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01

ago
2017

Em Notícias

Organizações comunitárias se reúnem para contribuir com a nova política cultural do Chile

Em 01, ago 2017 | Em Notícias |

“Por que estou aqui?” A pergunta deveria ser respondida com uma frase. Uma frase dita em sussurros a um companheiro, que a escutava e repetia (como se fosse sua) a outra pessoa, que fazia mesmo com outro par, até que se formasse um tecido de “por que estamos aqui”. Terminada esta etapa, surge outra pergunta: “Que trago?” E assim, entre abraços e sussurros, os participantes iam caminhando, pensando, se juntando, compartilhando histórias e experiências. Afinal, por que estavam ali? Que traziam a este Encontro de Organizações Culturais Comunitárias da Região Metropolitana do Chile?

 

Realizado em 22 de julho na Casa Central da Universidade Católica Silva Henríquez, em Santiago, sob o lema “Participação cidadã como um direito social”, o encontro foi convocado pelo Conselho Nacional da Cultura e das Artes – Região Metropolitana, pela Escuela de Gestores y Animadores Culturales (Egac) e pelas redes CVC Chile e Cultura Viva Comunitária Plataforma Chile. Esta foi a primeira vez que as quatro entidades se juntaram na região para ouvir as opiniões das organizações culturais de base no que diz respeito à nova política cultural do período 2017-2022.

Uma segunda reunião será realizada em 5 de agosto para a preparação de um primeiro documento com os diagnósticos e as propostas debatidas no encontro. Participaram do evento mais de 50 representantes de organizações culturais de comunas como Colina, Estación Central, Isla de Maipo, La Cisterna, La Florida, La Pintana, Las Condes, Ñuñoa, Puente Alto, Recoleta, Santiago, San Miguel e Vitacura, entre outras.

 

A dinâmica e as mesas

A jornada começou pela manhã com dinâmicas que tiveram como facilitadores Esteban Lara Lobos, educador popular e animador sociocultural, e Ligia Galván Olivares, trabalhadora social, psicodramatista, atriz e diretora de teatro espontâneo. As atividades duraram uma hora e ajudaram a criar o clima que todos buscavam: de trabalho colaborativo, de espaço aberto e inclusivo.

Em seguida, os participantes se dividiram em cinco mesas de trabalho: 1) Políticas públicas culturais para o setor comunitário e institucionalidade; 2) Recursos e financiamento; 3) Formação e capacitação; 4) Associatividade, redes e participação cidadã; e 5) Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. A mesa 4, que abordou também o tema “Uso dos espacios públicos”, foi a que reuniu o maior número de integrantes: 23.

Ao longo do dia, os grupos de trabalho buscaram realizar um diagnóstico do setor cultural comunitário e levantar demandas e propostas em torno dos principais eixos que formarão a nova política cultural do setor na Região Metropolitana. Além de elaborar um documento para entregar ao ministro da Cultura e de tentar constituir uma mesa de trabalho permanente do setor com o Conselho Nacional da Cultura e das Artes, os participantes acordaram trabalhar pela participação de uma delegação chilena no Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em novembro em Quito, Equador.

Do regional ao nacional

Ana Carolina Arriagada (foto), diretora regional de Cultura, destacou que parte do sentido deste encontro era “facilitar o diálogo e o fortalecimento das organizações diante do desafio que enfrentam o país e o setor da cultura”. No final da reunião, ressaltou que o documento produzido nas mesas de trabalho será incorporado pelo Conselho Regional e que a intenção é levá-lo à Convenção Nacional de Cultura. “Temos que buscar novas formas de poder reconhecer a cultura local”, afirmou.

Para as entidades organizadoras do encontro, o reconhecimento e a valorização das práticas desenvolvidas nos territórios de forma solidária, criativa e colaborativa é algo “relevante e urgente” especialmente neste momento de criação do Ministério da Cultura, das Artes e do Patrimônio.

Os organizadores

O programa Red Cultura, do Departamento de Cidadania Cultural do Conselho Nacional da Cultura e das Artes, conta desde 2015 com um espaço de trabalho programático com as organizações culturais comunitárias do país. São as equipes regionais as encarregadas de desenhar e implementar este diálogo. No caso da Região Metropolitana, o trabalho no período 2015-2017 se deu através de laboratórios participativos, nos quais se levantaram propostas de organizações locais sobre os elementos que deveriam ser incluídos em uma política para o setor, pensando a cultura em sua dimensão mais ampla, como tudo aquilo derivado da ocupação humana em comunidade.

Neste Encontro de Organizações Culturais Comunitárias da Região Metropolitana, o Conselho se juntou a três entidades que vêm se dedicando ao fortalecimento da participação e da incidência das comunidades no desenvolvimento cultural: as duas redes de Cultura Viva Comunitária do país (Red CVC Chile e Plataforma Chile) e a Escuela de Gestores y Animadores Culturales (Egac), organização sem fins lucrativos que desde junho de 2005 trabalha com gestores culturais, artistas, organizações de base e instituições do Chile e da América Latina.

 

**As conclusões do encontro estão disponíveis neste documento: https://egac.cl/wp-content/uploads/2017/07/Conclusiones-Encuentro-OCC.pdf

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