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30

out
2015

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Comitê Intergovernamental discute participação da sociedade civil no programa

Em 30, out 2015 | Em Notícias |

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O Comitê Intergovernamental e os representantes das redes de cultura viva ao final da reunião no Auditório de Economia. Foto: André Fernandes

A participação da sociedade civil no âmbito do programa IberCultura Viva foi o principal tema do segundo dia de reunião do Comitê Intergovernamental, nesta quinta-feira (29), durante o II Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em San Salvador (El Salvador). Representantes do Brasil, Costa Rica, El Salvador, Espanha e Paraguai discutiram durante a manhã a criação de uma instância que funcione como um espaço de diálogo com a sociedade civil.

Foi proposto o estabelecimento de um grupo de trabalho intersetorial, com a participação de representantes do Conselho Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, do programa IberCultura Viva, de governos municipais e estaduais, além de parlamentares. Esse grupo deve garantir o equilíbrio de representação das diferentes regiões da Ibero-América e da diversidade de condições, levando em conta gênero, etnia, faixa etária. Aos países que ainda não estão tão próximos do processo, foi sugerida a realização de ações que levem ao conhecimento do programa, em parceria com instituições afins.

Tal grupo de trabalho se dedicará ao avanço de políticas de cultura de base comunitária não apenas nos países membros do programa, e sim em toda a região, buscando a articulação com outros programas e foros de cooperacão ibero-americanos. A ideia é promover ao menos uma reunião anual, contando inicialmente com cinco representantes da sociedade civil.

Encontro com as redes

À noite, a proposta foi levada ao Auditório de Economia da Universidade de El Salvador, onde o Comitê Intergovernamental se encontrou com o Conselho Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, a rede centro-americana Maraca, os ganhadores da categoria 2 do Edital de Intercâmbio e boa parte da delegação brasileira.

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Fresia, Santini e Pineda conduziram a conversa com as redes. Foto: Mario Alberto Siniawski

Em tom informal, a conversa foi conduzida por três membros do Comitê Intergovernamental que vieram dos movimentos de Cultura Viva Comunitária de seus países: Fresia Camacho (Costa Rica), Alexandre Santini (Brasil) e César Pineda (El Salvador). “Isso é algo bastante singular e significativo”, observou Santini, diretor da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC. “Não estamos tratando de ‘funcionários’, e sim de companheiros que nos conhecemos há tempos e viemos neste caminho, nesta construção, juntos com os que aqui estão.”

Lembrando que a existência do programa IberCultura Viva é uma consequência do movimento da sociedade civil, Santini e Fresia ressaltaram a importância dos dois encontros anteriores nesta construção: o 1º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, realizado em La Paz (Bolívia), em 2013, e o 6º Congresso Ibero-americano de Cultura, que teve como tema as culturas vivas comunitárias, em San José (Costa Rica), em 2014.

“IberCultura Viva nasce do protagonismo, da participação. Não faz sentido um programa como este sem uma instância de articulação orgânica com a sociedade civil no processo de construção”, afirmou o diretor da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC.

A recepção foi bastante positiva. Foram vários os comentários e sugestões, vindos de gente da Bolívia, da Costa Rica, do Brasil, da Argentina, da Guatemala… O boliviano Ivan Nogales destacou que o mais importante não é o fundo, e sim o que está em jogo. “O forte está no potencial da mesa de participação, da corresponsabilidade”, disse. A costarriquenha Carolina Picado Pomarth enfatizou a necessidade de fortalecimento de redes locais, da articulação local para o diálogo com outras instâncias. O brasileiro Aderbal Ashogun sugeriu a inclusão de políticas específicas para os povos originários e de periferia “que evidenciem as resistências contemporâneas”.

Delegação brasileira

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Santini conversando com a delegação brasileira no jardim da universidade

Antes do encontro no Auditório de Economia, à tarde, Alexandre Santini esteve reunido com a delegação brasileira na Universidade de El Salvador, numa roda no jardim, onde todos se apresentaram e contaram um pouco de seus trabalhos. Ele adiantou um pouco da conversa que teria mais tarde com as redes sobre o IberCultura Viva e apresentou a proposta do Comitê Intergovernamental para a participação da sociedade civil no programa.

“Se hoje existe uma instância intergovernamental de Cultura Viva é porque a sociedade civil está há anos se organizando na América Latina para criar um repertório comum”, ressaltou. “IberCultura Viva é um programa para pensar a relação entre essas politicas, como um país pode orientar o outro, inspirar na formulação de políticas, na criação de campanhas comuns, seja por orçamento, por leis nacionais (…) É preciso pensar numa outra dimensão, que é a da mobilidade, da circulação e da articulação dessas iniciativas.”

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