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14

ago
2017

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Cultura Viva nas Cidades da América Latina: quatro dias de vivências, debates e celebrações

Em 14, ago 2017 | Em Notícias |

Fotos: Comunidade Cultura Viva

Campinas foi a primeira cidade brasileira a ter um Ponto de Cultura, ainda nos anos 90, no distrito de Joaquim Egídio. Também foi no município paulista, com a Casa de Cultura Tainã, que se deu a primeira experiência em rede do programa Cultura Viva, implantado em 2004 pelo então ministro da Cultura, Gilberto Gil. Não por acaso, portanto, Campinas foi a primeira cidade brasileira a ter uma lei própria para os Pontos de Cultura. A Lei nº 15.089, de 9 de novembro de 2015, institui ali a Política Municipal de Cultura Viva, mas ainda depende de regulamentação para entrar em vigor, com a abertura de editais e a destinação de recursos.

O fortalecimento da rede local de Pontos de Cultura, inclusive para a incidência na regulamentação da Lei Cultura Viva municipal, foi um dos principais resultados do encontro “Cultura Viva nas Cidades da América Latina”, que reuniu cerca de mil pessoas em Campinas, de 1º a 4 de julho. O evento foi um dos projetos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016.

 

Entre os participantes estavam representantes de 10 cidades e quatro estados brasileiros, que saíram de lá com o objetivo de articular leis municipais de Cultura Viva e encontros com o mesmo formato. Também estiveram presentes convidados estrangeiros, como o argentino Eduardo Balán, o equatoriano Nelson Ullauri, o colombiano Jairo Castrillón Roldán, o mexicano Rafael Paredes e a uruguaia Milagros Lorier.

 

Parcerias

“No contexto latino-americano, os principais resultados foram a parceria entre o Ponto de Cultura NINA e o coletivo El Culebrón Timbal (Argentina) na construção da Escola Latino-Americana de Cultura Viva Comunitária, o início da articulação de uma frente de atuação com a juventude de Cultura Viva Comunitária e a construção do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em Quito”, afirma Marcelo das Histórias, do Ponto de Cultura NINA, um dos organizadores do evento, ao lado do Laboratório de Políticas Culturais.   

Marcelo das Histórias conta que o encontro foi pensado para ser realizado em Campinas e São Paulo, mas, diante das possibilidades de parcerias, decidiu-se por Campinas e Hortolândia, “para fortalecer o Ponto de Cultura Caminhos, que está articulando na cidade de Hortolândia uma Lei Cultura Viva para o município”. Também foram parceiros os Pontos de Cultura Crispim Menino Levado, Urucungos, Areté, Rede Usina Geradora, Comunidade Jongo Dito Ribeiro, Ibaô e Casa de Cultura Tainã, Coletivo de Salvaguarda da Capoeira de Campinas, Banzé Cultural, Coletivo Socializando Saberes, Laboratório de Produção Cultural da Estação Cultura e Laboratório do Bem Viver.

 

A parceria com a Agência de Notícias de Favelas (ANF) possibilitou um número maior de convidados presentes, já que parte deles estaria em seguida no 1º Encontro Latino-Americano de Comunicação Comunitária, promovido de 6 a 9 de julho, em Niterói (Rio de Janeiro). O projeto também foi um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016.

Programação

Ao longo dos quatro dias foram realizados debates, oficinas, rodas de conversa, percursos culturais, vivências e celebrações. As atividades tiveram início no sábado, dia 1º, na Casa de Cultura Fazenda Roseira, onde a Comunidade Jongo Dito Ribeiro trabalha a cultura de matriz africana e a identidade negra, numa gestão compartilhada com a Prefeitura de Campinas. Depois foi a vez do Ponto de Cultura e Memória Ibaô, com uma vivência do Mestre David, e da Casa de Cultura Tainã, com roda de tambores e apresentação do Grupo Comunitário Teatro Fora dos Trilhos.

 

O domingo (02/07) começou com uma roda de conversa (“Cultura Viva Comunitária: histórico, identidades e atualidade”) na Sala dos Toninhos da Estação Cultura, ocupada pelos coletivos da Rede Usina Geradora de Cultura. De tarde veio o percurso no Ponto de Cultura Caminhos, em Hortolândia, com vivência no terreiro, apresentação de seus projetos culturais e de empreendedorismo social (bloco de dança afro, grife de roupas, bloco de afoxé) e outras rodas de conversas.

O colombiano Jairo Castrillón

“Diferentes grupos sociais praticam a Cultura Viva Comunitária há séculos na América Latina, e há 40 anos como fenômeno mais urbano”, lembrou Jairo Castrillón Roldán, um dos formuladores da Política de Cultura Viva Comunitária de Medellín, na Colômbia, em sua apresentação no domingo. “A partir da experiência do Brasil, iniciada na gestão de Gilberto Gil e com a importante contribuição de Célio Turino, de Campinas, grupos que atuam em diferentes países perceberam que tinham identidade e passaram a pensar e atuar em rede. Isso dá muita vitalidade e esperança para o movimento, atuando sem o Estado, com o Estado e muitas vezes contra o Estado”, resumiu.

Na segunda-feira e na terça-feira, a programação voltou à Sala dos Toninhos, na Estação Cultura, com painéis, bate-papos e oficinas. Os participantes também estiveram na Câmara Municipal, em um debate mediado pelo vereador Gustavo Petta, autor do projeto de lei que se transformou na Lei nº 15.089.

“Campinas não pode perder a consciência da importância que tem para o movimento da Cultura Viva Comunitária na América Latina”, reforçou a uruguaia Milagros Lorier, no último dia do encontro. “Aqui nasceram os Pontos de Cultura e a rede que os une hoje é uma inspiração para o continente.”

 

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“Cultura Viva nas Cidades da América Latina”: iniciativas municipais são tema de debateO colombiano Jairo Castrillón[/caption]

“Diferentes grupos sociales practican la Cultura Viva Comunitaria en Latinoamérica por siglos, y desde hace 40 años como fenómeno más urbano”, resaltó Jairo Castrillón Roldán, uno de los formuladores de la Política de Cultura Viva Comunitaria de Medellín, en Colombia, en su ponencia el domingo. “A partir de la experiencia en Brasil, iniciada en la gestión de Gilberto Gil y con la importante contribución de Célio Turino, de Campinas, grupos que actúan en diferentes países percibieron que tenían mucha identidad y pasaron a pensar y actuar en red. Eso da vitalidad y esperanza al movimiento, que actúa sin el Estado, con el Estado y muchas vezes contra el Estado”, resumió.

El lunes y el martes, la programación a la Sala dos Toninhos, con paneles, conversaciones y talleres. Los participantes también estuvieron en la Cámara Municipal, en un debate mediado por Gustavo Petta, autor del proyecto de ley que se transformó en la Ley nº 15.089.

“Campinas no puede perder la conciencia de la importancia que tiene para el  movimiento de Cultura Viva Comunitaria en América Latina”, señaló la uruguaya Milagros Lorier en el último día del encuentro. “Aquí nacieron los Puntos de Cultura y la red que los une hoy es una inspiración para el continente.”

 

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