Evento acontecerá de 2 a 4 de dezembro, no marco da 30ª Cúpula de Mercocidades e do 2º Seminário Internacional “Cultura e Democracia”, e traçará a rota de futuro da Rede. Também haverá um espaço de apresentação pública e a possibilidade de adesão de novos governos locais
De 2 a 4 de dezembro, Niterói (RJ) será sede do 3º Encontro Presencial da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, que atualmente conecta 31 governos locais de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México em torno de um propósito comum: fortalecer as políticas culturais de base comunitária, com participação social e resultados concretos nos territórios.
O momento é estratégico. Realizado paralelamente à 30ª Cúpula de Mercocidades, que reúne 400 cidades de 12 países do continente, e ao 2º Seminário Internacional Cultura e Democracia, o encontro amplia a visibilidade da Rede e estabelece pontes com outras iniciativas de integração regional. O fato de a atividade ocorrer em Niterói não é casual: a cidade foi uma das primeiras a aderir à Rede, quando esta se formalizou em 2019, durante o 3º Encontro de Redes do Programa realizado em Buenos Aires, em paralelo ao IV Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
Uma arquitetura em expansão
“Este é o quinto encontro de redes do IberCultura Viva e representa um momento fundamental de amadurecimento institucional”, destaca Diego Benhabib, consultor de Redes e Formação do Programa. “A Rede de Cidades e Governos Locais foi nossa primeira articulação neste formato e hoje já não caminha sozinha. Desde 2025, contamos também com a Rede Educativa e a Rede Cultura Infância. Esse ecossistema demonstra como a cooperação ibero-americana se torna cada vez mais sofisticada e capaz de responder aos desafios complexos de nossos territórios.”
Durante três dias, gestoras e gestores públicos de diferentes contextos (vilas, cidades médias, grandes, governos provinciais) se reunirão para muito mais do que trocar experiências: o encontro será um espaço de reafirmação do trabalho conjunto e de planejamento estratégico. Serão definidos novos modelos de funcionamento da Rede, comissões temáticas (por área, país ou tipo de projeto), mecanismos de decisão e estratégias de comunicação. Também serão traçados os eixos prioritários para 2026 e as contribuições da Rede ao processo de construção do Plano Estratégico Trienal 2027–2029.
Governos locais confirmados
O encontro contará com a participação de 18 governos locais. Além da cidade anfitriã, Niterói, participarão Almirante Brown, San Carlos, Comodoro Rivadavia, Marcos Juárez, Santiago del Estero, Governo de La Rioja e Quilmes (Argentina); Ilustre Municipalidad de Pichilemu, Municipalidad de Canela, Ilustre Municipalidad de Puqueldón, Municipalidad de Concepción e Municipalidad de Valparaíso (Chile); Bogotá e Medellín (Colômbia); Municipalidad de Alajuelita (Costa Rica); e Guadalajara e Cidade do México (México).
Essa diversidade territorial reflete a vitalidade da cooperação ibero-americana: cidades grandes e pequenas, governos provinciais e municipais que, a partir de realidades diversas, compartilham o compromisso de fortalecer as políticas culturais de base comunitária e consolidar a cultura viva como eixo do desenvolvimento local e regional.
Entre o interno e o público
A programação combina diálogos internos de trabalho e uma apresentação pública aberta, em que serão compartilhadas experiências inspiradoras de políticas culturais locais: programas de cultura viva, cartas de direitos culturais, processos participativos e modelos de cogestão entre poder público e comunidades. Será também o momento de receber novos integrantes: governos subnacionais interessados poderão conhecer de perto o funcionamento da Rede e assumir o compromisso de fortalecer políticas culturais enraizadas nos territórios.
Da articulação ao movimento
A trajetória que conduz ao encontro de Niterói começou em 2017, em Quito, com a criação do Grupo de Trabalho de Governos Locais durante o 2º Encontro de Redes do Programa, realizado paralelamente ao III Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Dois anos depois, em Buenos Aires, o grupo se transformou oficialmente em rede, com a entrega das primeiras cartas de adesão. Agora, seis anos mais tarde, o terceiro encontro presencial consolida uma nova etapa de cooperação e expansão.
“O que construímos nesses anos é mais do que uma rede institucional”, afirma Flor Minici, secretária técnica do IberCultura Viva. “É um movimento de governos locais que compreendem que as políticas culturais não podem ser apenas verticais; precisam nascer e se fortalecer nos territórios, em diálogo constante com as comunidades.”
Se a sua cidade deseja investir em cooperação público-comunitária e fortalecer políticas em rede, o convite está feito. Parte da programação será aberta para quem quiser conhecer o percurso e somar-se a essa caminhada coletiva.
Mais informações sobre a programação e possibilidade de adesão: [email protected].