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Ibero-América define roteiro sobre o direito à cultura no caminho para a Mondiacult 2025
Em 18, out 2024 | Em Congressos, Cooperação Ibero-americana, Notícias | Por IberCultura
(Texto: SEGIB)
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O II Congresso Ibero-Americano de Direito da Cultura foi encerrado, após três dias de trabalho na Universidade de Tlaxcala (México), com uma série de propostas para a promoção, proteção e acesso equitativo à cultura e para solidificar o desenvolvimento de marcos regulatórios e políticas inclusivas e sustentáveis.
Com esta base, a Ibero-América se consolida como uma região pioneira na defesa e na promoção do direito da cultura como um bem público e um direito fundamental.
Entre as propostas em destaque do congresso estão:
- Promover nos documentos resultantes da MONDIACULT 2025 que se inclua a necessidade de abordar o desenvolvimento de marcos regulatórios relacionados ao direito da cultura sobre os temas ali debatidos e acordados, considerando as recomendações do Espaço Cultural Ibero-Americano.
- Propor diante de distintas instâncias internacionais mecanismos de financiamento para o desenvolvimento e políticas fiscais que incluam e garantam o ciclo de políticas públicas que favoreçam o exercício do direito da cultura no contexto da 4ª Conferência Mundial sobre Financiamento do Desenvolvimento.
- Vincular, com base no consenso regional da Carta Cultural Ibero-Americana, novas agendas, como a abordagem às novas tecnologias, com especial atenção às tecnologias emergentes, como a inteligência artificial.
Perante a convergência jurídica cultural, o Congresso se centrou na necessidade de articular estratégias jurídicas que garantam o acesso universal à cultura por meio de um sistema de garantias que fortaleça os estados democráticos, o pluralismo e a inclusão cultural.
Da mesma forma, se destacou a validade da Carta Cultural Ibero-Americana como guia para proteger a cultura como um direito fundamental, e em como as legislações adaptadas às diversas realidades nacionais podem garantir o acesso e o exercício do direito da cultura na Ibero-América, exportando experiências e boas práticas para outras regiões do mundo.
Entre os temas debatidos, se destacou o desafio de fortalecer os marcos regulatórios de instituições culturais relativamente jovens nos estados ibero-americanos, um desafio crucial para avançar em seus processos de implementação institucional.
Também se abordou a defesa do direito à cultura nas comunidades originárias e afrodescendentes, bem como o impacto das tecnologias emergentes em questões relacionadas aos direitos autorais e à liberdade de criação. Tudo isso sob a premissa de promover a cultura como um motor de desenvolvimento e de coesão social.
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Um compromisso regional e global com soluções inovadoras
Além de refletir os desafios da região, os resultados do Congresso apontam para soluções inovadoras que a Ibero-América desenvolveu para situar a cultura no centro das políticas culturais e de financiamento para o desenvolvimento. Ao apresentar estes resultados no MONDIACULT 2025, a Ibero-América reafirmará a sua liderança global na defesa e na promoção do direito à cultura, estabelecendo uma ponte entre os atores locais, nacionais e internacionais, consolidando, assim, a importância do Espaço Cultural Ibero-americano.
O Congresso – que reuniu durante três dias mais de 100 especialistas, juristas e acadêmicos – foi finalizado com um apelo aos países ibero-americanos para que sigam promovendo o acesso equitativo à cultura, protegendo a diversidade cultural e reconhecendo o papel central desempenhado pela cultura no desenvolvimento sustentável e na construção de sociedades mais justas, inclusivas e pacíficas.
As recomendações e propostas deste encontro serão apresentadas na XXIX Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo em Cuenca, Equador, em novembro próximo. Além disso, as conclusões do congresso serão levadas para a próxima Conferência Mundial de Políticas Culturais da UNESCO (MONDIACULT), que terá lugar em Barcelona em 2025, reafirmando a liderança da Ibero-América na proposta de marcos regulatórios que reconheçam a cultura não apenas como um veículo de identidade e de diversidade, mas como um direito inerente a todas as pessoas.
O II Congresso Ibero-Americano de Direito da Cultura é o resultado de um esforço institucional da SEGIB, com a coordenação acadêmica da Fundação Gabeiras, o apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), da Universidade Autônoma de Tlaxcala e do Instituto Interuniversitário para a Comunicação Cultural (UC3M-UNED).
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Aqui estão os vídeos das transmissões ao vivo:
- Día 1: ➡️ https://bit.ly/4f5MEwi
- Día 2: ➡️ https://bit.ly/3Y5HObi I
- Día 3: ➡️ https://bit.ly/4eXJI4Q
16 propostas de intercâmbio foram selecionadas no edital IberEntrelaçando Experiências 2024
Em 17, out 2024 | Em Destaque, Editais, IberEntrelaçando Experiências, Intercâmbios, Notícias | Por IberCultura
(Foto: Arquivo do Colectivo Runapacha e Kusikui, atividade autogestionada)
O programa IberCultura Viva publicou nesta quinta-feira, 17 de outubro, o resultado final da edição 2024 da convocatória IberEntrelaçando Experiências. Das 21 propostas de intercâmbio enviadas à plataforma Mapa IberCultura Viva durante o período de inscrição, 16 foram selecionadas.
Este edital, que coloca em circulação os projetos do Banco de Saberes Culturais e Comunitários IberCultura Viva, tem um valor total de 31 mil dólares. Como estabelecia o regulamento, a seleção final contemplou como critério a diversidade cultural, garantindo que fossem selecionados, em primeiro lugar, projetos provenientes de diferentes países.
As 16 propostas selecionadas têm como anfitriãs organizações culturais comunitárias de Argentina (2), Brasil (2), Colômbia (2), Costa Rica (1), Equador (1), Espanha (2), México (3), República Dominicana (1) e Peru (2). Esses intercâmbios serão realizados entre novembro e janeiro de 2025
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Confira a ata com a lista de propostas selecionadas
A seguir apresentamos as propostas selecionadas nesta edição da chamada. Os países destacados são os das organizações que se apresentam como anfitriãs.
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ARGENTINA
O Centro Cultural La Piojera recebe “Itinerarte – Oficina de Planejamento e Produção de Eventos Comunitários, Culturais e Artísticos em Espaços de Bairro”, de Más Música, Menos Balas (México)
Onde será realizado o intercâmbio: Cidade de Córdoba (Argentina)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Gabriela Belén Palacios e Claudio Germán García
Organização responsável: Más Música, Menos Balas
Más Música, Menos Balas é um movimento que busca promover a paz e a prevenção da violência por meio da música e outras expressões artísticas. Começou em 2011 em Acapulco (Guerrero, México), e também teve impacto em Jalisco, com atividades como intervenções artísticas em espaços públicos, exposições de arte, concertos, apresentações de livros, oficinas culturais, educativas e recreativas para a comunidade, além de projetos de desenvolvimento comunitário e espaços de diálogo e organização de feiras. Atualmente, a organização faz parte do Grupo Impulsor do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias, que será realizado em abril de 2025 no México.
A proposta: Com a oficina “Itinerarte”, a organização pretende mostrar como os eventos comunitários, culturais e artísticos em espaços de bairro podem ser ferramentas poderosas para fortalecer a coesão social e promover a paz. Alguns aspectos-chave incluem a identificação das necessidades locais e a concepção criativa de eventos que reflitam a diversidade cultural e incentivem a participação ativa. No final da oficina, as pessoas participantes estarão mais bem preparadas para organizar eventos culturais inclusivos e significativos nos seus bairros, em diferentes formatos que permitem a itinerância.
Quem recebe
O Centro Cultural La Piojera é um cinema e teatro histórico recuperado por iniciativa e luta de vizinhas e vizinhos. Por meio da Portaria nº 12.976, La Piojera adquiriu uma modalidade de administração única na Argentina, baseada em um espaço de cogestão e participação comunitária. A experiência de governança do município com organizações e instituições da cidade de Córdoba é um marco de participação comunitária para a região. La Piojera é um “Bem de Interesse Histórico Nacional”, declarado pela Comissão Nacional de Monumentos, Lugares e Bens Históricos.
Desde a sua reabertura, em 2019, ali se desenvolve intensa atividade, focada na ampliação do acesso a experiências culturais para setores populares. Escolas, centros de repouso, vizinhos e vizinhas reúnem-se ali com diferentes expressões artísticas, como cinema, dança, teatro e música, gratuitamente.
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A Associação Diversidad Valiente Santiagueña (Di.Va.S) recebe a “Clínica Intensiva de Práticas Arquivísticas Pessoais”, da associação Archivo Memoria Trans (Buenos Aires)
Onde será realizado o intercâmbio: Santiago del Estero (Argentina)
Quem viaja
Facilitadora: Carolina Nastri
Organização responsável: Arquivo da Associação Civil da Memória Trans
A Associação Civil Archivo de Memória Trans é um espaço de proteção, construção e reivindicação da memória trans. O material gravado vai do início do século XX até o final da década de 1990. Seu acervo preserva uma coleção que inclui memórias fotográficas, cinematográficas, sonoras, jornalísticas e peças diversas, como carteiras de identidade, passaportes, cartas, bilhetes, arquivos policiais, artigos de revistas e diários pessoais.
A proposta: A “Clínica Intensiva de Práticas Arquivísticas Pessoais” prevê duas sessões, nas quais se abrirá um processo de trabalho colaborativo, como laboratório de ideias, para refletir sobre as possibilidades e limitações oferecidas pelos documentos arquivísticos, e compreender seu valor documental e historiográfico das fotografias e documentos. (Quando e como criamos arquivos? Quais são os nossos percursos, as nossas referências, as nossas bibliografias? Quem nos ensina? Quem escreve as histórias?)
Quem recebe
Diversidad Valiente Santiagueña (Di.Va.S) é uma associação civil sem fins lucrativos cujas atividades centrais são a sensibilização, informação e formação em torno da defesa dos direitos das pessoas LGBTIQ+. Sua sede, a Casa da Diversidade, na capital Santiago del Estero, é referência provincial e regional no tema e conta com um Arquivo da Memória das Mulheres Trans em Santiago del Estero, que constitui um espaço de conservação e construção do coletivo.
Este intercâmbio visa capacitar a comissão responsável pelo arquivo, a fim de: a) Aumentar os registros digitais (fotos, histórias, documentos) para outras dissidências, como lésbicas, homens trans e pessoas não binárias; b) Reforçar as capacidades de gestão, saberes e conhecimentos sobre questões arquivísticas; c) Abordar os problemas enfrentados pelas dissidências, desenvolvendo conteúdos que dêem visibilidade aos direitos sexuais, reprodutivos e laborais, à militância do grupo na sua luta pelo prolongamento da esperança de vida, pelo acesso à educação, à habitação digna e a uma maior participação política.
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BRASIL
O Ponto de Cultura Oficinativa/AfroEscola recebe a oficina “Criação de livros infantis com visão intercultural”, da Associação Runapacha (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Santo André, São Paulo (Brasil)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Tisoy Tandioy e Juan Camilo Ruiz Eraso
Organização responsável: Asociación Runapacha (Colômbia)
A Associação Runapacha é um grupo formado por mulheres e homens da comunidade Inga de Santiago Putumayo, que desde 2019 buscam promover o fortalecimento do conhecimento ancestral por meio da cultura, das artes, da literatura e do audiovisual, com foco especial nas línguas ancestrais das comunidades (Inga, Kichwa ou Runa Shimi). Na Biblioteca Rural Itinerante Taita Gabriel Tisoy, localizada em seu território, desenvolvem atividades culturais baseadas em suas tradições e língua ancestral.
A proposta: O objetivo da oficina proposta pela Associação Runapacha no Banco de Saberes IberCultura Viva é fornecer princípios para a criação de livros infantis a partir do conhecimento das comunidades, de suas experiências, de seu território e de suas línguas.
Quem recebe
A AfroEscola existe como coletivo e iniciativa sociocultural desde 2006 e se preocupa em dar visibilidade e valorização às africanidades, originais e da diáspora, ancestrais e contemporâneas, pesquisando e compartilhando tecnologias, saberes e fazeres em diversas áreas da vida: alimentação, habitação, mobilidade, educação, saúde, turismo, lazer, geração de renda/trabalho, etc.
Segundo eles, o intercâmbio com a Associação Runapacha será importante para poder aprender/melhorar a questão das publicações de suas próprias memórias, de modo sustentável e criativo, e também como estímulo para investigar mais profundamente as línguas afro e indígenas de seus territórios.
Com os facilitadores da oficina pretendem realizar estudos sobre suas origens ancestrais indígenas; produzir itens de literatura étnica; apreciar materiais e conteúdos dos povos ameríndios; coletar depoimentos e imagens para seu acervo memorial e promover o intercâmbio de materiais simbólicos de suas culturas.
O Centro Cultural Ilê Asé Iya Oju Omi recebe a oficina “Bem viver na cidade: recuperação de saberes ancestrais, práticas bioculturais e artes comunitárias”, do Ponto de Cultura Arena y Esteras (Peru)
Onde será realizado o intercâmbio: São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro (Brasil)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Ana Sofia Pinedo Toguchi e Cesar Arturo Mejia Zuñiga
Organização responsável: Asociación Taller de Educación y Comunicación a través del Arte Arena y Esteras (Peru)
Criada em 1992, Arena y Esteras é uma organização formada por pessoas de Villa El Salvador e Lima Sul, que, por meio do teatro comunitário, do circo social, das artes vivas e da comunicação popular, buscam tornar visíveis os problemas estruturais, valorizar as culturas locais e promover processos de recuperação de saberes ancestrais para fortalecer as comunidades.
A proposta: A Escola de Bem Viver Urbano é uma proposta que integra práticas bioculturais: hortas, compostagem, ligações com rios, morros, junto com rituais urbanos (cerimônias, huacas, mitos), bem como a recuperação de saberes e artesanatos (tecelagem, cura com ervas, alimentos tradicionais, sementes). Essas aprendizagens são articuladas por meio de processos criativos que incluem o teatro comunitário e o circo social como alavancas que permitem processar afetivamente os saberes e compartilhá-los em ambientes urbanos de forma lúdica e dinâmica.
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Quem recebe
Criado há mais de 20 anos, o Ilê Asé Iya Oju Omi é o primeiro Ponto de Cultura afro e indígena de São Pedro da Aldeia (Rio de Janeiro), também reconhecido como “Ponto de Memória” pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). É uma comunidade matriarcal voltada para o sagrado feminino que reverencia Oxum e Oxóssi, um terreiro de acolhimento, ativista das causas raciais, preservando a memória coletiva afro-diaspórica e dos povos originários. O terreiro atua na região das baixadas litorâneas como um polo de salvaguarda do patrimônio afro brasileiro, beneficiando diretamente em torno de 50 agentes comunitários.
O intercâmbio com o Ponto de Cultura Arena y Esteras busca valorizar saberes ancestrais, se reconectar com a natureza e a cultura, além de fortalecer as/os integrantes do Ilê por meio do teatro comunitário, do circo social e de práticas bioculturais. Estas atividades reforçarão o papel da casa como espaço de preservação cultural e fortalecimento comunitário.
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COLÔMBIA
A Fundação Changuito Visual recebe o projeto “Ponto de Gestão Cultural Comunitário”, da Fundación Comunidad Contemporánea (Argentina)
Onde será realizada o intercâmbio: Vale do Cauca, Cali (Colômbia)
Quem viaja
Facilitador: Cristian Coronel
Organização responsável: Fundación Comunidad Contemporánea
A Fundación Comunidad Contemporánea teve início em 2004, em Quilmes (Argentina), e foi oficialmente instituída em 2019. Tem como missão promover a cidadania ativa e participativa por meio de programas educacionais, artísticos, sociais, culturais, de pesquisa e cooperação, abrangendo seis eixos estratégicos: Cultura Livre, Soberania Audiovisual, Comunicação Alternativa, Arquitetura Comunitária, Práticas Sociais Educacionais e Redes de Cooperação.
A proposta: O Ponto de Gestão Cultural Comunitário busca trabalhar problemas relacionados à aprendizagem de práticas comunitárias e construir metodologias baseadas na autogestão, na ajuda mútua e no território. É um espaço de encontro de agentes culturais, focado no aprendizado comunitário por meio de oficinas, buscando a criação de projetos conjuntos. Está previsto um sistema de práticas que incentive o intercâmbio e a implementação de projetos no território.
Quem recebe
Changuito Visual é um laboratório itinerante de educomunicação da cidade de Cali, empenhado em promover projetos político-pedagógicos de participação de crianças e adolescentes, focados no real protagonismo nas questões que os afetam. O objetivo é proporcionar espaços de aprendizagem, reflexão e ação onde as crianças desenvolvam, potencializem e fortaleçam competências criativas e socioemocionais baseadas em diferentes técnicas de comunicação, que lhes permitam, por um lado, reconhecerem-se como sujeitos de direito, e por outro, expressar livremente seus sentimentos e pensamentos em relação ao contexto em que vivem. A fundação criou diferentes metodologias de pesquisa-ação participativa com as crianças de Cali e suas periferias, como a Amarelinha da Participação Infantil, a Gincana Abya Yala e os Colaboradores Transmídia de Gráfica “Anti-adultista”.
Segundo a organização anfitriã, este intercâmbio será uma oportunidade valiosa para fortalecer os laços entre agentes sociais, artistas e associações civis e enriquecer novas práticas pedagógicas a partir de seus enfoques na cultura livre, na soberania audiovisual e na comunicação alternativa.
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A Associação Runapacha recebe o laboratório/oficina “Dance do seu jeito, o corpo como texto”, da Asociación Cultural Akántaros (Espanha)
Onde será realizado o intercâmbio: Santiago, Putumayo (Colômbia)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Laura Szwarc e Mario Muñoz
Organização responsável: Asociación Cultural Akántaros
Akántaros é uma associação multicultural e transdisciplinar dedicada à arte e à educação. Um coletivo que realiza ações baseadas em metodologia laboratorial como espaço de pesquisa, experimentação e criação, em constante diálogo com o contexto e seus imprevistos. O trabalho de Akántaros é realizado desde 2000 em constantes ações participativas e processos comunitários.
A proposta: A dança nos mostra a linguagem do corpo. Cada corpo, através da dança, amplia e investiga suas possibilidades de movimento e quietude, seus gestos, posturas, tons, destrezas e habilidades. A proposta consiste em criar um laboratório/oficina onde a dança é refletida e colocada em prática como manifestação de fruição e o corpo como texto. Uma oportunidade de dançar sem limites de idade, fisionomia corporal ou capacidades físicas. A ideia é oferecer às pessoas participantes ferramentas para descobrir e fortalecer um canal de comunicação e expressão.
Quem recebe
A Associação Runapacha é um grupo formado por mulheres e homens da comunidade Inga de Santiago Putumayo, que desde 2019 buscam promover o fortalecimento do conhecimento ancestral por meio da cultura, das artes, da literatura e do audiovisual, com foco especial nas línguas ancestrais das comunidades (Inga, Kichwa ou Runa Shimi). Na Biblioteca Rural Itinerante Taita Gabriel Tisoy, localizada em seu território, desenvolvem atividades culturais baseadas em suas tradições e língua ancestral. Além disso, apoiam a linha de pesquisa escrita, ilustrada e audiovisual em três línguas (inga, kichwa e espanhol) de símbolos da tecelagem artesanal “chumbe” em sua comunidade Inga. O livro “Historias cortas en inga y kichwa para niñas y niños”, de autoria do coletivo, foi apresentado na Feira Internacional do Livro de Bogotá, em abril de 2024.
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COSTA RICA
A Prefeitura de Alajuelita, em parceria com a Fundação Keme, recebe o projeto “EVA (Em Voz Alta): Redes Feministas de Bairro”, da Associação Civil Ni Una Menos Santiago del Estero (Argentina)
Onde será realizado o intercâmbio: Alajuelita, San José (Costa Rica)
Quem viaja
Facilitadoras: Gabriela del Pilar Yauza e Ana Virgínia Sequeira
Organização responsável: Associação Civil Ni Una Menos Santiago del Estero (Argentina)
Um dos objetivos do Ni Una Menos é capacitar, promover e divulgar a perspectiva de gênero, os direitos humanos e a inclusão social a partir da interseccionalidade. Propõe-se também conceber, gerir e implementar projetos de intervenção social que permitam desenvolver e/ou sistematizar experiências feministas em diferentes territórios.
A proposta: “EVA (em voz alta): Redes Feministas de Bairro” é um espaço de cuidado para quem cuida, é uma oficina que desenvolve conteúdos sobre desigualdades de gênero, incentiva a escuta e a produção de histórias que contem experiências de mulheres em bairros populares. Essa experiência vem se desenvolvendo desde 2019.
Quem recebe
A Municipalidade de Alajuelita/Unidade de Gestão Cultural propôs este intercâmbio em coordenação com a Fundação Keme, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo principal é usar a arte e a ecologia como ferramentas para a mudança social.
Desde 2019, o governo local conta com uma política cultural que foi construída a partir da base comunitária e que tem levado o cantão a participar de espaços para fortalecer diferentes processos culturais no território.
As comunidades de Alajuelita têm uma longa história de trabalho conjunto e estão passando por um processo de reorganização para o qual, segundo elas, conhecer e se apropriar do EVA como ferramenta seria estratégico, oportuno e valioso. O público-alvo desta proposta serão os membros da Rede de Gestores Culturais de Alajuelita, os cinco Núcleos de Ação Cultural Comunitária, organizações comunitárias, coletivos locais e funcionários públicos.
EQUADOR
O Centro Shuar Samikim/Comunidade Samikin recebe a oficina “Patrimônio cultural no palco: Jogo cênico para contar histórias”, do Coletivo Alcapate (El Salvador)
Onde será realizado o intercâmbio: Paróquia Macuma, Cantão Taisha, Província Morona Santiago (Equador)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Astrid Francia e Oscar Guardado
Organização responsável: Coletivo Alcapate (El Salvador)
O Coletivo Alcapate surgiu em 2011 a partir de um projeto de formação de elenco de teatro comunitário na comunidade indígena do cantão Sisimitepet, no município de Nahuizalco, a partir da revalorização das expressões de seu patrimônio cultural imaterial. Posteriormente continuaram a realizar estas ações em comunidades das zonas urbanas e rurais de El Salvador, nos distritos de Soyapango, Ilopango, Panchimalco e Usulután.
A proposta: O objetivo desta oficina é realizar um trabalho de reflexão coletiva com base no que significa cultura e identidade na comunidade, nas expressões do património imaterial local, para ter consciência da valorização ou reconhecimento social deste património e de sua importância na comunidade. A partir disso, serão identificadas expressões culturais que apresentam ameaças ao seu desenvolvimento e serão partilhadas estratégias de salvaguarda da memória coletiva. No final, será criado um exercício cênico com a comunidade.
Quem recebe
O Centro Shuar Samikim, também conhecido como Comunidade Samikim, é uma organização comunitária Shuar que reúne os bairros Yamaram, San José, San Juan, Chiriap e Wisum. Com uma área de 2.450 hectares, é habitada por cerca de 40 famílias, que juntas somam cerca de 400 pessoas. A comunidade tem 20 anos de história e conta com dois grupos de dança tradicional Shuar (Yusa Dance Group e Tiwia Culture Dance Group) e um grupo de teatro. Em 2023, a Escola de Teatro Intercultural Shuar foi realizada por iniciativa do Grupo de Teatro Tsapnin Jintia.
Pela proposta apresentada, o intercâmbio de saberes será mútuo. Os três grupos artísticos Samikim compartilharão suas danças e apresentações teatrais no início e no encerramento da oficina e ensinarão à dupla de facilitadores como dançar a dança Shuar. Além disso, durante os seis dias de convivência, serão compartilhados a visão de mundo, o conhecimento, o artesanato e a paisagem cultural da Cachoeira Samikim.
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ESPANHA
O Teatro Comunitário El Gancho recebe a oficina “Gestão e produção de projetos comunitários: Uma arte essencial e quase sempre invisível”, da Associação Civil Matemurga (Argentina)
Onde será realizado o intercâmbio: Zaragoza (Espanha)
Quem viaja
Facilitadora: Andréa Hanna
Organização responsável: Asociación Civil Matemurga (Argentina)
A Matemurga nasceu em 2002 a partir de um apelo da sua diretora, Edith Scher, aos ouvintes do programa de rádio “Mate Amargo”. Com o tempo, o grupo se tornou independente do programa e em 2006 começou a se enraizar em Villa Crespo, onde é formado por 90 vizinhos e vizinhas de todas as idades. O grupo tem em seu repertório uma série de espetáculos (“Herido barrio” é o maior, com mais de 50 apresentações já realizadas), uma orquestra (La Orquesta del Mate, formada por 25 vizinhos/as), um grupo de vizinhos/as marionetistas (Los Títeres del Mate), um espaço de dança e outro espaço de teatro para adolescentes. Além disso, possui três livros publicados: Matemurga 2002-2012, Matemurga 15 anos e Matemurga com a alma. Histórias das janelas.
A proposta: A oficina “Gestão e produção de projetos comunitários: Uma arte essencial e quase sempre invisível” se propõe como um espaço teórico-prático que se baseia em projetos específicos que as organizações anfitriãs estão realizando ou pretendem realizar. Os conteúdos serão abordados através da partilha, como testemunho, da área de gestão e produção do grupo de teatro comunitário Matemurga Asociación Civil, como boa prática de democracia cultural.
Quem recebe
O Teatro Comunitário El Gancho (Asociación Cultural Promoción del Teatro Comunitario) é um grupo de Zaragoza, em funcionamento desde 2015. Seguindo a linha do teatro comunitário argentino, já que seus coordenadores foram formados em grupos de lá, eles realizam espetáculos e eventos com forte cunho territorial. É um grupo intergeracional, com pessoas dos 10 aos 72 anos, e que trabalha em rede com outros grupos artísticos comunitários e organizações sociais de seu bairro e cidade. Fundadores da Rede de Teatro Comunitário, que integra grupos com características semelhantes na Espanha, seus membros trabalham numa perspectiva de transformação social e com o objetivo de melhorar a vida das pessoas e do bairro, recuperando a memória e reforçando a identidade do território.
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O Teatro Social e de Gênero Calincha recebe a oficina “Eros e Thanatos em Gabo – Narrar para curar: um legado da Colômbia para o mundo”, do Encuentro de Voces (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Comarca de la Vera, província de Cáceres (Extremadura, Espanha)
Quem viaja
Facilitadora: Liliana Zapata
Organização responsável: Encuentro de Voces (Colômbia)
O “Encontro de Vozes, onde a sua voz é a minha voz” é um espaço de contação de histórias que nasceu em 2009 em Medellín, como resposta à crescente onda de mortes e insegurança na cidade. Este espaço artístico e cultural nasceu no bairro Castilla, com a missão de ser um lugar para sonhar com um mundo ideal, “cheio de fantasia e cor, cheiro e sabor”, onde, através das palavras e da interação, se “possa voar através lugares mágicos”, como alternativa para aproveitar o tempo livre de forma saudável, positiva e produtiva.
A proposta: Inspirado na obra de Gabriel García Márquez, o projeto “Contar histórias para curar” visa usar a narrativa e o realismo mágico como ferramentas para capacitar emocionalmente as comunidades. Entre os conteúdos a serem desenvolvidos estão oficinas de escrita criativa; leitura de obras de García Márquez em espaços comunitários; bate-papo sobre o poder curativo das histórias e da criação de bibliotecas comunitárias. Por fim, será proposta uma discussão sobre as histórias compartilhadas, explorando temas comuns, emoções partilhadas e como as histórias podem ser ferramentas poderosas para a cura pessoal e coletiva.
Quem recebe
Calincha é uma associação de profissionais que trabalham com teatro social e de gênero há mais de 18 anos. Situada na província de Cáceres (Extremadura), a organização trabalha a coeducação como modelo para construir relações de equidade, sem discriminação nem violência de gênero, promovendo o teatro social como ferramenta de intervenção, favorecendo a igualdade de oportunidades para todos. A Rota do Teatro Mulheres de La Vera é uma das atividades que têm se desenvolvido nos últimos anos.
Suas integrantes valorizam o realismo mágico e, com esse intercâmbio, esperam oferecer um espaço para as mulheres imaginarem novas possibilidades e transformações em suas vidas. A intenção é que os elementos fantásticos deste estilo narrativo possam servir como metáforas para as suas lutas e esperanças, ajudando as participantes a recontextualizar a sua dor e a encontrar significado nas suas histórias.
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MÉXICO
Más Música, Menos Balas recebe a oficina “Como construir participação autêntica das comunidades”, do Ponto de Cultura El Cántaro BioEscuela Popular (Paraguai)
Onde será realizado intercâmbio: Zapopan, Jalisco
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Joe Giménez e Gustavo Diaz
Organização responsável: Fundação El Cántaro BioEscuela Popular
El Cántaro BioEscuela Popular é uma comunidade de aprendizagem sem fins lucrativos localizada em Areguá, Paraguai, que desde 2007 trabalha pela transformação social por meio da arte, da educação crítica e da cultura. A organização é um Ponto de Cultura que oferece diversas oficinas criativas populares e atividades socioculturais com acesso gratuito a crianças, jovens e adultos da comunidade.
A proposta: O que se propõe é compartilhar a experiência desses 17 anos de trabalho para motivar outras iniciativas, acrescentar outras perspectivas e também partilhar erros. Com uma metodologia participativa e experiencial, combinando sessões teóricas com atividades práticas, a proposta prevê uma introdução à cartografia social como ferramenta de compreensão do território; a elaboração de mapas simbólicos que representam a identidade, os valores e os desafios das comunidades participantes, e um percurso pelo território para observar e documentar as suas características, recursos e dinâmicas sociais. Serão também partilhadas técnicas de realização de entrevistas e enquetes participativas, além dos conceitos e princípios da mediação cultural comunitária como ferramenta para resolver conflitos e promover a interculturalidade.
Quem recebe
Más Música, Menos Balas é um movimento cultural e social que busca promover a paz e a prevenção da violência por meio da música e outras expressões artísticas. Originou-se em 2011 em Acapulco (Guerrero, México), e também teve um impacto significativo em Jalisco, onde cresceu e se tornou uma ONG chamada Más Música, Menos Balas Guadalajara. Atualmente, é uma das 14 organizações que fazem parte da plataforma Cultura Viva Comunitária no México, além de fazer parte da equipe impulsionadora do 6º Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias.
Entre as atividades que realizam estão intervenções artísticas em espaços públicos para promoção da cultura de paz, exposições de arte, concertos, apresentações de livros, oficinas culturais, formativas e recreativas para a comunidade, bem como projetos de desenvolvimento comunitário e espaços de diálogo e feiras das organizações.
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Bibliotecarro El Colibrero recebe a oficina “Bibliotecas fazem cinema”, da Fundación Territorios, Arte y Paz (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: El Lencero, Veracruz (México)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Heidy Helena Mejía Sánchez e Adolfo García Correa
Organização responsável: Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz
A Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz foi criada com o propósito de conceber e implementar laboratórios culturais de transformação social por meio de estratégias de apropriação das artes, da leitura, da escrita, da oralidade, do teatro social, do cinema comunitário, da realidade virtual e aumentada e da pedagogia da paz. Além de criar a Rede de Bibliotecas Comunitárias Livros Gratuitos para Todos, com a qual abriram mais de 150 pontos de leitura na Colômbia, seus membros trabalham o cinema comunitário com crianças, adolescentes e jovens, e os acompanham em todo o processo de criação, filmagem e pós-produção.
A proposta: Através deste laboratório de formação e cinema comunitário, a organização quer convidar as bibliotecas a abrirem as portas à criação e à produção de conteúdos audiovisuais como estratégia para narrar os contextos territoriais dos espaços que habitam, para que as pessoas tenham a oportunidade de contar suas próprias histórias, sobre personagens, ofícios, paisagens e saberes do seu entorno. Esta proposta conta com duas partes: 1) Conversa e seminário/oficina para mediadores de leitura e animadores socioculturais; 2) Laboratório de cinema comunitário infanto-juvenil.
Quem recebe
El Colibrero é uma biblioteca móvel que desde 2017 presta serviços em localidades do município de Emiliano Zapata, Veracruz, com o objetivo de criar uma comunidade em torno do livro e da leitura. El Chico é a comunidade onde se pretende realizar o projeto “Bibliotecas fazem cinema”. É uma comunidade semi-rural, que conserva uma grande população dedicada à agricultura. Ali se plantam principalmente milho, limão e um pouco de café, e realizam-se atividades relacionadas à pecuária.
Tequio Creación Colectiva recebe a oficina “Enredando saberes, pedagogias de esperança para o cuidado das crianças através da arte e da cultura”, de CulturAula (México)
Onde será realizado o intercâmbio: San Cristóbal de Las Casas, Chiapas (México)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Rocío Orozco e Vicko Arcienega
Organização responsável: CulturaAula (México)
CulturaAula é um coletivo transdisciplinar
dedicado à pesquisa, formação e incidência da gestão e do desenvolvimento sociocultural a partir de diversas abordagens. Seu trabalho é direcionado a agentes, movimentos e organizações de base comunitária, artistas, educadores/as e instituições. Sua ação procura tornar visível a desigualdade e gerar mecanismos para desmantelar a violência, promover a descentralização da educação, da cultura e o fortalecimento da incidência política e pública.
Quem recebe
A Rede Cultural e Artística Tequio é uma organização formada em 2014, com o objetivo de ativar e revitalizar o cenário cultural e artístico de Chiapas, no México, por meio da comunicação e do intercâmbio consciente, oferecendo oficinas, consultorias e material de divulgação. Para cumprir este objetivo, desenvolvem estratégias que reúnem diferentes agentes na gestão e na produção de atividades de promoção cultural, como festivais, apresentações literárias e concertos, e na realização de atividades de formação. Além disso, ajudam artistas e organizações a reconhecerem os próprios recursos, organizarem as suas ideias para melhorar a comunicação e reconectarem-se com o seu propósito.
Segundo a organização, no contexto de San Cristóbal de Las Casas (região onde tem havido uma situação crescente de violência devido ao crime organizado e ao deslocamento forçado), um processo metodológico como o proposto pelo CulturAula pode fornecer ferramentas poderosas para os que estão próximos e orientar processos com crianças, jovens e população adulta por meio das artes e da cultura.
PERU
A Biblioteca Intercultural Bikut da Comunidade Nativa de Listra recebe a oficina “Bibliotecas fazem cinema”, da Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Comunidade nativa de Listra, Imaza, Bagua, Amazonas (Peru)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Heidy Helena Mejía Sánchez e Adolfo García Correa
Organização responsável: Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz
A Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz foi criada com o propósito de conceber e implementar laboratórios culturais de transformação social por meio de estratégias de apropriação das artes, da leitura, da escrita, da oralidade, do teatro social, do cinema comunitário, da realidade virtual e aumentada e da pedagogia da paz. Além de criar a Rede de Bibliotecas Comunitárias Livros Gratuitos para Todos, com a qual abriram mais de 150 pontos de leitura na Colômbia, seus membros trabalham o cinema comunitário com crianças, adolescentes e jovens, e os acompanham em todo o processo de criação, filmagem e pós-produção.
Quem recebe
O Grupo Bikut Impulsor é um coletivo formado por acadêmicos/as, ativistas, gestores/as culturais e professores/as que se unem para homenagear a sabedoria de seus ancestrais e criar espaços que funcionem como portais para a educação relacional ecossocial, baseada na visão amazônica de inter-relação entre os humanos. e não-humanos. Esta abordagem promove uma visão holística da educação que respeita a natureza e procura soluções para os problemas atuais, ouvindo diversas vozes e perspectivas.
Segundo o coletivo, este espaço de intercâmbio permitirá revalorizar a cultura Awajún, criando materiais contextualizados, promovendo a produção local e recuperando a memória coletiva a partir das suas próprias cosmovisões e narrativas. Além disso, com abordagem inclusiva e adaptativa, a biblioteca irá capacitar os jovens Awajún, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para serem agentes de mudança em suas comunidades, preservando e promovendo sua identidade cultural num contexto que os respeita e valoriza.
A Associação Cultural Asimtria recebe a oficina “Ler para narrar: um passeio por experiências metodológicas para reconhecer as vozes das crianças através das linguagens literárias”, de Libros Buenos a la Vereda (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Yanahuara, Urubamba, Cusco (Peru)
Quem viaja
Facilitadoras: Erika Jannethe Barrera Botero e Leydy Jhoana Díaz Salas
Organização responsável: Libros Buenos a la Vereda
A organização Libros Buenos a la Vereda realiza experiências de promoção da leitura e da escrita para meninos e meninas que vivem na zona rural de Usme, Bogotá (Colômbia). Sua itinerância começou em maio de 2021 e desde 2022 foram abertos quatro espaços denominados “Cantinhos de Leitura”, localizados em casas rurais e equipados com mobiliário e livros para que possam funcionar como bibliotecas comunitárias rurais. Este ano (2024) pilotaram a Escola Rural de Mediadores Culturais, que projetam como um espaço de formação em Mediação e Direitos Culturais para crianças e jovens rurais e camponeses.
A proposta: “Ler para nos narrar” é um espaço de formação que busca reconhecer as vozes de meninos, meninas e jovens por meio da literatura infantil. O objetivo é compartilhar o desenho metodológico com o qual Libros Buenos a la Vereda desenvolve experiências literárias, que favorecem os processos de leitura, escrita e oralidade no âmbito comunitário e/ou rural. A intenção é que a comunidade tenha as ferramentas para conceber as suas próprias experiências, abordando temas e problemas locais a partir da literatura.
Quem recebe
A Associação Cultural Asimtria é uma plataforma focada na aprendizagem, realização, transferência e partilha de possibilidades de criação coletiva baseadas no livre desenvolvimento de tecnologias, aplicadas ao audiovisual e à escuta. Além disso, busca contribuir para a criação de mídias e espaços que mantenham em constante circulação os conhecimentos e experiências necessárias para que diversas comunidades atinjam de forma autônoma seus propósitos, a partir da exploração da memória e do território. A organização iniciou suas ações em 2006 na cidade de Arequipa, e desde então desenvolve projetos de forma descentralizada nas cidades de Cusco, Ayacucho, Piura, Cajamarca, Puno, Abancay, Huaraz e Trujillo, além de Chile, México, Equador e Colômbia.
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REPÚBLICA DOMINICANA
A Associação de Profissionais de Cabrera (Aprodeca) recebe a “Oficina de cinema comunitário para crianças”, do coletivo CinemaTequio (México)
Onde será realizado o intercâmbio: Cabrera, província de María Trinidad Sánchez
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: José Eduardo Bravo Macías e Alejandra Domínguez
Organização responsável: CinemaTequio
O CinemaTequio é um coletivo artístico focado no fortalecimento do patrimônio cultural dos povos e comunidades indígenas por meio de oficinas de cinema comunitário, realizadas a partir de histórias da tradição oral da comunidade anfitriã e, principalmente, em sua língua nativa.
A proposta: A oficina baseia-se no desejo manifestado por uma comunidade de realizar um curta-metragem baseado em histórias de sua tradição oral. O trabalho começa com a adaptação da(s) história(s) em um roteiro que posteriormente servirá de eixo para compartilhar, refletir e colocar em prática os fundamentos técnicos e artísticos. No processo, meninos e meninas podem participar como elenco ou na produção, operando a câmera, gravando som, etc.
Quem recebe
A Associação dos Profissionais de Cabrera (Aprodeca), fundada em 1981, tem como principal missão reunir diferentes profissionais de Cabrera para buscar soluções para os problemas básicos do município. A associação desenvolve atividades sociais, culturais e educativas, possui uma casa-abrigo em Santo Domingo para acolher estudantes e intervém em qualquer atividade social que possa contribuir para o desenvolvimento social e cultural do município e seus habitantes.
Com esta oficina, as crianças de Cabrera poderão captar em um curta-metragem as histórias locais que desejam contar, fortalecendo assim sua identidade como afrodescendentes. Além de reativar a memória comunitária em torno de histórias da sua tradição oral, das suas referências e significados, espera-se incentivar a revalorização do património cultural local e movimentar a comunidade em torno de um projeto comum que parte dos meninos e meninas, mas que convida à participação das suas famílias, professores, autoridades locais e educativas.
Ministério da Cultura do Brasil participa do 1º Encontro Internacional de Cultura Infância, em Córdoba
Em 04, out 2024 | Em Congressos, Notícias | Por IberCultura
(Fotos: Agencia Córdoba Cultura/ Texto: SCDC/MinC)
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As políticas do Brasil para a promoção dos direitos culturais das crianças foram apresentadas nesta quinta-feira, 3 de outubro, no 1º Encontro Internacional de Cultura Infância, realizado na província de Córdoba, na Argentina. O evento, que terminou hoje, busca refletir e debater como a infância é vista nos processos criativos, mas também na gestão e na formulação de políticas públicas. Além do Brasil e da Argentina, o encontro contou com expositores do Panamá, Espanha, México e Chile. Na ocasião, foi apresentada a proposta de construção de um documento que servirá de referência conceitual para acordos internacionais em torno da Cultura Infância.
Representando o Ministério da Cultura (MinC), a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural e presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, destacou que 17,5% da população brasileira têm até 12 anos de idade, somando cerca de 35 milhões de cidadãos. Segundo a Constituição Federal, a garantia dos direitos desse segmento populacional é uma prioridade absoluta, incluindo o acesso à cultura para que as crianças possam usufruir dos bens culturais e sejam reconhecidas como sujeitos ativos na produção cultural. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura ainda o direito ao brincar, à ludicidade e à fruição cultural.
“Foi muito importante o convite para o Brasil participar do 1° Encontro Internacional de Cultura Infância. O resultado desse debate é o compromisso de avançar nas políticas culturais e na atuação em rede – artistas, produtores, gestores, pesquisadores, integrando iniciativas e os diversos festivais culturais”, explicou Márcia.
O encontro foi organizado pela Agência Córdoba de Cultura e pelo Festival Internacional de Intercâmbio de Línguas (FIL), realizado no Rio de Janeiro desde 2003.
“Esta iniciativa é uma semente que envolve cuidar da terra, compreender que somos do mesmo planeta, que desejamos a paz, o bem-estar social e o respeito à diversidade. Queremos estar juntos como países ibero-americanos para pensarmos em linguagens artísticas, programas de colaboração, acordos, trabalhos conjuntos e políticas públicas”, acrescentou Karen Acioli, organizadora do FIL.
O presidente da Agência Cultura Córdoba, Raúl Sansica, completou: “Há muitos anos que trabalhamos arduamente para preservar este espaço da infância e da juventude. Queremos unir-nos às províncias e aos países interessados em realizar ações e definir linhas de ação neste sentido”.
Já a diretora de Promoção da Diversidade Cultural do MinC, Karina Gama, considerou como essencial a valorização da infância. “É central pensar no reconhecimento das crianças como sujeitos ativos na produção cultural, incentivando-as a criar, expressar e participar da vida cultural, consolidando-as como agentes culturais e não apenas beneficiárias, participando de práticas culturais que promovem o desenvolvimento da cidadania e fortalecimento da identidade cultural”, disse.
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Ações do Brasil
Em fevereiro deste ano, a cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul) sediou a 1ª Conferência Nacional Cultura Infância, onde foram definidas as propostas prioritárias para serem debatidas, no mês seguinte, na 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC). As propostas aprovadas foram: criação do Plano Nacional Cultura Infância, do Fundo Nacional Cultura Infância e de cotas afirmativas dentro do orçamento das políticas culturais para a promoção de ações direcionadas ao público infantil.
Outra ação destacada foi a Política Nacional Cultura Viva, que conta com 6.500 Pontos de Cultura cadastrados, sendo que 32,39% desse total desenvolvem ações estruturantes para infância e adolescência.
O MinC também formalizou parceria com o Pontão de Cultura Bola de Meia, uma referência nesse tema no Brasil. A expectativa é que o pontão temático atue na articulação de uma rede colaborativa de pontos de cultura que compartilham o compromisso de fomentar práticas culturais voltadas para crianças e adolescentes.
“Agora é articular, com a liderança do Pontão Cultura Infância, a rede nacional de pontinhos de cultura e seguir juntos na construção de um Plano Nacional Cultura Infância e na presença dessa pauta no Plano Nacional de Cultura e na pactuação federativa para implementação da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB)”, concluiu Márcia Rollemberg.
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Agenda
Além do Encontro, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural e a diretora da Promoção da Diversidade Cultural, Karina Gama, estiveram no Parlamento de Córdoba. As representantes brasileiras foram recebidas por Nadia Fernández, vice-presidenta, e pelos legisladores Karen Acuña, María del Rosario Acevedo e Mariano Lorenzo.
Ministério de Cultura e Patrimônio do Equador lança convocatória para formar o Conselho Consultivo de Cultura Viva Comunitária
Em 04, out 2024 | Em Notícias, Países membros | Por IberCultura
O Ministério de Cultura e Patrimônio do Equador abriu um processo de seleção para formar o Conselho Consultivo de Cultura Viva Comunitária, de acordo com a Lei Orgânica da Cultura, seu Regulamento Geral e a Lei Orgânica de Participação Cidadã.
Este concurso irá identificar perfis baseados em princípios de mérito e capacidade, e critérios de adequação na gestão cultural. Neste órgão consultivo, os membros do Conselho participam do assessoramento na construção de estratégias para as políticas públicas das indústrias culturais e criativas no Equador e da articulação de mecanismos que fortaleçam a Rede de Cultura Viva Comunitária.
A participação dos membros do Conselho Consultivo não será remunerada. Serão entregues certificados de participação. Uma vez formado o Conselho Consultivo, o trabalho de assessoria terá início com os membros selecionados. Não são esperadas substituições ou novos ingressos. Todas as pessoas participantes devem pertencer a uma associação ou organização que representem como membros ativos.
Os requisitos para ingressar no Conselho Consultivo são:
- Ser pessoa física equatoriana e/ou estrangeira, maior de idade e residente no Equador.
- Não ocupar cargo público, com exceção de trabalhadores da área de educação
- Fazer parte do Cadastro Único de Artistas e Gestores Culturais (RUAC).
- Ter certificado de participação em organização social ou sindicato da área de CVC.
- Ter certificados de experiência setorial, mínimo de dois anos, em nível comunitário.
Os Conselhos Consultivos serão compostos por pelo menos 50% de pessoas que não sejam residentes de Quito. Seu mandato será de 8 meses. Além disso, será promovida a alternância dos seus membros, ou seja, uma vez decorrido o seu mandato, só poderão voltar a fazer parte desta iniciativa após uma nova convocatória.
As inscrições serão recebidas até às 23h59 do dia 10 de outubro, somente por e-mail: consultativos@culturaypatrimonio.gob.ec.
💻 Saiba mais: https://bit.ly/4ewPkD0
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(Fonte: Ministerio de Cultura y Patrimonio)
Rede de Cidades e Governos Locais reúne-se para discutir o desenvolvimento dos projetos apoiados em 2024
Em 04, out 2024 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
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A Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais se reuniu nesta quarta-feira, 2 de outubro, por videoconferência, para discutir os resultados e o andamento dos quatro projetos que estão sendo realizados neste semestre com o apoio do programa, além de atualizar o estado das políticas culturais de base comunitária que são desenvolvidas em seus municípios, estados e províncias, e iniciar o trabalho conjunto de planejamento para o próximo ano.
Participaram do encontro Luisa Velásquez (por Guadalajara, México), Francy Alvarez (por Bogotá, Colômbia), Ana María Restrepo (por Medellín, Colômbia), Tania Alvarez (por Alajuelita, Costa Rica) e Carola González (por Marcos Juárez, Argentina), além da Unidade Técnica do IberCultura Viva. O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, que apoia a participação na rede de 12 comunas chilenas, foi representado por Moyra Holzapfel.
Elas comentaram algumas iniciativas de cultura comunitária que estão sendo desenvolvidas atualmente em seus municípios e detalharam três dos projetos realizados este ano com o apoio da rede: “Memória e Futuro” – Encontro de Cultura Viva e Pontos de Cultura, proposto pela Direção de Cultura de Guadalajara; a construção coletiva do “Manual de Boas Práticas Territoriais”, proposto pela Municipalidade de Alajuelita, e o “Encontro Distrital de Saberes das Culturas Vivas Comunitárias Bogotanas”, proposto pela Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá.
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Carta dos Direitos Culturais
O quarto projeto que está sendo desenvolvido neste ano de 2024, com financiamento da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, foi proposto pelo Município de Quilmes (Argentina): o Encontro Internacional “A comunidade organizada pela Carta dos Direitos Culturais”. O evento visa, por um lado, iniciar o processo de construção participativa da Carta dos Direitos Culturais no município de Quilmes a partir de um primeiro fórum aberto com dissertações de especialistas, gestores, artistas e referências nacionais e internacionais no campo cultural.
Da mesma forma, propõe-se fortalecer o papel ativo das redes comunitárias na construção da Carta, entendendo que o acesso democrático e igualitário no exercício dos direitos culturais é a garantia de uma sociedade inclusiva e com possibilidades de desenvolvimento. Em segundo lugar, o projeto procura promover as ferramentas participativas, metodológicas e institucionais necessárias para que os municípios da província de Buenos Aires que queiram aderir à iniciativa possam realizar um processo semelhante nos seus territórios.
Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, comentou durante a reunião que outros membros desta rede construíram coletivamente suas Cartas de Direitos Culturais (caso de San Luis Potosí, México; Niterói, Brasil; e Concepción, Chile) e que seria interessante promover encontros com pessoas que participaram desses processos para troca de experiências entre governos locais. “Tivemos conquistas muito importantes no trabalho de construção das Cartas dos Direitos Culturais e poderíamos reunir suas experiências e oferecer esse intercâmbio de conhecimento para os governos locais que fazem parte da rede e que não participaram desses processos”, sugeriu.
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Um novo impulso para a rede
Diego Benhabib, consultor de redes e formação do programa, afirmou que o objetivo é dar um novo impulso à Rede de Cidades e Governos Locais, aproveitando a celebração dos 10 anos de criação do IberCultura Viva. Segundo ele, as experiências da rede deverão fazer parte das publicações que o programa está preparando para as comemorações. A rede também deverá participar, virtual ou presencialmente, do seminário que será realizado no final de novembro em Brasília, no âmbito da 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental.
“É fundamental voltar a essas raízes, na gestação do que era a rede no início de 2019, mas com a participação do grupo de trabalho anterior que se formou em Quito (em 2017), no 2º Encontro de Redes IberCultura Viva”, afirmou, destacando também a “impressionante articulação” que o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile mantém atualmente com os governos locais.
Benhabib lembrou que para financiar e apoiar projetos da própria rede, as/os representantes dos governos locais apresentam as suas propostas e é a própria rede que aprova essas iniciativas, que depois são submetidas ao Conselho Intergovernamental do programa para que sejam finalmente aprovadas e possam ser apoiadas. “Vamos continuar este processo com o Plano Operacional Anual (POA) no próximo ano, portanto é algo que precisam continuar a pensar coletivamente”, destacou.
Além das Cartas dos Direitos Culturais, ele mencionou outras linhas de abordagem que têm sido desenvolvidas a partir da rede e que podem ser replicadas, contabilizadas e referenciadas, como políticas mais ligadas ao fortalecimento e desenvolvimento dos Pontos de Cultura, ou políticas de transferência de fundos, legislação, ordenanças, portarias. Reforçou, também, a importância da atualização dos dados de todos os governos locais e da revisão dos mecanismos de comunicação, para continuar a apoiar este trabalho coletivo.
A seguir estão alguns dos comentários feitos pelas representantes dos governos locais participantes desta reunião.
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GUADALAJARA
Luisa Velásquez iniciou sua participação expressando seu entusiasmo pela posse da primeira presidenta do México, Claudia Sheinbaum, no dia anterior, e da primeira prefeita (presidente municipal) de Guadalajara, Verónica Delgadillo. Mencionou, também, a indicação de continuidade do programa Pontos de Cultura de Guadalajara, com orçamento para ações de formação e articulação como as que têm apoiado nos últimos três anos.
Sobre os resultados de “Memória e Futuro” – Encontro de Cultura Viva e Pontos de Cultura, que ocorreu em Guadalajara de 1º a 4 de agosto, como um dos projetos apoiados pela Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais no ano de 2024, disse que “superou as expectativas” das pessoas que participaram. “Pela qualidade dos diálogos que ocorreram, pelas visões de futuro que poderiam ser concretizadas… E também porque vieram muitas pessoas novas, que não pertenciam aos Pontos de Cultura, nem ao Movimento de Cultura Viva, e isso deu um frescor às discussões”, comentou.
Para ela, foi importante ter a presença neste espaço das novas gerações, dos novos agentes culturais que começam a se envolver e das referências históricas do Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, como o colombiano Jorge Blandón (diretor e cofundador da Corporação Cultural Nuestra Gente, de Medellín), por exemplo. “Tínhamos gente de Chiapas, de Puebla, de Cuautepec, de Zapotiltic, da Cidade do México, de Tamaulipas. Isso também foi legal. Poder tecer com outros territórios, outras experiências, foi muito poderoso”, observou.
Como resultado do encontro, no último dia dedicado às conclusões e à sessão plenária, foi feita uma espécie de declaração para a criação, no próximo ano, da Caravana Quetzalcóatl, que procura recuperar de alguma forma a memória da caravana De Copacabana a Copacabana, que saiu da Bolívia para o Brasil em maio de 2012. “A caravana pode ser um grande cenário para a visibilidade das políticas comunitárias que pensamos ou sonhamos”, destacou a representante de Guadalajara.
A Caravana Quetzalcóatl será em abril de 2025, coincidindo com o 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que acontecerá no México. A ideia é construir uma delegação de experiências culturais latino-americanas que possa percorrer Cuautepec, Cherán, Guadalajara e outras partes do país com suas produções e debates, “abraçando os sonhos e lutas de cada lugar e de seus protagonistas”. Uma reunião informativa, com convocação de comissões, está marcada para 17 de outubro.
Segundo Luísa, está prevista uma caravana de pelo menos 300 pessoas. “Por parte do governo de Guadalajara, estão reunidas todas as condições em matéria de alojamento, alimentação, transferências internas e logística para poder ter uma ampla participação de diferentes países”, anunciou, caso seja possível aos colegas do participantes da rede, talvez articulando uma chamada de mobilidade em seus municípios, estados ou províncias.
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ALAJUELITA
Tania Álvarez, representante do cantão de Alajuelita (Costa Rica) na rede, agradeceu aos colegas que aderiram ao processo de construção coletiva do Manual de Boas Práticas Territoriais, que é realizado com o apoio da Rede de Cidades IberCultura Viva e governos locais. Desde o dia 16 de setembro, representantes dos municípios integrantes da rede participam das discussões do projeto (que são transmitidas na página do Facebook da Municipalidade de Alajuelita, todas as segundas-feiras, até 14 de outubro, às 15h (Costa Rica).
Nesta série de conversas, a primeira convidada, Luisa Velásquez, falou sobre o programa Pontos de Cultura de Guadalajara. Em seguida, Francy Alvarez, Felipe Calvo e Edwin Rodríguez, representantes da Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá, apresentaram as “Apostas de Participação Comunitária” que são desenvolvidas no município. E esta semana, Claudia Araya Ortega detalhou o processo de elaboração da Carta dos Direitos Culturais da Cidade de Concepción (Chile), lançada em 26 de agosto.
“Estávamos refletindo sobre o alcance desse tipo de processo nos governos locais. Ser capaz de ouvir as formas como estes departamentos de Cultura abordaram a participação comunitária é motivador para as organizações que estão apenas a aprender que estas questões são possíveis. E que também podem estar nas nossas mãos este sistema de cocriação ou responsabilidade, que queríamos propor nas organizações de base e neste diálogo com os governos locais”, comentou Tânia, destacando que na próxima segunda-feira (07/10) terão a Comissão de Co-Responsabilidade em Alajuelita, uma das organizações que executam a política local.
Segundo ela, o processo de construção coletiva do Manual de Boas Práticas Territoriais “está funcionando muito bem”. Além das conversas, serão realizadas três oficinas. Uma delas vai abordar questões de participação e legislação; outra será dedicada à responsabilidade por esse “cuidado coletivo” (os esforços, os recursos emocionais que as organizações de base colocam nisso, o desejo de transformar as suas próprias comunidades).
Para a terceira oficina, a ideia é conseguir transformar o grupo de pessoas que tem assistido às conversas – e que tem estado de perto, questionando, contribuindo, validando – numa equipe de trabalho, como uma equipe de assessoria, para que o esforço que está sendo feito não fique apenas num documento, mas também num grupo que pode continuar esta relação com os governos locais e pode, eventualmente, fazer contribuições conjuntas.
A apresentação do “Manual de Boas Práticas Territoriais” está marcada para o dia 15 de novembro, na Câmara Municipal de Alajuelita. “Esperamos fazer uma grande festa e comemorar esse esforço conjunto. Que este documento possa ser lido e partilhado, não só nas organizações de base, mas também com outros governos locais”, disse Tania. Outros dois espaços estão confirmados para a apresentação do documento: um no Equador, no final de novembro, e outro no Chile, no início de dezembro. No primeiro caso, a coordenação será com a Universidade do Chile, e no Equador, com a rede Awasqa.
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MARCOS JUÁREZ
Carola González destacou que em 2024 o Programa de Cultura Comunitária, desenvolvido pela Municipalidade de Marcos Juárez (província de Córdoba, Argentina), comemora 10 anos, “com recategorização da área de cultura comunitária, reconhecimento do pessoal hierárquico e enorme apoio do governo local.” Um projeto de portaria, que se encontra na Prefeitura para revisão, inclui como política pública o reconhecimento da promoção e do fortalecimento da cultura viva comunitária no território da cidade.
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MEDELLÍN
Ana María Restrepo Aguilar, que esteve pela primeira vez em uma reunião da rede, aproveitou a oportunidade para se apresentar e reforçar o interesse da Prefeitura de Medellín em participar desta instância. Coordenadora de Convocatórias e Estímulos à Arte e Cultura da Secretaria de Cultura Cidadã de Medellín, Ana passou alguns anos na direção do Centro de Desenvolvimento Cultural Morávia e é parte do corpo docente do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, que o IberCultura Viva desenvolve em conjunto com a FLACSO-Argentina.
“Há uma forte intenção no trabalho a partir da cultura viva comunitária. Nós temos um decreto, acordos, há uma declaração da nossa cidade nesse trabalho comunitário, um vínculo muito direto com o público. Hoje, a partir das convocatórias, podemos efetivamente continuar fortalecendo os processos que vêm sendo trabalhados historicamente em nossa cidade”, destacou.
Medellín foi o primeiro município a aderir à Rede IberCultura de Cidades e Governos Locais, em maio de 2019. Além disso, com sua editora municipal, publicou três livros da Coleção IberCultura Viva. Desde 2011, a cidade conta com uma política pública de reconhecimento e promoção da cultura viva comunitária. Esta política foi sancionada pelo Acordo Municipal 50 de 2011 e regulamentado por Decreto 1.606 de 2013.
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REDE CHILENA
Também pela primeira vez em uma reunião da Rede de Cidades e Governos Locais, representando o Ministério de Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, Moyra Holzapfel comentou como está sendo articulada a rede chilena de governos locais, que conta com 12 comunas. Falou sobre as atividades de formação que serão realizadas em novembro, sobre metodologias de participação comunitária e estratégias de comunicação e divulgação para o trabalho com organizações comunitárias em nível local, além do encontro nacional dos responsáveis pelos espaços culturais do programa Red Cultura, em que haverá um dia de trabalho interno da rede.
Moyra também destacou a experiência “singular e inovadora” da Carta dos Direitos Culturais de Concepción, lançada em agosto. “Este documento marca um novo caminho na gestão cultural municipal, e sobretudo na articulação das políticas públicas, ou planos culturais municipais, no fortalecimento e na visibilização do aporte que as organizações de base comunitária dão para o desenvolvimento local. Estamos num processo de reflexão, porque 2024 foi um ano de instalação e houve avanços. (…) Há um espaço criado, há um exercício de levantamento, um plano de trabalho que vai ser finalizado”, afirmou.
Ela destacou que as 12 integrantes chilenas da rede são emblemáticas e muito diferentes entre si. Existem duas cidades de referência, que são Concepción e Valparaíso, mas também comunas singulares, como é o caso de Alto Biobío, que é território de povos indígenas como os Mapuches. E outras bem pequenas, como Puqueldón, um território insular muito particular, e Hualaihué, no norte da Patagônia. “Acho que a riqueza que proporciona, a observação da questão cultural municipal e o vínculo com as organizações comunitárias, é muito desafiante. Mas estamos muito esperançosas”, comentou.
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BOGOTÁ
Francis Alvarez, por sua vez, disse que durante o mês de setembro foram realizados dois encontros comunitários de cultura viva em localidades de Bogotá, utilizando uma metodologia chamada “Aulas Vivas”. Outros oito serão realizados nas duas primeiras semanas de outubro em outras localidades. Além disso, houve “círculos de palavras” com comunidades rurais e camponesas de Bogotá.
“Estamos fazendo todo um processo para chegar ao nosso tão esperado Encontro Distrital de Saberes das Culturas Vivas Comunitárias Bogotanas, que busca decifrar esse DNA comunitário da cidade de Bogotá para fortalecer as práticas da cultura viva comunitária e seu impacto nas comunidades”, afirmou.
Este encontro distrital, que terá lugar nos dias 27 e 28 de novembro, é uma das atividades que conta este ano com o apoio da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. O evento é realizado no âmbito da comemoração dos 30 anos do Sistema Distrital de Arte, Cultura e Patrimônio, que é o sistema de participação cidadã de Bogotá.
Uma primeira minuta, que esta semana estará em discussão na Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes (SCRD) de Bogotá, inclui discussões e mesas de reunião denominadas “Una mirada a través del territorio”. Essas mesas abordarão os saberes rurais e campesinos, os processos pedagógicos populares, o trabalho em rede, a defesa do território, as economias culturais populares e comunitárias e a participação ativa, entre outros temas.
Também estão previstas exposições artísticas para as/os vencedores dos incentivos/bolsas oferecidos pela SCRD em Bogotá. “Para isso teremos linhas audiovisuais, sobre temas de roteiros de memória, ganhadores das zonas rurais, abordagens da população LGBTI, pessoas com deficiência… Além disso, vamos ter uma Praça do Empreendedorismo, onde queremos que as pessoas circulem por lá toda a oferta que as organizações de base comunitária, os artesãos têm”, detalhou Francy. Uma “cartografia de sentires”, criada por organizações culturais comunitárias, também será apresentada durante o encontro.
Começa o 1º Encontro Internacional de Cultura Infância, em Córdoba (Argentina)
Em 03, out 2024 | Em Congressos, Cultura Infância, Notícias | Por IberCultura
O 1º Encontro Internacional de Cultura Infância será realizado nos dias 3 e 4 de outubro, na cidade de Córdoba (Argentina), no âmbito do 12º Festival Internacional de Teatro Córdoba para a Infância e a Juventude.
Ao longo desses dois dias, serão realizadas apresentações e mesas temáticas com a participação de representantes de diversas áreas, que farão uma apresentação inicial sobre os eixos propostos e convidarão à construção de um documento fundador que será a referência conceitual para o desenvolvimento de acordos internacionais sobre Cultura Infância.
Participarão autoridades do Brasil e da Argentina, que assinarão um acordo de compromisso de trabalho em relação à Cultura Infância em seus próprios territórios e de colaboração internacional.
Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) do Brasil e presidenta do IberCultura Viva, fará a primeira conferência plenária (“Políticas de infância em desenvolvimento. Políticas públicas governamentais em relação à infância no Brasil”), nesta quinta-feira, dia 3, às 19h (horário de Brasília), na Biblioteca de Córdoba.
O encontro é uma iniciativa conjunta da Agência Córdoba de Cultura e do Festival Internacional de Intercâmbio de Línguas (FIL), festival multidisciplinar pioneiro para novos públicos, organizado no Rio de Janeiro (Brasil) desde 2003.
As conferências serão abertas ao público. Todos podem participar gratuitamente e por ordem de chegada, até que a capacidade da sala se esgote.
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IberCultura Viva participa do 10º Encontro Cultura e Cidadania, na Espanha: olhar o passado para imaginar futuros
Em 28, set 2024 | Em Congressos, Cultura Viva, Notícias, Países membros | Por IberCultura
(Foto: Casteleiro)
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Em Santiago de Compostela (Galícia), de 24 a 26 de setembro, realizou-se a décima edição do Encontro Cultura e Cidadania, promovido pelo Ministério da Cultura de Espanha. Foram três dias de debates, apresentações de projetos, visitas e atividades culturais em que as pessoas participantes (cerca de 600) puderam olhar para trás e refletir sobre as aprendizagens e os desafios que enfrentaram nesta década.
Neste décimo aniversário que permitiu olhar para o passado e imaginar futuros atravessados pela cultura, Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC) e presidenta do IberCultura Viva, também lembrou os 10 anos deste programa de cooperação e os 20 anos do Cultura Viva no Brasil, usando a metáfora do arco que os povos indígenas nos ensinam. “Esse momento de resgate da história nos leva a pensar que o futuro é igual a uma flecha. Quanto mais puxamos para trás, mais longe podemos nos projetar para frente”, disse ela ao final de sua apresentação.
A presidenta do IberCultura Viva participou de uma das mesas do primeiro dia do encontro, “Abrir e ampliar o marco institucional: Políticas culturais para fortalecer as democracias vivas”, na terça-feira, 24 de setembro. Ela abriu sua intervenção explicando que apresentaria a experiência de Cultura Viva no Brasil, iniciada em 2004 com o então ministro Gilberto Gil, que propôs “um novo paradigma ao trazer pessoas das periferias, das culturas indígenas, da cultura de base africana como pessoas importantes para a cultura nacional”.
“O DNA dessa política desde o início é o de reconhecer que quem faz a cultura é a sociedade e que é preciso a participação social para que tenhamos uma política verdadeiramente pública. Agora, com o presidente Lula, a participação social e a diversidade são uma matriz em todos os ministérios. Todos têm uma assessoria que prima pela estruturação da participação social e pela diversidade nas políticas públicas”, destacou.
Além de ações afirmativas que incluem pessoas negras, indígenas, com deficiência e toda a diversidade, com bonificações e convocatórias específicas, Márcia Rollemberg explicou que a estratégia de gestão do Ministério da Cultura conta hoje com um novo marco regulatório, a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que descentraliza os recursos da União para que os estados, o Distrito Federal e os municípios promovam projetos culturais em seus territórios.
A Política Nacional Cultura Viva (PNCV), estabelecida como a política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura, também está sendo implementada com financiamento da PNAB. “Hoje há mais de 6.000 Pontos e Pontões de Cultura, em cerca de 1.600 municípios brasileiros. Estamos ampliando (o alcance para os territórios) em parceria com estados e municípios que recebem recursos para financiar essa política, que promove a diversidade, a democracia, reconhecendo o poder das atividades culturais de grupos, coletivos, comunidades, instituições, com ou sem pessoa jurídica, e também os mestres e mestras, guardiões do património imaterial”, destacou.
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Rollemberg lembrou que os Pontos de Cultura são grupos culturais da sociedade, grupos tradicionais que já existem, como pequenas orquestras, grupos de teatro, de capoeira, de diversas expressões do Brasil. E que, como disse Gilberto Gil, “são ativos; não são carentes, são potentes; não são vulneráveis, são vulnerabilizados”. “Esta mudança de paradigma é muito importante”, afirmou, destacando também a relevância das medidas tomadas “para a reparação e superação das desigualdades historicamente acumuladas que estruturam a sociedade.”
“Cultura Viva é uma política de reparação, de resistência, que reconhece toda uma matriz que compõe o Brasil e que sempre foi muito invisibilizada, embora muito presente na cultura brasileira. É uma política que procura reconhecer as nossas origens, reconhecer que somos formados por povos originários que já estavam lá no território quando vieram os portugueses, com pessoas escravizadas e depois também vários grupos de migrantes. O Brasil tem o maior grupo de diásporas do mundo. Tem uma grande população árabe, japonesa, italiana e europeia. É um país muito mesclado, muito mestiço, então há que se reparar”, defendeu.
Além do trabalho para reduzir as desigualdades (econômicas, de gênero, raciais, sexuais, entre outras opressões) e combater a violência, ela mencionou algumas das ações de formação cultural, de promoção de acessibilidade, e o trabalho com Pontões da Cultura sobre temas como culturas indígenas, comunidades tradicionais de origem africana, culturas populares, patrimônio e memória, entre outros.
“Há uma tentativa de criar um amálgama, porque patrimônio e memória, audiovisual, livro e leitura, tudo se integra a partir da Cultura Viva. Cultura digital, territórios rurais e cultura alimentar, territórios fronteiriços, integração latino-americana… O programa Cultura Viva inspirou outros países e hoje não é apenas uma política de Estado. Há um movimento latino-americano da sociedade que dele fazem redes, trabalhos, e ocupam os espaços de democracia”, complementou.
A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC também destacou algumas estratégias de participação que são desenvolvidas no Brasil, como a Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC), com quem o Ministério da Cultura discute, dialoga e propõe ações conjuntas. Uma das mais importantes que está por vir será a Teia, a conferência nacional de Pontos e Pontões de Cultura que se realizará em 2025, 11 anos depois da última edição. Foi durante a Teia Nacional de Diversidade, realizada em 2014, em Natal (Rio Grande do Norte), que aconteceu a primeira reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva. (Márcia Rollemberg foi eleita presidenta naquela reunião e retornou ao cargo em março deste ano de 2024.)
Ao apresentar este programa de cooperação que é realizado com 12 países membros, ela destacou algumas ações desenvolvidas nestes 10 anos, como as convocatórias de Apoio a Redes, IberEntrelaçando Experiências, Mobilidade e Sabores Migrantes Comunitários, e o Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, uma construção conjunta do IberCultura Viva e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina) que já formou mais de 600 pessoas desde 2018.
A participação da presidenta do IberCultura Viva no 10º Encontro Cultura e Cidadania se deu na mesa sobre “Políticas culturais para fortalecer as democracias vivas”, que também contou com a presença de Isabel Ojeda, diretora da Área de Ação Cultural da Universidade Internacional da Andaluzia (UNIA); Jazmín Beirak Ulanosky, diretor de Direitos Culturais do Ministério da Cultura espanhol, e Ricardo Antón, da organização ColaboraBora.
Nesta décima edição do encontro, propôs-se fazer um balanço, atualização e projeção dos 10 anos do programa Cultura e Cidadania, recolhendo, testando a evolução e problematizando os temas, tendências, debates, projetos mais relevantes, experiências e aprendizagens do percurso traçado nestes anos, e apontando outros para os anos presentes e futuros.
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- Os debates e apresentações no auditório do Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC) estão disponíveis em streaming: https://bit.ly/streaming_cyc
MinC lança série de episódios em podcast para contribuir com a formação dos Agentes Cultura Viva
Em 27, set 2024 | Em Cultura Viva, Notícias | Por IberCultura
O Ministério da Cultura (MinC) e o Consórcio Universitário Cultura Viva, formado pelas universidades federais da Bahia, Fluminense e do Paraná (UFBA-UFF-UFPR), realizarão na próxima segunda-feira (30/09), a live de lançamento do podcast “Cultura é Viva!”. A série, composta por 10 episódios, abordará temas ligados à diversidade cultural brasileira e à Política Nacional Cultura Viva (PNCV).
O principal objetivo é contribuir com a formação dos Agentes Cultura Viva, jovens selecionados pelos Pontões de Cultura que formalizaram parceria com o MinC para atuar no mapeamento, diagnóstico, formação, articulação e mobilização da rede de Pontos de Cultura no país.
“O fomento aos pontões territoriais e temáticos de cultura faz parte da reativação da Política Cultura Viva neste momento em que celebramos seus 20 anos de existência. Essa estratégia envolverá, no mínimo, 570 Agentes Cultura Viva, entre 18 e 24 anos, que precisam de uma formação sobre temas essenciais para o projeto cultural que vão desenvolver em suas comunidades”, explicou Márcia Rollemberg, secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, convidada especial deste primeiro episódio do podcast.
O evento contará com a participação das locutoras Luma Wyzykowska, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Larissa Herédia, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), jovens pesquisadoras vinculadas ao Consórcio Universitário Cultura Viva.
Deborah Rebello Lima, representante do consórcio pela Universidade Federal do Paraná, destaca: “A série Cultura é Viva é uma ação formativa que se apresenta como contribuição para o fortalecimento dos Agentes Cultura Viva em atuação nos Pontões de Cultura. Trata-se de um passeio para rememorar e/ou conhecer conceitos essenciais da PNCV e sua operação, mas sempre de uma forma leve, descontraída e ofertando uma paisagem sonora que dialogue com esse público.”
Já Luiz Augusto Rodrigues, representante da Universidade Federal Fluminense reforça que “os Agentes Cultura Viva são essenciais na retomada da PNCV, em especial como uma ação estruturante mobilizadora nos territórios e também por incluir os próprios conceitos da política de Cultura Viva junto à juventude”.
O podcast também será uma oportunidade para gestores e integrantes da Rede Cultura Viva ampliarem seus conhecimentos e compartilharem experiências. Luana Vilutis, pesquisadora do consórcio pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), sinaliza como esta ação formativa se insere no escopo das várias frentes de pesquisa e formação que o trabalho colaborativo das três universidades federais vem desenvolvendo nesta retomada da PNCV.
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Live de Lançamento: Podcast “Cultura é Viva!”
Quando: Segunda-feira, 30 de setembro, às 15h (de Brasília)
Onde: Canal do YouTube do Ministério da Cultura
MinC lança Editais Cultura Viva no Espírito Santo com R$ 3,7 milhões em investimentos
Em 27, set 2024 | Em Cultura Viva, Notícias, Países membros | Por IberCultura
(Foto: William Caldeira Hub/ES – Texto: MinC)
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O Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult/ES), lançou nesta quinta-feira, 26 de setembro, em Vitória, três Editais Cultura Viva, que vão apoiar 103 Pontos de Cultura no estado. Com investimento de R$ 3,7 milhões, provenientes da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), a iniciativa visa fortalecer a identidade cultural e a cidadania de base comunitária, com foco em projetos de relevância local.
Os recursos serão direcionados à Política Nacional de Cultura Viva (PNCV). Além de fortalecer a atuação de agentes culturais, os editais buscam valorizar a diversidade cultural e destacar projetos de relevância no estado, como a Instituição de Tradições e Cultura Afro-Brasileira São Judas Tadeu, que receberá R$ 400 mil.
“Desde que o presidente Lula decidiu recriar o Ministério da Cultura, sob a liderança da ministra Margareth Menezes, sabíamos que teríamos uma tarefa gigantesca pela frente: reconstruir o conjunto de políticas que haviam sido descontinuadas. Temos orgulho de fazer parte de um legado que remonta aos anos de 2003 a 2015, quando consolidamos políticas fundamentais para a cultura no Brasil”, afirmou Márcio Tavares, secretário-Executivo do MinC.
“Esse edital que lançamos hoje é o resultado dessa parceria entre o Governo Federal, estados e municípios, capitalizando e territorializando iniciativas culturais em todo o território nacional. A cultura é uma ferramenta poderosa para a promoção da identidade, da democracia e da superação das desigualdades. Este edital representa mais um passo nesse caminho, envolvendo todos os agentes que fazem da cultura um motor de transformação social”, complementou.
A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, reforçou a importância da participação social e da gestão compartilhada. “A Política Cultura Viva ganha adesão cada vez mais forte de estados e municípios e o Espírito Santo dá o exemplo de como fazer a política crescer”, afirmou.
Segundo Fabrício Noronha, secretário de Estado da Cultura (Secult/ES), o impacto internacional da política dos Pontos de Cultura ganhou força além das fronteiras brasileiras. “Temos poucas políticas públicas que foram incorporadas em outros países, mas a dos Pontos de Cultura é uma delas. É uma grande alegria ver uma política dessa envergadura, agora, após 20 anos, sendo retomada com tanta força por meio da Política Nacional de Cultura Viva”, lembrou.
Thais Souto, gerente do setor de Territórios e Diversidade (GETD) da Secult/ES, o momento atual do fomento vai além dos editais. “É fundamental refletirmos sobre a importância do território e de uma política que seja verdadeiramente territorializada. Esse é o marco mais importante que temos discutido e aprendido, especialmente com aqueles que já estão à frente dos Pontos de Cultura. Não somos apenas fazedores de cultura; nós somos a cultura. E essa cultura se manifesta em suas diversidades, territorialidades e pluralidades, desde o funk até os terreiros. Precisamos reconhecer a ancestralidade e a mobilização comunitária que impulsionam essa força cultural”, declarou.
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Editais
Os editais serão divididos por três temáticas: Premiação por Trajetória, Fomento a Projetos Continuados de Pontos de Cultura e Fomento a Projetos Continuados de Pontões de Cultura. Ao todo, serão premiados e financiados mais de 50 projetos que têm impacto direto nas comunidades, em um esforço contínuo para descentralizar e democratizar o acesso à cultura. As inscrições começam no dia 1º de outubro e vão até o dia 30 do mesmo mês.
- Edital de Premiação por Trajetória – Dividido em duas categorias: Pontos de Cultura sem constituição jurídica e Pontos de Cultura com constituição jurídica, os prêmios visam reconhecer a trajetória de coletivos e entidades que, há anos, promovem o desenvolvimento cultural de suas comunidades, mesmo sem estrutura formalizada. O intuito é fomentar a continuidade de suas atividades, fortalecendo suas raízes locais. Para ambas as modalidades, é necessário comprovar, no mínimo, dois anos de atuação cultural na comunidade local, por meio de fotos, materiais gráficos, publicações impressas ou eletrônicas, entre outros documentos comprobatórios.
Pontos de Cultura sem constituição jurídica: Serão concedidos 30 prêmios no valor de R$ 30 mil cada. |
Pontos de Cultura com constituição jurídica: Serão distribuídos 20 prêmios no valor de R$ 60 mil cada. |
- Edital de Fomento a Projetos Continuados de Pontos de Cultura – O edital vai selecionar quatro entidades que receberão o valor de R$ 120 mil cada para a execução de projetos continuados que promovam o acesso aos bens e serviços culturais em seus territórios de atuação. O objetivo é fortalecer iniciativas culturais que já estão em andamento, garantindo que a população local continue a ter acesso a atividades artísticas e educativas, nos termos da Política Nacional de Cultura Viva.
- Edital de Fomento a Projetos Continuados de Pontões de Cultura – Voltado para projetos de maior envergadura, esse edital selecionará quatro entidades, que receberão R$ 30 mil cada. Os Pontões de Cultura têm como foco a articulação e mobilização de redes culturais regionais e temáticas. O objetivo é promover o desenvolvimento de atividades em parceria com redes de Pontos de Cultura, bem como a mobilização e articulação com governos locais. Esses projetos buscam capacitar, mapear e executar ações conjuntas em nível estadual, regional ou temático, sempre visando o fortalecimento da cultura local.
Consultas: culturaviva@secult.es.gov.br e culturaviva.secult@gmail.com
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Festival Reconstruindo o Quilombo ganha segunda edição em novembro: um espaço de resistência e diálogo intercultural
Em 26, set 2024 | Em Comunidades afrodescendentes, Edital de Apoio a Redes, Notícias | Por IberCultura
A Comunidade Quilombola de Santa Cruz, em Pimenteiras do Oeste (Rondônia, Brasil), se prepara para sediar a segunda edição do Festival Cultural Reconstruindo o Quilombo, em novembro deste ano. O evento, um dos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024, tem como objetivo fortalecer a identidade quilombola e promover a igualdade racial e o respeito mútuo entre diferentes etnias.
Organizado pela Rede Diversidade Amazônica, o festival pretende ser uma celebração vibrante e plural da cultura afro-brasileira, com uma programação que inclui oficinas e apresentações artísticas, palestras e rodas de conversa. Estão previstas oficinas gratuitas de fotografia e artesanato, com 50 vagas cada, além de uma exposição de fotos e literatura quilombola, apresentações musicais, danças tradicionais, leituras de poemas, exibição de documentários, desfile de moda afro-brasileira e produção de cartazes contra o racismo.
Pioneiros da Comunidade Quilombola de Santa Cruz também serão homenageados no evento, como um reconhecimento à sua contribuição para a preservação das tradições e valores da comunidade. “O festival tem um papel crucial no protagonismo da comunidade quilombola, reforçando o orgulho de suas tradições e promovendo o diálogo entre diferentes culturas”, afirma Andréia Machado, uma das produtoras envolvidas na organização.
A estimativa é que participem cerca de 500 pessoas, tanto da comunidade local quanto de regiões vizinhas. Uma das metas é fomentar o turismo cultural na região, atraindo visitantes interessados em conhecer e valorizar as tradições quilombolas. Com isso, espera-se fortalecer as parcerias regionais e ampliar a rede de apoio à comunidade, promovendo a cidadania e o desenvolvimento sustentável.
A Rede Diversidade Amazônica, que apresentou essa proposta ao edital do IberCultura Viva, é composta por três organizações de Rondônia: a Associação Cultural, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Diversidade Amazônica (ACEMDA), a Associação de Remanescentes Quilombolas de Pimenteiras do Oeste (ARQOS) e o Ponto de Cultura e Mídia Livre Serpentário Produções.
Desde 2015, essa rede tem trabalhado ativamente na promoção da cultura e do desenvolvimento sustentável na Amazônia, com foco na valorização das comunidades quilombolas, indígenas e afro-brasileiras. Este ano, o evento conta com o apoio do Pontão de Cultura Raízes Amazônicas: Celebrando a Diversidade Cultural, que é coordenado pela ACEMDA.
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No ano passado, o Festival Cultural “Reconstruindo o Quilombo” se realizou de 23 a 27 de outubro, também com o apoio do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo. Duas das principais atividades foram a oficina de dança afro-brasileira, com destaque para a capoeira, e a oficina de artesanato com palha de buriti, que é usada há gerações para criar peças artísticas e funcionais que refletem a identidade quilombola.
Estas oficinas foram oferecidas a 50 alunos da Escola Pública Estadual de Ensino Fundamental e Médio Inácio de Castro, localizada na Comunidade Quilombola de Santa Cruz. Além de ensinar habilidades práticas, essas duas atividades ajudaram a fortalecer a conexão com a herança cultural da região. As pessoas participantes receberam certificados, destacando seu compromisso em preservar e valorizar essas tradições.