Arquivos comunicação comunitária - IberCultura Viva
16 propostas de intercâmbio foram selecionadas no edital IberEntrelaçando Experiências 2024
Em 17, out 2024 | Em Destaque, Editais, IberEntrelaçando Experiências, Intercâmbios, Notícias | Por IberCultura
O programa IberCultura Viva publicou nesta quinta-feira, 17 de outubro, o resultado final da edição 2024 da convocatória IberEntrelaçando Experiências. Das 21 propostas de intercâmbio enviadas à plataforma Mapa IberCultura Viva durante o período de inscrição, 16 foram selecionadas.
Este edital, que coloca em circulação os projetos do Banco de Saberes Culturais e Comunitários IberCultura Viva, tem um valor total de 31 mil dólares. Como estabelecia o regulamento, a seleção final contemplou como critério a diversidade cultural, garantindo que fossem selecionados, em primeiro lugar, projetos provenientes de diferentes países.
As 16 propostas selecionadas têm como anfitriãs organizações culturais comunitárias de Argentina (2), Brasil (2), Colômbia (2), Costa Rica (1), Equador (1), Espanha (2), México (3), República Dominicana (1) e Peru (2). Esses intercâmbios serão realizados entre novembro e janeiro de 2025
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Confira a ata com a lista de propostas selecionadas
A seguir apresentamos as propostas selecionadas nesta edição da chamada. Os países destacados são os das organizações que se apresentam como anfitriãs.
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ARGENTINA
O Centro Cultural La Piojera recebe “Itinerarte – Oficina de Planejamento e Produção de Eventos Comunitários, Culturais e Artísticos em Espaços de Bairro”, de Más Música, Menos Balas (México)
Onde será realizado o intercâmbio: Cidade de Córdoba (Argentina)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Gabriela Belén Palacios e Claudio Germán García
Organização responsável: Más Música, Menos Balas
Más Música, Menos Balas é um movimento que busca promover a paz e a prevenção da violência por meio da música e outras expressões artísticas. Começou em 2011 em Acapulco (Guerrero, México), e também teve impacto em Jalisco, com atividades como intervenções artísticas em espaços públicos, exposições de arte, concertos, apresentações de livros, oficinas culturais, educativas e recreativas para a comunidade, além de projetos de desenvolvimento comunitário e espaços de diálogo e organização de feiras. Atualmente, a organização faz parte do Grupo Impulsor do 6º Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias, que será realizado em abril de 2025 no México.
A proposta: Com a oficina “Itinerarte”, a organização pretende mostrar como os eventos comunitários, culturais e artísticos em espaços de bairro podem ser ferramentas poderosas para fortalecer a coesão social e promover a paz. Alguns aspectos-chave incluem a identificação das necessidades locais e a concepção criativa de eventos que reflitam a diversidade cultural e incentivem a participação ativa. No final da oficina, as pessoas participantes estarão mais bem preparadas para organizar eventos culturais inclusivos e significativos nos seus bairros, em diferentes formatos que permitem a itinerância.
Quem recebe
O Centro Cultural La Piojera é um cinema e teatro histórico recuperado por iniciativa e luta de vizinhas e vizinhos. Por meio da Portaria nº 12.976, La Piojera adquiriu uma modalidade de administração única na Argentina, baseada em um espaço de cogestão e participação comunitária. A experiência de governança do município com organizações e instituições da cidade de Córdoba é um marco de participação comunitária para a região. La Piojera é um “Bem de Interesse Histórico Nacional”, declarado pela Comissão Nacional de Monumentos, Lugares e Bens Históricos.
Desde a sua reabertura, em 2019, ali se desenvolve intensa atividade, focada na ampliação do acesso a experiências culturais para setores populares. Escolas, centros de repouso, vizinhos e vizinhas reúnem-se ali com diferentes expressões artísticas, como cinema, dança, teatro e música, gratuitamente.
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A Associação Diversidad Valiente Santiagueña (Di.Va.S) recebe a “Clínica Intensiva de Práticas Arquivísticas Pessoais”, da associação Archivo Memoria Trans (Buenos Aires)
Onde será realizado o intercâmbio: Santiago del Estero (Argentina)
Quem viaja
Facilitadora: Carolina Nastri
Organização responsável: Arquivo da Associação Civil da Memória Trans
A Associação Civil Archivo de Memória Trans é um espaço de proteção, construção e reivindicação da memória trans. O material gravado vai do início do século XX até o final da década de 1990. Seu acervo preserva uma coleção que inclui memórias fotográficas, cinematográficas, sonoras, jornalísticas e peças diversas, como carteiras de identidade, passaportes, cartas, bilhetes, arquivos policiais, artigos de revistas e diários pessoais.
A proposta: A “Clínica Intensiva de Práticas Arquivísticas Pessoais” prevê duas sessões, nas quais se abrirá um processo de trabalho colaborativo, como laboratório de ideias, para refletir sobre as possibilidades e limitações oferecidas pelos documentos arquivísticos, e compreender seu valor documental e historiográfico das fotografias e documentos. (Quando e como criamos arquivos? Quais são os nossos percursos, as nossas referências, as nossas bibliografias? Quem nos ensina? Quem escreve as histórias?)
Quem recebe
Diversidad Valiente Santiagueña (Di.Va.S) é uma associação civil sem fins lucrativos cujas atividades centrais são a sensibilização, informação e formação em torno da defesa dos direitos das pessoas LGBTIQ+. Sua sede, a Casa da Diversidade, na capital Santiago del Estero, é referência provincial e regional no tema e conta com um Arquivo da Memória das Mulheres Trans em Santiago del Estero, que constitui um espaço de conservação e construção do coletivo.
Este intercâmbio visa capacitar a comissão responsável pelo arquivo, a fim de: a) Aumentar os registros digitais (fotos, histórias, documentos) para outras dissidências, como lésbicas, homens trans e pessoas não binárias; b) Reforçar as capacidades de gestão, saberes e conhecimentos sobre questões arquivísticas; c) Abordar os problemas enfrentados pelas dissidências, desenvolvendo conteúdos que dêem visibilidade aos direitos sexuais, reprodutivos e laborais, à militância do grupo na sua luta pelo prolongamento da esperança de vida, pelo acesso à educação, à habitação digna e a uma maior participação política.
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BRASIL
O Ponto de Cultura Oficinativa/AfroEscola recebe a oficina “Criação de livros infantis com visão intercultural”, da Associação Runapacha (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Santo André, São Paulo (Brasil)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Tisoy Tandioy e Juan Camilo Ruiz Eraso
Organização responsável: Asociación Runapacha (Colômbia)
A Associação Runapacha é um grupo formado por mulheres e homens da comunidade Inga de Santiago Putumayo, que desde 2019 buscam promover o fortalecimento do conhecimento ancestral por meio da cultura, das artes, da literatura e do audiovisual, com foco especial nas línguas ancestrais das comunidades (Inga, Kichwa ou Runa Shimi). Na Biblioteca Rural Itinerante Taita Gabriel Tisoy, localizada em seu território, desenvolvem atividades culturais baseadas em suas tradições e língua ancestral.
A proposta: O objetivo da oficina proposta pela Associação Runapacha no Banco de Saberes IberCultura Viva é fornecer princípios para a criação de livros infantis a partir do conhecimento das comunidades, de suas experiências, de seu território e de suas línguas.
Quem recebe
A AfroEscola existe como coletivo e iniciativa sociocultural desde 2006 e se preocupa em dar visibilidade e valorização às africanidades, originais e da diáspora, ancestrais e contemporâneas, pesquisando e compartilhando tecnologias, saberes e fazeres em diversas áreas da vida: alimentação, habitação, mobilidade, educação, saúde, turismo, lazer, geração de renda/trabalho, etc.
Segundo eles, o intercâmbio com a Associação Runapacha será importante para poder aprender/melhorar a questão das publicações de suas próprias memórias, de modo sustentável e criativo, e também como estímulo para investigar mais profundamente as línguas afro e indígenas de seus territórios.
Com os facilitadores da oficina pretendem realizar estudos sobre suas origens ancestrais indígenas; produzir itens de literatura étnica; apreciar materiais e conteúdos dos povos ameríndios; coletar depoimentos e imagens para seu acervo memorial e promover o intercâmbio de materiais simbólicos de suas culturas.
O Centro Cultural Ilê Asé Iya Oju Omi recebe a oficina “Bem viver na cidade: recuperação de saberes ancestrais, práticas bioculturais e artes comunitárias”, do Ponto de Cultura Arena y Esteras (Peru)
Onde será realizado o intercâmbio: São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro (Brasil)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Ana Sofia Pinedo Toguchi e Cesar Arturo Mejia Zuñiga
Organização responsável: Asociación Taller de Educación y Comunicación a través del Arte Arena y Esteras (Peru)
Criada em 1992, Arena y Esteras é uma organização formada por pessoas de Villa El Salvador e Lima Sul, que, por meio do teatro comunitário, do circo social, das artes vivas e da comunicação popular, buscam tornar visíveis os problemas estruturais, valorizar as culturas locais e promover processos de recuperação de saberes ancestrais para fortalecer as comunidades.
A proposta: A Escola de Bem Viver Urbano é uma proposta que integra práticas bioculturais: hortas, compostagem, ligações com rios, morros, junto com rituais urbanos (cerimônias, huacas, mitos), bem como a recuperação de saberes e artesanatos (tecelagem, cura com ervas, alimentos tradicionais, sementes). Essas aprendizagens são articuladas por meio de processos criativos que incluem o teatro comunitário e o circo social como alavancas que permitem processar afetivamente os saberes e compartilhá-los em ambientes urbanos de forma lúdica e dinâmica.
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Quem recebe
Criado há mais de 20 anos, o Ilê Asé Iya Oju Omi é o primeiro Ponto de Cultura afro e indígena de São Pedro da Aldeia (Rio de Janeiro), também reconhecido como “Ponto de Memória” pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). É uma comunidade matriarcal voltada para o sagrado feminino que reverencia Oxum e Oxóssi, um terreiro de acolhimento, ativista das causas raciais, preservando a memória coletiva afro-diaspórica e dos povos originários. O terreiro atua na região das baixadas litorâneas como um polo de salvaguarda do patrimônio afro brasileiro, beneficiando diretamente em torno de 50 agentes comunitários.
O intercâmbio com o Ponto de Cultura Arena y Esteras busca valorizar saberes ancestrais, se reconectar com a natureza e a cultura, além de fortalecer as/os integrantes do Ilê por meio do teatro comunitário, do circo social e de práticas bioculturais. Estas atividades reforçarão o papel da casa como espaço de preservação cultural e fortalecimento comunitário.
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COLÔMBIA
A Fundação Changuito Visual recebe o projeto “Ponto de Gestão Cultural Comunitário”, da Fundación Comunidad Contemporánea (Argentina)
Onde será realizada o intercâmbio: Vale do Cauca, Cali (Colômbia)
Quem viaja
Facilitador: Cristian Coronel
Organização responsável: Fundación Comunidad Contemporánea
A Fundación Comunidad Contemporánea teve início em 2004, em Quilmes (Argentina), e foi oficialmente instituída em 2019. Tem como missão promover a cidadania ativa e participativa por meio de programas educacionais, artísticos, sociais, culturais, de pesquisa e cooperação, abrangendo seis eixos estratégicos: Cultura Livre, Soberania Audiovisual, Comunicação Alternativa, Arquitetura Comunitária, Práticas Sociais Educacionais e Redes de Cooperação.
A proposta: O Ponto de Gestão Cultural Comunitário busca trabalhar problemas relacionados à aprendizagem de práticas comunitárias e construir metodologias baseadas na autogestão, na ajuda mútua e no território. É um espaço de encontro de agentes culturais, focado no aprendizado comunitário por meio de oficinas, buscando a criação de projetos conjuntos. Está previsto um sistema de práticas que incentive o intercâmbio e a implementação de projetos no território.
Quem recebe
Changuito Visual é um laboratório itinerante de educomunicação da cidade de Cali, empenhado em promover projetos político-pedagógicos de participação de crianças e adolescentes, focados no real protagonismo nas questões que os afetam. O objetivo é proporcionar espaços de aprendizagem, reflexão e ação onde as crianças desenvolvam, potencializem e fortaleçam competências criativas e socioemocionais baseadas em diferentes técnicas de comunicação, que lhes permitam, por um lado, reconhecerem-se como sujeitos de direito, e por outro, expressar livremente seus sentimentos e pensamentos em relação ao contexto em que vivem. A fundação criou diferentes metodologias de pesquisa-ação participativa com as crianças de Cali e suas periferias, como a Amarelinha da Participação Infantil, a Gincana Abya Yala e os Colaboradores Transmídia de Gráfica “Anti-adultista”.
Segundo a organização anfitriã, este intercâmbio será uma oportunidade valiosa para fortalecer os laços entre agentes sociais, artistas e associações civis e enriquecer novas práticas pedagógicas a partir de seus enfoques na cultura livre, na soberania audiovisual e na comunicação alternativa.
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A Associação Runapacha recebe o laboratório/oficina “Dance do seu jeito, o corpo como texto”, da Asociación Cultural Akántaros (Espanha)
Onde será realizado o intercâmbio: Santiago, Putumayo (Colômbia)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Laura Szwarc e Mario Muñoz
Organização responsável: Asociación Cultural Akántaros
Akántaros é uma associação multicultural e transdisciplinar dedicada à arte e à educação. Um coletivo que realiza ações baseadas em metodologia laboratorial como espaço de pesquisa, experimentação e criação, em constante diálogo com o contexto e seus imprevistos. O trabalho de Akántaros é realizado desde 2000 em constantes ações participativas e processos comunitários.
A proposta: A dança nos mostra a linguagem do corpo. Cada corpo, através da dança, amplia e investiga suas possibilidades de movimento e quietude, seus gestos, posturas, tons, destrezas e habilidades. A proposta consiste em criar um laboratório/oficina onde a dança é refletida e colocada em prática como manifestação de fruição e o corpo como texto. Uma oportunidade de dançar sem limites de idade, fisionomia corporal ou capacidades físicas. A ideia é oferecer às pessoas participantes ferramentas para descobrir e fortalecer um canal de comunicação e expressão.
Quem recebe
A Associação Runapacha é um grupo formado por mulheres e homens da comunidade Inga de Santiago Putumayo, que desde 2019 buscam promover o fortalecimento do conhecimento ancestral por meio da cultura, das artes, da literatura e do audiovisual, com foco especial nas línguas ancestrais das comunidades (Inga, Kichwa ou Runa Shimi). Na Biblioteca Rural Itinerante Taita Gabriel Tisoy, localizada em seu território, desenvolvem atividades culturais baseadas em suas tradições e língua ancestral. Além disso, apoiam a linha de pesquisa escrita, ilustrada e audiovisual em três línguas (inga, kichwa e espanhol) de símbolos da tecelagem artesanal “chumbe” em sua comunidade Inga. O livro “Historias cortas en inga y kichwa para niñas y niños”, de autoria do coletivo, foi apresentado na Feira Internacional do Livro de Bogotá, em abril de 2024.
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COSTA RICA
A Prefeitura de Alajuelita, em parceria com a Fundação Keme, recebe o projeto “EVA (Em Voz Alta): Redes Feministas de Bairro”, da Associação Civil Ni Una Menos Santiago del Estero (Argentina)
Onde será realizado o intercâmbio: Alajuelita, San José (Costa Rica)
Quem viaja
Facilitadoras: Gabriela del Pilar Yauza e Ana Virgínia Sequeira
Organização responsável: Associação Civil Ni Una Menos Santiago del Estero (Argentina)
Um dos objetivos do Ni Una Menos é capacitar, promover e divulgar a perspectiva de gênero, os direitos humanos e a inclusão social a partir da interseccionalidade. Propõe-se também conceber, gerir e implementar projetos de intervenção social que permitam desenvolver e/ou sistematizar experiências feministas em diferentes territórios.
A proposta: “EVA (em voz alta): Redes Feministas de Bairro” é um espaço de cuidado para quem cuida, é uma oficina que desenvolve conteúdos sobre desigualdades de gênero, incentiva a escuta e a produção de histórias que contem experiências de mulheres em bairros populares. Essa experiência vem se desenvolvendo desde 2019.
Quem recebe
A Municipalidade de Alajuelita/Unidade de Gestão Cultural propôs este intercâmbio em coordenação com a Fundação Keme, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo principal é usar a arte e a ecologia como ferramentas para a mudança social.
Desde 2019, o governo local conta com uma política cultural que foi construída a partir da base comunitária e que tem levado o cantão a participar de espaços para fortalecer diferentes processos culturais no território.
As comunidades de Alajuelita têm uma longa história de trabalho conjunto e estão passando por um processo de reorganização para o qual, segundo elas, conhecer e se apropriar do EVA como ferramenta seria estratégico, oportuno e valioso. O público-alvo desta proposta serão os membros da Rede de Gestores Culturais de Alajuelita, os cinco Núcleos de Ação Cultural Comunitária, organizações comunitárias, coletivos locais e funcionários públicos.
EQUADOR
O Centro Shuar Samikim/Comunidade Samikin recebe a oficina “Patrimônio cultural no palco: Jogo cênico para contar histórias”, do Coletivo Alcapate (El Salvador)
Onde será realizado o intercâmbio: Paróquia Macuma, Cantão Taisha, Província Morona Santiago (Equador)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Astrid Francia e Oscar Guardado
Organização responsável: Coletivo Alcapate (El Salvador)
O Coletivo Alcapate surgiu em 2011 a partir de um projeto de formação de elenco de teatro comunitário na comunidade indígena do cantão Sisimitepet, no município de Nahuizalco, a partir da revalorização das expressões de seu patrimônio cultural imaterial. Posteriormente continuaram a realizar estas ações em comunidades das zonas urbanas e rurais de El Salvador, nos distritos de Soyapango, Ilopango, Panchimalco e Usulután.
A proposta: O objetivo desta oficina é realizar um trabalho de reflexão coletiva com base no que significa cultura e identidade na comunidade, nas expressões do património imaterial local, para ter consciência da valorização ou reconhecimento social deste património e de sua importância na comunidade. A partir disso, serão identificadas expressões culturais que apresentam ameaças ao seu desenvolvimento e serão partilhadas estratégias de salvaguarda da memória coletiva. No final, será criado um exercício cênico com a comunidade.
Quem recebe
O Centro Shuar Samikim, também conhecido como Comunidade Samikim, é uma organização comunitária Shuar que reúne os bairros Yamaram, San José, San Juan, Chiriap e Wisum. Com uma área de 2.450 hectares, é habitada por cerca de 40 famílias, que juntas somam cerca de 400 pessoas. A comunidade tem 20 anos de história e conta com dois grupos de dança tradicional Shuar (Yusa Dance Group e Tiwia Culture Dance Group) e um grupo de teatro. Em 2023, a Escola de Teatro Intercultural Shuar foi realizada por iniciativa do Grupo de Teatro Tsapnin Jintia.
Pela proposta apresentada, o intercâmbio de saberes será mútuo. Os três grupos artísticos Samikim compartilharão suas danças e apresentações teatrais no início e no encerramento da oficina e ensinarão à dupla de facilitadores como dançar a dança Shuar. Além disso, durante os seis dias de convivência, serão compartilhados a visão de mundo, o conhecimento, o artesanato e a paisagem cultural da Cachoeira Samikim.
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ESPANHA
O Teatro Comunitário El Gancho recebe a oficina “Gestão e produção de projetos comunitários: Uma arte essencial e quase sempre invisível”, da Associação Civil Matemurga (Argentina)
Onde será realizado o intercâmbio: Zaragoza (Espanha)
Quem viaja
Facilitadora: Andréa Hanna
Organização responsável: Asociación Civil Matemurga (Argentina)
A Matemurga nasceu em 2002 a partir de um apelo da sua diretora, Edith Scher, aos ouvintes do programa de rádio “Mate Amargo”. Com o tempo, o grupo se tornou independente do programa e em 2006 começou a se enraizar em Villa Crespo, onde é formado por 90 vizinhos e vizinhas de todas as idades. O grupo tem em seu repertório uma série de espetáculos (“Herido barrio” é o maior, com mais de 50 apresentações já realizadas), uma orquestra (La Orquesta del Mate, formada por 25 vizinhos/as), um grupo de vizinhos/as marionetistas (Los Títeres del Mate), um espaço de dança e outro espaço de teatro para adolescentes. Além disso, possui três livros publicados: Matemurga 2002-2012, Matemurga 15 anos e Matemurga com a alma. Histórias das janelas.
A proposta: A oficina “Gestão e produção de projetos comunitários: Uma arte essencial e quase sempre invisível” se propõe como um espaço teórico-prático que se baseia em projetos específicos que as organizações anfitriãs estão realizando ou pretendem realizar. Os conteúdos serão abordados através da partilha, como testemunho, da área de gestão e produção do grupo de teatro comunitário Matemurga Asociación Civil, como boa prática de democracia cultural.
Quem recebe
O Teatro Comunitário El Gancho (Asociación Cultural Promoción del Teatro Comunitario) é um grupo de Zaragoza, em funcionamento desde 2015. Seguindo a linha do teatro comunitário argentino, já que seus coordenadores foram formados em grupos de lá, eles realizam espetáculos e eventos com forte cunho territorial. É um grupo intergeracional, com pessoas dos 10 aos 72 anos, e que trabalha em rede com outros grupos artísticos comunitários e organizações sociais de seu bairro e cidade. Fundadores da Rede de Teatro Comunitário, que integra grupos com características semelhantes na Espanha, seus membros trabalham numa perspectiva de transformação social e com o objetivo de melhorar a vida das pessoas e do bairro, recuperando a memória e reforçando a identidade do território.
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O Teatro Social e de Gênero Calincha recebe a oficina “Eros e Thanatos em Gabo – Narrar para curar: um legado da Colômbia para o mundo”, do Encuentro de Voces (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Comarca de la Vera, província de Cáceres (Extremadura, Espanha)
Quem viaja
Facilitadora: Liliana Zapata
Organização responsável: Encuentro de Voces (Colômbia)
O “Encontro de Vozes, onde a sua voz é a minha voz” é um espaço de contação de histórias que nasceu em 2009 em Medellín, como resposta à crescente onda de mortes e insegurança na cidade. Este espaço artístico e cultural nasceu no bairro Castilla, com a missão de ser um lugar para sonhar com um mundo ideal, “cheio de fantasia e cor, cheiro e sabor”, onde, através das palavras e da interação, se “possa voar através lugares mágicos”, como alternativa para aproveitar o tempo livre de forma saudável, positiva e produtiva.
A proposta: Inspirado na obra de Gabriel García Márquez, o projeto “Contar histórias para curar” visa usar a narrativa e o realismo mágico como ferramentas para capacitar emocionalmente as comunidades. Entre os conteúdos a serem desenvolvidos estão oficinas de escrita criativa; leitura de obras de García Márquez em espaços comunitários; bate-papo sobre o poder curativo das histórias e da criação de bibliotecas comunitárias. Por fim, será proposta uma discussão sobre as histórias compartilhadas, explorando temas comuns, emoções partilhadas e como as histórias podem ser ferramentas poderosas para a cura pessoal e coletiva.
Quem recebe
Calincha é uma associação de profissionais que trabalham com teatro social e de gênero há mais de 18 anos. Situada na província de Cáceres (Extremadura), a organização trabalha a coeducação como modelo para construir relações de equidade, sem discriminação nem violência de gênero, promovendo o teatro social como ferramenta de intervenção, favorecendo a igualdade de oportunidades para todos. A Rota do Teatro Mulheres de La Vera é uma das atividades que têm se desenvolvido nos últimos anos.
Suas integrantes valorizam o realismo mágico e, com esse intercâmbio, esperam oferecer um espaço para as mulheres imaginarem novas possibilidades e transformações em suas vidas. A intenção é que os elementos fantásticos deste estilo narrativo possam servir como metáforas para as suas lutas e esperanças, ajudando as participantes a recontextualizar a sua dor e a encontrar significado nas suas histórias.
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MÉXICO
Más Música, Menos Balas recebe a oficina “Como construir participação autêntica das comunidades”, do Ponto de Cultura El Cántaro BioEscuela Popular (Paraguai)
Onde será realizado intercâmbio: Zapopan, Jalisco
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Joe Giménez e Gustavo Diaz
Organização responsável: Fundação El Cántaro BioEscuela Popular
El Cántaro BioEscuela Popular é uma comunidade de aprendizagem sem fins lucrativos localizada em Areguá, Paraguai, que desde 2007 trabalha pela transformação social por meio da arte, da educação crítica e da cultura. A organização é um Ponto de Cultura que oferece diversas oficinas criativas populares e atividades socioculturais com acesso gratuito a crianças, jovens e adultos da comunidade.
A proposta: O que se propõe é compartilhar a experiência desses 17 anos de trabalho para motivar outras iniciativas, acrescentar outras perspectivas e também partilhar erros. Com uma metodologia participativa e experiencial, combinando sessões teóricas com atividades práticas, a proposta prevê uma introdução à cartografia social como ferramenta de compreensão do território; a elaboração de mapas simbólicos que representam a identidade, os valores e os desafios das comunidades participantes, e um percurso pelo território para observar e documentar as suas características, recursos e dinâmicas sociais. Serão também partilhadas técnicas de realização de entrevistas e enquetes participativas, além dos conceitos e princípios da mediação cultural comunitária como ferramenta para resolver conflitos e promover a interculturalidade.
Quem recebe
Más Música, Menos Balas é um movimento cultural e social que busca promover a paz e a prevenção da violência por meio da música e outras expressões artísticas. Originou-se em 2011 em Acapulco (Guerrero, México), e também teve um impacto significativo em Jalisco, onde cresceu e se tornou uma ONG chamada Más Música, Menos Balas Guadalajara. Atualmente, é uma das 14 organizações que fazem parte da plataforma Cultura Viva Comunitária no México, além de fazer parte da equipe impulsionadora do 6º Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias.
Entre as atividades que realizam estão intervenções artísticas em espaços públicos para promoção da cultura de paz, exposições de arte, concertos, apresentações de livros, oficinas culturais, formativas e recreativas para a comunidade, bem como projetos de desenvolvimento comunitário e espaços de diálogo e feiras das organizações.
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Bibliotecarro El Colibrero recebe a oficina “Bibliotecas fazem cinema”, da Fundación Territorios, Arte y Paz (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: El Lencero, Veracruz (México)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Heidy Helena Mejía Sánchez e Adolfo García Correa
Organização responsável: Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz
A Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz foi criada com o propósito de conceber e implementar laboratórios culturais de transformação social por meio de estratégias de apropriação das artes, da leitura, da escrita, da oralidade, do teatro social, do cinema comunitário, da realidade virtual e aumentada e da pedagogia da paz. Além de criar a Rede de Bibliotecas Comunitárias Livros Gratuitos para Todos, com a qual abriram mais de 150 pontos de leitura na Colômbia, seus membros trabalham o cinema comunitário com crianças, adolescentes e jovens, e os acompanham em todo o processo de criação, filmagem e pós-produção.
A proposta: Através deste laboratório de formação e cinema comunitário, a organização quer convidar as bibliotecas a abrirem as portas à criação e à produção de conteúdos audiovisuais como estratégia para narrar os contextos territoriais dos espaços que habitam, para que as pessoas tenham a oportunidade de contar suas próprias histórias, sobre personagens, ofícios, paisagens e saberes do seu entorno. Esta proposta conta com duas partes: 1) Conversa e seminário/oficina para mediadores de leitura e animadores socioculturais; 2) Laboratório de cinema comunitário infanto-juvenil.
Quem recebe
El Colibrero é uma biblioteca móvel que desde 2017 presta serviços em localidades do município de Emiliano Zapata, Veracruz, com o objetivo de criar uma comunidade em torno do livro e da leitura. El Chico é a comunidade onde se pretende realizar o projeto “Bibliotecas fazem cinema”. É uma comunidade semi-rural, que conserva uma grande população dedicada à agricultura. Ali se plantam principalmente milho, limão e um pouco de café, e realizam-se atividades relacionadas à pecuária.
Tequio Creación Colectiva recebe a oficina “Enredando saberes, pedagogias de esperança para o cuidado das crianças através da arte e da cultura”, de CulturAula (México)
Onde será realizado o intercâmbio: San Cristóbal de Las Casas, Chiapas (México)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Rocío Orozco e Vicko Arcienega
Organização responsável: CulturaAula (México)
CulturaAula é um coletivo transdisciplinar
dedicado à pesquisa, formação e incidência da gestão e do desenvolvimento sociocultural a partir de diversas abordagens. Seu trabalho é direcionado a agentes, movimentos e organizações de base comunitária, artistas, educadores/as e instituições. Sua ação procura tornar visível a desigualdade e gerar mecanismos para desmantelar a violência, promover a descentralização da educação, da cultura e o fortalecimento da incidência política e pública.
Quem recebe
A Rede Cultural e Artística Tequio é uma organização formada em 2014, com o objetivo de ativar e revitalizar o cenário cultural e artístico de Chiapas, no México, por meio da comunicação e do intercâmbio consciente, oferecendo oficinas, consultorias e material de divulgação. Para cumprir este objetivo, desenvolvem estratégias que reúnem diferentes agentes na gestão e na produção de atividades de promoção cultural, como festivais, apresentações literárias e concertos, e na realização de atividades de formação. Além disso, ajudam artistas e organizações a reconhecerem os próprios recursos, organizarem as suas ideias para melhorar a comunicação e reconectarem-se com o seu propósito.
Segundo a organização, no contexto de San Cristóbal de Las Casas (região onde tem havido uma situação crescente de violência devido ao crime organizado e ao deslocamento forçado), um processo metodológico como o proposto pelo CulturAula pode fornecer ferramentas poderosas para os que estão próximos e orientar processos com crianças, jovens e população adulta por meio das artes e da cultura.
PERU
A Biblioteca Intercultural Bikut da Comunidade Nativa de Listra recebe a oficina “Bibliotecas fazem cinema”, da Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Comunidade nativa de Listra, Imaza, Bagua, Amazonas (Peru)
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: Heidy Helena Mejía Sánchez e Adolfo García Correa
Organização responsável: Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz
A Fundación Cultural Territorios, Arte y Paz foi criada com o propósito de conceber e implementar laboratórios culturais de transformação social por meio de estratégias de apropriação das artes, da leitura, da escrita, da oralidade, do teatro social, do cinema comunitário, da realidade virtual e aumentada e da pedagogia da paz. Além de criar a Rede de Bibliotecas Comunitárias Livros Gratuitos para Todos, com a qual abriram mais de 150 pontos de leitura na Colômbia, seus membros trabalham o cinema comunitário com crianças, adolescentes e jovens, e os acompanham em todo o processo de criação, filmagem e pós-produção.
Quem recebe
O Grupo Bikut Impulsor é um coletivo formado por acadêmicos/as, ativistas, gestores/as culturais e professores/as que se unem para homenagear a sabedoria de seus ancestrais e criar espaços que funcionem como portais para a educação relacional ecossocial, baseada na visão amazônica de inter-relação entre os humanos. e não-humanos. Esta abordagem promove uma visão holística da educação que respeita a natureza e procura soluções para os problemas atuais, ouvindo diversas vozes e perspectivas.
Segundo o coletivo, este espaço de intercâmbio permitirá revalorizar a cultura Awajún, criando materiais contextualizados, promovendo a produção local e recuperando a memória coletiva a partir das suas próprias cosmovisões e narrativas. Além disso, com abordagem inclusiva e adaptativa, a biblioteca irá capacitar os jovens Awajún, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para serem agentes de mudança em suas comunidades, preservando e promovendo sua identidade cultural num contexto que os respeita e valoriza.
A Associação Cultural Asimtria recebe a oficina “Ler para narrar: um passeio por experiências metodológicas para reconhecer as vozes das crianças através das linguagens literárias”, de Libros Buenos a la Vereda (Colômbia)
Onde será realizado o intercâmbio: Yanahuara, Urubamba, Cusco (Peru)
Quem viaja
Facilitadoras: Erika Jannethe Barrera Botero e Leydy Jhoana Díaz Salas
Organização responsável: Libros Buenos a la Vereda
A organização Libros Buenos a la Vereda realiza experiências de promoção da leitura e da escrita para meninos e meninas que vivem na zona rural de Usme, Bogotá (Colômbia). Sua itinerância começou em maio de 2021 e desde 2022 foram abertos quatro espaços denominados “Cantinhos de Leitura”, localizados em casas rurais e equipados com mobiliário e livros para que possam funcionar como bibliotecas comunitárias rurais. Este ano (2024) pilotaram a Escola Rural de Mediadores Culturais, que projetam como um espaço de formação em Mediação e Direitos Culturais para crianças e jovens rurais e camponeses.
A proposta: “Ler para nos narrar” é um espaço de formação que busca reconhecer as vozes de meninos, meninas e jovens por meio da literatura infantil. O objetivo é compartilhar o desenho metodológico com o qual Libros Buenos a la Vereda desenvolve experiências literárias, que favorecem os processos de leitura, escrita e oralidade no âmbito comunitário e/ou rural. A intenção é que a comunidade tenha as ferramentas para conceber as suas próprias experiências, abordando temas e problemas locais a partir da literatura.
Quem recebe
A Associação Cultural Asimtria é uma plataforma focada na aprendizagem, realização, transferência e partilha de possibilidades de criação coletiva baseadas no livre desenvolvimento de tecnologias, aplicadas ao audiovisual e à escuta. Além disso, busca contribuir para a criação de mídias e espaços que mantenham em constante circulação os conhecimentos e experiências necessárias para que diversas comunidades atinjam de forma autônoma seus propósitos, a partir da exploração da memória e do território. A organização iniciou suas ações em 2006 na cidade de Arequipa, e desde então desenvolve projetos de forma descentralizada nas cidades de Cusco, Ayacucho, Piura, Cajamarca, Puno, Abancay, Huaraz e Trujillo, além de Chile, México, Equador e Colômbia.
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REPÚBLICA DOMINICANA
A Associação de Profissionais de Cabrera (Aprodeca) recebe a “Oficina de cinema comunitário para crianças”, do coletivo CinemaTequio (México)
Onde será realizado o intercâmbio: Cabrera, província de María Trinidad Sánchez
Quem viaja
Pessoas facilitadoras: José Eduardo Bravo Macías e Alejandra Domínguez
Organização responsável: CinemaTequio
O CinemaTequio é um coletivo artístico focado no fortalecimento do patrimônio cultural dos povos e comunidades indígenas por meio de oficinas de cinema comunitário, realizadas a partir de histórias da tradição oral da comunidade anfitriã e, principalmente, em sua língua nativa.
A proposta: A oficina baseia-se no desejo manifestado por uma comunidade de realizar um curta-metragem baseado em histórias de sua tradição oral. O trabalho começa com a adaptação da(s) história(s) em um roteiro que posteriormente servirá de eixo para compartilhar, refletir e colocar em prática os fundamentos técnicos e artísticos. No processo, meninos e meninas podem participar como elenco ou na produção, operando a câmera, gravando som, etc.
Quem recebe
A Associação dos Profissionais de Cabrera (Aprodeca), fundada em 1981, tem como principal missão reunir diferentes profissionais de Cabrera para buscar soluções para os problemas básicos do município. A associação desenvolve atividades sociais, culturais e educativas, possui uma casa-abrigo em Santo Domingo para acolher estudantes e intervém em qualquer atividade social que possa contribuir para o desenvolvimento social e cultural do município e seus habitantes.
Com esta oficina, as crianças de Cabrera poderão captar em um curta-metragem as histórias locais que desejam contar, fortalecendo assim sua identidade como afrodescendentes. Além de reativar a memória comunitária em torno de histórias da sua tradição oral, das suas referências e significados, espera-se incentivar a revalorização do património cultural local e movimentar a comunidade em torno de um projeto comum que parte dos meninos e meninas, mas que convida à participação das suas famílias, professores, autoridades locais e educativas.
Um encontro de mulheres rurais e dois eventos nacionais de CVC: os projetos mexicanos selecionados no Edital de Apoio a Redes 2023
Em 24, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura
(Foto: Delegação mexicana no 5º Congresso Latino-americano de CVC, no Peru)
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Um encontro de mulheres rurais para promover o diálogo, o intercâmbio e a criação coletiva a partir da comunicação popular e dos feminismos. Esse é o objetivo do 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina, que se realizará em novembro com mulheres indígenas e camponesas do território de Oaxaca (México) e da região de Sumapaz (Colômbia). O evento foi um dos três selecionados no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos Colaborativos 2023. Os outros dois, além de fortalecer o Movimento de Cultura Viva Comunitária do México, servirão como eventos preparatórios para o 6º Congresso Latino-Americano de CVC, que acontecerá no México em 2024. Um deles é o 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz). O outro é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).
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* Nome da rede: RED COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina
* Nome do projeto: 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitarias y Populares de América Latina
O 1º Encontro COMAL – Comadres Comunicadoras Comunitárias e Populares da América Latina reunirá mulheres rurais, indígenas e camponesas, dos territórios de Oaxaca (México) e Sumapaz (Colômbia). A partir de círculos da palavra, intercâmbio de saberes e criação coletiva, serão compartilhadas experiências e estratégias da comunicação popular e dos feminismos, com o intuito de cuidar e defender seus corpos-territórios e tecer um terreno comum para fortalecer e articular uma rede de mulheres rurais comunicadoras populares.
A reunião será realizada na Casa da Mulher das Organizações Indígenas de Direitos Humanos de Oaxaca (OIDHO), localizada em Santa María Atzompa, de 5 a 11 de novembro. A ideia é convocar três mulheres de cada uma das três escolas das Doñas Paramunas em Sumapaz (Cidade 20, Veneza e Pandi), além de nove mulheres do Istmo, da Mixteca, da Costa e dos Vales Centrais. Serão cerca de 35 mulheres no total, incluindo a equipe executora.
O projeto parte da necessidade de reconhecer e fortalecer a identidade cultural das mulheres do campo como sujeito importante dentro de seus processos organizacionais, territoriais e pessoais, que são -ou podem ser- fortalecidos e sustentados a partir dos exercícios de comunicação popular e das reflexões a partir do gênero e dos feminismos.
O evento foi pensado como um encontro entre mulheres de diferentes nacionalidades, territórios e idades, com potencial curativo, já que é possível que as participantes ressignifiquem suas vidas narrando a partir de sua própria voz e de suas formas de comunicação, e também podem se reconhecer em suas diferenças.
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A rede
A Rede COMAL é uma rede de mulheres, comadres, comunicadoras comunitárias e populares da América Latina que defendem o “comadreo” como um encontro com o outro em lugares comuns, para entender os processos cotidianos onde os sentires das mulheres são gestados. A rede foi criada para que comadres mexicanas e colombianas se reúnam em torno do comal (A palavra “comal” vem do nahuatl “comalli”, utensílio em forma de disco onde a comida é tostada.). As comadres se reúnem ao redor de fogo, milho, lama, tortilhas, feijão, arepas e café.
As quatro organizações/coletivos que apresentaram esta proposta ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 são a mexicana Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) e as colombianas Las Doñas Paramunas, Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)) e La Partida Feminista.
Comunicación Indígena S.C. (Ojo de Agua Comunicación) nasceu em 1998 em Oaxaca de Juárez com o objetivo de transformar os meios de comunicação em ferramentas úteis para os povos indígenas e cidadãos. Por meio de acompanhamento, informação, conscientização, produções próprias, incidência política e divulgação de materiais, a organização criou e acompanhou conteúdos de rádio e vídeo que dão visibilidade aos povos e mulheres indígenas, valorizam a vida comunitária, defendem direitos e promovem a justiça com dignidade. Na última década, Ojo tem investido no empoderamento das mulheres e, em 2023, a terceira geração de rádios comunitárias segue capacitando-se sobre violência de gênero, masculinidades não hegemônicas e vida livre de violência.
Las Doñas Paramunas é uma escola de comunicação popular com mulheres camponesas da ecorregião de Sumapaz que desenvolve laboratórios de vídeo e rádio para fomentar o diálogo e a criação coletiva, promovendo narrativas próprias de mulheres em torno da defesa do corpo-território. Em 2020, a primeira versão da escola foi realizada em conjunto com o Conselho Local de Mulheres da Localidade 20, onde foram produzidos dois curtas-metragens: Historias del campo e El legado de las doñas. Em 2021, uma segunda versão ocorreu em Venecia, Cundinamarca, com outros dois curtas: Mercedes e Respirando felicidad en los campos de Colombia. Para encerrar 2021, foi promovido um evento no Centro de Memória, Paz e Reconciliação como uma socialização aberta do processo. Em 2022, houve um segundo módulo na Localidade 20, focado na produção de rádio. Em 2023 decidiu-se fazer uma terceira versão da escola em Pandi, Cundinamarca.
A Equipe Colombiana de Pesquisa em Conflito e Paz (ECICP)), criada em Bogotá (Colômbia) em 2012, estrutura seu trabalho em áreas de pesquisa e abordagens transversais com o objetivo de gerar uma incidência integral nos territórios. A organização atua na coordenação, formulação, execução e acompanhamento de projetos e relatórios de pesquisa; promove espaços educativos e de acompanhamento às comunidades e processos sociais e implementa uma estratégia de comunicação que contribui para a visibilidade dos processos territoriais.https://www.facebook.com/ECICP
La Partida Feminista foi criada em 2019, em Bogotá, a partir do Laboratório Comunitário de Cinema e Audiovisual Ojo Semilla, organizado por El Churo Comunicación no Equador (2018). Entre as atividades realizadas a partir de metodologias de pedagogia popular, cinema comunitário e feminismos, estão Minga Audiovisual: mulheres criando e narrando a partir de seus territórios em Praia Renaciente, Cali (2021), Começando pelas Raízes em Ciudad Bolívar, Bogotá (2021), o 1º Encontro Latino-americano As que gravam: mulheres, cinema e audiovisual comunitário entre Ciudad Bolívar e a Cinemateca de Bogotá (2022), e Potoescuela: Laboratório de artes visuais para meninas e mulheres em Ciudad Bolívar (2023).
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* Nome da rede: Cultura Viva Comunitaria México – Plataforma Puente
* Nome do projeto: 3º Encuentro Nacional Cultura Viva Comunitária México
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O 3º Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária, que a rede CVC México se propõe a realizar em outubro em Tatahuicapan de Juárez (Veracruz), pretende unir esforços para a produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em México em 2024.
A proposta apresentada ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 prevê uma etapa de “Pré-Encontro” a partir de agosto, com o desenvolvimento de atividades virtuais, como o “Diálogo Meso-americano e Caribenho para a Cultura Viva Comunitária”; sessões com o círculo da palavra “Gênero e Diversidades” para revisar e adaptar o protocolo de prevenção da violência de gênero e diversidade para congressos, bem como sessões informativas sobre a história e os princípios do movimento CVC no México e na América Latina.
O projeto prevê ainda a criação de um “rali fotográfico” sobre as intervenções e/ou experiências culturais comunitárias que cada grupo tem vivido nos seus territórios. Também haverá apresentações artísticas de cada coletivo participante com a finalidade de compartilhar suas experiências no palco, seus processos, e abrir um diálogo que permita conhecer outros contextos a partir dessas manifestações, as formas com que essa intervenção tem permitido impactar nos territórios, somar propostas, entre outras.
Seguindo uma metodologia participativa, durante o encontro presencial serão realizadas duas rodas temáticas ou laboratórios. A primeira terá como foco o desenho da produção do 6º Congresso Latino-americano de CVC; o segundo servirá para a orgânica da rede CVC México. Além disso, serão integrados espaços de convivência comunitária para as organizações participantes e a comunidade habitante de Tatahuicapan. A programação artística e cultural será moldada pelas ações das organizações participantes ou coletivos ligados ao movimento.
A soma desses esforços, propostas e conclusões será apresentada na assembleia geral do encontro nacional e ao Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México, grupo impulsor encarregado da produção do 6º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
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A rede
A rede Cultura Viva Comunitaria México começou a ser tecida em 2009 com a troca de experiências com organizações da Guatemala (Caja Lúdica) e do México (Coletivo Altepee). Em 2011 Habitajes A.C. participa do encontro Juventude e Arte Comunitária, onde foram instaladas a Plataforma Ponte CVC e as diretrizes da rede latino-americana em Medellín, Colômbia. A partir de 2014, foram realizadas reuniões nacionais, regionais e metropolitanas com organizações culturais de base comunitária de diferentes latitudes do México. Além disso, foram promovidas assembleias, colóquios, ciclos de diálogo em parceria com a Comissão de Direitos Humanos do Distrito Federal (CDDHF) e a Prefeitura de Tlalpan. A rede esteve presente nos últimos três Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária no Equador (2017), Argentina (2019) e Peru (2022).
O projeto apresentado pela rede tem Habitajes – Centro de Estudos e Ações do Espaço Público como organização responsável pela gestão de recursos. Também participam da proposta os coletivos Altepee, Rses Crew e Kejtsitani.
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Organizações participantes
A Fogata Kejtsitani Mujeres por la Memoria de Cherán foi criada em 2015, ano em que seus membros consolidaram um projeto de história oral na comunidade de Cherán K’eri. Através do Coletivo Kéjtsitani, eles pretendem investigar, documentar, salvaguardar e divulgar seus valores, usos e costumes, bem como lutas passadas e presentes. Com a coleta de testemunhos orais, espera-se produzir uma narrativa própria que capte a natureza complexa do esforço de Cherán K’eri para desenvolver instituições políticas, educacionais e culturais autônomas. A narrativa da comunidade é recriada nas mídias digitais, buscando criar uma linguagem mais acessível para jovens.
O projeto também foi apresentado pelo Colectivo Altepee, fundado em 2013 em Acayucan por jovens interessados na música de cordas do sul de Veracruz. O coletivo foi criado por um grupo de amigos que se reuniam em torno de suas jaranas pelo prazer de tocar, e que perceberam que a tradição do fandango (festa que congrega músicos e sapateadores em torno do palco) era uma forma natural de a comunidade se organizar e de se aproximar dos conhecimentos dos avós. Além de fazer um programa de rádio todas as quartas-feiras, os integrantes do Altepee produzem podcasts e vídeo-aulas sobre diversos temas, como saúde, culinária tradicional e promoção de sistemas alimentares locais.
Rses Crew é outro participante da rede. Criado em 2014, na Cidade do México, o coletivo se encarrega de propor e trabalhar expressões visuais e artísticas ligadas às comunidades, tendo como principal ferramenta a técnica do graffiti. Neste processo de reconstrução simbólica do espaço social, a reflexão transferiu-se para os desafios que se colocam às pessoas da terceira idade na apropriação do espaço público e privado. Em 2019, foi realizado um projeto de caravana cultural com um grupo de mulheres bordadeiras que criaram, compartilharam saberes e experiências de vida na oficina “Bordado da Memória”.
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* Nome da rede ou articulação: Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México
* Nome do projeto: Congresso Nacional de Culturas Comunitárias Vivas do México
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Em outubro de 2022, diversas organizações e redes culturais mexicanas se reuniram no 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, no Peru, e chegaram a um importante acordo para reafirmar o México como sede do próximo Congresso Latino-Americano de CVC. Após o congresso no Peru, formou-se o Grupo Impulsor, que desde fevereiro se chama “Tejido de Culturas Vivas Comunitarias de México” e que vem se dedicando a uma agenda comum, com reuniões regulares de trabalho colaborativo.
O evento que este tecido propôs ao Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023 é o Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias do México, que será realizado em novembro nas cidades de Guadalajara e Zapopan (Jalisco).
Com o objetivo de fortalecer o movimento Cultura Viva Comunitária no México, o congresso incluirá atividades como a apresentação de um fanzine histórico educativo sobre o movimento na América Latina e no México, além de círculos da palavra e uma assembleia nacional que reunirá organizações, coletivos culturais e atores sociais com sólida atuação comunitária. A intenção é reunir pelo menos 150 pessoas de organizações culturais de base.
Também estão previstas apresentações artísticas e uma feira de saberes/mercado cultural. As atividades serão compostas por diversas expressões culturais, com a intenção de gerar um círculo de economia solidária, promover as identidades culturais e suas relações interculturais e, sobretudo, o fortalecimento da organização comunitária por meio do conhecimento do trabalho realizado nos territórios e da aprendizagem coletiva resultante dos intercâmbios.
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Organizações participantes
A Cooperativa Cultural El Arbolillo Cuautepec iniciou seu trabalho em 2015, na Cidade do México, como um coletivo de jovens artistas urbanos que buscavam criar espaços e promover a cultura pintando murais e dando oficinas. Em 2018 constituíram-se como cooperativa, tendo a possibilidade de oferecer as suas práticas como serviço cultural de apoio à educação artística a diferentes ONGs, instituições e empresas a partir da perspetiva da economia social e solidária.
No estado de Jalisco, a ONG Mais Música, Menos Balas há mais de uma década desenvolve projetos culturais e comunitários que promovem a comunidade, a solidariedade, o voluntariado e a transformação social por meios pacíficos, intermediando a arte, a cultura, a educação e o esporte. Alguns de seus projetos são o Ciclo Itinerante de Música e Arte Mais Música, Menos Balas, realizado desde 2012, e o SaludArte, programa de saúde mental com arteterapia, para atender mulheres vítimas de violência e seus filhos.
O coletivo CulturAula, criado em 2013 na cidade de Guadalajara, é uma organização transdisciplinar dedicada à pesquisa, formação e defesa da gestão e desenvolvimento sociocultural a partir de vários enfoques. Seu trabalho é direcionado a agentes, movimentos e organizações de base comunitária, artistas, educadores e instituições.
Quem também participa como integrante do projeto é a rede de Cultura Viva Comunitária de Jalisco, uma rede colaborativa nascida em 2014 em Guadalajara, formada por organizações culturais de base comunitária e pessoas aliadas que se unem no fortalecimento da cultura comunitária e seus processos derivados.
“Miradas en lucha”: convocatória aberta para encontro de comunicação comunitária
Em 12, fev 2020 | Em Notícias | Por IberCultura
De 2 a 5 de abril será realizado em Lima (Peru) o encontro “Miradas en Lucha (MIEL): Comunicação comunitária e pedagogias audiovisuais”. Este espaço de diálogo e reflexão foi uma das propostas ganhadoras do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2019.
O encontro está dirigido a educadores populares, comunicadores comunitários, realizadores independentes e pesquisadores que trabalham sobre os alcances da comunicação comunitária e das pedagogias audiovisuais no âmbito da defesa do território na América Latina.
Os quatro eixos de trabalho propostos são: 1) Práticas audiovisuais em comum; 2) Contextos de violência e insegurança; 3) Narrativas comunitárias e memória coletiva, e 4) Estratégias pedagógicas e incidência. O encontro terá sessões internas e oficinas com a participação de convidados.
As pessoas interessadas em participar devem se inscrever até 23 de fevereiro. A inscrição é livre para todas as atividades, mas haverá um processo de seleção, que buscará a diversidade geográfica e temática, e a equidade, incentivando a participação de mulheres e outras vozes.
A iniciativa é uma articulação de coletivos latino-americanos que desde 2015 trabalham de maneira colaborativa para promover possibilidades narrativas e estéticas de criação de histórias, relatos e memórias a partir do olhar e do sentir das comunidades. São eles: Asociación Cultural Maizal (Lima, Peru), Asociación Civil La Sandía Digital (Cidade do México), Colectivo Barullo – Casa Taller (Cali, Colômbia), Fundación El Churo (Quito, Equador) e Projeto Bombozila (Rio de Janeiro, Brasil).
Inscrições: https://bit.ly/38WjqO9
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1º Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária: das favelas para o mundo
Em 25, ago 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
(Foto: Vitor Pastana)
“Comunicação comunitária, para quem é da favela, é coisa bem antiga. A gente fazia com os jornaizinhos no mimeógrafo, com as ‘rádios de poste’, (os alto-falantes) que às vezes serviam para avisar um falecimento ou chamar alguém para atender um telefonema no orelhão (telefone público). Hoje, com as mídias sociais, temos muitas possibilidades. Com os grupos de Whatsapp, por exemplo, rapidamente ficamos sabendo o que acontece nas favelas, com fotos e vídeos”, afirmou o jornalista carioca André Fernandes no dia de abertura do 1º Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária (ELACC), que ocupou cinco espaços culturais de Niterói (Rio de Janeiro) de 6 a 9 de julho.
Fernandes é fundador e diretor da Agência de Notícias das Favelas (ANF), uma das entidades organizadoras do evento, ao lado do Laboratório de Políticas Culturais. Criada em 2001 para levar adiante a luta pela democratização da informação, das comunidades para o mundo, a ANF conta com um jornal, A Voz da Favela, com tiragem mensal de 50 mil exemplares, e um portal, com aproximadamente 400 colaboradores. “A proposta é que esta rede, ao fim deste encontro, saia ainda maior. Que as pessoas deixem a posição de espectadores para serem produtores de conteúdo, autores da própria cidadania”, comentou o jornalista.
Neste primeiro painel do encontro (“Experiências de comunicação comunitária na América Latina”), no Cine-Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), estavam presentes os brasileiros André Fernandes (ANF) e Renata Machado (Rádio Yandê), o argentino Eduardo Balán (El Culebrón Timbal), o colombiano Jairo Castrillón Roldán (Corporación Semiósfera), o equatoriano Isaac Peñaherrera (Red CVC Ecuador) e a uruguaia Milagros Lorier (Árbol TV/ Red CVC Uruguay).
“É muito importante quando a gente encontra pessoas em um espaço político que estão dispostas a nos olhar com respeito. Temos uma história abafada e que as pessoas não imaginam que ela esteja mais viva do que se imagina”, disse Renata Machado, representante da primeira web rádio indígena do Brasil. “Comunicação comunitária é a gente pegar esse microfone, transformá-lo em uma arma e disparar nossas palavras como balas.”
Do debate ao baile
Mais de 1.000 pessoas passaram pelas sete rodas de conversa, mostras e apresentações ao longo dos quatro dias de encontro. Teve baile funk, teve show de João Donato (com Flávio Renegado e Doralyce como artistas convidados), teve mostra de cinema, teve “corujão de poesia”, teve lançamento de livro (Alexandre Santini lançou ali “Cultura Viva Comunitária – Políticas Culturais no Brasil e na América Latina”), teve reunião do Fórum dos Pontos de Cultura do Rio de Janeiro.
No dia 8, a última roda do ciclo de conversas foi “Rumo a Quito – 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária”. Tendo como foco os preparativos do evento, que se realizará em Quito (Equador) de 20 a 25 de novembro, o bate-papo também passou pelas experiências dos congressos anteriores, realizados na Bolívia (2013) e em El Salvador (2015), e pela trajetória do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
Próxima parada: Quito
“Os processos de cultura viva comunitária como denominamos hoje provêm de uma longa luta em nossos territórios”, observou o equatoriano Nelson Ullauri. “Em boa hora as experiências que se deram nos países latino-americanos encontraram um rumo e uma razão para seguir se fortalecendo, que é o Movimento de Cultura Viva Comunitária como tal. O desafio agora é que o Congresso de Quito realmente marque um antes e um depois de todo o processo anterior. Ou seja, que o movimento possa assumir um papel protagonista nas lutas do nosso continente.”
Ao final, o rapper Isaac Peñaherrera, do núcleo de comunicação do Congresso de Quito, lembrou os “tempos complicados para nossos povos”, a importância de estarmos conscientes de “nossas histórias de luta”, e leu o chamamento do evento: “(…) Queremos que este encontro seja água que mobilize os processos organizativos e terra que germine os movimentos sociais autônomos de base. Queremos que nossos territórios de práticas diversas sejam o vento transformador, que não se perca de vista o espírito guerreiro de nossos povos ancestrais”.
Como bem lembrado no “mini-manifesto” do ELAAC, as experiências de comunicação popular e Cultura Viva Comunitária “são milhares, milhões, espalhadas por todo o continente, re-existindo e se reinventando sempre”, e o mundo que queremos já está sendo construído e narrado de baixo para cima.
“Onde enxergam escassez, encontramos abundância. Nos chamam carentes, mas somos potentes. Somos comunicadores comunitários, formados na luta, na resistência das favelas, dos povos originários, comunidades tradicionais, mulheres, negros, jovens, LGBTs e todos aqueles que afirmam sua expressão e conquistaram o direito de construírem suas próprias narrativas e pontos de vista. Somos nosotros por nosotros. (…)”
(Mini-manifesto I Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária)
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