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Encontro de Mulheres Trabalhadoras das Culturas e das Artes: empoderamento e trabalho colaborativo
Em 08, ago 2017 | Em Notícias |
Fotos: Maca Peñaloza (Colectivo Las Niñas), Pablo Montt y Sue Villar (Red Cultural Nekoe)
Mais de 150 produtoras e gestoras culturais de nove países participaram do 1º Encontro Internacional Mulheres Trabalhadoras das Culturas e das Artes, Gestoras 2017, realizado em Santiago do Chile, de 4 a 7 de julho. Organizado por Gestoras en Red, rede chilena de gestoras culturais, o evento foi um dos projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016 e estabeleceu as bases para a articulação de mulheres em uma rede latino-americana que tem como objetivo o empoderamento e o trabalho colaborativo.
O encontro superou as expectativas das organizadoras. Na avaliação da artista visual Marisol Frugone e da realizadora audiovisual Rosa Angelini, codiretoras de Gestoras en Red, foi “um êxito de convocatória e uma conquista significativa”, tanto pelas atividades vinculadas aos quatro dias de intenso trabalho nos três espaços culturais da capital chilena, como pelas conclusões e pela construção de um manifesto final, recebido pela subdiretora Ana Tironi, do Conselho Nacional da Cultura e das Artes.
Este manifesto, segundo Frugone, “reúne os sentires e desejos de uma rede que atravessa fronteiras e une as mulheres na cruzada de dar seguimento às políticas locais e internacionais, sobre direitos para as mulheres em todas as áreas da sociedade, contribuindo para o empoderamento e a visibilidade do trabalho comunitário”.
As mesas temáticas
Nos três primeiros dias formaram-se mesas de trabalho no Centro de Creación Infante 1415 e no Centro Cultural Gabriela Mistral. No dia 4 os temas das mesas foram “Trabalho cultural”, “Metodologias e estratégias”, “Direitos trabalhistas” e “Feminismos”. No dia 5 os diálogos se deram em torno de “Ativismo cultural”, “Existência e resistência” e “Indústrias criativas”. No dia 6 foi a vez de “Economias criativas” e “Empoderamento econômico e social”. Em 7 de julho, no Centro Cultural Lo Prado, foi realizada a atividade de extensão “Arte na educação”.
As mesas de trabalho contaram com palestrantes do Chile, Brasil, Bolívia, Argentina, Uruguai, México, Honduras e Peru. Além de assistir às apresentações, as participantes puderam debater as problemáticas e soluções para as temáticas propostas. As conclusões foram expostas todos os dias, e ao final da última jornada, resumidas no documento lido por Susana Obando, da rede Telartes (Bolívia), em seus princípios comuns (confiança, compromisso, colaboração, criar comunidade), assim como a definição de ferramentas estratégicas de construção de sustentabilidade.
“Nosso objetivo é de nos articularmos como mulheres que realizam trabalho na área de gestão e produção cultural latino-americana, para empoderar e entreter em forma colaborativa, iniciativas, projetos, propostas, ações que fortaleçam e consolidem um crescimento individual e coletivo para o bem comum, através de alinhamentos que consolidem processos de transformação social”, afirmaram as participantes no manifesto.
Entre os alinhamentos destacados estavam: a) realizar um mapeamento da rede de produtoras e gestoras; b) fortalecer e visibilizar o trabalho da rede; c) posicionar o trabalho articulado de mulheres na América Latina; d) gerar uma agenda comum que articule e fortaleça a circulação cultural na América Latina.
Para as organizadoras, o 1º Encontro Internacional Mulheres Trabalhadoras das Culturas e das Artes teve um resultado “massivo e proveitoso” graças ao trabalho colaborativo, “as voluntárias para gestão e produção dos quatro dias de trabalho, as instâncias de almoços comunitários através de panelas comuns, os alojamentos solidários que ficaram a cargo da rede de Gestoras Chile”, como destaca Marisol Frugone. “Sem isso, este encontro não havia sido possível”.
As participantes propuseram um próximo encontro para 2019. Está sendo discutida a possibilidade de ter como sede Peru ou Uruguai.
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