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Rede de Cidades e Governos Locais reúne-se para discutir o desenvolvimento dos projetos apoiados em 2024
Em 04, out 2024 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
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A Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais se reuniu nesta quarta-feira, 2 de outubro, por videoconferência, para discutir os resultados e o andamento dos quatro projetos que estão sendo realizados neste semestre com o apoio do programa, além de atualizar o estado das políticas culturais de base comunitária que são desenvolvidas em seus municípios, estados e províncias, e iniciar o trabalho conjunto de planejamento para o próximo ano.
Participaram do encontro Luisa Velásquez (por Guadalajara, México), Francy Alvarez (por Bogotá, Colômbia), Ana María Restrepo (por Medellín, Colômbia), Tania Alvarez (por Alajuelita, Costa Rica) e Carola González (por Marcos Juárez, Argentina), além da Unidade Técnica do IberCultura Viva. O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, que apoia a participação na rede de 12 comunas chilenas, foi representado por Moyra Holzapfel.
Elas comentaram algumas iniciativas de cultura comunitária que estão sendo desenvolvidas atualmente em seus municípios e detalharam três dos projetos realizados este ano com o apoio da rede: “Memória e Futuro” – Encontro de Cultura Viva e Pontos de Cultura, proposto pela Direção de Cultura de Guadalajara; a construção coletiva do “Manual de Boas Práticas Territoriais”, proposto pela Municipalidade de Alajuelita, e o “Encontro Distrital de Saberes das Culturas Vivas Comunitárias Bogotanas”, proposto pela Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá.
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Carta dos Direitos Culturais
O quarto projeto que está sendo desenvolvido neste ano de 2024, com financiamento da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, foi proposto pelo Município de Quilmes (Argentina): o Encontro Internacional “A comunidade organizada pela Carta dos Direitos Culturais”. O evento visa, por um lado, iniciar o processo de construção participativa da Carta dos Direitos Culturais no município de Quilmes a partir de um primeiro fórum aberto com dissertações de especialistas, gestores, artistas e referências nacionais e internacionais no campo cultural.
Da mesma forma, propõe-se fortalecer o papel ativo das redes comunitárias na construção da Carta, entendendo que o acesso democrático e igualitário no exercício dos direitos culturais é a garantia de uma sociedade inclusiva e com possibilidades de desenvolvimento. Em segundo lugar, o projeto procura promover as ferramentas participativas, metodológicas e institucionais necessárias para que os municípios da província de Buenos Aires que queiram aderir à iniciativa possam realizar um processo semelhante nos seus territórios.
Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, comentou durante a reunião que outros membros desta rede construíram coletivamente suas Cartas de Direitos Culturais (caso de San Luis Potosí, México; Niterói, Brasil; e Concepción, Chile) e que seria interessante promover encontros com pessoas que participaram desses processos para troca de experiências entre governos locais. “Tivemos conquistas muito importantes no trabalho de construção das Cartas dos Direitos Culturais e poderíamos reunir suas experiências e oferecer esse intercâmbio de conhecimento para os governos locais que fazem parte da rede e que não participaram desses processos”, sugeriu.
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Um novo impulso para a rede
Diego Benhabib, consultor de redes e formação do programa, afirmou que o objetivo é dar um novo impulso à Rede de Cidades e Governos Locais, aproveitando a celebração dos 10 anos de criação do IberCultura Viva. Segundo ele, as experiências da rede deverão fazer parte das publicações que o programa está preparando para as comemorações. A rede também deverá participar, virtual ou presencialmente, do seminário que será realizado no final de novembro em Brasília, no âmbito da 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental.
“É fundamental voltar a essas raízes, na gestação do que era a rede no início de 2019, mas com a participação do grupo de trabalho anterior que se formou em Quito (em 2017), no 2º Encontro de Redes IberCultura Viva”, afirmou, destacando também a “impressionante articulação” que o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile mantém atualmente com os governos locais.
Benhabib lembrou que para financiar e apoiar projetos da própria rede, as/os representantes dos governos locais apresentam as suas propostas e é a própria rede que aprova essas iniciativas, que depois são submetidas ao Conselho Intergovernamental do programa para que sejam finalmente aprovadas e possam ser apoiadas. “Vamos continuar este processo com o Plano Operacional Anual (POA) no próximo ano, portanto é algo que precisam continuar a pensar coletivamente”, destacou.
Além das Cartas dos Direitos Culturais, ele mencionou outras linhas de abordagem que têm sido desenvolvidas a partir da rede e que podem ser replicadas, contabilizadas e referenciadas, como políticas mais ligadas ao fortalecimento e desenvolvimento dos Pontos de Cultura, ou políticas de transferência de fundos, legislação, ordenanças, portarias. Reforçou, também, a importância da atualização dos dados de todos os governos locais e da revisão dos mecanismos de comunicação, para continuar a apoiar este trabalho coletivo.
A seguir estão alguns dos comentários feitos pelas representantes dos governos locais participantes desta reunião.
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GUADALAJARA
Luisa Velásquez iniciou sua participação expressando seu entusiasmo pela posse da primeira presidenta do México, Claudia Sheinbaum, no dia anterior, e da primeira prefeita (presidente municipal) de Guadalajara, Verónica Delgadillo. Mencionou, também, a indicação de continuidade do programa Pontos de Cultura de Guadalajara, com orçamento para ações de formação e articulação como as que têm apoiado nos últimos três anos.
Sobre os resultados de “Memória e Futuro” – Encontro de Cultura Viva e Pontos de Cultura, que ocorreu em Guadalajara de 1º a 4 de agosto, como um dos projetos apoiados pela Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais no ano de 2024, disse que “superou as expectativas” das pessoas que participaram. “Pela qualidade dos diálogos que ocorreram, pelas visões de futuro que poderiam ser concretizadas… E também porque vieram muitas pessoas novas, que não pertenciam aos Pontos de Cultura, nem ao Movimento de Cultura Viva, e isso deu um frescor às discussões”, comentou.
Para ela, foi importante ter a presença neste espaço das novas gerações, dos novos agentes culturais que começam a se envolver e das referências históricas do Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, como o colombiano Jorge Blandón (diretor e cofundador da Corporação Cultural Nuestra Gente, de Medellín), por exemplo. “Tínhamos gente de Chiapas, de Puebla, de Cuautepec, de Zapotiltic, da Cidade do México, de Tamaulipas. Isso também foi legal. Poder tecer com outros territórios, outras experiências, foi muito poderoso”, observou.
Como resultado do encontro, no último dia dedicado às conclusões e à sessão plenária, foi feita uma espécie de declaração para a criação, no próximo ano, da Caravana Quetzalcóatl, que procura recuperar de alguma forma a memória da caravana De Copacabana a Copacabana, que saiu da Bolívia para o Brasil em maio de 2012. “A caravana pode ser um grande cenário para a visibilidade das políticas comunitárias que pensamos ou sonhamos”, destacou a representante de Guadalajara.
A Caravana Quetzalcóatl será em abril de 2025, coincidindo com o 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que acontecerá no México. A ideia é construir uma delegação de experiências culturais latino-americanas que possa percorrer Cuautepec, Cherán, Guadalajara e outras partes do país com suas produções e debates, “abraçando os sonhos e lutas de cada lugar e de seus protagonistas”. Uma reunião informativa, com convocação de comissões, está marcada para 17 de outubro.
Segundo Luísa, está prevista uma caravana de pelo menos 300 pessoas. “Por parte do governo de Guadalajara, estão reunidas todas as condições em matéria de alojamento, alimentação, transferências internas e logística para poder ter uma ampla participação de diferentes países”, anunciou, caso seja possível aos colegas do participantes da rede, talvez articulando uma chamada de mobilidade em seus municípios, estados ou províncias.
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ALAJUELITA
Tania Álvarez, representante do cantão de Alajuelita (Costa Rica) na rede, agradeceu aos colegas que aderiram ao processo de construção coletiva do Manual de Boas Práticas Territoriais, que é realizado com o apoio da Rede de Cidades IberCultura Viva e governos locais. Desde o dia 16 de setembro, representantes dos municípios integrantes da rede participam das discussões do projeto (que são transmitidas na página do Facebook da Municipalidade de Alajuelita, todas as segundas-feiras, até 14 de outubro, às 15h (Costa Rica).
Nesta série de conversas, a primeira convidada, Luisa Velásquez, falou sobre o programa Pontos de Cultura de Guadalajara. Em seguida, Francy Alvarez, Felipe Calvo e Edwin Rodríguez, representantes da Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá, apresentaram as “Apostas de Participação Comunitária” que são desenvolvidas no município. E esta semana, Claudia Araya Ortega detalhou o processo de elaboração da Carta dos Direitos Culturais da Cidade de Concepción (Chile), lançada em 26 de agosto.
“Estávamos refletindo sobre o alcance desse tipo de processo nos governos locais. Ser capaz de ouvir as formas como estes departamentos de Cultura abordaram a participação comunitária é motivador para as organizações que estão apenas a aprender que estas questões são possíveis. E que também podem estar nas nossas mãos este sistema de cocriação ou responsabilidade, que queríamos propor nas organizações de base e neste diálogo com os governos locais”, comentou Tânia, destacando que na próxima segunda-feira (07/10) terão a Comissão de Co-Responsabilidade em Alajuelita, uma das organizações que executam a política local.
Segundo ela, o processo de construção coletiva do Manual de Boas Práticas Territoriais “está funcionando muito bem”. Além das conversas, serão realizadas três oficinas. Uma delas vai abordar questões de participação e legislação; outra será dedicada à responsabilidade por esse “cuidado coletivo” (os esforços, os recursos emocionais que as organizações de base colocam nisso, o desejo de transformar as suas próprias comunidades).
Para a terceira oficina, a ideia é conseguir transformar o grupo de pessoas que tem assistido às conversas – e que tem estado de perto, questionando, contribuindo, validando – numa equipe de trabalho, como uma equipe de assessoria, para que o esforço que está sendo feito não fique apenas num documento, mas também num grupo que pode continuar esta relação com os governos locais e pode, eventualmente, fazer contribuições conjuntas.
A apresentação do “Manual de Boas Práticas Territoriais” está marcada para o dia 15 de novembro, na Câmara Municipal de Alajuelita. “Esperamos fazer uma grande festa e comemorar esse esforço conjunto. Que este documento possa ser lido e partilhado, não só nas organizações de base, mas também com outros governos locais”, disse Tania. Outros dois espaços estão confirmados para a apresentação do documento: um no Equador, no final de novembro, e outro no Chile, no início de dezembro. No primeiro caso, a coordenação será com a Universidade do Chile, e no Equador, com a rede Awasqa.
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MARCOS JUÁREZ
Carola González destacou que em 2024 o Programa de Cultura Comunitária, desenvolvido pela Municipalidade de Marcos Juárez (província de Córdoba, Argentina), comemora 10 anos, “com recategorização da área de cultura comunitária, reconhecimento do pessoal hierárquico e enorme apoio do governo local.” Um projeto de portaria, que se encontra na Prefeitura para revisão, inclui como política pública o reconhecimento da promoção e do fortalecimento da cultura viva comunitária no território da cidade.
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MEDELLÍN
Ana María Restrepo Aguilar, que esteve pela primeira vez em uma reunião da rede, aproveitou a oportunidade para se apresentar e reforçar o interesse da Prefeitura de Medellín em participar desta instância. Coordenadora de Convocatórias e Estímulos à Arte e Cultura da Secretaria de Cultura Cidadã de Medellín, Ana passou alguns anos na direção do Centro de Desenvolvimento Cultural Morávia e é parte do corpo docente do Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, que o IberCultura Viva desenvolve em conjunto com a FLACSO-Argentina.
“Há uma forte intenção no trabalho a partir da cultura viva comunitária. Nós temos um decreto, acordos, há uma declaração da nossa cidade nesse trabalho comunitário, um vínculo muito direto com o público. Hoje, a partir das convocatórias, podemos efetivamente continuar fortalecendo os processos que vêm sendo trabalhados historicamente em nossa cidade”, destacou.
Medellín foi o primeiro município a aderir à Rede IberCultura de Cidades e Governos Locais, em maio de 2019. Além disso, com sua editora municipal, publicou três livros da Coleção IberCultura Viva. Desde 2011, a cidade conta com uma política pública de reconhecimento e promoção da cultura viva comunitária. Esta política foi sancionada pelo Acordo Municipal 50 de 2011 e regulamentado por Decreto 1.606 de 2013.
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REDE CHILENA
Também pela primeira vez em uma reunião da Rede de Cidades e Governos Locais, representando o Ministério de Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, Moyra Holzapfel comentou como está sendo articulada a rede chilena de governos locais, que conta com 12 comunas. Falou sobre as atividades de formação que serão realizadas em novembro, sobre metodologias de participação comunitária e estratégias de comunicação e divulgação para o trabalho com organizações comunitárias em nível local, além do encontro nacional dos responsáveis pelos espaços culturais do programa Red Cultura, em que haverá um dia de trabalho interno da rede.
Moyra também destacou a experiência “singular e inovadora” da Carta dos Direitos Culturais de Concepción, lançada em agosto. “Este documento marca um novo caminho na gestão cultural municipal, e sobretudo na articulação das políticas públicas, ou planos culturais municipais, no fortalecimento e na visibilização do aporte que as organizações de base comunitária dão para o desenvolvimento local. Estamos num processo de reflexão, porque 2024 foi um ano de instalação e houve avanços. (…) Há um espaço criado, há um exercício de levantamento, um plano de trabalho que vai ser finalizado”, afirmou.
Ela destacou que as 12 integrantes chilenas da rede são emblemáticas e muito diferentes entre si. Existem duas cidades de referência, que são Concepción e Valparaíso, mas também comunas singulares, como é o caso de Alto Biobío, que é território de povos indígenas como os Mapuches. E outras bem pequenas, como Puqueldón, um território insular muito particular, e Hualaihué, no norte da Patagônia. “Acho que a riqueza que proporciona, a observação da questão cultural municipal e o vínculo com as organizações comunitárias, é muito desafiante. Mas estamos muito esperançosas”, comentou.
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BOGOTÁ
Francis Alvarez, por sua vez, disse que durante o mês de setembro foram realizados dois encontros comunitários de cultura viva em localidades de Bogotá, utilizando uma metodologia chamada “Aulas Vivas”. Outros oito serão realizados nas duas primeiras semanas de outubro em outras localidades. Além disso, houve “círculos de palavras” com comunidades rurais e camponesas de Bogotá.
“Estamos fazendo todo um processo para chegar ao nosso tão esperado Encontro Distrital de Saberes das Culturas Vivas Comunitárias Bogotanas, que busca decifrar esse DNA comunitário da cidade de Bogotá para fortalecer as práticas da cultura viva comunitária e seu impacto nas comunidades”, afirmou.
Este encontro distrital, que terá lugar nos dias 27 e 28 de novembro, é uma das atividades que conta este ano com o apoio da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. O evento é realizado no âmbito da comemoração dos 30 anos do Sistema Distrital de Arte, Cultura e Patrimônio, que é o sistema de participação cidadã de Bogotá.
Uma primeira minuta, que esta semana estará em discussão na Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes (SCRD) de Bogotá, inclui discussões e mesas de reunião denominadas “Una mirada a través del territorio”. Essas mesas abordarão os saberes rurais e campesinos, os processos pedagógicos populares, o trabalho em rede, a defesa do território, as economias culturais populares e comunitárias e a participação ativa, entre outros temas.
Também estão previstas exposições artísticas para as/os vencedores dos incentivos/bolsas oferecidos pela SCRD em Bogotá. “Para isso teremos linhas audiovisuais, sobre temas de roteiros de memória, ganhadores das zonas rurais, abordagens da população LGBTI, pessoas com deficiência… Além disso, vamos ter uma Praça do Empreendedorismo, onde queremos que as pessoas circulem por lá toda a oferta que as organizações de base comunitária, os artesãos têm”, detalhou Francy. Uma “cartografia de sentires”, criada por organizações culturais comunitárias, também será apresentada durante o encontro.
Rede de Cidades e Governos Locais reúne-se para apresentar propostas de trabalho para 2024
Em 12, abr 2024 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
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A Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais realizou nesta sexta-feira, 12 de abril, sua primeira reunião do ano para apresentar algumas propostas de atividades a serem desenvolvidas ao longo de 2024. Cerca de 20 pessoas participaram deste encontro virtual, entre representantes de governos locais de Chile, Costa Rica, México e Argentina, da Unidade Técnica e da presidência do IberCultura Viva, que desde março está a cargo da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil (MinC).
João Pontes, diretor da Política Nacional de Cultura Viva no Brasil, abriu o encontro cumprimentando as/os representantes dos governos locais presentes, em nome da atual presidenta do programa, Márcia Rollemberg, e destacando a importância do fortalecimento dessa rede. “Entendemos que as políticas culturais de base comunitária são extremamente importantes e estratégicas para o fortalecimento da democracia na região, dos valores cidadãos e dos direitos culturais”, afirmou.
“No Brasil, estamos em um momento de retomada e reconstrução e, para nós, é uma alegria estar de volta ao programa, no ano em que se celebram os 10 anos do IberCultura Viva e os 20 anos da Política Nacional de Cultura Viva. É uma alegria grande podermos estar de volta, juntas/os neste processo de fortalecimento das políticas culturais de base comunitária e de construção de outras realidades para o nosso Espaço Ibero-americano”, disse o diretor do MinC.
Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, explicou que um dos objetivos deste encontro foi proporcionar um espaço para que os municípios que aderiram mais recentemente pudessem começar a idealizar, discutir algumas ideias, e para aqueles que trabalharam no ano passado com propostas que saíram do âmbito da rede pudessem contar como foram as experiências. “A rede, neste momento, está em forte expansão. No ano passado houve uma incorporação muito importante de municípios, especialmente do Chile, a partir de uma tarefa de articulação do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio”, destacou.
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Rede chilena
O Chile é o país com maior número de membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, instância que recebeu um total de 36 pedidos de adesão de municípios, províncias e estados desde a sua formalização, em maio de 2019. A rede chilena de governos locais é composta por 12 comunas: Concepción, Lonquimay, Quilaco, Valparaíso, San Felipe, Puqueldón, Hualaihué, La Unión, Puerto Saavedra, Alto Biobío, Cauquenes e San Pedro de La Paz.
Em dezembro, representantes destes 12 municípios chilenos reuniram-se na cidade de Concepción, Região de Biobío, para definir um plano de trabalho para 2024. Para tanto, buscaram criar diretrizes de gestão e planejamento que permitissem aos municípios articular e fortalecer ações conjuntas com organizações culturais comunitárias de cada região.
Segundo Andrea Castellón, representante técnica do Ministério das Culturas, Artes e Patrimônio do Chile junto ao IberCultura Viva, o governo chileno tem apoiado fortemente a articulação desta rede, com a qual se reúne permanentemente, todas as quintas-feiras. “Este ano já começamos a ativar a rede com uma série de atividades. Vamos realizar novamente um encontro nacional e também trabalhar para podermos nos vincular e contribuir com políticas públicas de base comunitária, especificamente com as organizações culturais que existem nessas comunas. É um trabalho super interessante e que estamos promovendo para vinculá-lo também a esta rede ibero-americana”, ressaltou.
Na reunião desta sexta-feira, além de Castellón, participaram pelo Chile: Ana María Elosúa (Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio), Pai Aguirre (Valparaíso), Camila Montecinos (Concepción), Juan Manuel Pizarro (Hualaihué) e Marco López (San Felipe).
O grupo chileno deverá formalizar uma proposta de atividade conjunta a desenvolver no âmbito da Rede de Cidades e Governos Locais ao longo do ano. Esta proposta se somará às outras três apresentadas nesta reunião: duas de Luisa Velásquez (Guadalajara, México) e uma de Tania Álvarez (Alajuelita, Costa Rica). Foi marcada uma nova reunião para 22 de abril, dia em que serão formalizadas as propostas de atividades e seus respectivos orçamentos, que serão encaminhados ao Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, para sua aprovação.
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Novas estratégias
Luisa Velásquez, representante de Guadalajara, cidade mexicana que tem um programa de Pontos de Cultura, contou que em 2023 a Diretoria de Cultura de Guadalajara foi beneficiada em uma convocatória com financiamento da União Europeia, a Ventana Adelante, e conseguiu articular-se com a Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá (Colômbia), também membro desta Rede de Cidades e Governos Locais, numa iniciativa de cooperação triangular. Esta iniciativa, intitulada “Estratégias culturais comunitárias para a participação cidadã”, envolveu também a Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil, além do então Ministério da Cultura da Argentina e da Universidade de Guadalajara.
“Foi uma iniciativa muito proveitosa, que consistiu em criar um modelo norteador de ação cultural com foco nos direitos humanos e na sustentabilidade. Isso nos apresentou o desafio de sistematizar as práticas que são geradas a partir dos territórios. É um modelo que se diferencia dos demais já existentes, criados a partir de escritórios, do ideal, e que surgiu do que é real, do que já está feito. Também tivemos a sorte de receber convidados/as de Barcelona, Chile, Costa Rica, Bolívia, para poder enriquecer este modelo com uma perspectiva da região ibero-americana a partir das práticas, um modelo de baixo para cima, e também das boas práticas de alguns governos locais, como Bogotá e Barcelona”, explicou a representante de Guadalajara.
Este modelo norteador, segundo Velásquez, está pronto, em fase de elaboração, e em breve estará disponível nas versões em espanhol e português para que possa ser socializado e apropriado tanto por agentes culturais comunitários como por agentes institucionais públicos, ou da academia. “Estamos muito felizes por esta ação que, além disso, conseguimos unir e articular como uma ação da Rede de Cidades”, comentou.
Uma das atividades que Luísa Velásquez propôs para a rede em 2024 seria uma nova etapa deste processo: a transferência deste modelo norteador de ação cultural criado ao longo do ano passado. A ideia é poder incorporar o Chile nesta nova iniciativa. A outra proposta apresentada por ela é um encontro de Pontos de Cultura e Cultura Viva chamado “Memória e Futuro”, a ser realizado na Argentina.
Por fim, Tania Alvarez, representante do cantão de Alajuelita, Costa Rica, apresentou uma proposta de construção coletiva do “Manual de Boas Práticas Territoriais da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais e Organizações Comunitárias”. A intenção é elaborar de forma colaborativa um documento que compile o conhecimento gerado e possa ser compartilhado com organizações comunitárias. Um dos objetivos desta proposta é gerar um espaço de intercâmbio para desenvolver uma série de conversatórios sobre a construção de políticas, legislações, regulamentações e orçamentos culturais.
Chega ao fim a Iniciativa de Cooperação Triangular Estratégias Culturais para a Participação Cidadã
Em 28, mar 2024 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
No dia 26 de março, foi realizada a última atividade da Iniciativa de Cooperação Triangular “Estratégias Culturais Comunitárias para a Participação Cidadã”. Na ocasião participaram representantes da aliança: a Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá, a Direção de Cultura de Guadalajara, a Secretaria de Cultura do Ministério de Capital Humano da Argentina, IberCultura Viva – Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB), o Mestrado e Doutorado em Gestão Cultural da Universidade de Guadalajara (UDG Virtual), bem como diversas organizações culturais comunitárias em Guadalajara, Buenos Aires e Bogotá.
Durante esta atividade foi apresentado o “Modelo de orientação para a ação cultural com foco nos direitos humanos e na sustentabilidade”, produto final da iniciativa, que tem como entidades beneficiárias a Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá e a Direção de Cultura de Guadalajara. Ambas municipalidades integram a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.
José Luis Mariscal, gestor metodológico, comentou que para o processo de construção do Modelo Orientador foi necessário reconhecer, visibilizar e sistematizar os saberes dos/das agentes culturais comunitários e governamentais, e estabelecer um diálogo entre estes/as e os saberes acadêmicos sobre gestão cultural.
Para tal, foram realizadas várias atividades e aplicadas diversas ferramentas de pesquisa que permitiram sistematizar a informação para formalizar esses saberes num primeiro documento, onde foram apresentadas as principais ideias e orientações contextuais, conceituais e orientações práticas.
A partir disso, diversos agentes culturais participaram de sua revisão e aprimoramento, permitindo a convergência de diversas visões e vozes que lançaram as bases para um grande acordo coletivo sobre como orientar a ação cultural com foco nos direitos humanos e na sustentabilidade.
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A iniciativa “Estratégias Culturais Comunitárias para a Participação Cidadã” foi financiada pelo programa Ventana Adelante 2 da União Europeia, envolvendo 6 entidades de 5 países ibero-americanos, que trabalharam em 2 workshops virtuais, 1 congresso, 3 seminários presenciais e 2 visitas de estudo, nas quais participaram mais de 260 pessoas.
Ao final desta etapa, Luisa Velásquez Santiago, responsável pela iniciativa, percebe os atuais cenários de mudança de governo em Bogotá (há alguns meses) e o de Guadalajara em um futuro próximo, como momentos cíclicos chave para a aplicação desta ferramenta. Isso envolve a criação de roteiros e o direcionamento de políticas culturais como propostas a serem implementadas nos planos distritais e municipais de cultura e nos planos de desenvolvimento de ambas as cidades, através de instrumentos de articulação e legado de transição governamental. Isso permitirá gerar políticas públicas sobre cultura que contribuam de forma intersetorial para os desafios de sustentabilidade e governança que as duas cidades partilham.
Na esfera social, segundo ela, este modelo servirá para reafirmar as organizações comunitárias como agentes de transformação, diversificar, melhorar as suas estratégias de trabalho e fortalecer as suas capacidades de defesa e inter-relação com o governo local para estabelecer agendas públicas partilhadas no setor cultural.
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Esta iniciativa é um exemplo de cooperação triangular multinível e multissetorial, em que governos locais e nacionais, universidades, organizações sociais e especialistas na área dos direitos culturais trabalharam juntos na sua construção. Portanto, a narrativa do processo é um exemplo por si só para difundir uma boa prática.
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Leia também:
Bogotá e Guadalajara realizam novo intercâmbio no projeto Ventana Adelante 2023
Rede de Cidades e Governos Locais do Chile se reúne em Concepción para definir plano de trabalho para 2024
Em 07, dez 2023 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
O 1º Encontro Nacional da Rede de Cidades e Governos Locais do Chile começou ontem e termina hoje, 7 de dezembro, na cidade de Concepción, Região de Biobío. A atividade conta com a participação de representantes dos 12 municípios chilenos que compõem esta rede.
A Rede de Cidades e Governos Locais procura promover a implementação de políticas culturais de base comunitária nos governos locais do Espaço Ibero-americano. Neste encontro, que tem como principal objetivo definir o plano de trabalho para 2024, a intenção é determinar as diretrizes de gestão e planejamento que permitam aos municípios articular e fortalecer ações conjuntas com organizações culturais comunitárias de cada região.
Dois representantes do IberCultura Viva estão em Concepción para apresentar o programa e falar da importância da articulação desta rede: Federico Prieto, vice-presidente do Conselho Intergovernamental, e Manuel Trujillo, representante técnico da presidência.
Atualmente, a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais é composta por 36 municípios, províncias e estados de 7 países latino-americanos. Os 12 municípios chilenos são: Hualaihué, Lonquimay, Puqueldón, Quilaco, San Felipe, Valparaíso, Concepción, La Unión, Saavedra, Alto Biobío, Cauquenes e San Pedro de la Paz.
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(Fonte: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio)
Representantes de Guadalajara fazem visita de estudo à Argentina para conhecer o programa Pontos de Cultura
Em 10, nov 2023 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
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Nesta quinta-feira, 9 de novembro, teve início a visita de estudo da Direção de Cultura de Guadalajara/ Pontos de Cultura de Guadalajara a Buenos Aires, Argentina, para celebrar a atividade “Articulações Estado-Sociedade Civil, um caminho possível”, que se realizará até segunda-feira, 13 de novembro, no âmbito da Iniciativa de Cooperação Triangular “Estratégias culturais para a participação cidadã”.
Esta iniciativa tem como entidades beneficiárias a Direção de Cultura de Guadalajara e a Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá (Colômbia). Tanto Bogotá quanto Guadalajara são municípios membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.
Participam desta visita sete pessoas de Guadalajara: o chefe da Unidade de Cidadania da Direção de Cultura, a coordenadora de Cultura Comunitária, quatro representantes de Pontos de Cultura e um representante da Universidade de Guadalajara.
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A primeira sessão da delegação mexicana na cidade de Buenos Aires começou com uma apresentação das jornadas de trabalho, seguida de uma visita guiada ao Centro Cultural Kirchner e uma apresentação do Programa de Pontos de Cultura Argentina e seus resultados.
O objetivo desta atividade é conhecer a experiência desenvolvida pelo programa Pontos de Cultura da Argentina durante seus 12 anos de existência, seus modelos de intervenção e relacionamento com as organizações da sociedade civil, assim como o instrumento de elaboração, acompanhamento e avaliação da política.
Este primeiro dia contou com a presença de Federico Prieto, secretário de Gestão Cultural do Ministério da Cultura da Argentina e vice-presidente do IberCultura Viva; de Diego Benhabib, coordenador de Pontos de Cultura e representante da Argentina no IberCultura Viva; de Julia Houllé, diretora de Planejamento e Acompanhamento de Gestão do Ministério de Cultura da Nação, e de Gaby Yauza, subsecretária de Cultura da província de Santiago del Estero, que faz parte da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.
Esta é a quinta das sete atividades que estão previstas para ocorrer até março de 2024 na iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã”, que se realiza no âmbito da Ventana Adelante 2023. Laura Cabral, da equipe do programa Adelante da União Europeia, acompanha a visita.
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Atividades híbridas
Nesta visita da delegação mexicana a Buenos Aires, as pessoas de Bogotá envolvidas neste projeto participam virtualmente de algumas das atividades que são transmitidas no canal IberCultura Viva no YouTube. Num dos encontros que se realizaram nesta quinta-feira, com a apresentação do programa IberCultura Viva e da Rede de Cidades e Governos Locais, 12 pessoas participaram virtualmente. Entre elas, Viviana Ramírez, representante da Secretaria de Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá na rede.
Outras atividades híbridas (virtuais/presenciais) estão programadas para segunda-feira, 13 de novembro: a reunião com o Instituto Argentino para a Promoção da Cultura Viva Comunitária; o encontro com representantes da Comissão Nacional de Pontos de Cultura e o encerramento com apresentação do livro do historiador e escritor brasileiro Célio Turino que teve tradução para o espanhol realizada com o apoio do IberCultura Viva. A edição em espanhol do livro “Por todos os caminhos: Pontos de Cultura na América Latina” foi publicada em formato digital, com download gratuito.
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Visitas a Pontos de Cultura
A programação também inclui passeios às comunidades e visitas a três Pontos de Cultura. Nesta sexta-feira, 10 de novembro, a visita foi à sede da Asociación de Mujeres La Colmena – FM Reconquista, em José León Suárez, San Martín (província de Buenos Aires). Para sábado está programada uma visita ao Grupo de Teatro Comunitário Catalinas Sur, no bairro La Boca, e no domingo, dia 12, uma visita à Cooperativa Laboratório Comunitário Audiovisual, em Villa Ortúzar, cidade de Buenos Aires.
As entidades ofertantes da iniciativa “Estratégias culturais para a participação cidadã” são o Ministério da Cultura da Argentina (por meio da Secretaria de Gestão Cultural), a Fundação Casa de Rui Barbosa (vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil) e a Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB)/Programa IberCultura Viva.
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Saiba mais sobre este projeto em: https://bit.ly/3QUQ8Io
📌A transmissão de atividades do primeiro dia está disponível no canal do IberCultura Viva no YouTube: https://www.youtube.com/live/ffKeXhvNTck?si=yQVf7m7w1fjxkKRh
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Governo de Tabasco realizará o 1º Encontro do Patrimônio Cultural Imaterial da Região Sul-Sudeste do México
Em 25, set 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
O que é patrimônio cultural imaterial? Porque é importante? Qual a importância deste património no cotidiano? São muitas as perguntas que têm sido feitas nos últimos anos nas comunidades de Tabasco (México), no trabalho que o governo do estado tem desenvolvido com as prefeituras dos 17 municípios para a identificação e registro de manifestações do PCI. Para compartilhar as experiências e resultados alcançados neste caminho, a Secretaria de Cultura do Estado de Tabasco realizará o 1º Encontro de Patrimônio Cultural Imaterial da Região Sul-Sudeste do México nos dias 28 e 29 de setembro, em Villahermosa.
A iniciativa conta com o apoio da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, da Secretaria de Cultura do Governo do México (através da Direção Geral de Vínculação Cultural e da Direção Geral de Culturas Populares Indígenas e Urbanas), do Instituto Nacional Instituto de Antropologia e História (INAH) e a Representação da UNESCO no México.
Ao longo dos dois dias de atividades serão abordados diversos temas associados ao patrimônio cultural imaterial, como salvaguarda, metodologias de planos de salvaguarda e políticas públicas vinculadas ao PCI nos estados da região Sul-Sudeste do México (Tabasco, Oaxaca, Guerrero, Campeche, Quintana Roo, Yucatán, Chiapas) e na região ibero-americana, bem como experiências de gestão comunitária.
A programação inclui conferências, oficinas, painéis, mesas de diálogo, visita aos Pântanos Centla, degustação de gastronomia tradicional, apresentação do Laboratório de Teatro Campesino e Indígena de Tabasco e reunião do Comitê Regional de Cultura Sul-Sudeste. Está também prevista uma conversa com organizações culturais comunitárias da região, com o objetivo de criar um espaço de troca de experiências, em que as pessoas se reconheçam como portadoras e gestoras do património a partir do seu trabalho cultural.
Com este encontro, a Secretaria de Cultura de Tabasco procura promover o fortalecimento das capacidades institucionais em termos de salvaguarda do PCI, bem como definir o papel dos governos como agentes que geram as condições e acompanham as ações que as comunidades decidem realizar para a salvaguarda de seu patrimônio. A iniciativa de Tabasco junta-se às ações do vigésimo aniversário da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, adotada em 17 de outubro de 2003, durante a 32ª sessão da Conferência Geral da UNESCO.
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Programação
A cerimônia de abertura será ao meio-dia de quinta-feira, dia 28, na Sala de Arte Antonio Ocampo Ramírez, seguida da apresentação do Inventário PCI de Tabasco, por Elisabeth Casanova, diretora de Culturas Populares e Indígenas da Secretaria de Cultura do Governo de Tabasco .
Esther Hernández Torres, diretora geral de Vínculação Cultural da Secretaria de Cultura do Governo do México e presidenta do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva, estará presente na cerimônia de abertura e será a moderadora do painel “Experiências na gestão do PCI nos estados da Região Sul-Sudeste”, que acontecerá a partir das 17h, no Planetário Tabasco 2000.
Carlos Portilla Reyes, coordenador de Educação, Cultura e Esportes do município de Tempoal de Sanchez (Veracruz), um dos membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, será o responsável pela oficina “Defesa e promoção comunitária dos patrimônios culturais” (quinta-feira, dia 28, das 15h00 às 19h00, na Sala de Arte Antonio Ocampo Ramírez) e a oficina “Património cultural e arte popular, defesa e promoção” (sexta-feira, 9: 00h00, às 12h30, no Palco María Alicia Martínez).
A gestora cultural Vanessa Biasetti Vargas, coordenadora de Becas Taller, um dos fundos concursáveis da Diretoria de Gestão Sociocultural do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica, apresentará a palestra “Fundo Becas Taller para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial” (dia 28, às 19h15, na Sala de Arte Antonio Ocampo Ramírez).
Antes do encerramento do evento, no Planetário Tabasco 2000, está prevista a leitura e assinatura da Declaração Conjunta sobre Compromissos de Políticas Públicas para a Proteção Regional do Patrimônio Cultural Imaterial.
Confira a programação completa
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Apoios
O apoio do programa IberCultura Viva ao evento foi discutido na última reunião da Rede de Cidades e Governos Locais, no dia 8 de agosto, quando Elisabeth Casanova apresentou a proposta. “Ao trabalhar em conjunto com as comunidades, percebemos que tínhamos algumas necessidades, como partilhar o que fizemos que deu resultados, e aprender com o que outras cidades, outras organizações, outros governos, têm feito em torno deste assunto e trocar. E também socializar entre outras áreas, como o meio acadêmico e a população em geral”, afirmou a representante da Secretaria de Cultura de Tabasco.
Neste encontro por videoconferência foi proposto o apoio da rede para a realização de uma oficina com um especialista na temática do património, além de gastos com traslados e diárias de conferencistas e coffee break. Além disso, os/as representantes dos países membros do programa foram convidados a indicar um especialista no tema para uma palestra durante o evento (daí a participação de Vanessa Biasetti).
Manuel Trujillo, representante técnico da presidência do programa, também destacou na ocasião que o Governo do México utilizará os recursos de formação disponíveis no Fundo IberCultura Viva para apoiar a participação de organizações comunitárias da região nas atividades que acontecerão nestes dois dias.
Novos integrantes da Rede de Cidades e Governos Locais se reúnem para conhecer o programa e as atividades propostas para 2023
Em 31, mar 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
Nesta quinta-feira, 30 de março, representantes de municípios que aderiram recentemente à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais participaram de uma reunião com a secretária da Unidade Técnica do IberCultura Viva, Flor Minici; o vice-presidente do Conselho Intergovernamental, Federico Prieto, e o representante da presidência do programa, Manuel Trujillo.
Este encontro por videoconferência, que contou com a presença de 32 pessoas, foi organizado com o intuito de informar sobre o funcionamento da rede e as propostas de atividades para este ano, a fim de gerar um espaço de diálogo e intercâmbio entre os governos locais participantes. Também foram convidados representantes de municípios que estão em processo de adesão à rede.
Marianela Riquelme Aguilar, chefe do Departamento de Cidadania Cultural do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile (e representante do país no Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva), iniciou o encontro agradecendo “aos municípios que aceitaram fazer parte desta rede e se disponibilizaram a fazer esse intercâmbio”, assim como à equipe do programa Red Cultura, que atende redes locais em seu país.
No segundo semestre de 2022, nove municípios chilenos aderiram à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Algumas delas, como Concepción, La Unión, Puqueldón e Quilaco, estiveram representadas neste encontro virtual, que também contou com funcionárias que compõem as equipes de Red Cultura nas regiões de Biobío, Los Lagos e Araucanía, e um representante da comuna de Alto Biobio, que está em processo de adesão. Das 32 pessoas que participaram do encontro, 12 eram do Chile.
Além dos chilenos, estiveram presentes representantes de governos locais que também aderiram à rede em 2022, como Lima (Peru), Guadalajara (México) e a província de Santiago del Estero (Argentina), e outros que fazem parte dessa instância há mais tempo, como Alajuelita (Costa Rica), Marcos Juárez (Argentina), São Leopoldo (Brasil) e o estado de Tabasco (México). Entre os que participaram como ouvintes, interessados em ingressar, estavam representantes de Bogotá (Colômbia), Pujili e Tena (Equador) e do estado de Quintana Roo (México).
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Construção cidadã
Em seu discurso, o vice-presidente do IberCultura Viva, o argentino Federico Prieto, comentou que há 11 meses assumiu o cargo de secretário de Gestão Cultural do Ministério da Cultura da Nação e que antes disso participava da rede em nome da Secretaria da Cultura da província de Entre Ríos. “Com outros participantes, conseguimos dar uma certa organização à rede, dividindo os governos locais em comissões para um trabalho mais contínuo e dinâmico”, observou Prieto, que foi membro da Comissão de Articulação da rede, e que antes vinha de trabalhar em uma organização comunitária.
“Muitos dos que hoje são representantes do governo local nesta rede vêm da participação em organizações culturais comunitárias. Este não é um fato menor porque significa também que a cultura comunitária incide nas questões políticas”, afirmou, incentivando a todos para que coloquem a sua energia e o seu tempo “a favor de trabalhar em projetos comuns que sirvam na construção da cidadania, na descolonização, algo que nosso continente precisa para alcançar uma boa vida e um bem comum”.
Sobre a descolonização, um dos conceitos que se trabalha quando se pensa em cultura comunitária, Federico Prieto explicou que existe uma dissociação entre o que somos em termos de identidade e o que podemos ser. “É preciso buscar processos que permitam pensar de forma coerente o lugar e o ambiente. Isso é descolonização. Isso nos permitirá ter uma vida boa, (…) objetivar um bem comum para a sociedade em que vivemos. Esse bem comum nos permitirá desenvolver uma harmonia mais ampla com a natureza, com a comunidade da qual participamos”.
Ao convidar os/as participantes a pensar sobre quais meios utilizar a partir das políticas públicas locais para influenciar esses conceitos de cultura viva em comunidade, o vice-presidente do IberCultura Viva destacou que os governos locais são a primeira trincheira no trabalho com os territórios. “Aí também nos influencia, como países, a poder aplicar melhores políticas públicas e melhores níveis de cooperação com outros países”, afirmou. “Aproveite esta instância, este conhecimento, para – a partir de seus lugares – poder transformar as realidades dos povos, dos territórios, rumo à construção de um mundo melhor.”
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Uma dialética necessária
Após a apresentação de Prieto sobre a rede e o espírito do IberCultura Viva, Flor Minici lembrou que tanto ele quanto Marianela Riquelme e outros REPPIs (representantes de países ante o programa) vêm de extensas trajetórias enraizadas na territorialidade. “Essa dialética necessária entre o Estado e o território, o Estado e as organizações, o Estado e os problemas que estão na superfície nos países de nossa região e outras latitudes, faz a diferença na gestão e na hora de propor âmbitos como este”, afirmou.
A secretária técnica também mencionou os “reordenamentos” que o programa teve em 2022 e a participação da Rede de Cidades e Governos Locais no 5º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, que aconteceu no Peru de 8 a 15 de outubro. “A rede teve um bom ano e conseguiu realizar uma atividade concreta no marco deste encontro tão amplo, tão diverso, cheio de riquezas, contradições, discussões e diferentes realidades”, comentou Minici.
No âmbito do 5º Congresso, a rede realizou a reunião inaugural do Ciclo de Vídeo Diálogos e Laboratório “Direitos Culturais e Cultura Viva”. Esta atividade da Comissão de Formação, originalmente proposta pelos governos de Niterói (Brasil) e San Luis Potosí (México), foi concebida como um espaço de construção participativa e intersetorial para imaginar coletivamente o que poderia ser um novo programa de formação e pesquisa do IberCultura Viva.
O início do Ciclo de Vídeo Diálogos foi possível graças ao orçamento disponibilizado à rede no Plano Operativo Anual do IberCultura Viva. Na reunião, Flor Minici explicou que este orçamento é atribuído por aprovação do Conselho Intergovernamental (composto pelos 12 países membros), e que no ano passado a rede conseguiu executá-lo a 100%, “o que mostra que esteve ativa, realizou atividades, comprometeu-se”.
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Comissões de trabalho
A secretária técnica destacou ainda a organização interna, com comissões de trabalho às quais os membros se incorporam para levar a cabo diversas iniciativas, somar-se a atividades que outros governos locais propõem, conhecer-se, articular-se, trocar experiências, inclusive na construção de marcos jurídicos, de leis de cultura.
“A rede é um espaço onde vocês poderão encontrar diferentes experiências para se basear, intercambiar materiais e atividades”, comentou. “Sugiro que aproveitem para começar a tecer relações, que vamos acompanhar desde a Unidade Técnica, mas isso requer uma participação ativa, porque são vocês que representam a rede e que devem conduzir e assumir esta rede como seu próprio espaço para implantar suas iniciativas”.
Minici esclareceu que não é obrigatório que os governos locais façam contribuições financeiras para fazer parte desta rede, mas é necessário que eles possam realizar pelo menos duas atividades ao longo do ano, vinculadas à rede. “Isto pode implicar a adesão a algumas das atividades que já estão propostas, ou no âmbito dos seus municípios construir alguma atividade que julgue relacionada com o tema e articulada com a rede, para que seja orgânica tanto a dinâmica dos processos locais de vocês como a dinâmica da rede”.
Luisa Velásquez, atualmente representante de Guadalajara, também reforçou que a rede é “muito jovem” (foi formalizada em 2019 e teve seus estatutos criados em 2021) e que é importante voltar à questão das comissões agora que alguns governos estão se somando. De acordo com os estatutos aprovados em julho de 2021, durante o 2º Encontro Cultura Comunitária Viva em Cidades e Governos Locais que aconteceu em Zapopan (Jalisco, México), a rede se organiza em quatro comissões de trabalho (Articulação, Sistematização, Comunicação e Formação) e toma suas decisões a partir das reuniões de seus membros.
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Governos convidados
Após convocar os novos integrantes para integrarem esses grupos de trabalho, a secretária técnica do IberCultura Viva convidou os “ouvintes” a se apresentarem e comentarem sobre o interesse em ingressar na rede.
Marcela Ramirez, da equipe de Relações Internacionais e Cooperação da Secretaria de Cultura de Bogotá, foi a primeira a falar, comentando que a capital colombiana está finalizando sua adesão à rede. “Isso nos parece importante porque esta plataforma nos permitirá trocar conhecimentos e experiências em torno do propósito de garantir os direitos culturais para todos e, como disse o colega da Argentina, ter um bem viver e garantir um bem comum”, afirmou, citando o que Federico Prieto havia dito anteriormente.
Viviana Ramirez, da equipe técnica que acompanhará esta rede em nome da Direção de Assuntos Locais e Participação da Secretaria de Cultura de Bogotá, também citou um projeto realizado com Guadalajara em 2022, para a construção de uma rede com grupos desta cidade e comunidades de Bogotá. “A aposta que temos ao nos vincular nesta rede é continuar esses esforços iniciais que geramos com Guadalajara e ampliá-los, buscando transmitir esse conhecimento sobre as tarefas técnicas e metodológicas que as organizações dessas regiões têm”, acrescentou. Além de Marcela e Viviana, Bogotá foi representada no encontro por Hugo Cortés.
Do Equador, Javier Jami mencionou o trabalho que vêm realizando desde as comunidades, desde o povo panzaleo, na província de Cotopaxi. “Nosso interesse é que nossos povos e nacionalidades possam se integrar ativamente à Rede de Governos Locais para buscar a integração, especialmente dos setores rurais, em programas culturais de base comunitária”, afirmou. Os outros equatorianos que participaram da reunião foram Fernando Espinoza Jarrín, Santiago Buitron Chávez e Danny Salazar, representando os cantões de Tena e Pujili (províncias de Napo e Cotopaxi, respectivamente).
Entre os recém-chegados que pediram a palavra, Jaime Haro, responsável pelo Departamento de Cultura do Município de Puqueldón (Chile), expressou seu contentamento em realizar um intercâmbio na América Latina, principalmente por estar em uma comuna rural, localizada na Isla de Lemuy, uma das 42 ilhas do Arquipélago de Chiloé. O convite para Puqueldón ingressar na rede partiu de Cristina Sánchez, responsável pelo programa Red Cultura na região de Los Lagos, também presente no encontro.
Fernando Acuña, representante de Alto Biobío (Chile), que está prestes a concluir sua incorporação à rede, também expressou seu entusiasmo por ingressar nesta instância. “Estamos na comunidade indígena Pewenche de Alto Biobío, uma associação territorial de 13 comunidades indígenas, e muito felizes de pertencer a esta rede. Faz muito sentido para mim o que Federico Prieto disse ao apontar a descolonização como uma das principais tarefas dessa rede, pois é justamente aquilo que acreditamos como cultura viva, uma cultura que descoloniza nosso território, nossos corações e nossas mentes”, concluiu.
Em seu discurso, Sandra Scotto anunciou sua saída do programa Cultura Viva Comunitária da Prefeitura de Lima, após quatro anos na equipe, e aproveitou para se despedir e agradecer pelo trabalho conjunto. Em seguida, Elisabeth Casanova comentou sobre a intenção de realizar um encontro internacional sobre patrimônio cultural imaterial no estado de Tabasco. “Fizemos algumas propostas e seria bom que outros governos locais se juntassem, se pudéssemos estabelecer algum tipo de participação de alguma forma, presencial ou remotamente, principalmente enriquecendo esta proposta com a experiência das outras cidades do rede”, acrescentou.
Sofía Ochoa, por sua vez, disse que está à frente de um projeto em Quintana Roo chamado Faro e que se inspira em um projeto de mesmo nome na Cidade do México. “Quintana Roo é um estado eminentemente turístico, um turismo explorador. O que buscamos com esse projeto é fazer uma espécie de contrapeso a isso, através da cultura comunitária, da busca de identidade, do artesanato, do ensino, ser um espaço cultural. Estou aqui como ouvinte, procurando Quintana Roo para entrar na rede porque queremos outro tipo de presença internacional”, disse.
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Atividades de articulação
Manuel Trujillo, representante da presidência do IberCultura Viva, lembrou que quando um governo adere à rede, compromete-se a realizar duas atividades com uma perspectiva comunitária, com orçamento próprio, mas em coordenação com a rede. “Pode ser um projeto que dialoga com uma comissão, pode ser um encontro com organizações, um processo de formação de organizações, uma série de seminários”, comentou, citando como exemplos o 2º Encontro de Cultura Comunitária Viva nas Cidades e Governos Locais, promovido em Zapopan, e os processos de construção participativa das Cartas de Direitos Culturais desenvolvidos pelos governos de San Luis Potosí e Niterói, e que agora também inspiram o município de Concepción. “É um bom momento para começar a gerar essas sinergias na rede, para começar a gerar possíveis processos de formação”, acrescentou.
Ao apresentar as duas propostas da Comissão de Formação para este ano, Luisa Velásquez deu como antecedente o que aconteceu durante o 5º Congresso Latino-Americano de CVC, em outubro de 2022, quando as representantes da Rede de Cidades e Governos Locais tiveram algumas sessões de trabalho e constataram algumas dificuldades no diálogo com organizações de base.
“Durante o congresso no Peru, percebemos que falta formação para a incidência política entre os ativistas do movimento latino-americano de CVC. As causas podem ser muitas, inclusive geracionais. Vimos que muitos não têm a memória histórica de que o programa IberCultura Viva é uma conquista e responde às demandas das organizações para criar um programa de cooperação que fortaleça tanto as políticas culturais de base comunitária quanto as próprias organizações”, comentou a representante de Guadalajara .
Com a missão de buscar alternativas para superar essa ausência, a comissão elaborou uma proposta de formação de atores sociopolíticos. A iniciativa, apresentada pela Direção de Cultura de Guadalajara, visa criar espaços de formação e análise em organizações culturais comunitárias para a criação de estratégias de incidência política para o exercício dos direitos culturais, além de fortalecer a articulação entre os atores da Rede das Cidades e organizações de base comunitária.
Este espaço formativo acontecerá de 7 a 11 de agosto na Casa de Encontro para los Diálogos y Saberes, em Guadalajara, e a ideia é poder receber no município 40 agentes culturais comunitários da América Latina. Para isso, a solicitação específica é que parte do orçamento da Rede de Cidades e Governos Locais seja destinada ao custeio das despesas com alimentação e serviço de coffee break do evento. Espera-se também a colaboração de governos locais ou ministérios da Cultura que tenham apoios de mobilidade e possam facilitar o traslado de agentes e/ou funcionários culturais. A Direção de Cultura de Guadalajara se encarregará da hospedagem.
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3º Congresso Mesoamericano
A outra atividade proposta pela Comissão de Formação a ser realizada este ano é a participação da Rede de Cidades e Governos Locais no 3º Congresso de Culturas Vivas Comunitárias da Mesoamérica e do Caribe, que será realizado em Matanzas, Cuba, de 28 de junho a 3 de julho. O evento é promovido pela Rede de Culturas Vivas Comunitárias da Mesoamérica e do Caribe (Red MECA) e tem na sua programação sessões de trabalho em 10 círculos da palavra, uma assembleia, oficinas e apresentações artísticas.
“Cuba está organizando esse processo a partir de sua visão, de seu tipo de produção. É um grande aprendizado como as organizações culturais comunitárias e o governo trabalham na construção de processos, em articulação”, destacou a costarriquenha Tania Alvarez, integrante do movimento meso-americano de CVC e representante do cantão de Alajuelita na Rede de Cidades e Governos locais.
A organização do 3º Congresso Mesoamericano tem agendada uma importante participação da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, a quem cedeu quatro espaços de trabalho. “O que temos que fazer é trabalhar as metodologias de troca de experiências, treinamentos e apresentações, para gerar programação para os funcionários públicos no âmbito do congresso. Um dos pedidos concretos à rede é que parte do seu orçamento seja destinado à mobilidade de alguns referentes para que possam participar presencialmente no congresso”, esclareceu Luisa Velásquez, destacando que algo semelhante foi feito há dois anos, no Zapopan .
Após as apresentações das duas propostas de atividades para 2023, Flor Minici propôs que a Comissão de Formação se reunisse nos dias seguintes para apresentar uma proposta final, com orçamentos, a ser aprovada pela Rede de Cidades e Governos Locais e pelo Conselho Intergovernamental. Além disso, recomendou que os novos membros ingressem nas comissões, inclusive na Comissão de Comunicação, pensando em como podem contribuir com esta iniciativa para ampliá-la e enriquecê-la.
Gaby Yauza, de Santiago del Estero, a quem a secretária técnica citou como um nome que poderia “assumir a batuta” da Comissão de Comunicação (ela é jornalista), também manifestou interesse em integrar a Comissão de Sistematização. “O trabalho que é feito por governos ou organizações carece da sistematização com uma visão política profunda e ordenada, para contar um pouco do que temos feito”, justificou Yauza. Em resposta à companheira argentina, Flor Minici disse que “o que tem a ver com a construção do ambiente de comunicação deve incorporar também a sistematização, porque não se trata apenas de divulgar as coisas, mas de produzir conhecimento”.
“A rede, nas suas diferentes comissões, tem um funcionamento orgânico, holístico, (…) e volto a dizer que se trata de espaço jovem que tem os seus prós e os seus contras. Mais prós do que contras, porque há muito terreno fértil para construir nesta rede. Decidiu-se fazer um estatuto, algumas comissões, mas é um processo dinâmico. Quando este ano acabar, a rede terá que fazer um balanço do que foi feito, ver o que funciona, o que não funciona. Se na prática houver comissões que talvez possam ser unificadas, veremos. O poder real em relação ao concreto da dinâmica de funcionamento da rede é de vocês”, finalizou Minici.
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Experiência de intercâmbio
Nos minutos finais, Luisa Velásquez pediu para comentar a experiência que a Direção de Cultura de Guadalajara teve com a Secretaria de Cultura, Recreação e Esporte de Bogotá e a organização Incidem, que está em Madri e se dedica à cooperação internacional que vincula os municípios. Esta iniciativa foi desenvolvida no ano passado no âmbito da Ventana Adelante 2022, da Cooperação Triangular União Europeia-América Latina e Caribe.
“Guadalajara foi a cidade beneficiária, recebemos acompanhamento e capacitação em termos de metodologias para a criação de políticas de base, uma experiência de décadas que Bogotá e Barcelona têm em sua gestão municipal de direitos culturais. A ideia também foi compartilhar experiências, conhecimentos e estratégias de cultura comunitária entre as organizações dessas cidades. Foi uma experiência super enriquecedora”, comemorou Luisa, anunciando que vai compartilhar a sistematização dessa iniciativa com os demais governos da rede. “É um documento interessante que pode ser útil para outros governos locais que estão construindo suas políticas básicas, para entender esse elo da participação cidadã, da democracia na questão da cultura.”
Para Viviana Ramirez, do Ministério da Cultura, Esportes e Recreação de Bogotá, a experiência de intercâmbio com Guadalajara foi “bastante valiosa”, ao disponibilizar o conhecimento de organizações comunitárias. “Os resultados da análise dos processos e metodologias têm sido importantes e as mesmas organizações pedem retorno (“próximo passo, qual é?”). Queremos continuar materializando o que começou como um sonho”, afirmou.
A intenção das duas cidades é traçar um novo projeto para este ano, já que a Ventana 2023 acaba de ser lançada, e assim dar continuidade ao trabalho iniciado em 2022 e ampliar o alcance da rede. A possibilidade de incorporar o IberCultura Viva como uma das entidades cooperantes neste projeto de cooperação triangular deve ser colocada sobre a mesa, a ser trabalhada pela Comissão de Formação nos próximos meses.
Um novo encontro da Rede IberCultura de Cidades e Governos Locais será realizado no final de abril, provavelmente no dia 20.
(*) Participaram da reunião: Carola Gonzalez – Marcos Juárez (AR); Sandra Scotto – Lima (PE); Gaby Yauza – Santiago del Estero (AR); Tania Alvarez – Alajuelita (CR); Santiago Buitron Chávez (CE); Danny Salazar-Pujili (CE); Elisabeth Casanova – Tabasco (MX); Fernando Acuña – Alto Biobío (CL); Luisa Velasquez – Guadalajara (MX); Leticia Aguilera – Quilaco (CL); Marcela Ramirez – Bogotá (CO); Fernando Espinosa Jarrín – Tena, Napo (CE); Cristina Sánchez – Rede de Cultura, região de Los Lagos (CL); Daisy Retamal – Rede de Culturas, região do Biobío (CL); Yasmina Alvear – Rede de Cultura (CL); Mauricio Castro – Concepción (CL); Jovita Uribe – La Union (CL); Bárbara Venegas – Puqueldón (CL); Viviana Ramirez – Bogotá (CO); Jaime Haro – Puqueldón (CL); Sofia Ocho – Quintana Roo (MX); Javier Jami (CE); Carolina Parra – Rede de Culturas, região da Araucanía (CL); Hugo Cortés – Bogotá (CO);Marco Fillipin – São Leopoldo (BR); José Arroyo Cabrera – Editor (CE); Andrea Castellon – Cultura de Rede (CL); Vinhedo Gershon Zadok; Marianela Riquelme (CL); Federico Prieto (AR), Flor Minici (UT/AR); Manuel Trujillo (UT/MX).
“A cidade e os direitos culturais”: conversatório marca o início do processo de elaboração da Carta de Concepción
Em 24, mar 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
A Prefeitura de Concepción iniciou o processo de construção participativa da Carta de Direitos Culturais da Cidade. O município chileno, que recentemente aderiu à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, segue o caminho de San Luis Potosí (México) e Niterói (Brasil), duas integrantes da rede que lançaram suas Cartas de Direitos Culturais em 2021 – após um amplo processo participativo – e de cidades como Roma, que apresentou sua Carta em 2020.
O conversatório “A cidade e os direitos culturais”, marcado para a próxima quarta-feira, 29 de março, às 12h (horário de Brasília e do Chile), é uma das primeiras ações que serão realizadas no âmbito da elaboração da Carta de Concepción, junto com uma série de enquetes públicas aplicadas aos habitantes e agentes culturais do território. Essa roda de conversa terá um formato híbrido, via Zoom, com transmissão ao vivo pela página de Facebook de Concepción Cultural.
A atividade começará com algumas palavras de boas-vindas do prefeito da Concepción, Álvaro Ortiz, e apresentação do diretor de Cultura do município, Maurício Castro. Jordi Pascual, Cynthia Santoyo e Alexandre Santini* são os convidados que apresentarão, respectivamente, as experiências de Roma, San Luis Potosi e Niterói.
O conversatório será moderado por Claudia Araya, coordenadora técnica da Carta de Direitos de Concepción, e Luisa Velásquez, representante de Guadalajara (México) perante a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Também vão participar do encontro representantes do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, do programa IberCultura Viva e da associação internacional Mercociudades.
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Quem são os convidados
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Jordi Pascual é coordenador da Comissão de Cultura da Organização Mundial de Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU). Especialista em desenvolvimento sustentável, municipalismo e direitos culturais, foi ele quem coordenou o processo de construção da Carta de Roma 2020.
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Alexandre Santini, hoje presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, foi diretor de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil (2015-2016) e secretário das Culturas de Niterói, onde coordenou o processo de elaboração da Carta dos Direitos Culturais da cidade, entre março e novembro de 2021.
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Cynthia Santoyo colabora desde 2018 como especialista em programas do setor de Cultura da UNESCO México. Mestre em Género e Migração, é responsável por monitorar e implementar iniciativas apoiadas pelo governo federal, governos locais e ONGs nas áreas de diversidade cultural e trabalho comunitário, economias e indústrias criativas, multilinguismo, patrimônio cultural imaterial e fortalecimento de capacidades técnicas para a igualdade de gênero. Ela acompanhou o processo de construção da Carta de Direitos Culturais que o governo municipal de San Luis Potosí realizou ao longo de mais de três anos (entre 2018 e 2021) em coordenação com a UNESCO México.
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Leia também:
Grupo de Gestores Socioculturais fará parte do modelo de gestão do Parque de Desenvolvimento Humano de Alajuelita
Em 10, mar 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
Em mais um passo no caminho de incidência política comunitária que o cantão de Alajuelita (província de San José, Costa Rica) tem percorrido nos últimos sete anos, o grupo de Gestores Socioculturais de Alajuelita (GESCUA) fará parte da construção do modelo de administração e organização do Parque de Desenvolvimento Humano do cantão. A decisão foi tomada por moção apresentada na última terça-feira, 7 de março, pela Comissão de Corresponsabilidade Cultural do cantão, que é composta por três partes: GESCUA, o Gabinete de Gestão Cultural do Município e a Comissão de Cultura do Conselho Municipal.
GESCUA é a organização comunitária representativa da Cultura em Alajuelita, de caráter funcional e de duração indeterminada. Seus objetivos são criar, promover, gerenciar, estimular, executar e divulgar qualquer projeto, organização ou iniciativa que tenha como objetivo o desenvolvimento sociocultural de Alajuelita, bem como apoiar e monitorar a educação artística e a pesquisa sobre o patrimônio cultural e natural do cantão
A Política Cultural do Município de Alajuelita foi aprovada pelo Conselho Municipal em 29 de outubro de 2019, após anos de análises, rascunhos, avaliações e validações. Construída de forma participativa, com a contribuição da comunidade, esta política tem um plano operacional que inclui a formação do GESCUA e dos Núcleos de Ação Cultural Comunitária (NACCs). Por meio dessas instâncias, que atuam nos cinco distritos do cantão, a comunidade faz a gestão da política cultural em coordenação com o governo local.
Com esse modelo de gestão, que também estará no Parque de Desenvolvimento Humano, os espaços públicos continuarão contando com a comunidade não só para receber atividades, mas também para produzi-las, a partir dos interesses locais.
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O parque
O Parque de Desenvolvimento Humano de Alajuelita foi concebido como um parque inclusivo que promoverá a convivência social e o desenvolvimento de capacidades locais, com o objetivo de reduzir as diferenças de gênero e criar espaços mais diversificados que levem em consideração as necessidades de todas as pessoas. As mulheres são um eixo central deste projeto, com o desenvolvimento de atividades como jornadas de sensibilização de gênero de acordo com as necessidades identificadas.
Iniciativa do Governo da Costa Rica e do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), o parque teve sua primeira fase de construção iniciada em outubro de 2022 e estima-se que seja concluído no primeiro semestre de 2023. A obra urbana de 8 hectares, localizada no bairro de Tejarcillos, permitirá que mais de 97 mil pessoas do cantão de Alajuelita pratiquem e participem de atividades recreativas, esportivas e produtivas.
A primeira fase do parque terá 1,9 km de trilhas para pedestres, ciclovias e mistos, 6 praças, três pontes; sistema de evacuação de águas pluviais, sistemas de água potável para abastecimento de bebedouros e sistema de iluminação; estacionamento de veículos pavimentado; quadra poliesportiva para futsal, basquete e vôlei e pista de skate.
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Cantão de Alajuelita, na Costa Rica, integra a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais
Programa Viva Cultura Comunitária de Lima comemora 10 anos com uma semana de atividades
Em 10, mar 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
De 11 a 17 de março, a Prefeitura de Lima realizará a Semana de Cultura Viva Comunitária para comemorar o 10º aniversário da publicação da Portaria nº 1673, que institui a política pública para o reconhecimento, fortalecimento e promoção da cultura viva comunitária no território de Lima.
Ao longo de sete dias se realizará uma série de atividades em coordenação com os grupos Cultura Viva Comunitária e Banco de Dados Aliados, com o objetivo de contribuir para a capacitação, a democratização das ações culturais, a difusão da vivência comunitária, a visibilidade da prática cultural e para a sustentabilidade da cultura viva comunitária.
Entre as atividades previstas estão palestras, oficinas, apresentações artísticas e roteiros culturais. Um dos destaques da programação é o Conversatório nº 4: “Cultura viva em comunidade: experiências em gestão pública na América Latina”, que será realizada na segunda-feira, 13 de março, às 12h (horário do Peru), virtualmente.
Esta reunião na segunda-feira terá a presença de representantes de três municípios e uma província que compõem a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, além de Lima. Participarão da conversa: Luisa Velásquez (Guadalajara, México); Tania Álvarez (Alajuelita, Costa Rica); Francisco Benitez (El Chaco, Argentina) e Pablo Cabezas (Quilaco, Chile). A moderação ficará a cargo de Sandra Scotto, coordenadora do Programa Comunidade Viva Cultura da Prefeitura de Lima.
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Programação
A semana de atividades terá início no sábado, dia 11, a partir das 9h, com a “Escola de Cultura Viva Comunitária”, que reunirá representantes de organizações culturais comunitárias, gestores culturais e artistas para uma capacitação na Sala 4 do Teatro Municipal de Lima (Jr. Ica, 377, Cercado de Lima), com inscrição prévia. A oficina “O projeto cultural: bases, gestão e implementação” fornecerá as ferramentas para a concepção de propostas artísticas e culturais de base comunitária.
Domingo, dia 12, será dia da Feira Cultura Viva Comunitária na Praça Rosa Merino do Theatro Municipal, com apresentações artísticas e oficinas de artes dos grupos de Cultura Viva Comunitária e do Banco de Aliados. A manhã de segunda-feira, dia 13, será dedicada à exposição de experiências em gestão cultural na perspectiva de grupos culturais, especialistas e governos locais, nacionais e internacionais.
Antes do encontro com representantes da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, ao meio-dia desta segunda-feira, haverá três conversatórios (via Google Meet): “Cultura Viva Comunitária: Participação das entidades culturais na construção da Portaria 1673” (às 9h), “Experiências de cultura viva comunitária: Ativação e implementação de espaços culturais na cidade” (às 10h) e “Cultura viva comunitária: Experiências em gestão pública a nível local e nacional” (às 11h).
Na tarde desta segunda-feira, na Caixa Preta do Theatro Municipal, será realizada a oficina “Gestão de projetos culturais de base comunitária” para servidores públicos e autoridades municipais. Em seguida, das 17h às 18h, está programada uma sessão de cinema comunitário, com a exibição de curtas-metragens e produções audiovisuais geradas por projetos e iniciativas de grupos como Lunasol, Centro Cultural de Pesquisa, Educação e Criação Artística (Comas), Associação Cinco Minutos Cinco (Villa María del Triunfo) e Associação Cultural Latino-Cultural – Comunicação Audiovisual (Rímac).
Estes três grupos serão também visitados nos percursos culturais marcados para os dias seguintes, de 14 a 17 de março. Além deles, os quatro percursos (por Lima Leste, Lima Sul, Lima Norte, Lima Centro) incluem visitas aos espaços de intervenção do grupo ARCA – Agindo com Respeito, Cariño y Amor (Cieneguilla), da Rede San Juan de Lurigancho, a Associação Cultural Bigote de Gato (Villa El Salvador) e a Associação Cultural Haciendo Pueblo (Comas).
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Confira a programação completa
📍 Plataforma MEET: meet.google.com/tkm-fpdm-nfn
🔹 Programación: https://bit.ly/3SY28bL
Sobre a portaria
Publicada em 14 de março de 2013, a Portaria (Ordenanza) nº 1.673 criou o Programa Cultura Viva Comunitária de Lima e o Cadastro de Organizações de Cultura Viva Comunitária e Aliados, além de estabelecer a articulação desta política pública com secretarias, órgãos públicos descentralizados, empresas, programas e projetos especiais do Município Metropolitano de Lima no âmbito de um enfoque de desenvolvimento territorial.