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08

Maio
2020

Em Notícias

A importância da cooperação e do intercâmbio de experiências ante a emergência sanitária

Em 08, Maio 2020 | Em Notícias |

A cooperação e o intercâmbio de experiências entre os 22 países que formam o Espaço Cultural Ibero-americano devem se transformar numa ferramenta fundamental para a recuperação econômica e social da região, diante dos efeitos da emergência sanitária pela COVID-19. “Os programas de cooperação são parte da solução”, afirmou Enrique Vargas Flores, coordenador do Espaço Cultural Ibero-americano, durante o encontro dos Programas, Iniciativas e Projetos Adscritos da Cooperação Ibero-americana (PIPAs), realizado por videoconferência nesta quinta-feira 7 de maio.

A reunião foi convocada pela Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) para que os 13 programas e iniciativas pudessem trocar pontos de vista e conhecer as diversas iniciativas que vêm sendo realizadas na atual conjuntura derivada da pandemia. Os/as representantes das presidências e Unidades Técnicas (UT) também puderam apresentar o grau de avanço nas atividades previstas no Plano Operativo Anual (POA), as adaptações programáticas que têm realizado, e algumas propostas de ações conjuntas com outros programas e iniciativas. 

As palavras de boas-vindas estiveram a cargo de María Andrea Albán, secretaria para a Cooperação Ibero-americana. Em seguida, Enrique Vargas comentou as reuniões de que tem participado com organismos multilaterais, bancos de desenvolvimento e diretores de assuntos internacionais dos Ministérios de Cultura, e destacou que desde o Espaço Cultural Ibero-americano está trabalhando na redação de uma estratégia ibero-americana de cultura e desenvolvimento, e no estudo de medição regional dos impactos da COVID-19 no setor da cultura. 

 

Na primeira parte da reunião, os programas e iniciativas foram chamados em ordem alfabética para compartilhar as ações levadas a cabo diante da contingência sanitária e as que virão em breve, assim como o panorama financeiro tanto na execução como na projeção de aportes para este ano. Na segunda parte, as pessoas representantes dos programas e iniciativas apresentaram seus pontos de vista sobre os diversos cenários que se apresentarão para o ano de 2021.

Emiliano Fuentes Firmani, secretário técnico de IberCultura Viva, falou da suspensão de algumas atividades do POA 2020 que estavam previstas para o primeiro trimestre e que devem ser reprogramadas ou redesenhadas. Também citou a reunião do Conselho Intergovernamental, realizada em 29 de abril, quando os/as representantes dos países comentaram as distintas experiências que estão sendo desenvolvidas para conter os efeitos da emergência sanitária, e decidiram esperar o segundo semestre para definir o que fazer com o Edital de Apoio a Redes 2020 e IberEntrelaçando Experiências. Ademais, contou que o Encontro de Redes IberCultura Viva deste ano será virtual, e que o concurso de vídeos terá temática vinculada à cultura solidária, à maneira como a comunidade se articula desde os processos culturais comunitários neste contexto de isolamento.

Diego Benhabib, coordenador do Programa Pontos de Cultura da Argentina e representante da presidência de IberCultura Viva, ressaltou a importância de promover a cultura solidária e de trabalhar com os distintos atores sociais na atual conjuntura. “Estamos em um momento em que presenciamos profundas mudanças culturais. A pandemia afeta de maneira profunda nossos hábitos, costumes, a forma de nos relacionarmos, tudo o que tem a ver com nossa matriz cultural. Neste contexto, o comunitário, o coletivo, se ressignificam com um valor central, porque o cuidado de todos e todas requer uma forte consciência social e solidária”, afirmou Benhabib, destacando o importante papel das políticas culturais de base comunitária neste cenário. “A cultura é essencial para diminuir a brecha de desigualdade nas condições de vida de nossas comunidades”.

Repensando o Espaço Cultural Ibero-americano

Ao abrir a segunda leva de intervenções, Enrique Vargas ressaltou a necessidade de repensar o Espaço Cultural Ibero-americano, não só a partir de suas redes e forças, da soma de talentos e das capacidades institucionais, mas também da confiança construída a partir de tantos anos de trabalho comum. Além da intenção de avançar nas sinergias entre os programas e iniciativas, Vargas comentou a formação de um grupo de trabalho para a integração de conteúdos do Congresso Ibero-americano de Cultura, que será em outubro (ainda não se sabe se presencial ou virtual), e a criação de um espaço de deliberação, debate, diálogo e construção de acordos com a sociedade em seu conjunto.

O coordenador do Espaço Cultural Ibero-americano destacou, ainda, a importância de trabalhar “pela recuperação e a confiança do espaço público”, e reforçou que os programas de cooperação cultural ibero-americanos “são parte da solução para recuperar a confiança, para reativar a economia, na recuperação da ‘normalidade’”. “A Cooperação Ibero-americana, em seu conjunto, tem uma capacidade de mobilizar mais de 10 milhões de euros por ano. Podemos pensar tudo que isso representa em termos de ajudas, toda a economia que gera, toda a oportunidade de trabalho e desenvolvimento de projetos”.

Participaram da reunião representantes das presidências e Unidades Técnicas dos seguintes programas e iniciativas: Iberarchivos, Iberartesanias, Iberbibliotecas, Ibercocina, IberCultura Viva, Iberescena, Ibermedia, Ibermemoria Sonora y Audiovisual,  Ibermuseos, Ibermúsicas, Iberorquestas Juveniles, Iber-Rutas e Red de Archivos Diplomáticos RADI.