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Histórias e identidades no primeiro encontro de Cultura Viva em Nahuizalco, El Salvador
Em 27, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Por Marlen Argueta
“Cultura Viva Comunitária, organização a partir da cosmovisão dos povos originários” foi o nome do encontro que a Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria realizou no último sábado, 24 de junho, no município de Nahuizalco, em El Salvador.
Itztla-Tlan-Balam (Luis de Paz), líder indígena, participou do encontro com o tema “Políticas públicas dos povos originários”. Em sua apresentação, ele falou das principais apostas e desafios da implementação da Política Nacional de Povos Indígenas. Também deu a conhecer o entramado de redes de povos originários que existem e sua organização comunitária no país.
Depois, a antropóloga e pesquisadora Marielba Herrera veio com a palestra “De homens a macacos”. Uma visão a partir das tradições humanas atuais, religiosas, culturais e populares, até o descobrimento do ancestral. A palestra permitiu que os participantes, representantes de diversas organizações comunitárias, compartilhassem suas histórias e narrativas construídas nas comunidades, ao redor do sincretismo religioso e das dinâmicas simbólicas cotidianas que formam parte do legado dos povos originários.
Ao final, o maestro César Pineda, diretor nacional das Casas de la Cultura y la Convivencia, vinculadas à Secretaria de Cultura da Presidência de El Salvador, ressaltou a contribuição da cosmovisão dos povos originários para os processos culturais comunitários em todo o país. “Na medida em que se criem processos que reconheçam os aportes da população indígena e sua cultura, diminuirá a negação da identidade destes povos em nossas raízes como nação”, destacou Pineda.
Construção do diálogo
Para a Red Salvadoreña de Cultura Viva Comunitaria, o intercâmbio é uma contribuição para a construção do diálogo com os coletivos e comunidades, um diálogo que permita a aproximação ao conhecimento das histórias particulares, as origens, os patrimônios e demais elementos que constituem e formam parte das identidades.
“Estes encontros surgem das necessidades e temáticas próprias das regiões, da própria vida do trabalho, das coordenações que um tema tão raro como a CVC. Estas atividades nos ensinam a fortalecer as lideranças, os dirigentes homens e mulheres que descobrem na cultura viva o rumo de seu trabalho, de seu coletivo e de sua realidade”, comentou Rafael Moreira, membro da Red Salvadoreña e do coletivo Red Sivar.
O objetivo destas rodas de conversa é potenciar as convergências entre os diferentes coletivos que pertencem à Red Salvadoreña de CVC e fortalecer seu tecido comunitário. Este ciclo de encontros se realiza previamente ao Encontro Nacional de Cultura Viva, a ser realizado em setembro de 2017. O evento é um dos projetos ganhadores do Edital Ibercultura Viva de Apoio a Redes aberta em 2016.
O próximo encontro será em 1º de julho em San Salvador e abordará o programa de Puntos de Cultura e o Programa Ibercultura Viva. Neste espaço participarão os denominados Puntos de Cultura em El Salvador e duas referências em cultura viva do governo central: Alexander Córdova e César Pineda.
Fresia Camacho: “Nossas expressões culturais se parecem com um bosque biodiverso, o húmus efervescente”
Em 21, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Texto e fotos: Comunicação DC/MCJ-CR
Há três anos Fresia Camacho encabeça a Direção de Cultura (DC) do Ministério de Cultura e Juventude (MCJ) de Costa Rica. Ao falar sobre o trabalho da instância dedicada à gestão, ao fomento e acompanhamento das organizações culturais comunitárias, utiliza a metáfora de que a cultura é como um bosque diverso.
“Nossas expressões culturais se parecem com um bosque biodiverso: a diferença entre um monocultivo e um bosque diverso está no tecido da vida; o bosque biodiverso se manifesta a partir do que está na terra, o húmus efervescente, que nem se vê que ali está, mas está, e só com uma lupa se pode ver os bichinhos trabalhando, e depois as plantas maiores e maiores, e as árvores, e todos estão nessa convivência muito voluptuosa. Com a cultura é igual”, compara a diretora.
Para Camacho, a vivência cultural das comunidades é efervescente, com capacidade de regeneração. E se você se aproxima, pode identificar as histórias daqueles que são seus atores, com ou quais são os valores que estão cuidando, como a solidariedade, o cuidado da vida em todas as suas manifestações e o cultivo dos vínculos.
“Agora há tantos coletivos que fazem coisas nos espaços públicos, caminhadas ou passeios em bicicletas às margens dos rios, feiras, festivais. O que prima é a festa da cultura, por isso há que se reconhecer a importância do encontro. Há que se estimular essa corrente”, continua Camacho.
A seguir, a diretora de Cultura faz um balanço sobre os alcances e desafios do setor.
Qual é a linha política em que se insere o trabalho da Direção de Cultura?
Quando entrei na Direção de Cultura, vinha trabalhando com as organizações culturais, especialmente com o movimento Cultura Viva Comunitária, e em uma época muito dinâmica, porque foram os anos da elaboração da política (de direitos culturais), que foi participativa, e outras organizações que levaram muito a sério a ideia de participar dessa elaboração. Houve muitos espaços de reflexão, também conectados em nível continental com gestores como o brasileiro Célio Turino e o colombiano Jorge Melguizo, que haviam estado à frente de políticas públicas trabalhadas com as comunidades. Foi muito rica esta fase de discussão. Houve encontros nacionais e internacionais, rodas de conversa, foi-se elaborando uma agenda continental que emerge em cada espaço de reflexão.
Quais são os aspectos desta agenda?
Um tem a ver com o reconhecimento e a visibilidade das iniciativas culturais comunitárias organizadas. Porque as políticas culturais haviam considerado, até muito recentemente, o Estado como fazedor de cultura e como aquele que leva cultura às comunidades. E estava bastante invisibilizado o fato de que nas comunidades há iniciativas culturais que estão dinamizando a cultura de baixo para cima. Isso se traduz em mapeamentos, inventários de todos estes sujeitos culturais ativas, que estão conscientemente trabalhando em processos e iniciativas culturais. O segundo tema são os recursos, com a ausência de estímulos por parte do Estado para esse tipo de iniciativas, porque os grandes investimentos eram feitos em outros campos, e além disso, no caso de Costa Rica, um investimento muito concentrado na Grande Área Metropolitana e uma falta de investimento no resto do território. Em todos estes processos que existem, apesar de ou pela própria ausência do Estado, as pessoas se auto-organizam para fazer suas coisas quando o Estado não está presente, surgem outras maneiras de resolver as necessidades.
O Estado deve apoiar estas iniciativas?
Fiz um diagnóstico há uns dez anos, e as pessoas diziam: “Trabalhamos com as unhas e parece que não existimos, como se fôssemos invisíveis para a política pública”. O tema dos estímulos, dos recursos, dos procedimentos entravados para poder fazer as coisas… O Estado dialoga consigo mesmo em termos de ordenar seu funcionamento, de maneira que muitas vezes é alheia e não sensível às dinâmicas culturais das comunidades: fazer os trâmites, tirar as permissões se converte em uma odisseia. A simplificação de trâmites era outro grande desafio. Também o tema da formação: as organizações estão trabalhando, fazem as coisas por paixão, por amor à comunidade, mas necessitam de formação para ter melhores ferramentas, espaços de gestão do conhecimento e intercâmbio de experiências, porque é vital este crescimento do trabalho a partir de uma melhor preparação para encará-lo. Outro tema é o das municipalidades que tinham sido surdas a essas demandas e necessidades, e quando se estabelecia uma política cultural em uma municipalidade não se fazia de maneira participativa, e sim em um escritório que muitas vezes se dedicava à produção de eventos, e outra vez se invisibilizava esse tecido cultural organizado. Além da questão das redes, da importância do trabalho colaborativo, do trabalho em rede, da importância de estabelecer vínculos, de trabalhar em alianças, de maneira conjunta, de romper essa surdez, esses isolamentos dos diferentes setores em função de objetivos que são comuns. Também tem a questão de economia e cultura, dos empreendedores, das pessoas que querem viver como gestor cultural ou com seu empreendimento cultural, mas não encontram a maneira de articulá-lo para ter uma vida digna a partir daí. Sejam os artistas, sejam os gestores de iniciativas culturais de diferentes tipos a partir da comunidade.
Estas dimensões se convertem em um guia integral para o trabalho da Direção de Cultura?
Uma das primeiras coisas que para mim foi clara, em termos da vida das comunidades e suas organizações no campo cultural, é que não serve muito segmentar, fazer políticas separadas, ter ofertas muito diferenciadas para a comunidade, porque nas comunidades os processos são holísticos, estão conectados. Não serve muito compartimentar — só para patrimônio imaterial, só para museus, só para gestão de processos de convivência e paz, entre outros –, porque o que as organizações culturais comunitárias fazem é ir alinhavando esses elementos. São visões integradoras e que também estão em transformação, não são estáticas nem rígidas. O Estado tende a colocar tudo em caixas, ordenado como em grandes compartimentos, mas na vida da comunidade, a vivência da cultura vai sendo tecida nas diferentes dimensões. O que convinha era estruturar umas propostas que atendam essa realidade rica e complexa tal como é. Na medida em que eles conseguem compreender o tema da interculturalidade e das riquezas culturais que existem em seu entorno, começam de maneira muito criativa a ir tecendo estratégias. É muito importante a reflexão, a formação, porque muitas iniciativas culturais, como as casas da cultura, são feitas à moda antiga, com o modelo velho. O papel do Estado é enriquecer a mente, as práticas e os fazeres, o diálogo com os protagonistas, os atores-chave; é acompanhar, identificar, reconhecer, visibilizar, estimular esses atores-chave, porque quando o Estado sai, quem fica trabalhando na comunidade é a própria organização comunitária.
O Estado deve sair?
Claro, porque o trabalho do Estado é de acompanhamento, de assessoria, de fortalecimento de capacidades e visibilização, que é o que requerem as organizações para fazer melhor seu trabalho. É muito interessante que as declaratórias de interesse cultural, por exemplo, apesar de não terem um benefício concreto associado, são por si mesmas simbólicas e apreciadas por muitos grupos, porque são uma chave que abre muitas portas.
Como a Direção de Cultura propõe a abordagem prática destes eixos?
A Direção de Cultura se pergunta qual é seu papel nas comunidades, porque contamos com recursos humanos e econômicos escassos. Onde nos colocamos nesta árvore da diversidade, me coloco nas ramas onde está um gestor, uma expressão, um portador de tradição ou nas ramas mais grossas, onde há um conjunto de instituições e organizações, empresas que podem contribuir com o fortalecimento deste tecido? Essa mudança no enfoque tem permitido que coloquemos maior atenção a ver o que existe nas regiões e como acompanhamos. Quais são estes outros pares que estão trabalhando, fortalecendo essas manifestações culturais e como apoiamos estes protagonistas de maneira articulada, em aliança, em um tecido mais sólido? Isso coincide com as novas leis do Ministério do Planejamento (Mideplan), do Instituto de Desenvolvimento Rural (INDER), onde se fala dos territórios e dos conselhos de territórios. Nos reconhecemos como um ator-chave neste tecido. Tem havido uma mudança suave, porque estamos falando de pessoas que já vêm fazendo um trabalho comprometido e com carinho. O enfoque é ter maior influência e presença apesar de ter recursos escassos, como, por exemplo, ao criar o fundo Puntos de Cultura, que nos permite fazer uma injeção muito forte em organizações socioculturais, mapeá-las, porque é uma diversidade enorme de iniciativas. A ideia do fundo não é apenas que seja um estímulo econômico, e sim criar uma rede, isso é o mais importante, porque permite estabelecer esse vínculo entre todas essas organizações e de alguma maneira creditá-las como motores culturais importantes; quer dizer, reconhecer seu protagonismo, propiciar a conexão e o trabalho em rede, e identificar recursos e outros valores agregados para potenciar seu trabalho. Essa é uma força vital impressionante que está em todo o país. É muito importante em termos da política de direitos culturais porque contribui de maneira central para a desconcentração.
Também injetamos recursos em Becas Taller, porque Puntos de Cultura exclui organizações que não têm personalidade jurídica, então estas becas (“bolsas”) são um excelente complemento, porque são para pessoas ou coletivos, não importa se têm ou não personalidade jurídica. Além disso, procuramos que os gestores culturais das regiões tenham melhores recursos, então estamos integrando as equipes regionais, casas de cultura, os centros cívicos para a paz, e este ano estamos conseguindo que todos se vejam como uma mesma equipe. Sabíamos que tínhamos que fazer para vencer essa sensação de solidão que os companheiros tinham no território.
Esta possibilidade de encaminhar estes processos, como fazer para que não se burocratizem, e sim que sejam um círculo virtuoso?
Há gente que pensa que ser autossustentável é jogar só com meus próprios recursos, mas eu não estou de acordo com isso. Organizações autossustentáveis têm muito clara sua visão, o sonho que querem construir, e vêm conseguido formar uma equipe de trabalho para lutar juntos por este sonho; que também está conectado com as necessidades de uma comunidade, é pertinente para a vida de uma comunidade, de uma região, e é capaz de identificar as possíveis fontes de recursos e ir tecendo isso para realizar este sonho. O que acontecia historicamente e ainda acontece é que as instituições chegavam com suas próprias ofertas, e as comunidades não tinham suas visões tão precisas, e umas senhoras que queriam fazer cerâmica terminavam aprendendo a fazer pão.
Responde a uma demanda das mesmas comunidades, é orgânico…
Te dou outro exemplo: La Peña de San Ramón tem sido autossustentável toda vida; agora tem um Ponto de Cultura, em algum momento a universidade dava recursos, os vizinhos, o comércio do centro da cidade… La Peña começou com um espaço de expressão artística, como uma festa cultural, agora tem feira de empreendedores, espaços para brincadeira, cinema comunitário e vai se transformando permanentemente. A iniciativa Pausa Urbana é outro belo exemplo. O que permite que eles não se endureçam? Eles têm seus sonhos muito claros, seguem defendendo-os. O fato de que eles consigam se armar com o programa de formação, de ferramentas, com acesso a recursos, fará com que queiram fazer Pausa Urbana em outros parques, em outras cidades. Ou que Pausa Urbana já não seja somente um espaço cultural, e sim uma feira, inclusive se transformam em projetos que na institucionalidade seriam inimagináveis.
Neste sentido, como vem mudando a visão dos Prêmios Nacionais?
Está conectado com esta grande discussão da política pública; no caso de Prêmios Nacionais também foi impactado por essas reflexões, porque o que a nova lei faz é democratizar o estímulo. Por um lado, a conformação do júri, porque o fato de que diferentes instâncias deleguem personas faz com que a visão dos jurados seja muito mais ampla e imprevisível do que era antes. Por outro, nasceram prêmios que não existiam: gestão cultural e pesquisa cultural, que vêm a legitimar a importância dos processos socioculturais, que é o enfoque do trabalho da Direção de Cultura. O interessante com a cultura comunitária é que se tem uma visão muito global de cultura, que tem a ver com o bem comum, com valores de solidariedade, de cuidado, da natureza, da convivência. Lideram o exercício dos direitos culturais de colocar a vida no centro. Estamos mudando o paradigma.
As pessoas reconhecem essas mudanças, mas isso é lento?
É que requer que os cidadãos tenham um maior compromisso, então é algo que nos vai levar tempo. Mas nós decidimos abrir o espaço e tentar fazer com que as pessoas participem, agora há que andar promovendo a integração do júri dos Prêmios Nacionais de Cultura, mas dentro de uns anos as pessoas vão estar acostumadas a integrar estas instâncias e vão se sentir comprometidas e identificadas com estes processos.
A Direção de Cultura tem se proposto a acompanhar setores vulneráveis, em concordância com o estabelecido pela política cultural?
Totalmente. Essa foi a ênfase no Plano Nacional de Desenvolvimento. Nos impusemos metas que tivessem a ver com populações que requerem atenção especial. O trabalho com comunidades indígenas já vinha sendo feito, mas visibilizamos este aporte, com comunidades vulneráveis, que ligamos ao urbano, e cantões prioritários que têm o índice de desenvolvimento mais baixo. Dar acompanhamento às pessoas da terceira idade, comunidades indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, populações e territórios que têm sido excluídos. Esta deve ser a prioridade da política cultural.
Quais são os desafios da Direção de Cultura?
Há desafios que transcendem a Direção de Cultura, que têm a ver com a maneira como as instituições pertinentes cuidam destas agendas. A Direção de Cultura segue sendo o menor programa do ministério — apesar de ter crescido em recursos –, pois o investimento está em outra instâncias. É um desafio do ministério, e não só do ministério, da institucionalidade. Por exemplo, no campo da educação, o MEP deve liderar os processos de educação e cultura com o acompanhamento do Ministério de Cultura, e já há passos dados nesta direção. Outro fator que se detectou no processo de elaboração da política foi a desarticulação entre as instâncias do ministério, então à medida que consigamos articular melhor, essa agenda poderá ser mais bem atendida. Como diz a ministra (Sylvie Durán), o trabalho conjunto é o leitmotiv desta época, a sinergia, as relações colaborativas e o trabalho conjunto com a sociedade civil, romper as barreiras, e que todas as pessoas, todos os que estamos interessados nos mesmos objetivos, trabalhemos juntos para alcançá-lo. Esta é a ferramenta mais poderosa que podemos ter.
Estão abertas as inscrições para a convocatória “Fomento a Proyectos y Coinversiones Culturales 2017”, no México
Em 21, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
A Secretaria de Cultura do México, por meio do Fondo Nacional para la Cultura y las Artes (FONCA), lançou nesta terça-feira, 20 de junho, a convocatória “Fomento a Proyectos y Coinversiones Culturales 2017”. Além de ampliar algumas áreas e especialidades, incluindo por exemplo o teatro comunitário e as novas tecnologias, o FONCA este ano oferece três modalidades de financiamento, com montantes de até 250 mil, 500 mil ou 750 mil pesos.
Podem participar de forma grupal ou individual aqueles que apresentem projetos a serem desenvolvidos no país em um máximo de 12 meses, nas seguintes áreas: espaços culturais independentes, arquitetura, artes visuais, dança, estudos culturais, interdisciplina, letras, letras em línguas indígenas, meios audiovisuais, música, projetos para crianças e jovens e teatro.
O objetivo do edital é apoiar a iniciativa de criadores, intérpretes, pesquisadores, gestores, promotores, educadores, curadores, agrupações, espaços culturais independentes, entre outros, para realizar projetos artísticos e culturais. O prazo de inscrições termina em agosto.
Formas de apoio
São duas as modalidades de financiamento: fomento, de até 250 mil pesos, e “coinvestimento”, com um montante de até 500 mil pesos, e um novo apoio de até 750 mil pesos, para pessoas jurídicas que tenham pelo menos cinco anos de trajetória e desenvolvam projetos relacionados com a) espaços culturais independentes; b) centros de ensino ou atividades de formação ou capacitação; c) produção editorial, de rádio e documentários; e d) festivais, mostras ou encontros.
Entre as áreas que foram ampliadas está a de espaços culturais independentes, agora dividida em três partes: “fóruns e salas de artes cênicas”; “centros culturais multidisciplinares” e “galerias de arte”. Letras em línguas indígenas, por sua vez, conta com as especialidades de conto, ensaio, novela, poesia, animação e incentivo à leitura.
Em dança, estudos culturais, meios audiovisuais e teatro foram adicionadas as seguintes especialidades, respectivamente: dança comunitária e videodança; formação de públicos e pedagogia cultural; novas tecnologias; teatro comunitário, de rua, cabaré e teatro de bonecos. Os projetos para crianças e adolescentes devem atender ao público de até 17 anos.
Prazo de inscrição
Os interessados devem fazer a inscrição no site foncaenlinea.cultura.gob.mx. As bases de participação se encerram de acordo com a especialidade, nas seguintes datas: em 1º de agosto, dança, estudos culturais, letras, letras em línguas indígenas e projetos para crianças e jovens; em 15 de agosto, arquitetura, interdisciplina, música e teatro; e em 29 de agosto, artes visuais, espaços culturais independentes e meios audiovisuais.
Os resultados serão divulgados em 9 de janeiro de 2018 (na página web https://fonca.cultura.gob.mx) e os apoios começaram em março. Mais informações pelo telefone (55) 4155 0730, ramais 7010 e 7011, ou pelo correio convocatoriafyc@cultura.gob.mx. O horário de atendimento ao público é das 10h às 14h (horário da Cidade do México), de segunda a sexta-feira.
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Onde queremos chegar: aportes para uma proposta de formação no âmbito da cultura comunitária
Em 21, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Com que sonhamos? Onde queremos chegar? De que necessitamos para chegar aí? Qual seria o propósito final de uma formação em gestão cultural e políticas de base comunitária? Estas foram algumas das perguntas que guiaram os participantes do encontro de coletivos e organizações de cultura de base comunitária realizado em 26 de maio, no Centro Cultural Mistério, como parte da programação da 6ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva em Montevidéu, no Uruguai.
Cerca de 100 pessoas, entre gestores públicos e representantes de coletivos e organizações, estiveram reunidas ao longo do dia nas mesas de trabalho “Participação nos contextos de cultura comunitária” e “Formação nos âmbitos da cultura comunitária”. O encontro terminou com o lançamento do registro dos Pontos de Cultura do Uruguai, dando início a uma construção coletiva do programa no país.
No espaço dedicado à discussão sobre formação, 40 participantes (14 funcionários públicos e 26 representantes de organizações) se dividiram em grupos moderados por Ana Laura Montesdeoca (Direção Nacional de Cultura) e Ernesto Navia (Intendência de Montevidéu).
Os debates
Aos participantes foram apresentadas as diretrizes de trabalho e um “papelógrafo” para que os grupos compartilhassem experiências exitosas de trabalho comunitário, além de identificar que capacidades fizeram isso possível e o que gostariam de reforçar. Uma das participantes, por exemplo, falou da necessidade não apenas de formar a comunidade para ter acesso a fundos públicos, mas também de formar os gestores a partir da comunidade. Outro grupo comentou a importância de integrar redes, compartilhar conhecimento, gerir recursos, conscientizar as autoridades e promover formação técnica e social, entre outros temas.
Entre as condições citadas se destacaram a criatividade, a consciência, o compromisso, a participação, a autoestima, a sensibilização, a vontade, a empatia, a observação, o diálogo com mais atores, o respeito, a gestão (autogestão), a projeção de espaços, a organização, a coordenação, a escuta, o sacrifício, a integração, a solidez conceitual, a diversidade, a constância.
As aspirações
“Onde queremos chegar? Queremos mais projeção, melhorar a infraestrutura, melhorar os espetáculos, estar nas agendas estaduais e nacionais, representar a comunidade e tornar conhecida a localidade, tornar conhecidos os nomes dos artistas locais, transcender artisticamente, incluir mais gente nos projetos…”, enumerou um dos participantes, antes de ressaltar algumas das necessidades de formação identificadas por seu grupo. “(Necessitamos de algo sobre) a difusão, a gestão, como armar os projetos, as estratégias de participação, os orçamentos, transferências e acessos aos fundos.”
Os sonhos, segundo os grupos aí formados, incluem “o respeito pelo trabalho colaborativo”, “o público, o privado e o político articulando em forma flexível”, “a autogestão, a autonomia e o acompanhamento do Estado”, “a aproximação dos fundos para a cultura”, os fundos para a cultura comunitária, a formação para elaborar projetos e entender processos jurídicos e legais, a superação da brecha interior-capital para dividir recursos, a otimização dos recursos, a difusão e a representação de interesses comunitários, o reconhecimento de realidades sociais, o acesso a atividades e a geração de multiplicadores.
O apoio do setor acadêmico também foi um dos pontos destacados ao longo do encontro. Representantes dos coletivos e organizações, além de afirmar categoricamente que a academia não está nos espaços, ressaltaram que os gestores devem se alimentar do que acontece nas comunidades “e não impor de fora”.
O programa
O tema da formação em políticas culturais de base comunitária também esteve presente no 1º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado em dezembro de 2016 em Buenos Aires (junto com o 3º Encontro de Pontos de Cultura da Argentina), com a participação de representantes de governos e organizações socioculturais de 17 países. Foi o início da discussão rumo à construção de um programa de formação IberCultura Viva, um dos principais assuntos desta 6ª reunião do Conselho Intergovernamental em Montevidéu.
Conforme a proposta apresentada no primeiro dia da reunião no Uruguai, este programa de formação se daria com dois formatos: como um projeto de formação em políticas culturais de base comunitária voltado para organizações, agentes e coletivos culturais (por meio de uma convocatória para projetos nacionais, bilaterais ou multilaterais), e outro dirigido a gestores públicos (um curso virtual internacional). A proposta, elaborada pela Unidade Técnica de IberCultura Viva, teve como base um levantamento de 107 cursos de formação em políticas e em gestão cultural identificados em 17 países do Espaço Cultural Ibero-americano.
Três dias de festa para celebrar o primeiro aniversário da Rede Cultural Chacras de Coria
Em 19, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
A Rede Cultural Chacras de Coria e Luján de Cuyo, de Mendoza (Argentina), festejará seu primeiro aniversário de 23 a 25 de junho, com um festival no Teatro Leonardo Favio e em outros espaços culturais e educativos de Chacras de Coria que abrirão suas portas para a comunidade.
A rede, formada por mais de 20 organizações, instituições e fazedores culturais, integra o programa Puntos de Cultura, do Ministério de Cultura da Argentina, que junto com o festival realizará o Encontro Regional de Puntos de Cultura de Cuyo. Está prevista a participação de representantes de Puntos de Cultura de Mendoza, San Juan, San Luis e La Rioja.
Entre as atividades programadas estão a oficina “Descolonização do corpo”, a cargo do boliviano Iván Nogales (Teatro Trono – Fundación Compa); a palestra “As organizações e seu protagonismo na vida cultural de sua comunidade”, do brasileiro Célio Turino; oficinas de danças nativas, tradicionais e folclóricas, bordado latino-americano, percussão, brincadeiras, conversas sobre bioarquitetura e ecopedagogia, e um espaço multimídia para jovens com informação sobre segurança e ferramentas no mundo digital.
O cronograma também conta com apresentação de espetáculos nos três dias, com entrada gratuita, além da realização do circuito cultural “Artistas de Portas Abertas” e de uma feira de artesãos e microempreendedores na praça distrital. A Radio Red Cultural acompanhará a programação com transmissão ao vivo.
O Festival Rede Cultural Chacras de Coria e Luján foi um dos projetos ganhadores do Edital Ibercultura Viva de Apoio a Redes 2016. Também conta com o apoio do Ministério de Cultura da Argentina, da Secretaria de Cultura da província de Mendoza, da Prefeitura de Luján de Cuyo e da Universidade Nacional de Cuyo.
Saiba mais:
www.facebook.com/Red-Cultural-Chacras-de-Coria-687738348098094/
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Organizações comunitárias lançam a Rede Cultural de Chacras de Coria, em Mendoza
“Tenemos Que Ver”: o cinema como ferramenta para a mudança social
Em 12, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Somos realmente livres para escolher onde viver? Vemos como iguais aqueles que são culturalmente distintos? Será que realmente integramos a pessoa que chega? São questões como estas que buscam trazer à tona os organizadores da 6ª edição de “Tenemos Que Ver – Festival Internacional de Cine y Derechos Humanos de Uruguay”, que começa nesta terça-feira (13) e segue até 20 de junho no Auditório Nelly Goitiño (Sodre), em Montevidéu, com entrada gratuita para todas as sessões.
Este ano o evento enfoca a migração como direito humano, buscando olhar para cada um(a) de nós como promotores da mudança e construtores de uma melhor forma de convivência, sem fronteiras. Mais de 40 longas e curtas-metragens de ficção, documentário e animação foram selecionados para mostrar as diferentes realidades que ocorrem no mundo e compartilhar experiências e reflexões sobre o tema.
Além da mostra principal de filme ao longo de uma semana, o festival conta com atividades paralelas, como as que integram o projeto “Cine y DDHH para niñas, niños y adolescentes” (Cinema e direitos humanos para crianças e adolescentes), um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016. A proposta, levada adiante pela Red Inclusiva NNA, consiste em abordar diferentes problemáticas da vida cotidiana através do cinema, gerando reflexões e debate, e buscando possíveis soluções para os conflitos, em um diálogo aberto, de respeito e intercâmbio.
O projeto
O projeto teve diferentes etapas, a começar por um chamado internacional para a apresentação de filmes sobre direitos humanos para crianças e adolescentes. Após uma primeira filtragem da equipe de programação de Tenemos Que Ver (que elegeu aqueles que tinham a ver com a temática e seguiam os critérios do festival), foram realizadas oficinas (em março, abril e maio) com grupos de crianças e adolescentes para selecionar os curtas que fariam parte da Mostra Internacional “Cine y DDHH para NNA” do festival.
Também entraram na programação da mostra os curtas de um minuto de duração ganhadores do Concurso “1 minuto 1 derecho”, em que participaram meninos e meninas de centros educativos formais e não formais. Escolas, liceus e centros juvenis estão convocados a participar das sessões do festival, com posterior debate sobre os filmes vistos. A mostra “Cine y DDHH para NNA” será apresentada em Montevidéu e em cidades de Canelones e Maldonado onde estão situadas algumas das organizações da Red Inclusiva NNA.
A rede
A Red Inclusiva NNA é uma articulação de organizações que trabalham pelos direitos de crianças e adolescentes (NNA), especialmente em contexto de vulnerabilidade e pobreza, em distintos departamentos do Uruguai. A proposta é a de unificar forças para potencializar uma cultura de respeito, utilizando o cinema como ferramenta para a mudança social.
Com o festival busca-se contribuir para a criação de condições para o exercício de uma democracia cultural, promovendo a participação, reforçando a identidade, a autoestima, o sentido de comunidade e o desenvolvimento de capacidades individuais a partir da participação cidadã e do trabalho coletivo.
Saiba mais:
www.facebook.com/TenemosQueVer/
Recultivar México inicia suas atividades com o Colóquio Políticas e Direitos Culturais
Em 09, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
O Colóquio Políticas e Direitos Culturais, que se realiza hoje e amanhã (9 e 10) na cidade de Orizaba (Veracruz, México), marca o início das atividades de Recultivar México, Rede de Cultura Viva Comunitária. A programação ocupa a Plaza Bicentenario de Orizaba com rodas de conversas, apresentações e mesas redondas sobre temas como “Políticas culturais e participação na vida cultural”, “Direitos e patrimônio cultural” e “Identidade e diversidade cultural criativa”.
A rede pretende ser um espaço para o encontro dos saberes, práticas, necessidades e propostas de diversos agentes culturais, a fim de sistematizar a informação que permita incidir nas políticas culturais do estado e do país. Entre seus objetivos está a realização de atividades como oficinas, colóquios, seminários, fóruns e encontros, que enriqueçam o fazer criativo em benefício das comunidades, o fortalecimento da formação e da capacitação das organizações.
Recultivar México começou a ser formada em agosto de 2016 a partir da parceria do Observatório de Políticas Culturais da Faculdade de Antropologia da Universidade Veracruzana (UV) com o Laboratorio Escénico A.C., a incubadora cultural Nodo Sur e a Universidade Veracruzana Intercultural UVI.
Programa
Sexta-feira, 9 de junho
10:00 > Registro
10:30 > Inauguração e apresentação “Rumo à construção de Recultivar México”
11:20 > Conversatorio “A implementação das políticas e dos direitos culturais a partir da sociedade civil”
12:00 > Mesa redonda “Direitos e patrimônio cultural”
13:10 > Mesa redonda “Identidade e diversidade cultural criativa”
14:30 > Almoço
15:30 > Conversatorio “Redes culturais compartilhando experiências”
Sábado, 10 de junho
10:00 > Painel “Políticas culturais no México”
11:30 > Recesso
12:00 > Mesa redonda “Políticas culturais e participação na vida cultural”
13:10 > Apresentação “Rota metodológica de intervenção comunitária do Laboratorio Escénico, A.C.”
14:00 > Articulação de agenda conjunta
Saiba mais:
www.facebook.com/Recultivarmexico
Encontro Metropolitano: os sons e as cores da Cultura Viva em Santa Ana Tepetitlán
Em 09, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
No dia 6 de maio foi realizado o primeiro dos três encontros que a rede Cultura Viva Comunitária Jalisco promoverá com o objetivo de visibilizar e articular iniciativas de arte, comunicação e educação que trabalham em nível comunitário na área metropolitana de Guadalajara (México).
Este primeiro encontro em Santa Ana Tepetitlán (Zapopan) serviu, segundo seus organizadores, “para compartilhar e dialogar sobre os fundamentos do movimento latino-americano Cultura Viva Comunitária e demonstrar, através da música, da comida, do artesanato e da tradição oral, o que nos referimos como cultura viva”.
O próximo encontro será no dia 29 de julho ao sul de Guadalajara, em Colonia Polanco, tendo como anfitriões o coletivo CulturAula e o Coletivo Cultural Polanco. Na ocasião, as organizações devem reconhecer suas experiências, seus conhecimentos e anseios, assim como começar a vislumbrar as possibilidades de articulação.
Este ciclo de encontros metropolitanos da rede Jalisco — um dos projetos selecionados no Edital de Apoio a Redes IberCultura Viva 2016 — prevê a realização de rodas de conversa, oficinas, atividades artísticas e dinâmicas que permitam ampliar as relações colaborativas entre as organizações e conscientizar sobre o pensar, fazer e viver o comunitário.
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Encontro em Santiago reúne mulheres trabalhadoras das culturas e das artes
Em 06, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Gestoras, artistas, produtoras e líderes de agrupações sociais e culturais de todas as regiões do Chile e da América Latina estarão reunidas em Santiago, de 4 a 7 de julho, para o 1º Encontro Internacional “Mujeres Trabajadoras de las Culturas y las Artes”.
O evento, um dos projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016, tem como objetivo gerar uma rede nacional e latino-americana que permita a troca de conhecimentos, potenciando a participação e a associatividade para a incidência nas políticas culturais e o desenvolvimento de um plano de trabalho colaborativo num prazo de três anos.
O encontro é de caráter gratuito, com inscrições prévias, e será realizado em três espaços de Santiago: Centro de Creación Infante (José Manuel Infante 1415, Providencia), Centro Cultural Gabriela Mistral (Alameda 227, Santiago) e Bar El Clan (Bombero Nuñez 363, Recoleta).
Seleção
Mais de 500 interessadas enviaram pedidos de inscrição a “Gestoras en Red”, a Rede de Gestoras e Produtoras Culturais do Chile, organizadora do evento. Foram realizadas três convocatórias para a seleção das participantes: “internacionais”, “inter-regionais” e “região metropolitana”.
Da região metropolitana foram selecionadas na modalidade 1 23 representantes de organizações e coletivos e sete criadoras, gestoras e produtoras independentes. Estas 30 participantes terão acesso a almoços comunitários e a todas as atividades do encontro.
Devido ao alto número de inscrições recebidas, foi aberta uma segunda modalidade, na qual as 78 selecionadas da região metropolitana deverão se encarregar da própria alimentação. Deste total, 32 são representantes de organizações e coletivos e 46 são criadoras, gestoras e produtoras independentes.
Na convocatória “inter-regionais” (com candidatas de todo o país, à exceção da região metropolitana) foram escolhidas 34 participantes na modalidade 1 (em que a organização facilita a hospedagem solidária e providencia alimentação, enquanto as selecionadas se encarregam de passagens e traslados) e 29 na modalidade 2, na qual as selecionadas devem se responsabilizar por passagens, hospedagem e alimentação.
Entre as candidatas internacionais, foram selecionadas 10 na modalidade 1, provenientes de Argentina (4), Brasil (2), Bolívia (1), Colômbia (1), México (1) e Peru (1). Na modalidade 2 (autogestão) participarão 18, provenientes de Argentina (6), Brasil (4), Bolívia (1), Costa Rica (1), Equador (1), México (1), Peru (1) e Uruguai (3).
Durante quatro dias, elas participarão de todas as atividades do encontro, buscando criar um espaço de diálogo e conhecimento entre as organizações e o trabalho que desenvolvem em seus territórios. A ideia é potenciar as relações em seus contextos nacionais e internacionais. Além disso, serão reforçadas atividades relacionadas a direitos e incidência política das mulheres trabalhadoras em nível nacional e latino-americano.
Temas
Serão desenvolvidas as seguintes temáticas: a participação das mulheres nas economias criativas; os direitos laborais e sociais para as mulheres trabalhadoras da cultura; estratégias e metodologias colaborativas para a sustentabilidade dos projetos culturais; e políticas culturais e modelos latino-americanos de colaboração. A programação está disponível aqui.
“Gestoras en Red” é integrada por FMN Chile Frente Música Nacional, Red Cultural Nekoe, Red Cultura Independiente, Colectivo Las Niñas, Red de Gestoras y Productoras Culturales de Latinoamérica, Escuela Jiwasa Jatiña, Bar El Clan, programas “Escena Viva” e “Cultura Viva” Radio USACH, Red Colaborativa de Mujeres en la Gestión y Producción Musical, Productoras Independientes e REDM.
Saiba mais:
https://gestorasenred.com
www.facebook.com/gestorasencuentro/
Encontro Gestoras en Red
- 4 e 5 de julho – Centro de Creación Infante 1415. Rua José Manuel Infante 1415, Providencia.
- 6 de julho – Centro Cultural Gabriela Mistral (GAM). Av. Libertador Bernardo O’Higgins 227.
- 6 de julho – Fiesta de Cierre. Bar El Clan. Bombero Nuñez 363, Barrio Bellavista. Recoleta.
- 7 de julho – Atividade de extensão – Centro Cultural Lo Prado. Paseo de la Artes 880, Lo Prado.
(*Texto atualizado em 28 de junho de 2017)
Ministério da Cultura premiará 500 iniciativas de cultura popular no Brasil
Em 05, jun 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Fotos: Janine Moraes/MinC
A Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil (SCDC/MinC) lançou nesta segunda-feira a 5ª edição do edital Culturas Populares, que tem como homenageado o cordelista Leandro Gomes de Barros. Serão premiadas 500 iniciativas de mestres, grupos/comunidades e instituições que fortaleçam expressões culturais populares brasileiras, retomando práticas em processo de esquecimento e difundindo-as para além de de suas comunidades de origem. As inscrições seguem até 28 de agosto.
Das 500 premiações, 200 serão destinadas a pessoas físicas, outras 200 a coletivos culturais sem constituição jurídica, 80 a pessoas jurídicas sem fins lucrativos e com natureza ou finalidade cultural, e 20 a herdeiros de mestres já falecidos (in memorian), em homenagem à dedicação do trabalho voltado aos saberes e fazeres populares e às expressões culturais, com reconhecimento da comunidade onde viveram e atuaram. Cada iniciativa selecionada receberá R$ 10 mil.
“É um recurso considerável (nestes tempos de corte orçamentário) que reflete a nossa preocupação em preservar a memória, incentivar os fazedores de cultura, reconhecer o trabalho dos mestres e das mestras, dos coletivos culturais, dos grupos tradicionais. A gente sabe que há um empenho muito grande das comunidades para manter vivas suas manifestações culturais, muitas vezes sem apoio financeiro. (O prêmio) é um reconhecimento às pessoas que dedicam a vida a manter esses trabalhos”, disse Débora Albuquerque, secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, no lançamento do edital.
O ministro da Cultura interino, João Batista de Andrade, também presente no lançamento, falou do momento de crise vivido no país e da importância de ações como esta, de valorização de manifestações da cultura popular brasileira. “A base fundamental da nossa vida é essa cultura que nasce do povo, que se manifesta ali. Ela tem uma intensidade muito grande. Pode não ter o brilho final de um artista erudito, por exemplo, mas tem profundidade e a capacidade de revelar a vida brasileira”, afirmou.
Ao comentar que a literatura de cordel é um fenômeno raro (“é difícil encontrar em outro lugar do mundo algo tão popular, com tantos autores, que movimente a economia e tenha esta capacidade de revelar a vida, como o cordel”), o ministro lembrou que o filme mais conhecido de sua carreira como cineasta, “O homem que virou suco” (1981), trazia uma citação do cordel “Vida e Testamento de Cancão de Fogo”, de autoria de Leandro Gomes de Barros. “Bem só pode estar o sol/ porque ninguém o alcança/ Haja no mundo o que houver/ o sol lá nem se balança/ Enquanto a fortuna dorme/ a desgraça não descansa”, dizia Deraldo, o poeta popular deste premiado filme-cordel, interpretado pelo ator José Dumont.
O homenageado
Leandro Gomes de Barros — o “príncipe dos poetas populares”, como certa vez disse o escritor Carlos Drummond de Andrade — nasceu em Pombal, no sertão da Paraíba, em 1865. Considerado pelo folclorista Câmara Cascudo “o mais lido dos escritores populares”, “escreveu para sertanejos e matutos, cantadores, cangaceiros, almocreves, comboieiro, feirantes e vaqueiros”.
Uma das maiores expressões desta literatura que apresenta o Nordeste brasileiro em rima, métrica e oração, Barros foi um poeta que viveu de sua obra, como autor, editor e distribuidor, fazendo versos e vendendo seus folhetos nos mercados, nas bodegas e nos trens. O período mais rico de sua produção teve início em 1893 e seguiu até 1918, ano de sua morte.
“O cordel foi durante muitos anos o único texto disponível para alfabetização de milhares de nordestinos que viviam longe dos centros urbanos. Também foi um jornal de época, por onde circulavam as notícias”, destacou a pesquisadora Ione Severo, conterrânea do poeta e responsável pelo acervo dele.
Em 2015, por ocasião dos 150 anos do nascimento do cordelista, foi montada uma “cordelteca” em Pombal. “Para os 100 anos de encantamento do poeta, estamos programando o Circuito Leandro Gomes de Barros, com a realização de eventos no Nordeste e em outros lugares do Brasil para divulgar sua obra”, adiantou Ione, referindo-se ao centenário de morte, em 2018.
A literatura de cordel está em processo de registro como patrimônio imaterial pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Outras manifestações da cultura popular brasileira já registradas – ou em processo de registro – pelo Iphan são o frevo, o bumba-meu-boi, o jongo, o fandango caiçara, o tambor de crioula, as congadas de Minas, os cocos do Nordeste e a marujada de São Benedito. O edital Culturas Populares 2017 se destina a iniciativas como essas, que nascem dos costumes e tradições de um povo e se expressam em saberes, fazeres, práticas e artes produzidos pela comunidade e pelos seus mestres e mestras.
Saiba mais: bit.ly/2rDWDlH
Leia também: https://culturaspopulares.cultura.gov.br/
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Leandro Gomes de Barros, o Príncipe dos Poetas
Entenda o que é cultura popular e suas diferentes manifestações