06 junho 2025

A 10ª Cúpula Mundial sobre Artes e Cultura da Federação Internacional de Conselhos e Agências Culturais (IFACCA), realizada de 28 a 30 de maio em Seul, Coreia do Sul, reuniu representantes de governos, instituições culturais, universidades e organismos internacionais para debater os rumos da cultura em tempos de transformações globais. A presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, representou o Ministério da Cultura do Brasil (MinC) no evento e, na oportunidade, apresentou o Programa ao público internacional presente no encontro.

Ao lado de lideranças culturais de diversas partes do planeta, Márcia destacou a cultura como eixo estratégico da reconstrução democrática brasileira e compartilhou a experiência do MinC na condução de políticas públicas participativas. Na ocasião, Márcia também destacou o IberCultura Viva como uma referência de política cultural em rede, desenvolvida a partir do diálogo e cooperação entre Estados e sociedade civil.

“Nossa política Cultura Viva inspirou diversos países latino-americanos a adotarem políticas culturais de base comunitária, o que levou à criação do Programa de Cooperação Ibero-Americana IberCultura Viva, que atualmente reúne 14 países e que tenho o prazer de presidir, pelo Brasil. Por meio desse Programa, conseguimos formar e fomentar uma rede colaborativa que fortalece uma agenda comum na América Latina, centrada na valorização das populações afrodescendentes e indígenas. O Programa IberCultura Viva demonstra como a cooperação regional pode transformar realidades locais e promover justiça racial e social”, sustentou Márcia. 

Márcia Rollemberg leva IberCultura Viva a Seul | Foto: Divulgação IFACCA

Criada em 2004, a Política Nacional de Cultura Viva reconheceu os grupos, coletivos e instituições culturais sem fins lucrativos como Pontos de Cultura, como sujeitos de direito ao fomento da política pública, inaugurando um novo paradigma na relação entre Estado e sociedade civil. Hoje, no Brasil, são mais de 7.200 iniciativas, compondo uma teia diversa e atuante que influencia políticas culturais em toda a região.

Raízes entrelaçadas e horizontes em rede

Originário dessa fonte, o IberCultura Viva conta atualmente com o maior número de integrantes desde sua criação. Este marco não apenas simboliza o êxito da cooperação ibero-americana, mas confirma o que a experiência já anunciava: quando o Estado reconhece o protagonismo das comunidades culturais, ativa suas potências e conecta redes. 

Essa trajetória, no entanto, é mais antiga que qualquer política de Estado. Começa nos saberes e modos de vida dos povos originários, quilombolas, comunidades tradicionais, ribeirinhas, periféricas e camponesas, expressões que hoje também se conectam à cultura digital. A política de Cultura Viva apenas nomeia e fortalece essa vocação ancestral de criar laços, identidades e horizontes comuns.

A presença do IberCultura Viva em Seul reafirma o compromisso do Programa com a cooperação em rede, a transversalidade e a escuta ativa de territórios que, neste exato momento, constroem outros futuros possíveis a partir da cultura.

La presidenta aprovechó la oportunidad para presentar IberCultura Viva al público de la 10ª Cumbre Mundial sobre Artes y Cultura de la Federación Internacional de Consejos y Agencias Culturales (IFACCA)

El libro y el manifiesto sobre la primera década de IberCultura Viva fueron entregados en mano.