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Integração cultural ibero-americana: representantes de instituições e organizações comunitárias reúnem-se na segunda mesa do seminário
Em 05, dez 2024 | Em Cooperação Ibero-americana, Notícias | Por IberCultura
(Fotos: LR Fernandes)
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“Integração cultural ibero-americana” foi o tema do segundo painel do seminário comemorativo dos 10 anos do IberCultura Viva, realizado na quinta-feira, 28 de novembro, na sede do Banco do Brasil, em Brasília. A mediadora foi Marianela Riquelme Aguilar, chefe do Departamento de Cidadania Cultural do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile e vice-presidenta do IberCultura Viva.
Na abertura da mesa, Marianela comentou que esta celebração da primeira década do programa tem permitido intersecções institucionais interessantes, como a conversa desta tarde, que aproxima a comunidade e a instituição. “Este é um caminho que nos tem acompanhado no âmbito do programa. Foi a comunidade que levou os governos a comprometerem-se com a cultura comunitária e esse compromisso deu origem a este programa”, lembrou.
Interessada em ver como as instituições e comunidades identificam o caminho percorrido nesta integração cultural ibero-americana, a mediadora propôs às pessoas participantes desta mesa que refletissem sobre o quanto avançamos, o quanto contribuímos para essa integração e que tipo de integração queremos “para as próximas décadas”.
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Institucionalidade e institucionalização
A espanhola Sara Díez Ortiz de Uriarte, a primeira a tomar a palavra, falou em nome da Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB) sobre o tema “Institucionalidade e cooperação”. Comentou que no âmbito das Cúpulas Ibero-americanas de Chefes de Estado e de Governo, às quais estão adscritos este e outros programas de cooperação, participam 22 países. No entanto, os dois países ibéricos desta lista não possuem políticas culturais de base comunitária inspiradas no modelo brasileiro de Cultura Viva.
“A minha premissa é que a institucionalidade é ibero-americana, mas a institucionalização (do modelo de política Cultura Viva) é latino-americana”, definiu a representante da SEGIB, lembrando que Portugal não participa no programa e que a Espanha, diferentemente de outros países membros, não possui uma política de Pontos de Cultura ou algo equivalente. “Espero que isso possa ser revertido. Na verdade, há um lindo intercâmbio entre a Espanha e o Brasil, quando a representante da Espanha diz que não tem esse modelo de política cultural estabelecido e que chega a este programa como uma ouvinte mais ativa para eventualmente, no âmbito do Plano de Direitos Culturais a ser desenvolvido no Ministério da Cultura, poder implementar esse modelo de política pública”, observou.
Para ela, o programa atingiu uma certa maturidade institucional, com política pública para replicar e avançar nesta integração, com um instrumento muito flexível. “Se não fosse flexível não funcionaria, porque as realidades de cada país, e dentro dos territórios que compõem cada país, são muito diversas”, afirmou, destacando que os países avançam a velocidades diferentes na implementação e avaliação de suas políticas de base comunitária.
Em termos de cooperação local – um déficit que, segundo ela, é transversal a todos os 14 programas de cooperação do Espaço Cultural Ibero-americano-, o IberCultura Viva seria o que mais tem suprido esta carência, já que desde 2019 conta com a Rede de Cidades e Governos Locais. “Embora também tenhamos falado da necessidade de articulação local, no sentido de que a rede tem que ser mais porosa, tem que chegar mais ao território”, destacou.
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O exemplo de Niterói
Representando a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, Júlia Pacheco, secretária das Culturas de Niterói (Rio de Janeiro), falou da importância do intercâmbio de experiências para o fortalecimento do programa. “Escutando, falando, participando é que a gente constrói. Nossa troca é fundamental e ajuda a garantir os direitos culturais”, afirmou, lembrando que a rede Cultura Viva é uma rede consolidada em Niterói, e que a cidade conseguiu mantê-la ativa nos últimos anos porque tinha leis próprias, funcionando de maneira independente do governo federal.
Ao mencionar o histórico de políticas culturais do município fluminense, a secretária ressaltou que é preciso pensar o território em primeiro lugar, reconhecendo as diferenças locais. Também citou a Carta dos Direitos Culturais, que foi lançada em Niterói em novembro de 2021, depois de oito meses de construção participativa. Para a elaboração desse documento, foram realizados 21 encontros com a sociedade civil, instituições e governo. “A Carta é um documento muito importante para a cidade. Um documento construído com muitos encontros, muita escuta, circulando o território para ouvir o povo. Um documento que o povo de Niterói tem orgulho de dizer que construído ali”, afirmou Júlia Pacheco
A iniciativa foi inspirada na experiência de San Luis Potosí (México), numa das ações de intercâmbio da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. Este ano, as cidades de Concepción, no Chile, e Quilmes, na Argentina, também decidiram lançar suas Cartas de Direitos Culturais, tendo como modelo as experiências de San Luis Potosí e Niterói.
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O início do movimento
O argentino Eduardo Balán, que esteve em Brasília representando o Instituto Latino-americano para a Promoção da Cultura Viva Comunitária, começou sua intervenção emocionado, lembrando que vem de uma organização de base, El Culebrón Timbal, que hoje é um centro cultural em um subúrbio de Buenos Aires Aires. Em Moreno, onde está localizado este centro cultural, existe um ônibus antigo, um coletivo que tem palco itinerante, uma rádio comunitária e, há dois anos, uma escola primária que tem como foco a cultura viva comunitária.
“Mas nem sempre foi assim. Há 25 anos, havia apenas uma trupe, um grupo de artistas de rua e uma banda de rock. Eu também estava lá e com aquele grupo decidimos fazer uma turnê pela América Latina, que tinha como objetivo chegar a Chiapas, no México. Estamos falando do ano de 1999”, disse Balán, citando sua passagem pelo Uruguai, Brasil, Chile, Bolívia, Peru e Equador, até que o ônibus se extraviou. “Nunca chegamos a Chiapas, mas voltamos muito diferentes dessa viagem. Já estávamos contaminados pela perspectiva da cultura viva comunitária e a partir daí começou outro caminho”.
Primeiro eles se envolveram na rede Arte e Transformação Social; mais tarde, essa rede deu origem à Articulação Latino-Americana Cultural e Política (ALACP). “Ali começamos a cunhar a ideia de cultura comunitária, porque até aquele momento não sabíamos explicar o que fazíamos. E nesse caminho terminamos, em 2009, no Fórum Social Mundial em Belém (Brasil), onde montamos uma tenda gigante com outras organizações para discutir cultura e política. Lá encontramos a maré de experiências do Brasil, que reivindicava o tal programa Cultura Viva e falava em Pontos de Cultura”, lembrou.
Nessa ideia de “imaginar um movimento que unisse o continente brasileiro com o continente de língua espanhola da América Latina”, surgiu o termo “cultura viva comunitária” e marcos como a criação da Plataforma Puente CVC; a Caravana pela Vida: De Copacabana a Copacabana; o 1º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, na Bolívia (2013), onde nasceu o Movimento Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, e o lançamento do programa IberCultura Viva durante o 6º Congresso Ibero-Americano de Cultura, na Costa Rica (2014).
Depois de invocar a figura de Iván Nogales (1963-2019), sociólogo boliviano fundador do Teatro Trono que foi fundamental nesta construção (“Não estaríamos aqui se não fosse a sua militância, o seu trabalho e tudo o que nos ensinou”), Balán destacou que o Movimento Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária foi “uma aposta política” para colocar em diálogo todas as experiências que existem nos territórios. “O movimento obedeceu à vontade de um punhado de organizações que vinham do trabalho artístico na comunidade, porque sabíamos que o que fazíamos com as comunidades só poderia ser explicado dentro de um novo conceito, que era a cultura viva comunitária”, disse.
O Instituto Latino-Americano para a Promoção da Cultura Viva Comunitária (ILACVC), que foi construído coletivamente este ano, é uma proposta de ferramenta organizacional com o propósito de fortalecer os processos, organizações e redes de Cultura Viva Comunitária no continente através de ações de formação, pesquisa e sistematização, e apoio técnico, político e econômico. Uma de suas prioridades, como explicou Eduardo Balán nesta mesa, é construir um fundo latino-americano para apoiar congressos nacionais, bem como um Repositório Latino-Americano de CVC que reúna leis, portarias, projetos e publicações ligadas à promoção da cultura viva comunitária.
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Que tipo de integração queremos?
Marcos Rocha, que faz parte de uma organização cearense, a Fábrica de Imagens, e do movimento cearense Cultura Viva Comunitária, participou da mesa como representante do Pontão de Cultura Pátria Grande de Integração Latino-Americana e Territórios de Fronteira, da Comissão Nacional de Pontos de Cultura e da Equipe de Acompanhamento Continental do Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Esta instância foi criada em 2019, no 4º Congresso Latino-americano de CVC, e ratificada na edição seguinte no Peru, em 2022, como um espaço que é apoiado por porta-vozes dos processos de cada país, e que é composto apenas por representantes de organizações comunitárias ou vocerías da sociedade civil.
Além de citar algumas ações recentemente realizadas pela EAC e pelo Pontão de Cultura Pátria Grande, como os Conversatórios Permanentes CVC, que vem sendo transmitidos no YouTube, Marcos Rocha explicou que o objetivo não é apenas integrar por integrar, mas debater, refletir sobre que tipo de integração se quer, por que e para quê. “Essa pergunta pode ser feita para o elemento básico de tudo: Por que um Ponto de Cultura? Qual é o sentido dele na sociedade? O sentido da transformação? “Não são questões banais, não são apenas termos”, provocou.
“Um governo com traços conservadores pode inclusive apoiar um projeto transformador que não abale nenhuma estrutura. Políticas de reconhecimento e participação, sem redistribuição das riquezas produzidas coletivamente por um país, são políticas públicas para controlar o caos, para deixar as coisas quietinhas, como uma espécie de analgésico, um remedinho para que a coisa não estrague muito de uma vez. São perguntas importantes”, afirmou.
Ao detalhar a aposta do Pontão Pátria Grande por trabalhar a questão dos territórios fronteiriços, ele convidou as pessoas presentes para um diálogo nesse sentido. “A fronteira tem um papel fundamental, é o espaço do hibridismo. Não é necessariamente meu ou seu, é algo híbrido que faz daquele campo uma intersecção”, acrescentou, esclarecendo que se referia às fronteiras não apenas geográficas, mas de sentido. “O povo palestino hoje está em nossa fronteira. Como dialogamos com esses povos também? Temos feito trabalhos interessantes, com sedes virtuais em vários estados, como Roraima e Santa Catarina, onde discutimos sobre arte e política, mais para a revolução que para a transformação”.
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Rumo ao México: reconhecendo os esforços
E que elementos podemos considerar para tornar possível a integração ibero-americana? Rut Mendoza García, representante do Grupo Impulsor México, que organiza o 6º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, acredita que um primeiro elemento seria a forma como nomeamos este chamado à integração. “Podemos ampliar, modificar ou considerar as palavras América Latina, América Hispânica ou Abya Yala, entre outras, porque são formas de nomear o território e cada uma delas tem sua carga política e sua narrativa própria”, sugeriu.
“O segundo ponto é que com a atuação da sociedade civil, redes, organizações de base e comunidades, vamos contribuir para esta integração com a celebração do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em Cherán. (Michoacán, México), uma comunidade indígena, um povo purépecha. Para que? Bom, para que mundos possíveis apareçam, essa é a nossa motivação”, destacou.
Um terceiro seria o apelo à memória, reconhecendo os esforços realizados pelas organizações de base nestes mais de 10 anos de Movimento de Cultura Viva Comunitária. E um quarto ponto seria destacar que Abya Yala é um continente diversificado. “Ocupamos vocerías, somos portadores da palavra coletiva que reflete essa diversidade dos países que compõem o que hoje chamamos de Ibero-América. Para nós, é preciso rodar a voz, os rostos, as ideias, quando as decisões são tomadas”, disse.
“Para a integração é preciso acompanhar, é preciso estar próximo dos espaços de trabalho e das organizações de base. (…) Para que a cooperação seja possível e futura, sabemos que são necessários diálogos entre organizações e instituições. E a integração também precisa de alegria, cooperação, camaradagem. Precisa convocar esses espaços de formação para organizações de base. Precisamos ter mais empatia uns com os outros, trabalhar juntos”, ressaltou.
Rut Mendoza finalizou sua intervenção com um convite às organizações para celebrarem a oitava edição do Congresso Latino-americano de CVC, em 2028, em um país da América Central e/ou do Caribe. As edições anteriores foram realizadas na Bolívia (2013), em El Salvador (2015), Equador (2017), Argentina (2019) e Peru (2022). O sexto será no México; o sétimo na Colômbia e, segundo ela, seria hora de olhar novamente para a América Central e o Caribe.
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No encerramento da mesa, após o vídeo “La Cumbia de la Tierra”, apresentado por Rut Mendoza, o argentino Eduardo Balán projetou uma produção colaborativa de vários grupos da América Latina, que além de uma homenagem ao México mostrou a proposta de a Caravana Quetzalcóatl, que acontecerá no México em abril, próximo ao 6º Congresso Latino-Americano da CVC.
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Reunião de gestores de Cultura Viva encerra o seminário comemorativo dos 10 anos do IberCultura Viva em Brasília
Em 29, nov 2024 | Em Governos Locais, Notícias | Por IberCultura
(Fotos: Ascom MinC)
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Cerca de 50 gestoras e gestores de Cultura Viva de diferentes partes do Brasil participaram na manhã desta sexta-feira (29/11), no Ministério da Cultura, em Brasília, da reunião que encerrou o seminário comemorativo dos 10 anos do programa IberCultura Viva e que foi liderada por João Pontes, diretor da Política Nacional Cultura Viva.
Segundo ele, a iniciativa é um esforço conjunto para valorizar as trajetórias culturais locais e construir um modelo participativo, considerando as especificidades de cada território. “A troca de ideias e ações é fundamental para garantir o fortalecimento das políticas culturais”, explicou o diretor do MinC e representante do Brasil no programa IberCultura Viva.
O encontro, em formato híbrido, contou com 38 participantes por videoconferência e 20 de modo presencial. Entre as pessoas presentes estavam dois representantes de países membros do IberCultura Viva (Walter Romero, de El Salvador, e Henry Mercedes Vales, da República Dominicana) e a Unidade Técnica do programa. Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, e Diego Benhabib, consultor de redes e formação, apresentaram durante a reunião a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.
Outras três pessoas que haviam participado, no dia anterior (28/11), de uma das mesas do seminário, dedicada ao tema “Integração cultural ibero-americana”, também estavam nesta reunião com gestores brasileiros: o argentino Eduardo Balán, representando o Instituto Latino-americano de Cultura Viva Comunitária; a mexicana Rut Mendoza García, representante do Grupo Impulsor do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias (que se realizará em abril de 2025 na comunidade indígena de Cherán, Michoacán), e Marcos Rocha, representante da Comissão Nacional de Pontos de Cultura, da Equipe de Acompanhamento Continental de Cultura Viva Comunitária e do Pontão de Cultura Pátria Grande para a Integração Latino-americana e Territórios Fronteiriços.
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A jornada começou com uma apresentação do plano de implementação da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) na Política Nacional Cultura Viva (PNCV). A desburocratização de instrumentos normativos e a facilitação do acesso às orientações da PNCV foram alguns dos temas abordados, assim como a possibilidade de oferecimento de bolsas aos mestres e mestras da cultura popular. Segundo João Pontes, este compartilhamento de saberes – junto às escolas e aos espaços informais – permitirá “que as tradições, as memórias, especialmente as de tradição oral, sejam valorizadas, reconhecidas, como grandes detentores e detentoras de saberes”.
A apresentação da Rede de Cidades e Governos Locais começou com uma introdução por parte da secretária técnica do IberCultura Viva, Flor Minici, que contou um pouco da experiência desta instância, que nasceu como grupo de trabalho em 2017 (em Quito, Equador), se formalizou como rede em 2019 (em Buenos Aires, Argentina) e desde então recebeu a adesão de 37 municípios, estados e províncias de sete países ibero-americanos. Do Brasil fazem parte as cidades de Niterói (Rio de Janeiro) e São Leopoldo (Rio Grande do Sul).
Essa iniciativa de articulação com governos locais surgiu como uma linha de ação do IberCultura Viva, entendendo que estas são as instâncias do poder público que mais se aproximam das organizações culturais comunitárias e dos povos originários, os principais sujeitos com que o programa trabalha. Com esta rede, busca-se criar espaços de reflexão, para gerar consensos e relatos comuns sobre o que são as políticas culturais de base comunitária e como se pode melhorar a implementação e o impacto destas políticas nos territórios.
“Para nós, esta é uma experiência a destacar, e muito, não somente pela possibilidade de articulação e de intercâmbio de experiências entre os governos, e de apoio do programa para a realização das atividades propostas pelos governos locais, mas também porque a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais funciona como um laboratório de políticas públicas que permite alojar debates e experiências, e realizar processos de participação democrática”, afirmou Minici.
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Durante a reunião, o argentino Diego Benhabib explicou que para formar parte desta rede é necessário enviar ao programa uma carta de intenção de adesão, assinada pela máxima autoridade do governo local. Também é preciso assumir o compromisso de realizar, em articulação com o programa, pelo menos duas atividades vinculadas à cultura comunitária em seus territórios.
“Um dos principais benefícios (de participar da rede) é o intercâmbio de experiências sobre as políticas culturais de base comunitária que se implementam em suas localidades e que aportam matizes, metodologias, diferentes formas de fomento em seus territórios, e a criação de espaços de participação social para a construção ou a reafirmação dos direitos culturais”, destacou Benhabib.
Como exemplo, Minici e Benhabib citaram o processo de construção coletiva da Carta de Direitos Culturais da Cidade de San Luis Potosí (México). Por conta dessa experiência, realizada entre outubro de 2018 e maio de 2021, a cidade de Niterói também promoveu uma série de rodas de conversa com a população local para debater e formatar propostas para sua Carta de Direitos Culturais. O documento final da cidade fluminense foi apresentado em 5 de novembro de 2021, no Encontro “Cultura é um Direito”, promovido pela Secretaria Municipal das Culturas de Niterói.
Essa foi uma das ações de cooperação que surgiram no âmbito da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, e que depois também inspiraram as cidades de Concepción (Chile), que lançou sua Carta de Direitos Culturais em 26 de agosto, depois de um ano e meio de construção participativa, e de Quilmes (Argentina), que deu início a esse processo há duas semanas.
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Fortalecendo a rede
Walter Romero, diretor nacional de Espaços Culturais do Ministério de Cultura de El Salvador, mencionou a 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental, que se realizou em Brasília nos dias 26 e 27 de novembro, e destacou que parte do trabalho havia sido dedicada a pensar no fortalecimento da Rede de Cidades e Governos Locais.
“Algumas iniciativas vêm caminhando e a ideia é que essa rede possa seguir se fortalecendo. O programa tem claro que não estamos inventando a cultura, e sim estamos aprendendo com a base, com essa cultura que leva anos, que é milenar, e que também somos agentes que formamos parte desse tecido. Nos sentimos muito esperançosos com os desafios que vêm do plano que aprovamos para o próximo ano e também esperamos que muito mais gente se contagie com essa esperança, essa alegria, esse diálogo que podemos ir construindo todos: organizações culturais de base, governos locais, governos estaduais, governos federais”, afirmou Romero.
Henry Mercedes Vales, diretor geral de Mecenato do Ministério de Cultura da República Dominicana, disse que o que mais o entusiasma, na experiência do Brasil com Cultura Viva, é ver como articular, desde as instituições públicas, redes que sejam vivas e que sejam redes a partir de políticas públicas.
“É ver como estabelecer políticas públicas que possam garantir a sustentabilidade dessas estratégias, e que estejam acima da ação do governo da vez. Como fazer que essas estratégias sejam das organizações de base comunitária, para que se estruturem e se fortaleçam. E que nós, como servidores públicos, possamos acompanhar isso, fortalecer para que aconteça, mas desde a estrutura comunitária. Isso levamos como lição e devemos de alguma forma promover em nosso país”, comentou.
Terminada a apresentação, dois gestores presentes manifestaram interesse em aderir à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: o secretário de Cultura de Alto Paraíso de Goiás, Raphael Veiga, e o diretor do Departamento de Cultura do Município de Matão/SP, Juliano Ricci Jacopini.
> Saiba mais sobre a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais: https://iberculturaviva.org/rede-de-cidades/
Começa o seminário que comemora os 10 anos do programa: mirando no horizonte para mais uma década
Em 28, nov 2024 | Em Destaque, Notícias, Seminários | Por IberCultura
(Fotos: Filipe Araújo/MinC e LR Fernandes)
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Depois dos dois dias de debates e acordos na 14ª Reunião do Conselho Intergovernamental, teve início na noite desta quarta-feira (27/11), em Brasília, o seminário comemorativo dos 10 anos do programa IberCultura Viva. O encontro, pensado como um espaço para refletir sobre os resultados alcançados nesta primeira década de cooperação e os desafios que se encontram nesta travessia, contou com a presença da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, na cerimônia de abertura, na sede do Banco do Brasil.
Margareth Menezes fez uma saudação carinhosa, especial pelos 10 anos do IberCultura Viva, “programa que nos conta uma história, uma história que a gente acredita, porque nós que trabalhamos com arte e cultura sabemos que nesse âmbito não existe fronteira”. Falou da “costura” que faz a política de Cultura Viva, “esse enlace para chegar a quem está lá na ponta, dignificando e contando com o reconhecimento da comunidade”, numa união de forças, numa rede que se alastra a todo momento.
Ao lembrar que os 10 anos do IberCultura Viva coincidem com os 20 anos de Cultura Viva no Brasil, a ministra afirmou que, para além da celebração, a ideia é fortalecer o compromisso com as culturas vivas comunitárias, que refletem a riqueza e a diversidade ibero-americana. Ao celebrar a incorporação da República Dominicana, anunciada no dia anterior, ela disse que a cooperação Internacional vem mostrando que pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social e cultural na busca por um mundo mais justo e um planeta sustentável.
“Idealizado há uma década como espaço de integração e valorização das expressões culturais locais, o IberCultura Viva tem se tornado uma força transformadora para as políticas culturais de base comunitária dos países que integram este programa de cooperação. Desde sua criação, tem garantido o protagonismo das mais diversas organizações culturais comunitárias, dos povos e comunidades indígenas, afrodescendentes, camponeses, grupos urbanos, periféricos e de cultura digital, promovendo a criação de redes culturais que ultrapassam nossas fronteiras geográficas, reforçando a cultura como promotora de desenvolvimento, emancipação e justiça social”, destacou.
Segundo ela, o programa materializa a conexão entre cultura, educação, desenvolvimento, inclusão social e cidadania com uma prática de política abrangente, descentralizada, em rede e em diálogo e escuta com as comunidades, com os territórios. “O IberCultura Viva nos ensina que a cultura é o coração pulsante das nossas sociedades. É a alma, a identidade do nosso povo, e pode ser a força de transformação na paz. Que este seminário seja um espaço de inspiração, mobilização e diálogo. E que possamos continuar tecendo essas redes que conectam nossas comunidades, nossos territórios, nossos sonhos e corações”, complementou.
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Reatando laços
Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC) e presidenta do IberCultura Viva, lembrou que voltou ao cargo neste 2024, depois de 10 anos (ela estava no MinC entre 2011 e 2014 e foi a primeira presidente do programa), e que considera “uma honra” fazer parte dessa história. “São momentos de reatar laços. Se o ministro Gilberto Gil tocou o corpo com a sua poética, eu digo que com a sua estética, que a gente redesenhou, a ministra veio dar a sua métrica, que é trazer a cultura viva para o tamanho do Brasil, e o seu reforço ético, de ter uma cultura efetiva, que fale com os seus propósitos maiores, que seja inclusiva”, afirmou.
Como diz o Manifesto IberCultura Viva +10 Anos, o momento é de tecer memórias, celebrar a diversidade, ampliar as redes e construir o futuro. É de resgatar a história para pensar o futuro, “assim como uma flecha que quanto mais a puxarmos para trás, mais a projetamos para frente”. “Vamos seguir lado a lado, trabalhando irmanados. Mirando no horizonte, lançamos uma flecha adiante para conquistar mais uma década de travessia. Com cooperação, com política cultural de base comunitária e com participação social, vamos seguir tecendo esse futuro linha a linha, ponto a ponto, numa grande teia para enfrentar os desafios da emergência climática, para habitarmos um mundo cada vez mais sustentável, igualitário, sem preconceitos e guiados por valores democráticos e de justiça social”, finalizou a presidenta.
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Construindo juntos
Sara Díez Ortiz de Uriarte, que participou do seminário como representante da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), explicou que o IberCultura Viva é um dos 14 programas de cooperação cultural adscritos ao Espaço Cultural Ibero-americano e que, portanto, é um instrumento de cooperação bi-regional e horizontal adscrito às Cúpulas Ibero-Americanas. Ao agradecer o convite para comemorar a história “dessa política de aprofundamento democrático”, ela destacou que um dos maiores logros do programa é a gradual construção e implementação dessa política nos países da América Latina.
“Queremos continuar construindo futuros, ampliando redes, pensando em memórias e celebrando a diversidade. São valores muito importantes neste momento, num contexto mundial de questionamento do multilateralismo, dos fundamentos da democracia”, observou. “Comemoramos 10 anos de uma política que fomenta autonomia em termos de desenvolvimento cultural. Dos 14 programas culturais que temos, acho que o IberCultura Viva é o mais solidário e o mais imaginativo. É o mais solidário porque adota a agenda da justiça social e climática. E o mais imaginativo por sua articulação com sociedade civil, academia, governos locais. Sigamos juntos construindo este instrumento de cooperação que teve tantos desafios, alegrias e logros nesta primeira década”.
O embaixador Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores, destacou a celebração dos 10 anos do programa como “um ato importante que comprova o fortalecimento de um ideal que une os países ibero-americanos em torno de uma causa comum, a promoção da cultura como ferramenta de transformação, inclusão e integração”. “Nesses 10 anos, o IberCultura Viva consolidou-se como essa ponte que conecta histórias, línguas, identidades, reafirmando a centralidade da cultura de base comunitária como mediadora intercultural e construtora de consensos”.
Segundo o embaixador, o IberCultura Viva celebra e difunde as expressões culturais de nossas comunidades, reconhecendo nelas a base para uma sociedade mais justa, solidária e democrática. “Ao celebrarmos esta primeira década, vamos olhar para o futuro com a flecha que foi dita e que os próximos anos sejam de ainda mais colaboração, criatividade e inclusão. (…) Que o programa siga sendo um exemplo de como a cultura pode e deve atuar como mediadora em tempos de crise, em tempos de oposições e como força motriz em momentos de esperança”, completou.
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Na abertura da cerimônia, o vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, ressaltou a relevância do seminário e a importância da integração entre os povos, entre a cultura dos povos latinos, americanos e ibéricos, e os brasileiros. “Vocês que trabalham com cultura têm um papel muito importante que é conservar a memória do povo de cada país e trocar experiências”, disse o anfitrião.
Júlia Pacheco, secretária das Culturas de Niterói (Rio de Janeiro), compareceu como representante da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais e também destacou a importância do intercâmbio de experiências entre municípios. “É no território das cidades que a cultura acontece”, ressaltou. “Cada gestor, cada Ponto de Cultura, cada um que está aqui quer transformar o mundo para fazer com que a gente viva num lugar melhor. A cultura tem esse potencial, é esse espaço.”
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Com os esforços das organizações
A mexicana Rut Mendoza García, por sua vez, falou em nome do Grupo Impulsor do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias (que se realizará em Cherán, Michoacán, em abril de 2025) e da Equipe de Acompanhamento Continental do Movimento de Cultura Viva Comunitária. Em sua intervenção na abertura, ela mencionou alguns dos esforços que foram feitos pela sociedade civil e que acabaram contribuindo para a criação do programa, em outubro de 2013, na 23ª Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, no Panamá (o lançamento formal se deu em abril de 2014, no 6º Congresso Ibero-americano de Cultura, na Costa Rica).
“Em 2010 começaram a buscar fundos para que as organizações de base pudessemos nos reunir, falar, saber que acontece nos nossos territórios e para onde vamos. Em 2011, as redes foram convocadas através da Plataforma Puente, para promover e difundir a cultura viva comunitária. Em 2013, celebramos nosso primeiro Congresso Latino-americano de CVC na Bolívia, com cerca de 1.200 pessoas participantes. E agora, passados 10 anos, estamos aqui, onde também há um esforço das coletividades, das organizações, para saber o que se passou nesses 10 anos e para onde vamos. Felicitamos esta celebração, e que estes 10, 20, 30 anos mais sejam acompanhados, sim, dos governos, mas que também sejam consideradas as organizações de base, porque estamos fazendo esforços muito grandes em nossos territórios”, observou a mexicana.
O argentino Eduardo Balán, líder do grupo El Culebrón Timbal que veio representando o Instituto Latino-americano de Promoção da Cultura Viva Comunitária, disse ser um motivo de muita alegria poder estar em Brasília para celebrar os 10 anos do IberCultura Viva e falar da integração ibero-americana, de seu valor para a construção da democracia e do desenvolvimento dos povos. Ao questionar como essa integração se posiciona diante dos desafios que a região terá nos próximos 10 ou 20 anos, Balán busca trazer a perspectiva das organizações culturais comunitárias da “Abya Yala” (América), que, segundo ele, está numa encruzilhada.
“Há dois futuros possíveis para nosso continente: ser uma zona liberada para o extrativismo, a violência, a desigualdade e a pobreza; ou ser uma região com a rede de economias colaborativas e comunitárias mais poderosas do planeta. É uma possibilidade, uma potencialidade. Nosso destino como continente está ligado à luta pela vida e isso implica uma relação distinta com a mãe natureza, com a produção de alimentos, com outros tipos de tratamentos de saúde e de educação”, explicou. “Outro desafio que temos é o de ser protagonistas de um modelo de desenvolvimento baseado na democracia participativa. Em uma economia social, na cultura viva comunitária, num modo de abordar a vida que seja mais colaborativo que competitivo.”
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⇒ Confira o vídeo da transmissão no canal do IberCultura Viva no YouTube
IberCultura Viva celebra 10 anos com seminário
Em 24, nov 2024 | Em Cooperação Ibero-americana, Destaque, Notícias, Seminários | Por IberCultura
O seminário comemorativo do Programa IberCultura Viva, que ocorrerá de 27 a 28 de novembro em Brasília, marcará uma década de transformação cultural, integração e colaboração entre os países ibero-americanos. Com o objetivo de refletir sobre os resultados alcançados e os desafios, o evento reunirá gestores culturais, representantes da sociedade civil, artistas e pensadores para dialogar sobre o futuro da cooperação. A cerimônia de abertura, na quarta-feira (27/11), às 19h, contará com a participação da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes.
Durante três dias de atividades, o seminário destacará os avanços e impactos do programa, que, ao longo de 10 anos, tem promovido o fortalecimento das políticas culturais de base comunitária, valorizando as manifestações culturais locais e ampliando redes de cooperação entre os países. O programa é presidido atualmente pela secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Márcia Rollemberg. Para ela, além de reconhecer e fomentar o protagonismo dos grupos culturais, o IberCultura Viva tem sido um motor para políticas públicas que promovem direitos culturais e estimulam a participação social.
Márcia acredita que o movimento de cultura viva oferece soluções essenciais para desafios contemporâneos. “No âmbito da Cooperação Ibero-americana, lidamos com uma grande diversidade de modos de vida e visões de mundo. Aprendemos imensamente com essas comunidades, que são guardiãs de saberes ancestrais e têm valores gregários, comunitários e solidários muito fortes. Esses ensinamentos nos fornecem ferramentas para enfrentar questões globais como a emergência climática. De fato, esse será um dos principais focos do IberCultura Viva para os próximos anos.”
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Manifesto do IberCultura Viva
O manifesto do IberCultura Viva, que será compartilhado durante o seminário, reafirma os princípios de diversidade, inclusão e colaboração, destacando a importância de tecer redes de solidariedade capazes de expandir os horizontes culturais da Ibero-América. “O IberCultura Viva é, acima de tudo, um convite à união das culturas e à construção de um futuro coletivo, onde a participação ativa de todas as comunidades e indivíduos é essencial para a criação de um mundo mais justo e plural”, destaca o texto.
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Gestão brasileira
De 2024 a 2027, o Brasil lidera mais uma vez a presidência do Programa IberCultura Viva, que já havia coordenado de 2014 a 2017, conduzindo ações que marcam uma década de conquistas e cooperação entre os países membros e apontam para o futuro. Como parte das celebrações, será realizada em Brasília a 14ª reunião ordinária do Conselho Intergovernamental, que antecederá o Seminário comemorativo.
O encontro reunirá delegados dos 12 países participantes e da República Dominicana, que atua como país convidado e deverá oficializar sua adesão à iniciativa. A programação inclui a revisão dos resultados obtidos em 2024, apresentações de experiências nacionais em políticas culturais de base comunitária e debates sobre os desafios e oportunidades para o fortalecimento do programa nos próximos anos.
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Para participar presencialmente, faça sua inscrição no link:
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Começa o 1º Encontro Internacional de Cultura Infância, em Córdoba (Argentina)
Em 03, out 2024 | Em Congressos, Cultura Infância, Notícias | Por IberCultura
O 1º Encontro Internacional de Cultura Infância será realizado nos dias 3 e 4 de outubro, na cidade de Córdoba (Argentina), no âmbito do 12º Festival Internacional de Teatro Córdoba para a Infância e a Juventude.
Ao longo desses dois dias, serão realizadas apresentações e mesas temáticas com a participação de representantes de diversas áreas, que farão uma apresentação inicial sobre os eixos propostos e convidarão à construção de um documento fundador que será a referência conceitual para o desenvolvimento de acordos internacionais sobre Cultura Infância.
Participarão autoridades do Brasil e da Argentina, que assinarão um acordo de compromisso de trabalho em relação à Cultura Infância em seus próprios territórios e de colaboração internacional.
Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) do Brasil e presidenta do IberCultura Viva, fará a primeira conferência plenária (“Políticas de infância em desenvolvimento. Políticas públicas governamentais em relação à infância no Brasil”), nesta quinta-feira, dia 3, às 19h (horário de Brasília), na Biblioteca de Córdoba.
O encontro é uma iniciativa conjunta da Agência Córdoba de Cultura e do Festival Internacional de Intercâmbio de Línguas (FIL), festival multidisciplinar pioneiro para novos públicos, organizado no Rio de Janeiro (Brasil) desde 2003.
As conferências serão abertas ao público. Todos podem participar gratuitamente e por ordem de chegada, até que a capacidade da sala se esgote.
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IberCultura Viva participa do 10º Encontro Cultura e Cidadania, na Espanha: olhar o passado para imaginar futuros
Em 28, set 2024 | Em Congressos, Cultura Viva, Notícias, Países membros | Por IberCultura
(Foto: Casteleiro)
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Em Santiago de Compostela (Galícia), de 24 a 26 de setembro, realizou-se a décima edição do Encontro Cultura e Cidadania, promovido pelo Ministério da Cultura de Espanha. Foram três dias de debates, apresentações de projetos, visitas e atividades culturais em que as pessoas participantes (cerca de 600) puderam olhar para trás e refletir sobre as aprendizagens e os desafios que enfrentaram nesta década.
Neste décimo aniversário que permitiu olhar para o passado e imaginar futuros atravessados pela cultura, Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC) e presidenta do IberCultura Viva, também lembrou os 10 anos deste programa de cooperação e os 20 anos do Cultura Viva no Brasil, usando a metáfora do arco que os povos indígenas nos ensinam. “Esse momento de resgate da história nos leva a pensar que o futuro é igual a uma flecha. Quanto mais puxamos para trás, mais longe podemos nos projetar para frente”, disse ela ao final de sua apresentação.
A presidenta do IberCultura Viva participou de uma das mesas do primeiro dia do encontro, “Abrir e ampliar o marco institucional: Políticas culturais para fortalecer as democracias vivas”, na terça-feira, 24 de setembro. Ela abriu sua intervenção explicando que apresentaria a experiência de Cultura Viva no Brasil, iniciada em 2004 com o então ministro Gilberto Gil, que propôs “um novo paradigma ao trazer pessoas das periferias, das culturas indígenas, da cultura de base africana como pessoas importantes para a cultura nacional”.
“O DNA dessa política desde o início é o de reconhecer que quem faz a cultura é a sociedade e que é preciso a participação social para que tenhamos uma política verdadeiramente pública. Agora, com o presidente Lula, a participação social e a diversidade são uma matriz em todos os ministérios. Todos têm uma assessoria que prima pela estruturação da participação social e pela diversidade nas políticas públicas”, destacou.
Além de ações afirmativas que incluem pessoas negras, indígenas, com deficiência e toda a diversidade, com bonificações e convocatórias específicas, Márcia Rollemberg explicou que a estratégia de gestão do Ministério da Cultura conta hoje com um novo marco regulatório, a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que descentraliza os recursos da União para que os estados, o Distrito Federal e os municípios promovam projetos culturais em seus territórios.
A Política Nacional Cultura Viva (PNCV), estabelecida como a política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura, também está sendo implementada com financiamento da PNAB. “Hoje há mais de 6.000 Pontos e Pontões de Cultura, em cerca de 1.600 municípios brasileiros. Estamos ampliando (o alcance para os territórios) em parceria com estados e municípios que recebem recursos para financiar essa política, que promove a diversidade, a democracia, reconhecendo o poder das atividades culturais de grupos, coletivos, comunidades, instituições, com ou sem pessoa jurídica, e também os mestres e mestras, guardiões do património imaterial”, destacou.
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Rollemberg lembrou que os Pontos de Cultura são grupos culturais da sociedade, grupos tradicionais que já existem, como pequenas orquestras, grupos de teatro, de capoeira, de diversas expressões do Brasil. E que, como disse Gilberto Gil, “são ativos; não são carentes, são potentes; não são vulneráveis, são vulnerabilizados”. “Esta mudança de paradigma é muito importante”, afirmou, destacando também a relevância das medidas tomadas “para a reparação e superação das desigualdades historicamente acumuladas que estruturam a sociedade.”
“Cultura Viva é uma política de reparação, de resistência, que reconhece toda uma matriz que compõe o Brasil e que sempre foi muito invisibilizada, embora muito presente na cultura brasileira. É uma política que procura reconhecer as nossas origens, reconhecer que somos formados por povos originários que já estavam lá no território quando vieram os portugueses, com pessoas escravizadas e depois também vários grupos de migrantes. O Brasil tem o maior grupo de diásporas do mundo. Tem uma grande população árabe, japonesa, italiana e europeia. É um país muito mesclado, muito mestiço, então há que se reparar”, defendeu.
Além do trabalho para reduzir as desigualdades (econômicas, de gênero, raciais, sexuais, entre outras opressões) e combater a violência, ela mencionou algumas das ações de formação cultural, de promoção de acessibilidade, e o trabalho com Pontões da Cultura sobre temas como culturas indígenas, comunidades tradicionais de origem africana, culturas populares, patrimônio e memória, entre outros.
“Há uma tentativa de criar um amálgama, porque patrimônio e memória, audiovisual, livro e leitura, tudo se integra a partir da Cultura Viva. Cultura digital, territórios rurais e cultura alimentar, territórios fronteiriços, integração latino-americana… O programa Cultura Viva inspirou outros países e hoje não é apenas uma política de Estado. Há um movimento latino-americano da sociedade que dele fazem redes, trabalhos, e ocupam os espaços de democracia”, complementou.
A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC também destacou algumas estratégias de participação que são desenvolvidas no Brasil, como a Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC), com quem o Ministério da Cultura discute, dialoga e propõe ações conjuntas. Uma das mais importantes que está por vir será a Teia, a conferência nacional de Pontos e Pontões de Cultura que se realizará em 2025, 11 anos depois da última edição. Foi durante a Teia Nacional de Diversidade, realizada em 2014, em Natal (Rio Grande do Norte), que aconteceu a primeira reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva. (Márcia Rollemberg foi eleita presidenta naquela reunião e retornou ao cargo em março deste ano de 2024.)
Ao apresentar este programa de cooperação que é realizado com 12 países membros, ela destacou algumas ações desenvolvidas nestes 10 anos, como as convocatórias de Apoio a Redes, IberEntrelaçando Experiências, Mobilidade e Sabores Migrantes Comunitários, e o Curso de Pós-Graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, uma construção conjunta do IberCultura Viva e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina) que já formou mais de 600 pessoas desde 2018.
A participação da presidenta do IberCultura Viva no 10º Encontro Cultura e Cidadania se deu na mesa sobre “Políticas culturais para fortalecer as democracias vivas”, que também contou com a presença de Isabel Ojeda, diretora da Área de Ação Cultural da Universidade Internacional da Andaluzia (UNIA); Jazmín Beirak Ulanosky, diretor de Direitos Culturais do Ministério da Cultura espanhol, e Ricardo Antón, da organização ColaboraBora.
Nesta décima edição do encontro, propôs-se fazer um balanço, atualização e projeção dos 10 anos do programa Cultura e Cidadania, recolhendo, testando a evolução e problematizando os temas, tendências, debates, projetos mais relevantes, experiências e aprendizagens do percurso traçado nestes anos, e apontando outros para os anos presentes e futuros.
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- Os debates e apresentações no auditório do Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC) estão disponíveis em streaming: https://bit.ly/streaming_cyc
MinC lança série de episódios em podcast para contribuir com a formação dos Agentes Cultura Viva
Em 27, set 2024 | Em Cultura Viva, Notícias | Por IberCultura
O Ministério da Cultura (MinC) e o Consórcio Universitário Cultura Viva, formado pelas universidades federais da Bahia, Fluminense e do Paraná (UFBA-UFF-UFPR), realizarão na próxima segunda-feira (30/09), a live de lançamento do podcast “Cultura é Viva!”. A série, composta por 10 episódios, abordará temas ligados à diversidade cultural brasileira e à Política Nacional Cultura Viva (PNCV).
O principal objetivo é contribuir com a formação dos Agentes Cultura Viva, jovens selecionados pelos Pontões de Cultura que formalizaram parceria com o MinC para atuar no mapeamento, diagnóstico, formação, articulação e mobilização da rede de Pontos de Cultura no país.
“O fomento aos pontões territoriais e temáticos de cultura faz parte da reativação da Política Cultura Viva neste momento em que celebramos seus 20 anos de existência. Essa estratégia envolverá, no mínimo, 570 Agentes Cultura Viva, entre 18 e 24 anos, que precisam de uma formação sobre temas essenciais para o projeto cultural que vão desenvolver em suas comunidades”, explicou Márcia Rollemberg, secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, convidada especial deste primeiro episódio do podcast.
O evento contará com a participação das locutoras Luma Wyzykowska, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Larissa Herédia, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), jovens pesquisadoras vinculadas ao Consórcio Universitário Cultura Viva.
Deborah Rebello Lima, representante do consórcio pela Universidade Federal do Paraná, destaca: “A série Cultura é Viva é uma ação formativa que se apresenta como contribuição para o fortalecimento dos Agentes Cultura Viva em atuação nos Pontões de Cultura. Trata-se de um passeio para rememorar e/ou conhecer conceitos essenciais da PNCV e sua operação, mas sempre de uma forma leve, descontraída e ofertando uma paisagem sonora que dialogue com esse público.”
Já Luiz Augusto Rodrigues, representante da Universidade Federal Fluminense reforça que “os Agentes Cultura Viva são essenciais na retomada da PNCV, em especial como uma ação estruturante mobilizadora nos territórios e também por incluir os próprios conceitos da política de Cultura Viva junto à juventude”.
O podcast também será uma oportunidade para gestores e integrantes da Rede Cultura Viva ampliarem seus conhecimentos e compartilharem experiências. Luana Vilutis, pesquisadora do consórcio pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), sinaliza como esta ação formativa se insere no escopo das várias frentes de pesquisa e formação que o trabalho colaborativo das três universidades federais vem desenvolvendo nesta retomada da PNCV.
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Live de Lançamento: Podcast “Cultura é Viva!”
Quando: Segunda-feira, 30 de setembro, às 15h (de Brasília)
Onde: Canal do YouTube do Ministério da Cultura
MinC lança Editais Cultura Viva no Espírito Santo com R$ 3,7 milhões em investimentos
Em 27, set 2024 | Em Cultura Viva, Notícias, Países membros | Por IberCultura
(Foto: William Caldeira Hub/ES – Texto: MinC)
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O Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult/ES), lançou nesta quinta-feira, 26 de setembro, em Vitória, três Editais Cultura Viva, que vão apoiar 103 Pontos de Cultura no estado. Com investimento de R$ 3,7 milhões, provenientes da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), a iniciativa visa fortalecer a identidade cultural e a cidadania de base comunitária, com foco em projetos de relevância local.
Os recursos serão direcionados à Política Nacional de Cultura Viva (PNCV). Além de fortalecer a atuação de agentes culturais, os editais buscam valorizar a diversidade cultural e destacar projetos de relevância no estado, como a Instituição de Tradições e Cultura Afro-Brasileira São Judas Tadeu, que receberá R$ 400 mil.
“Desde que o presidente Lula decidiu recriar o Ministério da Cultura, sob a liderança da ministra Margareth Menezes, sabíamos que teríamos uma tarefa gigantesca pela frente: reconstruir o conjunto de políticas que haviam sido descontinuadas. Temos orgulho de fazer parte de um legado que remonta aos anos de 2003 a 2015, quando consolidamos políticas fundamentais para a cultura no Brasil”, afirmou Márcio Tavares, secretário-Executivo do MinC.
“Esse edital que lançamos hoje é o resultado dessa parceria entre o Governo Federal, estados e municípios, capitalizando e territorializando iniciativas culturais em todo o território nacional. A cultura é uma ferramenta poderosa para a promoção da identidade, da democracia e da superação das desigualdades. Este edital representa mais um passo nesse caminho, envolvendo todos os agentes que fazem da cultura um motor de transformação social”, complementou.
A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, reforçou a importância da participação social e da gestão compartilhada. “A Política Cultura Viva ganha adesão cada vez mais forte de estados e municípios e o Espírito Santo dá o exemplo de como fazer a política crescer”, afirmou.
Segundo Fabrício Noronha, secretário de Estado da Cultura (Secult/ES), o impacto internacional da política dos Pontos de Cultura ganhou força além das fronteiras brasileiras. “Temos poucas políticas públicas que foram incorporadas em outros países, mas a dos Pontos de Cultura é uma delas. É uma grande alegria ver uma política dessa envergadura, agora, após 20 anos, sendo retomada com tanta força por meio da Política Nacional de Cultura Viva”, lembrou.
Thais Souto, gerente do setor de Territórios e Diversidade (GETD) da Secult/ES, o momento atual do fomento vai além dos editais. “É fundamental refletirmos sobre a importância do território e de uma política que seja verdadeiramente territorializada. Esse é o marco mais importante que temos discutido e aprendido, especialmente com aqueles que já estão à frente dos Pontos de Cultura. Não somos apenas fazedores de cultura; nós somos a cultura. E essa cultura se manifesta em suas diversidades, territorialidades e pluralidades, desde o funk até os terreiros. Precisamos reconhecer a ancestralidade e a mobilização comunitária que impulsionam essa força cultural”, declarou.
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Editais
Os editais serão divididos por três temáticas: Premiação por Trajetória, Fomento a Projetos Continuados de Pontos de Cultura e Fomento a Projetos Continuados de Pontões de Cultura. Ao todo, serão premiados e financiados mais de 50 projetos que têm impacto direto nas comunidades, em um esforço contínuo para descentralizar e democratizar o acesso à cultura. As inscrições começam no dia 1º de outubro e vão até o dia 30 do mesmo mês.
- Edital de Premiação por Trajetória – Dividido em duas categorias: Pontos de Cultura sem constituição jurídica e Pontos de Cultura com constituição jurídica, os prêmios visam reconhecer a trajetória de coletivos e entidades que, há anos, promovem o desenvolvimento cultural de suas comunidades, mesmo sem estrutura formalizada. O intuito é fomentar a continuidade de suas atividades, fortalecendo suas raízes locais. Para ambas as modalidades, é necessário comprovar, no mínimo, dois anos de atuação cultural na comunidade local, por meio de fotos, materiais gráficos, publicações impressas ou eletrônicas, entre outros documentos comprobatórios.
Pontos de Cultura sem constituição jurídica: Serão concedidos 30 prêmios no valor de R$ 30 mil cada. |
Pontos de Cultura com constituição jurídica: Serão distribuídos 20 prêmios no valor de R$ 60 mil cada. |
- Edital de Fomento a Projetos Continuados de Pontos de Cultura – O edital vai selecionar quatro entidades que receberão o valor de R$ 120 mil cada para a execução de projetos continuados que promovam o acesso aos bens e serviços culturais em seus territórios de atuação. O objetivo é fortalecer iniciativas culturais que já estão em andamento, garantindo que a população local continue a ter acesso a atividades artísticas e educativas, nos termos da Política Nacional de Cultura Viva.
- Edital de Fomento a Projetos Continuados de Pontões de Cultura – Voltado para projetos de maior envergadura, esse edital selecionará quatro entidades, que receberão R$ 30 mil cada. Os Pontões de Cultura têm como foco a articulação e mobilização de redes culturais regionais e temáticas. O objetivo é promover o desenvolvimento de atividades em parceria com redes de Pontos de Cultura, bem como a mobilização e articulação com governos locais. Esses projetos buscam capacitar, mapear e executar ações conjuntas em nível estadual, regional ou temático, sempre visando o fortalecimento da cultura local.
Consultas: culturaviva@secult.es.gov.br e culturaviva.secult@gmail.com
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Festival Reconstruindo o Quilombo ganha segunda edição em novembro: um espaço de resistência e diálogo intercultural
Em 26, set 2024 | Em Comunidades afrodescendentes, Edital de Apoio a Redes, Notícias | Por IberCultura
A Comunidade Quilombola de Santa Cruz, em Pimenteiras do Oeste (Rondônia, Brasil), se prepara para sediar a segunda edição do Festival Cultural Reconstruindo o Quilombo, em novembro deste ano. O evento, um dos selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2024, tem como objetivo fortalecer a identidade quilombola e promover a igualdade racial e o respeito mútuo entre diferentes etnias.
Organizado pela Rede Diversidade Amazônica, o festival pretende ser uma celebração vibrante e plural da cultura afro-brasileira, com uma programação que inclui oficinas e apresentações artísticas, palestras e rodas de conversa. Estão previstas oficinas gratuitas de fotografia e artesanato, com 50 vagas cada, além de uma exposição de fotos e literatura quilombola, apresentações musicais, danças tradicionais, leituras de poemas, exibição de documentários, desfile de moda afro-brasileira e produção de cartazes contra o racismo.
Pioneiros da Comunidade Quilombola de Santa Cruz também serão homenageados no evento, como um reconhecimento à sua contribuição para a preservação das tradições e valores da comunidade. “O festival tem um papel crucial no protagonismo da comunidade quilombola, reforçando o orgulho de suas tradições e promovendo o diálogo entre diferentes culturas”, afirma Andréia Machado, uma das produtoras envolvidas na organização.
A estimativa é que participem cerca de 500 pessoas, tanto da comunidade local quanto de regiões vizinhas. Uma das metas é fomentar o turismo cultural na região, atraindo visitantes interessados em conhecer e valorizar as tradições quilombolas. Com isso, espera-se fortalecer as parcerias regionais e ampliar a rede de apoio à comunidade, promovendo a cidadania e o desenvolvimento sustentável.
A Rede Diversidade Amazônica, que apresentou essa proposta ao edital do IberCultura Viva, é composta por três organizações de Rondônia: a Associação Cultural, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Diversidade Amazônica (ACEMDA), a Associação de Remanescentes Quilombolas de Pimenteiras do Oeste (ARQOS) e o Ponto de Cultura e Mídia Livre Serpentário Produções.
Desde 2015, essa rede tem trabalhado ativamente na promoção da cultura e do desenvolvimento sustentável na Amazônia, com foco na valorização das comunidades quilombolas, indígenas e afro-brasileiras. Este ano, o evento conta com o apoio do Pontão de Cultura Raízes Amazônicas: Celebrando a Diversidade Cultural, que é coordenado pela ACEMDA.
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No ano passado, o Festival Cultural “Reconstruindo o Quilombo” se realizou de 23 a 27 de outubro, também com o apoio do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo. Duas das principais atividades foram a oficina de dança afro-brasileira, com destaque para a capoeira, e a oficina de artesanato com palha de buriti, que é usada há gerações para criar peças artísticas e funcionais que refletem a identidade quilombola.
Estas oficinas foram oferecidas a 50 alunos da Escola Pública Estadual de Ensino Fundamental e Médio Inácio de Castro, localizada na Comunidade Quilombola de Santa Cruz. Além de ensinar habilidades práticas, essas duas atividades ajudaram a fortalecer a conexão com a herança cultural da região. As pessoas participantes receberam certificados, destacando seu compromisso em preservar e valorizar essas tradições.
Comissão Nacional dos Pontos de Cultura entrega “manifesto político poético” à ministra Margareth Menezes
Em 08, jul 2024 | Em Cultura Viva, Notícias, Países membros | Por IberCultura
(Fotos: Amanda Tropicana/MinC)
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Antes do ato de celebração que encerrou o Encontro Nacional Cultura Viva 20 Anos na Casa Rosa, em Salvador (Bahia), no último sábado (06/07), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, esteve reunida com a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC), que lhe entregou um “manifesto político poético” sobre a Política Nacional Cultura Viva (PNCV). Iniciado com um cordel para trazer o “encantamento da diversidade cultural”, o documento destaca alguns desafios transformadores e propõe estratégias para aprimorar a implementação da PNCV.
Entre essas estratégias estariam a institucionalização do Movimento Nacional Cultura Viva; a simplificação dos processos burocráticos que regulamentam a política; a capacitação dos agentes culturais da Rede dos Pontos de Cultura, “para fortalecer suas capacidades produtivas e de interatividade com a comunidade de seus territórios”; a criação de um Cadastro Único dos Trabalhadores da Cultura por meio das inscrições da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB); a elaboração do Plano Nacional Cultura Viva, e a realização da• Teia Nacional Cultura Viva e 5º Fórum Nacional Cultura Viva, em julho de 2025.
“Para tecer e avançar com todas estas propostas e propósitos, com ampla participação e encantamento social, convidamos todas as mestras e mestres, ponteiras e ponteiros, gestores públicos municipais e estaduais de todo o Brasil, a realizarem seus respectivos Fóruns e Teias Municipais, Regionais e Estaduais, com etapas preparatórias e essenciais para a realização do V Fórum Nacional dos Pontos de Cultura”, convoca a comissão.
O documento também propõe a formação do Comitê Gestor de Pactuação da Política Pública Cultura Viva, coordenado pela CNPdC, pela Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC), pelo Consórcio Universitário Cultura Viva (composto por representantes da Universidade Federal da Bahia – UFBA, da Universidade Federal Fluminense – UFF e da Universidade Federal do Paraná – UFPR), além de gestores e gestoras municipais e estaduais.
O Encontro Nacional Cultura Viva 20 anos, realizado entre os dias 3 e 6 de julho na Casa Rosa, em Salvador, foi organizado pelo MinC e o Consórcio Universitário Cultura Viva, em parceria com a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura. A iniciativa teve o apoio do Governo do Estado da Bahia, da Prefeitura de Salvador, da Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Universidade Federal da Bahia (Proext) e da Casa Rosa.
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⇒Leia o Manifesto Político Poético da CNPdC sobre a Política Nacional Cultura Viva