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Arquivos povos indígenas - IberCultura Viva

31

Maio
2024

Em Notícias
Povos originários

Por IberCultura

Projeto Comarca: o resgate da língua nativa “Woun-meu” por meio da tecnologia

Em 31, Maio 2024 | Em Notícias, Povos originários | Por IberCultura

[CENZONTLE]

A região Emberá-Wounaan é um território indígena do Panamá, criado em 1983 a partir de dois enclaves localizados na província de Darién, nos distritos de Chepigana e Pinogana, onde coexistiram ancestralmente dois grupos étnicos: os Emberá e os Wounaan. Cada grupo preservou sua própria cultura, tradições e línguas. Os Emberá falam “Emberá”; os Wounaan, o “woun-meu”. 

Para preservar o woun-meu e o seu legado histórico, bem como reduzir as lacunas educativas, digitais e de gênero ali encontradas, foi criado o “Projecto Comarca”, um dos selecionados na convocatória Cenzontle: Uma Janela para as Línguas Originárias da Ibero- América, lançada em 2023 pelos programas IberCultura Viva e Ibermemoria Sonora, Fotográfica y Audiovisual. 

A iniciativa está capacitando as mulheres Wounaan a se tornarem “escreventes” e usarem a língua nativa para escrever contos, narrar suas histórias e costumes, ou mesmo para se comunicarem no dia a dia, via WhatsApp. Além de fornecer ferramentas tecnológicas que permitam às mulheres escrever na língua originária tanto no celular quanto no computador (teclados físicos e virtuais), o projeto busca educá-las e motivá-las a usar a escrita como meio de expressão pessoal e de resgate cultural, também para que suas tradições não se percam.

No fórum virtual realizado nos dias 21 e 22 de fevereiro, no âmbito do Dia Internacional da Língua Materna, Doris Cheucarama, tradutora Wounaan e membro do Coletivo Comarca, explicou que muitas das mulheres da comunidade, embora continuem a falar woun-meu com os filhos, não sabem escrever as palavras. E as que sabem, até poucos meses atrás não tinham como fazer isso digitalmente, enviando mensagens pelo celular, por exemplo, por falta de um teclado adequado, com os caracteres específicos do seu idioma.

“Há cidades que estão perdendo a língua, as crianças quase não entendem, os pais quase não falam com os filhos na língua materna. Estamos preocupados com a realidade nessa parte. Se não falarmos, poderemos perder a nossa língua e então sentiremos que o grupo Wounaan já não existirá”, comentou Doris Cheucarama no fórum. “Com este projeto percebemos que as mulheres têm interesse em aprender, porque falam a língua, mas não sabem escrever. Fizemos algumas oficinas de um dia, um companheiro mostrou as vogais, como se escrevem, como se traduz, e isso impactou as mulheres que participaram. Ali vimos a necessidade.”

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Problemas e necessidades

O “Projeto Comarca”, portanto, nasceu da necessidade de: 1) Disponibilizar as ferramentas necessárias para a escrita do woun-meu em meio digital, garantindo sua reprodução e utilização cotidiana pela população mais jovem; 2) Promover o desenvolvimento educativo e cultural das mulheres, promovendo as suas competências literárias, pedagógicas e digitais; 3) Promover a apropriação cultural e a geração de memória coletiva através de encontros de cocriação e do desenvolvimento de narrativas literárias coletivas; 4) Mitigar as lacunas digitais e educacionais nas comunidades indígenas.

A proposta baseia-se nos problemas que as mulheres indígenas enfrentam, como o analfabetismo na sua língua materna (e às vezes também no espanhol); a falta de acesso a teclados, fontes ou plataformas que facilitem a escrita na língua originária; a escassez de oportunidades educacionais; a estigmatização do uso da língua fora dos seus territórios; migração para as cidades e a perda geracional de conhecimentos e práticas ancestrais. No caso da língua woun-meu, especificamente, falta documentação escrita para que ela possa ser ensinada às novas gerações.

Na candidatura apresentada à convocatória Cenzontle, o grupo detalha a ideia de aliar o processo de construção da ferramenta tecnológica aos componentes sociais e literários da proposta. Segundo o grupo, o componente social baseia-se em técnicas de educação popular e participativa que reconhecem as mulheres como escritoras, educadoras, criadoras e contadoras de histórias, levando-as a apropriarem-se dos seus processos de aprendizagem. O componente literário, por sua vez, procura promover a expressão cultural e emocional das mulheres Wounaan, a sua formação na escrita tradicional e digital em woun-meu e a divulgação de suas histórias, desejos e costumes.

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Oficinas nas comunidades

O grupo que desenvolve este projeto já conseguiu criar um teclado digital com caracteres para as 20 consoantes e 16 vogais utilizadas na língua woun-meu e realizar oficinas nas comunidades, onde as mulheres fizeram uma análise da história local, do cotidiano, “refrescaram a mente” e narraram sua vida pessoal, inclusive o que ouviam quando eram crianças. O material coletado nessas oficinas estará no livro Maach Wounaan Hiiu: Nossa cultura Wounaan”, em processo de elaboração. “O livro também será uma ferramenta para os professores ensinarem às crianças o que as mulheres narraram, o que ouviram”, disse a professora Doris Cheucarama. 

As oficinas mostraram que a principal motivação dessas mulheres para aprenderem a escrever em woun-meu é poder ensinar seus filhos e filhas a fazê-lo. Segundo a professora wounaan, “falar as línguas maternas é importante porque com elas nos comunicamos, com elas contamos histórias aos nossos filhos, e eles veem que os nossos antepassados ​​contavam essas histórias, e vão se dar conta do que viveram. (…) Esta é a mentalidade que temos para o futuro: que os professores ensinem a nossa língua, e que assim publiquem mais, e que as crianças falem fluentemente. Porque uma língua é como ouro.”

Doris Cheucarama e Chivio Membora no fórum virtual que se realizou no Dia da Língua Materna

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Primeiro contato

No projeto, o coletivo afirma que a primeira aproximação com a comunidade de mulheres Wounaan ocorreu no âmbito do 8º Laboratório de Inovação Cidadã (LABICPA), que se realizou de 18 a 28 de outubro de 2022 na Cidade do Panamá. Graças ao LABICPA, foi realizado um trabalho de formação e intercâmbio com um primeiro grupo de 25 mulheres Wounaan provenientes de áreas urbanas da Cidade do Panamá. Com este grupo foi desenvolvido um protótipo de teclado físico e digital, com o qual Doris Cheucarama e Chivio Membora puderam testar exercícios de tradução do espanhol para woun-meu de algumas histórias criadas pelas 25 pessoas participantes deste primeiro encontro.

Para Chivio Membora, linguista, tradutor e músico da comunidade Wounaan, “foi uma bênção quando este teclado digital foi criado” para que os falantes do woun-meu pudessem se comunicar e conversar com seus pares através de seus celulares.. “Era muito difícil escrevermos, não tínhamos como fazer (sem teclado), só escrevíamos à mão, mas também não era perfeito por causa da grafia. Agora podemos escrever, enviar mensagens e continuar aprendendo”, comentou o linguista durante o fórum virtual, destacando o trabalho conjunto que foi feito com pessoas como o colombiano Sergio Leandro Aristizabal, designer gráfico especializado em tipografia, e o documentarista Jonathan Álvarez.

Em maio de 2023, graças ao apoio do Post Labic, avançou-se no desenvolvimento de uma versão melhorada do teclado digital em woun-meu para celulares ou tablets.  Também foi possível avançar com a elaboração, diagramação e ilustrações da primeira versão do livro digital dos contos criados pelas mulheres Wounaan, assim como a criação da página web básica de onde pretendem difundir o projeto e obter fundos para outros objetivos que ainda faltam conseguir.

Entre as ações previstas está a concepção de recursos audiovisuais e gráficos, de fácil acesso e impressão, para melhorar a aprendizagem da língua Woun-meu da comunidade Wounaan, bem como a tradução de livros educativos (do espanhol para woun-meu), áudios e vídeos instrutivos sobre a linguística. A concepção e produção de conteúdos educativos em woun-meu serão realizadas em colaboração com a comunidade Wounaan, através de um processo participativo e consultivo. 

“A médio prazo procuramos continuar a trabalhar com mais mulheres da etnia Wounaan localizadas em territórios urbanos e rurais. Queremos ter uma visão mais completa dos problemas das mulheres indígenas em seu território e verificar se o protótipo inicial é adaptável às necessidades de acordo com os diferentes contextos”, detalhou o grupo no projeto.

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Quem compõe o Coletivo Comarca

 

  • Doris Cheucarama: tradutora Wounaan e gestora indígena
  • Chivio Membora: Linguista, tradutor e músico da comunidade Wounaan
  • Sergio Aristizabal: Designer gráfico especializado em tipografia
  • Zuly Redondo: Antropóloga especializada em povos indígenas
  • Sharon Pringle: Educadora e escritora popular
  • Jonathan Álvarez: Documentarista e gestor cultural audiovisual
  • Julio Roldan: Programador e engenheiro de sistemas
  • Mari Sarabi: Pesquisadora e economista
  • Víctor Moraes: Linguísta

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Saiba mais sobre a comarca

Com uma área de 4.385 km², a comarca Emberá-Wounaan tem uma população estimada em 9.544 habitantes (censo de 2010), que estão distribuídos em 42 comunidades ao longo das margens dos rios Membrillo, Tupiza, Tuira, Río Sabalo e Jingurundó. Também fora da comarca, em Puerto Lara, Balsas, Jaqué, Sambú e Río Bagre. 

A comarca tem como capital Unión Chocó e é administrada através de uma estrutura de governo democrática tradicional, liderada por um cacique geral e pelo presidente do Congresso Geral das Terras Coletivas Emberá-Wounaan, formado pelos caciques das cinco regiões em que se divide a comarca, escolhidos pelas comunidades. As eleições são realizadas com toda a população adulta das comunidades, e cada uma tem voz e voto. 

A agricultura é a principal atividade econômica, destacando-se o cultivo de banana, milho e tubérculos, como inhame, mandioca e outros. O artesanato, a pesca, a criação de animais caipiras e a coleta de plantas também são importantes na economia local.

Em abril de 2022, Aulina Ismare Opua, com o lema “Uma mulher para um melhor desenvolvimento e unidade do povo Wounaan”, foi eleita chefe do povo Wounaan. Ismare é formada pela Universidade Central do Chile, em Ciências da Educação, professora especializada em Linguagem e Comunicação. Tem se destacado em diversas atividades profissionais e comunitárias, desenvolvendo programas e projetos que visam o fortalecimento do território Wounaan e de outros povos indígenas, jovens e mulheres.

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12

dez
2023

Em Notícias

Por IberCultura

11 indígenas de cinco países lançam o terceiro e-book da rede “De Abya Yala com Amor”, selecionada no Edital de Apoio a Redes 2023

Em 12, dez 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Ilustração: Lucian De Silenttio)

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Depois de quatro meses de encontros virtuais semanais, de intercâmbios e criações conjuntas, 11 artistas indígenas de cinco países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile e Colômbia) celebram o lançamento do terceiro e-book da rede “De Abya Yala Com Amor”. O título do livro, “Imagine”, seria um convite para se reencantar com a vida e voltar a sonhar com um mundo de bem-viver para todos. “Imaginar esse mundo é o primeiro passo para construí-lo”, dizem os/as autores/as.

Para o lançamento estão previstos dois encontros on-line, as chamadas “fogueiras digitais”,  em que cada participante traz sua “lenha” ao fogo comum que tudo transforma. A primeira conversa, em espanhol, será nesta quarta-feira, 13 de dezembro, às 19h (de Buenos Aires); a segunda, em português, está marcada para quinta-feira, 14 de dezembro, também às 19h (de Brasília). Os encontros serão transmitidos pelo canal www.youtube.com/mensagensdaterra.

Os dois primeiros e-books da rede

“Imagine De Abya Yala Com Amor” é o terceiro livro da rede que conta com o apoio do programa IberCultura Viva, por meio do Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo. Em 2021, 15 indígenas (5 da Argentina, 5 do Brasil e 5 do Equador) se uniram para a produção do e-book “De Abya Yala com Amor”, num projeto que também rendeu 51 vídeos curtos e várias “fogueiras digitais”. 

Em 2002, a rede De Abya Yala com Amor foi mais uma vez ganhadora do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes, desta vez com 18 indígenas, estendendo a alquimia a Chile, Colômbia, México, Paraguai e Bolívia. Com este projeto, foram produzidos um segundo e-book De Abya Yala com Amor, 10 eventos e 22 vídeos. 

Diferentemente dos dois primeiros livros, que foram protagonizados por escritores indígenas, neste terceiro, a rede convocou especialmente artistas visuais e ilustradores indígenas para formar uma comunidade colaborativa de aprendizagem e ação no projeto “AIIA – Apropriação indígena da Inteligência Artificial”. A ideia era que o coletivo produzisse, de modo digital, 10 obras de arte indígena contemporânea e pudesse levar suas expressões mundo afora.

Os primeiros dois meses de encontros foram para dialogar sobre os sonhos que cada um traz para a humanidade e para o planeta, e experimentar alguns aplicativos de inteligência artificial para gerar imagens. Assim, “coletiva e criticamente”, aprenderam a usar programas como Midjourney, Stable Difusion, Firefly e outros.

Além de criar obras de arte digital aproveitando os conhecimentos de IA, a rede pretendia dar visibilidade às obras e ao projeto, sensibilizando o público sobre o paradigma do bem viver que os povos indígenas sonham, inspiram e trabalham para que se concretize.

(Ilustração: Tadeu Kaingang)

A construção deste terceiro livro foi feita de maneira coletiva pelos 11 artistas indígenas que se irmanam neste projeto: cinco mulheres e seis homens, representando nove nações indígenas, cada uma com sua cosmovisão.

Da Argentina participaram Haylly Wichí Karíña, Luz Julieta Altina Tulián e Mariela Tulián. Do Brasil, Horopakó Desana, Kadu Tapuya, Kuenan Tikuna e Tadeu Kaingang. Do Chile, Azul Huenupe e Horacio Montes De Oca Ayala. Da Bolívia, Lucian De Silenttio. Da Colombia, Zerurue. 

Nascida em 2021 com o projeto proposto no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes, a rede “De Abya Yala com Amor” hoje agrupa participantes dos cinco países representados neste novo e-book, além de pessoas do Equador e do Paraguai.

Em pouco mais de dois anos, esta rede realizou mais de 40 “fogueiras digitais” (esses encontros duram aproximadamente duas horas) e quase uma centena de “faíscas” (vídeos curtos). Esta aliança internacional foi um trabalho colaborativo que neste 2023 teve sua institucionalidade ancorada na Associação Indigena Calaucan (Chile); na Comunidade Indígena Territorial Comechingón Sanavirón Tulián (Argentina) e na ONG Thydêwá (Brasil).

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Conheça o e-book “Imagine”: www.thydewa.org/imagine

Leia também:

Cultura quilombola, fé e folia, arte indígena e inteligência artificial: os projetos do Brasil selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023

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24

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Um encontro de mulheres rurais e dois eventos nacionais de CVC: os projetos mexicanos selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023

Em 24, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Delegação mexicana no 5º Congresso Latino-americano de CVC, no Peru)

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Um encontro de mulheres rurais para promover o diálogo, o intercâmbio e a criação coletiva a partir da comunicação popular e dos feminismos. Esse é o objetivo do 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina, que se realizará em novembro com mulheres indígenas e camponesas do território de Oaxaca (México) e da região de Sumapaz (Colômbia). O evento foi um dos três selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos Colaborativos 2023. Os outros dois, além de fortalecer o Movimento de Cultura Viva Comunitária do México, servirão como eventos preparatórios para o 6º Congresso Latino-Americano de CVC, que acontecerá no México em 2024. Um deles é o 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz). O outro é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).

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* Nome da rede: RED COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina

* Nome do projeto: 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina

O 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina reunirá mulheres rurais, indígenas e camponesas, dos territórios de Oaxaca (México) e Sumapaz (Colômbia). A partir de círculos da palavra, intercâmbio de saberes e criação coletiva, serão compartilhadas experiências e estratégias da comunicação popular e dos feminismos, com o intuito de cuidar e defender seus corpos-territórios e tecer um terreno comum para fortalecer e articular uma rede de mulheres rurais comunicadoras populares.

A reunião será realizada na Casa da Mulher das Organizações Indígenas de Direitos Humanos de Oaxaca (OIDHO), localizada em Santa María Atzompa, de 5 a 11 de novembro. A ideia é convocar três mulheres de cada uma das três escolas das Doñas Paramunas em Sumapaz (Cidade 20, Veneza e Pandi), além de nove mulheres do Istmo, da Mixteca, da Costa e dos Vales Centrais. Serão cerca de 35 mulheres no total, incluindo a equipe executora.

O projeto parte da necessidade de reconhecer e fortalecer a identidade cultural das mulheres do campo como sujeito importante dentro de seus processos organizacionais, territoriais e pessoais, que são -ou podem ser- fortalecidos e sustentados a partir dos exercícios de comunicação popular e das reflexões a partir do gênero e dos feminismos.

O evento foi pensado como um encontro entre mulheres de diferentes nacionalidades, territórios e idades, com potencial curativo, já que é possível que as participantes ressignifiquem suas vidas narrando a partir de sua própria voz e de suas formas de comunicação, e também podem se reconhecer em suas diferenças.

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A rede

A Rede COMAL é uma rede de mulheres, comadres, comunicadoras comunitárias e populares da América Latina que defendem o “comadreo” como um encontro com o outro em lugares comuns, para entender os processos cotidianos onde os sentires das mulheres são gestados. A rede foi criada para que comadres mexicanas e colombianas se reúnam em torno do comal (A palavra “comal” vem do nahuatl “comalli”, utensílio em forma de disco onde a comida é tostada.). As comadres se reúnem ao redor de fogo, milho, lama, tortilhas, feijão, arepas e café.

(Foto: Ojo de Comunicación)

As quatro organizações/coletivos que apresentaram esta proposta ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 são a mexicana Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) e as colombianas Las Doñas Paramunas, Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)) e La Partida Feminista.

Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) nasceu em 1998 em Oaxaca de Juárez com o objetivo de transformar os meios de comunicação em ferramentas úteis para os povos indígenas e cidadãos. Por meio de acompanhamento, informação, conscientização, produções próprias, incidência política e divulgação de materiais, a organização criou e acompanhou conteúdos de rádio e vídeo que dão visibilidade aos povos e mulheres indígenas, valorizam a vida comunitária, defendem direitos e promovem a justiça com dignidade. Na última década, Ojo tem investido no empoderamento das mulheres e, em 2023, a terceira geração de rádios comunitárias segue capacitando-se sobre violência de gênero, masculinidades não hegemônicas e vida livre de violência.

Las Doñas Paramunas é uma escola de comunicação popular com mulheres camponesas da ecorregião de Sumapaz que desenvolve laboratórios de vídeo e rádio para fomentar o diálogo e a criação coletiva, promovendo narrativas próprias de mulheres em torno da defesa do corpo-território. Em 2020, a primeira versão da escola foi realizada em conjunto com o Conselho Local de Mulheres da Localidade 20, onde foram produzidos dois curtas-metragens: Historias del campo e El legado de las doñas. Em 2021, uma segunda versão ocorreu em Venecia, Cundinamarca, com outros dois curtas: Mercedes e Respirando felicidad en los campos de Colombia. Para encerrar 2021, foi promovido um evento no Centro de Memória, Paz e Reconciliação como uma socialização aberta do processo. Em 2022, houve um segundo módulo na Localidade 20, focado na produção de rádio. Em 2023 decidiu-se fazer uma terceira versão da escola em Pandi, Cundinamarca.

(Foto: Las Doñas Paramunas)

A Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)), criada em Bogotá (Colômbia) em 2012, estrutura seu trabalho em áreas de pesquisa e abordagens transversais com o objetivo de gerar uma incidência integral nos territórios. A organização atua na coordenação, formulação, execução e acompanhamento de projetos e relatórios de pesquisa; promove espaços educativos e de acompanhamento às comunidades e processos sociais e implementa uma estratégia de comunicação que contribui para a visibilidade dos processos territoriais.https://www.facebook.com/ECICP

La Partida Feminista foi criada em 2019, em Bogotá, a partir do Laboratório Comunitário de Cinema e Audiovisual Ojo Semilla, organizado por El Churo Comunicación no Equador (2018). Entre as atividades realizadas a partir de metodologias de pedagogia popular, cinema comunitário e feminismos, estão Minga Audiovisual: mulheres criando e narrando a partir de seus territórios em Praia Renaciente, Cali (2021), Começando pelas Raízes em Ciudad Bolívar, Bogotá (2021), o 1º Encontro Latino-americano As que gravam: mulheres, cinema e audiovisual comunitário entre Ciudad Bolívar e a Cinemateca de Bogotá (2022), e Potoescuela: Laboratório de artes visuais para meninas e mulheres em Ciudad Bolívar (2023).

Laboratorio de artes visuales para niñas (Foto: La Partida Feminista)

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* Nome da rede: Cultura Viva Comunitaria México – Plataforma Puente

* Nome do projeto: 3º Encuentro Nacional Cultura Viva Comunitária México

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O 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz), pretende unir esforços para a produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em México em 2024.

A proposta apresentada ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 prevê uma etapa de “Pré-Encontro” a partir de agosto, com o desenvolvimento de atividades virtuais, como o “Diálogo Meso-americano e Caribenho para a Cultura Viva Comunitária”; sessões com o círculo da palavra “Gênero e Diversidades” para revisar e adaptar o protocolo de prevenção da violência de gênero e diversidade para congressos, bem como sessões informativas sobre a história e os princípios do movimento CVC no México e na América Latina.

O projeto prevê ainda a criação de um “rali fotográfico” sobre as intervenções e/ou experiências culturais comunitárias que cada grupo tem vivido nos seus territórios. Também haverá apresentações artísticas de cada coletivo participante com a finalidade de compartilhar suas experiências no palco, seus processos, e abrir um diálogo que permita conhecer outros contextos a partir dessas manifestações, as formas com que essa intervenção tem permitido impactar nos territórios, somar propostas, entre outras.

Seguindo uma metodologia participativa, durante o encontro presencial serão realizadas duas rodas temáticas ou laboratórios. A primeira terá como foco o desenho da produção do 6º Congresso Latino-americano de CVC; o segundo servirá para a orgânica da rede CVC México. Além disso, serão integrados espaços de convivência comunitária para as organizações participantes e a comunidade habitante de Tatahuicapan. A programação artística e cultural será moldada pelas ações das organizações participantes ou coletivos ligados ao movimento.

A soma desses esforços, propostas e conclusões será apresentada na assembleia geral do encontro nacional e ao Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México, grupo impulsor encarregado da produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

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A rede

A rede Cultura Viva Comunitaria México começou a ser tecida em 2009 com a troca de experiências com organizações da Guatemala (Caja Lúdica) e do México (Coletivo Altepee). Em 2011 Habitajes A.C. participa do encontro Juventude e Arte Comunitária, onde foram instaladas a Plataforma Ponte CVC e as diretrizes da rede latino-americana em Medellín, Colômbia. A partir de 2014, foram realizadas reuniões nacionais, regionais e metropolitanas com organizações culturais de base comunitária de diferentes latitudes do México. Além disso, foram promovidas assembleias, colóquios, ciclos de diálogo em parceria com a Comissão de Direitos Humanos do Distrito Federal (CDDHF) e a Prefeitura de Tlalpan. A rede esteve presente nos últimos três Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária no Equador (2017), Argentina (2019) e Peru (2022).

O projeto apresentado pela rede tem Habitajes – Centro de Estudos e Ações do Espaço Público como organização responsável pela gestão de recursos. Também participam da proposta os coletivos Altepee, Rses Crew e Kejtsitani.

2º Encontro Nacional de CVC em Cherán Keri (Foto: Habitajes)

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Organizações participantes

(Foto: Fogata Kejtsitani)

A Fogata Kejtsitani Mujeres por la Memoria de Cherán foi criada em 2015, ano em que seus membros consolidaram um projeto de história oral na comunidade de Cherán K’eri. Através do Coletivo Kéjtsitani, eles pretendem investigar, documentar, salvaguardar e divulgar seus valores, usos e costumes, bem como lutas passadas e presentes. Com a coleta de testemunhos orais, espera-se produzir uma narrativa própria que capte a natureza complexa do esforço de Cherán K’eri para desenvolver instituições políticas, educacionais e culturais autônomas. A narrativa da comunidade é recriada nas mídias digitais, buscando criar uma linguagem mais acessível para jovens.

O projeto também foi apresentado pelo Colectivo Altepee, fundado em 2013 em Acayucan por jovens interessados ​​na música de cordas do sul de Veracruz. O coletivo foi criado por um grupo de amigos que se reuniam em torno de suas jaranas pelo prazer de tocar, e que perceberam que a tradição do fandango (festa que congrega músicos e sapateadores em torno do palco) era uma forma natural de a comunidade se organizar e de se aproximar dos conhecimentos dos avós. Além de fazer um programa de rádio todas as quartas-feiras, os integrantes do Altepee produzem podcasts e vídeo-aulas sobre diversos temas, como saúde, culinária tradicional e promoção de sistemas alimentares locais.

Rses Crew é outro participante da rede. Criado em 2014, na Cidade do México, o coletivo se encarrega de propor e trabalhar expressões visuais e artísticas ligadas às comunidades, tendo como principal ferramenta a técnica do graffiti. Neste processo de reconstrução simbólica do espaço social, a reflexão transferiu-se para os desafios que se colocam às pessoas da terceira idade na apropriação do espaço público e privado. Em 2019, foi realizado um projeto de caravana cultural com um grupo de mulheres bordadeiras que criaram, compartilharam saberes e experiências de vida na oficina “Bordado da Memória”.

Uma noite de fandango (Foto: Colectivo Altepee)


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* Nome da rede ou articulação: Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México

* Nome do projeto: Congresso Nacional de Culturas Comunitárias Vivas do México

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Em outubro de 2022, diversas organizações e redes culturais mexicanas se reuniram no 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, no Peru, e chegaram a um importante acordo para reafirmar o México como sede do próximo Congresso Latino-Americano de CVC. Após o congresso no Peru, formou-se o Grupo Impulsor, que desde fevereiro se chama “Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México” e que vem se dedicando a uma agenda comum, com reuniões regulares de trabalho colaborativo.

O evento que este tecido propôs ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).

Com o objetivo de fortalecer o movimento Cultura Viva Comunitária no México, o congresso incluirá atividades como a apresentação de um fanzine histórico educativo sobre o movimento na América Latina e no México, além de círculos da palavra e uma assembleia nacional que reunirá organizações, coletivos culturais e atores sociais com sólida atuação comunitária. A intenção é reunir pelo menos 150 pessoas de organizações culturais de base.

Também estão previstas apresentações artísticas e uma feira de saberes/mercado cultural. As atividades serão compostas por diversas expressões culturais, com a intenção de gerar um círculo de economia solidária,  promover as identidades culturais e suas relações interculturais e, sobretudo, o fortalecimento da organização comunitária por meio do conhecimento do trabalho realizado nos territórios e da aprendizagem coletiva resultante dos intercâmbios.

Delegação mexicana no 5º Congresso Latino-americano de CVC, no Peru

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Organizações participantes

A Cooperativa Cultural El Arbolillo Cuautepec iniciou seu trabalho em 2015, na Cidade do México, como um coletivo de jovens artistas urbanos que buscavam criar espaços e promover a cultura pintando murais e dando oficinas. Em 2018 constituíram-se como cooperativa, tendo a possibilidade de oferecer as suas práticas como serviço cultural de apoio à educação artística a diferentes ONGs, instituições e empresas a partir da perspetiva da economia social e solidária.

No estado de Jalisco, a ONG Mais Música, Menos Balas há mais de uma década desenvolve projetos culturais e comunitários que promovem a comunidade, a solidariedade, o voluntariado e a transformação social por meios pacíficos, intermediando a arte, a cultura, a educação e o esporte. Alguns de seus projetos são o Ciclo Itinerante de Música e Arte Mais Música, Menos Balas, realizado desde 2012, e o SaludArte, programa de saúde mental com arteterapia, para atender mulheres vítimas de violência e seus filhos.

O coletivo CulturAula, criado em 2013 na cidade de Guadalajara, é uma organização transdisciplinar dedicada à pesquisa, formação e defesa da gestão e desenvolvimento sociocultural a partir de vários enfoques. Seu trabalho é direcionado a agentes, movimentos e organizações de base comunitária, artistas, educadores e instituições.

Quem também participa como integrante do projeto é a rede de Cultura Viva Comunitária de Jalisco, uma rede colaborativa nascida em 2014 em Guadalajara, formada por organizações culturais de base comunitária e pessoas aliadas que se unem no fortalecimento da cultura comunitária e seus processos derivados.

1º Encuentro de Cultura Viva Comunitaria, en 2014 (Foto: CulturAula)

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17

fev
2023

Em Destaque
Editais
Notícias

Por IberCultura

IberCultura Viva e Ibermemória lançam “Cenzontle”

Em 17, fev 2023 | Em Destaque, Editais, Notícias | Por IberCultura

Nesta terça-feira, 21 de fevereiro, Dia Internacional da Língua Materna, os programas IberCultura Viva e Ibermemoria Sonora y Audiovisual lançam “Cenzontle, uma Janela para as Línguas Originárias da Ibero-América”, iniciativa que busca dar visibilidade e valorizar as línguas dos povos originários da região, bem como incentivar seu uso e preservação.

Esta convocatória procura difundir e incentivar projetos concluídos, em desenvolvimento ou a serem realizados em qualquer território dos países membros do IberCultura Viva e do Ibermemória: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Os projetos podem ser voltados para processos de conservação, registro, pesquisa, divulgação, educação, gestão ou valorização das línguas indígenas ou nativas dos países membros. O período de inscrições termina em 28 de abril* de 2023, às 18h (horário de Brasília e Buenos Aires).

O valor total alocado para este edital é de US$ 16.500. Será selecionado um projeto vencedor por país membro, para que seja concedido um total de 16 prêmios de US$ 950 cada. Além do apoio financeiro, os projetos vencedores receberão um reconhecimento dirigido à comunidade candidata como “Comunidade preservadora das línguas da Ibero-América”.

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Apresentação de projetos

As propostas devem ser cadastradas na plataforma Mapa IberCultura Viva por uma pessoa responsável pela inscrição, em nome ou com o aval de sua comunidade. Não serão aceitas candidaturas a título pessoal e que não incluam membros da comunidade para a sua realização.

Os projetos podem ser apresentados por escrito e/ou em formato de vídeo ou áudio. Podem ser em espanhol e português, ou em línguas indígenas com tradução em espanhol ou português anexada. É necessário apresentar a comunidade em que o projeto se insere ou intervém, indicando a sua localização, a sua história e o seu contexto atual.

Também é preciso apresentar um resumo e uma justificativa da pertinência e importância do projeto, destacando a importância da salvaguarda da linguagem da comunidade, bem como o impacto e alcance que terão ou tiveram as ações de preservação e/ou promoção objeto da proposta.

Para os projetos que se encontram em desenvolvimento e para aqueles que ainda não começaram, o limite de finalização é novembro de 2023.

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Processo de seleção

A seleção levará em conta critérios como: 1) pertinência (o projeto fundamenta sua relevância e justifica seu valor social, histórico e cultural, bem como sua influência ou representação sociocultural na comunidade), 2) vulnerabilidade (o projeto identifica a urgência de salvaguarda da língua nativa e descreve a situação de risco em que se encontra), e 3) sobrevivência (o projeto considera o impacto e abrangência no tempo e no espaço das ações de preservação realizadas, por meio de um plano de gestão a médio e longo prazo ou é replicável em outras instituições ou países).

Serão priorizados no processo de avaliação projetos que se destinem a crianças, pessoas idosas, pessoas com deficiência, mulheres ou outros grupos vulneráveis ​​e/ou que promovam a perspectiva de gênero e a não discriminação. Também serão valorizados aqueles que incorporem o trabalho com arquivos ou a produção de documento(s) sonoro(s) ou audiovisual(is). A publicação do resultado está prevista para 24 de maio* de 2023.

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(*) Texto atualizado em 13 de abril de 2023, após o anúncio da ampliação do prazo

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Confira o regulamento do concurso

Adendo ao regulamento (prazos de execução)

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Consultas: convocatoria.lenguas@gmail.com

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/234/

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Leia também:

Um guia para se candidatar à convocatória Cenzontle, uma Janela para as Línguas Originárias da Ibero-América

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17

fev
2022

Em Notícias

Por IberCultura

15 indígenas da Argentina, do Brasil e do Equador lançam o e-book “De Abya Yala com Amor”

Em 17, fev 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

 

Em outubro de 2021, 15 indígenas de distintas regiões de Argentina, Brasil e Equador começaram a partilhar experiências, opiniões, visões, saberes e sentimentos através das ferramentas digitais. Ao longo de dois meses, esses sete homens e oito mulheres pertencentes a 12 povos/etnias realizaram seis “fogueiras digitais” de aproximadamente duas horas. Nesses encontros (por Zoom com transmissão por YouTube), deixaram a palavra correr, como tradicionalmente acontece nas comunidades indígenas quando se reúnem ao redor do fogo. 

O e-book “De Abya Yala com Amor”, que o coletivo agora apresenta em sua primeira versão com alguns textos em português e outros em espanhol, é um dos resultados desses intercâmbios digitais desenvolvidos no projeto “Diversidade Indígena Viva”. A iniciativa foi uma das 20 propostas selecionadas no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021.

Esta semana duas “fogueiras digitais” serão armadas especialmente para o lançamento da publicação, com a participação de algumas das pessoas autoras e transmissão pelo canal  www.youtube.com/mensagensdaterra. O encontro em espanhol será nesta quinta-feira, 17 de fevereiro, às 17h do Equador e 19h da Argentina. A versão em português ficou marcada para a sexta-feira, 18 de fevereiro, às 18h de Brasília. 

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Mensagens para a humanidade

“De Abya Yala com Amor” é um livro coletivo em que cada autor/a indígena traz uma mensagem para a humanidade que renasce neste momento de crises superpostas (ambiental, econômica, sanitária). Para esta comunidade intercultural de aprendizagem livre, estamos no meio de grandes mudanças, desafiados a mudar nossos paradigmas.

Esta versão original da publicação, com 90 páginas, tem os textos em espanhol ou em portugués, conforme foram enviados por seus autores/as em janeiro de 2022. A ideia é lançar posteriormente uma versão toda em espanhol e outra em português.

Além dos textos para o e-book, as fogueiras digitais realizadas em 2021 renderam mais de 40 vídeos curtos, editados pelo diretor audiovisual Sebastián Gerlic, argentino radicado no Brasil que compartilhou a gestão deste projeto com os indígenas  Mariela Tulián (Argentina), Angel Eras (Equador) e Nhenety Kariri-Xocó (Brasil). Estas “chispas” (em espanhol) ou “faíscas” (em português), com trechos dos depoimentos das pessoas autoras do livro, estão disponíveis no canal www.youtube.com/mensagensdaterra.

Da Argentina participam Tinkina Solita Tonokoté (Santiago del Estero); Lecko e Haylly Zamora Wichi (Chaco); Liliana Claudia Huarpe (Mendoza), e Mariela Comechingón Sanavirón Tulián (Córdoba). Do Brasil: Horopakó Desana (Amazonas); Cacique Kaji Waurá (do Xingu); Morubixabas Itamirim e Weramoru Tupi Guarani (São Paulo); Nhenety Kariri-Xocó (Alagoas) e Maria Pankararu (Pernambuco). Do Equador: Lauro Jerônimo Saant e Yamanua Shuar (Amazonas); José Atupaña Guanolema (kichwa-Puruhá) e Ángel Ramírez Eras, da cultura Palta, da região de Loja.

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📌Saiba mais sobre o projeto: http://www.thydewa.org/abyayala/

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24

nov
2021

Em Notícias

Por IberCultura

Partilhando saberes tradicionais: os dois projetos do Brasil selecionados no Edital de Apoio a Redes 2021

Em 24, nov 2021 | Em Notícias | Por IberCultura

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 Nome do projeto: Okan Ilu – Tambor do Coração

Dados da rede ou articulação: Rede de Envolvimento Solidário e Multiversidade Mãe Preta dos Povos da Terra

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O Okan Ilu (Tambor do Coração), uma das propostas brasileiras selecionadas no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021, é um momento de encontro da Rede de Envolvimento Solidário, um momento de partilha cultural e artística dos povos negro e indígenas. Realizado anualmente desde 2015 em Triunfo (Rio Grande do Sul), é um ritual de culminância das atividades da Comunidade Kilombola Morada da Paz – Território de Mãe Preta (CoMPaz), um coletivo constituído majoritariamente de mulheres negras.

A Morada da Paz é “um modo de ser e de viver”, como dizem as mais velhas da comunidade, e tem como projeto existencial a defesa da vida e da diversidade. O calendário da comunidade é constituído por datas sagradas voltadas tanto para ritualísticas de atendimento espiritual, quanto para atividades voltadas para a preservação e disseminação da cultura afro-brasileira. Ali são promovidos encontros entre diferentes lideranças dos povos originários e comunidades tradicionais, com o intuito de construir redes de articulação política, cultural e espiritual em defesa da vida. 

Fotos: Okan Ilu 2020

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O projeto apresentado ao Edital de Apoio a Redes tem entre seus objetivos reconhecer as tradições, a memória, a história e a cultura afro-brasileira e celebrar a vida dos povos e comunidades tradicionais através dos tambores sagrados na CoMPaz; salvaguardar, transmitir e honrar a força ancestral dos povos de terreiro e quilombolas; construir ações em unidade, como redes, projetos conjuntos, parcerias e alianças que derivam desses encontros.

A proposta prevê a realização de oficinas e vivências de partilha de saberes e fazeres ancestrais dos povos e comunidades participantes do Okan Ilu, e ipàdés (círculos sagrados de diálogos) com a participação dos anciões e anciãs da Comunidade Morada da Paz. Também estão previstas apresentações artísticas e culturais dos diversos povos e coletivos presentes, como o Grupo Semente de Baobá, formado por jovens da Comunidade Morada da Paz, os tambores do candombe uruguaio da Nação Zumbalelê, as maracas e flautas indígenas e declamações de poesias, cirandas e a contação de histórias e lendas dos povos tradicionais pelos mestres da Cultura Viva, além de rodas de capoeira.

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Organizações participantes

A Comunidade Kilombola Morada da Paz trabalha com a recuperação da história, da memória e da cultura ancestral afro-brasileira desde 2003, sendo sede do Omorodê Ponto de Cultura da Infância e da Escola CoMKola Kilombola Epè Layiè. Desenvolve oficinas e vivências tanto na sede como em outros espaços, inclusive em ambiente virtual, trabalhando com a educação, a espiritualidade, a cultura, a arte e a saúde holística. 

O Instituto CoMPaz, que faz parte deste projeto, realiza desde 2015 cursos, palestras e oficinas nas áreas de cultura, educação, espiritualidade, permacultura, agroecologia e ciências, com crianças e jovens de escolas de Montenegro, Triunfo e da região metropolitana de Porto Alegre. Também desenvolve projetos de empreendedorismo sociocomunitário com jovens da Comunidade Morada da Paz e de sua biorregião.

(Foto: Nación Zumbalelé)

Outra organização participante é Nación Zumbalelé, de Salinas (Uruguai). Este Ponto de Cultura uruguaio trabalha desde 2001 com pesquisa, educação e prática do candombe, cultura afro-uruguaia e equidade racial, realizando intercâmbios pela América Latina, inclusive com uma participação do Okan Ilu, na Comunidade Morada da Paz, em 2019.

Já o Ponto de Cultura A Bruxa tá Solta, de Boa Vista (Roraima), começou em 1992 como um grupo de teatro. Em 2016, ampliou suas atividades como Ponto de Cultura, e em 2017 se reorganizou novamente, agregando comunidades e grupos numa rede focada na gestão cultural, com ênfase nas tradições populares da Amazônia, com recorte em Roraima. Dessa aliança com o Ponto de Cultura fazem parte 25 grupos/comunidades de seis municípios.

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Assista ao vídeo do Okan Ilu realizado em 2020:


 * Nome do projeto: Fórum Sagarana: Saberes Tradicionais, Cultura e Mudanças Climáticas

* Nome da rede ou articulação: Fórum Sagarana: Saberes Tradicionais, Cultura e Mudanças Climáticas

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O Fórum Sagarana: Saberes Tradicionais, Cultura e Mudanças Climáticas é uma proposta de articulação em rede para a produção de uma série de atividades, diálogos e formações, focando no fortalecimento institucional de organizações e comunidades presentes no território do Vale do Rio Urucuia, na Região Norte-Noroeste do estado de Minas Gerais, Brasil. 

Com sede na cidade de Arinos, o projeto visa – a partir de três eixos de atividades –, o diálogo sobre temáticas que permeiam a conservação dos saberes tradicionais, o desenvolvimento sociocultural, as juventudes, a comunicação e o impacto das mudanças climáticas na agenda global até 2030. O objetivo é criar um ambiente de debate que fomente reflexões e gere impactos positivos nas estruturas das organizações e comunidades alvo do fórum.

A proposta privilegia os princípios da pedagogia griô, buscando dialogar e abordar de forma efetiva e integrada com a realidade e a visão de mundo dos diferentes atores das comunidades cerratenses, sertanejas e interioranas, assim como quilombolas, respeitando seus modos de vida e criando pontes entre a oralidade e o conhecimento formal. 

A ideia é que as rodas de prosa, os círculos dialógicos, as oficinas de elaboração do conhecimento e produção partilhada e as formações técnicas sejam realizadas com a comunidade – nunca para a mesma –, dialogando também com metodologias de cocriação artística, de mapeamento afetivo, de pesquisa-ação e de economia solidária.

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Vila de Sagarana (Foto: CineBaru)

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A escolha da Vila de Sagarana para o fórum foi pensada como uma ação para reconhecer e fortalecer a identidade geraizeira e dos povos do Cerrado. A pequena vila de 300 habitantes está localizada no sertão de Veredas, narrado por João Guimarães Rosa, na mata seca, fitofisionomia única e rara do cerrado, um território altamente biodiverso, rico em tradições e de culturas únicas, ainda pouco conhecido e já muito ameaçado. Segundo o Sexto Relatório de Avaliação (AR6/WG1), do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, esse território tem enfrentado secas mais intensas e temperaturas mais altas, sendo uma das áreas do mundo onde a mudança do clima provocará efeitos mais drásticos.

Como resultados do projeto, espera-se o fortalecimento de articulações, em nível regional, para a constituição dos espaços de diálogos entre comunidades, organizações e instâncias de governança em prol da valorização do sentimento de pertencimento, da atenção aos impactos ambientais provocados pelas mudanças climáticas, assim como para a conscientização para a conservação da memória e histórica socioculturais dos povos tradicionais presentes no território do Vale do Rio Urucuia.

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Histórico da rede

A rede do Fórum Sagarana possui um amplo histórico de diálogos, debates e atividades construídas em prol do desenvolvimento social, cultural, ambiental e econômico do território, agindo conjuntamente com instâncias governamentais e da sociedade civil. 

Dentre as atividades promovidas conjuntamente por instituições presentes na construção da proposta do Fórum Sagarana, estão as sete edições do Encontro dos Parceiros do Vale do Rio Urucuia (2009-2015); sete edições do Festival Sagarana (2008-2015); cinco edições do projeto O Caminho do Sertão (2014-2019), cinco edições da Mostra Sagarana de Cinema (2017-2021), além de diversas propostas de formações, parcerias público-privadas, emendas parlamentares e dinâmicas de articulação comunitárias.

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Organizações participantes

Uma das organizações que apresentam o projeto é o Portal de Cultura Grande Sertão Veredas – Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Vale do Rio Urucuia (ADISVRU). Criado em fevereiro de 2001, o Portal de Cultura, enquanto Ponto de Cultura, tem como proposta principal identificar e fortalecer a cultura local e regional na sua diversidade tendo como foco os grupos de teatro, música, dança, os núcleos de artesanato, cultura digital e familiares de quilombolas e ciganas. Enquanto parte da Instituição ADISVRU, realiza ações de fortalecimento da diversidade cultural, economia criativa, sentimento de pertencimento e diálogos entre patrimônios imateriais, materiais e meio ambiente.

Já o Coletivo Ecos do Caminho, criado em 2015, é uma associação de pessoas físicas sem fins lucrativos (não formalizada) que promove iniciativas, em geral independentes, em um processo de intensa convivência com as comunidades locais, contando com a parceria de instituições e ONGs do Território Baiangoneiro. O coletivo é composto por produtores culturais, fotógrafos, cineastas, jornalistas, historiadores, biólogos, pesquisadores e artistas, oriundos de diferentes territórios e vivências. Eles mantêm uma sede na vila de Sagarana e realizam há sete anos atividades socioculturais e ambientais na região, tal como as cinco edições da Cinebaru (entre 2017 e 2021) e a 7ª edição do Festival Sagarana, em 2015. 

Também participa do projeto a Associação do Cresertão – Centro de Referência em Tecnologias Sociais do Sertão, fundada em 2010, com a proposta de demonstrar, divulgar e aplicar as tecnologias sociais – soluções de baixo custo e ecologicamente corretas, capazes de gerar trabalho e renda e melhorar a vida das comunidades. As tecnologias sociais refletem um novo conceito de desenvolvimento, que alia saberes populares e conhecimento científico. 

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10

set
2021

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

46 propostas foram habilitadas no Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021

Em 10, set 2021 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

 (Foto: Oliver Kornblihtt)

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O programa IberCultura Viva divulgou nesta sexta-feira, 17 de setembro, a lista de candidaturas habilitadas a seguir no processo seletivo do Edital de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021. Dos 57 projetos inscritos na plataforma Mapa IberCultura Viva, foram habilitados 46. As candidaturas provêm de 10 países: 13 de Colômbia, 9 de Argentina, 6 de México, 6 de Brasil, 4 de Peru, 3 de Costa Rica, 2 de Uruguai, 1 do Equador, 1 de El Salvador, 1 da Espanha.

A primeira lista de habilitados foi publicada na sexta-feira passada, 10 de setembro, quando se abriu o prazo de recursos para que as pessoas postulantes pudessem corrigir a documentação das 20 propostas que foram consideradas inabilitadas por problemas com a inscrição, como falta de cartas de aval ou falta de informação sobre as organizações com que articulam no projeto apresentado. O prazo de recursos encerrou na quarta-feira, 15 de setembro. Nove recursos foram aceitos pela Unidade Técnica do IberCultura Viva: 1 de Argentina, 2 de Brasil, 2 de Colômbia, 1 de El Salvador, 1 de México e 2 de Uruguai.

Esta lista definitiva de candidaturas habilitadas será enviada  à Comissão de Seleção, composta pela Unidade Técnica e pelo Conselho Intergovernamental do programa, para dar continuidade ao processo de avaliação. O resultado final tem publicação prevista para o dia 3 de outubro.


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O edital

 

O período de inscrições ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021 esteve aberto de 14 de junho a 31 de agosto. Esta edição foi lançada com o objetivo de promover e fortalecer o trabalho e a articulação de redes culturais de base comunitária que integrem povos indígenas, afrodescendentes e/ou coletivos de comunidades migrantes no contexto ibero-americano.

No caso do Brasil, apenas aqueles reconhecidos e certificados como Pontos de Cultura poderiam participar como entidades responsáveis, devendo ter o cadastro atualizado na plataforma da Rede Cultura Viva. No caso do Equador, o responsável pelo projeto deveria estar inscrito no Cadastro Único de Atores Culturais (RUAC). No caso do México, só poderiam participar como entidades responsáveis aquelas inscritas no Registro Nacional de Espaços, Práticas e Agentes Culturais (TELAR).

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(*) Texto atualizado em 16 de setembro, após o prazo e análise dos recursos


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Confira a lista de candidaturas habilitadas e não habilitadas:

Informação às Pessoas Interessadas II – Etapa de Habilitação – Lista definitiva – Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021

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Informação às Pessoas Interessadas I – Etapa de Habilitação – Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021

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14

jun
2021

Em Editais
Notícias

Por IberCultura

IberCultura Viva apoiará projetos de redes de povos indígenas, afrodescendentes e comunidades migrantes

Em 14, jun 2021 | Em Editais, Notícias | Por IberCultura

(Foto: Oliver Kornblihtt)
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Nesta segunda-feira, 14 de junho, abre-se o prazo de inscrição do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2021. A iniciativa tem como objetivo fomentar e fortalecer o trabalho e a articulação das redes culturais de base comunitária integradas por povos originários, indígenas, afrodescendentes e/ou coletivos de comunidades migrantes no âmbito ibero-americano. O edital conta com um montante de 68 mil dólares, provenientes do Fundo Multilateral IberCultura Viva, e está destinado aos 11 países que formam parte do programa: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. 

Podem inscrever-se projetos de articulação em rede ou trabalho colaborativo para a realização de atividades que promovam o diálogo intercultural, a promoção cultural comunitária, circuitos de economia social para bens e serviços culturais ou instâncias de formação sobre diversidade cultural, gênero, comunicação comunitária e outros saberes ou tecnologias sociais que ajudem a promover o diálogo intercultural ou a promoção cultural comunitária. Cada proposta selecionada poderá receber até 3 mil dólares para utilizar em gastos de produção e comunicação do projeto.

As atividades devem ter entrada livre e gratuita e ser executadas num prazo máximo de 6 meses, entre outubro de 2021 e março de 2022. Pelo contexto sanitário atual, os projetos devem adaptar suas atividades às normas de cada país, respeitando as exigências das autoridades competentes, incluindo as de segurança e higiene, nas localidades onde serão realizadas. 

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Inscrições

As inscrições estarão abertas na plataforma Mapa IberCultura Viva até 31 de agosto (*), às 18h, considerando o horário de Brasília e Buenos Aires (Argentina). Os projetos devem ser apresentados por uma rede ou articulação de pelo menos três membros que contemplem povos originários, indígenas ou afrodescendentes, coletivos migrantes e/ou organizações culturais comunitárias que trabalham com estes grupos. A organização responsável pela inscrição deverá ter personalidade jurídica vigente e ser de tipo sem fins lucrativos. No caso dos povos originários, indígenas e/ou afrodescendentes, as personalidades jurídicas serão validadas pelos/las REPPIs (representantes de países nos programas e iniciativas) de cada país durante o processo de habilitação.

No caso do Brasil, só podem participar como organizações responsáveis aquelas reconhecidas e certificadas como Pontos de Cultura, devendo ter inscrição atualizada na plataforma Rede Cultura Viva. No caso do Equador, a pessoa responsável do projeto deve estar inscrita no Registro Único de Atores Culturais (RUAC). No caso do México só podem participar como organizações responsáveis aquelas que se encontrem inscritas no Registro Nacional de Espaços, Práticas e Agentes Culturais (TELAR).

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Avaliações

O processo de avaliação das propostas apresentadas compreenderá duas etapas: habilitação e seleção. A primeira julgará o cumprimento da documentação exigida no regulamento. As postulações enviadas com os documentos requeridos (formulário devidamente preenchido, certificado de personalidade jurídica (CNPJ), carta aval das organizações e/ou coletivos, orçamento e cronograma adequados ao formato detalhado) passarão à fase seguinte. Na etapa de seleção, as propostas serão avaliadas conforme os critérios estabelecidos no regulamento do edital. Os projetos que obtiverem a maior pontuação em cada país serão os selecionados.

Entre os critérios que contam pontos na seleção se encontram a adequação aos objetivos estratégicos do programa IberCultura Viva, os impactos artístico-culturais, econômicos e/ou sociais do projeto, a experiência da rede ou articulação proponente, a avaliação da proposta técnica, e a coerência e adequação do orçamento e do plano de trabalho.  

As redes/articulações candidatas deverão aportar um mínimo de 25% dos custos totais do projeto. Esta porcentagem pode ser cumprida com aportes não financeiros, como estruturas, equipamentos, espaços, insumos, ferramentas ou serviços, através de cartas de compromisso. As postulações também deverão ser acompanhadas por cartas aval onde se estabeleçam as responsabilidades de cada organização ou coletivo dentro do projeto.

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(*) Texto atualizado no dia 9 de agosto de 2021

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Confira o regulamento do edital: https://bit.ly/3gmGDje

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/169/

Como inscrever-se no Mapa IberCultura Viva: https://iberculturaviva.org/manual/

Consultas: programa@iberculturaviva.org

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