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28

fev
2022

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Edição de “O Pequeno Príncipe” traduzida para o náhuat abre linha editorial de línguas indígenas em El Salvador

Em 28, fev 2022 | Em Notícias |

O Ministério da Cultura de El Salvador apresentou a primeira edição em náhuat-espanhol do livro “O Pequeno Príncipe”, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, no Dia Nacional da Língua Náhuat e Dia Internacional da Língua Materna. Esta é a primeira obra literária traduzida para o idioma náhuat na história de El Salvador, e a primeira edição da coleção Yultaketza, uma nova linha editorial em línguas indígenas da Direção de Publicações e Impressão (DPI). 

A apresentação desta versão de “O Pequeno Príncipe”, no dia 21 de fevereiro, no foyer do Museu Nacional de Antropologia (MUNA), esteve a cargo da ministra da Cultura, Mariemm Pleitez, da vice-presidente da Assembleia Legislativa, Suecy Callejas, e do tradutor da obra para o náhuat, Valentín Ramírez.

“Esta primeira tradução abre uma possibilidade infinita, porque esta é apenas a primeira de muitas que não apenas manterá o náhuat vivo, mas também manterá viva a memória, a história e o patrimônio de nossa terra”, disse a ministra Pleitez.

“Parte de ser salvadorenho é entender que temos raízes indígenas, sangue indígena e que devemos nos orgulhar disso. Cada um de nós tem um fio para tecer um El Salvador melhor”, afirmou a deputada Callejas.

Por sua vez, Valentín Ramírez, tradutor de “O Pequeno Príncipe” ou “Ne Kunetatuktianitzin”, contou que o processo de tradução começou há dez anos, mas que foi nos últimos meses que traduziu a obra, para a qual teve a apoio de parentes e amigos de Santo Domingo de Guzmán, entre eles seu tio Genaro Ramírez (já falecido) e sua mãe, Gregoria García.

“Estou muito feliz que finalmente se tornou realidade. No começo estava feito, mas tinha sido esquecido, senti que era uma joia que tinha que ser divulgada”, disse Ramírez.

“O Pequeno Príncipe” é o livro, depois da Bíblia, com mais traduções no mundo. Foi publicado em 1943 e traduzido para cerca de 475 idiomas. O autor da obra, Antoine de Saint-Exupéry, era casado com a artista plástica Consuelo Suncín, natural da Armênia, Sonsonate, que possivelmente inspirou o personagem da rosa e influenciou a descrição da cadeia vulcânica feita pelo autor em um dos mundos imaginários que ele visita.

“Esta é uma homenagem a todas aquelas gerações, homens, mulheres, filhos, filhas, irmãos, pais e mães que se calaram no início do século XX”, destacou a ministra Pleitez, aludindo à tragédia que os povos indígenas vivenciaram a partir de 1932, quando o náhuat foi silenciado devido ao massacre ordenado pelo governo do general Maximiliano Hernández Martínez.

“Os poucos falantes de náhuat que ficaram vivos tentaram esconder sua língua e relegá-la ao uso doméstico, por medo. Apesar deste episódio da história, acredito que o presente e o futuro são o nosso refúgio, o momento de recuperar a memória e a grandeza das nossas raízes para lhes dar valor e poder”, completou a ministra.

“O Pequeno Príncipe” conta a história de um jovem que vive no asteroide B 612 com uma rosa orgulhosa e vaidosa. Apesar de suas constantes demandas por atenção desencorajar a personagem, ele não mede esforços para protegê-la de qualquer perigo e viaja por vários mundos em busca de respostas.

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Fonte: Ministério da Cultura de El Salvador

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