Programa leva sua experiência de cooperação comunitária ao evento paralelo oficial e a espaços como Ágora Cívica, Cultura e Cidadania e Culturópolis
De 26 de setembro a 1º de outubro, Barcelona será o epicentro dos debates internacionais sobre políticas culturais. A cidade recebe a Conferência Mundial de Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável (Mondiacult 2025), organizada pela UNESCO e acolhida pelo Governo da Espanha. Nesse marco, IberCultura Viva reafirma sua vocação de tecer redes e fortalecer o protagonismo comunitário.
Sua atividade central será o evento paralelo “IberCultura Viva: promovendo os direitos culturais nas comunidades e apoiando os ODS”, que será realizado em 27 de setembro, às 8h15, no Centro Internacional de Convenções de Barcelona (CCIB), no âmbito da Mondiacult 2025. A mediação será de Lorena Larios, secretária de Cooperação da SEGIB. A representação do Programa estará a cargo de uma delegação diversa que reflete a potência da cooperação ibero-americana.
A comitiva é liderada por Márcia Rollemberg, presidenta do Programa e secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil (MinC); e integrada por Yannai Kadamani Fonrodona, ministra das Culturas, das Artes e dos Saberes da Colômbia; João Pontes, diretor da Política Nacional Cultura Viva do MinC; e Jazmín Beirak, diretora-geral de Direitos Culturais do Ministério da Cultura da Espanha (REPPI do IberCultura Viva). Também participam Flor Minici, secretária técnica do Programa; Giselle Dupin, coordenadora de Promoção da Diversidade Cultural do MinC e enlace técnica do Programa; e Diego Benhabib, consultor em redes e formação do IberCultura Viva.
Em 2025, o Programa de Cooperação IberCultura Viva segue fortalecendo políticas culturais públicas enraizadas nos territórios. Atualmente, reúne 14 países – Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai – o maior número de países membros desde sua criação. Este marco não apenas simboliza o êxito da cooperação ibero-americana, como confirma o que a experiência já anunciava: quando o Estado reconhece o protagonismo das comunidades culturais, ativa suas potências e conecta redes.
Do pioneirismo brasileiro à cooperação ibero-americana
Inspirado pela Política Nacional de Cultura Viva, criada no Brasil em 2004 para reconhecer os Pontos de Cultura como sujeitos de direito ao fomento público, IberCultura Viva articula hoje diversas iniciativas que fortalecem as políticas culturais de base comunitária na região. Só no Brasil, mais de 7.200 Pontos de Cultura compõem essa trama viva, que se expande por toda a Ibero-América com programas semelhantes, chegando a integrar um movimento de mais de 11.000 organizações culturais comunitárias nos últimos 15 anos.
Como lembra Márcia Rollemberg: “Essa história é mais antiga que qualquer programa. Começa com os saberes, fazeres e modos de vida dos povos originários, quilombolas, comunidades tradicionais, ribeirinhas, periféricas e camponesas, que também se conectam com a cultura digital. A política de Cultura Viva apenas nomeia e fortalece essa capacidade gregária, que continua criando laços, identidades, pertencimento e horizontes.”
E acrescenta: “Tecer a história do IberCultura Viva é também olhar para o futuro. Ao celebrar sua primeira década, o Programa adota como símbolo a flecha indígena, que precisa ser tensionada para trás antes de ser lançada com força. Esse gesto mostra que o balanço dos 10 anos não é só memória, mas impulso: exige escuta, redesenho, compartilhamento. Exige reconhecer que, embora a cultura não figure como Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, dá sentido a todos eles, porque é através da cultura que compreendemos o mundo, respeitamos as diferenças e imaginamos futuros comuns e justos.”
Agenda viva
A participação do Programa IberCultura Viva se estende por diferentes espaços em Barcelona:
26 e 27/09 – XI Encontro Cultura e Cidadania (CCCB): apresentação geral do Programa e da Rede de Cidades e Governos Locais no painel Cartografia de redes culturais: conectando práticas, territórios e comunidades. Durante os dois dias, haverá também atividades de networking e um estande do Programa com publicações que celebram os 10 anos do IberCultura Viva e os 40 anos do Ministério da Cultura do Brasil.
27/09 – Evento paralelo na Mondiacult (8h15, CCIB): momento central da agenda, dedicado à promoção dos direitos culturais e ao fortalecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
30/09 – Culturópolis (CCCB): participação na apresentação da DeclaraAção de Concepción (Chile), que integra a Rede de Cidades e Governos Locais.
01/10 – Culturópolis (CCCB): lançamento da Comunidade de Aprendizagens, reunindo territórios e parceiros estratégicos em torno de processos formativos. Oficina IberCultura Viva: Projetos. Cartografia de redes culturais. Conectando práticas, territórios e comunidades.