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26

out
2021

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“Arquivos, comunidade e histórias de vida”: conversatórios apresentarão experiências de seis países

Em 26, out 2021 | Em Notícias |

Dois conversatórios que ganharam o nome de “Arquivos, comunidade e histórias de vida – O patrimônio cultural em função do desenvolvimento comunitário” se encontram na programação do evento “Memórias Vivas: Arquivos comunitários na pandemia”, que o programa IberCultura Viva e a área de Mobilização do Conhecimento do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO) realizam de maneira virtual de 26 a 30 de outubro.

Nestas conversas, serão apresentadas experiências de arquivos e museus comunitários de seis países ibero-americanos: Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, México e Peru. A ideia é abordar os vínculos entre museus, comunidades e histórias de vida; as formas em que se pode pensar o patrimônio cultural em função do desenvolvimento comunitário, e as articulações entre a comunidade e suas memórias vivas, além das estratégias encontradas pelas comunidades durante a pandemia para resguardar, visibilizar e reivindicar as memórias de coletivos sociais marginalizados.

O primeiro dos conversatórios, nesta quarta-feira (27/10), reunirá experiências comunitárias desenvolvidas em quatro países: Ferrowhite Museo Taller (Argentina), Museu da Pessoa (Brasil), Archivo Histórico Comunitario de Palenque (Colômbia), Archivo Renato Garcia Dorantes (México) e TAMIX Multimedios (México).

O segundo encontro, que se realizará na sexta-feira (29/10), apresentará outras cinco iniciativas: Archivo de la Memoria Trans (Argentina), Museu da Maré (Brasil), Casa Museo del Pescador, Boquilla (Colômbia), Ventana a la Diversidad (Espanha) e Museo de Sitio Túcume (Peru). Os dois bate-papos serão transmitidos pelo canal de YouTube de IberCultura Viva. 

A seguir apresentamos os perfis dos/das participantes e seus respectivos projetos ou organizações.

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Conversatório 1 – “Arquivos, comunidade e histórias de vida – O patrimônio cultural em função do desenvolvimento comunitário”

Quarta-feira, 27 de outubro

11h (CRI, SLV), 12h (COL, ECU, MEX, PER), 13h (BOL, VEN), 14h (ARG, BRA, CHL, URY), 19h (ESP)

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Quem participa

Julieta Ortiz de Rosas e Analía Bernardi – Ferrowhite Museo Taller (Argentina)

Julieta e Analía são responsáveis pela área educativa de Ferrowhite Museo Taller, dedicada à elaboração de propostas pedagógicas e à recepção dos diversos grupos que visitam o museu em Bahía Blanca (província de Buenos Aires) para conhecer a história do trabalho no ferrocarril e o porto de Ingeniero White.

Acompanham também os projetos comunitários que se desenvolvem na oficina Prende e que se acrescentaram durante a pandemia, dado o contexto de emergência social e econômica. Entre eles, habilitar o museu como centro de distribuição de verduras a preço justo, promover oficinas de hortas familiares agroecológicas e de fabricação de tijolos de adobe, como modos de conhecer formas alternativas de sustentabilidade da vida.

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Marcos Terra, Museu da Pessoa (Brasil)

Mestre em Comunicação e Cultura Midiática (PPGCOM UNIP), especialista em Gestão Cultural pela Universidade de Girona e Itaú Cultural; pós-graduado em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais (UNIFEI) e Gestão Pública (UFT/UNICAMP), graduado em Comunicação Social. Atualmente é gestor executivo do Museu da Pessoa, responsável pela transformação institucional da organização, nas frentes de acervo, metodologias, plataforma digital, mobilização de recursos, governança e voluntariado.

Fundado em São Paulo em 1991, o Museu da Pessoa é um museu virtual colaborativo que tem por objetivo democratizar a construção da memória social por meio da valorização de histórias de vida de toda e qualquer pessoa da sociedade. Seu acervo reúne 16 mil depoimentos gravados e 60 mil fotos e documentos digitalizados, que ajudam a contar a história de instituições, cidades e de grupos sociais diversos.

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Luis Hender Martínez Cañate, Archivo Histórico Comunitario de Palenque (Colômbia)

Técnico em design gráfico, com curso de Gestão e Formulação de Projeto e curso de produção de áudio digital, Luis Hender é o encarregado do som nas produções de documentários do Colectivo de Comunicaciones Kuchá Suto, de San Basilio de Palenque. Em 2010, participou do projeto do Sena de jovens rurais Laso (Laboratório de empreendimento social) e junto dos companheiros do processo está à frente do estúdio de produção de Palenque, editando e gravando áudio em todos os ritmos e sons que se encontram na comunidade e também em projetos audiovisuais. 

O Colectivo de Comunicaciones Kucha Suto nasce na Colômbia em 1999, com o propósito de gerar processos para manter viva a memória das tradições ancestrais afro-colombianas próprias do território de San Basilio de Palenque, Bolívar. Seu nome significa “Escute-nos” em palenquero. Com este grupo de narradores e narradoras da memória, o cinema em San Basilio de Palenque tem sido um exercício coletivo de criação e reflexão constante, acerca da realidade que se experimenta e das apostas sobre o futuro da comunidade, por meio da recuperação de suas vozes e histórias.

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Inti García Flores, Archivo Renato García Dorantes (México)

Nascido em Huautla de Jiménez, Oaxaca, em 1978, o filho de Renato García Dorantes e Concepción Flores Corvera desde os 7 anos ajudava o pai a documentar as histórias e os costumes de sua comunidade mazateca. Atualmente, se desempenha como docente de História em uma escola secundária de uma comunidade mazateca e dedica sua vida a reconstruir o arquivo que herdou do pai. Este arquivo é composto por distintos formatos de vídeo e áudio, documentos, fotografia fixa, negativos, têxteis, etc. 

Neste momento, Inti García Flores, com sua esposa e filhos, está digitalizando e catalogando o arquivo e instalando o próprio laboratório de digitalização em seu povoado natal. Também segue pesquisando e compilando histórias e imagens: arquivos familiares têm sido doados, o que tem feito com que seu arquivo siga crescendo. Inquieto como seu pai, Inti tem buscado os meios e segue tecendo redes para alcançar seus propósitos com o arquivo que ele resguarda.

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Eliel Cruz Ruiz, TAMIX Multimedios (México)  

Originário da comunidade de Tamazulápam Mixe, Oaxaca, o professor Eliel Cruz Ruiz é técnico do arquivo audiovisual TAMIX Multimedios. 

TAMIX Multimedios foi criado em março de 2018 por comunicadores e artistas nos meios de comunicação comunitária, para difundir a diversidade de manifestações culturais e comunitárias que se gestam desde a comunidade de Tamazulapam Mixe, Oaxaca.

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Sexta-feira, 29 de outubro

11h (CRI, SLV), 12h (COL, ECU, MEX, PER), 13h (BOL, VEN), 14h (ARG, BRA, CHL, URY), 19h (ESP)

Conversatório 2 – “Arquivos, comunidade e histórias de vida – O patrimônio cultural em função do desenvolvimento comunitário”

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Quem participa

María Belén Correa, Archivo de la Memoria Trans (Argentina)

María Belén é uma reconhecida ativista trans argentina pelos direitos das minorias sexuais, das pessoas LGTBI, e em particular das pessoas transexuais. Em 1993 fundou, com Claudia Pía Baudracco e outras ativistas, a Associação de Travestis da Argentina, da qual foi presidenta entre 1995 e 2001, e que posteriormente passaria a se chamar Asociación Travestis Transexuales Transgéneros Argentinas (A.T.T.T.A). 

Durante seu exílio em Nova York, participou da fundação de RedLacTrans, The Latin American and Caribbean Network of Transgender People (2004), e neste mesmo ano colaborou na criação da Fundación Santamaria LGTB da Colômbia, da qual é madrinha.

Em 2005 criou o projeto TransEmpowerment NY, dependente do Lower East Side Harm Reduction Center, um centro de dia para pessoas LGTBI usuárias de drogas do sul de Manhattan, e em 2006, o grupo Mateando LGTB NY, integrado por pessoas LGTBI de Argentina e Uruguai, no marco da Comissão Latina sobre Aids e o programa SOMOS.

Tendo em conta a grande quantidade de companheiras transexuais assassinadas, ou mortas por causa do HIV-Aids, e da desproteção do Estado, em 2012 criou o Archivo de la Memoria Trans de Argentina, com a intenção de recuperar e conservar a memória histórica do coletivo transexual de seu país.

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Thamires Ribeiro de Oliveira, Museu da Maré (Brasil) 

Conservadora-restauradora do Museu da Maré, formada em conservação e restauração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestranda no Programa de Pós Graduação de Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz.

O Museu da Maré, fundado no Rio de Janeiro em 2006, surgiu a partir do desejo dos moradores de terem o seu lugar de memória, um lugar de imersão no passado e de olhar para o futuro, na reflexão sobre as referências dessa comunidade, das suas condições e identidades, de sua diversidade cultural e territorial, ou seja, é um conjunto de ações voltadas para o registro, preservação e divulgação da história das comunidades da Maré, em seus diversos aspectos, sejam eles culturais, sociais ou econômicos.

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Rodrigo González, Casa Museo del Pescador, Boquilla (Colômbia)

Nascido em Cartagena (Colômbia), Rodrigo González é um pescador artesanal que vivia na comunidade negra de La Boquilla. É guia turístico rural empírico das comunidades negras narrando costumes e tradições no âmbito cultural. 

La Boquilla é uma comunidade pesqueira situada ao norte de Cartagena das Índias; um lugar que guarda a memória dos primeiros residentes desta cidade de arquitetura colonial, declarada pela UNESCO em 1984 como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. A Casa Museo de Pescadores, instalada em terras onde estava o primeiro palenque que se fundou em Cartagena, às margens do mar Caribe, foi criada por um grupo de habitantes como uma réplica dos antigos caseríos que serviam de morada às famílias de pescadores. O museu possui peças dos tempos ancestrais que foram doadas por famílias de La Boquilla. 

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Itziar Rubio, Ventana a la Diversidad (España)

Artivista, ecofeminista, defensora da arte e da cultura como direitos essenciais para a vida, especializada como profissional multidisciplinar no desenvolvimento de projetos culturais de base comunitária e a criação de redes de trabalho colaborativas, Itziar Rubio conta com larga trajetória em empreendimentos culturais de base tecnológica liderados pela juventude. É cofundadora de Ventana a la Diversidad, uma rede colaborativa que conecta jovens de diversas raízes culturais através da arte, da criatividade e das novas tecnologias. 

Nos últimos 20 anos, viveu e trabalhou em seis países, convivendo com pessoas de mais de 50 origens culturais, das quais aprendeu muito. Com formação em Administração e Direção de Empresas, com pós-graduação em Cooperação Internacional Descentralizada para o Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Habilidades Diretivas, atualmente trabalha como experta em internacionalização e consolidação de empresas culturais para o Distrito Vasco para a Criatividade e a Cultura do Governo Vasco.

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Bernarda Delgado, Museo de Sitio Túcume (Perú)

Graduada em Arqueologia e mestra em Gestão do Patrimônio Cultural, Bernarda Delgada desde 1987 tem participado de diferentes projetos de pesquisa arqueológica no Norte do Peru, principalmente em Chan–Chan, Kuélap, Cajamarca e Túcume. Sua experiência dentro do projeto arqueológico de Túcume se iniciou em 1991, sendo designada sua diretora em 2001. Desde 2004 dirige o Projeto de Pesquisa, Conservação, Valorização e Desenvolvimento Comunitário do Complexo Arqueológico de Túcume. Sob sua gestão, o museu tem merecido reconhecimentos como o Prêmio Ibero-americano Educação e Museus (Ibermuseus, 2017), entre outros prêmios. 

Rodeado de 26 pirâmides que compõem o Complexo Arqueológico de Túcume, na provincia de Lambayeque, o Museo de Sitio Túcume abriga as pesquisas realizadas no Complexo Arqueológico, com ênfase nos usos, costumes e festividades do distrito de Túcume. Em três salas de exposição independentes, se exibe o estreito vínculo existente entre as culturas ancestrais e a natureza. 

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Leia também:

“Memórias Vivas”: uma semana de atividades para reflexionar sobre arquivos e museus comunitários

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