31 março 2025

Confira a programação completa do encontro que transformará a Cidade do México no centro do pensamento e da ação cultural comunitária na América Latina, com abertura de Nestor García Canclini

Com o objetivo de debater e fortalecer as políticas culturais de base comunitária, será realizado de 8 a 10 de abril, na Cidade do México, o Seminário Internacional “Cultura Viva Comunitária: Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais”. Durante três dias, o evento promoverá um espaço de encontro, diálogo e formação, reunindo gestores, ativistas, pesquisadores e especialistas do cenário cultural. A programação contará com uma série de atividades gratuitas para impulsionar a gestão cultural e as políticas culturais de base comunitária na América Latina e na Ibero-América. As inscrições para participação presencial estão disponíveis online.

Voltado para produtores culturais, gestores públicos, ativistas, militantes culturais, pesquisadores e estudantes, o seminário  apresentará um panorama de experiências de políticas públicas relacionadas à Cultura Viva Comunitária, fornecendo ferramentas para o fortalecimento da gestão cultural comunitária e promovendo novas redes de cooperação internacional. Faz parte ainda, do processo de consolidação de uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais, que reúne e sistematiza as experiências desenvolvidas por meio do modelo de Pontos de Cultura e outras iniciativas de cultura comunitária na América Latina e na região ibero-americana.

“A experiência brasileira dos Pontos de Cultura se expandiu pela América Latina, tornando-se uma referência internacional e  inspirando a criação de políticas públicas em diversos países. O seminário pretende analisar essa trajetória e aprofundar o conhecimento e a reflexão conceitual sobre o papel da cultura na discussão de modelos de desenvolvimento, consolidando Brasil e América Latina como referências globais. Nosso objetivo é analisar esse cenário, avaliar o que já foi construído e projetar ações mais amplas para o futuro, a partir deste conceito da Cultura Viva Comunitária  como uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais. O Brasil desempenha um papel estratégico na organização deste encontro e n formulação dessas políticas.”, afirma o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB/MinC), Alexandre Santini.

Diálogo e construção coletiva
Márcia Rollemberg, presidenta do IberCultura Viva e secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil, ressalta o papel estratégico do seminário para fortalecer a cooperação entre países e a articulação com a sociedade civil. “Este é um encontro construído de forma colaborativa e multissetorial. Avançar nas políticas culturais requer a construção de redes, o diálogo entre saberes – acadêmicos, populares e da gestão pública, e é o que move a cooperação das cidades, estados e países membros do IberCulturaViva – sempre fortalecendo a gestão compartilhada e o envolvimento de todos os setores da sociedade.”

Para Márcia (foto), a cultura viva nasce nos territórios, na pulsação cotidiana das comunidades, e cabe ao Estado reconhecê-la e apoiá-la com escuta ativa e compromisso. “Hoje, contamos com 7.200 Pontos de Cultura no Brasil – uma política pública que se firma na potência da construção coletiva”, sustenta, acrescentando que essa capacidade de colaboração está no cerne dos grupos culturais comunitários latino-americanos, que resistem a adversidades e abrem caminhos desde tempos imemoriais.

Para a Redes de Gestão Cultural, este seminário representa uma oportunidade fundamental para seguir construindo um horizonte comum desde e para as nossas comunidades. Participar desta iniciativa faz parte do nosso compromisso com o fortalecimento da democracia e da cidadania cultural. Acompanhar a consolidação de uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais nos permite projetar uma região mais justa, inclusiva e solidária, onde a gestão cultural comunitária seja reconhecida como um pilar essencial do desenvolvimento social.

Com a participação de gestores e especialistas em políticas culturais da América Latina e Espanha, além de representantes de processos e organizações culturais comunitárias da região, o evento integra a Caravana Quetzalcoatl do Movimento Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias e o Festival de Culturas Vivas Comunitárias da Cidade do México. 

Programação
O primeiro dia acontece na sede do Centro Cultural de Espanha, no Centro Histórico da Cidade do México. A programação  contará com uma conferência de abertura proferida por  Néstor García Canclini,  e dois paineis de debate sobre políticas culturais de base comunitária,  em nível nacional e em governos locais. O segundo dia será realizado na Utopia Ixtapalcalli, em Iztapalapa, onde acontecerão paineis de debate, rodas de conversa, apresentações de experiências e uma “fogata de cuidados” do Movimento Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária.  O Seminário Internacional contará com a presença de Célio Turino, Lucina Jiménez, Eduardo Nivón Bolán, Jazmín Beirak, José Luis Mariscal Orozco, Jorge Melguizo, Freddy Simbaña, Ivana Bentes, Paola De La Vega e Lia Calabre, entre outras figuras de destaque na gestão cultural da nossa região, e a coordenação acadêmica de  Emiliano Fuentes Firmani (Argentina),  Alexandre Santini (Brasil) e Paulina Ibarrarán (México).

A cooperação ibero-americana será apresentada em uma perspectiva histórica, com a presença de Márcia Rollemberg, Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil,  atual e primeira presidente do Programa IberCultura Viva, e de Jorge Blandón, representante da Corporación Cultural Nuestra Gente, de Medelim, e do Movimento de Cultura Viva Comunitária da Colômbia.  Além disso, o Grupo de Trabalho de Sistematização do IberCultura Viva coordenará um debate sobre Educação e Cultura Viva Comunitária, com a participação de experiências de mais de seis países latino-americanos. Os tópicos deste dia se concentram nas pesquisas acadêmicas em torno da Cultura Viva Comunitária, nas contribuições da cidadania cultural e do bem viver para as políticas culturais em nível global e nos desafios de enfrentar, desde uma perspectiva cultural e comunitária, os novos fascismos digitais.

O terceiro dia será realizado no campus Cuautepec da Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM)  e contará com uma discussão sobre povos indígenas na América Latina, um painel de debate sobre Cultura Viva e Economia Solidária e uma conferência de encerramento realizada pelo escritor e historiador Célio Turino. Por fim, a cerimônia de encerramento do Festival de Culturas Vivas Comunitárias acontecerá no Jardim Madero, na cidade de Cuautepec. A programação do Festival acontece em paralelo ao Seminário,  com apresentações artísticas  de teatro comunitário em vários espaços  da cidade. O seminário também terá uma programação online, e as inscrições para essa modalidade serão divulgadas na próxima quinta-feira (3).

Trabalho em rede
O seminário é promovido pelo Instituto Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária e Redes de Gestión Cultural (RGC), em parceria com o Programa IberCultura Viva, Fundação Casa de Rui Barbosa/MinC, Secretaria de Cultura da Cidade do México, Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM), Lab Cultura Viva (Extensão UFRJ), Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Gestão (Brasil), e o Pontão de Cultura Areté (Brasil); e o apoio de Secretaria de Cultura do Governo do México, Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Centro Cultural de Espanha – Cidade do México, Trànsit Projectes (Espanha) e a Diputació de Barcelona (Espanha).

Acesse a programação completa e o link de inscrição (exclusivo para participação presencial)