02 dezembro 2025

Uma agenda que conecta cidades, territórios e cooperação cultural: nesta terça-feira, 2 de dezembro, começa o 3º Encontro Presencial da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, que seguirá até quinta-feira, 4 de dezembro, em Niterói. O evento acontece no marco da 30ª Cúpula de Mercocidades e do 2º Seminário Internacional Cultura e Democracia, ampliando os diálogos e projetando os caminhos futuros da Rede. São 18 governos locais de seis países reunidos para fortalecer políticas culturais de base comunitária, ampliar a cooperação ibero-americana e abrir caminho para novas adesões.

A Rede reúne atualmente 32 governos locais de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México, comprometidos com a participação cidadã e o fortalecimento territorial a partir de uma perspectiva comunitária. Segundo a secretária técnica do Programa, Flor Minici, a realização do encontro em Niterói tem um significado especial: a cidade foi uma das primeiras a aderir formalmente à Rede, em 2019, e hoje é referência internacional por suas políticas culturais consistentes e enraizadas no diálogo com seus territórios. “Esta atividade reforça o lugar do município como referência internacional na articulação entre governos, territórios e comunidades”, afirma.

Cooperação que atravessa fronteiras
Para Diego Benhabib, consultor de Redes e Formação do Programa, a cooperação entre cidades ampliou a capacidade de ação da Rede diante dos desafios contemporâneos. “Trabalhamos com uma diversidade territorial que expressa a vitalidade da cooperação ibero-americana: cidades grandes e pequenas, governos municipais e provinciais que, a partir de realidades distintas, compartilham o compromisso de fortalecer políticas culturais de base comunitária e consolidar a cultura viva como eixo do desenvolvimento local e regional”, destaca.

A presidenta do Programa, Márcia Rollemberg, recorda que a cultura tem sido historicamente uma força de integração. “Nosso continente avança quando o reconhecemos como um território compartilhado. A cultura tem sido, historicamente, a ponte mais sólida e resiliente entre nossos povos: atravessa fronteiras, gera confiança, mobiliza a participação e sustenta democracias verdadeiramente vivas.”

Participam desta edição gestões municipais e provinciais da Argentina (Almirante Brown, San Carlos, Comodoro Rivadavia, Marcos Juárez, Santiago del Estero, La Rioja e Quilmes), Chile (Pichilemu, Canela, Puqueldón, Concepción e Valparaíso), Colômbia (Bogotá e Medellín), Costa Rica (Alajuelita), México (Guadalajara e Cidade do México) e Brasil (Niterói).

Ao longo dos dias, a programação combinará espaços internos de trabalho e um momento público em que serão apresentadas experiências inspiradoras: cartas de direitos culturais, programas de cultura viva, processos participativos e modelos de cogestão entre comunidades e poder público. O encontro também será uma oportunidade para que novos governos interessados conheçam o funcionamento da Rede e manifestem sua intenção de adesão.

Cultura e democracia em diálogo
O evento acontece no marco do 2º Seminário Internacional Cultura e Democracia, promovido pela Prefeitura de Niterói e pela Fundação Casa de Rui Barbosa. Para seu presidente, Alexandre Santini, essa convergência é especialmente significativa. “A primeira edição ocorreu em 2019, em um momento de grande ameaça à democracia brasileira e de risco de extinção do Ministério da Cultura.”

Santini ressalta que, naquele contexto, Niterói desempenhou um papel decisivo, e suas políticas culturais se tornaram referência no Brasil e no mundo. “Hoje vivemos a reconstrução das políticas culturais, mas os desafios democráticos permanecem. Este seminário busca refletir sobre o papel da cultura na defesa, no fortalecimento e na ampliação da democracia.”

Trajetória
A trajetória da Rede começou em 2017, em Quito, com a criação do Grupo de Trabalho de Governos Locais no 2º Encontro de Redes do Programa, e se consolidou em 2019, em Buenos Aires, com a entrega das primeiras cartas de adesão. Seis anos depois, o encontro de Niterói inaugura uma nova etapa de expansão e fortalecimento. Como resume Flor Minici, “o que construímos nesses anos é mais do que uma rede institucional. É um movimento de governos locais que entendem que as políticas culturais não podem ser verticais: elas precisam nascer e se fortalecer nos territórios, em diálogo permanente com as comunidades.”

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