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Secretaria Técnica realiza sessões informativas sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais
Em 29, abr 2021 | Em Notícias |
Representantes de municípios, estados e províncias do México e da Argentina têm participado de sessões informativas sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. As reuniões via Zoom são conduzidas por Emiliano Fuentes Firmani, secretário técnico do IberCultura Viva, e Valeria López López e Lisa Moncada, representantes da Direção-Geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do México, que é responsável pela presidência do programa.
Na última sexta-feira, 23 de abril, o secretário técnico, junto com o representante da Argentina ante o programa, Diego Benhabib, teve um encontro por videoconferência com representantes da Secretaria de Integração Regional e Assuntos Internacionais do governo de Jujuy, província do noroeste argentino. Na terça-feira, 27/04, o encontro foi com representantes de governos locais do México: Aideé Santillán Moreno e Raquel Portillo Casarreal, da Secretaria de Cultura da Cidade do México; Eleonora Isunza Gutiérrez e Lidsay Mejía Anzurez, do Ministério do Turismo e Cultura de Morelos; Sergio Téllez Galván, da Direção de Desenvolvimento Social da Câmara Municipal de Xalapa; Elisabeth Casanova García, da Secretaria de Cultura de Tabasco, e Marco Darío García Franco, do Instituto de Cultura de Veracruz.
Na segunda-feira, 26/04, Emiliano Fuentes Firmani, Valeria López López, Lisa Moncada e Manuel Trujillo fizeram uma sessão informativa para Yazmín Pastrana, diretora de Cultura do município de Jojutla (estado de Morelos), que ingressou na Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais com a entrega da carta de adesão assinada por Juan Ángel Flores Bustamante, presidente constitucional de Jojutla. Com a entrada de Jojutla, o México passa a ter três cidades na rede. San Luís Potosí e Zapopan são os outros dois municípios mexicanos que fazem parte da iniciativa desde 2019.
Boas-vindas a Jojutla
Este primeiro encontro com a representante do município de Jojutla começou com uma contextualização, por Valeria López, do programa Cultura Comunitária, lançado em fevereiro de 2019 pela Secretaria de Cultura do México. Voltado para o exercício efetivo dos direitos culturais, o programa do governo mexicano tem entre seus eixos o trabalho com crianças e adolescentes (por meio dos Semilleros Creativos), as interações culturais comunitárias e a promoção da participação cultural comunitária.
Este processo inclui o trabalho que vem sendo realizado com o IberCultura Viva desde dezembro, quando o México assumiu a presidência do Conselho Intergovernamental. As sessões informativas promovidas esta semana, para que mais municípios possam aderir à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, fazem parte da estratégia de fortalecimento dos processos comunitários no país. E Jojutla é um dos municípios priorizados para o programa Cultura Comunitária.
Com uma população de cerca de 55 mil habitantes, Jojutla fica em uma área de plantio artesanal de arroz (os arrozeiros jogam as sementes para o ar, transplantam manualmente, planta por planta). “Muitas famílias dependem do arroz, é uma cultura muito rica porque os tataravós, avós, pais vêm há muito tempo trabalhando nisso… (…) Sinto que depois dessa geração de arrozeiros o cultivo pode se perder, porque os jovens não estão mais trabalhando com o arroz. É um trabalho muito pesado”, disse Yazmin Pastrana no encontro virtual. “Acho que é uma parte importante da cultura de Jojutla que devemos resgatar.”
Segundo a diretora de Cultura, em Jojutla há um antes e um depois do terremoto que atingiu o México em 19 de setembro de 2017. “Os arrozeiros ficaram praticamente um ano sem trabalhar porque o moinho caiu, reduzindo muito a produtividade. Ainda estão trabalhando a 50%, aos poucos foram melhorando em algumas coisas. No entanto, a fábrica ainda está em processo de reconstrução”, afirmou. “O terremoto também foi um divisor de águas porque ficamos sem uma estrutura em que pudéssemos ter, por exemplo, oficinas culturais. O Centro Cultural de Jojutla, por se tratar de uma antiga estação ferroviária, está com problemas legais para reconstruí-la.”
Enquanto não conseguem reconstruir o centro cultural, a prefeitura organiza oficinas de dança, teatro, pintura e cartonería (onde são feitas esculturas de papelão) em uma unidade que se classifica mais como esportiva do que cultural, o que acaba tornando mais difícil levar a população para os workshops. “O que funcionou aqui foi levar as oficinas de papelão às comunidades, para que os mestres da cartonería continuem passando a tradição”, disse a diretora, destacando também o interesse dos jovens pela dança (contemporânea, folclórica e urbana) e a intenção de remodelar um dos espaços do La Perseverancia (centro desportivo e cultural) para aí realizar algumas oficinas de dança e artes plásticas.
Uma vez confirmada a adesão oficial à Rede de Cidades e Governos Locais IberCultura Viva, o próximo passo será pensar um plano de ação a ser realizado em Jojutla ainda este ano, o que poderá estar vinculado ao trabalho com grupos culturais, à prática de dança ou de cartonería, ou alguma outra atividade de interesse da comunidade. A Colônia Santa Maria é uma das comunidades onde se pretende trabalhar com o programa.
Conforme explicou na sessão o secretário técnico do IberCultura Viva, ao aderir à rede o município assume o compromisso de realizar pelo menos duas atividades em conjunto com o programa. “A rede reúne municípios que desenvolvem ou têm interesse em desenvolver políticas culturais de base comunitária, partindo da perspectiva de que trabalhamos principalmente com coletivos organizados (e não com pessoas)”, destacou Emiliano Fuentes Firmani. “Isso não invalida que o município tenha suas políticas voltadas para as pessoas, mas a ideia é que ele possa articular com os grupos – com recursos próprios – o desenvolvimento de uma política cultural de base comunitária”.
Com esta primeira reunião, inicia-se o processo de cumprimento da proposta de atividades de articulação de Jojutla para a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais em 2021. Uma agenda de trabalho conjunta deverá ser anunciada em breve.
Articulação com governos locais
A Rede de Cidades e Governos Locais IberCultura Viva foi oficialmente constituída durante o 3º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado na cidade de Buenos Aires (Argentina) em maio de 2019, após mais de um ano de atividades do Grupo de Trabalho (GT) de Governos Locais formados em Quito (Equador).
Esta iniciativa de articulação com os governos locais surge como linha de ação do IberCultura Viva, por se entender que são as instâncias do poder público mais próximas das organizações culturais comunitárias e dos povos indígenas, principais sujeitos com os quais o programa trabalha. Esta rede procura gerar espaços de reflexão, consensos e histórias comuns sobre o que são políticas culturais de base comunitária e como podem ser melhoradas a implementação e o impacto dessas políticas nos territórios.
Os governos de municípios, departamentos, estados e províncias que aderem a esta rede participam de um espaço de cooperação e intercâmbio, e têm como benefícios a possibilidade de aderir às propostas desenvolvidas pelo programa. Entre elas, convocatórias conjuntas para o Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária ministrado pela FLACSO-Argentina, bem como assessoria para a realização de processos de análise das políticas culturais comunitárias desenvolvidas; a criação de uma agenda de trabalho conjunto que promova as principais atividades de cada governo local; a publicação de relatórios sobre políticas culturais de base comunitária e experiências exitosas desenvolvidas em coordenação com a sociedade civil.
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