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Uma festa na rua para renovar a esperança e compartilhar as conquistas do encontro
Em 07, dez 2016 | Em Notícias |
Fotos: Georgina García/ Puntos de Cultura
Depois de três dias de atividades no Centro Cultural San Martín, em Buenos Aires, os participantes do 1º Encontro de Redes IberCultura Viva e do 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura da Argentina mudaram de endereço: foram para o Galpão do Catalinas Sur, um dos mais importantes grupos de teatro comunitário da América Latina. Além de apresentações de teatro, música e dança, acompanharam a leitura das conclusões e recomendações dos grupos de trabalho e compartilharam duas importantes conquistas: a formação da Comissão Nacional de Pontos de Cultura e do primeiro Conselho Cultural Comunitário da Argentina.
“Foram três dias cheios de cor e conteúdo, com uma quantidade impressionante de atividades que revitalizou a todos. Saímos deste encontro com muitas certezas, muita vontade e muito compromisso para seguir trabalhando juntos”, comentou Diego Benhabib, coordenador do Programa Pontos de Cultura do Ministério de Cultura da Argentina.
As atividades foram realizadas em três jornadas intensas, das 9h às 22h de 30 de novembro a 2 de dezembro, em forma de conferências, capacitações, oficinas, fóruns regionais e de redes, grupos de trabalho temáticos e propostas artísticas. O objetivo foi consolidar o trabalho de articulação entre as organizações e propor espaços de formação e reflexão acerca das práticas da cultura comunitária e da gestão cultural. Mais de 500 organizações argentinas estiveram presentes.
Anfitrião do evento, Benhabib ressaltou no encerramento o enorme potencial, o entusiasmo e o compromisso de aqueles que ali estavam e que se dedicam a melhorar as condições de vida de suas comunidades através da arte e da cultura. Também reforçou que ser um Ponto de Cultura não é exclusivamente receber um fundo do Estado, e sim implica um compromisso para trabalhar em rede, compartilhar experiências em nível territorial e temático, trabalhar com distintas populações e conhecimentos, valorizar seus saberes.
Em seguida, o representante da presidência do programa IberCultura Viva, Daniel Castro, destacou a importância da cooperação em todas as suas instâncias – “a cooperação entre povos, a integração sul-americana, latino-americana, ibero-americana”– e agradeceu à nação e ao povo argentino, que receberam com dedicação, afeto e entusiasmo os 40 convidados do Encontro de Redes, provenientes de 17 países da Ibero-América. “Saímos daqui mais fortes que chegamos”, afirmou o coordenador-geral de Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC). “Que saibamos dar continuidade a isso em todos os âmbitos possíveis. Temos que fortalecer as instâncias de cooperação internacional e ocupá-las no campo cultural.”
Grupos de trabalho
O ato de encerramento seguiu com as leituras das recomendações dos três grupos de trabalho do Encontro de Redes IberCultura Viva, propostos pelas organizações e redes ibero-americanas: “Participação social e cooperação cultural”(foto), “ Legislação para as políticas culturais de base comunitária” e “Formação em políticas culturais de base comunitária”. Rosario Lucesole, da equipe de Pontos de Cultura do Ministério de Cultura da Argentina, também compartilhou com o público as conclusões de uma das rodas de conversa realizadas durante o 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura (“Qual é o impacto do nosso trabalho?”).
Na sequência, Diego Benhabib chamou ao palco os representantes da Comissão Nacional de Pontos de Cultura que haviam sido eleitos nos fóruns regionais. Alberto Ingold, do Centro Cultural La Fragua de Villa Elisa (Entre Ríos), anunciou os nomes dos membros e suplentes. “Nos comprometemos a nos reunir nos primeiros meses de 2017 para poder avançar no processo de regulamentação destas instâncias e construir uma agenda de trabalho que retome os pontos e temas de interesse que discutimos democraticamente em cada um dos foros regionais, temáticos e de redes”, afirmou Ingold.
Terminada a apresentação da comissão e do conselho, veio o melhor da festa: a Orquesta Atípica de Catalinas Sur. O grupo, nascido em 2008, tem uma instância artística, trabalhada a partir da música popular, com a criação e apresentação de espetáculos e corais, e uma instância social, que tem a ver com a integração de um maior número de vizinhos à orquestra. Aqui, assim como no teatro comunitário, o acento está no coletivo e na identidade cultural.
Depois de uma bela interpretação do coral de Catalinas para Construção, de Chico Buarque, a festa seguiu do lado de fora do galpão, na rua, com o samba reggae do grupo de percussão La Internacional del Caminito e os grupos da dança Negra Ameríndia e Los Chuños. Um final potente para os três dias cheios de cor, conteúdo e entusiasmo que deram um novo impulso à Rede Nacional de Pontos de Cultura e a todos os que ao longo dos últimos anos, por meio da arte e da cultura, vêm trabalhando em um projeto comunitário e coletivo de vida.