Arquivos gestão cultural - IberCultura Viva
16 propostas de intercâmbio foram selecionadas no edital IberEntrelaçando Experiências 2024
Em 17, out 2024 | Em Destaque, Editais, IberEntrelaçando Experiências, Intercâmbios, Notícias | Por IberCultura
(Foto: Arquivo do Colectivo Runapacha e Kusikui, atividade autogestionada)
O programa IberCultura Viva publicou nesta quinta-feira, 17 de outubro, o resultado final da edição 2024 da convocatória IberEntrelaçando Experiências. Das 21 propostas de intercâmbio enviadas à plataforma Mapa IberCultura Viva durante o período de inscrição, 16 foram selecionadas.
Este edital, que coloca em circulação os projetos do Banco de Saberes Culturais e Comunitários IberCultura Viva, tem um valor total de 31 mil dólares. Como estabelecia o regulamento, a seleção final contemplou como critério a diversidade cultural, garantindo que fossem selecionados, em primeiro lugar, projetos provenientes de diferentes países.
As 16 propostas selecionadas têm como anfitriãs organizações culturais comunitárias de Argentina (2), Brasil (2), Colômbia (2), Costa Rica (1), Equador (1), Espanha (2), México (3), República Dominicana (1) e Peru (2). Esses intercâmbios serão realizados entre novembro e janeiro de 2025
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Confira a ata com a lista de propostas selecionadas
A seguir apresentamos as propostas selecionadas nesta edição da chamada. Os países destacados são os das organizações que se apresentam como anfitriãs.
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ARGENTINA
O Centro Cultural La Piojera recebe “Itinerarte – Oficina de Planejamento e Produção de Eventos Comunitários, Culturais e Artísticos em Espaços de Bairro”, de Más Música, Menos Balas (México)
Onde será realizado o intercâmbio: Cidade de Córdoba (Argentina)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Gabriela Belén Palacios e Claudio Germán García
Organização responsável: Más Música, Menos Balas
Más Música, Menos Balas é um movimento que busca promover a paz e a prevenção da violência por meio da música e outras expressões artísticas. Começou em 2011 em Acapulco (Guerrero, México), e também teve impacto em Jalisco, com atividades como intervenções artísticas em espaços públicos, exposições de arte, concertos, apresentações de livros, oficinas culturais, educativas e recreativas para a comunidade, além de projetos de desenvolvimento comunitário e espaços de diálogo e organização de feiras. Atualmente, a organização faz parte do Grupo Impulsor do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias, que será realizado em abril de 2025 no México.
A proposta: Com a oficina “Itinerarte”, a organização pretende mostrar como os eventos comunitários, culturais e artísticos em espaços de bairro podem ser ferramentas poderosas para fortalecer a coesão social e promover a paz. Alguns aspectos-chave incluem a identificação das necessidades locais e a concepção criativa de eventos que reflitam a diversidade cultural e incentivem a participação ativa. No final da oficina, as pessoas participantes estarão mais bem preparadas para organizar eventos culturais inclusivos e significativos nos seus bairros, em diferentes formatos que permitem a itinerância.
Quem recebe
O Centro Cultural La Piojera é um cinema e teatro histórico recuperado por iniciativa e luta de vizinhas e vizinhos. Por meio da Portaria nº 12.976, La Piojera adquiriu uma modalidade de administração única na Argentina, baseada em um espaço de cogestão e participação comunitária. A experiência de governança do município com organizações e instituições da cidade de Córdoba é um marco de participação comunitária para a região. La Piojera é um “Bem de Interesse Histórico Nacional”, declarado pela Comissão Nacional de Monumentos, Lugares e Bens Históricos.
Desde a sua reabertura, em 2019, ali se desenvolve intensa atividade, focada na ampliação do acesso a experiências culturais para setores populares. Escolas, centros de repouso, vizinhos e vizinhas reúnem-se ali com diferentes expressões artísticas, como cinema, dança, teatro e música, gratuitamente.
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A Associação Diversidad Valiente Santiagueña (Di.Va.S) recebe a “Clínica Intensiva de Práticas Arquivísticas Pessoais”, da associação Archivo Memoria Trans (Buenos Aires)
Onde será realizado o intercâmbio: Santiago del Estero (Argentina)
Quem viaja
Facilitadora: Carolina Nastri
Organização responsável: Arquivo da Associação Civil da Memória Trans
A Associação Civil Archivo de Memória Trans é um espaço de proteção, construção e reivindicação da memória trans. O material gravado vai do início do século XX até o final da década de 1990. Seu acervo preserva uma coleção que inclui memórias fotográficas, cinematográficas, sonoras, jornalísticas e peças diversas, como carteiras de identidade, passaportes, cartas, bilhetes, arquivos policiais, artigos de revistas e diários pessoais.
A proposta: A “Clínica Intensiva de Práticas Arquivísticas Pessoais” prevê duas sessões, nas quais se abrirá um processo de trabalho colaborativo, como laboratório de ideias, para refletir sobre as possibilidades e limitações oferecidas pelos documentos arquivísticos, e compreender seu valor documental e historiográfico das fotografias e documentos. (Quando e como criamos arquivos? Quais são os nossos percursos, as nossas referências, as nossas bibliografias? Quem nos ensina? Quem escreve as histórias?)
Quem recebe
Diversidad Valiente Santiagueña (Di.Va.S) é uma associação civil sem fins lucrativos cujas atividades centrais são a sensibilização, informação e formação em torno da defesa dos direitos das pessoas LGBTIQ+. Sua sede, a Casa da Diversidade, na capital Santiago del Estero, é referência provincial e regional no tema e conta com um Arquivo da Memória das Mulheres Trans em Santiago del Estero, que constitui um espaço de conservação e construção do coletivo.
Este intercâmbio visa capacitar a comissão responsável pelo arquivo, a fim de: a) Aumentar os registros digitais (fotos, histórias, documentos) para outras dissidências, como lésbicas, homens trans e pessoas não binárias; b) Reforçar as capacidades de gestão, saberes e conhecimentos sobre questões arquivísticas; c) Abordar os problemas enfrentados pelas dissidências, desenvolvendo conteúdos que dêem visibilidade aos direitos sexuais, reprodutivos e laborais, à militância do grupo na sua luta pelo prolongamento da esperança de vida, pelo acesso à educação, à habitação digna e a uma maior participação política.
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BRASIL
O Ponto de Cultura Oficinativa/AfroEscola recebe a oficina “Criação de livros infantis com visão intercultural”, da Associação Runapacha (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Santo André, São Paulo (Brasil)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Tisoy Tandioy e Juan Camilo Ruiz Eraso
Organização responsável: Asociación Runapacha (Colômbia)
A Associação Runapacha é um grupo formado por mulheres e homens da comunidade Inga de Santiago Putumayo, que desde 2019 buscam promover o fortalecimento do conhecimento ancestral por meio da cultura, das artes, da literatura e do audiovisual, com foco especial nas línguas ancestrais das comunidades (Inga, Kichwa ou Runa Shimi). Na Biblioteca Rural Itinerante Taita Gabriel Tisoy, localizada em seu território, desenvolvem atividades culturais baseadas em suas tradições e língua ancestral.
A proposta: O objetivo da oficina proposta pela Associação Runapacha no Banco de Saberes IberCultura Viva é fornecer princípios para a criação de livros infantis a partir do conhecimento das comunidades, de suas experiências, de seu território e de suas línguas.
Quem recebe
A AfroEscola existe como coletivo e iniciativa sociocultural desde 2006 e se preocupa em dar visibilidade e valorização às africanidades, originais e da diáspora, ancestrais e contemporâneas, pesquisando e compartilhando tecnologias, saberes e fazeres em diversas áreas da vida: alimentação, habitação, mobilidade, educação, saúde, turismo, lazer, geração de renda/trabalho, etc.
Segundo eles, o intercâmbio com a Associação Runapacha será importante para poder aprender/melhorar a questão das publicações de suas próprias memórias, de modo sustentável e criativo, e também como estímulo para investigar mais profundamente as línguas afro e indígenas de seus territórios.
Com os facilitadores da oficina pretendem realizar estudos sobre suas origens ancestrais indígenas; produzir itens de literatura étnica; apreciar materiais e conteúdos dos povos ameríndios; coletar depoimentos e imagens para seu acervo memorial e promover o intercâmbio de materiais simbólicos de suas culturas.
O Centro Cultural Ilê Asé Iya Oju Omi recebe a oficina “Bem viver na cidade: recuperação de saberes ancestrais, práticas bioculturais e artes comunitárias”, do Ponto de Cultura Arena y Esteras (Peru)
Onde será realizado o intercâmbio: São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro (Brasil)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Ana Sofia Pinedo Toguchi e Cesar Arturo Mejia Zuñiga
Organização responsável: Asociación Taller de Educación y Comunicación a través del Arte Arena y Esteras (Peru)
Criada em 1992, Arena y Esteras é uma organização formada por pessoas de Villa El Salvador e Lima Sul, que, por meio do teatro comunitário, do circo social, das artes vivas e da comunicação popular, buscam tornar visíveis os problemas estruturais, valorizar as culturas locais e promover processos de recuperação de saberes ancestrais para fortalecer as comunidades.
A proposta: A Escola de Bem Viver Urbano é uma proposta que integra práticas bioculturais: hortas, compostagem, ligações com rios, morros, junto com rituais urbanos (cerimônias, huacas, mitos), bem como a recuperação de saberes e artesanatos (tecelagem, cura com ervas, alimentos tradicionais, sementes). Essas aprendizagens são articuladas por meio de processos criativos que incluem o teatro comunitário e o circo social como alavancas que permitem processar afetivamente os saberes e compartilhá-los em ambientes urbanos de forma lúdica e dinâmica.
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Quem recebe
Criado há mais de 20 anos, o Ilê Asé Iya Oju Omi é o primeiro Ponto de Cultura afro e indígena de São Pedro da Aldeia (Rio de Janeiro), também reconhecido como “Ponto de Memória” pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). É uma comunidade matriarcal voltada para o sagrado feminino que reverencia Oxum e Oxóssi, um terreiro de acolhimento, ativista das causas raciais, preservando a memória coletiva afro-diaspórica e dos povos originários. O terreiro atua na região das baixadas litorâneas como um polo de salvaguarda do patrimônio afro brasileiro, beneficiando diretamente em torno de 50 agentes comunitários.
O intercâmbio com o Ponto de Cultura Arena y Esteras busca valorizar saberes ancestrais, se reconectar com a natureza e a cultura, além de fortalecer as/os integrantes do Ilê por meio do teatro comunitário, do circo social e de práticas bioculturais. Estas atividades reforçarão o papel da casa como espaço de preservação cultural e fortalecimento comunitário.
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COLÔMBIA
A Fundação Changuito Visual recebe o projeto “Ponto de Gestão Cultural Comunitário”, da Fundación Comunidad Contemporánea (Argentina)
Onde será realizada o intercâmbio: Vale do Cauca, Cali (Colômbia)
Quem viaja
Facilitador: Cristian Coronel
Organização responsável: Fundación Comunidad Contemporánea
A Fundación Comunidad Contemporánea teve início em 2004, em Quilmes (Argentina), e foi oficialmente instituída em 2019. Tem como missão promover a cidadania ativa e participativa por meio de programas educacionais, artísticos, sociais, culturais, de pesquisa e cooperação, abrangendo seis eixos estratégicos: Cultura Livre, Soberania Audiovisual, Comunicação Alternativa, Arquitetura Comunitária, Práticas Sociais Educacionais e Redes de Cooperação.
A proposta: O Ponto de Gestão Cultural Comunitário busca trabalhar problemas relacionados à aprendizagem de práticas comunitárias e construir metodologias baseadas na autogestão, na ajuda mútua e no território. É um espaço de encontro de agentes culturais, focado no aprendizado comunitário por meio de oficinas, buscando a criação de projetos conjuntos. Está previsto um sistema de práticas que incentive o intercâmbio e a implementação de projetos no território.
Quem recebe
Changuito Visual é um laboratório itinerante de educomunicação da cidade de Cali, empenhado em promover projetos político-pedagógicos de participação de crianças e adolescentes, focados no real protagonismo nas questões que os afetam. O objetivo é proporcionar espaços de aprendizagem, reflexão e ação onde as crianças desenvolvam, potencializem e fortaleçam competências criativas e socioemocionais baseadas em diferentes técnicas de comunicação, que lhes permitam, por um lado, reconhecerem-se como sujeitos de direito, e por outro, expressar livremente seus sentimentos e pensamentos em relação ao contexto em que vivem. A fundação criou diferentes metodologias de pesquisa-ação participativa com as crianças de Cali e suas periferias, como a Amarelinha da Participação Infantil, a Gincana Abya Yala e os Colaboradores Transmídia de Gráfica “Anti-adultista”.
Segundo a organização anfitriã, este intercâmbio será uma oportunidade valiosa para fortalecer os laços entre agentes sociais, artistas e associações civis e enriquecer novas práticas pedagógicas a partir de seus enfoques na cultura livre, na soberania audiovisual e na comunicação alternativa.
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A Associação Runapacha recebe o laboratório/oficina “Dance do seu jeito, o corpo como texto”, da Asociación Cultural Akántaros (Espanha)
Onde será realizado o intercâmbio: Santiago, Putumayo (Colômbia)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Laura Szwarc e Mario Muñoz
Organização responsável: Asociación Cultural Akántaros
Akántaros é uma associação multicultural e transdisciplinar dedicada à arte e à educação. Um coletivo que realiza ações baseadas em metodologia laboratorial como espaço de pesquisa, experimentação e criação, em constante diálogo com o contexto e seus imprevistos. O trabalho de Akántaros é realizado desde 2000 em constantes ações participativas e processos comunitários.
A proposta: A dança nos mostra a linguagem do corpo. Cada corpo, através da dança, amplia e investiga suas possibilidades de movimento e quietude, seus gestos, posturas, tons, destrezas e habilidades. A proposta consiste em criar um laboratório/oficina onde a dança é refletida e colocada em prática como manifestação de fruição e o corpo como texto. Uma oportunidade de dançar sem limites de idade, fisionomia corporal ou capacidades físicas. A ideia é oferecer às pessoas participantes ferramentas para descobrir e fortalecer um canal de comunicação e expressão.
Quem recebe
A Associação Runapacha é um grupo formado por mulheres e homens da comunidade Inga de Santiago Putumayo, que desde 2019 buscam promover o fortalecimento do conhecimento ancestral por meio da cultura, das artes, da literatura e do audiovisual, com foco especial nas línguas ancestrais das comunidades (Inga, Kichwa ou Runa Shimi). Na Biblioteca Rural Itinerante Taita Gabriel Tisoy, localizada em seu território, desenvolvem atividades culturais baseadas em suas tradições e língua ancestral. Além disso, apoiam a linha de pesquisa escrita, ilustrada e audiovisual em três línguas (inga, kichwa e espanhol) de símbolos da tecelagem artesanal “chumbe” em sua comunidade Inga. O livro “Historias cortas en inga y kichwa para niñas y niños”, de autoria do coletivo, foi apresentado na Feira Internacional do Livro de Bogotá, em abril de 2024.
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COSTA RICA
A Prefeitura de Alajuelita, em parceria com a Fundação Keme, recebe o projeto “EVA (Em Voz Alta): Redes Feministas de Bairro”, da Associação Civil Ni Una Menos Santiago del Estero (Argentina)
Onde será realizado o intercâmbio: Alajuelita, San José (Costa Rica)
Quem viaja
Facilitadoras: Gabriela del Pilar Yauza e Ana Virgínia Sequeira
Organização responsável: Associação Civil Ni Una Menos Santiago del Estero (Argentina)
Um dos objetivos do Ni Una Menos é capacitar, promover e divulgar a perspectiva de gênero, os direitos humanos e a inclusão social a partir da interseccionalidade. Propõe-se também conceber, gerir e implementar projetos de intervenção social que permitam desenvolver e/ou sistematizar experiências feministas em diferentes territórios.
A proposta: “EVA (em voz alta): Redes Feministas de Bairro” é um espaço de cuidado para quem cuida, é uma oficina que desenvolve conteúdos sobre desigualdades de gênero, incentiva a escuta e a produção de histórias que contem experiências de mulheres em bairros populares. Essa experiência vem se desenvolvendo desde 2019.
Quem recebe
A Municipalidade de Alajuelita/Unidade de Gestão Cultural propôs este intercâmbio em coordenação com a Fundação Keme, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo principal é usar a arte e a ecologia como ferramentas para a mudança social.
Desde 2019, o governo local conta com uma política cultural que foi construída a partir da base comunitária e que tem levado o cantão a participar de espaços para fortalecer diferentes processos culturais no território.
As comunidades de Alajuelita têm uma longa história de trabalho conjunto e estão passando por um processo de reorganização para o qual, segundo elas, conhecer e se apropriar do EVA como ferramenta seria estratégico, oportuno e valioso. O público-alvo desta proposta serão os membros da Rede de Gestores Culturais de Alajuelita, os cinco Núcleos de Ação Cultural Comunitária, organizações comunitárias, coletivos locais e funcionários públicos.
EQUADOR
O Centro Shuar Samikim/Comunidade Samikin recebe a oficina “Patrimônio cultural no palco: Jogo cênico para contar histórias”, do Coletivo Alcapate (El Salvador)
Onde será realizado o intercâmbio: Paróquia Macuma, Cantão Taisha, Província Morona Santiago (Equador)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Astrid Francia e Oscar Guardado
Organização responsável: Coletivo Alcapate (El Salvador)
O Coletivo Alcapate surgiu em 2011 a partir de um projeto de formação de elenco de teatro comunitário na comunidade indígena do cantão Sisimitepet, no município de Nahuizalco, a partir da revalorização das expressões de seu patrimônio cultural imaterial. Posteriormente continuaram a realizar estas ações em comunidades das zonas urbanas e rurais de El Salvador, nos distritos de Soyapango, Ilopango, Panchimalco e Usulután.
A proposta: O objetivo desta oficina é realizar um trabalho de reflexão coletiva com base no que significa cultura e identidade na comunidade, nas expressões do património imaterial local, para ter consciência da valorização ou reconhecimento social deste património e de sua importância na comunidade. A partir disso, serão identificadas expressões culturais que apresentam ameaças ao seu desenvolvimento e serão partilhadas estratégias de salvaguarda da memória coletiva. No final, será criado um exercício cênico com a comunidade.
Quem recebe
O Centro Shuar Samikim, também conhecido como Comunidade Samikim, é uma organização comunitária Shuar que reúne os bairros Yamaram, San José, San Juan, Chiriap e Wisum. Com uma área de 2.450 hectares, é habitada por cerca de 40 famílias, que juntas somam cerca de 400 pessoas. A comunidade tem 20 anos de história e conta com dois grupos de dança tradicional Shuar (Yusa Dance Group e Tiwia Culture Dance Group) e um grupo de teatro. Em 2023, a Escola de Teatro Intercultural Shuar foi realizada por iniciativa do Grupo de Teatro Tsapnin Jintia.
Pela proposta apresentada, o intercâmbio de saberes será mútuo. Os três grupos artísticos Samikim compartilharão suas danças e apresentações teatrais no início e no encerramento da oficina e ensinarão à dupla de facilitadores como dançar a dança Shuar. Além disso, durante os seis dias de convivência, serão compartilhados a visão de mundo, o conhecimento, o artesanato e a paisagem cultural da Cachoeira Samikim.
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ESPANHA
O Teatro Comunitário El Gancho recebe a oficina “Gestão e produção de projetos comunitários: Uma arte essencial e quase sempre invisível”, da Associação Civil Matemurga (Argentina)
Onde será realizado o intercâmbio: Zaragoza (Espanha)
Quem viaja
Facilitadora: Andréa Hanna
Organização responsável: Asociación Civil Matemurga (Argentina)
A Matemurga nasceu em 2002 a partir de um apelo da sua diretora, Edith Scher, aos ouvintes do programa de rádio “Mate Amargo”. Com o tempo, o grupo se tornou independente do programa e em 2006 começou a se enraizar em Villa Crespo, onde é formado por 90 vizinhos e vizinhas de todas as idades. O grupo tem em seu repertório uma série de espetáculos (“Herido barrio” é o maior, com mais de 50 apresentações já realizadas), uma orquestra (La Orquesta del Mate, formada por 25 vizinhos/as), um grupo de vizinhos/as marionetistas (Los Títeres del Mate), um espaço de dança e outro espaço de teatro para adolescentes. Além disso, possui três livros publicados: Matemurga 2002-2012, Matemurga 15 anos e Matemurga com a alma. Histórias das janelas.
A proposta: A oficina “Gestão e produção de projetos comunitários: Uma arte essencial e quase sempre invisível” se propõe como um espaço teórico-prático que se baseia em projetos específicos que as organizações anfitriãs estão realizando ou pretendem realizar. Os conteúdos serão abordados através da partilha, como testemunho, da área de gestão e produção do grupo de teatro comunitário Matemurga Asociación Civil, como boa prática de democracia cultural.
Quem recebe
O Teatro Comunitário El Gancho (Asociación Cultural Promoción del Teatro Comunitario) é um grupo de Zaragoza, em funcionamento desde 2015. Seguindo a linha do teatro comunitário argentino, já que seus coordenadores foram formados em grupos de lá, eles realizam espetáculos e eventos com forte cunho territorial. É um grupo intergeracional, com pessoas dos 10 aos 72 anos, e que trabalha em rede com outros grupos artísticos comunitários e organizações sociais de seu bairro e cidade. Fundadores da Rede de Teatro Comunitário, que integra grupos com características semelhantes na Espanha, seus membros trabalham numa perspectiva de transformação social e com o objetivo de melhorar a vida das pessoas e do bairro, recuperando a memória e reforçando a identidade do território.
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O Teatro Social e de Gênero Calincha recebe a oficina “Eros e Thanatos em Gabo – Narrar para curar: um legado da Colômbia para o mundo”, do Encuentro de Voces (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Comarca de la Vera, província de Cáceres (Extremadura, Espanha)
Quem viaja
Facilitadora: Liliana Zapata
Organização responsável: Encuentro de Voces (Colômbia)
O “Encontro de Vozes, onde a sua voz é a minha voz” é um espaço de contação de histórias que nasceu em 2009 em Medellín, como resposta à crescente onda de mortes e insegurança na cidade. Este espaço artístico e cultural nasceu no bairro Castilla, com a missão de ser um lugar para sonhar com um mundo ideal, “cheio de fantasia e cor, cheiro e sabor”, onde, através das palavras e da interação, se “possa voar através lugares mágicos”, como alternativa para aproveitar o tempo livre de forma saudável, positiva e produtiva.
A proposta: Inspirado na obra de Gabriel García Márquez, o projeto “Contar histórias para curar” visa usar a narrativa e o realismo mágico como ferramentas para capacitar emocionalmente as comunidades. Entre os conteúdos a serem desenvolvidos estão oficinas de escrita criativa; leitura de obras de García Márquez em espaços comunitários; bate-papo sobre o poder curativo das histórias e da criação de bibliotecas comunitárias. Por fim, será proposta uma discussão sobre as histórias compartilhadas, explorando temas comuns, emoções partilhadas e como as histórias podem ser ferramentas poderosas para a cura pessoal e coletiva.
Quem recebe
Calincha é uma associação de profissionais que trabalham com teatro social e de gênero há mais de 18 anos. Situada na província de Cáceres (Extremadura), a organização trabalha a coeducação como modelo para construir relações de equidade, sem discriminação nem violência de gênero, promovendo o teatro social como ferramenta de intervenção, favorecendo a igualdade de oportunidades para todos. A Rota do Teatro Mulheres de La Vera é uma das atividades que têm se desenvolvido nos últimos anos.
Suas integrantes valorizam o realismo mágico e, com esse intercâmbio, esperam oferecer um espaço para as mulheres imaginarem novas possibilidades e transformações em suas vidas. A intenção é que os elementos fantásticos deste estilo narrativo possam servir como metáforas para as suas lutas e esperanças, ajudando as participantes a recontextualizar a sua dor e a encontrar significado nas suas histórias.
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MÉXICO
Más Música, Menos Balas recebe a oficina “Como construir participação autêntica das comunidades”, do Ponto de Cultura El Cántaro BioEscuela Popular (Paraguai)
Onde será realizado intercâmbio: Zapopan, Jalisco
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Joe Giménez e Gustavo Diaz
Organização responsável: Fundação El Cántaro BioEscuela Popular
El Cántaro BioEscuela Popular é uma comunidade de aprendizagem sem fins lucrativos localizada em Areguá, Paraguai, que desde 2007 trabalha pela transformação social por meio da arte, da educação crítica e da cultura. A organização é um Ponto de Cultura que oferece diversas oficinas criativas populares e atividades socioculturais com acesso gratuito a crianças, jovens e adultos da comunidade.
A proposta: O que se propõe é compartilhar a experiência desses 17 anos de trabalho para motivar outras iniciativas, acrescentar outras perspectivas e também partilhar erros. Com uma metodologia participativa e experiencial, combinando sessões teóricas com atividades práticas, a proposta prevê uma introdução à cartografia social como ferramenta de compreensão do território; a elaboração de mapas simbólicos que representam a identidade, os valores e os desafios das comunidades participantes, e um percurso pelo território para observar e documentar as suas características, recursos e dinâmicas sociais. Serão também partilhadas técnicas de realização de entrevistas e enquetes participativas, além dos conceitos e princípios da mediação cultural comunitária como ferramenta para resolver conflitos e promover a interculturalidade.
Quem recebe
Más Música, Menos Balas é um movimento cultural e social que busca promover a paz e a prevenção da violência por meio da música e outras expressões artísticas. Originou-se em 2011 em Acapulco (Guerrero, México), e também teve um impacto significativo em Jalisco, onde cresceu e se tornou uma ONG chamada Más Música, Menos Balas Guadalajara. Atualmente, é uma das 14 organizações que fazem parte da plataforma Cultura Viva Comunitária no México, além de fazer parte da equipe impulsionadora do 6º Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias.
Entre as atividades que realizam estão intervenções artísticas em espaços públicos para promoção da cultura de paz, exposições de arte, concertos, apresentações de livros, oficinas culturais, formativas e recreativas para a comunidade, bem como projetos de desenvolvimento comunitário e espaços de diálogo e feiras das organizações.
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Bibliotecarro El Colibrero recebe a oficina “Bibliotecas fazem cinema”, da Fundación Territorios, Arte y Paz (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: El Lencero, Veracruz (México)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Heidy Helena Mejía Sánchez e Adolfo García Correa
Organização responsável: Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz
A Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz foi criada com o propósito de conceber e implementar laboratórios culturais de transformação social por meio de estratégias de apropriação das artes, da leitura, da escrita, da oralidade, do teatro social, do cinema comunitário, da realidade virtual e aumentada e da pedagogia da paz. Além de criar a Rede de Bibliotecas Comunitárias Livros Gratuitos para Todos, com a qual abriram mais de 150 pontos de leitura na Colômbia, seus membros trabalham o cinema comunitário com crianças, adolescentes e jovens, e os acompanham em todo o processo de criação, filmagem e pós-produção.
A proposta: Através deste laboratório de formação e cinema comunitário, a organização quer convidar as bibliotecas a abrirem as portas à criação e à produção de conteúdos audiovisuais como estratégia para narrar os contextos territoriais dos espaços que habitam, para que as pessoas tenham a oportunidade de contar suas próprias histórias, sobre personagens, ofícios, paisagens e saberes do seu entorno. Esta proposta conta com duas partes: 1) Conversa e seminário/oficina para mediadores de leitura e animadores socioculturais; 2) Laboratório de cinema comunitário infanto-juvenil.
Quem recebe
El Colibrero é uma biblioteca móvel que desde 2017 presta serviços em localidades do município de Emiliano Zapata, Veracruz, com o objetivo de criar uma comunidade em torno do livro e da leitura. El Chico é a comunidade onde se pretende realizar o projeto “Bibliotecas fazem cinema”. É uma comunidade semi-rural, que conserva uma grande população dedicada à agricultura. Ali se plantam principalmente milho, limão e um pouco de café, e realizam-se atividades relacionadas à pecuária.
Tequio Creación Colectiva recebe a oficina “Enredando saberes, pedagogias de esperança para o cuidado das crianças através da arte e da cultura”, de CulturAula (México)
Onde será realizado o intercâmbio: San Cristóbal de Las Casas, Chiapas (México)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Rocío Orozco e Vicko Arcienega
Organização responsável: CulturaAula (México)
CulturaAula é um coletivo transdisciplinar
dedicado à pesquisa, formação e incidência da gestão e do desenvolvimento sociocultural a partir de diversas abordagens. Seu trabalho é direcionado a agentes, movimentos e organizações de base comunitária, artistas, educadores/as e instituições. Sua ação procura tornar visível a desigualdade e gerar mecanismos para desmantelar a violência, promover a descentralização da educação, da cultura e o fortalecimento da incidência política e pública.
Quem recebe
A Rede Cultural e Artística Tequio é uma organização formada em 2014, com o objetivo de ativar e revitalizar o cenário cultural e artístico de Chiapas, no México, por meio da comunicação e do intercâmbio consciente, oferecendo oficinas, consultorias e material de divulgação. Para cumprir este objetivo, desenvolvem estratégias que reúnem diferentes agentes na gestão e na produção de atividades de promoção cultural, como festivais, apresentações literárias e concertos, e na realização de atividades de formação. Além disso, ajudam artistas e organizações a reconhecerem os próprios recursos, organizarem as suas ideias para melhorar a comunicação e reconectarem-se com o seu propósito.
Segundo a organização, no contexto de San Cristóbal de Las Casas (região onde tem havido uma situação crescente de violência devido ao crime organizado e ao deslocamento forçado), um processo metodológico como o proposto pelo CulturAula pode fornecer ferramentas poderosas para os que estão próximos e orientar processos com crianças, jovens e população adulta por meio das artes e da cultura.
PERU
A Biblioteca Intercultural Bikut da Comunidade Nativa de Listra recebe a oficina “Bibliotecas fazem cinema”, da Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Comunidade nativa de Listra, Imaza, Bagua, Amazonas (Peru)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Heidy Helena Mejía Sánchez e Adolfo García Correa
Organização responsável: Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz
A Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz foi criada com o propósito de conceber e implementar laboratórios culturais de transformação social por meio de estratégias de apropriação das artes, da leitura, da escrita, da oralidade, do teatro social, do cinema comunitário, da realidade virtual e aumentada e da pedagogia da paz. Além de criar a Rede de Bibliotecas Comunitárias Livros Gratuitos para Todos, com a qual abriram mais de 150 pontos de leitura na Colômbia, seus membros trabalham o cinema comunitário com crianças, adolescentes e jovens, e os acompanham em todo o processo de criação, filmagem e pós-produção.
Quem recebe
O Grupo Bikut Impulsor é um coletivo formado por acadêmicos/as, ativistas, gestores/as culturais e professores/as que se unem para homenagear a sabedoria de seus ancestrais e criar espaços que funcionem como portais para a educação relacional ecossocial, baseada na visão amazônica de inter-relação entre os humanos. e não-humanos. Esta abordagem promove uma visão holística da educação que respeita a natureza e procura soluções para os problemas atuais, ouvindo diversas vozes e perspectivas.
Segundo o coletivo, este espaço de intercâmbio permitirá revalorizar a cultura Awajún, criando materiais contextualizados, promovendo a produção local e recuperando a memória coletiva a partir das suas próprias cosmovisões e narrativas. Além disso, com abordagem inclusiva e adaptativa, a biblioteca irá capacitar os jovens Awajún, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para serem agentes de mudança em suas comunidades, preservando e promovendo sua identidade cultural num contexto que os respeita e valoriza.
A Associação Cultural Asimtria recebe a oficina “Ler para narrar: um passeio por experiências metodológicas para reconhecer as vozes das crianças através das linguagens literárias”, de Libros Buenos a la Vereda (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Yanahuara, Urubamba, Cusco (Peru)
Quem viaja
Facilitadoras: Erika Jannethe Barrera Botero e Leydy Jhoana Díaz Salas
Organização responsável: Libros Buenos a la Vereda
A organização Libros Buenos a la Vereda realiza experiências de promoção da leitura e da escrita para meninos e meninas que vivem na zona rural de Usme, Bogotá (Colômbia). Sua itinerância começou em maio de 2021 e desde 2022 foram abertos quatro espaços denominados “Cantinhos de Leitura”, localizados em casas rurais e equipados com mobiliário e livros para que possam funcionar como bibliotecas comunitárias rurais. Este ano (2024) pilotaram a Escola Rural de Mediadores Culturais, que projetam como um espaço de formação em Mediação e Direitos Culturais para crianças e jovens rurais e camponeses.
A proposta: “Ler para nos narrar” é um espaço de formação que busca reconhecer as vozes de meninos, meninas e jovens por meio da literatura infantil. O objetivo é compartilhar o desenho metodológico com o qual Libros Buenos a la Vereda desenvolve experiências literárias, que favorecem os processos de leitura, escrita e oralidade no âmbito comunitário e/ou rural. A intenção é que a comunidade tenha as ferramentas para conceber as suas próprias experiências, abordando temas e problemas locais a partir da literatura.
Quem recebe
A Associação Cultural Asimtria é uma plataforma focada na aprendizagem, realização, transferência e partilha de possibilidades de criação coletiva baseadas no livre desenvolvimento de tecnologias, aplicadas ao audiovisual e à escuta. Além disso, busca contribuir para a criação de mídias e espaços que mantenham em constante circulação os conhecimentos e experiências necessárias para que diversas comunidades atinjam de forma autônoma seus propósitos, a partir da exploração da memória e do território. A organização iniciou suas ações em 2006 na cidade de Arequipa, e desde então desenvolve projetos de forma descentralizada nas cidades de Cusco, Ayacucho, Piura, Cajamarca, Puno, Abancay, Huaraz e Trujillo, além de Chile, México, Equador e Colômbia.
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REPÚBLICA DOMINICANA
A Associação de Profissionais de Cabrera (Aprodeca) recebe a “Oficina de cinema comunitário para crianças”, do coletivo CinemaTequio (México)
Onde será realizado o intercâmbio: Cabrera, província de María Trinidad Sánchez
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: José Eduardo Bravo Macías e Alejandra Domínguez
Organização responsável: CinemaTequio
O CinemaTequio é um coletivo artístico focado no fortalecimento do patrimônio cultural dos povos e comunidades indígenas por meio de oficinas de cinema comunitário, realizadas a partir de histórias da tradição oral da comunidade anfitriã e, principalmente, em sua língua nativa.
A proposta: A oficina baseia-se no desejo manifestado por uma comunidade de realizar um curta-metragem baseado em histórias de sua tradição oral. O trabalho começa com a adaptação da(s) história(s) em um roteiro que posteriormente servirá de eixo para compartilhar, refletir e colocar em prática os fundamentos técnicos e artísticos. No processo, meninos e meninas podem participar como elenco ou na produção, operando a câmera, gravando som, etc.
Quem recebe
A Associação dos Profissionais de Cabrera (Aprodeca), fundada em 1981, tem como principal missão reunir diferentes profissionais de Cabrera para buscar soluções para os problemas básicos do município. A associação desenvolve atividades sociais, culturais e educativas, possui uma casa-abrigo em Santo Domingo para acolher estudantes e intervém em qualquer atividade social que possa contribuir para o desenvolvimento social e cultural do município e seus habitantes.
Com esta oficina, as crianças de Cabrera poderão captar em um curta-metragem as histórias locais que desejam contar, fortalecendo assim sua identidade como afrodescendentes. Além de reativar a memória comunitária em torno de histórias da sua tradição oral, das suas referências e significados, espera-se incentivar a revalorização do património cultural local e movimentar a comunidade em torno de um projeto comum que parte dos meninos e meninas, mas que convida à participação das suas famílias, professores, autoridades locais e educativas.
Ministério de Cultura e Juventude da Costa Rica promove capacitação em gestão de projetos socioculturais comunitários
Em 01, mar 2024 | Em Formação, Notícias, Países membros | Por IberCultura
Nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro, nas cidades de San José e Heredia, foi realizada a primeira fase da “Capacitação em gestão de projetos socioculturais comunitários” para funcionários da Diretoria de Gestão Sociocultural (DGS) do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica. Cerca de 40 pessoas participaram das atividades realizadas no Museu Rafael Ángel Calderón Guardia e no Monumento Nacional Alfredo Gonzalez Flores.
Esta ação de formação conta com o apoio do programa IberCultura Viva e inclui uma primeira fase liderada por um especialista externo (o argentino Emiliano Fuentes Firmani, ex-secretário técnico do IberCultura Viva) e uma segunda fase facilitada por profissionais internos da DGS com experiência ou formação específica na identificação, formulação e acompanhamento de projetos.
A atividade “Gestão cultural e políticas culturais: as comunidades culturais como espaço de intervenção”, desenvolvida ao longo de três dias, teve como objetivo abrir um espaço de diálogo e reflexão sobre direitos culturais com funcionários/as da DGS, fornecendo conceitualizações teóricas e ferramentas práticas sobre gestão cultural. Para tanto, foram abordados diversos aspectos envolvidos na gestão das políticas públicas em cultura a partir de uma abordagem territorial e comunitária.
Além de enfatizar as dimensões políticas e culturais em torno do trabalho comunitário, e o seu reconhecimento numa perspectiva profissional, este espaço procurou aprofundar os debates contemporâneos sobre culturas e gestão numa perspectiva crítica e situada, bem como nas análises de experiências exitosas vinculadas a políticas culturais na América Latina. Esta formação se deu em três módulos com diferentes metodologias pedagógicas, incluindo exposições, oficinas e leituras coletivas.
Diploma em Gestão Cultural Comunitária: chamada aberta para Pontos de Cultura do Peru
Em 29, abr 2023 | Em Formação, Notícias, Países membros | Por IberCultura
O Ministério de Cultura do Peru, por meio da Direção de Artes, convoca organizações reconhecidas como Pontos de Cultura nas 25 regiões do país para participar do primeiro Diploma Superior em Gestão Cultural Comunitária, que se realizará virtualmente durante 18 semanas. O prazo para se candidatar é 21 de maio.
Este espaço de formação que se propõe a refletir sobre as práticas de gestão cultural em torno das políticas culturais de base comunitária em geral, e dos Pontos de Cultura em particular, estará a cargo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).
Serão oferecidas 100 bolsas integrais para membros dos Pontos de Cultura de todo o país. Atualmente, existem 636 organizações reconhecidas como Pontos de Cultura no Peru que realizam ações de forma autogestionária em benefício de suas comunidades.
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Lançamento
O anúncio da convocatória foi feito na quinta-feira, 27 de abril, com uma cerimônia em formato híbrido, com a presença do diretor de Artes do Ministério de Cultura do Peru, Carlos La Rosa, e a participação por videoconferência da coordenadora de formação do CLACSO, Magdalena Rauch, e o coordenador acadêmico da proposta, Emiliano Fuentes Firmani.
“Para CLACSO, é um grande prazer poder apoiar esta iniciativa, uma proposta de formação que visa construir novas formas de pensar as políticas culturais localizadas nos territórios e a partir de uma perspectiva crítica que contribua para a transformação de nossas sociedades. A proposta deste diploma, em coordenação com o Ministério de Cultura do Peru e a equipe docente do CLACSO, composta por professores de diferentes países latino-americanos, nasce da necessidade de criar pontes, laços e, sobretudo, uma plataforma de diálogo social que favoreça o diálogo entre os tomadores de decisão de políticas públicas, academia e sociedade civil”, afirmou a argentina Magdalena Rauch no lançamento do diploma.
Para o representante do Ministério da Cultura do Peru, Carlos La Rosa, trata-se de um “diploma de alto nível”, gratuito, à disposição das organizações reconhecidas como Pontos de Cultura, que poderão se candidatar a essas 100 vagas. “Esperamos que seja de grande crescimento, de muito desenvolvimento, enriquecimento e diálogo, para que a cultura viva seja repensada além fronteiras”, destacou o diretor de Artes, lembrando uma frase dita certa vez pelo historiador brasileiro Célio Turino (o principal promotor dos Pontos de Cultura na América Latina), de que os Pontos de Cultura “merecem o melhor”.
“Penso que esta tem sido a convicção ao longo destes anos, por parte de todas as pessoas que integraram as equipes dos Pontos de Cultura: tentar estar à altura daquilo que os Pontos de Cultura fazem todos os dias, tentar estar no nível de suas expectativas. Acredito que este Diploma em Gestão Cultural Comunitária vai ser uma pequena grande ação que vai continuar ao longo do tempo, contribuindo para a profissionalização e o crescimento dos gestores e gestoras dos grupos que estão compondo a rede de Pontos de Cultura. (…) Vamos continuar a fazer o melhor para vocês porque vocês merecem o melhor e temos de nos esforçar ao máximo para estar à altura do trabalho de vocês”, acrescentou La Rosa.
Proposta acadêmica
O Diploma em Gestão Cultural Comunitária dirigido aos Pontos de Cultura do Peru compreende 6 módulos de 18 sessões no total. Será mantida uma metodologia de participação ativa, através de dinâmicas, ferramentas interativas e audiovisuais. As datas dos módulos serão divulgadas no portal dos Pontos de Cultura (www.puntosdecultura.pe). A aula de apresentação está marcada para o dia 8 de junho.
Segundo o coordenador acadêmico da proposta, Emiliano Fuentes Firmani, trata-se de um diploma sintético, com módulos que abordarão diversos temas, começando por destacar o que foi a construção das políticas culturais de base comunitária. “Há 20 anos falávamos de políticas socioculturais e hoje se consolidou a ideia de que as políticas socioculturais estão mais para políticas culturais de base comunitária, pensando a comunidade associada a um território, e os territórios como espaços vivos, como dizia Milton Santos, enquanto comunidades”, disse Firmani na apresentação do curso.
A proposta, portanto, é rever essas iniciativas, os avanços que tiveram como base os Pontos de Cultura e a Cultura Viva, trabalhando com o reconhecimento desses avanços, e como ocorrem as práticas de gestão cultural, a dimensão mais tática das políticas, aquele trabalho que as organizações e os movimentos sociais desenvolvem com as comunidades.
Além disso, serão abordados alguns aspectos relacionados à profissionalização da gestão cultural comunitária. “Há um senso comum arraigado em pensar o comunitário como iniciativas que têm a ver com o voluntariado. Desta forma, invisibiliza-se a necessidade do reconhecimento dos direitos económicos e sociais de todos os trabalhadores e trabalhadoras da cultura que intervêm na comunidade”, completou o coordenador.
Alguns dos módulos deste diploma, de caráter mais instrumental, foram pensados com a ideia de que as pessoas que participam dos Pontos de Cultura possam adquirir certas tecnologias sociais, certas ferramentas no domínio da administração, destinadas a permitir-lhes um melhor desenvolvimento das suas tarefas culturais comunitárias. Outros módulos são mais dedicados a como pensamos sobre políticas culturais de base comunitária e gestão cultural na América Latina.
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Módulos
O Módulo 1 (“Introdução à Gestão Cultural Comunitária”), com duração de 4 semanas, procura apresentar e compreender o que é a gestão cultural comunitária. Neste módulo inicial, as pessoas participantes revisarão conceitos, modelos, paradigmas de como as políticas culturais foram inicialmente construídas na região latino-americana e como o setor de base comunitária se organizaria e começaria a se articular intersetorialmente, não apenas com os movimentos sociais, mas também com governos e academia. A aula final, ministrada por Paola de la Vega (Equador), trabalhará especialmente com o surgimento da gestão cultural e a repolitização que pode levar a uma gestão cultural crítica, mais pensada desde a comunidade.
O Módulo 2 (“Mediação e pedagogias comunitárias”), com duração de 3 semanas, será iniciado com uma aula de Célio Turino, um dos idealizadores do programa Cultura Viva no Brasil, que falará sobre “a matemática da vida e a cultura de encontro”. Em seguida, haverá uma aula com Fresia Camacho, ex-diretora de Cultura do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica, militante ecofeminista que trabalha com comunidades a partir de uma perspectiva decolonial. Haverá também uma aula sobre memória social comunitária, ministrada pelo brasileiro Lucas Lara, do Museu da Pessoa, que desenvolveu uma tecnologia social para pensar a construção de arquivos comunitários e a potência política das memórias.
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O Módulo 3 (“Dimensão econômica da cultura comunitária”), também com duração de 3 semanas, trata do senso comum de que o trabalho comunitário é sempre voluntário, fazendo com que se percam as dimensões econômicas tanto dos aportes dos processos comunitários quanto da necessidade de sustentabilidade dos projetos, de forma a garantir os direitos sociais e econômicos dos trabalhadores e trabalhadoras. Para este módulo foi convidada uma especialista brasileira, Luana Vilutis, que vem trabalhando com economia solidária, Pontos de Cultura e dimensões econômicas. Também estará presente a argentina Valéria Escobar, que fundou a organização Ronda Cultural, e a partir dela começou a estudar a sustentabilidade de projetos culturais comunitários. Além disso, está prevista uma aula especial sobre cooperação e redes, com a brasileira Valéria Graziano.
Para abrir o Módulo 4 (“Desenho de projetos culturais comunitários”), outro que terá duração de 3 semanas, a especialista peruana Gloria Lescano foi convidada a abordar como pensar a questão dos formulários, algumas estratégias de apresentação de editais, para a inscrição de projetos. Em seguida, o colombiano Jorge Melguizo, ex-secretário de Cultura Cidadã e de Desenvolvimento Social de Medellín, falará sobre como construir um projeto cultural desde uma perspectiva territorial. Da Guatemala, André De Paz apresentará casos bem-sucedidos a serem considerados na hora de pensar em políticas culturais de base comunitária ou no exercício da gestão cultural comunitária.
Os módulos finais serão instrumentais: Módulo 5 (“Aspectos jurídicos e tributários para a gestão de organizações sem fins lucrativos”) e Módulo 6 (“Estratégia de comunicação institucional e comunitária”). O relativo à legislação peruana para organizações culturais sem fins lucrativos será dividido em duas aulas com especialistas peruanos. Para o módulo final, foi convidada a equipe da Fundação Procomum, do Brasil, que vem trabalhando na geração de marcas culturais para projetos comunitários e tem realizado uma série de laboratórios de inovação cidadã. Além dessa aula voltada para a comunicação institucional, o Módulo 6 terá uma aula de comunicação comunitária com um comunicador popular, o argentino Eduardo Balán, do grupo El Culebrón Timbal.
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Convocatória
A apresentação de candidaturas é gratuita e será feita apenas online, completando e/ou anexando a informação solicitada no formulário desta convocatória, até as 23h59 (fuso horário peruano) de 21 de maio.
Somente membros de Pontos de Cultura do Peru podem se candidatar a esta chamada. E pode-se inscrever mais de uma pessoa por organização reconhecida como Ponto de Cultura. Caso haja mais de uma inscrição por Ponto de Cultura, será considerada aquela que obtiver a maior pontuação de acordo com os critérios estabelecidos. Caso exista mais de um candidato da mesma organização com a mesma pontuação, será considerada a pessoa que apresentou primeiro a sua candidatura. Caso a capacidade do diploma não seja preenchida, serão considerados os candidatos com maior pontuação, considerando-se um por organização. Se, apesar disso, a lotação ainda não estiver completa, serão considerados os candidatos restantes.
A seleção das inscrições ficará a cargo de uma Comissão de Seleção composta por três especialistas da Direção de Artes do Ministério de Cultura do Peru, que avaliarão as inscrições recebidas de acordo com os critérios estabelecidos nas bases.
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Chamada: “Diploma em Gestão Cultural Comunitária” para Pontos de Cultura
No Chile, 46 agentes de organizações comunitárias de Los Ríos receberam diploma em gestão cultural
Em 20, dez 2022 | Em Notícias | Por IberCultura
Quarenta e seis representantes de organizações comunitárias da região de Los Ríos, no Chile, receberam os certificados que os credenciam como diplomados em Gestão Cultural para Organizações Culturais Comunitárias. O plano de estudos foi ministrado de maneira virtual pela Universidade de Los Lagos (ULA) em aliança com a Secretaria Ministerial Regional (Seremi) das Culturas, das Artes e do Patrimônio e seu programa Red Cultura, em duas edições, nos anos de 2020 e 2021.
“Este programa acadêmico nasceu da aliança entre a Universidade de Los Lagos e a Seremi, para responder às próprias organizações, que solicitavam acesso a instâncias de capacitação que permitissem aprimorar os conhecimentos que vêm desenvolvendo há anos com a prática em âmbito comunitário em seus territórios”, destacou a secretária ministerial regional (seremi) de Culturas de Los Ríos, Antonia Torres.
O programa acadêmico gratuito beneficiou 46 representantes de organizações comunitárias da região de Los Ríos, 28 deles na edição de 2020 e 18 em 2021. O plano de estudos visava entregar conhecimento, exercitar e desenvolver habilidades e competências necessárias para o exercício profissional da gestão cultural. Entre os conteúdos estavam o desenvolvimento de projetos, patrimônio, mídias digitais e legislação cultural.
Em 2020, o plano de estudos chegou a 300 horas, divididas em nove módulos de trabalho online. A versão 2021 teve 144 horas divididas em 24 horas de aulas (síncronas) e 120 horas (assíncronas).
“Os anos de pandemia e confinamento nos obrigaram a nos adaptar à utilização das novas tecnologias de comunicação e educação à distância, e ao mesmo tempo permitiram a mais gestores o acesso a um programa de qualidade, ditado pelos melhores profissionais de cada área de especialização”, disse o vice-diretor de Arte, Cultura e Patrimônio da casa de estudos, Sergio Trabucco.
A equipe acadêmica foi composta por Fabián Retamal, Catalina Pavez, Catalina Matthei, Bárbara Negrón, Andrea Hoare e Claudio Ulloa, entre outros, e o processo de virtualização de conteúdo contou com o apoio da equipe de Educação Continuada da ULA.
“A concretização do diploma nasce dos territórios como uma necessidade imperiosa, que aponta para o que fazemos com as nossas organizações dentro deles. Essa formação veio para nos profissionalizar, nos fornecer ferramentas, levantar as necessidades dos territórios e talvez nos deixar uma visão de futuro que nos permita influenciar a política cultural”, disse Liliana Salinas, presidente da Comunidade Indígena Cun-Cun do Rio Bueno, formada no ano de 2020.
Antes da cerimônia, os formandos e formandas receberam uma master class das convidadas Clara Mónica Zapata, da Colômbia, e Susana Salerno, da Argentina.
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(Fonte: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio)
Estão abertas as inscrições para o Congresso Argentino de Gestão Cultural, que será realizado em novembro
Em 26, set 2022 | Em Notícias | Por IberCultura
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Foram abertas nesta segunda-feira, 26 de setembro, as inscrições para participar do Congresso Argentino de Gestão Cultural, que será realizado nos dias 3, 4 e 5 de novembro na Universidade Nacional de Avellaneda (UNDAV), em Buenos Aires. Organizado pela Rede Argentina de Gestão Cultural, o evento conta com o apoio do Ministério de Cultura da Argentina e do Instituto Cultural da Província de Buenos Aires.
O encontro, que visa convocar profissionais da gestão cultural para criar um tempo e um espaço formal de encontro e diálogo entre colegas, será organizado em nove grupos de conversa (GC). Cada GC será um espaço de diálogo horizontal, transversalizado por uma perspectiva federal, de gênero e de diversidade cultural. Também estão sendo planejadas outras atividades, como palestras, oficinas e conferências, entre outras propostas.
Os grupos de conversação serão organizados da seguinte forma: 1) Gestão cultural das artes; 2) Desafios da gestão cultural em diferentes escalas urbanas; 3) Gestão de indústrias culturais; 4) Gestão cultural comunitária; 5) Políticas culturais e enfoque federal; 6) Mediação cultural e pública; 7) Gestão do patrimônio e profissionalização; 8) Gestão de instituições culturais e 9) Pesquisa e gestão cultural.
O objetivo de cada GC será apresentar, em plenária ao final do congresso, um relatório que permita observar as possibilidades e os desafios da profissionalização da gestão cultural em cada uma das áreas temáticas propostas. Isso permitirá a elaboração de um documento coletivo que poderá ser divulgado no país e na região, dando conta da situação da profissão na Argentina.
O prazo para apresentação de propostas nos GCs terminou no domingo, 25 de setembro. Por meio de um formulário, os interessados poderiam apresentar uma produção individual ou em grupo (grupos de trabalho, organizações ou coletivos culturais) sobre uma experiência específica ou debate teórico que aborde qualquer um dos nove temas propostos. Os formatos de apresentação podiam ser por trabalhos escritos, audiovisuais ou podcast.
A ideia desta chamada de propostas para os GCs não era ter apresentações expositivas dos trabalhos, mas partir deles para gerar debate, reflexão e análise dos temas. As propostas selecionadas serão divulgadas nos meios de comunicação do Congresso com pelo menos 15 dias de antecedência, para que os participantes possam ler/ver/ouvir com antecedência.
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✔️ Inscrições: https://bit.ly/InscripcionCAGC
✔️ Mais informações: linktr.ee/redargc
Participantes da Escola de Gestão Cultural Comunitária da Região Metropolitana de Santiago recebem certificados
Em 14, Maio 2022 | Em Notícias | Por IberCultura
Vinte e cinco representantes de organizações culturais comunitárias da Região Metropolitana de Santiago, no Chile, receberam seus diplomas após cumprirem os requisitos de frequência e participação na Escola de Gestão Cultural Comunitária, que se realizou de forma híbrida (presencial/virtual) de janeiro a março de 2022. A cerimônia de certificação decorreu no Palácio dos Álamos, em Santiago, no dia 14 de maio.
A iniciativa foi possível graças ao trabalho colaborativo entre a Mesa das Organizações Culturais Comunitárias da Região Metropolitana (Mesa OCCRM), a Escola de Gestores e Animadores Culturais (Egac) e o Programa Red Cultura do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, que realizaram este processo de formação em parceria com a Universidade de Guadalajara (México).
“Celebramos e parabenizamos esses espaços colaborativos que vêm para transformar a visão de culturas e artes, de organizações, cidadãos e territórios. Esse tipo de processo de formação em gestão cultural comunitária é importante porque os territórios são foco prioritário de desenvolvimento do país”, disse Alejandra Jiménez, secretária regional ministerial (seremi) de Culturas, Artes e Patrimônio da Região Metropolitana.
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Roberto Guerra, fundador e presidente da Egac, corporação que realiza esta formação, lembra que se trata de um esforço permanente para melhorar as capacidades dos atores culturais comunitários, e que desta vez se materializa com uma escola de prestígio na área, como a Universidade de Guadalajara . “Estamos muito satisfeitos com este processo de elevada exigência técnica e profissional, que contribui para a melhoria das competências dos agentes culturais”, afirmou.
Foram três meses de aulas virtuais e presenciais, num total de 60 horas, abordando as questões de gestão cultural, gestão cultural comunitária, elaboração de projetos, registro e sistematização de experiências. Durante este período, os alunos visitaram experiências no campo, como o Museu a Céu Aberto de San Miguel, a Escola de Música Enrique Soro de Quilicura e o Teatro do Grande Circo da comuna de Santiago.
Segundo a professora Joliette Otárolaigo, os professores eram constantemente testados e desafiados pelos alunos, mas isso também foi muito satisfatório. “Percebemos que somos muitas e muitos que seguimos trabalhando pelas culturas comunitárias e que acreditamos na democratização de espaços para todos”, disse ela.
Jorge Molina, um dos participantes do treinamento, destacou que além de aprender os conceitos, foi possível aplicá-los diretamente em seu trabalho diário. “Esta escola contribuiu muito porque deu conceitos e palavras a coisas que antes não identificávamos. Na verdade, mudamos vários processos a partir do que foi discutido em aula”, disse o aluno, que há 12 anos é integrante do Teatro Bus, organização comunitária que trabalha através do teatro com crianças e jovens na Quinta Bella de Recoleta.
Para Nibaldo Flores, que integra a Mesa de Organizações Culturais Comunitárias da Região Metropolitana, a Escola de Gestão Cultural Comunitária foi “um processo renovador” para essa articulação e um valioso espaço de encontro. “Foi importante não só para a formação, mas também para nos reencontrarmos e reconhecermos uns aos outros e os territórios”, disse, apelando à adesão de mais organizações culturais a esta instância.
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Não foi um processo fácil, como destaca Vania Fernández, responsável pelo Componente Fortalecimento de Organizações Culturais Comunitárias do Programa Red Cultura da Seremi de Culturas da Região Metropolitana, promotor e articulador desta iniciativa. Foram muitos os entraves, inclusive a pandemia, o distanciamento social e a burocracia, mas era um anseio e uma demanda relevante do setor.
“Estávamos dispostos e certos de que tinha que ser feito e conseguimos realizar esta Escola de Gestão Cultural Comunitária. É por isso que destaco especialmente as organizações que participaram e concluíram o seu processo de formação. Os conteúdos adquiridos serão muito úteis ao disponibilizá-los em suas tarefas de trabalho territorial comunitário”, disse Fernández.
Cinquenta organizações de 23 comunas da Região Metropolitana foram selecionadas para fazer parte da Escola de Gestão Cultural Comunitária. Entre eles estavam centros culturais, grupos de promoção e desenvolvimento artístico, rádios e museus comunitários, grupos de defesa do patrimônio, trabalho com crianças, fantoches, entre outros.
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.(Fonte: Ministério da Cultura, Artes e Patrimônio)
Ministério de Cultura e Juventude da Costa Rica fortalece Direção de Cultura e lança editais
Em 22, abr 2022 | Em Notícias | Por IberCultura
A Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude da Costa Rica agora é conhecida como Direção de Gestão Sociocultural (DGS). Um processo de reorganização foi realizado em 2020 e 2021, com o objetivo de fortalecer sua estrutura, missão e funções de acordo com as necessidades da população. O lançamento dos fundos concursáveis Becas Taller e Pontos de Cultura 2023, no dia 18 de abril, celebra o avanço desse caminho de fortalecimento.
Para Sylvie Durán Salvatierra, ministra de Cultura e Juventude, essa mudança é produto de um processo de atualização em função das necessidades das pessoas e das comunidades do território. “Faz parte da rota de fortalecimento do Ministério de Cultura e Juventud (MCJ), que desde 2018 vem sendo impulsionado pelos programas e adscritas, em cumprimento de um dos cinco eixos da Política Nacional de Direitos Culturais”, destaca.
Sofía Yglesias Fischel, diretora de Gestão Sociocultural, explica que o processo de atualização buscou alinhar a estrutura formal com as mudanças que se gestaram ao longo dos anos para responder às demandas da população. “A estrutura da Direção de Cultura era de 2002 e estava desatualizada. De 2002 até agora, as demandas atendidas pela DGS mudaram de maneira significativa e, portanto, os serviços prestados também. Foram incluídos serviços novos como os Pontos de Cultura, os serviços de gestão sociocultural em Centros Cívicos pela Paz e o Curso de Formação em Gestão Sociocultural, mas isso não se refletia na estrutura organizacional”, afirma.
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Processo de reorganização
Uma Comissão de Reorganização coordenou o processo de maneira geral, e uma Comissão Ampliada ajudou a retroalimentar a etapa de processamento de informação. As conclusões do processo de reorganização se traduziram em propostas de mudança nos âmbitos de gestão e estrutura, aprovadas pelo Ministério de Planejamento Nacional e Política Econômica (MIDEPLAN) em janeiro de 2022, conforme as diretrizes de restrição de gasto público vigentes.
Com a mudança de nome de “Direção de Cultura” para “Direção de Gestão Sociocultural”, foram modificadas também sua missão e suas funções, para delimitar seu alcance ao âmbito da gestão sociocultural. As mudanças incluem os nomes dos dois departamentos da direção: o Departamento de Fomento Cultural passou a Departamento de Fomento Sociocultural Regional, para cobrir os serviços dirigidos a organizações e pessoas gestoras culturais em nível regional e local. O Departamento de Promoção, por sua vez, agora é Departamento de Centros Culturais, e está dirigido aos serviços associados à gestão sociocultural nas Casas e Centros da Cultura e Centros Cívicos pela Paz.
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Que faz a DGS
A agora Direção de Gestão Sociocultural fomenta iniciativas de gestão sociocultural por meio de serviços de acompanhamento técnico, fundos concursáveis, processos socioeducativos e atividades socioculturais para o exercício dos direitos culturais das pessoas das comunidades, das pessoas jovens, gestoras e organizações socioculturais.
O trabalho de gestão sociocultural usa metodologias participativas em que a responsabilidade do processo, a divisão de trabalho, a tomada de decisões, a realização e avaliação do trabalho cultural são assumidas pelas contrapartes comunitárias, acompanhadas pela pessoa gestora cultural funcionária da DGS. Estimula-se que as pessoas compartilhem a informação, aprendam umas com as outras e trabalhem colaborativamente em temas e interesses comuns.
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Pontos de Cultura e Becas Taller 2023
Desde 18 de abril está aberta a convocatória dos fundos concursáveis Pontos de Cultura e Becas Taller, que financiam projetos de organizações e pessoas gestoras culturais. O valor máximo para os projetos de Becas Taller é de 4 milhões de colones (cerca de 6 mil dólares); para Pontos de Cultura, de 8 milhões de colones (o equivalente a 12 mil dólares). O edital estará aberto para recebimento de propostas até o dia 26 de julho de 2022.
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Saiba mais:
Puntos de Cultura: https://www.dircultura.go.cr/programas/puntos-cultura
Becas Taller: https://www.dircultura.go.cr/programas/becas-taller
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.Saiba mais sobre a DGS no site www.dircultura.go.cr
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No Chile, 70 pessoas de 9 regiões participam de curso de Gestão Cultural Comunitária
Em 20, out 2019 | Em Notícias | Por IberCultura
A Secretaria Regional Ministerial das Culturas, das Artes e do Patrimônio da Região de Aysén (Chile) realizou o 2º Encontro de Organizações Culturais Comunitárias, nos dias 16 e 17 de outubro, em Coyhaique, com convidados de oito regiões do país. Durante dois dias de intenso trabalho na Biblioteca Regional de Aysén, profissionais da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina) ministraram o Curso de Gestão Cultural Comunitária.
A diretora da área de Comunicação e Cultura da faculdade, Belén Igarzábal, e o sociólogo Franco Rizzi trabalharam com 70 profissionais das regiões de La Araucanía, Atacama, Magallanes, O’Higgins, Coquimbo, Biobío, Antofagasta, Los Ríos e Aysén. Franco e Belén são os coordenadores acadêmicos do Curso de Pós-graduação Internacional em Políticas Culturais Comunitárias, realizado por FLACSO Argentina em parceria com o programa IberCultura Viva.
Belén Igarzábal considerou “excelente” a atividade, especialmente pelas pessoas que vieram de diferentes regiones, com muita disposição para trabalhar. “Dividimos a jornada em duas partes. Uma primeira, mais expositiva, e uma segunda de trabalho em mesas e em rede. As pessoas estavam muito dispostas a participar, opinar e debater. Criaram projetos muito interessantes em que se viram refletidos o território, a diversidade, a identidade”, comentou a diretora.
A secretária regional ministerial (seremi) de Culturas de Aysén, Margarita Ossa, também se mostrou satisfeita com o resultado do encontro de organizações culturais comunitárias (OCC). “Contamos com a participação de oito regiões, trocando experiências e criando redes. Ademais, temos uma importante participação das agrupações culturais de nossa região”, ressaltou.
Para María Cristina Arteaga, que viajou de La Araucanía para participar do encontro, a atividade foi “muito benéfica”. “Conhecemos outras experiências, distintas atividades culturais que estão fazendo em outras regiões, e aprendemos com muita gente que tinha mais experiência que nós. Isso nos abre a mente para seguir com entusiasmo neste caminho de gestores culturais”, afirmou.
Todos os participantes receberam certificados da FLACSO-Argentina em Gestão Cultural Comunitária, levando a seus currículos novas ferramentas para seguir enriquecendo o trabalho das organizações culturais comunitárias.
Fonte: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio
Duas atividades de formação em gestão cultural comunitária são realizadas na Argentina e na Costa Rica
Nesta sexta-feira, 27 de abril, serão realizadas duas atividades de formação em gestão cultural comunitária promovidas com o apoio do IberCultura Viva: uma na Argentina e outra em Costa Rica. As duas propostas inserem-se em uma das linhas de ação do programa, “Apoio a ações de formação em gestão cultural comunitária para organizações culturais de base comunitária e povos originários em nível nacional e regional”. No caso da Argentina, trata-se de uma solicitação da Escola de Cultura Comunitária, e no de Costa Rica, do Programa de Formação Sociocultural.
Na Argentina, a jornada de debate e capacitação para Pontos de Cultura e organizações culturais de base comunitária se dará no auditório da FLACSO (rua Tucumán 1966), na cidade de Buenos Aires. Com o nome de “Impacto, medição e visibilidade na Cultura Comunitária. Alcances, limitações e desafios”, a atividade inclui uma mesa de debate (“Estratégias de visibilização e comunicação em projetos culturais comunitários”), a realizar-se das 9h30 às 12h, e uma roda de conversa (“Como medir o impacto de nosso trabalho?”), das 13h às 16h.
A mesa de debate será moderada por Diego Benhabib, coordenador do programa Pontos de Cultura da Argentina. A conversa da tarde contará com a participação de Emiliano Fuentes Firmani, secretário executivo da Unidade Técnica do IberCultura Viva, e de Rosario Lucesole, consultora de projetos. Também estarão presentes representantes de organizações comunitárias, gestores públicos e membros da comunidade acadêmica. A entrada é gratuita, mas é necessário inscrever-se enviando um correio a escuelaccomunitaria@gmail.com.
Entre os objetivos da atividade estão o de propiciar um espaço de diálogo e intercâmbio para distintas experiências de comunicação comunitária (Como dar visibilidade ao que fazemos em nossa comunidade?, é possível construir agendas compartilhadas?); armar uma mostra de produções audiovisuais; gerar uma mesa de debate em torno do impacto e da medição do trabalho comunitário, e construir indicadores e eixos para sistematizar e aprofundar o tema proposto. Esta será a primeira das três jornadas de capacitação que o programa Pontos de Cultura fará em 2018.
O Ministério de Cultura da Argentina vem desenvolvendo desde 2016 um intenso trabalho destinado à formação e capacitação em torno da gestão cultural pública. Neste contexto, e com vistas a ampliar seu campo de intervenção, foi lançada a primeira Escola de Cultura Comunitária (ECC) do país.
Além de profissionalizar e melhorar as capacidades dos membros das organizações socioculturais e daqueles gestores culturais públicos vinculados ao desenvolvimento de políticas de base comunitária, a ECC trata de gerar espaços que permitam problematizar e refletir sobre os alcances, o impacto e a situação do setor no país.
Uma feira de iniciativas
Em Costa Rica, o encontro se realizará no Centro Nacional de Cultura, em San José, e contará com gestores públicos e comunitários das nove regiões do país, egressos dos programas de formação em gestão e animação sociocultural, parceiros e funcionários do Ministério de Cultura e Juventude. Está prevista a participação de 200 pessoas.
Além de um ato protocolar com a presença da ministra de Cultura e Juventude, Sylvie Durán Salvatierra, haverá uma feira de iniciativas culturais comunitárias, com a apresentação de projetos de grupos acompanhados pelos gestores regionais, casas e centros, centros cívicos, Pontos de Cultura, ganhadores dos editais Becas Taller e egressos do curso de formação.
A atividade tem como objetivos: a) propiciar um espaço de diálogo e intercâmbio entre os gestores culturais comunitários, institucionais e graduados do Programa de Formação; b) visibilizar e propiciar o reconhecimento da diversidade de iniciativas culturais comunitárias existentes nas regiões; c) apresentar o documento “La Ruta de la DC – Gestión sociocultural y participación comunitaria” a novas autoridades, funcionários, parceiros e gestores comunitários; d) realizar a entrega de certificados à primeira turma do Programa de Formação em Gestão Sociocultural.
No período 2014-2018, a Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica tem enfocado seu trabalho no desenvolvimento de processos de assessoria, estímulo e acompanhamento em gestão sociocultural comunitária, mediante ações articuladas e participativas, para apoiar o fortalecimento de gestores e organizações socioculturais no exercício de seus direitos culturais.
“La ruta de la DC – Gestión sociocultural y participación comunitaria”, o documento que será apresentado durante a atividade em San José, é resultado deste processo. Esta publicação abarca os antecedentes, os enfoques de trabalho, a caracterização das iniciativas culturais comunitárias, a análise do contexto, os desafios-chave e o aporte específico da Direção de Cultura para o desenvolvimento da Política Nacional dos Direitos Culturais.
Mais bolsas para o curso
Além do apoio às duas atividades de formação nacionais, o Conselho Intergovernamental IberCultura Viva aprovou nesta linha de ação a ampliação do total de bolsas do Curso de Pós-graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária FLACSO 2018. Os países que solicitaram esta opção tiveram até cinco lugares no curso para pessoas que integrassem organizações culturais comunitárias ou que trabalhassem em incidência direta com elas.
Para a seleção foi utilizada a avaliação das postulações realizada para o Edital de Bolsas IberCultura Viva, tendo em conta as pessoas que haviam ficado nas primeiras colocações. Chile, Brasil, El Salvador, Guatemala e Peru pediram a ampliação para um total de 22 bolsas.
Assim, o curso de pós-graduação de FLACSO começou em 5 de abril com um total de 116 pessoas matriculadas, das quais 72 receberam bolsas do programa (as 50 selecionadas pelo edital e as 22 selecionadas após a ampliação das vagas, com recursos dos cinco países) e 44 se inscreveram pagando o curso.