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Arquivos Pontos de Cultura - IberCultura Viva

13

nov
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério das Culturas do Chile abre convocatória para Pontos de Cultura Comunitária

Em 13, nov 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Espaço Cultural FB La Feria)

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O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, por meio do programa Pontos de Cultura Comunitária (PCC) do Departamento de Cidadania Cultural, abriu a convocatória que apoiará a gestão realizada pelos Pontos de Cultura validados no Registro Nacional, bem como sua articulação e gestão de redes que possam contribuir para a sua sustentabilidade. As organizações candidatas poderão apresentar seus planos de fortalecimento e articulação até o dia 23 de novembro de 2023.

O programa Pontos de Cultura Comunitária foi criado com o propósito de contribuir para o reconhecimento e visibilidade das organizações de base comunitária, procurando apoiar a sustentabilidade, tanto das práticas socioculturais geradas e desenvolvidas nos territórios, urbanos e rurais, como também no reconhecimento de suas ações e importância como parte do ecossistema cultural.

O concurso 2023 para inscrição no Registro Nacional de Pontos de Cultura Comunitária esteve aberto até 7 de agosto. Foram apresentadas 537 organizações de todo o país, das quais 295 cumpriram os requisitos para serem validadas. O Registro permanece aberto, com o próximo encerramento em 30 de junho de 2024.

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Duas linhas de aplicação

Esta convocatória visa financiar total ou parcialmente planos de fortalecimento e estratégias de articulação dos Pontos de Cultura Comunitária que integram o Registro de Pontos de Cultura Comunitária.

A chamada será composta por quatro etapas: candidatura, avaliação, seleção e assinatura do termo de execução, em duas linhas de postulação:

A linha Plano de Fortalecimento de Pontos de Cultura Comunitária visa financiar a implementação de planos de fortalecimento que contenham os objetivos, estratégias e ações necessárias para fortalecer o desenvolvimento e a sustentabilidade das práticas socioculturais dos PCCs no território em que estão inseridos. Esses planos podem incluir despesas operacionais e de pessoal. Somente poderá se inscrever quem fizer parte do Registro de Pontos de Cultura Comunitária.

Esta linha tem um orçamento total de 2,6 bilhões de pesos chilenos e financia projetos de até 10 milhões de pesos para organizações com trajetória entre 3 e 10 anos, e até 15 milhões para aquelas com mais de 10 anos de experiência.

A linha Plano de Articulação Regional visa interligar os Pontos de Cultura Comunitária de forma coletiva e colaborativa, permitindo a formação gradativa de uma rede regional que atue de forma coordenada no ecossistema sociocultural regional. Através do financiamento de um Plano de Articulação por região, cada Ponto de Cultura Comunitária poderá manifestar a sua vontade de participar na Rede Regional de Pontos de Cultura Comunitária, espaço coletivo a partir do qual será desenvolvido o plano de articulação. Esta iniciativa busca estabelecer o desenho de ações que visem cumprir e fortalecer um objetivo comum gerado pela rede e que contribua para o desenvolvimento cultural local. Para formar uma rede regional, devem participar pelo menos quatro PCCs.

Esta linha tem um orçamento total de 240 milhões de pesos chilenos e financia projetos de até 15 milhões de pesos.

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Inscrições e regulamento

Para se inscrever em ambas as linhas, deve-se acessar o site https://puntos.cultura.gob.cl/documentos/ e seguir as instruções nele estabelecidas. Os Pontos de Cultura candidatos podem apresentar os seus planos de reforço e articulação até o dia 23 de novembro de 2023.

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Prioridades

Os planos de fortalecimento e articulação serão avaliados e priorizados por uma comissão conforme critérios estabelecidos nas bases. Caso o plano seja priorizado, terá início o processo de assinatura do convênio, contra a garantia estabelecida nas bases, e a correspondente entrega de recursos para que os Pontos de Cultura possam iniciar a correspondente implementação.

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Aconselhamento e consultas

Para orientar e esclarecer dúvidas, a equipe do programa oferecerá encontros virtuais na segunda-feira, 13 de novembro, e na sexta-feira, 17 de novembro, às 17h. Os links serão compartilhados pelas respectivas Secretarias Regionais Ministeriais (Seremis), onde o atendimento também é prestado por e-mail.

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Saiba mais: https://bit.ly/3QF42gN

Confira o regulamento: https://bit.ly/47aOl80

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01

set
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Um novo tempo: MinC reativa a Política Nacional de Cultura Viva com o lançamento de dois editais

Em 01, set 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Fotos: Filipe Araújo/MinC)

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“Brasil, teu nome é bordado por incontáveis valores, costura de muitos fios, desenho de muitas cores. Cada esquina, uma ribalta, e até onde muito falta, teu povo insiste em cantar, jogando na voz do vento a alma e o sentimento da cultura popular. (…) Sob o azul do teu céu, tudo se transforma em festa na calçada, no terreiro, no altar, no tabuleiro, na cidade ou na floresta. Depois de anos vazios, outra vez a alegria da vida, verde esperança da nossa democracia (…).”

Foi em forma de verso, lembrando que “o Brasil voltou”, que o poeta pernambucano Antônio Marinho deu início à cerimônia de lançamento de dois editais de Cultura Viva, na manhã desta sexta-feira, 1º de setembro, na Concha Acústica Paulo Freire, em Recife. Juntos, o Edital Cultura Viva – Fomento a Pontões de Cultura e o Edital de Premiação Cultura Viva – Sérgio Mamberti somam R$ 61 milhões. É o maior investimento já feito pela Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC).

Margareth Menezes

“Em seus 19 anos de existência, a Política Nacional de Cultura Viva é uma das principais expressões da ruptura e do avanço institucional no campo das políticas culturais no Brasil, e também com representação em outros países. É uma iniciativa que busca valorizar e fortalecer a diversidade cultural, reconhecendo o papel fundamental dos artistas, artesãos, músicos, dançarinos e de todos aqueles que dedicam suas vidas à criação da expressão artística e à memória da cultura”, ressaltou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante o lançamento. 

A cerimônia durou três horas e contou com a participação do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida; da secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg; do prefeito de Recife, João Campos; do secretário municipal de Cultura, Ricardo Mello; da secretária de Cultura do Estado de Pernambuco, Cacau de Paula; do reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Macedo Gomes; da presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, entre outras autoridades.

Mais de mil pessoas participaram do lançamento, muitas delas representantes de movimentos sociais e culturais, trabalhadores/as e fazedores/as da cultura. No palco, Lydia Lúcia Nunes representou a Comissão Nacional de Pontos de Cultura; Mãe Beth de Oxum, a Rede Nacional de Pontos de Cultura; Joana Corrêa, a Rede Nacional de Culturas Populares e Tradicionais. 

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Cultura pernambucana

O evento foi entrecortado por apresentações artísticas de grupos locais, como o cortejo do Afoxé Omo Inã, o Maracatu Almirante do Forte, a Escola Pernambucana de Circo, o grupo de frevo Guerreiros do Passo, a Orquestra Só Mulheres, Lucas & Conceição dos Prazeres, e o trio formado por Aglaia Costa (rabeca), Val Janie (violoncelo) e a cantora Gabi do Carmo. No final, a ministra cantou Leão do Norte, do pernambucano Lenine.

Segundo Margareth Menezes, a escolha de Recife para o lançamento dos editais, nesta retomada das ações da Política Nacional de Cultura Viva, deve-se à “capacidade de agregar inovação e tradição, com um modo muito próprio de renovar narrativas e repertórios culturais a partir dos seus territórios, da cidadania, da educação popular”. “A cultura pernambucana é extremamente rica, diversa, vibrante, referindo a história, os costumes e as tradições dos povos do estado localizado na região Nordeste do Brasil. O povo pernambucano tem orgulho das suas manifestações culturais, das suas tradições, das suas modernidades”, agregou.

Ao saudar Mãe Beth de Oxum, ialorixá, percussionista, juremeira, comunicadora popular, ativista cultural e realizadora do Coco de Umbigada no bairro do Guadalupe, a ministra destacou a “capacidade revolucionária” dos Pontos de Cultura. “Eles pautam novas linguagens, desestabilizando padrões culturais impostos. Conseguem ser inovadores, justamente por estarem plugados em suas raízes ancestrais. É isso o que queremos para o Brasil: que essa força transformadora das comunidades resgate valores humanitários, ambientais, civilizatórios; resgatem o Brasil em sua vocação mais profunda”, afirmou.

Ela também destacou que o lançamento desses dois editais celebra o início de um novo tempo para a Política Nacional da Cultura Viva. “Hoje, no Brasil, há cerca de 5 mil grupos culturais reconhecidos e potencializados como Pontos de Cultura. Com o desmonte dos últimos anos, a maior parte desses pontos não conta atualmente com fontes de financiamento. Nesse processo de retomada, temos dois grandes desafios: garantir escala necessária para que a Cultura Viva possa se afirmar como política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura e aperfeiçoar a gestão do Estado para chegar a uma estrutura institucional preparada para lidar com a diversidade cultural brasileira. Teremos o maior investimento que a Cultura Viva já teve em toda a sua história”, garantiu.

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Primeiros anos

Um pouco antes, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, lembrou o início desse movimento, quando o então ministro Gilberto Gil ampliou o campo de ação da política pública e o conceito de cultura, trazendo o Brasil de raiz originária, de matriz africana, inter-geracional e plural. “Ele trouxe a política macro do patrimônio imaterial, o campo simbólico. Ele atiçou a cidadania cultural e destacou a potência econômica da cultura. Hoje tentamos consolidar todos esses conceitos, esses princípios, nesse grande momento do Sistema Nacional de Cultura. O programa Cultura Viva vai fazer 20 anos no ano que vem, e a sua história mostra impactos significativos, não só nas comunidades, mas nos processos de gestão pública, de agregação das redes da sociedade civil, no Brasil e no mundo”, observou. 

O modelo brasileiro dos Pontos de Cultura há mais de uma década vem inspirando a criação de políticas públicas de base comunitária em vários países, como Peru, Argentina, Uruguai, Costa Rica e Chile. “A força do movimento no Brasil e na América Latina nos dá ânimo e esperança para a retomada dessas políticas em nível nacional e regional”, comentou Márcia Rollemberg, que também esteve à frente da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC entre 2011 e 2014, período em que participou da criação do programa IberCultura Viva. Em 2014, na cidade de Natal, a secretária presidiu a primeira reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, durante a Teia de Pontos de Cultura. 

Nesse mesmo período, ela participou da articulação, criação e aprovação da Lei Cultura Viva (Lei 13.018/2014), que transformou o programa Cultura Viva em política de Estado. A Lei Cultura Viva foi sancionada em 22 de julho de 2014, nove dias antes do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Mirosc). Ambas as leis estabeleceram novos parâmetros da gestão e da democracia, ampliando conceitos como “Estado-rede” (Manuel Castells) e “Estado ampliado” (Antonio Gramsci). “A Política Nacional de Cultura Viva nasce como fruto de um processo dialógico, de encontro de saberes, que reconhece a autonomia, o protagonismo e o empoderamento da sociedade civil”, afirmou.

Marcia Rollemberg

Segundo ela, os Pontos de Cultura hoje são a estrutura mais ativa e mobilizadora das culturas nas comunidades. “Há municípios que não tem uma Secretaria de Cultura, mas certamente tem um Ponto de Cultura. Por isso, estamos trabalhando para que esse processo de retomada evolua para novos meios e instrumentos, para além de ferramentas como estas dos editais”, destacou a secretária, ressaltando que a Política Nacional de Cultura Viva é uma política interfederativa, intrafederativa e de gestão compartilhada.

“Precisamos de fôlego para dar o salto necessário, aprofundando e retomando os conceitos originais dessa política, fortalecendo a pactuação com gestores e sociedade civil, modelando a política com investimentos e construindo uma escala institucional com marcos programáticos que busquem dar conta deste imenso país. Queremos avançar, pensando junto com essa poderosa rede de Cultura Viva, num processo amplo de diálogo, a fim de aperfeiçoarmos a gestão do Estado para chegar a uma estrutura mais preparada para lidar com a diversidade cultural brasileira, evitando perseguições jurídicas aos Pontos de Cultura, conhecendo mais de perto essa diversidade e suas especificidades”, complementou.

Nesses processos que marcam a quinta geração desta política, têm prioridade a inclusão da diversidade cultural, a pluralidade de identidades, a ampliação da acessibilidade e a valorização de mestres e mestras da cultura popular e tradicional. Os dois editais que foram lançados nesta sexta-feira, e que ficam abertos até o dia 16 de outubro* na plataforma Mapa da Cultura, preveem bonificações no processo de seleção para iniciativas que tenham como proponente e/ou público beneficiário: mulheres, pessoas com deficiência, afrodescendentes, indígenas e população LGBTQIA+. 

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Premiação Sérgio Mamberti

Um dos editais lançados nesta sexta-feira, a Premiação Cultura Viva Sérgio Mamberti, destinará R$ 33 milhões para contemplar 1.117 iniciativas culturais em quatro categorias, com prêmios individuais de R$ 30 mil. O edital presta homenagem ao legado do ator, gestor cultural e defensor dos direitos culturais Sérgio Mamberti (1939-2021). A Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural foi idealizada e liderada por ele, em 2004 (inicialmente com o nome de Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural). 

Carlos Mamberti, filho do ator, compareceu à cerimônia e se emocionou com a homenagem. “Meu pai sempre foi um ator engajado, com um trabalho muito forte, e no primeiro mandato do presidente Lula (2003-2006), ele resolveu assumir uma função importante, de brigar pela cultura. E ele passou quase 12 anos no Ministério da Cultura. Foi presidente da Funarte, passou por várias áreas, mas a parte de que ele mais se orgulhava era a criação desta secretaria, porque ele sabia a importância da diversidade. Ele tinha um olhar muito próprio para quem estava mais excluído; olhou para os quilombolas, para os indígenas, para os ciganos, para o pessoal LGBTQIA+. Este prêmio representa todo esse esforço, essa semente que ele plantou”, comentou.

Uma das quatro categorias deste edital é o Prêmio Culturas Populares e Tradicionais – Mestre Lucindo, que reconhecerá a atuação de mestres e mestras dos saberes e fazeres, grupos, coletivos e instituições culturais que promovem as culturas populares e tradicionais brasileiras. O prêmio homenageia Luiz Rebelo da Costa (1908-1988), conhecido como Mestre Lucindo, figura icônica da cultura musical paraense que se destacou como pescador, compositor e rezador de ladainha em latim. Ele se tornou uma voz proeminente do carimbó, tendo sido o primeiro a gravar um disco de vinil como líder do grupo Os Canarinhos. Suas composições registraram a vida cotidiana da população da região, capturando o conhecimento das comunidades. Renilson Bentes, filho do mestre, estava presente no lançamento.

Outra categoria, o Prêmio Culturas Indígenas – Vovó Bernaldina, presta homenagem a Bernaldina José Pedro, líder do povo Macuxi. Originária da comunidade Maturuca, da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, ela era detentora de conhecimentos ancestrais preciosos, incluindo cantos, danças, artesanato, medicina tradicional e rezas do povo indígena. Foi também uma defensora incansável na luta pela homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e pela denúncia da violência contra os povos indígenas. Morreu aos 75 anos, em junho de 2020, devido à Covid-19. A artista Daiara Tukano e a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, foram convidadas para falar sobre a importância de Vovó Bernardina durante a cerimônia.

Também faz parte deste edital o Prêmio Diversidade Cultural, que reconhecerá e valorizará as iniciativas e produções culturais de pessoas idosas, com deficiência, LGBTQIA+ e em sofrimento psíquico. Já a categoria Prêmio Cultura Viva reconhecerá e incentivará atividades culturais desenvolvidas por Pontos de Cultura e por grupos, coletivos e instituições privadas sem fins lucrativos que querem ser reconhecidas e certificadas com o Selo Cultura Viva, para fazer parte da Rede Cultura Viva e dar destaque às suas atividades culturais e às comunidades onde atuam.

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Fomento a Pontões

O Edital Cultura Viva: Fomento a Pontões de Cultura, por sua vez, vai investir cerca de R$ 28 milhões em 46 projetos propostos por Pontões de Cultura, para que desenvolvam, articulem e deem continuidade a ações culturais das redes de Pontos de Cultura que sejam relevantes para a diversidade cultural brasileira e para o fortalecimento da Política Nacional de Cultura Viva.

Este edital promoverá a atuação de Pontões de Cultura junto às redes estaduais, distrital, temáticas, setoriais e identitárias de interesse comum, com a participação de Agentes Cultura Viva e de um Comitê Gestor. Cerca de 600 jovens entre 18 e 24 anos serão selecionados como Agentes Cultura Viva para apoiar as ações de diagnóstico, mapeamento, mobilização, articulação de redes e formação. Cada agente receberá uma bolsa de R$ 900 por mês. 

O Comitê Gestor será formado para a realização das ações do projeto de forma compartilhada com os Pontos de Cultura de sua rede de atuação, com o objetivo de desenvolver ações conjuntas de mobilização, articulação, formação, mapeamento, registro e ampliação da Rede Cultura Viva, destinadas a difundir e acompanhar atividades das redes estaduais, distrital, temáticas, setoriais e identitárias.

Serão selecionados 31 projetos de redes territoriais e 15 de redes temáticas, setoriais e identitárias de Pontos de Cultura. Esperam-se projetos nas seguintes áreas: Culturas Indígenas e Mãe Terra; Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana; Culturas Populares e Tradicionais; Cultura Digital, Comunicação e Mídia Livre; Patrimônio e Memória; Linguagens Artísticas; Livro, Leitura e Literatura; Gênero, Diversidade e Direitos Humanos; Acessibilidade Cultural e Equidade; Economia da Cultura, Solidária e Criativa; Cultura e Infância; Formação e Educação Cultural; Territórios Rurais e Cultura Alimentar; Cultura Urbana, Direito à Cidade e Juventudes; e Cultura, Territórios de Fronteira e Integração Latino-americana.

Os projetos contemplados vão celebrar um Termo de Compromisso Cultural (TCC) e receber entre R$ 400 mil e 800 mil, considerando o critério populacional e o tamanho das redes estaduais de Pontos de Cultura. Os Pontões de Cultura situados na Amazônia Legal receberão um acréscimo de R$ 50 mil.


Qual é a diferença entre um Ponto de Cultura e um Pontão de Cultura?

Pontos de Cultura são entidades sem fins lucrativos, grupos ou coletivos com ou sem constituição jurídica, de natureza ou finalidade cultural, que desenvolvam e articulem atividades culturais continuadas em suas comunidades ou territórios.

Já um Pontão de Cultura é uma entidade cultural ou instituição pública de ensino que articula um conjunto de outros pontos ou iniciativas culturais, desenvolvendo ações de mobilização, formação, mediação e articulação de uma determinada rede de Pontos de Cultura e demais iniciativas culturais, seja em âmbito territorial ou em um recorte temático e identitário.

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(*) Texto atualizado em 29 de setembro de 2023, após o anúncio da ampliação do prazo de inscrições

(**) A cerimônia foi transmitida pelo canal de YouTube da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e está disponível para quem quiser assistir: https://www.youtube.com/live/ZERe6yH-HSc?si=bV_BpHIA7v-XUa5H

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Inscrições abertas até 02/10/2023:

. Edital Cultura Viva: Fomento a Pontões de Cultura: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2086/

. Edital de Premiação Cultura Viva – Sérgio Mamberti

Prêmio Culturas Populares e Tradicionais – Mestre Lucindo: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2089/

Prêmio Culturas Indígenas – Vovó Bernardina:

https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2083/

Prêmio Diversidade Cultural:

https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2084/

Prêmio Pontos de Cultura Viva:

https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2085/

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21

ago
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério da Cultura do Brasil lança edital de Pontos de Leitura, que premiará 300 bibliotecas comunitárias

Em 21, ago 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Filipe Araújo/MinC)

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O Ministério da Cultura (MinC) lançou na última quinta-feira, 17 de agosto, o Prêmio Pontos de Leitura 2023, dirigido a bibliotecas comunitárias que desenvolvem ações para a promoção da leitura nas cinco regiões do Brasil. Serão distribuídos 300 prêmios de 30 mil reais, totalizando 9 milhões de reais. As inscrições devem ser feitas até o dia 18 de setembro pela plataforma Mapa da Cultura

Lançado pela Secretaria de Formação, Livro e Leitura, em parceria com a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural, o prêmio tem como objetivo fomentar as bibliotecas que são iniciativas coletivas, criadas e mantidas por uma comunidade, sem intervenção do poder público, e que possuem um acervo bibliográfico multidisciplinar, visando ampliar o acesso da comunidade à informação, à leitura e ao livro de forma colaborativa, horizontal e distribuída. 

“O edital visa reconhecer e premiar iniciativas e experiências comunitárias com boas práticas de promoção de leitura em contextos sociais distintos, sejam urbanos, rurais, indígenas, quilombolas, dentre outros territórios e expressões da diversidade cultural brasileira”, ressaltou o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, durante o lançamento do prêmio.

Piúba destacou a integração dos Pontos de Leitura com a Política Nacional de Cultura Viva, a primeira política de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura. “Gosto de pensar a cultura como solidariedade, como um saber fazer comum, em seus aspectos  de compartilhamento e de potência para a transformação de vidas e realidades”, afirmou o secretário, ao citar o poeta espanhol António Machado, que dizia ter aprendido com um camponês analfabeto da Andaluzia que “tudo o que sabemos, sabemos entre todos, sabemos para todos e todas”.

“É de suma importância rememorar essa prática porque os Pontos de Cultura não podem perder essa dimensão de desenvolvimento comunitário. Um Ponto de Cultura não é um mero endereço em uma determinada rua, um lugar com ações ensimesmadas e desarticuladas dos processos sociais e políticos da comunidade. O Ponto de Cultura é a encarnação da rua, o lugar de sua gente. (…) Uma biblioteca comunitária é um Ponto de Leitura, portanto ela se insere no programa Cultura Viva como um espaço orgânico e social de relevo”, disse Piúba.

“Onde há uma biblioteca comunitária, a vida e o convívio social pulsam. Onde há uma biblioteca comunitária, o espírito solidário resiste. Onde há uma biblioteca comunitária, o pensamento crítico e criativo transborda. Onde há uma biblioteca comunitária, a democracia é exercitada. Onde há uma biblioteca comunitária, existe a promoção da cidadania e da diversidade cultural. Portanto, a biblioteca comunitária é um território de liberdade e de cidadania. Ela é Ponto de Leitura. E sendo Ponto de Leitura, é também um ponto vital do corpo cultural brasileiro”, destacou Piúba.

O secretário de Formação, Livro e Leitura também adiantou que em breve serão lançados editais de Cultura Viva, para Pontos e Pontões de Cultura, incluindo o estabelecimento do Pontão do Livro e da Leitura. “Isso será vital para mobilizar e articular a Rede Nacional dos Pontos de Leitura, que estamos reativando com este edital”, comentou. 

“São políticas que nascem e se retroalimentam e se sintonizam”, disse a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, sobre a integração com a Política Nacional de Cultura Viva e as ações intrasetoriais propostas. Segundo ela, dos 4.300 Pontos de Cultura que existem atualmente no país, cerca de 550 se autodenominam Pontos de Leitura. “É importante fortalecer essa rede no conjunto da Rede Nacional dos Pontos de Cultura. As bibliotecas comunitárias ganham um novo patamar de apoio, na sustentação dos seus trabalhos, com essa ativação direta que o Ministério da Cultura está fazendo”. 

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Edital

Podem participar do Prêmio Pontos de Leitura 2023 pessoas físicas, jurídicas e coletivos culturais. No caso de pessoa física, é preciso ter mais de 18 anos, residir no Brasil e possuir, no mínimo, dois anos de atividades culturais ligadas à gestão de bibliotecas comunitárias, comprovadas, em território nacional. O mesmo tempo de atividade é exigido das pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, de natureza cultural, e dos coletivos culturais (sem constituição jurídica).

Para a seleção das bibliotecas, serão observados os benefícios culturais, sociais e econômicos oferecidos às comunidades, como a pertinência da ação, a criatividade e o dinamismo, a qualidade e abrangência dos resultados alcançados e o potencial de replicabilidade. Receberão mais pontos os projetos provenientes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Também terão pontuação extra as ações que contribuam para combater as discriminações étnicas, raciais, religiosas, etc; que apresentem medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência, e que  fortaleçam atividades relacionadas às tecnologias de informação e comunicação (TICs).

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Inscrições: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2065/

Veja como foi o lançamento:

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29

jun
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério das Culturas do Chile convoca organizações a ingressar no Registro Nacional de Pontos de Cultura Comunitária

Em 29, jun 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

(Texto e foto: Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile)

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Com o objetivo de contribuir para o reconhecimento e a visibilidade das organizações de base comunitária, o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile abriu convocatória para o Registro Nacional de Pontos de Cultura Comunitária. As inscrições estão abertas até 7 de agosto.

“O Registro Nacional de Pontos de Cultura Comunitária é um instrumento que busca identificar, reconhecer e valorizar as organizações sociais de base comunitária como instâncias fundamentais para se caminhar em direção a uma democracia cultural, pois estimulam a participação cultural, o uso dos espaços públicos e a coesão social no território”, afirmou o ministro das Culturas, das Artes e do Património do Chile, Jaime de Aguirre.

O secretário de Estado acrescentou que “nos diferentes bairros do Chile são realizadas atividades culturais e/ou patrimoniais, oficinas de diferentes expressões artísticas e culturais, danças, música, bem como feiras ou festivais; ou seja, são criadas ações comunitárias que melhoram a convivência entre vizinhos e vizinhas, e que poderão ser validadas e reconhecidas como Ponto de Cultura Comunitária”.

O cadastro priorizará as organizações com maior experiência em cada uma das regiões e que desenvolvam suas ações em comunas com alto índice de pobreza multidimensional e índice de isolamento. Quem acessar o registro poderá financiar seu plano de fortalecimento com um orçamento de 10 milhões de pesos chilenos, no caso de ter menos de 10 anos, e com 15 milhões de pesos, para aqueles com mais de 10 anos. Este financiamento visa dar continuidade, impulso e sustentabilidade às ações, atividades e iniciativas que os Pontos de Cultura Comunitária desenvolvem no território.

O convite para adesão ao Registro de Pontos de Cultura Comunitária estende-se às organizações de bairro, funcionais e territoriais; ou pertencentes a povos originários e/ou folclóricos, que estejam ligados ao campo da cultura e que desenvolvam práticas socioculturais. Podem candidatar-se organizações de base comunitária constituídas por grupos de pessoas, que desenvolvam as suas ações e que façam parte de um determinado território, ligadas à realidade socioterritorial e com raízes comunitárias.

Para fazer parte do registro, não é necessário ter personalidade jurídica, mas sim ter um histórico de pelo menos três anos de existência no território e não ter fins lucrativos. Além disso, as organizações interessadas devem incluir o desenvolvimento comunitário em seus objetivos, identificando os problemas locais, ajudando a responder às prioridades e interesses da comunidade a que pertencem, além de contribuir para o reconhecimento da identidade local e transformação social e territorial, entre outros requisitos.

Através da implementação desta política pública, a organização poderá ter acesso a aconselhamento técnico, formação e apoio personalizado à gestão, além de fazer parte de uma rede de pontos de cultura comunitários regionais, nacionais e internacionais, por meio do programa IberCultura Viva .

A solicitação para fazer parte do Registro de Pontos de Cultura Comunitária e as informações sobre o programa estão no site https://puntos.cultura.gob.cl/ .

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27

maio
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai realizará encontros para fortalecer a gestão comunitária

Em 27, maio 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

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A Secretaria Nacional de Cultura (SNC) do Paraguai realizará os “Encontros Itinerantes para o Fortalecimento das Capacidades de Gestão Cultural Comunitária”, nos próximos sábados, entre 3 de junho e 15 de julho. A atividade se dá no âmbito do “Eixo 2: Capacidades instaladas e gestão do conhecimento” do programa Pontos de Cultura – Arandupy Renda 2023.

Estes quatro encontros, baseados nos “Espaços de Diálogo Horizontal para Aprendizagem Conjunta – Ñemongueta Jere”, são dirigidos a gestores culturais comunitários, representantes de Pontos de Cultura, e abertos a todas as pessoas interessadas ​​em conhecer mais sobre cultura viva comunitária.

São de acesso livre, mediante inscrição prévia em https://forms.gle/P1XHbjNmTCT2JqyL9.

A SNC oferecerá transporte gratuito aos participantes. Cotas limitadas.


Encontro 1 – Inclusão digital na Gestão Cultural

Data: 3 de junho

Local: Centro Cultural Melodía

Cidade: Villa Hayes, departamento de Presidente Hayes

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Encontro 2 – Desenvolvimento Territorial e Cultura Viva Comunitária

Data: 17 de junho

Localização: Antiga Estação Ferroviária Cerro León Camp

Cidade: Pirayu, departamento de Paraguarí

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Encontro 3 – Interculturalidade e Multilinguismo

Data: 1º de julho

Local: Comunidade Indígena Pindó

Cidade: San Cosme y Damián, departamento de Itapúa

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Encontro 4 – Património Vivo e Inclusão Social

Data: 15 de julho

Local: Comunidade do Rosado

Cidade: Tobatí, departamento da Cordilheira

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Saiba maiswww.cultura.gov.py

pontosdecultura.snc@gmail.com

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29

abr
2023

Em Notícias

Por IberCultura

Diploma em Gestão Cultural Comunitária: chamada aberta para Pontos de Cultura do Peru

Em 29, abr 2023 | Em Notícias | Por IberCultura

O Ministério de Cultura do Peru, por meio da Direção de Artes, convoca organizações reconhecidas como Pontos de Cultura nas 25 regiões do país para participar do primeiro Diploma Superior em Gestão Cultural Comunitária, que se realizará virtualmente durante 18 semanas. O prazo para se candidatar é 21 de maio.

Este espaço de formação que se propõe a refletir sobre as práticas de gestão cultural em torno das políticas culturais de base comunitária em geral, e dos Pontos de Cultura em particular, estará a cargo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).

Serão oferecidas 100 bolsas integrais para membros dos Pontos de Cultura de todo o país. Atualmente, existem 636 organizações reconhecidas como Pontos de Cultura no Peru que realizam ações de forma autogestionária em benefício de suas comunidades.

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Lançamento

O anúncio da convocatória foi feito na quinta-feira, 27 de abril, com uma cerimônia em formato híbrido, com a presença do diretor de Artes do Ministério de Cultura do Peru, Carlos La Rosa, e a participação por videoconferência da coordenadora de formação do CLACSO, Magdalena Rauch, e o coordenador acadêmico da proposta, Emiliano Fuentes Firmani.

“Para CLACSO, é um grande prazer poder apoiar esta iniciativa, uma proposta de formação que visa construir novas formas de pensar as políticas culturais localizadas nos territórios e a partir de uma perspectiva crítica que contribua para a transformação de nossas sociedades. A proposta deste diploma, em coordenação com o Ministério de Cultura do Peru e a equipe docente do CLACSO, composta por professores de diferentes países latino-americanos, nasce da necessidade de criar pontes, laços e, sobretudo, uma plataforma de diálogo social que favoreça o diálogo entre os tomadores de decisão de políticas públicas, academia e sociedade civil”, afirmou a argentina Magdalena Rauch no lançamento do diploma.

Para o representante do Ministério da Cultura do Peru, Carlos La Rosa, trata-se de um “diploma de alto nível”, gratuito, à disposição das organizações reconhecidas como Pontos de Cultura, que poderão se candidatar a essas 100 vagas. “Esperamos que seja de grande crescimento, de muito desenvolvimento, enriquecimento e diálogo, para que a cultura viva seja repensada além fronteiras”, destacou o diretor de Artes, lembrando uma frase dita certa vez pelo historiador brasileiro Célio Turino (o principal promotor dos Pontos de Cultura na América Latina), de que os Pontos de Cultura “merecem o melhor”.

“Penso que esta tem sido a convicção ao longo destes anos, por parte de todas as pessoas que integraram as equipes dos Pontos de Cultura: tentar estar à altura daquilo que os Pontos de Cultura fazem todos os dias, tentar estar no nível de suas expectativas. Acredito que este Diploma em Gestão Cultural Comunitária vai ser uma pequena grande ação que vai continuar ao longo do tempo, contribuindo para a profissionalização e o crescimento dos gestores e gestoras dos grupos que estão compondo a rede de Pontos de Cultura. (…) Vamos continuar a fazer o melhor para vocês porque vocês merecem o melhor e temos de nos esforçar ao máximo para estar à altura do trabalho de vocês”, acrescentou La Rosa.

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Proposta acadêmica

O Diploma em Gestão Cultural Comunitária dirigido aos Pontos de Cultura do Peru compreende 6 módulos de 18 sessões no total. Será mantida uma metodologia de participação ativa, através de dinâmicas, ferramentas interativas e audiovisuais. As datas dos módulos serão divulgadas no portal dos Pontos de Cultura (www.puntosdecultura.pe). A aula de apresentação está marcada para o dia 8 de junho.

Segundo o coordenador acadêmico da proposta, Emiliano Fuentes Firmani, trata-se de um diploma sintético, com módulos que abordarão diversos temas, começando por destacar o que foi a construção das políticas culturais de base comunitária. “Há 20 anos falávamos de políticas socioculturais e hoje se consolidou a ideia de que as políticas socioculturais estão mais para políticas culturais de base comunitária, pensando a comunidade associada a um território, e os territórios como espaços vivos, como dizia Milton Santos, enquanto comunidades”, disse Firmani na apresentação do curso.

A proposta, portanto, é rever essas iniciativas, os avanços que tiveram como base os Pontos de Cultura e a Cultura Viva, trabalhando com o reconhecimento desses avanços, e como ocorrem as práticas de gestão cultural, a dimensão mais tática das políticas, aquele trabalho que as organizações e os movimentos sociais desenvolvem com as comunidades.

Além disso, serão abordados alguns aspectos relacionados à profissionalização da gestão cultural comunitária. “Há um senso comum arraigado em pensar o comunitário como iniciativas que têm a ver com o voluntariado. Desta forma, invisibiliza-se a necessidade do reconhecimento dos direitos económicos e sociais de todos os trabalhadores e trabalhadoras da cultura que intervêm na comunidade”, completou o coordenador.

Alguns dos módulos deste diploma, de caráter mais instrumental, foram pensados ​​com a ideia de que as pessoas que participam dos Pontos de Cultura possam adquirir certas tecnologias sociais, certas ferramentas no domínio da administração, destinadas a permitir-lhes um melhor desenvolvimento das suas tarefas culturais comunitárias. Outros módulos são mais dedicados a como pensamos sobre políticas culturais de base comunitária e gestão cultural na América Latina.

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Módulos

Paola de la Vega

O Módulo 1 (“Introdução à Gestão Cultural Comunitária”), com duração de 4 semanas, procura apresentar e compreender o que é a gestão cultural comunitária. Neste módulo inicial, as pessoas participantes revisarão conceitos, modelos, paradigmas de como as políticas culturais foram inicialmente construídas na região latino-americana e como o setor de base comunitária se organizaria e começaria a se articular intersetorialmente, não apenas com os movimentos sociais, mas também com governos e academia. A aula final, ministrada por Paola de la Vega (Equador), trabalhará especialmente com o surgimento da gestão cultural e a repolitização que pode levar a uma gestão cultural crítica, mais pensada desde a comunidade.

O Módulo 2 (“Mediação e pedagogias comunitárias”), com duração de 3 semanas, será iniciado com uma aula de Célio Turino, um dos idealizadores do programa Cultura Viva no Brasil, que falará sobre “a matemática da vida e a cultura de encontro”. Em seguida, haverá uma aula com Fresia Camacho, ex-diretora de Cultura do Ministério da Cultura e Juventude da Costa Rica, militante ecofeminista que trabalha com comunidades a partir de uma perspectiva decolonial. Haverá também uma aula sobre memória social comunitária, ministrada pelo brasileiro Lucas Lara, do Museu da Pessoa, que desenvolveu uma tecnologia social para pensar a construção de arquivos comunitários e a potência política das memórias.

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O Módulo 3 (“Dimensão econômica da cultura comunitária”), também com duração de 3 semanas, trata do senso comum de que o trabalho comunitário é sempre voluntário, fazendo com que se percam as dimensões econômicas tanto dos aportes dos processos comunitários quanto da necessidade de sustentabilidade dos projetos, de forma a garantir os direitos sociais e econômicos dos trabalhadores e trabalhadoras. Para este módulo foi convidada uma especialista brasileira, Luana Vilutis, que vem trabalhando com economia solidária, Pontos de Cultura e dimensões econômicas. Também estará presente a argentina Valéria Escobar, que fundou a organização Ronda Cultural, e a partir dela começou a estudar a sustentabilidade de projetos culturais comunitários. Além disso, está prevista uma aula especial sobre cooperação e redes, com a brasileira Valéria Graziano.

André de Paz

Para abrir o Módulo 4 (“Desenho de projetos culturais comunitários”), outro que terá duração de 3 semanas, a especialista peruana Gloria Lescano foi convidada a abordar como pensar a questão dos formulários, algumas estratégias de apresentação de editais, para a inscrição de projetos. Em seguida, o colombiano Jorge Melguizo, ex-secretário de Cultura Cidadã e de Desenvolvimento Social de Medellín, falará sobre como construir um projeto cultural desde uma perspectiva territorial. Da Guatemala, André De Paz apresentará casos bem-sucedidos a serem considerados na hora de pensar em políticas culturais de base comunitária ou no exercício da gestão cultural comunitária.

Os módulos finais serão instrumentais: Módulo 5 (“Aspectos jurídicos e tributários para a gestão de organizações sem fins lucrativos”) e Módulo 6 (“Estratégia de comunicação institucional e comunitária”). O relativo à legislação peruana para organizações culturais sem fins lucrativos será dividido em duas aulas com especialistas peruanos. Para o módulo final, foi convidada a equipe da Fundação Procomum, do Brasil, que vem trabalhando na geração de marcas culturais para projetos comunitários e tem realizado uma série de laboratórios de inovação cidadã. Além dessa aula voltada para a comunicação institucional, o Módulo 6 terá uma aula de comunicação comunitária com um comunicador popular, o argentino Eduardo Balán, do grupo El Culebrón Timbal.

Eduardo Balán dará a aula final, de comunicação comunitária

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Convocatória

A apresentação de candidaturas é gratuita e será feita apenas online, completando e/ou anexando a informação solicitada no formulário desta convocatória, até as 23h59 (fuso horário peruano) de 21 de maio.

Somente membros de Pontos de Cultura do Peru podem se candidatar a esta chamada. E pode-se inscrever mais de uma pessoa por organização reconhecida como Ponto de Cultura. Caso haja mais de uma inscrição por Ponto de Cultura, será considerada aquela que obtiver a maior pontuação de acordo com os critérios estabelecidos. Caso exista mais de um candidato da mesma organização com a mesma pontuação, será considerada a pessoa que apresentou primeiro a sua candidatura. Caso a capacidade do diploma não seja preenchida, serão considerados os candidatos com maior pontuação, considerando-se um por organização. Se, apesar disso, a lotação ainda não estiver completa, serão considerados os candidatos restantes.

 A seleção das inscrições ficará a cargo de uma Comissão de Seleção composta por três especialistas da Direção de Artes do Ministério de Cultura do Peru, que avaliarão as inscrições recebidas de acordo com os critérios estabelecidos nas bases.

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Chamada: “Diploma em Gestão Cultural Comunitária” para Pontos de Cultura

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20

out
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Célio Turino apresenta a versão em espanhol do livro “Por todos os caminhos: Pontos de Cultura na América Latina” 

Em 20, out 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Célio Turino passou os últimos 12 anos viajando pela América Latina. Convidado a participar de conferências, conversatórios e os mais variados encontros para falar sobre Cultura Viva e Pontos de Cultura – ideia que ajudou a criar no Ministério da Cultura, onde foi secretário de Cidadania Cultural entre 2004 e 2010 –, o historiador, escritor e gestor cultural brasileiro realizou mais de 50 viagens nesse período. O convite sempre foi para falar, mas nessas visitas ele também ouviu muitas histórias, viu e sentiu os processos nas comunidades, e voltou querendo sistematizar tudo. Quem o incentivou a fazer em formato de livro foi o Papa Francisco.

No lançamento do livro “Por todos os caminhos: Pontos de Cultura na América Latina” no Peru, Turino detalhou esta história: “O Papa Francisco é um grande entusiasta dos Pontos de Cultura. Ele conheceu a experiência quando ainda era arcebispo em Buenos Aires, quando organizou um programa chamado Escuelas de Vecinos. A ideia dos Pontos de Cultura era muito parecida com o que ele pensava, com o que pretendia fazer com as Escolas de Vizinhos. Em 2015 nos encontramos no Vaticano, depois tivemos outros encontros, e num desses momentos eu estava contando essas histórias e ele me disse: ‘Por que você não escreve um livro sobre a América Latina?’ Como uma sugestão de Francisco não pode ser negada, aceitei o desafio e, com o apoio de uma organização do Brasil, o Instituto Olga Kos, conseguimos fazer as viagens. Não para falar. Viajei apenas para ouvir e anotar as histórias”. 

A versão em espanhol deste livro, publicada em formato digital pela argentina RGC Ediciones com o apoio da IberCultura Viva, foi lançada na quarta-feira, 12 de outubro, na Feira de Saberes do 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Em uma das tendas montadas no Parque Cívico Santa Clara, no distrito de Ate (Lima), cerca de 30 pessoas se reuniram para ouvir Célio Turino em sua participação por videoconferência. Ao longo de mais de 30 minutos, ele falou sobre a experiência de escrever este livro, ouviu comentários e respondeu algumas perguntas dos participantes, que vieram de vários países, como Panamá, Chile, Argentina e Paraguai.

Célio Turino participou do lançamento por videoconferência

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A força das comunidades

Turino iniciou sua apresentação falando sobre o início do movimento, como foi decidido que o 1º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária teria como sede a Bolívia. Contou que tudo começou com a “Caravana pela Vida – De Copacabana a Copacabana”, que saiu do Lago Titicaca, na Bolívia, rumo à Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no final de maio de 2012. Cerca de 25 pessoas estavam neste ônibus, a maioria integrantes do Teatro Trono, fundado por Iván Nogales (1963-2019), que foram à Cúpula dos Povos da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, e fizeram uma série de apresentações ao longo do caminho. (Esta caravana foi um marco no movimento de Cultura Viva Comunitária. A bravura de seus integrantes inspirou pessoas de vários países a quererem fazer o caminho de volta, mobilizando-se para realizar o primeiro congresso na Bolívia, com a Caravana para La Paz.)

“Agora estamos no 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Parabéns a todos que estão nessa empreitada autogestionada e muito potente”, comemorou o escritor, que também parabenizou a editora argentina RGC, que já havia lançado um livro de sua autoria em 2013 (Puntos de Cultura, cultura viva en movimiento). “É uma editora significativa que compila este novo fazer da gente que produz de baixo para cima, a partir da potência das comunidades”, destacou. Os dois livros de Turino lançados pela RGC em formato digital têm acesso gratuito, porque segundo o autor, o importante é lançar as ideias ao vento, “oferecer as sementes para alguém apanhar, plantar e cultivar”. “É assim que nasce a cultura viva.”

As viagens relatadas no livro foram realizadas em sua maior parte em 2017. A primeira versão dessas narrativas foi publicada em uma edição especial do Instituto Olga Kos, com o título Cultura a unir os povos: a arte do encontro. Esta edição (esgotada), em formato de livro de mesa, foi lançada em 2018 em Castel Gandolfo, o castelo de verão do Papa Francisco. A segunda versão, revisada e ampliada, saiu em 2020 pelas Edições Sesc São Paulo, com 360 páginas, e o título Por todos os caminhos: Pontos de Cultura na América Latina. A publicação em espanhol que agora sai com o apoio do IberCultura Viva é uma tradução desta versão 2020 adaptada para leitura em tela, com 565 páginas.

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Capítulos extras

A edição em espanhol conta com dois capítulos extras, dedicados ao Chile e ao Paraguai. O Ministério da Cultura, das Artes e do Patrimônio do Chile convidou Turino para conhecer o trabalho de organizações culturais comunitárias de diferentes regiões do país depois que o Conselho Intergovernamental IberCultura Viva decidiu financiar a tradução do livro para o espanhol. O convite para ir ao Paraguai partiu de um Ponto de Cultura de Areguá, El Cántaro Bioescuela Popular, para uma participação na segunda edição dos Intercâmbio de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária.

O escritor contou em sua apresentação que, no caso do Chile, optou pelo tema da construção do ser coletivo a partir da experiência do país (daí o nome do capítulo: Cultura y el sujeto colectivo. Sembrando semillas en la cordillera“). As histórias do Paraguai entraram no capítulo final, “Cultura: Tiempo y espacio compartido en el vientre de Sudamérica”. Turino explicou que, assim como vê a Bolívia como “o coração da América do Sul”, vê o Paraguai como “o ventre” do continente. “É como uma ilha, mas rodeada de terra, e mais interior, como o útero, como o ventre”, comparou o autor, que partiu da ideia do ñanduti (“teia de aranha” em guarani), das rendas de fios delicados, mas também fortes, de tecelãs locais, para expressar o refinamento cultural do povo paraguaio.

Joe Giménez, fundadora do El Cántaro, esteve no lançamento da publicação na Feira de Saberes do 5º Congresso e aproveitou para agradecer mais uma vez a Célio Turino pela visita à bioescola de Areguá e por somar a experiência ao livro. “Houve um antes e depois no meu país”, disse Joe a Célio Turino. “A frase ‘Dê-me um ponto de apoio e moverei o mundo’ (do matemático grego Arquimedes de Siracusa, também citado por Turino no livro) ficou muito na nossa memória. Para nós, é incrível que os funcionários públicos comecem a falar de você, comecem a usar essa frase. Sua presença no Paraguai nos ajudou muito a fortalecer esse vínculo. Celebro sua existência! O Paraguai, esta terra guarani, está sempre esperando por você”.

Joe Gimenez, fundadora de El Cántaro, que levou Turino para uma visita ao Paraguai

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Agradecimento ao trabalho

Quem também agradeceu ao escritor pelo trabalho que vem desenvolvendo foi a argentina Gisela Pérez, do Centro Cultural e Biblioteca Popular La Carcova, um Ponto de Cultura localizado em um bairro popular da região metropolitana de Buenos Aires (José León Suárez, distrito de San Martín), na periferia do aterro sanitário e também de um complexo prisional. “Gostaríamos de agradecer o seu trabalho em toda a América Latina e convidá-lo a vir a San Martín e à Área da Reconquista, para visitar as bibliotecas e espaços de cuidado, as cooperativas de reciclagem. Existe toda uma rede de organizações que se unem e confiam umas nas outras, para que a partir dessa confiança possamos construir o desenvolvimento local, a boa convivência no nosso bairro. Essa comunidade produz cultura, produz economia, produz presente e futuro”, afirmou a presidenta de La Carcova, também integrante da Mesa Reconquista.

Diego Benhabib, coordenador do programa Pontos de Cultura na Argentina e representante (REPPI) do país no IberCultura Viva, reforçou sua gratidão a Célio Turino, “uma pessoa que nos inspira, não só para desenvolver e trabalhar políticas culturais de base comunitária, mas também transformar nossas percepções sobre as questões relacionadas à natureza, ao bem viver, ao poder colocar um ponto e poder modificar as coisas, com um horizonte coletivo de transformação”.

Emiliano Fuentes Firmani (D) lembrou os 4Cs da cultura: “cuidar, compartilhar, colaborar e cooperar”

Por fim, o editor Emiliano Fuentes Firmani, ex-secretário técnico do IberCultura Viva, falou em nome da RGC Ediciones, citando o que Célio Turino disse anteriormente sobre a ideia de trabalhar para lançar ideias ao vento. “O paradigma da cultura viva comunitária tem a ver com o que chamamos  de 4Cs da cultura: cuidar, compartilhar, colaborar e cooperar”, destacou, comentando o fato de o autor ter permitido que o livro estivesse aberto a todos, em acesso público, o que considera “coerente com a prática comunitária”.

Para Emiliano, a primeira parte do livro, mais teórica, deveria ser leitura obrigatória para todas as pessoas que trabalham com políticas públicas: “Célio trabalha com a matemática da vida. Originalmente, havia armado essa equação de que um ponto de cultura = autonomia + protagonismo social elevado à potência das redes. Aí ele aprofunda seu pensamento matemático, incorpora o tema de Arquimedes (que trouxe Joe Gimenez) e vai além, fazendo uma ligação entre a cultura viva comunitária e a cultura do encontro (da qual fala o Papa Francisco), para construir um novo horizonte civilizatório.  

A cultura do encontro, explicada no livro, é um conceito desenvolvido por Jorge Bergoglio, o Papa Francisco, que pressupõe o encontro das três linguagens do ser: coração, mente e mãos. Expressa-se na ideia de sentir-pensar-agir e se realiza a partir da integração e diversidade entre indivíduos e comunidades, rompendo com a fragmentação e buscando a unidade. É o estímulo para o encontro entre os diferentes, buscando a unidade na diversidade. 

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Baixe o livro gratuitamente em https://bit.ly/PorTodosLosCaminos

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10

out
2022

Em Destaque
Notícias

Por IberCultura

Pontos de Cultura na América Latina: versão em espanhol do livro de Célio Turino sai em formato digital

Em 10, out 2022 | Em Destaque, Notícias | Por IberCultura

(Fotos: Mario Miranda Filho)

Célio Turino dedicou sua vida a pensar e executar políticas públicas em larga escala, atraído pelas ideias da cultura do encontro. Escritor, historiador e gestor cultural, foi secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura do Brasil e um dos idealizadores e do programa Cultura Viva, implantado no país em 2004 e transformado em política de Estado em 2014 com a sanção da Lei 13.018. Suas andanças pelo continente para falar sobre esse modelo de política pública “de baixo para cima” resultaram no livro Por todos los caminos: Puntos de Cultura en América Latina, que foi lançado em português em 2020 e agora ganha tradução para o espanhol com o apoio do IberCultura Viva. 

A publicação será apresentada no Peru, na quarta-feira, 12 de outubro, na Feira de Saberes do 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. O lançamento será às 11:00, no Parque Cívico Santa Clara, no distrito de Ate (Lima), aberto a todas as pessoas interessadas.

A edição que sai em espanhol – em formato digital, com acesso aberto – é a tradução da edição revisada e ampliada que saiu em 2020 no Brasil, por Edições Sesc São Paulo. (Antes, em 2017, ele havia publicado uma edição mais visual, pelo Instituto Olga Kos, como um livro de arte, com o título Cultura para unir os povos: a arte do encontro). O livro agora publicado pela RGC Ediciones tem mais de 550 páginas e dois capítulos extras dedicados ao Chile e ao Paraguai. 

Os capítulos que encerram a publicação foram escritos no segundo semestre de 2022, após as viagens do autor ao Chile e ao Paraguai para conhecer o trabalho e as histórias de diferentes organizações culturais comunitárias nos dois países. O Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, que convidou Turino para esta visita, implementará um programa de Pontos de Cultura em 2023. No Paraguai, o convite partiu de uma organização reconhecida como Ponto de Cultura, El Cántaro Bioescuela Popular, para que ele participasse da segunda edição dos Intercâmbios de Saberes para a Gestão Cultural Comunitária, realizada com o apoio da Secretaria Nacional de Cultura.

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Andanças

Desde que deixou o Ministério da Cultura do Brasil, em 2010, Célio Turino tem sido convidado a viajar para diferentes países da América Latina, para falar sobre este modelo de política pública que ajudou a criar e que estabeleceu novos parâmetros de gestão e democracia, aplicando conceitos como “Estado-rede” (Manuel Castells) e “Estado ampliado” (Antonio Gramsci). Tendo como base de apoio os Pontos de Cultura – ou seja, as entidades ou coletivos culturais certificados pelo Ministério da Cultura –, o programa apostou num processo vindo de baixo para cima, dando força e reconhecimento institucional a organizações da sociedade civil que já desenvolviam atividades culturais em suas comunidades.

Nos últimos 12 anos, foram mais de 50 viagens a países da América Latina para falar sobre Pontos de Cultura e compartilhar suas ideias sobre cultura viva comunitária, bem viver e cultura do encontro. Convidado para conferências, palestras e encontros com representantes de governos, instituições e organizações culturais comunitárias, Turino se acostumou a falar. Para este livro, no entanto, quis ouvir e observar. 

Para recolher as experiências apresentadas em Por todos os caminhos, o historiador passou quatro meses de 2017 viajando, visitando comunidades, reencontrando amigos, conhecendo pessoas, ouvindo histórias, observando, anotando. Em suas andanças, do México ao Chile, do Atlântico ao Pacífico, “atravessando a América Central, com seus vulcões e memórias, passando da selva ao deserto, das planícies às montanhas, das metrópoles às cidades e vilas”, pôde observar laboratórios originais para a reinvenção da vida social, da política, da economia e da relação entre o ser humano e a natureza. Era isso o que ele queria compartilhar com este livro. 

Mulher no memorial em homenagem aos jesuítas assassinados durante a guerra civil salvadorenha, na Universidade Católica Centro-americana de El Salvador

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“Livro carta”

Por todos os caminhos: Pontos de Cultura na América Latina é um “livro  carta”, segundo o autor, com histórias que viu, viveu e sentiu. Uma carta com histórias de práticas ancestrais e comunitárias que nos cercam, com narrativas de personagens vivos, atuantes em seus territórios, que lhe chamaram a atenção pelo que tinham de excepcional e também pelo que tinham em comum. Uma carta ao passado, “em busca de luz e força para a reinvenção do futuro”. Uma carta ao presente, para aquelas pessoas que, diariamente, mudam o mundo a partir de suas comunidades. 

“Para esse livro mudei o meu papel, fui um escutador e na escuta me esforcei em transmitir as histórias como um narrador, oferecendo elementos para que as pessoas pudessem penetrar nessas histórias, conhecendo as pessoas e suas formas de pensar e agir. Nos tempos atuais fala-se muito de identidades, mas identidade sem alteridade não gera solidariedade e emancipação coletiva. Com o livro procurei demonstrar que é possível fazer com que alteridade e identidade caminhem lado a lado”, comentou o autor em entrevista ao IberCultura Viva. 

A publicação está dividida em duas partes. Na primeira, mais teórica, o autor explica os conceitos fundamentais e tenta demonstrar como a cultura viva é realizada a partir de equações matemáticas. Na segunda parte, dedicada a histórias de vida e processos culturais promovidos por organizações em seus territórios, ele muda sua forma de escrever, posicionando-se como um narrador que vai alinhavando pontos de identidade ancestral e contemporânea dos diversos países por onde passou, falando de “pessoas comuns” e sua capacidade de mudar suas realidades. “Comum talvez não seja a palavra mais adequada, embora esse seja o conceito historiográfico, porque são pessoas e histórias extraordinárias”, diz.

Fachada da Biblioteca comunitária Don Quijote y su Manchita em Santa Rosa, Peru .

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Compromisso

A decisão de financiar a tradução do livro para o espanhol foi acordada* na 12ª Reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva, realizada no México nos dias 24 e 25 de março de 2022. Para os e as representantes dos países membros do IberCultura Viva, este apoio reforça o compromisso dos governos com as organizações culturais comunitárias, sujeitos principais com os que se trabalha no programa, e em particular com os Pontos de Cultura, que são a principal referência de política cultural de base comunitária no Espaço Ibero-americano. 

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. Onde baixar a versão em espanhol: https://bit.ly/PorTodosLosCaminos

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(*) Considerada uma importante contribuição para a constituição do sistema de informação cultural que promove o programa, a tradução para o espanhol deste livro faz parte da atividade “Promoção para a realização de estudos e pesquisas sobre políticas culturais de base comunitária”, prevista no Plano Operativo Anual (POA 2022).

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Confira o vídeo editorial do SESC-SP em que Célio Turino fala sobre o livro

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Histórias Ocultas: Célio Turino apresenta seu livro sobre experiências comunitárias na América Latina

Scholas Occurrentes e Cultura Viva: el arte do encontro em um projeto do Papa Francisco

Pontos de Cultura: Cultura Viva em Movimento (RGC Ediciones, 2013)

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15

ago
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério das Culturas do Chile promove ciclo de palestras “Pontos de Cultura na América Latina: Aprender para criar”

Em 15, ago 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

(Foto: Marina Leitner)

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Representantes de seis países participarão do ciclo de conversatórios “Pontos de Cultura na América Latina: Aprender para criar”, que será realizado virtualmente de 18 de agosto a 22 de setembro, sempre às quintas-feiras, das 18h às 20h (horário do Chile), via Facebook Live (Cidadania Cultural).

A iniciativa visa abrir espaços de diálogo, discussão e participação para a construção do programa Pontos de Cultura que será implementado, a partir de 2023, pelo Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile, por meio do Departamento de Cidadania Cultural.

Todas as quintas-feiras, expoentes da América Latina serão convidados a compartilhar suas experiências. Participarão representantes da Argentina, do Peru, do México, da Costa Rica, do Uruguai e do Brasil. Entre as pessoas convidadas há representantes governamentais e integrantes de Pontos de Cultura.

 Os diálogos serão abertos ao público em geral e especialmente a membros das comunidades organizadas em torno da cultura, que desenvolvem atividades artísticas e culturais no Chile. Para se inscrever e/ou fazer consultas, deve-se enviar um e-mail para puntodecultura@cultura.gob.cl.

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Primeiro dia: Argentina

Diego Benhabib

O ciclo começará com a experiência dos Pontos de Cultura na Argentina, na próxima quinta-feira, 18 de agosto. Participarão como expositores Diego Benhabib, coordenador do programa Puntos de Cultura desenvolvido pelo Ministério de Cultura; Marihem Soria, diretora de Cultura Viva da Secretaria de Cultura de Córdoba, e Eduardo Balán, coordenador do coletivo El Culebrón Timbal, que integra a Rede Nacional de Pontos de Cultura. 

Na Argentina, Puntos de Cultura é um programa nacional que busca fortalecer as ações de redes, grupos e organizações culturais ancoradas territorialmente, por meio de apoio técnico e econômico para sustentar seus espaços e aprimorar seus projetos culturais comunitários. 

Desde 2011, o programa acompanha o desenvolvimento de projetos culturais territoriais e coletivos, promovidos por organizações que estão inseridas nas áreas mais vulneráveis ​​e que trabalham com os setores mais carentes da sociedade. Mais de mil organizações de todo o território federal compõem a Rede Nacional de Pontos de Cultura, por meio da qual se realizam intercâmbios de saberes e experiências.

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Segundo dia: Peru

Carlos La Rosa

A segunda conversa, no dia 25 de agosto, será dedicada à experiência do Peru. Criada em 2011, a iniciativa da Direção de Artes do Ministério de Cultura do Peru busca ampliar o exercício dos direitos culturais em nível comunitário, com ênfase especial nas crianças, nos jovens e na população em situação de vulnerabilidade, promovendo a inclusão, o empoderamento e a cidadania intercultural.

Para tanto, o Ministério da Cultura identifica, reconhece, fortalece e articula em uma Rede Nacional de Pontos de Cultura as organizações sociais que mantêm um trabalho contínuo, com base na arte e na cultura, auxiliando no atendimento das prioridades locais (como melhoria da educação, saúde e segurança) e promovendo processos de desenvolvimento individual e comunitário. Atualmente, a rede conta com mais de 550 Pontos de Cultura na região metropolitana de Lima e nas 25 regiões do país. 

Os expositores serão: Carlos La Rosa, diretor de Artes do Ministério da Cultura; Fabiola Figueroa Cárdenas, gerente de Cultura da Municipalidade de Lima Metropolitana; Gustavo López Infantas, subgerente de Promoção Cultural e Cidadania da Municipalidade de Lima Metropolitana; María Elena Benites Aguirre, dp grupo Chaski Comunicação Audiovisual (Lima); Connie Philipps Del Castillo, da Lupuna Artes Amazónicas (San Martín); Wilman Calderón Castillo, da Associação do Grupo de Teatro Mala – GRUTEMA (província de Lima), e Eduardo Ludeña León, da Associação Cultural Latino-Americana Unida (Lima).

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Terceiro dia: México

Esther Hernández

O programa Cultura Comunitária, desenvolvido há três anos pela Secretaria de Cultura do Governo do México, será o tema do terceiro dia do ciclo, em 1º de setembro. As apresentações programadas são de Esther Hernández Torres, diretora geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura e presidenta do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva, e Manuel Trujillo, representante da presidência do programa, que também comentará o trabalho da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.

Esther Hernández comentará especialmente o trabalho realizado a partir dos Semilleros Creativos, uma das principais iniciativas do programa Cultura Comunitária, concebido como espaços de ensino e aprendizagem artística para crianças e jovens em contextos comunitários, com vistas à transformação social. O país tem cerca de 300 Semilleros Creativos. 

Lançado em fevereiro de 2019, o programa Cultura Comunitária busca promover o exercício efetivo dos direitos culturais de indivíduos, grupos e comunidades, principalmente aqueles/as que ficaram de fora das políticas culturais, por meio do desenho de estratégias que promovam a cultura para a paz, transformação social, participação na vida cultural, desenvolvimento cultural comunitário e fortalecimento das capacidades locais, sob os princípios de inclusão e não discriminação.

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Quarto dia: Costa Rica

Eduardo Reyes

No dia 8 de setembro, a discussão girará em torno da experiência da Costa Rica. As apresentações serão feitas por Eduardo Reyes Paniagua, gestor sociocultural responsável pelo programa de Pontos de Cultura do Ministério da Cultura e Juventude, além de representantes do Ponto de Cultura Cine El Bajo e da Municipalidade de Alajuelita, que faz parte da Rede do IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais e está implementando em 2022 o plano operativo da política cultural que foi aprovada em outubro de 2019. 

Na Costa Rica, Puntos de Cultura é um programa de estímulo administrado pela Direção de Gestão Sociocultural do Ministério da Cultura e Juventude. Desde a sua primeira convocatória, em 2015, apoiou 153 projetos de organizações e grupos culturais, com uma grande diversidade de temas e áreas de atuação.

Um dos objetivos do programa é gerar condições para o exercício dos direitos culturais das pessoas por meio da atuação das organizações socioculturais e das comunidades com as quais trabalham. Além disso, procura criar intercâmbios e espaços de formação conjunta, para melhorar as capacidades de gestão das organizações socioculturais do país.

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Quinto dia: Uruguai 

Juan Carlos Barreto

No Uruguai, Puntos de Cultura é um programa da área de Gestão Territorial da Direção Nacional de Cultura, do Ministério da Educação e Cultura, que surge na articulação interinstitucional com os três níveis de governo (estadual, departamental e municipal). Seu objetivo é reconhecer e fortalecer coletivos ou organizações que desenvolvam atividades culturais com impacto em nível comunitário e que contribuam para a inclusão sociocultural.

Os destinatários do programa Puntos de Cultura são as organizações, movimentos, associações, cooperativas, coletivos e grupos culturais da sociedade civil que têm um tempo de atuação na comunidade, desenvolvendo atividades, promovendo o exercício dos direitos culturais e o desenvolvimento local.

Na conversa do dia 15 de setembro, que será dedicada à experiência uruguaia, está prevista a participação de Juan Carlos Barreto, coordenador da área de Gestão Territorial da Direção Nacional de Cultura, e de Laura López, coordenadora nacional do programa Puntos de Cultura.

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Sexto dia: Brasil

Celio Turino

A sexta e última discussão do ciclo, no dia 22 de setembro, será dedicada ao Brasil, país que implementou o programa Cultura Viva em 2004, inspirando os demais países da América Latina a se comprometerem com um modelo de política “de baixo para cima”, dando força e reconhecimento institucional às organizações da sociedade civil que já desenvolviam atividades culturais em suas comunidades.

O programa Cultura Viva, transformado em política de Estado no Brasil em 2014, com a sanção da Lei 13.018, tem como base de apoio os Pontos de Cultura, que são as entidades ou coletivos culturais reconhecidos e certificados pelo governo federal. Não existe um modelo único de Pontos de Cultura. Cada um desenvolve suas atividades de acordo com suas necessidades e plano de trabalho. A ideia é que não tenha fins lucrativos, que realmente atue como ponto de cultura em sua comunidade, que seja um espaço de prática, aprendizado e vivência cultural. Entre os aspectos comuns a todos estão a transversalidade e a gestão compartilhada entre Estado e sociedade civil. 

Os convidados para este conversatório são Célio Turino, historiador, escritor e gestor de políticas públicas, um dos idealizadores do programa Cultura Viva e impulsor dos Pontos de Cultura, e Alexandre Santini, ex-diretor de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil, e atual secretário das Culturas de Niterói, um dos municípios membros da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais.  

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(Fonte: Ministério das Culturas, Artes e Patrimônio do Chile)

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10

jun
2022

Em Notícias

Por IberCultura

Ministério de Cultura da Argentina abre a convocatória de Pontos de Cultura 2022

Em 10, jun 2022 | Em Notícias | Por IberCultura

Saiu a oitava edição da convocatória de Pontos de Cultura da Argentina, lançada pelo Ministério de Cultura da Nação para continuar impulsionando e fortalecendo projetos culturais comunitários em todo o país, promover a participação popular e fomentar a reativação da cultura por meio da produção e do trabalho comunitário.

Podem participar organizações de base territorial com ou sem personalidade jurídica e comunidades indígenas de todo o país que trabalham para promover a solidariedade, a inclusão social, as identidades locais, a participação popular e o desenvolvimento regional. (Exceto as organizações que devem prestação de contas de projetos anteriores e as selecionadas na convocatória de 2021).

Essas organizações de base territorial podem ser associações civis, cooperativas, fundações, organizações que são centros comunitários e culturais, bibliotecas populares, meios de comunicação comunitários, clubes de bairro, grupos e artistas de teatro comunitário, murgas, trupes ou organizações para a expressão da diversidade, entre outros perfis organizacionais.

As organizações, grupos e espaços culturais que desejarem participar desta convocatória deverão se registrar previamente no Cadastro Federal de Cultura. Em seguida, podem se inscrever na VIII Convocatória Nacional de Pontos de Cultura, que ficará aberta até 8 de julho.

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Uma década de atividades

O programa Pontos de Cultura tem como objetivo visibilizar, apoiar e promover a cultura comunitária, construindo uma política pública junto às organizações, com uma perspectiva de cultura inclusiva, livre de violência, especialmente voltada para crianças, jovens, pessoas LGBTQIA+, indígenas, migrantes, afrodescendentes, pessoas com deficiência, pessoas em situação de vulnerabilidade, entre outros. 

Criado há uma década na Argentina, inspirado na política de Cultura Viva do Brasil, o programa estimula a articulação entre os mais de 1.300 coletivos culturais de diferentes partes do país que hoje compõem a Rede Nacional de Pontos de Cultura, potencializando a solidariedade, a inclusão, as identidades locais, a participação popular e o desenvolvimento regional por meio da cultura.

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Pontos de Cultura 2022

Na edição 2022 do edital, as organizações podem se apresentar em cinco categorias. São elas:

1) Novos Pontos de Cultura com Estatuto Jurídico: para associações civis, fundações e cooperativas, com teto de financiamento de 450 mil pesos argentinos.

2) Novos Pontos de Cultura de Base: para organizações sociais com base territorial constituída de fato, sem personalidade jurídica, com limite de financiamento de 250 mil pesos argentinos.

3) Novos Pontos de Cultura Indígena: destinados às comunidades indígenas já inscritas no Cadastro Nacional de Comunidades Indígenas, com limite de financiamento de 450 mil pesos argentinos.

4) Pontos de Cultura integrados à Rede Nacional: para organizações sociais e comunidades indígenas, na mesma situação de qualquer uma das três modalidades anteriores, que tenham sido selecionadas em alguma das edições anteriores do programa (exceto a de 2021) e que, por isso, já fazem parte da rede nacional. Limite de financiamento: com personalidade jurídica, 450 mil pesos; sem estatuto legal (básico), 250 mil pesos.

5) Projetos colaborativos entre Pontos de Cultura: voltados às organizações que compõem a Rede Nacional PDC. Os projetos apresentados devem ser elaborados por pelo menos duas organizações, com um limite de financiamento de 650 mil pesos.

Cada organização deve apresentar apenas um projeto, e cada projeto proposto pelas organizações deve estar inserido em uma destas 12 linhas de trabalho: Comunicação comunitária; Economia social e cooperativismo; Diversidade sexual e de gênero; Igualdade de gênero; Infância e adolescência; Jovens; Projetos educativos, desportivos e de promoção da leitura; Coletivos artísticos comunitários; Projetos artísticos; Direitos culturais, identidade e memória; Soberania alimentar e ambiental; Cultura do cuidado e promoção da saúde.

Para apresentar um projeto é necessário ter experiência de pelo menos dois anos de trabalho no território, além de possuir um espaço constituído como sede de suas atividades (próprio, alugado ou cedido) ou um espaço público em seu entorno como lugar de desenvolvimento de atividades.

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Informações: puntos@cultura.gob.ar

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(Fonte: Ministerio de Cultura de la Nación)

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