17 abril 2025

O VI Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias se despede de Morelia com participação ativa do Programa IberCultura Viva e anuncia a Colômbia como próxima sede do evento

Morelia (México) foi o cenário de um encerramento simbólico e potente para o VI Congresso Latino-americano de Culturas Vivas Comunitárias, realizado nesta quarta-feira, 16 de abril. Em uma cerimônia marcada pela emoção, pela escuta e pela reafirmação de compromissos, representantes das delegações dos países participantes compartilharam os aprendizados da jornada e o que levam de volta para casa.

Em nome da Colômbia – país que sediará a próxima edição do Congresso – Vicenta Moreno, REPPI de IberCultura Viva, fez um discurso de boas-vindas emocionante: “Quero começar agradecendo ao movimento de cultura comunitária. Hoje estou no Ministério das Culturas, Artes e Saberes, mas antes de chegar aqui, atuei por 36 anos no setor comunitário. Desde tempos imemoriais, a cultura tem sido o fio condutor de nossas identidades e autonomias – e são as organizações culturais de base comunitária as grandes guardiãs desse legado.”


Na mesma ocasião, a secretária técnica do IberCultura Viva, Flor Minici, também tomou a palavra para reforçar os compromissos do programa: “Estamos dedicadas/os a afirmar um horizonte de cooperação solidária, escuta ativa e valorização das múltiplas vozes que fazem pulsar a cultura viva. Renovamos nosso compromisso coletivo com as culturas vivas comunitárias, reconhecendo a potência transformadora dos territórios, das redes e das práticas culturais de base popular que alimentam o tecido social do continente.”

O consultor de Redes e Formação do programa, Diego Benhabib, destacou que tecer alianças e fomentar a cooperação está no DNA do IberCultura Viva. “Hoje somos 14 países unidos pela cultura de base comunitária. Além da Rede de Cidades e Governos Locais, com a qual já atuamos há alguns anos, na semana passada, aqui no México, lançamos oficialmente a Rede Educativa”, afirmou Diego. A iniciativa propõe uma articulação plural de saberes entre instituições de ensino e escolas populares impulsionadas por coletivos culturais da Ibero-América.




O que cada pessoa leva consigo

Na roda de encerramento, que deu voz a todas as delegações, a representação do Brasil destacou a urgência de melhorar a circulação de informações para que elas cheguem a mais pessoas de forma precisa e verdadeira: “Pudemos notar que, em nosso país, muitas das fragmentações decorrem da desinformação, e isso pode ser corrigido por meio do diálogo e do compartilhamento de informações confiáveis.”

A representante da Espanha também compartilhou uma reflexão significativa: “Percebemos que a rede que temos na Espanha é forte, mas que ainda temos muito a aprender e a reorganizar.”




Mobilidade e encontros

Antes do ato de encerramento, Flor Minici e Diego Benhabib se reuniram com as pessoas selecionadas na Convocatória de Mobilidade 2025. O encontro foi um momento de escuta, fortalecimento de vínculos e reconhecimento da potência coletiva que essas pessoas representam.

Desde 8 de abril, 68 representantes dos países membros do programa caminham juntas e juntos em território mexicano, entre trocas, aprendizados e celebrações que marcaram uma semana histórica para a Cultura Viva Comunitária na América Latina.

A edição 2025 da convocatória bateu recorde de inscrições (286 no total) e se consolidou como uma ponte concreta para o fortalecimento das redes culturais de base comunitária no continente.

Helen Portillo, de El Salvador, foi uma das selecionadas: “Viemos quatro salvadorenhas/os com o apoio do IberCultura, tanto para participar do Seminário Internacional quanto do VI Congresso aqui no México. Estamos muito agradecidas/os. Foi um tempo de muito aprendizado para nós. Vamos continuar tecendo essa rede.”

Rocío Villalba, do Paraguai, também compartilhou sua emoção: “Levo comigo as memórias vivas e as lutas coletivas que marcam o meu território. Estou profundamente grata por ter participado de um evento tão marcante para mim.”

Com escuta, memória e celebração, o encerramento deste VI Congresso se transforma em semente do que está por vir. Que o espírito valente de Cherán aprofunde o sentimento de que a organização para a defesa do território e da vida começa pelo cuidado com o que é comum.




Gracias, México! Nos vemos na Colômbia!