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29

nov
2017

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MinC anuncia os 500 ganhadores do Prêmio Culturas Populares

Em 29, nov 2017 | Em Notícias |

Texto: Ascom/MinC

O Ministério da Cultura do Brasil (MinC) divulgou, nesta terça-feira (28), os 500 ganhadores da 5ª edição do Prêmio Culturas Populares: Edição Leandro Gomes de Barros. Lançado em junho, o prêmio foi recordista em número de inscrições – 2.862 – no âmbito da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) do MinC. Cada premiado receberá R$ 10 mil. Foram selecionadas iniciativas de todas as regiões: 258 do Nordeste, 151 do Sudeste, 42 do Norte, 21 do Centro-Oeste e 28 do Sul.

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, explicou que o edital integra o programa de fomento do MinC e tem por objetivo incentivar e preservar expressões culturais que formam o DNA do Brasil. “Trata-se de um reconhecimento da importância de nossas tradições e dos que as mantêm vivas e potentes em todas as regiões deste vasto e diverso País”, afirmou.

Débora Albuquerque no lançamento do prêmio, em junho (foto: Janine Moraes/MinC)

“O edital teve número expressivo e recorde de premiados porque queríamos atender e contemplar as mais diversas manifestações e valorizar o trabalho desses mestres e grupos culturais”, afirmou a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Débora Albuquerque.

A comissão de seleção do prêmio, formada por servidores públicos e membros da sociedade civil, elegeu iniciativas que retomam práticas populares em processo de esquecimento e difundem tais expressões para além dos limites de suas comunidades de origem. Entre elas, o cordel, a quadrilha, o maracatu, o jongo, o cortejo de afoxé, o bumba-meu-boi e o boi de mamão, entre outros. Não foram incluídas no prêmio culturas indígenas, culturas ciganas, hip hop e capoeira por já serem objeto de editais específicos lançados pelo MinC.

Foram avaliados a contribuição sociocultural do projeto às comunidades; a melhoria da qualidade de vida das comunidades a partir de suas práticas culturais; e o impacto social e contribuição da atuação para a preservação da memória e para a manutenção das atividades dos grupos, entre outros.

De todas as regiões do Brasil

Dos 500 selecionados, 200 foram na categoria “Mestres e Mestras”, 200 na categoria “Grupos/Comunidades”, 80 na categoria “pessoas jurídicas sem fins lucrativos” e 20 herdeiros de mestres já falecidos (In Memorian).

O Grupo Afrolage, do Rio de Janeiro (RJ), foi um dos 151 premiados na região Sudeste, do total de 500 selecionados em todo o País. Idealizado pela professora e coreógrafa Flávia Souza, busca dar visibilidade à cultura de matriz afro-brasileira, por meio de manifestações culturais como o jongo, a capoeira angola, o maracatu, o coco e o samba de roda. Todo último domingo do mês, seus membros promovem, de forma voluntária, um encontro na Praça Agripino Grieco, Zona Norte da capital fluminense. Com 12 integrantes, o grupo reúne até 100 pessoas.

Na região Sul, o Boizinho da Praia foi um dos contemplados. No município Cidreira (RS), trata-se de um folclore da cultura popular local. A manifestação havia caído em desuso por mais de 50 anos e foi resgatada, registrada e socializada pelo Mestre Ivan Therra.

No Centro-Oeste, uma das selecionadas foi a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, fundada em 1997, na pequena Vila de São Jorge, em Alto Paraíso de Goiás. Sede e precursora do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, a Casa de Cultura ficou conhecida em todo o país por acolher, anualmente, as manifestações artísticas e expressões culturais do povo simples brasileiro. A catira e a curraleira, executadas pelos foliões de São João da Aliança; a sussa dançada pelos Calungas do Vão do Moleque e do Vão das Almas; o lundu e o batuque, representados pelo grupo A Caçada da Rainha, de Colinas do Sul; e o congo, encenado pela comunidade de Niquelândia, são alguns dos exemplos mais emblemáticos das expressões artísticas que se apresentam anualmente.

Roda de conversa no Cavaleiro de Jorge durante o Encontro de Culturas de 2015  (foto: Leonil Junior)

No Nordeste, o mestre Severino Vitalino, natural de Caruaru (PE), também foi agraciado pelo prêmio. Com o pai, o consagrado mestre Vitalino, aprendeu a modelar o barro e retratar personagens e bonecos da realidade local. As obras de Mestre Vitalino podem ser vistas no Museu do Barro de Caruaru, em Pernambuco; e no Museu Casa do Pontal, o mais importante museu de arte popular do Brasil, no Rio de Janeiro. O mestre criou uma narrativa visual expressiva sobre a vida no campo e nas vilas do nordeste pernambucano. Realizou esculturas antológicas, como “o enterro na rede”, “cavalo marinho” e “casal no boi”, entre outras.

Já na região Norte, o “botador de boi”, repentista, cantador de carimbó, compositor de sambas, poeta e pescador Mestre Damasceno foi um dos premiados. Ele criou, a exemplo do boi-bumbá, o “Búfalo-Bumbá” de Salvaterra. A escolha do búfalo se deu por ser um símbolo da paisagem de Marajó. Trata-se de uma brincadeira coletiva, que percorre as ruas da cidade duas vezes por ano, em junho e agosto.

 

Veja a lista de premiados: https://bit.ly/2i0sJ78

 

(*Texto originalmente publicado no site do MinC)