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Destaque

Começa a edição 2024 do Curso de Pós-graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária

Em 18, abr 2024 | Em Destaque, Formação, Notícias |

Começou nesta quinta-feira (18/04) a sétima turma do Curso de Pós-graduação Internacional em Políticas Culturais de Base Comunitária, que a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO-Argentina) realiza em conjunto com o programa IberCultura Viva. Oitenta pessoas participaram da sessão inaugural, iniciada ao meio-dia (de Brasília) por videoconferência. 

Além da equipe encarregada deste curso virtual da Área Comunicação e Cultura de FLACSO-Argentina, estavam presentes alunas e alunos matriculados nesta edição, a Unidade Técnica do IberCultura Viva e representantes da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil (SCDC), que assumiu a presidência deste programa de cooperação em março deste ano. A vice-presidência, a cargo do Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, também esteve representada neste encontro.

Márcia Rollemberg, Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC e presidenta do IberCultura Viva, enviou um vídeo com uma saudação e um convite às pessoas participantes desta sétima turma e às mais de 600 que já concluíram este curso, lançado em 2018: “Neste momento em que o IberCultura Viva completa 10 anos, seria um grande presente que alunas e alunos egressos pudessem formar uma rede. Uma rede de profissionais com trabalhos de referência com relação às políticas culturais de base comunitária”. 

A ideia é poder lançar esta rede em novembro, mês da reunião presencial do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, quando se pretende fazer um seminário para compartilhar e consolidar esta iniciativa. “Conto com vocês. Que tenham um bom curso e que a gente possa estar juntos, cada vez mais, por uma região ibero-americana unida, onde todos tenham acesso ao fomento e ao exercício dos direitos culturais”, afirmou a presidenta.

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João Pontes, diretor da Política Nacional de Cultura Viva do MinC, e um dos alunos desta edição de 2024, também participou da sessão inaugural, aproveitando para saudar a equipe da FLACSO-Argentina e a Unidade Técnica do IberCultura Viva. ‘Para o Brasil, é muito importante este processo de construção coletiva de conhecimento, de compartilhamento de saberes. Saberes que são ancestrais, que fazem parte da nossa base comunitária, e que de alguma forma se apresentam como contracolonização, como resistência dos povos, das nossas ancestralidades, das nossas culturas populares e tradicionais, que fazem parte da Cultura Viva na América Latina”, destacou.

Leandro Anton, coordenador de Articulação da Cultura Viva na SCDC, também matriculado no curso este ano, ressaltou a importância da iniciativa mencionada por Márcia Rollemberg, no sentido de formar uma rede de pesquisadoras/es que fazem trabalhos referentes à política de Cultura Viva e aos programas de Pontos de Cultura que vêm sendo implementados em outros países. “Neste momento em que começamos a celebrar os 10 anos do IberCultura Viva e os 20 anos de Cultura Viva no Brasil, é fundamental essa produção de conhecimento a partir da pesquisa sobre essas políticas públicas de base comunitária, para poder refletir e ter contribuições para os processos que estão tendo uma retomada, como aqui no Brasil. São subsídios muito significativos para este ciclo”, ressaltou.

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Bolsas do programa

Para esta edição de 2024, o programa IberCultura Viva distribuiu 104 bolsas para pessoas dos 12 países membros (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Paraguai, Peru e Uruguai) e da República Dominicana, país convidado a participar este ano. O Edital de Bolsas 2024 ficou aberto de 20 de dezembro de 2023 a 15 de fevereiro de 2024, período em que recebeu 625 inscrições. Este foi o maior número de candidaturas já apresentadas a esta convocatória.

“É uma alegria começar esta edição do curso, uma edição muito particular porque este ano tivemos recorde de apresentações para as bolsas, de inscrições e consultas, o que mostra que há uma demanda real de formação necessária em políticas culturais de base comunitária”, comemorou Franco Rizzi, coordenador acadêmico do curso de pós-graduação (junto com Belén Igarzábal), na abertura desta sessão inaugural. “Isso nos deixa muito contentes, porque estamos trabalhando há sete anos nisso e segue o desafio de nos atualizar, pensar, discutir e encontrar saídas na cultura comunitária, na cultura em território, nas políticas públicas.”

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Para Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva, este ano marca um ponto de inflexão para o que significa esta aliança com FLACSO-Argentina, já que houve recorde de inscritos no Edital de Bolsas 2024. “Desde 2018, o programa concedeu mais de 700 bolsas para este curso, que está totalmente consolidado, ainda que em permanente transformação e atualização, de acordo com os tempos e as problemáticas que vão se manifestando no contexto da região, tal como FLACSO expressa também em sua identidade como instituição: uma instituição muito próxima, dinâmica e ‘porosa’ com respeito aos problemas contemporâneos dos países que trabalham neste âmbito”.

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Funcionamento do curso

Neste primeiro encontro virtual do curso, além de dar as boas-vindas às pessoas matriculadas nesta edição, os coordenadores acadêmicos Belén Igarzábal e Franco Rizzi, a tutora Cecilia Salguero e a assistente técnica Malena Taboada explicaram como funciona o curso e como vão trabalhar durante o ano com as aulas, fóruns e trabalhos parcial e final. 

Belén Igarzábal explicou que FLACSO é uma rede, um sistema da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais que está em 13 países da América Latina, e que este curso nasceu da associação de IberCultura Viva com a FLACSO-Argentina. “Se chama ‘pós-graduação internacional’ porque todos os professores e professoras vêm de distintos países, de distintas cidades de todo o continente latino-americano. E também os alunos e alunas, porque como vemos aqui estamos flutuando entre o espanhol e o português”, comentou.

Como detalhou a coordenadora acadêmica, a proposta está dividida em cinco módulos (“Processos culturais contemporâneos”, “Políticas culturais”, “Cultura de base comunitária”, “Redes e cultura colaborativa” e “Desenho, monitoramento e avaliação de políticas públicas”) mais um módulo introdutório. Cada módulo conta com quatro ou cinco aulas (à exceção do módulo introdutório, que tem duas aulas), em suporte escrito e/ou audiovisual. As aulas são publicadas semanalmente, às quintas-feiras, e podem ser lidas/assistidas em qualquer horário (dentro daquela semana). 

Em cada módulo abre-se um fórum para que as/os estudantes compartilhem suas dúvidas, experiências, ideias e opiniões. Estes espaços de intercâmbio que se criam ao longo do ano são destacados pela equipe de FLACSO como algo muito valioso deste curso, uma vez que reúnem pessoas com realidades distintas, em diferentes países, e que ali vão tecendo redes. Algumas trabalham em políticas públicas, outras integram organizações culturais comunitárias e centros culturais independentes, e a intenção é que todas possam compartilhar seus conhecimentos e experiências nos territórios. 

“Consideramos que o mais interessante neste curso, além das leituras, dos vídeos e de todo o conteúdo, é o intercâmbio. Assim que promovemos, valorizamos e incentivamos o intercâmbio entre todos e todas nós, sempre a partir do respeito pelas distintas miradas. Hoje esta rede começa a caminhar, começa a se gestar, e ficamos muito contentes por isso, afirmou Belén Igarzábal.

Outros encontros sincrônicos como este deverão ser realizados ao longo do ano, mas assim como esta sessão inaugural, estarão disponíveis no campus virtual da FLACSO-Argentina para quem não puder assistir no momento de sua realização.

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