo, professores da área de computação da Universidade de Valencia. Trata-se de um lab-área dos hackers cívicos da cidade, um espaço recém-criado para que hackers de todas as áreas possam buscar soluções para trabalhar com dados abertos da cidade.

Daniel e David no “lab-área hacker” da Universidade de Valencia

Terceira parada: Barcelona

Barcelona foi o local que rendeu o maior número de visitas e entrevistas. “É uma cidade especial para o ’enfrentamento’ ao status quo. Há um ecossistema de cooperativas, ativismo criativo & cultura livre que se reconhece e age em sintonia sem (muito) esforço”, justifica Leonardo.

Sérgio Salgado, de XNet

No Raval, bairro central da cidade, eles encontraram Sérgio Salgado,do X-Net, organização ativista de cultura livre/hacker/copyleft, que havia lançado uma semana antes uma plataforma de vazamento de dados de corrupção em parceria com o Ayuntamiento de Barcelona (Barcelona en Comú). Também no Raval, conversaram com Bani Brusadin, um dos diretores do The Influencers, festival de “arte não convencional, guerrilha da comunicação e entretenimento radical”.

No bairro de Gràcie, estiveram com Xavier Artigas, um dos criadores do coletivo Metromuster. Esta produtora independente, que vem fazendo experiências com arte, comunicação e política desde 2010, tem como um de seus objetivos contribuir para a mudança social através do empoderamento de todo tipo de comunidades e formas alternativas de entender os espaços de convivência.

Xavier Artigas na produtora Metromuster

Na Casa do EnMedio, espaço dividido com a revista Ajoblanco, a argentina Oriana Eliçabe lhes contou um pouco de sua experiência como fotógrafa em Chiapas, entre 1995 e 1999, período de nascimento do ciberativismo digital com os zapatistas, e de como isso influenciou nas ações do EnMedio, criado em 2007.

Outra conversa que se deu em Gracie foi com Andreu Meixide, realizador audiovisual, produtor e arquiteto que transita por diversos grupos da cidade. Ele falou um pouco sobre a produção “artivista” catalã e um evento do qual é um dos produtores, o Barcelona Creative Commons Culture & Film Festival, que se situa entre a cultura livre, o ativismo e a apropriação tecnológica.

Quatro participantes do Quepo deram entrevista

O Quepo, coletivo/produtora também com sede em Gràcie, encerrou a passagem por Barcelona. Quatro participantes falaram sobre licenças livres em produtos audiovisuais, sobre desafios e fracassos no processo de produção de uma comunicação audiovisual transformadora, e sobre o projeto mais recente, Hambre, um projeto transmídia sobre a fome.

Em Bellvitge, na grande Barcelona, o encontro foi com LaFundició, cooperativa de artistas com mais de 10 anos de trabalho focado em práticas artísticas e culturais e na educação, “entendidas como atividades controversas”.

Quarta parada: País Basco

Saindo da Catalunha, a dupla partiu para o País Basco. Em Bilbao, Leonardo e Sheila estiveram com Ricardo, um dos integrantes do coletivo Colaborabora e figura atuante na cena “procomún” da Espanha. Colaborabora, conta Leonardo, é como “uma ilha da colaboração” criada a partir da revista Amasté em 2001, para “desenhar e facilitar entornos e processos de inovação e colaboração centrado em pessoas”. Se organizam em uma cooperativa, e seus trabalhos se baseiam no que eles chamam de “tecnologías blandas”, “aquelas que de maneira específica pretendem questionar e melhorar as formas sociais de nos relacionarmos, o funcionamento dos sistemas com que nos organizamos”.

De Bilbao foram para San Sebastián, cidade famosa pelas praias e pelo festival de cinema, e ali visitaram dois lugares: KaXilda, uma livraria “subversiva” (zines, contracultura, feminismos, ecologia, ativismo criativo etc), e  Guardetxea, espaço autônomo que já foi sede de um festival de ativismo criativo organizado por En Medio, Cómo Acabar com El Mal, e hoje está em processo de reorganização, com classes de teatro e dança para crianças.

Quinta parada: Madri

Em fevereiro, já na reta final, em Madri, eles conversaram com o coletivo Declinación Magnética, um “grupo de pesquisa e produção constituído por artistas visuais, teóricos e comissários, cujos trabalhos partem da tomama de consciência dos estudos pós-coloniais e do contexto imediato mais próximo”. As relações arte & política, e de como podemos criar “pequenos espaços de subversão” no cotidiano, foram temas da conversa.

Diego integra el TXP, uno de los colectivos de la “Madrid del común”

Com Diego, do TXP Todo Por la Praxis, um dos coletivos mais atuantes na “Madri do comum”, o assunto passou por “urbanismo tático de guerrilha, arquitetura de código aberto, democratização do habitat, colaboração e autonomia na construção, e arte de rua”.

Outro bate-papo que tiveram em Madri foi com Aurora Cuchufletas Gómez Delgado, ativista que participou de ações criativas do GILA (Grupo de Intervención de Lavapiés), conhecido pelo artivismo de “humor, criatividade e ação direta”. Também conheceram de perto o Terrorismo de autor, “coletivo audiovisual anônimo-delirante” nascido em 2012 e que desempenha sua atividade fundamentalmente na internet. Material não lhes falta.

 

Leia também:

¡Enfrenta!: começa na Espanha o mapeamento de coletivos de comunicação, arte e cultura livre

Saiba mais:

https://enfrenta.org

twitter.com/enfrentaproyect

www.facebook.com/Baixacultura

10

fev
2017

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

Confira a relação definitiva de ganhadores do Edital de Apoio a Redes de Cultura Comunitária

Em 10, fev 2017 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

O programa IberCultura Viva informa a relação definitiva de projetos ganhadores do Edital para Apoio a Redes de Cultura de Base Comunitária. Serão distribuídos US$ 50 mil a cada uma das duas categorias, num valor máximo de US$ 5 mil para cada um dos 10 primeiros colocados. O prazo de apresentação de recursos terminou às 23h59 de segunda-feira, 13 de fevereiro.

As inscrições estiveram abertas de 19 de setembro a 1º de dezembro de 2016.  A categoria 1 era dirigida ao apoio a eventos de redes nacionais e/ou regionais que tivessem como objetivo a preparação para o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em novembro de 2017, em Quito (Equador). A categoria 2, por sua vez, se dedicava ao apoio à realização de eventos de redes de cultura de base comunitária municipais, estaduais, nacionais ou regionais.

Os outros editais lançados pelo programa IberCultura Viva em 2016 terão seus resultados publicados posteriormente. A relação do Concurso de Videominuto, que premiará com US$ 500 os realizadores de 10 vídeos, será divulgada antes de 24 de fevereiro. A Convocatória para a seleção de textos sobre políticas culturais de base comunitária segue em processo de avaliação. O Comitê Técnico destaca a diversidade e a qualidade das propostas apresentadas e agradece a ampla participação de redes no edital.

A seguir, publicamos os 10 selecionados com maior pontuação nas categorias 1 e 2 do Edital de Apoio a Redes.

(*Texto atualizado em 20 de fevereiro de 2017)

 (Foto em destaque: Romina Santarelli / Secretaría de Cultura de la Presidencia de la Nación)

 

CATEGORIA I

Nome da rede – Organização responsável 

1. RACC – Rede de Agentes Comunitários de Comunicação –  ANF – Agência de Notícias das Favelas (Brasil)
2. Red Nacional de Culturas Vivas Comunitarias – Cooperativa La Comunitaria de Rivadavia de Provisión de Servicios Culturales y Sociales Ltda. (Argentina)
3. Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria – Asociación “Colectivo Musical GAMA” (El Salvador)
4. Red Cultura Viva Comunitaria Chile – ONG de Desarrollo Nueva Acción Comunitaria (Chile)
5. Movimiento de Culturas Vivas Comunitarias de Costa Rica – Guanared (Costa Rica)
6. Red Metropolitana Cultura Viva Comunitaria – II Encuentro de la Red Metropolitana de Cultura Viva Comunitaria (Uruguai)
7. Red Danza Sur – Fundación Barrio Infante (Chile)
8. Cultura Viva Comunitaria Ecuador – Cooperativa de Servicios Culturales “La Popular” COSECLAPO (Equador)
9. Cultura Viva Comunitaria México – Habitajes – Centro de Estudios y Acciones sobre el Espacio Público (México)
10. Rede Cultura Viva Campinas – Usina Geradora – Associação Núcleo Interdisciplinar de Narradores e Agentes Culturais (Brasil)

 

CATEGORIA II

Nome da rede – Organização responsável 

1. Red Cultural Chacras de Coria y Luján de Cuyo – Asociación Civil Chacras Para Todos (Argentina)
2. Red de Gestoras y Productoras Culturales Chile – Comunidad Multidisciplinaria de Producción Cultural Nekoe (Chile)
3. Red de Cultura Viva Comunitaria Jalisco – La Otra Cara de la Ciudad A.C (México)
4. Red Gestores Culturales Bribris – Asociación Consejo de Agricultores Indígenas de Cabagra (Costa Rica)
5. Red Inclusiva NNA – Centro de Comunicación Virginia Woolf (Uruguai)
6. Comunidad Fiteca – Centro Cultural La Gran Marcha de los Muñecones (Peru)
7. Comunidad VEDI – Alacant Rock (Espanha)
8. Rede para a “Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda” – Sociedade Cultural e Carnavalesca Baquelivre Pernambuco (Brasil)
9. Red de Semilleros Campesinos Comunidades Ecologistas La Ceiba (COECOCEIBA) – Amigos de la Tierras Costa Rica (Costa Rica)
10. Plataforma de Cultura Viva de Lima Metropolitana – Asoc. de Comunicadores Sociales Porta Voz Perú (Peru)

Informação aos interessados VI: Edital de Apoio a Redes – Etapa de Avaliação – RELAÇÃO DEFINITIVA

Informação aos interessados V: Edital de Apoio a Redes – Etapa de Avaliação

Informação aos interessados IV: Edital de Apoio a Redes – Etapa de Habilitação – RELAÇÃO DEFINITIVA

Informação aos interessados III: Concurso de Videominuto – Etapa de Habilitação – RELAÇÃO DEFINITIVA

Informação aos interessados II: Edital de Apoio a Redes de Cultura de Base Comunitária – Etapa de Habilitação

Informação aos interessados I: Concurso de Videominuto – Etapa de Habilitação

 

26

jan
2017

Em Notícias

Por IberCultura

“Educar en la Armonía”: um livro sobre cultura, educação e convivência para o bem comum

Em 26, jan 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Entre 11 e 17 de setembro de 2016, Medellin foi palco do Encontro da Harmonia: Cultura + Educação + Comunidade, um espaço para o diálogo de saberes, práticas e processos desenvolvidos por organizações da Colômbia e de outros 11 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México e Peru). Ao longo de seis dias foram realizados percursos, visitas às comunidades, jornada pedagógica, seminário e mesas de trabalho sobre cultura comunitária e os diversos contextos educativos para o bem comum. Deste encontro resultou um livro digital com 176 páginas: Educar en la Armonía: Cultura + Educación + Comunidad.

“São memórias de diversos processos, é um documento de memórias vivas, de mulheres e homens que tecem organizações ao longo e ao largo da América Latina, que se juntaram na cidade de Medellín para realizar o encontro”, escreve na apresentação Amalia Londoño, secretária de Cultura Cidadã da Prefeitura de Medellín, que apoiou a organização do evento, a cargo da Plataforma Puente Cultura Viva Comunitaria Medellín-Valle de Aburrá.

“O entramado de Cultura Viva Comunitária reconhece a necessidade de um novo paradigma que recrie o exercício do poder, estabelecendo relações mais dinâmicas, horizontais, e democráticas entre todos os atores”, acrescenta Londoño. “Como força regional, se propõe incidir em políticas públicas sem fronteiras de desenvolvimento cultural na América Latina, como as impulsadas nos últimos anos no Brasil como país, e em Medellín como cidade, experiências em que um governo sensível às demandas sociais pavimenta o caminho aberto pelas organizações sociais, e as organizações sociais, no exercício de sua cidadania, criam as condições para que a sociedade mude.”

No Encontro da Harmonia, como mostra o texto, se propôs a aproximação, a articulação e o diálogo de experiências de cultura comunitária e outras formas de educação que incluem em seus processos formativos a beleza, a ética e a convivência. O livro resulta desta intenção. É também uma tentativa de responder e seguir refletindo sobre as muitas perguntas feitas durante o encontro: Educamos? O que educamos? Por quê? Para quê? Como? Quem e para quem? Onde? Quando?

Os capítulos

Educar en la Armonía se divide em três capítulos. O primeiro aborda a reflexão que se fez com 50 crianças e jovens em uma oficina (prévia ao encontro) sobre os conceitos cultura, educação e comunidade para a compreensão e construção contemporânea da convivência. As recomendações surgidas das crianças e dos jovens durante esta oficina foram consolidadas em um documento aqui apresentado.

O segundo capítulo é composto dos textos sobre as experiências convidadas. Os artigos contam com uma primeira parte que descreve o fazer das organizações (uma síntese de seu contexto de trabalho, estrutura programática e operativa) e uma segunda parte sobre a experiência do programa ou projeto que a organização apresentou no encontro (os conceitos e as metodologias que colocam em prática nessa relação cultura + educação + comunidade).

Três textos com reflexões do Encontro da Harmonia formam o terceiro capítulo. Um deles é uma relatoria geral do evento assinada por Juan Fernando Sierra. Os outros dois são os artigos “…y la vida es también un hecho cultural, do colombiano Gabriel Jaime Arango, e  “Cultura a unir os povos”, do historiador brasileiro Célio Turino.

Em seu texto, Arango aborda questões como a natureza e os fins dos sistemas educativos, a educação e a formação integral da personalidade e os aprendizados que se deve procurar (aprender a ser, a conhecer, a fazer, a aprender, a viver juntos). “Configurar em cada estudante de um país a consciência sobre o valor supremo da dignidade humana e o respeito aos direitos humanos é e será o principal desafio que a educação humanista deve assumir”, destaca.

Turino, por sua vez, percorre alguns dos marcos do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária, como os Congressos de La Paz (2013) e El Salvador (2015), o Congresso Ibero-americano de Cultura de 2014 (realizado em Costa Rica, com o tema das culturas comunitárias), e a aprovação da primeira lei municipal de Cultura Viva, em Medellin, em 2011. Além disso, recorda os mais de 10 anos da política pública no Brasil, entre teoria, conceitos, construção e gestão. Uma política que começou com uma ideia simples — potenciar o que já existe — e logo ganhou a atenção de vários países ibero-americanos, como se pôde ver neste Encontro da Harmonia.

Os convidados

As experiências internacionais participantes do encontro foram: Ação Griô (Brasil), Caja Lúdica (Guatemala), Conarte (México), Crear Vale la Pena (Argentina), El Arte Nos Une (Equador), Escuela Espiritual de la Naturaleza (Costa Rica), TNT – Tiempos Nuevos Teatro (El Salvador), Vichama Teatro (Peru), Walabis (Honduras) e Wayna Tambo (Bolívia). O livro também conta  com a apresentação de Pablo Rojas Durán, chefe do Departamento de Educação e Formação em Artes e Cultura do Conselho das Artes e da Cultura do Chile.

Da Colômbia se apresentaron experiências desenvolvidas em diferentes pontos do país, como Guajira (Centro Etnoeducativo Aujero), Cauca (Red Colombia para la Actoría Social Juvenil), Nariño (Casa de la Ciencia y el Juego), Medellín (Corporación Cultural Canchimalos e Universidad de los Niños de Universidad Eafit) e Bogotá (Centro de Desarrollo Taller de Vida e Programa Clan Idartes).

Fazendo de Medellín um cruzamento de caminhos, o Encontro da Harmonia buscou apresentar experiências diversas, “em suas concepções e metodologias, em suas singularidades e pluralidades, a partir das realidades de cada país e os momentos históricos”, estabelecendo campos de diálogo comum. Também buscou contrastar experiências de grande liderança no território com iniciativas de universidades e órgãos governamentais que empreendem ações formativas nos territórios, deixando clara a necessidade de entender a educação em um sentido mais amplo, como sinônimo de relação e de conversação, e de pensar a cultura como uma ferramenta permite saltos para novos horizontes.  

Leia o livro Educar en la Armonía aqui:  https://bit.ly/2k3LQ2u

 

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