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Encontro de Pontos de Cultura em Costa Rica dá início ao intercâmbio de gestores públicos
Em 30, ago 2017 | Em Notícias |
(Fotos: DirCultura/MCJ)
A primeira experiência de intercâmbio entre países integrantes do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva se deu em San José, Costa Rica, de 10 a 14 de julho. Diego Benhabib e Estefanía Lay Guerra, coordenadores dos programas Puntos de Cultura da Argentina e do Peru (respectivamente), participaram de um encontro de Pontos de Cultura costarricenses que reuniu representantes da sociedade civil e membros das equipes dos Departamentos de Fomento Cultural e Promoção Cultural da Direção de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude.
A proposta de trabalho colaborativo teve como eixo central a possibilidade de servir de base para a criação de uma rede de Pontos de Cultura em Costa Rica. “O objetivo foi trocar experiências e conhecimentos, saber como se formaram as redes na Argentina e no Peru, e que os gestores dos Pontos de Cultura em Costa Rica também pudessem comentar como os imaginam”, comentou Irene Morales, coordenadora do Departamento de Fomento Cultural, que esteve presente neste espaço de diálogo ao lado de Fresia Camacho Rojas, diretora de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude.
Trabalho conjunto
A reunião de capacitação constou de três dias de trabalho. Para o argentino Diego Benhabib, o encontro permitiu um diálogo sobre como armar a rede nacional de Pontos de Cultura em suas distintas fases e componentes, que vão desde as convocatórias até a metodologia.
“Viemos para contribuir com nossa experiência na Argentina, pois no ano passado formamos a Comissão Nacional de Pontos de Cultura, que é um âmbito de representação da Rede Nacional de Pontos de Cultura, hoje em dia com 650 organizações participantes”, detalhou Benhabib.
O objetivo de tal comissão é trabalhar em conjunto com o programa Pontos de Cultura para melhorar a política e participar de um Conselho Comunitário que se proponha pensar uma política nacional de cultura comunitária a médio e longo prazo.
Por sua parte, Estefanía Lay, coordenadora de Projetos e Gestão Cultural para Pontos de Cultura do Ministério de Cultura do Peru, ressaltou que foi uma experiência proveitosa, que permite a cada país a sistematização dos avanços do trabalho de cada entidade.
Lições e recomendações
Segundo Lay, antes do intercâmbio foi feito um balanço dos resultados, que acabou rendendo algumas lições e recomendações. A partir daí, foi possível contrastar a experiência peruana com a da Argentina e a de Costa Rica para ver como se pode adaptar e o que se pode incorporar.
“No caso da Argentina, há um desenvolvimento maior; no Peru, é muito acentuada a ação participativa, e agora temos que dar este salto para a gestão de redes. Costa Rica tem esse ímpeto de querer fazê-lo e aprender com estas duas referências”, destacou Lay.
A gestora peruana também comentou o que considera bonito no programa IberCultura Viva e na lógica das políticas de base comunitária. Para ela, diante dos outros sectores, cuja lógica é “isso é meu, eu sei fazer e não quero que ninguém mais o faça”, os Pontos de Cultura têm como princípio compartilhar as lições do processo e seus avanços para cruzar informação.
Alianças e fortalecimento
Neste encontro na Costa Rica, o objetivo geral foi abrir um espaço de reflexão em nível conceitual e metodológico sobre as implicações de uma rede de Pontos de Cultura (que inclua a informação, a gestão do conhecimento, a comunicação) e os papéis dos atores envolvidos nas etapas do processo.
A Direção de Cultura requer apoio técnico e conhecimento de como tem sido a experiência de construção em outros países de uma rede de Pontos de Cultura, fundamentada na necessidade de constituir-se num espaço de alianças e fortalecimento das organizações socioculturais.
“Mesmo quando as organizações não são aquelas beneficiadas pelo fundo (Puntos de Cultura), seguem sendo parte de um tecido social e cultural que permite um intercâmbio de experiências e conhecimentos, que também gera alianças para fortalecer seus respectivos projetos”, disse Irene Morales.
Para isso, a Direção de Cultura deve criar um mecanismo inicial para a articulação da rede, que depois possa se desenvolver de maneira independente, pois os gestores vão se apropriar de uma parte importante deste processo de inter-relação. “Buscamos construir, de maneira conjunta, uma nova forma de articulação entre o Estado e as organizações, destacou Morales.
De acordo com a coordenadora, as organizações das zonas rurais e inclusive da Grande Área Metropolitana trabalham “com as unhas, com muitas carências econômicas, dando muito de seu tempo”. “Nos parece muito importante que a Direção de Cultura promova esta plataforma de articulação, como um meio para o fortalecimento destas iniciativas”.
Ações de intercâmbio
Os processos de intercâmbio dos países membros do Conselho Intergovernamental estão entre as ações estratégicas do programa IberCultura Viva para este ano, com vistas ao fortalecimento institucional das políticas de base cultural comunitária na região ibero-americana. O encontro de Pontos de Cultura na Costa Rica foi a primeira experiência do programa neste sentido.
A segunda se deu também no mês de julho, entre os dias 19 e 28, com a visita da consultora de comunicação do IberCultura Viva a quatro cidades do Chile (Santiago, Valparaíso, La Serena e Concepción). Além de encontros com as equipes regionais do Conselho Nacional da Cultura e das Artes (CNCA), houve algumas rodas de conversa com representantes de organizações culturais comunitárias (OCC), com o objetivo de visibilizar as iniciativas desenvolvidas pelas chamadas OCCs nas diferentes regiões do país.
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