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Arquivos Paraguai - IberCultura Viva

12

set
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Intercambiando saberes para a gestão cultural comunitária: os projetos do Paraguai selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023

Em 12, set 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: El Cántaro Bioescuela Popular)

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Os projetos paraguaios selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 darão continuidade a iniciativas bem-sucedidas realizadas em diferentes partes do país em 2022 e 2021. Um deles é a terceira edição dos Intercâmbios de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária, promovidos por El Cántaro BioEscuela Popular (Areguá) desde 2021. Outro é o 2º Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária, que será realizado em Paraguarí, onde se esperam reflexões sobre os avanços do setor desde a edição anterior, que se deu na cidade de Yaguarón em 2022. O terceiro projeto selecionado é o Festi Feria da Red EscuCha, que este ano terá uma edição única, um evento de 12 horas na Plaza de los Desaparecidos, em Assunção, no mês de outubro.

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*Nome da rede ou articulação: Centro de Desarrollo de las Artes y la Cultura Avaré Sumé

*Nome do projeto: 2º Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária

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O 2º Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária, que se realizará na cidade de Paraguarí durante dois dias, pretende reunir umas 150 pessoas, entre gestores/as culturais e artistas comunitários/as, representando cerca de 100 territórios ou espaços culturais do Paraguai. A intenção é poder aproveitar estes espaços para dialogar e refletir sobre o avanço da gestão cultural comunitária, tendo em conta o 1º Encontro Nacional, realizado em 2022 na cidade de Yaguarón.

O evento tem como objetivo consolidar a plataforma nacional de gestão cultural comunitária do Paraguai, e levantar propostas para a inclusão de ações concretas que favoreçam o setor de cultura viva comunitária. Espera-se a participação de espaços culturais comunitários, bem como de representantes dos governos locais, departamentais e nacionais empenhados em seguir uma linha de ação comum em favor do fortalecimento dos territórios.

No encontro serão realizadas as seguintes atividades: círculo da palavra; intercâmbio de experiências em gestão cultural comunitária; exposição de gestores/as culturais de comunidades indígenas, afrodescendentes e camponesas; feira comunitária e fogueira artística cultural. A fogueira e a feira serão atividades abertas à comunidade. Nas demais, participarão pessoas inscritas no encontro.

   (Fotos: 1º Encontro Nacional de Gestão Cultural Comunitária, Yaguarón, 2022)

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Organizações participantes

O Centro de Desarrollo de las Artes y la Cultura Avaré Sumé, que figura como órgão responsável pelo projeto, é membro da Mesa Técnica de Cultura Viva Comunitária coordenada pela Secretaria Nacional de Cultura e é membro fundador da Federação das Entidades Culturais do 9º Departamento de Paraguarí (Fedec). Esta rede de cultura conta com 31 anos de experiência em gestão cultural comunitária, reunindo 17 espaços culturais, localizados no 9º Departamento de Paraguarí, em áreas urbanas e rurais.

Desde a sua criação, a FEDEC ativou novos espaços culturais em vários bairros do departamento e colaborou em oficinas de dança, teatro, memória oral e na valorização e revitalização do patrimônio cultural das antigas estações ferroviárias de Paraguarí, Pirayù e Caballero. Também organizou feiras de artes e festivais regionais e promoveu oficinas de Círculos da Palavra em quatro municípios.

(Foto: Koreko Guá)

Koréko Guá é uma escola comunitária de teatro fundada em 2013 em Paraguarí. Dedicada à formação de atores e atrizes de teatro com perfil comunitário, realiza oficinas de atuação para crianças e oficinas de animação sociocultural em comunidades vulneráveis ​​do meio rural. Além de participar de oficinas comunitárias de cinema, coopera com seus pares de outras comunidades na formação de grupos de teatro. É membro da Plataforma Nacional de Grupos de Teatro Comunitários do Interior.

Jakaira Org Desarrollo, outra organização participante do projeto, foi criada em 2003 em Itauguá e desde então tem colaborado com diversos grupos e associações comunitárias para capacitar temas de arte comunitária, arte social e educação pela arte. Também tem trabalhado em comunidades rurais para a capacitação de suas culturas e modos de vida comunitários, e liderado projetos em áreas vulneráveis, junto com outras organizações sociais, em planos e programas sobre o uso da água.

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*Nome da articulação: Intercambio de Saberes para la Gestión Cultural Comunitaria

* Nome do projeto: 3ª Edição Intercâmbio de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária

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A 3ª edição dos Intercâmbios de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária pretende continuar o percurso pelo Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária para aprofundar seus principais conceitos e trajetórias. A intenção é continuar construindo juntos os significados de cultura, comunidade e território, descobrindo práticas culturais comunitárias e identificando espaços de vivência de experiências de territórios para o bem viver.

Um dos objetivos desses intercâmbios é continuar a construir a identidade de uma futura rede de organizações, grupos e/ou agentes culturais que pretendem atuar na comunidade. Com estas reuniões espera-se articular e fortalecer a Rede CVC do Paraguai, a fim de influenciar a visibilidade e o fortalecimento das organizações de base comunitária em nível local e nacional. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai e do Centro Cultural da Espanha Juan De Salazar.

Com base em levantamentos feitos durante os intercâmbios de 2021 e 2022, este ano os encontros serão reduzidos a quatro (em 2022 foram sete; em 2021, oito), realizados de maneira intensiva (8 horas). A ideia é promover o ciclo em formato itinerante, passando por quatro espaços culturais comunitários diferentes. Dois desses encontros serão na Comunidade Kamba Cua (Fernando de la Mora) e nas instalações de El Cántaro BioEscuela Popular (Areguá).

Durante este ciclo de intercâmbios, será distribuída aos participantes uma edição especial do livro “Pontos de Cultura: Cultura Viva em Movimento” (Edições RGC), de Célio Turino, impressa especialmente para estes intercâmbios. Também será distribuído material elaborado a partir da convocatória “Telar de Voces de las Culturas Vivas Comunitarias”, que recebeu 21 histórias de experiências escritas por seus próprios protagonistas (10 serão incluídas na compilação).

Além disso, propõe-se melhorar a qualidade e ampliar a série de podcasts “Saberes Comunitários”, iniciada nas edições anteriores a partir de conversas surgidas durante e antes dos encontros. A ideia é agregar vozes de outros atores do território, iniciando um banco de experiências e entrevistas sobre processos culturais territoriais do setor.

As apresentações que serão feitas no âmbito desta terceira edição dos intercâmbios deverão estar relacionadas com as seguintes problemáticas ou ferramentas: medição de impacto, empoderamento local, sustentabilidade, sistematização, educação popular, comunicação popular e não violenta, diversidade, memória comunitária e justiça restaurativa, Cultura Viva Comunitária (esta lista foi extraída dos formulários de avaliação feitos por participantes dos intercâmbios de 2021 e 2022).

   (Fotos: 2ª Edição dos Intercâmbios de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária, 2022)

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Organizações participantes

El Cántaro BioEscuela Popular, a organização responsável pelo projeto, é uma comunidade de aprendizagem, local de união entre cultura e comunidade, de oficinas de artes, artesanato e conscientização socioambiental na cidade de Areguá. O espaço conta com biblioteca popular, salão polivalente (Oga Guasú), sala de produção artesanal e gastronomia, sala de tecnologia social e armazém de arte, onde são oferecidos produtos artesanais.

Criada em 2007, a bioescola foi construída pela própria comunidade e oferece a mais de 1.000 meninos, meninas, jovens e adultos a oportunidade de desenvolver não apenas expressões artísticas, mas também aspectos integrais dos valores comunitários. Isso é feito por meio de uma ampla variedade de oficinas, atividades socioculturais e palestras de acesso gratuito que conectam pessoas de todas as idades.

O Grupo Tradicional San Baltazar de Kamba Cua, que participa deste projeto com El Cántaro, foi criado em 2011 na cidade de Fernando de la Mora, tendo como área de atuação o resgate e valorização da cultura afro. Sua dança e seus tambores são um instrumento de desenvolvimento comunitário para os moradores afrodescendentes de Kamba Cua e do Paraguai.

A proposta também conta com a participação de Emerger Teatro, organização que foi criada em 2018 em San Antonio e que se define como uma organização comprometida com a comunidade e que presta serviços a outras organizações e instituições com responsabilidade social, através da arte.

(Foto: Grupo Tradicional San Baltazar de Kamba Cua)

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* Nome da rede ou articulação: Red EscuCha (Espaços Culturais do Centro Histórico de Assunção)

* Nome do projeto: Festi Feria de la Red EscuCha 2023

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A Rede de Espaços Culturais do Centro Histórico de Assunção (Rede EscuCha) reúne 10 espaços autogeridos, cuja área territorial está delimitada no Centro Histórico da capital paraguaia: La Caósfera, Mango Tango, La Chispa, El Agujero de Vysoka , Casa Karaku, Literaidade, Multiarte, Nhi-Mu, Sala La Correa e Obradora Cultural. Desde a sua formação em 2018, a rede tem realizado diversas atividades, com destaque para as feiras, nas quais participam artesãos/ãs e artistas de diversas disciplinas (música, performance, dança, etc.).

Em 2021, foram realizados cinco Festi Ferias da Rede EscuCha. Em 2022, foram três. Nestes dois anos, as feiras contaram com o apoio da Secretaria Nacional de Cultura, através do programa Pontos de Cultura. Para 2023, a Rede EscuCha propõe a realização de uma edição única da Festi Feria, em um evento de 12 horas na Plaza de los Desaparecidos, no mês de outubro.

As Festi Feiras contemplam três espaços: o palco, onde artistas emergentes e consagrados/as expõem os seus trabalhos; a feira, onde artesãos e artesãs oferecem a sua produção, e onde também são oferecidos outros tipos de produtos (gastronomia, economia circular); as oficinas e palestras, que acontecem paralelamente e oferecem atividades de interação com o público (oficina de percussão, oficina de graffiti, etc.).

(Foto: Red EsCuCha)

Nesta edição de 2023, pretende-se consolidar o evento como local de referência para a população do Centro Histórico de Assunção, após (nas edições anteriores) fortalecer os vínculos dos espaços em rede com os bairros próximos, integrando a participação dos bairros na organização das apresentações, além de proporcionar atividades interativas de participação (rodas de leitura, aulas de dança, minioficinas abertas, etc.).

Entre os resultados esperados estão a ativação do espaço público no Centro Histórico de Assunção, a revitalização de propostas de acesso à produção artística e cultural local, bem como a consolidação do processo de crescimento da Rede EscuCha e a reafirmação do vínculo dos espaços que compõem a rede com os bairros. Além de fazer parte do programa Pontos de Cultura, a Rede EscuCha participa da Mesa Técnica de Cultura Viva, organizada pela Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai.

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Organizações participantes

La Caosfera, fundada em 2015 na cidade de Assunção, é um espaço cultural autogerido e multidisciplinar, com ênfase nas artes cênicas. Ali são realizadas oficinas, concertos, peças teatrais e outras apresentações teatrais, além de feiras, encontros organizacionais e encontros comunitários e culturais em geral. No pátio existe uma horta biológica, iniciada para promover o autoconsumo e a viabilização da alimentação saudável na cidade.

O espaço também funciona como centro de coleta e distribuição da Rede Agroecológica, proposta de troca de comércio justo que reúne dezenas de produtores agroecológicos, artesãos, empreendimentos culinários e outras áreas, à qual La Hilaria adere desde 2019. Em 2021, torna-se um espaço multidisciplinar onde atua La Mutante Taller, na área da carpintaria, outra área de manutenção do espaço.

La Chispa, que também existe desde 2015 em Assunção, tem sido palco de diversas expressões artísticas e culturais e espaço de encontro de artistas com conteúdo político e dissidente. Todas as suas atividades são gratuitas e na rua. La Chispa busca incentivar o uso dos espaços públicos, recuperar a rua e devolvê-la à população, para que o Centro Histórico de Assunção possa voltar a ser o coração da cidade. A intenção é que toda a rua seja palco de novos espaços culturais e artísticos para ampliar e enriquecer esta experiência, onde sejam promovidas práticas em prol de espaços de proteção contra a violência e contra todos os tipos de discriminação.

Nhi-Mu Teatro Aéreo, grupo de Assunção criado em 1997, é inspirado na companhia argentina ‘De la Guarda’, abrindo um leque de oportunidades aos amantes do teatro aéreo e aos aspirantes a intérpretes de palco. A principal proposta do Nhi-Mu é apostar no teatro alternativo e promover uma rede de oficinas, para que quem queira fazer teatro alternativo tenha um espaço de formação e aulas específicas de representação, como as oficinas de alpinismo, trapézio e cordas acrobáticas.

Outros espaços culturais da Rede EscuCha são: Manga Tango, centro cultural que nasceu em 2016 em um pátio do Bairro Jara e que hoje chamam de “Casa Cultura” no Centro Histórico de Assunção; Multi Arte, galeria de arte e espaço cultural alternativo e autogerido que foi fundadi em 1997 e oferece oficinas para crianças, jovens e adultos; Obradora Cultural, espaço sociocultural que surgiu em 2019 e desenvolve suas atividades em torno de três eixos temáticos: Arte, Consciência e Permacultura.

A rede também conta com a participação de Literaity, espaço fundado em 2017 que acolhe encontros literários, recitais de poesia, concertos, oficinas, rodas de conversas, peças de teatro, exibição de filmes, exposições, festas, entre outras atividades. O Centro Cultural Comunitário El Agujero de Vysoka, inaugurado em 2019, é outro integrante dessa articulação, assim como a Sala La Correa, espaço teatral do circuito independente iniciado em 2020, e a Casa Karaku, um espaço cultural autogerido de convívio comunitário, criado em 2015 por um grupo de teatro e que tem realizado iniciativas de diversas disciplinas (literatura, teatro, dança, música, audiovisual, artes plásticas).

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