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Artistas e gestores culturais de São Leopoldo participam de intercâmbio em Canelones, no Uruguai
Em 25, Maio 2022 | Em Notícias |
Cerca de 40 artistas independentes e gestores culturais da cidade de São Leopoldo (Rio Grande do Sul, Brasil) participaram de um intercâmbio no departamento de Canelones (Uruguai), entre os dias 20 e 22 de maio. As performances ocorreram nos municípios de Canelones, Las Piedras, Salinas, Los Cerrillos e Sauce. A Caravana Cultural foi resultado de um edital promovido pela Rede Mercociudades. Em agosto será a vez de São Leopoldo receber artistas de Canelones para apresentações e oficinas.
O secretário de Cultura e Relações Internacionais de São Leopoldo, Pedro Vasconcellos, avaliou o intercâmbio como muito positivo tanto para os artistas brasileiros quanto para o público uruguaio que acompanhou as apresentações e oficinas. “Nossa tarefa de incentivar a troca cultural entre diferentes manifestações artísticas presentes na nossa cidade foi bem proveitosa. Os espaços para as apresentações foram uma excelente oportunidade para os artistas de São Leopoldo realizarem suas interações estéticas”, afirmou.
Para Vasconcellos, esta primeira caravana cumpriu um papel importante de integração, e deve proporcionar outros intercâmbios com Montevidéu e Porto Alegre, como o Carnaval de 2023, e um seminário no Uruguai, em setembro. “Na segunda etapa deste intercâmbio, em agosto, vamos preparar um grande festival para receber a comitiva de artistas e gestores culturais uruguaios”, destacou o secretário. “Também teremos capacitações realizadas por integrantes do governo uruguaio aqui e de nossos gestores culturais lá. Vamos organizar essas ações para o ano que vem.”
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Espetáculos e oficinas
Nesta que foi a primeira etapa do intercâmbio, no departamento de Canelones, a programação incluiu visitas a espaços culturais e apresentações e oficinas de dança, teatro, música popular brasileira, música cigana, música latino-americana, samba, fotografia, muralismo, literatura e carnaval.
A bailarina Alexandra Castilhos, que promoveu uma oficina de dança contemporânea no Centro Cultural de Salinas, no dia 21 de maio, destacou que as linguagens artísticas criam um fluxo próprio de comunicação e de encontro. “Durante a oficina pude me aproximar de bailarinas e professoras de tango, de dança contemporânea. Pude conhecer equipamentos de cultura e vi como o Centro Cultural de Salinas atua como espaço formativo em dança. Esse tipo de política pública é essencial para a difusão e o fortalecimento da dança em um território”, relatou.
Cris Rosa, que também apresentou em Salinas o espetáculo “Rosa Choque Quase Vermelho”, ao lado de Carolina Willrich e Bianca Weber, disse que foi emocionante voltar à cena depois de dois anos de pandemia, em um intercâmbio cultural no Uruguai. “O trabalho é de 2008 e foi uma experiência incrível de arte coletiva, envolvendo diferentes expressões artísticas. Sou grata pela vivência e pela interação do público, que foi muito sensível. Estou de alma lavada e forças renovadas com tamanha receptividade”, contou.
Para a diretora do Centro Cultural Salinas, Anabel Marichal, a performance superou suas expectativas. “Me emocionou profundamente. Uma conjunção entre o simbólico, o árido da cena, levado ao mínimo para mover o máximo. Uma finesse absoluta em cada seleção, em cada movimento, sem perder a força e a contundência de corpos super profissionais, permeados de emoção. Uma obra tão linda, tão minimalista e tão comovente, que deixou o público estremecido”, comentou.
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Visitas técnicas
A comitiva de São Leopoldo que esteve no Uruguai neste fim de semana também participou de visitas técnicas, como as que fizeram a diretora do Museu do Trem, Alice Bemvenuti, e o diretor de Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura de São Leopoldo, Joel Santana, no dia 21 de maio. Guiados por Gabriela Fernandez, responsável pela Rede de Museus de Canelones, eles conheceram primeiro o Museo Ferroviario Don Eduardo Hernandez Peña, na cidade de Empalme Olmos, e depois o Museo del Ferrocarril, em Montevidéu. “Em ambos os museus as peças encontram-se muito bem preservadas, incluindo uma maquete de ferromodelismo com todas miniaturas funcionando”, comentou Alice Bemvenuti.
O Museo Ferroviario Don Eduardo Hernandez Peña, que tem gestão público-privada, conta com uma exposição dentro de um vagão, onde encontram-se objetos da ferrovia, como telégrafo, sistemas de segurança, móveis, uniformes, ferramentas diversas, bilhetes de passagens e carimbadores. O museu situa-se em um pátio ferroviário que ainda está em funcionamento, mas com alguns vagões antigos e locomotivas em desuso. O complexo inclui armazéns – um deles transformado em ginásio municipal, com atividades desportivas -, uma vila com as casas dos ferroviários e um clube ativo, que ocupou uma oficina de locomotiva e que hoje tem um teatro para a comunidade.
Em Montevidéu, o percurso no bairro Peñarol iniciou no Museo del Ferrocarril e depois seguiu para o local de residência dos ingleses, que foram os investidores da ferrovia no Uruguai no período entre 1869 até 1914. Ainda no percurso, os integrantes da comitiva conheceram um centro cultural chamado Centro Artesano. que foi construído pela ferrovia, com um teatro aberto à comunidade. O roteiro foi finalizado em uma rotunda que abriga a garagem de locomotivas, com sistema giratório, algumas máquinas recuperadas e carros restaurados pelos membros do Círculo de Estudos Ferroviários.
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(*) São Leopoldo é um do municípios integrantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Conheça mais sobre a rede: https://iberculturaviva.org/rede-de-cidades/
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Assista a um trecho de um dos shows:
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(Fonte: Secretaria de Cultura e Relações Internacionais de São Leopoldo)