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02

mar
2021

Em Notícias

Representantes de organizações culturais comunitárias apresentam seus aportes para o PET 2021-2023  

Em 02, mar 2021 | Em Notícias |

A quarta sessão do processo de planejamento do IberCultura Viva para o período 2021-2023 foi dedicada ao trabalho com as organizações culturais comunitárias (OCCs) de países que integram o programa. O encontro virtual, na sexta-feira, 26 de fevereiro, contou com a participação de 44 pessoas, entre representantes de OCCs do Grupo de Trabalho Participação Social e Cooperação Cultural e dos governos de Argentina, Chile, Costa Rica, México e Peru, que formam a comissão especial de trabalho para o PET, além da Unidade Técnica.

Conforme explicou na abertura o secretário técnico do programa, Emiliano Fuentes Firmani, a ideia é que as organizações sejam protagonistas neste processo, e que baseadas na apresentação feita no dia 12 de fevereiro – e nos distintos conhecimentos e experiências que têm tido com o programa – as pessoas integrantes das redes e OCCs possam apresentar suas propostas, suas ideias, suas intenções, para alimentar o planejamento que está sendo discutido e que será apresentado ao Conselho Intergovernamental IberCultura Viva no fim de março.

“Esta sessão é muito importante, é um espaço para ouvir, para compartilhar, para colocar inquietudes, percepções e necessidades em uma forma concreta que possa ser aplicada no Plano Estratégico Trianual de IberCultura Viva. É um momento que celebramos, por poder ter este espaço de participação com o sujeito principal que dá vida ao programa, que são as organizações culturais comunitárias”, comentou Valeria López López, da Secretaria de Cultura do Governo de México, em nome da presidência do Conselho Intergovernamental.

Em seguida, Rosario Lucesole, consultora de projetos da Unidade Técnica, deu a palavra às pessoas que enviaram por correio electrónico algumas propostas para o PET 2021-2023. A maioria desses aportes foi apresentada no formato discutido duas semanas antes, na capacitação sobre Gestão Orientada a Resultados de Desenvolvimento (GORD) que Adriana Osset (SEGIB) ofereceu aos participantes do GT. Assim como havia sido comentado, algumas das propostas chegaram vinculadas aos objetivos estratégicos, resultados e linhas de ação que integram o primeiro esboço do plano estratégico.

Espanha 

Guillermo Maceiras, da Comunidade VEDI-Ventana a la Diversidad (País Vasco, España), abriu o debate explicando de maneira resumida suas três propostas: 1) “Mobilidade e formação em gestão cultural comunitária a redes da Península Ibérica e intercâmbio de saberes com redes latino-americanas”; 2) “Integrar conceitos como a soberania narrativa em meios digitais como elemento vertebrador para melhorar as capacidades para o trabalho em entornos digitais das OCCs”; 3) “Economia regenerativa e a diversidade cultural não só como respeito, mas como fonte de inovação”.

Com respeito à primeira, Guillermo contou que a Comunidade VEDI está participando da REACC (Red de Espacios y Agentes de Cultura Comunitaria), uma “rede de redes espanholas que busca aglutinar e articular iniciativas de cultura comunitária e inovação cidadã”, e propôs intercâmbios com Pontos de Cultura e redes latino-americanas de CVC. A segunda proposta trata de projetos colaborativos inter-redes, priorizando comunidades e coletivos com acesso limitado à internet, e a terceira versa não sólo num modelo econômico que “não desperdiça nada”, por outro que “recupera o dano que tem feito ao entorno”, gerando oportunidades econômicas no seio das próprias comunidades.

Costa Rica

Eric Madrigal, integrante da Asociación Cultural del Swing y el Bolero Costarricenses e do Movimento CVC Costa Rica, fez aportes relacionados aos três objetivos estratégicos (OE) do PET. Sobre o primeiro objetivo, além de sugerir a inclusão do trabalho intersetorial com governos locais, propôs a criação de um espaço de intercâmbio entre as pessoas que concluem o Curso de Pós-graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária ministrado por FLACSO.

Para o OE2, sugeriu a criação de uma oficina de participação cidadã (os indicadores seriam os diários de trabalho e documentos de planejamento), e a inclusão de uma linha para fomentar espaços de formação em gestão cultural comunitária, incluindo “pessoas que, sem ser necessariamente ‘acadêmicas’, possam oferecer seus conhecimentos, alguns deles ancestrais, na gestão comunitária e do patrimônio cultural”.  

Para o OE3, propôs que se tome em consideração as visões sobre a gestão sociocultural do Património Cultural Imaterial que vai além das metodologias da UNESCO e dos países membros, incorporando a participação comunitária e a construção coletiva de inventários e planos de salvaguarda.  

 

México

Sandra Villarreal Hernández, da agência Circular (México), voltada para a gestão de projetos culturais, propôs para o OE1 uma convocatória aberta para agentes culturais (nacionais, estaduais/municipais e internacionais), para a criação de um diretório digital público, e um mapeamento sobre políticas culturais de base comunitária, além de atividades de intercâmbio de boas práticas entre agentes culturais, “com um programa estabelecido para aterrissar desenho, implementação e avaliação de políticas culturais a partir da prática e da profissionalização”.

Para o OE2, Sandra propôs a realização de oficinas em comunidades e de fóruns virtuais “onde os representantes de projetos comunitários apresentem parte de seus processos e necessidades de colaboração”. Também mencionou uma campanha de difusão em redes para dar a conhecer a organizações culturais comunitárias e povos originários, e a geração de um diagnóstico a partir de realidades locais, em torno do tema de gênero, para definir um programa de trabalho com temáticas clave. Para o OE 3, sugeriu uma campanha de difusão sobre elementos característicos da tradição oral e o patrimônio cultural imaterial, com especial enfoque na inclusão, além de um programa de formação sobre escrituração de línguas originárias.

México 2

Rocío Orozco, de CulturAula México, realizou uma série de aportes e solicitações em torno do novo planejamento. Para o OE1 solicitou a construção de indicadores de impacto que possam servir como modelo para as políticas culturais de base comunitária. Além disso, propôs a realização de cursos de formação/sensibilização para funcionários e agentes culturais com capacidade de incidência nas políticas públicas e a abertura do programa de formação para receber propostas de OCCs e instituições educativas de todos os países. Também apoiou a iniciativa de criar uma rede de universidades que articule com o programa. 

Para o OE2, Rocío propôs um mapeamento de instâncias de formação em gestão cultural comunitária e uma convocatória para promover instâncias de formação a partir da experiência de trabalho territorial, junto com articulações para acompanhar processos em marcha. Também destacou a inclusão de ações para promover a acessibilidade e diminuir a brecha digital, e o desenvolvimento de uma linha de ação para incluir a difusão em outros meios como a rádio e a televisão. No caso do OE3, propôs uma série de ferramentas para a difusão das experiências de cultura viva comunitária e a inclusão de outros meios com produções sobre gênero e cultura.

Argentina

Celia Soler, da Coletiva Cultural Posta (San Juan, Argentina), sugeriu o estabelecimento de um sistema de comunicação com agências governamentais de todas as regiões que compõem os países membros, aderidas ou não à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais. “Isso implicaria um árduo trabalho de levantamento de referências das zonas da função pública que se constituiria em destinatários dessas comunicações para a divulgação em seus territorios”, adiantou. 

Aurora Beatriz Silva, de Convocados por Lúdica (província de Buenos Aires), enviou vários documentos, incluindo uma sistematização de conceitos, um guia para a gestão e as memórias do IV Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que se realizou na Argentina em maio de 2019. Uma série de indicadores foi apresentada em seus aportes ao PET 2021-2023.                      

 

 

El Salvador

Ana del Carmen Cañas, da Asociación Salvadoreña para el Desarrollo Integral (ASALDI), apresentou algumas reflexões gerais e algumas considerações particulares, como o desenvolvimento de um glossário para as abreviações e siglas (CVC, PCBC, PIPA, REPPI, etc), a utilização conjunta dos termos “povos originários/povos indígenas” e a inclusão do conceito de equidade de gênero. Para o OE3, propôs que seja a promoção para o reconhecimento legal do patrimônio cultural imaterial e a sistematização de saberes no caso das línguas indígenas.

Uruguai

Julio Persa, de Intermedios Producciones, solicitou a incorporação de uma linha de ação para que o programa tenha fundos para apoiar a manutenção e a infraestrutura dos espaços culturais. “Ainda que seja um grande avanço ter incluído de forma explícita o que se refere a patrimônio imaterial, que é o patrimônio que geramos constantemente, também pode ser importante pensar em ações que apoiem o desenvolvimento de infraestrutura onde os coletivos realizam suas atividades e ações”, comentou.

Peru

Efrain Aguero, do Ponto de Cultura Cinco Minutos Cinco (Lima, Peru), que se dedica ao cinema comunitário, reforçou as sugestões enviadas por correio, com algumas estratégias/ações que poderiam ser desenvolvidas, como o mapeamento de organizações culturais comunitárias que se encontrem impulsando processos de incidência em seus territórios, e a construção de protocolos de referência para as políticas culturais de base comunitária. Também destacou a necessidade de fortalecer a capacidade de acompanhamento dos REPPIs (representantes dos países ante o programa) dos processos de incidência das OCCs e de envolver também os governos locais, por meio de estratégias de sensibilização, de capacitação e promoção. 

Outras intervenções

Esta quarta sessão de planejamento também contou com intervenções de duas representantes do Movimento Latino-americano de CVC, Pamela Otoya (Peru) e María Emilia de la Iglesia (Argentina), que pediram uma melhora nos canais de diálogo com os REPPIs e o apoio aos Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária. Emmanuel Audelo, da Plataforma Puente Cultura Viva Comunitaria México, também pediu apoio às instâncias prévias à organização do Congresso Latino-americano de CVC de 2023 e ações para acompanhar o III Congresso Mesoamericano de CVC que está projetado para ser realizado em Cuba em 2022. Pelo Chile participou Lorena Berrios, representante da Mesa Regional de Organizações Culturais Comunitárias da Região do Maule e integrante da Coletiva Cultural Equidade e Gênero.

As próximas sessões da comissão especial de trabalho serão dedicadas à construção de indicadores e ao Plano Operativo Anual (POA 2021). Todos os aportes das sessões serão processados pela Unidade Técnica para serem enviados ao Conselho Intergovernamental (CI) para sua revisão. A reunião do CI em que se discutirá a aprovação do PET 2021-2023 e do POA 2021 será realizada nas primeiras semanas de abril.

⇒Assista ao vídeo da quarta sessão, em que participaram integrantes do GT Participação Social e Cooperação Cultural

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