Image Image Image Image Image
Scroll to Top

Para o Topo.

Experiencias

Arena y Esteras e “o direito ao sorriso”: 25 anos fazendo da arte um caminhoArena y Esteras e “o direito ao sorriso”: 25 anos fazendo da arte um caminhoArena y Esteras e “o direito ao sorriso”: 25 anos fazendo da arte um caminhoArena y Esteras e “o direito ao sorriso”: 25 anos fazendo da arte um caminho

Por IberCultura

Em28, mar 2017 | Em | PorIberCultura

Arena y Esteras e “o direito ao sorriso”: 25 anos fazendo da arte um caminho

Em 15 de fevereiro de 1992, María Elena Moyano, dirigente da Federación Popular de Mujeres de Villa El Salvador, em Lima (Peru), foi assassinada por um comando do grupo terrorista Sendero Luminoso. Um pouco depois, em março, um grupo de jovens da Villa, provenientes de diferentes experiências de organização comunitária, decidiu realizar um trabalho de animação para lutar contra o medo. Seu lema? “Pelo direito ao sorriso”. E assim, saindo às ruas com tambores, narizes vermelhos e pernas-de-pau, Arena y Esteras iniciava seu andar na história.

Mural com a imagem de Maria Elena Moyano, 9º Festival Nosotras Estamos en la Calle

Há muito para contar sobre a trajetória desta associação sem fins lucrativos formada por artistas, educadores e líderes comprometidos com a comunidade, que vêm trabalhando para contribuir, a partir da arte e da cultura, com o desenvolvimento de meninas, meninos, jovens e adultos no distrito de Villa El Salvador. São 25 anos de resistência e crescimento desde que aqueles jovens decidiram sair às ruas organizando pequenos festivais nos bairros com cortejos, oficinas artísticas e apresentações sobre temas prioritários para a população. “Não fazemos a arte que queremos, e sim a que se necessita, e por sua urgência, é a que brota com a força do coração e a fé das mãos trançadas no futuro”, afirmam.

Com uma proposta artística sustentada na organização comunitária e uma agenda cultural construída com base na problemática social, Arte y Arenas assume a capacidade criadora das pessoas como uma estratégia artística que torna possível a capacidade de viver, de ser resilientes e sinérgicos, usando para isso o teatro, o circo, a música, a dança e as artes plásticas.

 

A estrutura

A Casa Cultural Arena y Esteras está equipada com galeria, biblioteca, sala de teatro e dança, cozinha, comedor e centro de atenção infantil. Mais de 10 mil pessoas passam por lá anualmente, entre oficinas, festivais e exposições. A associação também conta com uma escola de circo social, um festival anual (Festicirco), uma oficina de teatro comunitário com mulheres e outro para jovens, além da escola de arte para crianças.

O Encontro Anual de Arte e Memória, assim como Teatro e Pedagogia, um espaço contínuo para colégios e universidades, são alguns dos programas que funcionam de forma permanente e fazem do espaço um canal de acesso e democratização cultural para Lima Sur, com uma população de mais de 1 milhão de habitantes.

Oficina de teatro de comunitário para mulheres (fotos: Arena y Esteras)

Em videominuto

Este ano, a associação recebeu um dos 10 prêmios do Concurso de Videominuto “Mujeres, Culturas y Comunidades”, lançado em 2016 pelo programa IberCultura Viva. “Huellas de mujer”, o vídeo selecionado, foi apresentado por Cusy Mejía Paz, uma integrante de Arena y Esteras, como um “tributo ao compromisso comunitário das mulheres de Villa El Salvador e a sua coragem por alcançar seus sonhos apesar do tempo e dos obstáculos”.

Luzmila, Zenaida y Zoila, as três mulheres que aparecem no vídeo, trabalham para ganhar o próprio sustento e o de seus lares, e têm sabido romper a cadeia da violência com autonomia e dignidade. Luzmila é promotora de saúde; Zenaida é dirigente de sua comunidade, e Zoila (foto) é da brigada de segurança cidadã.

Zoila é da brigada de segurança cidadã

As três, junto a outras dez, fazem parte da oficina de teatro de Arena y Esteras e ali se encontram semanalmente para compartilhar cantos, tecidos, comida e histórias. Ali, como ressalta Cusy Mejía, fazem do teatro “um lindo espaço em suas vidas, que as empodera como artistas, líderes e vizinhas de uma comunidade empobrecida pela discriminação, mas rica em valores humanos, linguagens culturais e organização social”.

 

(*Texto publicado em 28 de março de 2017)

Saiba mais:

https://teatroarenayesteras.blogspot.com.br/

www.facebook.com/pg/teatroarenayesteras/